ANTECEDENTES DA GRANDE DEPRESSÃO
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- Natan Ramalho Araújo
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1 ANTECEDENTES DA GRANDE DEPRESSÃO Indicadores de fragilidade da era da prosperidade nos Estados Unidos da América Endividamento e falência de muitos agricultores. Estes tinham contraído empréstimos para aumentar a produção agrícola quando a Europa dependia dos Estados Unidos. Quando esta recuperou a agricultura e diminui as importações, eles ficaram com dívidas e viram as suas terras a serem leiloadas sem que qualquer entidade os protegesse. Crescimento a um ritmo acelerado dos lucros dos milionários americanos, aumentando sem cessar a clivagem social.
2 Desemprego muito elevado e aumento do comércio do comércio marginal motivado pela Lei Seca (lei que proibia o consumo de álcool). Esta lei ajudava à proliferação e enriquecimento de quadrilhas de gangsters que produziam bebidas em destilarias clandestinas e que as vendiam a preços especulativos. Falta de uniformidade na produção dos diversos sectores da economia. Alguns nunca voltaram a atingir a dimensão de antes da guerra (como os têxteis), contribuindo para um crescimento desigual. Instabilidade social devido ao desemprego e à marginalidade. Diminuição do consumo ou consumo baseado no crédito, o que aumentava o endividamento das classes laborais. Grande especulação bolsista porque as empresas investiam parte dos lucros e valorizavam o capital fixo em relação ao nominal. Desequilíbrio na economia mundial decorrente da hegemonia económica dos Estados Unidos que tornava os outros países seus dependentes. Diminuição do acesso ao crédito. Quebra do preço das acções. O aumento da produção (cerca de 64%) não foi acompanhado pelo consumo, o que levou à formação de enormes stocks (superprodução). Despedimentos por parte das indústrias que diminuíam a produção.
3 Indicadores de fragilidade noutros locais do mundo Dependência de países estrangeiros: os bancos americanos faziam empréstimos. A maioria desses países compravam depois produtos americanos. Desta forma, o dinheiro regressava rapidamente. Os Estados Unidos financiavam a compra dos seus próprios produtos. Quando necessitaram do pagamento dos empréstimos, os países deixaram de comprar os produtos americanos dada a sua falta de liquidez. A dependência económica de países estrangeiros agudizava qualquer crise e não ajudava a suplantá-la, contrariamente ao que muitos pensavam. Adopção de políticas proteccionistas, tentando expandir as suas economias. Estas entravavam o liberalismo económico americano.
4 * Aumento dos lucros da especulação bolsista devido à inflação galopante de países da Europa Central. Aumento dos lucros dos capitalistas e pauperismo progressivo das classes laborais provocavam um clima de desequilíbrio social. Crise agrícola de superprodução nos países que tinham sido levados à monocultura: Brasil (café), Canadá (trigo), Argentina (gado) Os agricultores reduziam o consumo ao mínimo. Quebra no comércio internacional devido às medidas proteccionistas e à diminuição do poder de compra. Deflação.
5 24 de Outubro de 1929 Crash da bolsa de Nova Iorque Bancarrota para milhares de pequenos investidores. Falência de empresas comerciais e industriais que dependiam do crédito obtido com os títulos que possuíam e que ficaram sem valor.
6 A GRANDE DEPRESSÃO Origem Causas Efeitos Estados Unidos da América. Superprodução Queda das cotações da bolsa de valores de Nova Iorque. Falências das empresas e de bancos. Desemprego. Menor poder de compra. Extensão ao resto do mundo.
7 Extensão e mundialização da crise Europa: devido à dependência dos países europeus (capitais) e das respectivas colónias (matérias-primas). Os países produtores de matérias-primas porque não tinham quem lhas comprasse. América: os restantes países americanos dependiam dos Estados Unidos e tinham sido conduzidos a uma produção maciça para abastecer os mercados americanos e europeu. O resto do mundo foi afectado porque ou dependiam dos Estados Unidos ou de países europeus (colónias).
8 Os Estados Unidos retiraram os seus capitais dos bancos estrangeiros e suspenderam os seus empréstimos para fazerem face à crise. Isto provocou: 1- Falência dos bancos no mundo. 2- Falência de empresas em todo o mundo capitalista e consequente desemprego. 3- O desemprego gerava más condições de vida, aumentando a criminalidade e a alteração de valores. 4- Desvalorização das moedas europeias. 5- Diminuição das importações de matérias-primas por parte dos países industrializados. 6- Diminuição das exportações e falências nos países exportadores de matérias-primas (não industrializados). 7- Os pagamentos internacionais desorganizaram-se e ocorreu uma contracção do comércio mundial.
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