O Índice de Commodities Brasil ICB, registrou no mês de maio uma leve alta, perante um ambiente de alta volatilidade

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1 O Índice de Commodities Brasil ICB, registrou no mês de maio uma leve alta, perante um ambiente de alta volatilidade Gráfico 1 Série temporal do ICB mensal 25000, , , , , , , ,00 Fonte: B3 Boi gordo: Sob um cenário de volatilidade, a arroba do boi gordo fechou o mês de maio com preços pressionados O preço da arroba oscilou no mês de maio devido às incertezas sobre a demanda por carne bovina, levando a fraca participação dos players no mercado e no volume de animais ofertados. A necessidade de adquirir lotes com qualidade e volume adequado para atender mercados específicos, faz com que compradores se mostrem mais ativos nas negociações, dispostos a pagar preços superiores as referências de mercado. Segundo o IBGE, o abate de bovinos cresceu cerca de 1,4% no primeiro trimestre de 2018, frente ao mesmo período em 2017, porém, mostrando uma queda no preço da arroba de 6,9% em relação ao trimestre anterior. Em relação ao mercado de reposição, dada o fim da safra e entrada na entressafra, as especulações aumentaram no mercado de animais de reposição, mesmo com os volumes de negócios baixos, visto que pelo lado do ofertante de novilhas, o período de seca se intensifica e os pastos começam a perder qualidade e

2 03/04/ /04/ /05/ /05/ /05/ /06/ /06/ /07/ /07/ /08/ /08/ /09/ /09/ /10/ /10/ /11/ /11/ /12/ /01/ /01/ /02/ /03/ /03/ /03/ /04/ /04/ /05/2018 Preço (R$) da arroba do boi a resistência em segurar os animais para um preço mais alto vem se tornando cada vez menos viável. A greve dos caminhoneiros afetou vigorosamente o mercado de proteína bovina no país, levando ao adiamento de abates em várias regiões, frigoríficos só produziram apenas nos locais onde era possível realizar entregas, recriadores mantiveram os animais por mais tempo nos pastos, gerando o adiamento do confinamento devido à falta de insumos. Mesmo com pastagens em boas condições, devido a lotação dos pastos, a qualidade do alimento diminuí, afetando diretamente o mercado de reposição. Prejuízo se somam para todos os lados, desde os pecuaristas que não conseguiram vender a produção terminada, as indústrias de proteína que não operaram, fazendo com que não gerasse receita e custos fixos não fossem cobertos. Gráfico 2 Série temporal do preço da arroba do boi gordo Indicador Diário do Boi Gordo ESALQ/BM&FBOVESPA Café: Com uma colheita reduzida, o preço da saca do café arábica registrou uma queda em cerca de 2,86% em maio O mês de maio teve início com um breve crescimento no ritmo das negociações do Arábica. Com a abertura da temporada de colheita de 2018 no sul do país, tanto o preço quanto a quantidade negociada subiram nas primeiras duas semanas. Isso deve ao fator do aumento dos contratos futuros, efeito justificado não só pelo aumento da demanda, mas também pelo da cotação do dólar. O cenário para a segunda metade do mês era animador. No entanto, produtores atentaram-se aos trabalhos de colheita que, estavam em ritmo lento, por conta da não concretização do clima favorável. O começo promissor foi prejudicado não só pelas mudanças climáticas. A greve dos caminhoneiros prejudicou todos os

3 03/04/ /04/ /05/ /05/ /05/ /06/ /06/ /07/ /07/ /08/ /08/ /09/ /09/ /10/ /10/ /11/ /11/ /12/ /01/ /01/ /02/ /03/ /03/ /03/ /04/ /04/ /05/2018 Preço (USD) saca 60kg setores e segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café) o arábica não foi exceção. Afirmou ainda que o Brasil deve deixar de exportar 900 mil sacas de 60 kg de café neste mês em decorrência dos protestos. Representantes do setor afirmam que com a greve dos caminhoneiros, a indústria de café brasileira pode perder até 70 milhoes de reais por dia. Os protestos dos caminhoneiros ocorrem às vésperas do início de uma safra que promete ser recorde no Brasil. Graças à bienalidade positiva do arábica, o país deve produzir cerca de 58 milhões de sacas neste ano, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em suma, com ritmo de colheita reduzida e com problemas de transporte, o mês de maio não foi como o mercado esperava. No entanto, no fim do mês as cotações da commodity reduziram perdas, e terminaram o mês em alta na bolsa de Nova York. Gráfico 3 Série temporal do preço da saca/60kg do café arábica Indicador Diário do Café Arábica CEPEA/ESALQ Milho: Preço chega ao maior patamar nominal desde agosto de 2016 O Volume negociado no mês Maio segue em alta, seguindo a tendência que vem desde o começo do ano; houve uma valorização de aproximadamente 15% (R$ 39,4 para R$ 45,49) comparado ao mês passado.

