HIDROANEL METROPOLITANO FAQ (*)
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- Moisés Teves Rico
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1 HIDROANEL METROPOLITANO FAQ (*) Frederico Bussinger Consultor do IDELT ( Conselheiro da EMPLASA Ex-Diretor do Departamento Hidroviário - DH Questões da FAQ: 1) O que é o HIDROANEL METROPOLITANO? 2) Quando surgiu a ideia do HIDROANEL METROPOLITANO? 3) Não seria um... (erro, risco, problema) comprometer nossos rios apenas com NAVEGAÇÃO? 4) Não é uma megalomania? Não se trata de mais uma jabuticaba (que só existe no Brasil)? 5) Quais as vantagens do uso do TRANSPORTE HIDROVIÁRIO? 6) Por que a NAVEGAÇÃO deixou de ser usada na RMSP? A retomada de seu uso não depende da conexão com outros modos de transporte (principalmente rodoviário)? 7) Também, não é necessário previamente DESPOLUIR os rios? 8) Quanto CUSTARÁ o HIDROANEL METROPOLITANO? 9) Qual o CRONOGRAMA de implantação? 1
2 (*) Selecionadas e sistematizadas de mais de 200 apresentações e debates sobre o projeto. 1) O que é o HIDROANEL METROPOLITANO? A Região Metropolitana de São Paulo, um platô situado a 700 metros acima do nível do mar (e a cerca de 80 km dele), entre a Serra da Cantareira e A Muralha (encosta íngreme da Serra do Mar, ao fundo da Baixada Santista), foi dotada de uma extensa rede hídrica. Nela se destacam os Rio Tietê, Pinheiros e Tamanduateí. Grande surpresa: SÃO PAULO É QUASE UMA ILHA A implantação de um canal, de 25 a 30 km, entre os Reservatórios de Billings e Taiaçupeba, transformaria SP numa ilha: Junto com os Rios Tietê e Pinheiros, a maior parte da metrópole estaria cercada por um canal contínuo de 170 a 190 km de águas OBS: A extensão, exata, depende do detalhamento do projeto. Essa articulação hídrica foi denominada HIDROANEL METROPOLITANO. Isso, em parte por sua configuração, em parte por analogia com os RODOANEL e FERROANEL. 2
3 HIDROANEL METROPOLITANO ($,-)& "#$%&"'& ()*+$& ;<&=>&.'/0$& <;&=>& CB&=>& B&=>& A&=>& 7$1$8*9':$&.'"%'1%$& CD&=>&?E&=>& 51)&6%$/"'& "$&('%%$& O estudo, recém-concluído, passou a considerar, também, um MINI-HIDROANEL (também na linha do MINI-ANEL VIÁRIO ), considerando o uso do Rio Tamanduateí. 2) Quando surgiu a ideia do HIDROANEL METROPOLITANO? A utilização dessa rede hídrica, natural, para NAVEGAÇÃO, foi algo bastante intenso durante os 4 primeiros séculos de ocupação da região. A partir do final do Século XIX surgiram diversos projetos para melhor adequá-la a tal finalidade, garantindo profundidades compatíveis com as novas embarcações, regularidade (profundidade mínima ao longo do ano), conectividade (com eclusas) e melhor operacionalidade (raios de curvatura, atracadouros, etc.). Em 2008 o Departamento Hidroviário DH (Secretaria de Transportes e Logística do GESP) procurou inventariar os projetos existentes. Encontrou 67 deles. Em outubro realizou um seminário (de dia inteiro, 200 participantes) no IPT para apresentação e discussão de 14 deles (apresentados pelos próprios autores, ou substitutos credenciados em caso de falecimento): A possibilidade e a antevisão do HM ficou, então, ali, patente Em 2009 foi licitado e contratado um ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE TÉCNICO, ECONÔMICA E AMBIENTAL - EVTEA. Em 2010 a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo FAU/USP foi incorporada à equipe do projeto. Em MAR/2012 o EVTEA, concluído, foi apresentado em concorridíssimo seminário de 3 dias. 3
