DICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL

Transcrição

1 DICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL 1. TÍTULO DO PROGRAMA As Histórias do Senhor Urso. 2. EPISÓDIO TRABALHADO A Prima do Coelho. 3. SINOPSE DO EPISÓDIO ESPECÍFICO Os brinquedos ouvem batidos na porta: é Olívia, a prima do Coelho, que sem avisar chega para uma visita de alguns dias. Porém, ela não aceita compartilhar nada com os amigos de seu primo, nem as brincadeiras, nem o lanche, nem as necessárias tarefas de (re)organização. O Senhor Urso pensa, então, em um plano. 4. PALAVRAS-CHAVE Brinquedos, companheirismo, espelho, organização, divisão de tarefas. 5. ASPECTOS RELEVANTES DO VÍDEO A prima do Coelho, Olivia, desestabiliza a lógica de companheirismo, partilha e entreajuda que a série apresenta por meio de seus personagens. A estabilidade é retomada pelo plano do Senhor Urso, que exige, justamente, a união dos outros personagens para que isso seja concretizado. Esse episódio trata, sobretudo, das questões interpessoais e da importância de compartilhar, seja o lanche, as brincadeiras, ou os momentos de organização. Questões que são reiteradamente vividas pelas crianças no cotidiano das instituições de educação infantil.

2 6. TÍTULO DO PROJETO/ATIVIDADE Eu e o outro: diferenciar-se para partilhar. 7. EM QUAL FASE OU IDADE SERIA MELHOR APLICAR ESSE TRABALHO? Esse trabalho é direcionado a crianças com idade entre 4 e 6 anos. 8. PRINCIPAIS CONCEITOS QUE SERÃO TRABALHADOS Objetiva-se com esse trabalho contemplar o processo de construção da identidade das crianças, um dos eixos do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil em seu segundo volume, que trata da formação pessoal e social. O trabalho foi pensado, também, tendo em vista os seguintes objetivos colocados por tal documento para o trabalho com crianças que têm idade entre quatro a seis anos: - valorizar ações de cooperação e solidariedade, desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração e compartilhando suas vivências (v.2, p. 27); - identificar e enfrentar situações de conflitos, utilizando seus recursos pessoais, respeitando as outras crianças e adultos e exigindo reciprocidade (id.); - identificar e compreender a sua pertinência aos diversos grupos dos quais participam, respeitando suas regras básicas de convívio social e a diversidade que os compõem. (v.2, p. 28). 9. O QUE O ALUNO PODERÁ APRENDER OU DESENVOLVER COM ESSA ATIVIDADE Espera-se que, com esse trabalho, as crianças se desenvolvam em aspectos afetivo-emocionais, em relação à sua identidade e à sua relação com o grupo, conforme citado anteriormente. 10. MATERIAL NECESSÁRIO PARA A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE Televisão, aparelho de DVD e cópia do episódio ou computador com acesso à internet.

3 11. DURAÇÃO DA ATIVIDADE O tempo estimado para a realização da atividade é de 1h, em dois momentos de trinta minutos. 12. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE Momento 1: A Prima do Coelho No primeiro momento, as crianças serão convidadas a assistir o episódio A Prima do Coelho e, em seguida, a se expressar sobre ele. A professora deverá mediar essa conversa, ouvindo o que as crianças manifestam sobre o filme. Momento 2: Eu e o outro brincadeiras Sugere-se a realização de três brincadeiras que têm como objetivo instigar as crianças a ter um olhar sobre si (consciência de si) e um olhar sobre o outro: A Dança do Chep-chep, O carteiro chegou e O espelho. A seguir, a descrição de como se brinca de cada uma delas: A DANÇA DO CHEP-CHEP A Dança do Chep-chep tem uma música como pano de fundo, com a seguinte letra: Fui a Nova Iorque visitar a minha avó, E ela me ensinou a dançar o chep-chep, Dança do Chep-chep, Dança do Chep-chep, A Dança do Chep-chep, Chep-chep, auê! Como se brinca Faz-se uma roda com as crianças em pé, de forma que todos consigam se ver. Para brincar, fica-se com as mãos soltas. Antes de iniciar a brincadeira, estabelece-se a ordem de quem será o líder da primeira rodada e a ordem para as rodadas seguintes.