4 03/04/ /04/ /05/ /05/ /05/ /06/ /06/ /07/ /07/ /08/ /08/ /09/ /09/ /10/ /10/ /11/ /11/ /12/ /01/ /01/ /02/ /03/ /03/ /03/ /04/ /04/ /05/2018 Preço (R$) saca de 60 kg Os preços do milho seguem em alta, chegando ao valor de R$ 45,49/saca de 60 kg, o maior patamar nominal desde agosto de O maior motivo desse aumento é devido a paralisação dos caminhoneiros que tem comprometido o transporte do milho aos principais centros de venda. Do começo da greve, 21/05/2018, até o final do mês causou um aumento de 5% (R$ 43,35 para R$ 45,49). A greve não foi o único motivo, há também incertezas quanto à produtividade e alta do dólar que gerou um aumento no preço interno do milho e seus derivados. A incerteza quanto à produtividade das lavouras da segunda safra gerou uma elevação nos preços. Contudo, mesmo com chuvas em alguns pontos em importantes áreas produtivas durante o mês não foi o suficiente para recuperar o potencial da produção, O clima seco que gera queda na produtividade e a diminuição da produção da safrinha de 2018, produção fora da safra, têm preocupado agentes de mercado. A forte valorização do dólar neste mês também tem influenciado as altas dos preços internos. Desde o início de maio, a moeda norte-americana se valorizou 6,7% e o preço da saca acumulou uma valorização de 7% do começo até o dia. Outros mercados estão sofrendo com o aumento do preço da saca e a dificuldade na logística do produto, como o setor de carne que afetou a alimentação de animais, resultando na morte de animais, principalmente aves. A expectativa do mercado para normalizar os estoques é de 2 meses. Gráfico 4 Série temporal do preço da saca/60kg do milho Indicador Diário do milho ESALQ/BM&FBOVESPA

5 31/05/ /06/ /06/ /06/ /07/ /07/ /08/ /08/ /08/ /09/ /09/ /09/ /10/ /10/ /11/ /11/ /12/ /12/ /01/ /01/ /01/ /02/ /02/ /03/ /03/ /03/ /04/ /04/ /04/ /05/ /05/2018 Etanol: Inversão nos preços do etanol devido a eventos adversos e fundamentos econômicos Os preços do etanol hidratado registraram uma alta mensal de 15,57% e uma alta de 24,17% em abril de 2018 ante igual período de Com base no indicador diário do etanol hidratado Esalq/BM&FBovespa, o etanol encerrou abril com cotação de R$ 1.759,5 à vista, invertendo a trajetória de queda que se estendia até o início de maio. Mesmo em meio à safra 2018/2019, que registrava recordes de produção em abril, os preços do etanol sofreram pressões decorrentes de dois fatores inesperados: 1) condições meteorológicas desfavoráveis e 2) desaceleração no ritmo de moagem por consequência da escassez de matéria-prima. A primeira pode ser explicada pela falta de chuva na região centro-oeste, já a última, pela greve dos caminhoneiros, que tornou dificultosa a entrega de insumos nas usinas. Além das condições adversas, o etanol foi pressionado por uma alta nos preços do combustível, que por sua vez, subiu em linha com os preços internacionais do petróleo. No que tange às forças de mercado, houve um forte aumento na demanda por etanol, que tem se sustentado como uma alternativa bastante viável como combustível. A combinação desta firme demanda com um decréscimo inesperado na oferta, torna a alta nos preços claramente sensata no ponto de vista econômico. Veja abaixo a evolução nos preços do etanol hidratado: Gráfico 5 Série temporal do preço do etanol hidratado Indicador Diário do Etanol Hidratado ESALQ/BM&FBovespa (SP)

6 ÍNDICE DE COMMODITIES BRASIL - ICB Responsáveis pela publicação Alexandre Faturi (Etanol) Daniel Masuda Arthur Siqueira (Milho) Estudantes de Ciências Econômicas pela FECAP João Sales Almeida (Boi Gordo) Vinicius Souza Oliveira (Café Arábica) Aluno coordenador Allan Silva de Carvalho Professora coordenadora Dr.ª Juliana Inhasz Professora e coordenadora do NECON