Tópicos. Passos intermediários entre o alimento e a célula. Bioquímica da Nutrição e Metabolismo Energético Foco em Obesidade. Daniel G.

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1 Bioquímica da Nutrição e Metabolismo Energético Foco em Obesidade Tópicos Passos intermediários entre o alimento e a célula. Equilíbrio ácido-básico. Metabolismo hídrico. Passos intermediários entre o alimento e a célula Ingestão Digestão Absorção de nutrientes Lipídeos Carboidratos Proteínas Vitaminas Sais Minerais 1

2 Alimento Ingestão Digestão Absorção Metabolismo Armazenamento Ingestão Regulada pela quantidade e pela composição dos alimentos. A escolha alimentar permite aos indivíduos a manutenção da homeostase interna de nutrientes Sobrevivência Crescimento Reprodução Ingestão Hipotálamo Centro da fome X Centro da saciedade Unidade integradora dos sinais associados à ingestão de alimentos 2

3 Digestão e Absorção A maioria dos nutrientes é absorvida com notável eficiência Menos de 5% dos carboidratos, proteínas e gorduras ingeridos são perdidos nas fezes. Digestão e Absorção Mastigação apropriada e mistura com a saliva Estômago: digestão de gordura e proteínas Duodeno: processo digestivo principal Digestão e absorção de lipídeos Compostos orgânicos insolúveis em água. Triglicerídeos, fosfolipídeos e colesterol. Classificação N o átomos de C Cadeia curta 2 a 4 Cadeia média 6 a 10 Cadeia longa 12 a 26 3

4 Digestão e absorção de lipídeos Fornecem 35-40% das calorias ingeridas diariamente. Maior parte absorvida até os primeiros 2/3 do jejuno. Triglicerídeos 96-98% dos lipídeos ingeridos. Digestão e absorção de lipídeos Triglicerídeos Intestino delgado alto Mastigação, ação da bile e agitação Gordura emulsificada Digestão e absorção de lipídeos Gordura emulsificada Ação da LIPASE pancreática + 3 H 2 O LIPASE + 4

5 Digestão e absorção de lipídeos + + Sais biliares Formação de micelas mistas Digestão e absorção de lipídeos Liberação de glicerol e ácidos graxos na mucosa intestinal Absorção pelo enterócito Digestão e absorção de lipídeos Ácidos graxos e glicerol REL ressintetiza triglicerídeos Formação de quilomícrons Vaso linfático 5

6 Digestão e absorção de lipídeos Quilomícrons fazem parte de um sistema eficiente de transporte de gordura. Lipoproteínas realizam o transporte de gordura pelo plasma Digestão e absorção de lipídeos Macromoléculas complexas esféricas com cerne hidrofóbico e camada externa hidrofílica Digestão e absorção de lipídeos A classificação das lipoproteínas é baseada na densidade do seu conteúdo protéico. Quilomícrons Maiores lipoproteínas plasmáticas Estrutura: 98-99% de lipídeos (85-90% de triglicerídeos) e 1-2% de proteínas. 6

7 Digestão e absorção de lipídeos Lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL) Estrutura: 85-90% de lipídeos (55% de TG, 20% de colesterol e 15% de fosfolipídeos) e 10-15% de proteínas. Digestão e absorção de lipídeos Lipoproteínas de baixa densidade (LDL) Estrutura: 75% de lipídeos (35% de ésteres de colesterol, 10% de colesterol livre, 10% de TG e 20% de fosfolipídeos) e 25% de proteínas Digestão e absorção de lipídeos Lipoproteínas de alta densidade (HDL) Estrutura: 50% de lipídeos (25% de fosfolipídeos, 15% de ésteres de colesterol, 5% de colesterol livre e 5% de TG) e 50% de proteínas. 7

8 Digestão e absorção de lipídeos Digestão e absorção de lipídeos Digestão e absorção de lipídeos LCAT Lecitina colesterol aciltransferase CETP Enzima de transferência de colesterol 8