4 Líder é o participante que define o gesto que todos farão. Geralmente, por estarmos em roda, combinamos de obedecer ao sentido horário ou anti-horário. A brincadeira se inicia com todos cantando, dançando livremente e batendo palmas para marcar a pulsação (o ritmo da música), até o primeiro chep-chep, em que o líder da rodada faz um gesto. A partir desse momento, todos os participantes fazem esse gesto até o fim da música, quando no auê todos erguem os braços, batendo uma palma forte, iniciando a próxima rodada. O CARTEIRO CHEGOU Como se brinca Faz-se uma roda com as crianças sentadas, sendo preciso que haja uma marca dos lugares a sentar (podem ser almofadas, cadeiras, círculos desenhados com giz no chão de cimento ou com um galho na areia). O número de lugares deve ser igual ao número de crianças menos um. Um participante ficará sempre no meio da roda chamaremos este participante de carteiro. Segue-se, a cada rodada, o seguinte diálogo: Carteiro o carteiro chegou! Todos o que é que ele trouxe? Carteiro uma carta! Todos para quem? Carteiro para quem. (nomeia um atributo objetivamente observável, por exemplo: está com o cabelo preso, está de camiseta rosa, é menino, está descalço, etc.). Nesse momento, todas as crianças que têm aquele atributo devem mudar de lugar, e nesse movimento, o carteiro tenta se sentar. A criança que permanecer em pé será o carteiro da próxima rodada.

5 O ESPELHO Como se brinca As crianças se organizam em duplas. Em seguida, alternadamente, uma delas será o espelho e outra será a figura espelhada. Deve-se sugerir à criança a ser espelhada que faça gestos lentos, para que a outra criança consiga percebê-los e fazê-los quase que ao mesmo tempo. Essa brincadeira requer mais concentração, e cabe ao professor(a) orientar pacientemente as crianças que tiverem dificuldade. Ao realizar essa brincadeira, é interessante criar estratégias para que as duplas sejam compostas por crianças que normalmente não tenham muita proximidade, promovendo o entrosamento da turma. 13. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE Como objetiva-se principalmente trabalhar com a identidade, que é um campo bastante subjetivo, em que as transformações nem sempre aparecem no curto prazo, sugere-se avaliar a atividade por meio da observação e do registro do processo, atentando para as maneiras como as crianças se manifestam em relação às proposições e com as outras crianças durante as brincadeiras. 14. DISCUSSÕES TEÓRICAS As brincadeiras podem ser uma forma interessante e rica de as crianças perceberem o outro e a si mesmas, diferenciando-se. Segundo Freire (1991), eu não sou você, você não é eu (ver Sugestões de leitura, item 14); assim como de se pensarem na coletividade: mas somos um grupo, enquanto somos capazes de, diferenciadamente, eu ser eu, vivendo com você e você ser você, vivendo comigo (id.). Tal premissa alinha-se com a concepção apresentada no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, que considera a identidade como um conceito do qual faz parte a ideia de distinção, de uma marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as características físicas, de modos de agir e de

6 pensar e da história pessoal. Sua construção é gradativa e se dá por meio de interações sociais estabelecidas pela criança, nas quais ela, alternadamente, imita e se funde com o outro para diferenciar-se dele em seguida, muitas vezes utilizando-se da oposição. (BRASIL, 1998, p.14). 15. SUGESTÕES DE LEITURA FREIRE, M. O que é um grupo? In: Paixão de aprender: a busca construtivista. v. 1. n. 1. Porto Alegre: SMED, REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Coordenação Geral de Educação Infantil. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, v. 2. Brasília, FREIRE, M. O que é um grupo? In: Paixão de aprender: a busca construtivista. v. 1. n. 1. Porto Alegre: SMED, CONSULTORIA Flora Bazzo Schmidt