PROCESSO DE CONSULTA PÚBLICA REGULAMENTO SOBRE SERVIÇOS DE NOTAÇÃO DE RISCO
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- Wagner Aragão Malheiro
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1 PROCESSO DE CONSULTA PÚBLICA REGULAMENTO SOBRE SERVIÇOS DE NOTAÇÃO DE RISCO E DECRETO PRESIDENCIAL SOBRE AS TAXAS NO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS E INSTRUMENTOS DERIVADOS Pág. 1
2 PROCESSO DE CONSULTA PÚBLICA N.º 1/2015 REGULAMENTO SOBRE SERVIÇOS DE NOTAÇÃO DE RISCO E DECRETO PRESIDENCIAL SOBRE AS TAXAS NO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS E INSTRUMENTOS DERIVADOS Pág. 2
3 1.º APRESENTAÇÃO DO PROCESSO DE CONSULTA 1.1. O Objecto de Consulta O presente documento procede à apresentação e justificação de 2 (dois) projectos de Diplomas, designadamente: o Regulamento da Comissão do Mercado de Capitais (CMC) sobre Serviços de Notação de Risco e o Decreto Presidencial sobre as Taxas no Mercado de Valores Mobiliários e Instrumentos Derivados, apresentando, de forma breve, a sua estrutura e destacando, fundamentadamente, os principais traços do quadro regulamentar e do quadro legal ora propostos. a) Regulamento sobre Serviços de Notação de Risco A CMC, por meio deste regulamento, pretende estabelecer as regras relativas às actividades desenvolvidas pelas sociedades de notação de risco no mercado de capitais. O presente regulamento visa disciplinar os termos e condições a que as sociedades de notação de risco estão sujeitas no exercício da actividade por estas desenvolvidas. Pretende-se, assim, cobrir um conjunto de matérias, que irão assegurar, através do mecanismo do registo, o controlo e acompanhamento efectivo do exercício da actividade de notação de risco, pelas entidades em referência. Trata-se de criar as condições normativas, que permitirão à CMC impor condutas, proteger os investidores e assegurar mecanismos de mitigação da problemática do conflito de interesses que, por vezes, intervém nesta actividade. Pág. 3
4 b) Decreto Presidencial sobre as Taxas no Mercado de Valores Mobiliários e Instrumentos Derivados Com o presente diploma pretende-se criar o novo regime das taxas a serem cobradas aos operadores e emitentes do mercado de valores mobiliários e instrumentos derivados, de modo a ajustar o mesmo aos desenvolvimentos normativos recentes. Neste âmbito, procurou-se ter em conta a realidade regional em que estamos inseridos, assim como, os países IOSCO que nos são próximos. No âmbito do princípio do utilizador pagador, este diploma procura permitir a diversificação das fontes de financiamento das actividades de supervisão do mercado de valores mobiliários e instrumentos derivados. Trata-se de fazer corresponder ou equivaler o serviço prestado pelo regulador, em prol do mercado, e a contraprestação que os utentes do serviço deverão pagar para uma melhor e mais sólida intervenção do mesmo. Importará, ainda, referir que a necessidade de alteração do diploma em vigor decorre da necessidade de conformação do mesmo à nova ordem constitucional, bem como como à nova Lei de Bases das Instituições Financeiras, que veio determinar a aprovação das taxas, por meio de um Decreto Presidencial O Processo de Consulta A CMC entende submeter os projectos ora apresentados ao escrutínio do público, para que todos os agentes do mercado e restantes membros da sociedade civil se possam pronunciar sobre os mesmos, endereçando comentários, sugestões e contributos em relação às soluções apresentadas. Convidam-se, assim, os agentes do mercado, os investidores, os académicos e o público em geral a participar na presente consulta, nos termos aqui apresentados. O presente processo de consulta decorrerá entre o dia 29 de Julho e o dia 29 de Setembro de Nestes termos, as respostas ao presente documento de consulta devem ser submetidas à CMC até ao próximo dia 30 de Setembro de Pág. 4
5 2015, preferencialmente para o endereço electrónico contribuicoes.diploma@cmc.gv.ao ou remetidas para o endereço sede da CMC, sito na Rua do MAT, GU 19 B, Bloco A5, 1º e 2º Andar, Complexo Clássicos de Talatona, Sector de Talatona, Município de Belas, Luanda. No âmbito do processo regulamentar em curso, tendo em especial atenção a importância, a novidade, a complexidade e o estado embrionário destas matérias em Angola, mostra-se essencial aferir a sensibilidade do público e atender às preocupações do mercado, dos seus agentes e participantes, relativamente às diversas matérias que são agora objecto de regulação. Por razões de transparência, a CMC propõe-se publicar os contributos recebidos ao abrigo desta consulta. Caso o participante se oponha à referida publicação deve comunicá-lo expressamente no contributo enviado. Qualquer dúvida ou esclarecimento adicional sobre a presente consulta pública pode ser elucidada pelo Dr. Leonildo Manuel e pela Dra. Carla Ferreira, ambos técnicos do Departamento de Política Regulatória e Normas da CMC, pelo terminal telefónico n.º no horário normal de expediente ou pelo seguinte endereço electrónico: contribuicoes.diploma@cmc.gv.ao. 2.º APRESENTAÇÃO GERAL DOS PROJECTOS DE REGULAMENTO DA CMC 2.1. ANTE PROJECTO DE REGULAMENTO SOBRE SERVIÇOS DE NOTAÇÃO DE RISCO Enquadramento Dada a importância crescente do mercado de valores mobiliários e instrumentos derivados e a necessidade de regular a actividade de notação de risco, a CMC, Pág. 5
