Municípios em Dados. SUBSECRETÁRIA DE PLANEJAMENTO Cláudia Uchôa Cavalcanti

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1 Municípios em Dados SUBSECRETÁRIA DE PLANEJAMENTO Cláudia Uchôa Cavalcanti Equipe da Dimensão Territorial do Planejamento: Haidine da Silva Barros Duarte Francisco Filomeno Abreu Neto Paulo Cesar Figueredo Vitor Acselrad

2 Municípios em Dados Vitor Acselrad No âmbito da SUBPL, a equipe dedicada ao estudo da Dimensão Territorial do Planejamento (DTP) assumiu a tarefa de, com vistas às próximas avaliações e revisões do planejamento do Estado, selecionar, apresentar e analisar os dados mais relevantes do banco de informações elaborado através da consultoria da FUJB. Os dados referentes à dinâmica demográfica recente dos municípios, à economia e às finanças municipais, bem como a indicadores sociais básicos, são exibidos adiante através de tabelas, mapas e gráficos. A intenção é tornar público o início do trabalho da equipe. Os dados demográficos devem ser os de maior interesse para os autores e gestores dos planos estaduais do Governo, uma vez que, em última instância, é a serviço da população que devem estar todas as políticas públicas, e é no território onde essas políticas devem ser implementadas. Conhecer a população fluminense é pressuposto de toda política pública comprometida com os direitos dos cidadãos. Os dados econômicos também revelarão como o planejamento deve estar atento à dinâmica espacial da população. A menção ao território e aos municípios não é fortuita. A população não apenas apresenta um padrão de dispersão e concentração espacial, mas também se localiza em territórios pelos quais respondem os poderes públicos em geral, entre os quais o poder municipal. Diante disso, e na certeza de que a coordenação de esforços é decisiva para o sucesso da intervenção pública, desde já dedicamos atenção à situação das finanças públicas municipais. As principais necessidades e potencialidades de cada município fluminense devem ser consideradas na perspectiva da referida coordenação de esforços e do constante aperfeiçoamento das políticas do Governo estadual para as diversas regiões em que se divide o Estado.

3 Atualmente, o Estado do Rio de Janeiro é subdividido em 92 municípios e oito regiões de Governo, sendo estas útlimas a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), a Região Noroeste, a Região Norte, a Região das Baixadas Litorâneas, a Região Serrana, a Região Centro-Sul, a Região do Médio Paraíba e a Região da Costa Verde. Desde 1975, o Governo fluminense inclui a dimensão regional no seus instrumentos de planejamento. De um modo geral, os diferentes planos de Governo afirmaram um compromisso com a promoção do desenvolvimento espacial integrado. Foram observados avanços no aspecto metodológico da elaboração do planejamento regional fluminense. O 3º Plano Estadual de Governo desde a fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara criticou a divisão regional vigente, de corte puramente teórico, sem a participação dos municípios. O 4º Plano de Governo, adotado em 1988 e responsável pela atual regionalização do Estado, elencou instrumentos para reverter os desequilíbrios espaciais, como a municipalização de serviços básicos, a articulação intersetorial e intergovernamental e a interiorização dos programas estaduais. Na prática, a tradição de privilegiar políticas setoriais relegou os planos de um desenvolvimento regional equilibrado ao campo do discurso. Paralelamente, as regiões não adquiriram uma clara expressão política, mantendo uma identidade relativamente abstrata. Em que pese a inexistência de níveis de governo propriamente regionais, a figura jurídica das regiões favorece o seu desenvolvimento de modo equitativo. A questão territorial, encarada com o devido rigor conceitual, tornou-se premente em áreas cruciais da administração, a exemplo da segurança pública, cujos desafios prometem extrapolar cada vez mais a Região Metropolitana do Estado. Após duas décadas de transformações territoriais e formação de novos municípios, parece oportuno refletir sobre a dinâmica regional fluminense. Nisso consiste o interesse deste trabalho.

4 DEMOGRAFIA As mais recentes informações referentes à dinâmica demográfica do Estado do Rio de Janeiro são preliminares e mesmo provisórias, uma vez que se baseiam tanto em dados Censo de 2000 como nas estimativas de população elaboradas pelo IBGE para A expectativa é que os técnicos e gestores da SUBPL tenham acesso, tão cedo quanto possível, aos resultados do Censo de 2010, realizado em todo o território nacional. Vemos na Tabela A, para cada região e cada município, a participação de suas respectivas populações na população total fluminense estimada em 2009, bem como o crescimento de cada uma delas, em ordem de importância, entre 2000 e Todas as tabelas neste trabalho estão seccionadas por região. TABELA A Municípios e Regiões População estimada 2009 (% do ERJ) Crescimento demográfico 2000/2009 (%) Estado do Rio de Janeiro 100,0% 11,3 Região Metropolitana 73.3% 8,8 Guapimirim 0.3% 31,1 Itaguaí 0.7% 28,8 Itaboraí 1.4% 22,1 Japeri 0.6% 22,1 Seropédica 0.5% 20,8 Magé 1.5% 18,7 Tanguá 0.2% 17,2 Belford Roxo 3.1% 15,4 Nova Iguaçu 5.4% 14,7 Mesquita 1.2% 14,4 Queimados 0.9% 14,3 Duque de Caxias 5.5% 12,5 São Gonçalo 6.2% 11,3 Paracambi 0.3% 11,2 Rio de Janeiro 38.6% 5,6 São João de Meriti 2.9% 4,5 Niterói 3.0% 4,3 Nilópolis 1.0% 3,7 Fonte: IBGE.