9 Digestão e absorção de lipídeos Os triglicerídeos de cadeias média e curta possuem um processo mais simples de absorção Principal fonte de energia para os enterócitos Estimulam proliferação celular do epitélio Estimulam fluxo sangüíneo visceral Aumentam absorção de água e sódio Podem ser absorvidos intactos e hidrolisados no enterócito Digestão e absorção de lipídeos De forma geral... Composição de membranas celulares Reserva de energia oxidação de ácidos graxos Isolamento térmico, elétrico e mecânico para as células Digestão e absorção de lipídeos De forma geral... Precursores de hormônios e mensageiros intracelulares Transporte de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) 9

10 Digestão e absorção de carboidratos Substâncias compostas por átomos de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O) na proporção de 1:2:1 C n (H 2 O) n Monossacarídeos Dissacarídeos Oligossacarídeos Polissacarídeos Digestão e absorção de carboidratos Responsáveis por 40-50% das calorias ingeridas Amido é o principal carboidrato ingerido (milho, trigo, arroz, batata) Outras fontes: leite (lactose), frutas e vegetais (frutose, glicose e sacarose) Digestão e absorção de carboidratos Amido (polissacarídeo) Ação da amilase salivar Maltose + Maltotriose + Oligossacarídeos (dissacarídeo) (3 glicoses) (4-9 glicoses) Ação da amilase é paralisada pelo baixo ph no estômago Hidrólise de 20-40% do amido ingerido 10

11 Digestão e absorção de carboidratos DUODENO Maltose + Maltotriose + Oligossacarídeos (dissacarídeo) (3 glicoses) (4-9 glicoses) Pâncreas Amilase pancreática Maltose Digestão e absorção de carboidratos Intestino delgado Secreção de três dissacaridases Maltase Frutase Lactase Glicose Frutose Galactose Absorção pelo enterócito por difusão ou co-transporte ativo (sódio) Digestão e absorção de carboidratos Cerca de 80% dos monossacarídeos absorvidos pelo intestino são glicose. Frutose e galactose são convertidas em glicose. Glicose como principal fonte de energia para as células Transporte 11

12 Digestão e absorção de carboidratos Família dos Transportadores de Glicose por Difusão Facilitada Digestão e absorção de carboidratos GLUT1 Coração, rins, adipócitos, fibroblastos e fígado GLUT2 Transportador de glicose hepática GLUT3 Transportador de glicose cerebral Digestão e absorção de carboidratos GLUT4 Transportador de glicose em tecidos sensíveis à insulina (tecido adiposo, músculos esquelético e cardíaco) GLUT5 Baixo transporte de glicose e transportador de frutose 12

13 Digestão e absorção de carboidratos Glicose armazenada como glicogênio no fígado Digestão e absorção de carboidratos Geração de energia através da GLICÓLISE e CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO Digestão e absorção de proteínas As proteínas exercem papéis cruciais em virtualmente todos os processos biológicos. Catálise enzimática Transporte e armazenamento Movimento coordenado Sustentação mecânica Proteção imunitária Geração e transmissão de impulsos nervosos Controle do crescimento e diferenciação 13

14 Digestão e absorção de proteínas São construídas a partir de um repertório de 20 aminoácidos NH 2 H C R COOH NH 3 + H C R COO - Digestão e absorção de proteínas Estruturas complexas... Digestão e absorção de proteínas As proteínas são responsáveis por 10-15% das calorias ingeridas Fonte de aminoácidos para síntese de proteínas do organismo 50% das proteínas digeridas são de fonte interna. 14

