A Engenharia de Máquinas Marítimas da ENIDH: Algumas notas complementares

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1 A Engenharia de Máquinas Marítimas da ENIDH: Algumas notas complementares Luis Filipe Baptista 1 No artigo apresentado no número anterior da revista, com o título A Engenharia de Máquinas Marítimas na ENIDH: realidade actual e perspectivas de futuro, foi referido que o curso de EMM tinha sido reestruturado e que se encontrava em apreciação por parte das Tutelas (MOPTH e MCES). Com efeito, essa era a situação real do curso na altura em que foi escrito o artigo (Janeiro de 2004). No entanto, à data da publicação do artigo na revista (Julho de 2004), este já tinha sido entretanto aprovado pelas tutelas e publicada a respectiva portaria em Diário da República, pelo que o novo curso de Engenharia de Máquinas Marítimas irá entrar já em vigor no próximo ano lectivo. Por outro lado, fazia-se referência ao facto de não haver até à data estatutos em vigor na ENIDH, situação que entretanto já foi alterada através da sua publicação em Diário da República. Vamos seguidamente analisar a actual situação relativa a estes dois assuntos, tentando realçar de uma forma sintética os seus aspectos mais relevantes. 1. BREVE DESCRIÇÃO DO CURSO DE EMM (2004) A reestruturação do curso de EMM publicada na Portaria nº 336/2004 de 31 de Março, teve como principais objectivos melhorar alguns aspectos do curso reestruturado em 1998 (Portaria nº 413-T/98 de 17 de Julho), e resultaram do processo de avaliação interna efectuado pelo Departamento de Máquinas Marítimas (DMM) no decorrer dos últimos anos. Este processo culminou com a discussão e aprovação na ENIDH do novo plano de estudos com a duração de quatro anos lectivos. A aprovação deste novo curso é muito importante, pois poderá ter efeitos benéficos na captação de novos alunos para o primeiro ciclo de estudos (bacharelato), e atrair mais alunos para o segundo ciclo de estudos (licenciatura), os quais por motivos relacionados com dificuldades económicas, profissionais ou outras, têm vindo continuamente a adiar a continuação dos seus estudos para obtenção do grau de licenciado. Este novo curso, tal como o anterior, é um curso de licenciatura bi-etápica, e pode ser descrito de uma forma muito resumida através do seguinte organigrama, representado na Fig.1. Frequência com aproveitamento do curso de Bacharelato em Eng. de Máquinas Marítimas (BEMM) (1º ciclo de estudos 6 semestres) Bacharel em Engenharia de Máquinas Marítimas 6 meses de estágio a bordo como Praticante de Máquinas Categorias profissionais: Oficial Chefe de Quarto de Máquinas 2º Oficial de Máquinas Frequência com aproveitamento do curso de licenciatura em Eng. de Máquinas Marítimas (LEMM) (2º ciclo de estudos 2 semestres) Licenciado em Engenharia de Máquinas Marítimas Categorias profissionais: 1º Oficial de Máquinas Chefe de Máquinas Fig.1. Organigrama do curso reestruturado de EMM (2004). 1 Professor adjunto da ENIDH. Doutorado em Engenharia Mecânica. Oficial Maquinista da Marinha Mercante. Presidente do Conselho de Departamento de Máquinas Marítimas entre 2000 e ( luisbaptista@enautica.pt). 1

2 No novo curso, foram introduzidas algumas modificações ao nível da emissão de certificados. Assim, o curso de bacharelato, de acordo com o número 3 do artigo 8º da portaria nº 336/2004 de 31 de Março, diz o seguinte: 3 A conclusão com aproveitamento na totalidade das unidades curriculares que integram o primeiro ciclo do curso de Engenharia de Máquinas Marítimas possibilita ainda a obtenção dos seguintes certificados de qualificação e provas documentais previstos na Convenção STCW e Emendas, desde que sejam satisfeitos os restantes requisitos exigidos para a sua emissão: a) Condução de embarcações de salvamento (tabela A-VI/2-1 do Código STCW); b) Condução de embarcações de salvamento rápidas (tabela A-VI/2-2 do Código STCW); c) Para ministrar os primeiros socorros a bordo (tabela A-VI/4-1 do Código STCW); d) Controlo de operações de combate a incêndios (tabela A-VI/3 do Código STCW); e) Exercício de funções específicas nos navios-tanque (petroleiros, químicos e gás liquefeito) (parágrafos 2 a 7 da secção A-V/1 do Código STCW); f) Familiarização em navios ro-ro de passageiros (parágrafo 2 da secção A-V/2 do Código STCW); g) Controlo de multidões em navios ro-ro de passageiros (parágrafo 1 da secção A-V/2 do Código STCW); h) Segurança na comunicação com passageiros em navios ro-ro de passageiros (parágrafo 3 da secção A-V/2 do Código STCW); i) Gestão de crises e comportamento humano (parágrafo 5 da secção A-V/2 do Código STCW); j) Segurança dos passageiros de carga e integridade do casco nos navios ro-ro de passageiros (parágrafo 4 da secção A-V/2 do Código STCW). Relativamente ao curso de licenciatura, as alterações ao nível da emissão de certificados, estão contempladas no número 4 do artigo 8º, e referem-se a: 4 A conclusão com aproveitamento das unidades curriculares que integram o 2º ciclo do curso de Engenharia de Máquinas Marítimas, incluindo as disciplinas de Navios-Tanque I e Navios-Tanque II, possibilita, ainda, a obtenção dos seguintes certificados de qualificação, desde que estejam satisfeitos os restantes requisitos exigidos para a sua emissão:. a) Para o exercício de funções de responsabilidade em navios-tanque petroleiros (parágrafos 9 a 14 da secção A-V/1 do Código STCW); b) Para o exercício de funções de responsabilidade em navios-tanque químicos (parágrafos 16 a 21 da secção A-V/1 do Código STCW); c) Para o exercício de funções de responsabilidade em navios-tanque de gás liquefeito (parágrafos 23 a 34 da secção A-V/1 do Código STCW). Para finalizar esta breve apresentação do curso reestruturado de EMM, apresenta-se em anexo o plano de estudos do novo curso. 2. ESTATUTOS DA ENIDH Esta situação que já se vinha a arrastar desde a publicação do decreto-lei nº 16/2002 de 29 de Janeiro, que determina o modo de aplicação da lei do estatuto e autonomia dos estabelecimentos do ensino superior politécnico (Lei nº 54/90 de 5 de Setembro) à ENIDH, foi finalmente ultrapassada, com a publicação do despacho normativo nº 29/2004 de 18 de Junho, que diz o seguinte: Na sequência da sujeição a homologação dos Estatutos da Escola Náutica Infante D. Henrique; Ao abrigo do disposto no artigo 5º da lei do estatuto e autonomia dos estabelecimentos de ensino superior politécnico (Lei nº 54/90 de 5 de Setembro) conjugado com o disposto na alínea a) do nº3 do artigo 5º do decreto-lei nº 16/2002 de 29 de Janeiro; São homologados os estatutos da Escola Náutica Infante D. Henrique, publicados em anexo ao presente despacho. Deste modo, e dado que os estatutos da ENIDH entraram em vigor no dia imediato ao da sua publicação, já foi estabelecido na Escola o calendário eleitoral, estando a realização das eleições para os diversos órgãos de gestão da Escola (Assembleia de Representantes, Conselho Directivo, etc..), previstas para o final do corrente ano. 2

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