5 DEMOGRAFIA Região e Municípios TABELA A População estimada 2009 (% do ERJ) Crescimento demográfico 2000/2009 (%) Região Norte Fluminense 5.1% 16,1 Macaé 1.2% 46,8 Quissamã 0.1% 45,4 Carapebus 0.1% 37,8 São Francisco de Itabapoana 0.3% 16,3 São João da Barra 0.2% 10,5 Conceição de Macabu 0.1% 10,1 São Fidélis 0.2% 6,7 Campos dos Goytacazes 2.7% 6,6 Cardoso Moreira 0.1% 0,9 Região e Municípios População estimada 2009 (% do ERJ) Crescimento demográfico 2000/2009 (%) Região Noroeste Fluminense 2.0% 8,6 Aperibé 0.1% 19,2 Italva 0.1% 16,3 Porciúncula 0.1% 15,6 Itaperuna 0.6% 14,7 São José de Ubá 0.0% 13,8 Varre Sai 0.1% 12,7 Santo Antônio de Pádua 0.3% 9,6 Bom Jesus do Itabapoana 0.2% 4,9 Natividade 0.1% 1,9 Laje do Muriaé 0.0% 1,1 Cambuci 0.1% 0,7 Miracema 0.2% 0,9 Itaocara 0.1% 2,4 Região e Municípios População estimada 2009 (% do ERJ) Crescimento demográfico 2000/2009 (%) Região da Costa Verde 1.5% 36,4 Angra dos Reis 1.1% 41,4 Mangaratiba 0.2% 30,6 Parati 0.2% 20,9 Fonte: IBGE.

6 DEMOGRAFIA Região e Municípios TABELA A População estimada 2009 (% do ERJ) Crescimento demográfico 2000/2009 (%) Região Centro Sul Fluminense 1.7% 7,6 Areal 0.1% 21,0 Comendador Levy Gasparian 0.1% 11,5 Paraíba do Sul 0.3% 11,4 Vassouras 0.2% 8,9 Engenheiro Paulo de Frontin 0.1% 8,6 Miguel Pereira 0.2% 8,2 Três Rios 0.5% 5,7 Paty do Alferes 0.2% 5,1 Mendes 0.1% 3,4 Sapucaia 0.1% 1,2 Região e Municípios População estimada 2009 (% do ERJ) Crescimento demográfico 2000/2009 (%) Região Serrana 5.1% 9,4 Carmo 0.1% 17,9 Teresópolis 1.0% 17,4 Bom Jardim 0.2% 17,2 Macuco 0.0% 15,1 Petrópolis 2.0% 10,0 Sumidouro 0.1% 8,0 São Sebastião do Alto 0.1% 7,7 Cordeiro 0.1% 7,0 São José do Vale do Rio Preto 0.1% 6,7 Duas Barras 0.1% 5,4 Cantagalo 0.1% 3,6 Nova Friburgo 1.1% 3,0 Santa Maria Madalena 0.1% 2,9 Trajano de Morais 0.1% 1,2 Fonte: IBGE.

7 DEMOGRAFIA Região e Municípios TABELA A População Estimada 2009 (% do ERJ) Crescimento Demográfico 2000/2009 (%) Região Baixadas Litorâneas 5.7% 43,4 Rio das Ostras 0.6% 165,3 Maricá 0.8% 60,9 Armação dos Búzios 0.2% 57,4 Iguaba Grande 0.1% 52,1 Cabo Frio 1.2% 46,7 Casimiro de Abreu 0.2% 38,0 São Pedro da Aldeia 0.5% 34,2 Araruama 0.7% 32,5 Saquarema 0.4% 32,2 Cachoeiras de Macacu 0.4% 18,0 Arraial do Cabo 0.2% 12,6 Rio Bonito 0.3% 10,8 Silva Jardim 0.1% 4,5 Região e Municípios População Estimada 2009 (% do ERJ) Variação Demográfica (%) 2000/2009 Região do Médio Paraíba 5.6% 13,2 Itatiaia 0.2% 43,8 Porto Real 0.1% 34,4 Resende 0.8% 24,4 Quatis 0.1% 22,4 Piraí 0.2% 18,1 Barra do Piraí 0.6% 17,3 Rio das Flores 0.1% 15,2 Pinheiral 0.1% 14,9 Valença 0.5% 14,3 Rio Claro 0.1% 13,2 Volta Redonda 1.6% 8,0 Barra Mansa 1.1% 3,6 FONTE: IBGE.

8 DEMOGRAFIA Na Tabela A, destaca-se a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), que continuou a se expandir nesta década, com taxas de crescimento até superiores às das regiões Noroeste e Centro-Sul. A primeira constatação é, portanto, o persistente padrão fortemente desigual de distribuição da população no Estado, com mais de 70% dela concentrada na RMRJ, em cuja periferia há cinco municípios com crescimento estimado superior a 20% de 2000 a Uma segunda constatação consiste na forte expansão demográfica de nove cidades das Baixadas Litorâneas (com destaque para Rio das Ostras, Maricá, A. dos Búzios, Iguaba Grande e Cabo Frio), três da Região Norte (sobretudo Macaé e Quissamã), uma da Costa Verde (Angra dos Reis) e uma do Médio Paraíba (Itatiaia). Regionalmente, destacam-se as Baixadas Litorâneas, cujo crescimento estimado é de 43,3% em , chegando a 165,3% no caso de Rio das Ostras. Em contrapartida, estimam-se decréscimos na população de quatro municípios, a saber: Itaocara e Miracema, na Região Noroeste, Cardoso Moreira, na Norte, e Trajano de Morais, na Serrana. O Gráfico 1 ilustra os dados agregados por região. GRÁFICO 1: Crescimento e Participação da população regional na população estadual 50,0% 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% 80,0% 75,0% 70,0% 65,0% 60,0% 55,0% 50,0% 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% Crescimento Proporção FONTE: IBGE.