4 As reportagens do VALOR ECONÔMICO (caderno especial Grandes Metrópoles - 30/MAR/2012) e a longa matéria do BOM DIA BRASIL (TV-GLOBO; 12/ABR/2012) deram grande repercussão ao plano/projeto. 3) Não seria um... (erro, risco, problema) comprometer nossos rios apenas com NAVEGAÇÃO? O HM é um projeto de NAVEGAÇÃO, sim Mas é muito mais Ele é um legítimo e concreto projeto de USO MÚLTIPLO DAS ÁGUAS, envolvendo, conjunta e coordenadamente, diversas outras funções. P.ex: a) Controle de cheias: Os reservatórios, necessários, podem exercer funções tipo PISCINÃO. Um exemplo disso é o da PENHA, com capacidade que pode variar de 3,5 a 10 milhões de m 3 (12 vezes maior que o maior PISCINÃO hoje existente na RMSP). OBS: O volume depende da cota definida. b) Abastecimento de água: A conexão entre os Reservatórios de Taiaçupeba e Billings pode desempenhar uma dupla função: i) Levar água (bem mais limpa) do Alto Tietê para Billings; OBS: O aumento da reservação da Billings atende tanto à RMSP como à Baixada Santista, hoje com restrições de abastecimento; restrições que tendem a se agravar com a exploração do Pré-Sal (atividade que consome muita água). ii) Contribuir para elevar o denominado volume regularizado da RMSP, hoje de 73 m 3 /s (dado que, como é sabido, o regime de chuvas não é constante, nem mesmo nas diversas sub-regiões da RMSP). A se observar que, como a demanda média já é hoje praticamente igual ao volume regularizado da RMSP, tem havido necessidade de ampliá-lo constantemente, tanto para garantir margem de segurança operacional, como para vir a atender demandas futuras. Para tanto, os projetos existentes preveem captações cada vez mais distantes: Os mais recentes projetos indicam distâncias de 60 a 80 km (o de S. L. da Serra, p.ex., exigindo bombeamentos a 500 metros de altura com consequente e permanente consumo de energia). c) Despoluição do Rio Pinheiros: O aumento dos volumes da Billings poderá reduzir a necessidade de bombeamento Tietê-Pinheiros-Billings. Eventualmente, até, permitindo a reversão de fluxos. Aportar água mais limpa ao Rio Pinheiros, aumentando a diluição, será contribuição importante para sua despoluição; dado que tratamentos de esgotos já está próximo do limite (14 dos 17 m 3 /s dos esgotos que nele chegam já são tratados). d) Agricultura: A implantação do canal viabilizaria a irrigação de novas áreas agriculturáveis na RMSP. e) Geração de energia: Possibilitaria maior e mais contínua utilização da capacidade instalada da Usina de Henry Borden. OBS: Atualmente a capacidade instalada da Usina só é utilizada 2 a 3 horas/dia. No mais, apenas cerca de 1/3. 4
5 f) Destinação e processamento de resíduos sólidos: Os ATERROS SANITÁRIOS foram ficando cada vez mais distantes e, hoje, até estão em desuso. A possibilidade de coleta e transporte dos resíduos sólidos hidroviariamente abre novas possibilidades, tanto de DESTINAÇÃO como de PROCESSAMENTO. g) Lazer e turismo: Você já percebeu que propagandas que enaltecem a QUALIDADE DE VIDA são, quase que invariavelmente, ilustradas com imagens de ÁGUA (mar, rios, canais, lagos...)