15 Digestão e absorção de proteínas Estômago Proteínas íntegras Ação de peptidases produzidas pela mucosa gástrica Grandes polipeptídeos, oligopeptídeos e poucos aminoácidos Digestão e absorção de proteínas Duodeno Grandes polipeptídeos, oligopeptídeos e poucos aminoácidos Ação de enzimas pancreáticas (tripsina, quimiotripsina, elastase, carboxipeptidases A e B) 30% de aminoácidos e 70% de oligopeptídeos (2-8 aa) Digestão e absorção de proteínas 30% de aminoácidos e 70% de oligopeptídeos (2-8 aa) Ação de peptidases das microvilosidades intestinais (enteropeptidases) Absorção pelos enterócitos 1. Peptídeos absorvidos alcançam a corrente sangüínea 2. Peptídeos absorvidos sofrem hidrólise e aa passam para circulação 3. Peptídeos hidrolisados na membrana intestinal 15

16 Digestão e absorção de proteínas Qual tipo de absorção é mais eficiente? Peptídeos ou aminoácidos? Alguns estudos mostram que os Aa são absorvidos mais rapidamente na forma de peptídeos. Outros estudos não mostram diferenças significativas. Digestão e absorção de proteínas Qual tipo de absorção é mais eficiente? Peptídeos ou aminoácidos? Peptídeos podem levar desvantagem na absorção quando administrados como parte de uma refeição mista. A absorção dos peptídeos pode ser modulada de acordo com o tipo de carboidratos presentes na dieta. Digestão e absorção de proteínas Proteínas Aminoácidos Aminoácidos desaminados H 2 O + CO 2 + Energia Substratos químicos necessários Novas proteínas Amônia Uréia Gordura Carboidratos 16

17 Digestão e absorção de vitaminas Compostos orgânicos presentes naturalmente nos alimentos Lipossolúveis: A (fígado, leite, ovos, óleo de peixe, vegetais folhosos verde-escuros, legumes e frutas amarelados e/ou verde-escuros) D (fígado, leite, óleo de peixe, sardinha, atum e salmão) E (óleos vegetais, margarinas, manteiga, gema de ovo) K (fígado, gema de ovo, óleos vegetais, leite de vaca, vegetais folhosos verde-escuros) Hidrossolúveis: Complexo B (carnes vermelhas, legumes, leite, ovos, brócolis, couve, batata, tomate, germe de trigo, milho, amendoim) C (acerola, goiaba, laranja, maracujá, abacaxi, tomate, batata e vegetais folhosos) Digestão e absorção de vitaminas Vitaminas lipossolúveis São absorvidas juntamente com as micelas mistas formadas por ácidos biliares e pela digestão lipídica. Estes compostos aceleram a absorção destas vitaminas. Nos enterócitos são inseridas nos quilomícrons e atingem o sistema linfático. Digestão e absorção de vitaminas Vitamina B12 (Cobalamina) Estômago Liberada de proteínas associadas pelo ácido gástrico e ligação à proteína R Duodeno Hidrólise do complexo Cobalamina-Proteína R pela tripsina pancreática. Ligação da cobalamina ao Fator Intrínseco 17

18 Digestão e absorção de vitaminas Vitamina B12 (Cobalamina) Íleo Absorção via receptores específicos Transporte pela transcobalamina II para a circulação portal Digestão e absorção de minerais Elementos com funções orgânicas essenciais que atuam tanto na forma iônica quanto como constituintes de compostos (enzimas, hormônios, secreções e proteínas). Regulação do metabolismo enzimático Manutenção do equilíbrio ácido básico Funções nervosas e musculares Pressão osmótica Transferência de compostos pelas membranas celulares Composição de tecidos Digestão e absorção de minerais Principais minerais absorvidos Cálcio (leite, iogurte, queijo, brócolis e couve) Potássio (banana, laranja, maçã, verduras de folha e batata) Fósforo (carnes vermelhas e brancas, ovos, leguminosas, nozes e amêndoas) Cloro (carnes vermelhas e brancas, aspargo, espinafre, cenoura e sal de cozinha) Sódio (aspargo, espinafre, cenoura e sal de cozinha) Ferro (carnes vermelhas, fígado, gema de ovo) Zinco (carnes vermelhas e brancas, fígado, frutos do mar, ovos, cereais) 18