9 DEMOGRAFIA No Gráfico 1, o eixo da esquerda indica o crescimento demográfico estimado, e o eixo da direita, a proporção esperada da população fluminense residente em cada região em A Tabela B relaciona os dados da distribuição proporcional do eleitorado fluminense pelos municípios e regiões conforme dados do TSE atualizados em julho de Basicamente, eles acompanham a distribuição espacial do conjunto da população do Estado. Fonte: TSE RJ. TABELA B Participação do Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado do Rio de Janeiro julho de 2010 Estado do Rio de Janeiro 100,00% Região Metropolitana 72.7% Belford Roxo 2.6% Duque de Caxias 5.1% Guapimirim 0.3% Itaboraí 1.3% Itaguaí 0.7% Japeri 0.6% Magé 1.4% Mesquita 1.1% Nilópolis 1.1% Niterói 3.2% Nova Iguaçu 4.7% Paracambi 0.3% Queimados 0.8% Rio de Janeiro 40.3% São Gonçalo 5.6% São João de Meriti 3.0% Seropédica 0.4% Tanguá 0.2% Participação do Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado do Rio de Janeiro julho de 2010 Região Noroeste Fluminense 2.1% Aperibé 0.1% Bom Jesus do Itabapoana 0.2% Cambuci 0.1% Italva 0.1% Itaocara 0.2% Itaperuna 0.6% Laje do Muriaé 0.1% Miracema 0.2% Natividade 0.1% Porciúncula 0.1% Santo Antônio de Pádua 0.3% São José de Ubá 0.1% Varre Sai 0.1% Fonte: TSE RJ. Participação do Eleitorado das Regiões Municípios no Total de Eleitores do Estad Rio de Janeiro julho de 2010 Região Norte Fluminense 5.3% Campos dos Goytacazes 2.9% Carapebus 0.1% Cardoso Moreira 0.1% Conceição de Macabu 0.1% Macaé 1.2% Quissamã 0.1% São Fidélis 0.3% São Francisco de Itabapoana 0.3% São João da Barra 0.2% Fonte: TSE RJ.

10 DEMOGRAFIA TABELA B Participação do Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado do Rio de Janeiro julho de 2010 Região Serrana 5.5% Bom Jardim 0.2% Cantagalo 0.1% Carmo 0.1% Cordeiro 0.1% Duas Barras 0.1% Macuco 0.0% Nova Friburgo 1.3% Petrópolis 2.1% Santa Maria Madalena 0.1% São José do V.R. Preto 0.1% São Sebastião do Alto 0.1% Sumidouro 0.1% Teresópolis 1.0% Trajano De Morais 0.1% Fonte: TSE RJ. Participação do Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado do Rio de Janeiro julho de 2010 Região da Costa Verde 1.4% Angra dos Reis 1.0% Mangaratiba 0.2% Parati 0.2% Fonte: TSE RJ. Participação do Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado do Rio de Janeiro julho de 2010 Região Centro Sul Fluminense 1.9% Areal 0.1% Comendador Levy Gasparian 0.1% Engenheiro Paulo de Frontin 0.1% Mendes 0.1% Miguel Pereira 0.2% Paraíba Do Sul 0.3% Paty do Alferes 0.2% Sapucaia 0.1% Três Rios 0.5% Vassouras 0.2% Fonte: TSE RJ. Participação do Eleitorado das Regiõe Municípios no Total de Eleitores do Estado de Janeiro julho de 2010 Região das Baixadas Litorâneas 5.6% Araruama 0.7% Armação dos Búzios 0.2% Arraial Do Cabo 0.2% Cabo Frio 1.1% Cachoeiras de Macacu 0.4% Casimiro de Abreu 0.2% Iguaba Grande 0.2% Maricá 0.7% Rio Bonito 0.4% Rio das Ostras 0.5% São Pedro da Aldeia 0.5% Saquarema 0.5% Silva Jardim 0.1% Fonte: TSE RJ.

11 DEMOGRAFIA TABELA B Participação do Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado do Rio de Janeiro julho de 2010 Região do Médio Paraíba 5.6% Barra Do Piraí 0.6% Barra Mansa 1.1% Itatiaia 0.2% Pinheiral 0.1% Piraí 0.2% Porto Real 0.1% Quatis 0.1% Resende 0.7% Rio Claro 0.1% Rio Das Flores 0.1% Valença 0.5% Volta Redonda 1.8% Fonte: TSE RJ. Naturalmente, a distribuição dos eleitores por regiões e municípios segue de perto aquela referente à população em geral. Enquanto a RMRJ concentra mais de 70% dos eleitores fluminenses, há três regiões cujos eleitores representam, somados, apenas 4% do total estadual. Há ainda cinco regiões na página acima que abrigam, cada uma, mais de 5% do eleitorado do Rio de Janeiro. À luz da evolução demográfica recente das Baixadas Litorâneas e de sua base de crescimento (muito maior que a da segunda região cuja taxa de expansão foi expressiva a Costa Verde), pode-se esperar algum aumento em seu peso político nos próximos anos. Nada, porém, que torne este peso comparável ao da RMRJ, onde apenas São Gonçalo equivale a toda a Região das Baixadas Litorâneas ou às regiões Noroeste, Centro-Sul e da Costa Verde juntas. O Mapa 1 ilustra isso, com destaque para a l, com 40,3% do eleitorado estadual, São Gonçalo (5,6%), Duque de Caxias (5,1%), Nova Iguaçú (4,7%) e Niterói (3,2%). Somente em Niterói há aproximadamente o mesmo número de eleitores que nas regiões Noroeste e da Costa Verde em conjunto.