6 com o presente diploma, visa disciplinar os termos e condições a que as sociedades de notação de risco estão sujeitas no exercício das suas actividades. Desta forma, pretende cobrir um conjunto de matérias que asseguram o controlo efectivo do exercício de específicas actividades destas entidades Sistematização e Estrutura O regulamento em consulta está dividido em 5 (cinco) capítulos e 62 (Sessenta e dois) artigos. O capítulo I é dedicado às disposições gerais; o capítulo II trata do registo das sociedades de notação de risco na CMC; o capítulo III trata do registo dos serviços de notação; o capítulo IV trata do exercício de actividade; e, por fim, o capítulo V é dedicado às disposições finais e transitórias Questões para consulta pública Sem prejuízo de outras questões que possam resultar da análise do regulamento, a CMC submete a apreciação e solicita o pronunciamento dos agentes do mercado, dos investidores, dos académicos e do público em geral, das seguintes questões: 1. Quais os benefícios que o presente regulamento introduz ao desenvolvimento do mercado de valores mobiliários? 2. Quais os obstáculos que o presente regulamento introduz ao desenvolvimento do mercado de valores mobiliários? 3. Existe algum artigo ou dispositivo no presente regulamento que, de algum modo, em particular, inviabiliza o desenvolvimento da actividade de notação de risco? 4. Estão salvaguardadas no presente regulamento, normas que permitam proteger os emitentes e investidores, de notações erradas emitidas pelas sociedades de notação de risco? 5. Estão previstos no presente regulamento todos os dispositivos que permitam que as notações emitidas sejam obtidas com elevado grau de credibilidade e exactidão? Pág. 6
7 6. Os mecanismos de prevenção de conflitos de interesse previstos no presente regulamento se mostram eficazes? 7. O presente regulamento cumpre e salvaguarda os princípios e as boas práticas, internacionalmente aceites, sobre a actividade de notação de risco? 2.2. ANTE PROJECTO DE DECRETO PRESIDENCIAL SOBRE AS TAXAS NO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS E INSTRUMENTOS DERIVADOS Enquadramento Atendendo ao facto de que as taxas e os respectivos valores consagrados no Decreto Executivo n.º 209/08, de 26 de Setembro carecem de ajustamentos, em função das alterações no nível geral de preços e da nova estrutura do mercado financeiro, visa-se, com o presente diploma, criar o novo regime das taxas e respectivos valores, a serem cobrados aos operadores e emitentes do mercado de valores mobiliários e instrumentos derivados, de modo a ajustar o mesmo aos desenvolvimentos normativos recentes. Os valores apresentados no diploma em consulta tiveram como referência 2 (dois) grandes pressupostos. Primeiro, o reajuste dos valores identificados no Decreto Executivo supra referenciado, tiveram na base a sua indexação a evolução da taxa de inflação, em detrimento da evolução da taxa de câmbio, pelas seguintes razões: 1. A desvalorização/valorização da taxa de câmbio; 2. As despesas realizadas pela CMC são, fundamentalmente, em Kwanzas; e 3. As práticas internacionais sobre esta temática mostram que ajustamentos aos rendimentos são feitos de acordo com a evolução da taxa de inflação, devido ao facto de que a referida taxa capta exactamente a perda do poder compra destes rendimentos. Pág. 7
8 O segundo pressuposto, para a determinação dos valores apresentados, foi o benchmarking realizado nos principais mercados da SADC e em outros cuja matriz jurídica tem servido de referência para o nosso sistema jurídico-financeiro. Assim, este diploma tem por objectivo encontrar o equilíbrio e neutralidade na distribuição dos encargos de financiamento do sistema de supervisão, por todos os operadores do mercado. Não obstante, o presente instrumento jurídico irá, certamente, permitir uma atenção especial para o desenvolvimento do mercado, procurando minimizar os efeitos dos custos das taxas no desenvolvimento das instituições financeiras e demais operadores deste mercado Estrutura e Sistematização O diploma está dividido em 4 (Quatro) capítulos e 16 (Dezasseis) artigos. O capítulo I é dedicado às disposições gerais; o capítulo II é dedicado à previsão legal das taxas de registo, quer de entidades como de ofertas públicas; o capítulo III ficou reservado às taxas de supervisão das actividades dos operadores; o capitulo IV sobre as taxas pela prestação de outros serviços como esclarecimentos, emissões de declarações e certidões; e, por último, o capítulo V sobre as disposições finais Questões para a consulta pública Sem prejuízo de outras questões que possam resultar da análise do ante-projecto em apreço, a CMC submete a apreciação e solicita o pronunciamento dos agentes do mercado, dos investidores, dos académicos e do público em geral, das seguintes questões: 1. Concorda com o indexante utilizado para a evolução das taxas, nomeadamente a taxa de inflacção? Se não, que outros indexantes, na sua opinião poderiam ser oportunos? Explique. 2. Concorda com a existência de uma parcela variável associada às taxas de supervisão e com a respectiva variante? Se não, que Pág. 8
9 medidas considera oportunas considerar para acautelar um pagamento proporcional ao volume de negócios de cada sociedade? Luanda, aos 29 de Julho de O Presidente da Comissão do Mercado de Capitais Archer Mangueira Pág. 9
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