19 Digestão e absorção de minerais Absorção de sódio (Na + ) Absorvido ao longo de todo o intestino Velocidade efetiva de absorção no jejuno (glicose e galactose) Digestão e absorção de minerais Absorção de cálcio (Ca 2+ ) Absorvido ativamente em todos os segmentos do intestino Absorção estimulada pela vitamina D Digestão e absorção de minerais Absorção de ferro (Fe 3+ ) Pode ser absorvido na forma livre (Fe 2+ ) ou como ferro hêmico Absorção limitada, pois tende a formar sais insolúveis com hidróxido, fosfato e bicarbonato 19

20 Digestão e absorção de minerais Absorção de ferro (Fe 3+ ) Vitamina C promove absorção de Fe formando um complexo solúvel com este mineral A vitamina C reduz Fe 3+ a Fe 2+ com menor tendência de formação de sais insolúveis Na circulação é transportado pela transferrina até o fígado Degradação das fibras alimentares Polissacarídeos vegetais, mais a lignina, que não são hidrolisados pelas enzimas do trato digestivo humano Aumentam o volume das evacuações (maior absorção de água) Regulam o tempo de trânsito intestinal Diminuem a pressão da luz intestinal Atuam no metabolismo dos ácidos graxos Controle da glicemia Redução dos triglicerídeos e colesterol sangüíneo Degradação das fibras alimentares A sua decomposição ocorre, em sua maior parte, no cólon, onde as fibras sofrem a fermentação das bactérias colônicas anaeróbicas. Ácidos graxos de cadeia curta (facilitam absorção de sódio e potássio) Gases (hidrogênio, metano e dióxido de carbono) Energia utilizada pelas próprias bactérias para crescimento e manutenção 20

21 Degradação das fibras alimentares Resumindo... Metabolismo hídrico O copo está meio cheio ou meio vazio? 21

22 Metabolismo hídrico Água Essencial para processos fisiológicos Digestão Absorção Excreção Metabolismo hídrico Água Representa 55-65% do peso corporal Sexo Quantidade de gordura corporal Idade Metabolismo hídrico 22

23 Metabolismo hídrico Mulheres < água / > gordura corporal Atletas > água (massa muscular) Idosos < água corporal Metabolismo hídrico Água corporal Líquido intracelular LIC (55-65%) Líquido extracelular LEC (35-45%) Meio para reações bioquímicas Suprimento de energia e nutrientes Metabolismo hídrico Líquido extracelular Plasma (8%) Fluido intersticial (28%) Água transcelular: fluidos intestinais, cerebroespinhal, interior dos ossos, tecido conjuntivo e cartilagem (2-4%) 23

24 Metabolismo hídrico 68 kg litros de LIC 7,5 litros intercelular 38 L 4 litros no plasma, linfa, líquido espinhal e secreções Metabolismo hídrico Funções da água Manutenção da temperatura corporal Proteção contra choques mecânicos e térmicos Lubrificação de meios (articulação) Controle da volemia Transporte de metabólitos Regulação eletrolítica Manutenção da pressão intra-ocular Metabolismo hídrico Balanço hídrico Metabolismo da água = Ingestão Excreção/Perda Ingestão de alimentos ou água Clima, temperatura, composição da dieta, atividade física 24

25 Metabolismo hídrico Balanço hídrico Indivíduo sadio Ingestão de água Líquidos Água nos alimentos Oxidação de nutrientes Total Excreção de água Urina Água nas fezes Pele Pulmão Total ml ml Metabolismo hídrico Osmorreceptores do hipotálamo Detecção da pressão osmótica dos fluidos corporais Estímulo ou inibição da secreção de vasopressina Maior ou menor absorção de água Metabolismo hídrico Ingestão de água Controlada pela sensação de sede Média diária: ml/kg 25