? A requalificação da rede hídrica da RMSP certamente muito contribuirá para a melhora da QV na região, além de estímulo ao lazer e ao turismo (como, alias, até uns 20, 40 anos, ocorria nos Reservatórios de Billings e Guarapiranga um dos berços de premiados VELEJADORES nacionais). h) Áreas imobiliárias: Cresce em SP a carência de áreas boas para empreendimentos imobiliários. Principalmente GRANDES ÁREAS. Ao longo do HM há inúmeras áreas que poderiam ser incorporadas a esse ESTOQUE, como o demonstrou o EVTEA. i) Ou seja; o HM é um plano/projeto de USO MÚLTIPLO DAS ÁGUAS, com potencial de ser ESTRUTURANTE/ESTRUTURADOR: i) De um novo ciclo de OCUPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO do território; ii) De uma nova forma de PLANEJAR E GERENCIAR (envolvendo diversas unidades do GESP, dos Municípios e da sociedade); iii) Da nova SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO METROPOLITANO; iv) Da EMPLASA (como braço executivo). 4) Não é uma megalomania? Não se trata de mais uma jabuticaba (que só existe no Brasil)? Não O HM está na linha dos planos de Roosevelt para a Bacia do Mississipi (década de 30) e da milenar experiência europeia de aproveitamento de seus rios e lagos, agora re-impulsionada pelas demandas ambientais e expresso no PLANO EUROPA Este inclui o desiderato de conectar todos os mares entre si e, para tanto, há diversos novos canais, em construção e projetados. E o que é importante: Cruzando conurbações antigas e densamente ocupadas (como a RMSP) 5
6 instituto de desenvolvimento, logística, transporte e meio ambiente Infraestrutura e Intermodalidade Novas Hidrovias Nesses planos/projetos destaca-se, p.ex., o CANAL SENA-NORTE, de 114 km de extensão (2/3 do HM), visando conectar as Bacias do Sena (França) e Scheldt (Bélgica/Holanda) e, com isso, viabilizar uma conexão, para passageiros e cargas, entre PARIS e LONDRES 5) Quais as vantagens do uso do transporte hidroviário? Na RMSP são realizadas mais de viagens/dia relacionadas ao transporte de cargas. Só o setor da construção civil é responsável por mais de , para transportar as mais de 110 milhões de toneladas/ano (mais que o Porto de Santos). Os veículos, para tanto, formariam uma fila de mais de 500 km (distância maior que SP ao RJ). Em PARIS, ao contrário e p.ex., a maior dessa carga é transportada hidroviariamente. Facilita-o o fato de que as concreteiras estão localizadas na margem dos rios, reservando-se às betoneiras apenas a distribuição do concreto usinado (em geral, por pequenas distâncias). 6
7 PARIS Há ainda o lixo ( t/dia), entulhos (em geral), lodo (das estações de tratamento de esgotos), sedimentos da dragagem dos próprios rios (de 3 a 4 milhões de toneladas/ano), hortifrutigranjeiros (22% do abastecimento do CEAGESP vem do ALTO-TIETÊ); só para ficar nas cargas já identificadas pelo estudo recém concluído. E, também, passageiros: PÚBLICA SEDIMENTOS DRAGAGEM LODO ETEs + ETAs CARGA COMERCIAL LIXO ENTULHO TERRA PASSAGEIROS TRAVESSIAS LACUSTRES TURISMO RS REVERSÍVEIS COMERCIALIZÁVEIS [CARGA COMERCIAL PIONEIRA] INSUMOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL HORTIFRUTIGRANJEIROS O uso intensivo do transporte RODOVIÁRIO (que no Estado de SP supera 90% da MATRIZ DE TRANSPORTES) faz com que TRANSPORTE seja responsável por 7
8 55% de todas as emissões de CO 2. Por conseguinte, o setor é a prioridade-zero da Política Estadual de Mudanças Climáticas PEMC, que tem como meta a redução, até 2020, de 20% das emissões do ano-base 2005: Isso significa quase 60% do que é previsto para aquele ano Assim, a retomada da NAVEGAÇÃO na RMSP é tanto um projeto de MOBILIDADE E LOGÍSTICA quanto AMBIENTAL. 