12 DEMOGRAFIA MAPA 1: Municípios Fluminenses Fonte: TSE RJ.

13 ECONOMIA A economia fluminense apresentou um comportamento cuja associação com o quadro demográfico é bastante nítida em determinados aspectos. Abaixo, a Tabela C indica a evolução do emprego formal nas regiões do Estado segundo os setores discriminados nas colunas. Três regiões se destacam pela maior expansão no total de empregos que criaram. São elas as regiões Norte, das Baixadas Litorâneas e da Costa Verde. A única em que a indústria de transformação ganhou expressão significativamente maior foi a da Costa Verde, cuja indústria naval foi reativada nos últimos anos. A indústria do petróleo é um dos fatores por trás do substantivo aumento do emprego formal nas regiões Metropolitana e Norte. Nesta última, assim como nas Biaxadas Litorâneas, nota-se ainda um surto de crescimento dos empregos na construção civil. Localiza-se em ambas as regiões e na Costa Verde o maior surto de expansão do emprego no setor de serviços geralmente atrelado ao emprego na indústria. No caso das Baixadas Litorâneas, cuja indústria não prosperou muito no período, os novos empregos estão parcialmente ligados à evolução recente das finanças públicas locais, como veremos mais adiante. Regiões TABELA C Variação do emprego formal nas Regiões de Governo do Rio de Janeiro entre 1995 e 2008 Agropecuária Ind. extrativa mineral Ind. Transformação Construção civil Comércio Serviços Adm. Pública Metropolitana 67,2 435,2 9,4 40,4 55,5 39,4 17,6 28,3 Noroeste Fluminense 19,0 98,3 74,7 115,3 123,3 80,0 52,1 68,0 Norte Fluminense 2, ,1 84,7 378,3 179,5 196,3 87,7 169,1 Serrana 31,6 16,3 24,5 56,9 65,8 39,4 55,2 39,9 Baixadas Litorâneas 19,8 42,4 59,2 314,6 229,2 174,6 117,9 144,0 Médio Paraíba 13,3 41,3 5,7 81,3 94,2 45,8 37,5 37,7 Centro Sul Fluminense 25,6 168,4 2,5 69,7 62,9 104,2 68,8 56,5 Costa Verde 9,4 11,1 218,6 28,9 147,2 248,7 119,1 148,1 Estado do Rio de Janeiro 13,2 421,3 1,7 59,4 67,8 48,3 26,9 38,1 Fonte: RAIS/MTE. Total

14 ECONOMIA MAPA 2: Municípios Fluminenses Fonte: IBGE.

15 ECONOMIA MAPA 3: Municípios Fluminenses Fonte: IBGE e elaboração do autor.

16 ECONOMIA Nos Mapas 2 e 3, respectivamente, vemos o crescimento da população e do PIB de cada município. (Os dados são do IBGE, e os do PIB foram convertidos em valores reais e em taxas anuais para essa ilustração.) Convém chamar a atenção sobretudo para as manchas em azul escuro, onde se observaram as maiores taxas de crescimento, e áreas em branco, que incluem municípios com crescimento acumulado negativo situação tanto mais intrigante quando se percebe que se trata de um considerável espaço de tempo. A mais evidente associação positiva entre as duas variações localiza-se em três zonas : o extremo oeste do Médio Paraíba (Resende e Porto Real), toda a Costa Verde e as áreas contíguas das regiões Norte e das Baixadas Litorâneas. Dos cinco municípios que associaram mais fortemente o boom econômico e o demográfico, quatro estão nas Baixadas Litorâneas Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Búzios e Cabo Frio. No extremo oposto da mesma região, Maricá e Saquarema também crescem rapidamente. Na região Norte, Macaé, Carapebus e São João da Barra seguem a mesma tendência. Antes mesmo de recorrermos a análises quantitativas mais precisas, o plano geográfico sugere outras relações espaciais, desta vez entre diferentes municípios. Nas imediações de Resende, o município de Barra Mansa apresenta um quadro de estagnação econômica e relativa estabilidade demográfica. Já Itatiaia, em que pese a grave estagnação da economia local (-1% a.a.), exibe taxas de crescimento populacional elevadas (43,8% acumulado em ). Essa dinâmica requer um escrutínio mais detido na escala regional, pois corrobora a hipótese de existência de alguma relação com os municípios vizinhos. O caso de Itatiaia estagnação do PIB e persistente expansão da população se reproduz em Arraial do Cabo e Conceição de Macabu, nos arredores do novo eixo litorâneo de crescimento ao Norte, situado entre Cabo Frio e Quissamã. Por sua vez, o caso de Barra Mansa repete-se no arco em branco acima do referido eixo litorâneo ao Norte arco formado por Silva Jardim, Friburgo, Trajano de Morais e Santa Maria Madalena. São padrões que exigem atenção do gestor público.