26 Metabolismo hídrico Eliminação ml pela urina ml pela pele e pulmões 500 ml por sudorese discreta ml por sudorese intensa Metabolismo hídrico Absorção O contato com a mucosa oral sacia a sede por 5 minutos A água ingerida é rapidamente absorvida Metabolismo hídrico Absorção Absorvida a partir do estômago e tem o intestino delgado como local preferencial para absorção Absorvida em decorrência de diferenças da pressão osmótica entre plasma e conteúdo intestinal 26

27 Metabolismo hídrico Síndrome de perda de água Desidratação devido à diminuição de água no corpo por redução da ingestão ou perda excessiva pelos pulmões, pele, rins ou trato gastrintestinal. Metabolismo hídrico Síndrome de perda de água Sede Redução de sudorese e saliva Volume urinário diminuído Fraqueza muscular generalizada Rigidez ou tremores musculares Parada respiratória Metabolismo hídrico Síndrome de perda de água Devido a excesso de soluto. Excreção urinária de quantidades excessivas de solutos, provocando uma perda obrigatória de água. 27

28 Metabolismo hídrico Síndrome de perda de água Paciente inconsciente recebendo alimentos por via nasogástrica com grande quantidade de solutos (sal, carboidratos e proteínas) Metabolismo hídrico Regulação da pressão arterial Os rins, como os capilares, podem regular a pressão arterial pelo aumento ou pela diminuição do volume sangüíneo. Declínio da pressão arterial Diminuição da produção de urina Metabolismo hídrico Regulação da pressão arterial Declínio da pressão arterial Diminuição da produção de urina Aumento da pressão arterial Aumento da produção de urina 28

29 Metabolismo hídrico Sistema Renina Mecanismo hormonal para a regulação da pressão arterial. Substrato renina (proteína plasmática) Diminuição da pressão arterial Renina (Rins) Angiotensina I Enzima conversora (Pulmão) Angiotensina II Vasoconstrição Aumento da pressão arterial Metabolismo hídrico Síndrome do excesso de água Paciente recebe mais água do que seus rins conseguem excretar. Metabolismo hídrico Síndrome do excesso de água Secreção inadequada de ADH (hormônio antidiurético). Em situações normais, é quase impossível a pessoa ingerir água suficiente para produzir um excesso. 29

30 Metabolismo hídrico Síndrome do excesso de água Sintomas Perda de atenção Confusão mental Delírio Fraqueza muscular Aumento agudo de peso Pele quente e úmida Equilíbrio Ácido-Básico Equilíbrio Ácido-Básico A regulação de íons hidrogênio Rins desempenham papel-chave neste controle Outros mecanismos: Tamponamento ácido-base (sangue, células e pulmões) 30

31 Equilíbrio Ácido-Básico Concentração de Na + no líquido extracelular = 142 meq/l Concentração de H + no líquido extracelular = 0,00004 meq/l A variação normal na concentração de íons hidrogênio no líquido extracelular é de cerca de 1 milionésimo da variação normal da concentração de íons sódio. Regulação precisa / Importância nas funções celulares Equilíbrio Ácido-Básico Ácido Doador de próton (H + ) Base Receptor de próton (H + ) Ácido forte se dissocia rapidamente quando dissolvido em água. Ácido fraco se dissocia parcialmente quando dissolvido em água. A ligação do H + nos ácidos fortes é mais fraca Após a perda do próton, o componente primário passa a atuar como uma base Equilíbrio Ácido-Básico HCl + H 2 O Cl - + H 3 O + Ácido clorídrico Íon cloreto H 2 CO 3 + H 2 O HCO 3- + H 3 O + Ácido carbônico Íon carbonato 31