6) Por que a NAVEGAÇÃO deixou de ser usada na RMSP? A retomada de seu uso não depende da conexão com outros modos de transporte (principalmente rodoviário)? Primeiramente, ela não desapareceu totalmente: Hoje há HAVEGAÇÃO DE SERVIÇO. O que deixou de existir é a NAVEGAÇÃO COMERCIAL. Além disso, há uma segunda grande surpresa: O HM se superpõe ao RODOANEL e ao FERROANEL em 3 pontos distintos da metrópole. Esses 3 pontos são locais privilegiados (mas não os únicos) para a implantação de PLATAFORMAS LOGÍSTICAS TRIMODAIS. Particularmente o das cavas areeiras de Carapicuíba-Barueri-Osasco (indicada em verde), entre o Rio Tietê, Rodovia Castelo Branco, Rodoanel e Av. Dos Autonomistas: Uma área de, até, 3 milhões de m 2, com possibilidade de TETRAMODALIDADE, se considerados os aeroportos de Guarulhos (a, apenas, 30 km) e Viracopos (60 km). Conexão Intermodal na RMSP +,-)"&' "()*")"' 69'9'#"/436' "#$%& )(@' #AHP;'8BHP;' "#"$%&' #""/"$' /")$)43$7' /ABCBDEFG' 6",(","'-3' 4"$,"&*"' "HAI;C'*FGD;' )("4%5)' #")%)$"6' 36"6#3' 673'4"+83' 69'#9'6+8' "$+=' 1+"$+8?36' %DK9'/ADFGM'SGB;' #AMH;D'5BADA' 43=' /31)'-"6' #$+>%6' 6+>",3' #3()"' -)"-%/"' 6:;9'",-$<'/"+=' $)*%)$73'4)$%6' 69'*9'#"/43' 4ACADAPBAQARA' +.+)()*"' %/*+01+"2+' %LADKGMBN:A'IG' 6;FOA' 4ACAJDKA' 4GCGEFT' 6",(36' Ferrovia Ferroanel Shuttle service Rodoanel Hidroanel Hidrovia Esse foi um dos projetos desenvolvidos no EVTEA: 8
9 instituto de desenvolvimento, logística, transporte e meio ambiente lagoa - tri-porto - porto-turístico-praia CARAICUÍBA 7) Também, não é necessário previamente DESPOLUIR os rios? Seria bom, mas não é imprescindível Ao menos no tocante à CARGA, essa NAVEGAÇÃO já existe. Apenas que não COMERCIAL (apenas de serviço). Alias, talvez a relação seja até inversa: A ampliação da NAVEGAÇÃO talvez até contribua para acelerar o processo de DESPOLUIÇÃO dos rios (dado que aumentará a atenção sobre eles e mais pessoas estarão fiscalizando ). 8) Quanto CUSTARÁ o HM? As estimativas iniciais, quando da CONCEPÇÃO, eram de cerca de R$ 2,3 bilhões. O ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE TÉCNICA, ECONÔMICA, AMBIENTAL, recém concluído, indica valores entre R$ 2,5 a 3 bilhões. Isso para a implantação da INFRAESTRUTURA BÁSICA (ex-equipamentos urbanos associados). Uma o outra hipótese, recursos relativamente modestos A se considerar, ainda, que cerca de 2/3 desse montante refere-se à ligação dos reservatórios de Taiaçupeba e Billings, via canais e/ou túneis. Ou seja: Com investimentos da ordem de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão é possível ter navegação ao longo de uns 150 km 9) Qual o CRONOGRAMA de implantação? A NAVEGAÇÃO já é possível entre a Represa da Penha e Santana do Parnaíba (41 km), pelo Rio Tietê. E do Cebolão a Pedreira (25 km) pelo Rio Pinheiros. 9
10 O HM só tem uma GRANDE OBRA: A ligação dos reservatórios de Taiaçupeba e Billings. Todas as demais são médias ou pequenas obras, de (apenas) milhões ou dezenas de milhões de Reais. Além disso, a maioria delas, é independente uma das outras. Por conseguinte, podem ser executadas em paralelo, o que reduz, em muito, o CRONOGRAMA de implantação. Duas observações importantes: a) Em havendo RECURSOS, não é fora de propósito imaginar-se um PRAZO TOTAL de 6 a 8 anos. b) Pelas independência delas, tão logo vão sendo concluídas, é possível ir-se agregando NOVOS TRECHOS. É o caso, p.ex., da ECLUSA DA PENHA, prestes a ter sua OBRA LICITADA, que possibilitará: i) A extensão do HM em 14 km (passando a 55 km); ii) Novo ambiente e visual ao PROJETO VÁRZEAS DO TIETÊ ; e iii) A viabilização de centenas de hectares de boas áreas para usos imobiliários. 10
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