17 FINANÇAS MUNICIPAIS Para além da atenção do Governo, os novos desequilíbrios intra-regionais, decorrentes da emergência de novos polos de crescimento no interior do Estado, requerem estudos e previsões que permitam a antecipação e questões para as quais a falta de soluções pode significar a reprodução de mazelas vividas até hoje sobretudo pela população da Região Metropolitana. Tais soluções, naturalmente, devem incluir a participação dos poderes locais, cujos instrumentos dependem do estado de suas finanças públicas. A Tabela D apresenta dados do quadro de servidores e de receitas e despesas municipais, bem como a posição de cada município no ranking montado pelo consultor da FUJB, que não chegou a hierarquizar as regiões segundo os dados da primeira coluna ou das duas últimas. Em razão disso, calculou-se a simples média das posições dos municípios, criando-se uma hierarquia regional para todas as colunas de dados. TABELA D Finanças Públicas e Quadro de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2008 Municípios e Regiões Habitantes por servidor RCL per Peso dos royalties na RCL Custeio per Investimento per Região Metropolitana ,21 8 3, Belford Roxo 45, , , , ,91 89 Duque de Caxias 67, , , , ,51 29 Guapimirim 33, , , , ,35 59 Itaboraí 60, , , , ,33 68 Itaguaí 16, , , , ,20 14 Japeri 58, , , , ,18 66 Magé 107, , , , ,19 60 Mesquita 111, , , , ,23 65 Nilópolis 44, , , , ,28 64 Niterói 49, , , , ,01 79 Nova Iguaçu 103, , , , ,19 40 Paracambi 44, , , , ,34 78 Queimados 58, , , , ,60 69 Rio De Janeiro 67, , , , ,00 32 São Gonçalo 61, , , , ,95 85 São João de Meriti 99, , , , ,94 73 Seropédica 46, , , , ,62 56 Tanguá 42, , , , ,82 36 FONTE: FINBRA/STN, TCE/RJ, RAIS e IBGE.

18 FINANÇAS MUNICIPAIS TABELA D inanças Públicas e Quadro de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2008 Municípios e Regiões Habitantes por servidor RCL per Peso dos royalties na RCL (%) Custeio per Investimento per Região Norte , , Campos dos Goytacazes 34, , , ,33 4 Carapebus 10, , , , ,26 12 Cardoso Moreira 17, , , , ,39 18 Conceição de Macabu 29, , , , ,81 30 Macaé 21, , , , ,16 6 Quissamã 10, , , ,00 1 São Fidélis 20, , , , ,21 43 São Francisco de Itabapoana 40, , , , ,77 81 São João da Barra 13, , , , ,51 3 FONTE: FINBRA/STN, TCE/RJ, RAIS e IBGE. Municípios e Regiões Finanças Públicas e Quadro de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2008 Habitantes por servidor RCL per Peso dos royalties na RCL (%) Custeio per Investimento per Região Noroeste , , Aperibé 19, , , , ,75 41 Bom J. do Itabapoana 34, , , , ,02 91 Cambuci 15, , , , ,00 62 Italva 27, , , , ,98 72 Itaocara 28, , , , ,08 52 Itaperuna 60, , , , ,07 82 Laje do Muriaé 14, , , , ,21 92 Miracema 22, , , , ,26 38 Natividade 16, , , , ,33 25 Porciúncula 23, , , , ,55 26 Santo A. de Pádua 29, , , , ,46 71 São José de Ubá 13, , , , ,03 47 Varre Sai 12, , , , ,25 48 FONTE: FINBRA/STN, TCE/RJ, RAIS e IBGE.

19 FINANÇAS MUNICIPAIS TABELA D Finanças Públicas e Quadro de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2008 Municípios e Regiões Habitantes por servidor RCL per Peso dos royalties na RCL (%) Custeio per Investimento per Região do Médio Paraíba ,42 4 7, Barra Do Piraí 47, , , , ,18 54 Barra Mansa 45, , , , ,45 44 Itatiaia 19, , , , ,53 75 Pinheiral 21, , , , ,46 17 Piraí 13, , , , ,72 19 Porto Real 15, , , , ,83 5 Quatis 23, , , , ,37 15 Resende 31, , , , ,54 27 Rio Claro 19, , , , ,47 9 Rio Das Flores 9, , , , ,29 11 Valença 19, , , , ,92 87 Volta Redonda 29, , , , ,22 22 FONTE: FINBRA/STN, TCE/RJ, RAIS e IBGE. Finanças Públicas e Quadro de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2008 Municípios e Regiões Habitantes por servidor RCL per Peso dos royalties na RCL (%) Custeio per Investimento per Centro Sul Fluminense ,20 6 9, Areal 19, , , ,68 39 Comendador L. Gasparian 13, , , , ,80 70 Engenheiro P. de Frontin 34, , , , ,98 21 Mendes 15, , , , ,73 37 Miguel Pereira 23, , , , ,35 34 Paraíba do Sul 32, , , ,88 80 Paty do Alferes 15, , , , ,32 35 Sapucaia 25, , , , ,45 49 Três Rios 36, , , ,19 57 Vassouras 43, , , , ,70 74 FONTE: FINBRA/STN, TCE/RJ, RAIS e IBGE.