32 Equilíbrio Ácido-Básico Ácido forte Equilíbrio Ácido-Básico Ácido fraco Equilíbrio Ácido-Básico HA + H 2 O A - + H 3 O + Água atuando como receptora de próton (Base) O componente primário passa a atuar como uma base A água também pode atuar como um ácido. Quando pura ela pode se dissociar e formar o íon hidróxido. H 2 O OH - + H + 32

33 Grau de dissociação... definido pela constante de dissociação (K). Para a água... [H + ] [OH - ] K = [H 2 O] A concentração de água pura é de 55,6M. No corpo humano, as concentrações de H +, OH - e a maioria dos outros compostos químicos são bem menores que 55M e estão na faixa de 10-3 e 10-8 M. Força de um ácido A concentração de H 2 O na maioria das soluções aquosas é muito alta e varia pouco nos organismos vivos A [H 2 O] é convencionalmente omitida da fórmula de K K = [H + ] [OH - ] Altos valores de K Baixos valores de K Ácido forte Ácido fraco Definindo o ph A concentração de H + em uma solução é expressa como ph, definido pela seguinte fórmula: Em água pura... ph = - log [H + ] [H + ] = 10-7 M ph = - log 10-7 ph = 7 33

34 Definindo o ph De acordo com a fórmula: ph = - log [H + ] [H+] [H+] ph ph ph = 7,0 ph > 7,0 ph < 7,0 Solução neutra Solução alcalina ou básica Solução ácida Força de um ácido O grau de dissociação de um ácido (HA) é definido pela constante de dissociação (K). K = [H + ] [A - ] [HA] Como comparar ácidos fortes e fracos? A força dos ácidos é convencionalmente expressa pelo pk... pk = - log K Força de um ácido pk = - log K Ácidos fortes Ácidos fracos baixos valores de pk altos valores de pk Os valores de K e pk são referentes a reações reversíveis em meio aquoso e que tenham atingido uma condição de equilíbrio. 34

35 Equilíbrio Consideremos um ácido imaginário (HA)... K = 0,01 pk = - log 0,01 pk = 2,0 [H+] [A-] K = = 0,01 [HA] Quando qualquer quantidade do ácido é colocada em água, o ácido se dissocia obedecendo a equação acima. K = 0,01 a dissociação pára e mesmo que continue, a reassociação ocorre em taxas iguais. Derivação Qual a relação entre ph e a proporção entre ácido e base? [H+] [A-] K = [HA] Derivação feita por Henderson-Hasselbalch - log [H + ] = - log K + log [A- ] [HA] ph = pk + log [A- ] [HA] Derivação Solução de Ácido acético 0,1 M e de ionte acetato 0,2 M. O pk do Ácido acético é 4,8. ph = pk + log [A- ] [HA] ph = 4,8 + log 0,2 0,1 ph = 4,8 + log 2 ph = 4,8 + 0,3 ph = 5,1 35

36 Sistemas de regulação Existem sistemas primários que regulam a concentração de íons H + nos líquidos corporais 1. Sistema químico de tampões ácidos-básicos 2. Centro respiratório (pulmões) através da eliminação de CO 2 3. Rins através da eliminação de urina ácida ou alcalina Os rins, mesmo atuando no controle tardio, aparece como o mais importante. Sistema químico Tamponamento Realizado por qualquer substância capaz de ligar-se, reversivelmente, aos íons H + Tampão + H + Tampão-H Aumento de H + puxa a reação para a direita Diminuição de H + puxa a reação para a esquerda No corpo humano meq/l de H + produzidos por dia 0,00004 meq/l de H + como concentração normal Sistema químico Sistema Tampão de Bicarbonato Composto por um ácido fraco e sal bicarbonato Anidrase Carbônica CO 2 + H 2 O H 2 CO 3 NaHCO 3 Na + + HCO 3 - CO 2 + H 2 O H 2 CO 3 H + + HCO 3-36