20 FINANÇAS MUNICIPAIS TABELA D Municípios e Regiões Finanças Públicas e Quadro de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2008 Habitantes por servidor RCL per Peso dos royalties na RCL (%) Custeio per Investimento per Baixadas Litorâneas , , Araruama 25, , , , ,05 88 Armação dos Búzios 10, , , , ,79 31 Arraial do Cabo 26, , , , ,72 42 Cabo Frio 34, , , , ,50 23 Cachoeiras de Macacu 24, , , , ,59 83 Casimiro de Abreu 22, , , , ,29 16 Iguaba Grande 22, , , , ,27 45 Maricá 52, , , , ,34 63 Rio Bonito 23, , , , ,28 76 Rio das Ostras 14, , , , ,33 2 São Pedro da Aldeia 37, , , , ,71 58 Saquarema 41, , , , ,69 24 Silva Jardim 20, , , , ,93 51 FONTE: FINBRA/STN, TCE/RJ, RAIS e IBGE. Municípios e Regiões Finanças Públicas e Quadro de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2008 Habitantes por servidor RCL per Peso dos royalties na RCL (%) Custeio per Investimento per Região Serrana ,12 7 7, Bom Jardim 37, , , , ,15 55 Cantagalo 18, , , , ,93 46 Carmo 16, , , , ,61 84 Cordeiro 41, , , , ,55 90 Duas Barras 15, , , , ,76 28 Macuco 12, , , , ,76 10 Nova Friburgo 27, , , , ,73 53 Petrópolis 43, , , , ,10 67 Santa Maria Madalena 12, , , , ,06 33 São José do V.R. Preto 28, , , , ,65 61 São Sebastião do Alto 18, , , , ,41 50 Sumidouro 22, , , , ,62 20 Teresópolis 40, , , , ,30 86 Trajano de Morais 11, , , , ,18 77 FONTE: FINBRA/STN, TCE/RJ, RAIS e IBGE.

21 FINANÇAS MUNICIPAIS TABELA D Municípios e Regiões Finanças Públicas e Quadro de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2008 Habitantes por servidor RCL per Peso dos royalties na RCL (%) Custeio per Investimento per Região da Costa Verde , , Angra dos Reis 31, , , , ,07 13 Mangaratiba 8, , , , ,50 7 Parati 31, , , , ,67 8 FONTE: FINBRA/STN, TCE/RJ, RAIS e IBGE. A RMRJ tem os municípios com menores valores de Receita Corrente Líquida (RCL) per. No extremo oposto está a Costa Verde, seguida pela Região Norte cujos municípios se destacam pela notável desigualdade de recursos públicos com os quatro mais ricos governos municipais de todo o Estado (Quissamã, São João da Barra, Macaé e Carapebus) e dois outros nas posições 69 e 73 do ranking. As Baixadas Litorâneas sobressaem igualmente pela desigualdade intermunicipal, uma vez que possui três municípios entre os dez mais ricos do Estado e três entre os 20 de menor RCL per. O ranking de municípios criado com o indicador Habitantes por servidor municipal (que o consultor da FUJB elaborou com as melhores posições 1, 2, 3... para municípios com menores valores, i.e., com menor número de habitantes por servidor) põe em evidência sobretudo a região Norte, com dois (Carapebus e Quissamã) dos cinco municípios que mais empregam servidores por habitante. Dona da maior RCL per entre as regiões fluminenses, a Região Norte foi também a que mais viu crescer essa receita em , como mostram as tabelas nas próximas páginas. A situação remete automaticamente o analista à questão dos royalties do petróleo, que na Região Norte representam quase 50% - mais precisamente, 48,18% da RCL do conjunto dos seus municípios. A Costa Verde, com a segunda maior RCL per em 2008 e a segunda maior taxa de expansão da RCL regional em , arrecada royalties equivalentes a apenas 23,39% dessa receita. Já as Baixadas Litorâneas representam um caso semelhante ao da Região Norte, pois

22 FINANÇAS MUNICIPAIS tiveram a teceira maior expansão de RCL no período , e hoje contam com os royalties para formarem mais de 40% da RCL do conjunto dos seus municípios. A Tabela E reapresenta os dados da RCL per dos municípios, desta vez ao lado do aumento relativo acumulado da RCL total municipal no período de Ao nível regional, estão hierarquizados os municípios pela coluna da direita, onde a expansão recente da RCL indica a tendência geral das receitas públicas de cada município. Nas Baixadas Litorâneas, destacam-se Rio das Ostras e Cabo Frio, com variações de RCL de, respectivamente, 219% e 216%. Na Região Norte, as maiores taxas de aumento da RCL foram de Campos, com 488%, e São João da Barra, com 316%, tendo dois outros municípios elevado também suas RCL em mais de 200%. Aumentos igualmente expressivos da RCL foram registrados em Porto Real (353%) e Mangaratiba (247%), nas regiões do Médio Paraíba e da Costa Verde, respectivamente. Em Porto Real, a diferença patente entre o aumento da RCL do município e o aumento da RCL regional concorre para evidenciar o aprofundamento da desigualdade no interior da região. Observa-se no Gráfico 2, após a Tabela E, a relação entre a RCL per e a participação dos royalties na RCL total de cada um dos municípios do Estado do Rio de Janeiro. Os pontos mais dispersos em direção ao canto superior direito do Gráfico 2 são exatamente os municípios das regiões Norte e das Baixadas Litorâneas, e se encontram reproduzidos no Gráfico 3. Isso revela que (a) a maioria dos municípios das demais regiões não tem níveis tão elevados de RCL per quanto as duas regiões em destaque e (b) que a RCL per dessas duas regiões é superior à média do restante do Estado em virtude dos royalties.

23 FINANÇAS MUNICIPAIS TABELA E RCL per em 2008 e variação da RCL em Municípios e Regiões (%) Região Metropolitana 1.369,21 41,9 Mesquita* 593,91 Guapimirim 1.808,66 188,2 Paracambi 1.664,41 185,5 Itaguaí 2.391,41 158,9 Magé 976,37 151,5 Duque de Caxias 1.558,33 141,2 Seropédica 1.122,07 119,9 Tanguá 1.616,60 107,5 Nilópolis 802,86 104,5 Japeri 894,05 103,0 Queimados 746,78 93,6 Itaboraí 934,33 79,3 Nova Iguaçu 720,55 70,8 Belford Roxo 649,18 69,7 Niterói 1.906,92 63,7 São João de Meriti 569,81 50,1 São Gonçalo 485,66 34,0 Rio de Janeiro 1.720,98 25,2 FONTE: FINBRA/STN/MF e TCE/RJ. Região Centro Sul Fluminense 1.638,20 86,2 Vassouras 1.859,54 152,2 Mendes 1.803,68 141,0 Engenheiro Paulo de Frontin 2.233,12 126,0 Miguel Pereira 1.810,59 105,9 Paty do Alferes 1.729,88 88,9 Paraíba do Sul 1.310,89 82,9 Sapucaia 2.052,95 72,1 Areal 2.252,63 62,7 Comendador Levy Gasparian 2.503,06 56,8 Três Rios 1.194,47 49,2 FONTE: FINBRA/STN/MF e TCE/RJ.

24 FINANÇAS MUNICIPAIS TABELA E RCL per em 2008 e variação da RCL em Municípios e Regiões (%) Região Serrana 1.573,12 40,9 Macuco 4.064,53 134,6 Duas Barras 2.590,23 131,3 Cordeiro 1.604,50 108,3 Bom Jardim 1.539,48 97,2 Santa Maria Madalena 2.852,54 69,1 São Sebastião do Alto 2.747,34 61,0 Teresópolis 1.352,21 59,2 São José do Vale do Rio Preto 1.754,39 58,2 Sumidouro 2.159,03 45,9 Petrópolis 1.597,28 31,8 Carmo 2.135,07 28,6 Nova Friburgo 1.200,70 23,9 Trajano de Morais 2.457,97 20,3 Cantagalo 2.248,31 19,1 Região do Médio Paraíba 1.767,42 37,6 Porto Real 5.726,71 353,3 Rio Claro 2.182,11 106,6 Barra do Piraí 933,73 92,3 Pinheiral 1.669,43 91,4 Rio das Flores 2.782,04 81,0 Resende 1.644,09 70,1 Quatis 1.965,69 58,4 Valença 1.004,55 43,8 Piraí 4.002,57 42,4 Volta Redonda 2.090,65 21,2 Barra Mansa 1.412,06 8,9 Itatiaia 1.765,77 8,4 Região da Costa Verde 3.506,81 209,8 Mangaratiba 5.229,06 247,0 Parati 3.027,14 231,4 Angra dos Reis 3.275,52 196,1 FONTE: FINBRA/STN/MF e TCE/RJ.

25 FINANÇAS MUNICIPAIS TABELA E RCL per em 2008 e variação da RCL em Região Norte Fluminense 3.989,85 289,7 Campos dos Goytacazes 2.997,16 488,6 São João da Barra 6.931,22 316,3 Macaé 6.338,14 274,7 São Francisco de Itabapoana 1.377,64 245,8 Quissamã ,41 145,9 Conceição de Macabu 1.813,03 80,9 Carapebus 5.949,00 75,2 São Fidélis 1.317,89 55,3 Cardoso Moreira 2.393,50 51,9 Região Noroeste Fluminense 1.684,21 68,2 São José de Ubá 2.878,43 121,3 Miracema 1.586,58 120,6 Italva 1.993,09 107,1 Natividade 2.086,62 80,8 Santo Antônio de Pádua 1.339,62 75,7 Porciúncula 1.674,50 72,5 Itaperuna 1.536,58 63,9 Cambuci 1.908,13 58,7 Varre Sai 2.560,86 57,9 Laje do Muriaé 2.624,80 56,8 Itaocara 1.726,25 56,1 Bom Jesus do Itabapoana 1.356,48 54,5 Aperibé 2.172,45 13,0 FONTE: FINBRA/STN/MF e TCE/RJ.

26 FINANÇAS MUNICIPAIS TABELA E RCL per em 2008 e variação da RCL em Municípios e Regiões (%) Região das Baixadas Litorâneas 2.338,77 150,2 Rio Bonito 1.575,16 Rio das Ostras 5.815,99 219,0 Cabo Frio 2.619,14 216,2 Cachoeiras de Macacu 1.817,24 186,0 Casimiro de Abreu 5.399,37 175,5 Armação dos Búzios 5.031,62 147,9 São Pedro da Aldeia 1.259,74 130,0 Silva Jardim 2.981,24 127,8 Maricá 981,48 100,1 Iguaba Grande 1.857,08 88,3 Saquarema 1.444,63 58,9 Arraial do Cabo 2.066,70 43,6 Araruama 974,96 39,1 FONTE: FINBRA/STN/MF e TCE/RJ. GRÁFICO 2: Municípios do Estado do Rio de Janeiro , , , , , , ,00 0,00 RCL Per Capita Peso dos Royalties na RCL 2008 GRÁFICO 3: Municípios do Norte e das Baixadas Litorâneas RCL Per Capita , , , , , , ,00 0,00 FONTE: FINBRA/STN/MF e TCE/RJ. Peso dos Royalties na RCL 2008