37 Sistema químico Sistema químico Sistema Tampão de Bicarbonato CO 2 + H 2 O H 2 CO 3 H + + HCO 3 - Adição de ácido ao sistema... H + + HCO 3 - H 2 CO 3 CO 2 + H 2 O O aumento de CO 2 produzido será eliminado no processo de respiração. Sistema químico Sistema Tampão de Bicarbonato CO 2 + H 2 O H 2 CO 3 H + + HCO 3 - Adição de base ao sistema... NaOH + H 2 CO 3 NaHCO 3 + H 2 O Formação adicional de HCO 3 - Concentração de H 2 CO 3 diminui e aumenta o consumo de CO 2 Inibição da respiração e diminuição da expiração de CO 2 37

38 Regulação respiratória CO 2 + H 2 O H 2 CO 3 H + + HCO 3 - Eliminação de CO 2 [H + ] Eliminação de CO 2 [H + ] Regulação respiratória A ventilação alveolar pode variar desde 0 até 15 vezes a normal Regulação respiratória O aumento da concentração de íons H + estimula a ventilação alveolar 38

39 Controle renal - Secreção de íons H + - Reabsorção de íons bicarbonato (HCO 3- ) - Produção de novos íons bicarbonato Eliminação de grandes volumes de urina ácida ou alcalina Distúrbios Já estão superados os tempos em que o próprio uso de suporte nutricional condicionava acidose metabólica Acidemia 7,35 Alcalemia Distúrbios Acidose respiratória é causada por redução da ventilação Alcalose respiratória resulta do aumento da ventilação CO 2 + H 2 O H 2 CO 3 H + + HCO 3 - Eliminação de CO 2 [H + ] Eliminação de CO 2 [H + ] 39

40 Distúrbios Acidose metabólica resulta da diminuição da concentração de bicarbonato no líquido extracelular - Acidose tubular renal: baixa reabsorção de bicarbonato e eliminação de íons hidrogênio - Diarréia: perda de grandes quantidades de bicarbonato de sódio nas fezes - Vômito do conteúdo intestinal: perda de bicarbonato Distúrbios Acidose metabólica resulta da diminuição da concentração de bicarbonato no líquido extracelular -Diabetes melito: uso de gordura no metabolismo e liberação de Ácido acetoacético -Ingestão de ácidos: acetilsalicílico e álcool metílico, convertido em Ácido fórmico - Insuficiência crônica renal: baixa reabsorção de bicarbonato e eliminação de íons hidrogênio Distúrbios Alcalose metabólica resulta do aumento da concentração de bicarbonato no líquido extracelular - Administração de diuréticos: aumento da reabsorção de bicarbonato e da eliminação de íons hidrogênio - Excesso de aldosterona: glândulas supra-renais aumentam a quantidade de hormônio e aumenta a eliminação de íons hidrogênio 40

41 Distúrbios Alcalose metabólica resulta do aumento da concentração de bicarbonato no líquido extracelular - Vômito do conteúdo gástrico: grandes perdas de HCl secretado pela mucosa gástrica - Ingestão de substâncias alcalinas: bicarbonato de sódio para tratamento de gastrite e úlcera péptica Tratamentos Corrigir a condição que provocou a anormalidade. Acidose: ingestão de bicarbonato de sódio infusão de lactato de sódio e gliconato de sódio Alcalose: Cloreto de amônio por via oral Amônia convertida em uréia pelo fígado, liberando HCl Referências - Introdução às Síndromes de Equilíbrio Hídrico, Eletrolítico e Ácido-básico. Jeffrey M. Brensilver e Emanuel Goldberger 8 a edição Editora Artes Médicas (1997) - Nutrição Clínica. Hélio Vannucchi e Júlio Sérgio Marchini 1 a edição Editora Guanabara Koogan (2007) - Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Dan L. Waitzberg 3 a edição Editora Atheneu (2006) - Nutritional Biochemistry. Tom Brody 1 a edição Editora San Diego (1994) 41