27 INDICADORES SOCIAIS Finalmente, era necessário abordar os indicadores sociais já nesta primeira iniciativa de divulgar os resultados do trabalho de organização dos novos dados do Estado fluminense. Foram privilegiados os dados produzidos pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) em razão da abrangência com que tratam os aspectos relativos ao desenvolvimento social. O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), cujos componentes de saúde e educação apresentamos a seguir, interessa ao cidadão e ao gestor público por ser não apenas abrangente o que favorece uma análise global da situação da população local como também mais recente do que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que retratou os municípios brasileiros pela última vez no ano Os dados atualmente disponíveis para o IFDM datam de Elaborado em âmbito nacional, o índice permite também a comparação dos municípios fluminenses com todos os demais municípios brasileiros. Estudos cotejando dados do Rio de Janeiro com os de outros Estados brasileiros já estão em curso na SUBPL, e pretendem igualmente dar conta de uma gama significativa de aspectos da realidade atual desses diferentes entes da federação. No entanto, esta primeira exposição de dados manteve o foco nos municípios do Estado do Rio. E nem poderia ser outro o objeto central das reflexões e ações do gestor estadual. A Tabela F apresenta indicadores sociais básicos dos municípios e suas respectivas posições em termos comparativos nas colunas. O ranking regional corresponde à simples média das posições dos respectivos municípios. No indicador de saúde da Firjan, o Médio Paraíba tem cinco dos dez melhores posicionados no Estado, levando a região à melhor posição no ranking regional. Por sua vez, a Região Norte, com o segundo melhor desempenho no indicador, parece ter um maior desvio em relação à média regional: tem dois municípios entre os dez melhores em saúde, mas outros dois nas posições 47 e 60 no ranking estadual. A desigualdade intrar-regional é também a marca da RMRJ, cujos municípios estão em posições do ranking que variam de 3 a 75. Chama atenção também o caso da Costa Verde, onde Angra dos Reis apresenta dados de saúde muito superiores aos de Parati e Mangaratiba.

28 INDICADORES SOCIAIS Mas é nas Baixadas Litorâneas que os dados de saúde surpreendem, em particuar à luz da evolução da arrecadação de recursos públicos pelas administrações municipais. Pior colocada no indicador de saúde da Firjan, a região é também a segunda pior colocada no indicador de educação da mesma instituição, posição confirmada pelas notas municipais no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), elaborado pelo Ministério da Educação. No IDEB, o pior desempenho estadual foi o da Região Norte terceira pior colocada no índice de educação da Firjan. Municípios IFDM 2006 Saúde TABELA F IFDM 2006 Educação Tanguá 0, , ,7 3,8 82 Fonte: FIRJAN. IDEB 2007 IDEB 2009 Região Metropolitana Belford Roxo 0, , ,5 3,6 87 Duque de Caxias 0, , ,6 3,7 83 Guapimirim 0, , ,5 4,0 74 Itaboraí 0, , ,7 4,1 66 Itaguaí 0, , ,8 4,1 67 Japeri 0, , ,6 3,6 88 Magé 0, , ,6 3,6 89 Mesquita 0, , ,7 4,1 69 Nilópolis 0, , ,9 3,7 84 Niterói 0, , ,1 4,3 53 Nova Iguacu 0, , ,8 3,9 77 Paracambi 0, , ,5 4,4 50 Queimados 0, , ,7 3,8 80 Rio de Janeiro 0, , ,6 5,1 15 São Gonçalo 0, , ,8 3,8 81 São João de Meriti 0, , ,5 3,9 78 Seropédica 0, , ,6 3,7 86

29 INDICADORES SOCIAIS TABELA F Municípios IFDM 2006 Saúde IFDM 2006 Educação IDEB 2007 IDEB 2009 Região Serrana Bom Jardim 0, , ,1 4,6 30 Cantagalo 0, , ,1 4,3 52 Carmo 0, , ,3 4,7 27 Cordeiro 0, , ,3 4,5 40 Duas Barras 0, , ,3 4,0 73 Macuco 0, , ,1 4,4 49 Nova Friburgo 0, , ,2 4,8 25 Petrópolis 0, , ,4 4,6 32 Santa Maria Madalena 0, , ,3 4,5 46 São José do Vale do Rio Preto 0, , ,4 4,5 47 São Sebastião do Alto 0, , ,1 4,6 36 Sumidouro 0, , ,6 5,5 3 Teresópolis 0, , ,2 5,3 9 Trajano de Morais 0, , ,7 5,1 17 Região Baixadas Litorâneas Araruama 0, , ,7 4,2 58 Armação de Búzios 0, , ,2 4,5 38 Arraial do Cabo 0, , ,7 3,9 75 Cabo Frio 0, , ,9 4,5 39 Cachoeiras de Macacu 0, , ,9 3,9 76 Casimiro de Abreu 0, , ,7 4,7 28 Iguaba Grande 0, , ,3 4,5 41 Maricá 0, , ,3 4,2 62 Rio Bonito 0, , ,2 4,3 55 Rio das Ostras 0, , ,0 5,3 8 São Pedro da Aldeia 0, , ,1 4,2 63 Saquarema 0, , ,0 4,3 57 Silva Jardim 0, , ,8 3,6 90 Fonte: FIRJAN.

30 INDICADORES SOCIAIS TABELA F Municípios IFDM 2006 Saúde IFDM 2006 Educação IDEB 2007 IDEB 2009 Região Norte Fluminense Campos dos Goytacazes 0, , ,8 3,2 92 Carapebus 0, , ,1 4,1 65 Cardoso Moreira 0, , ,2 3,8 79 Conceição de Macabu 0, , ,7 4,8 24 Macaé 0, , ,7 4,9 22 Quissamã 0, , ,5 4,3 54 São Fidelis 0, , ,4 4,6 35 São Francisco de Itabapoana 0, , ,4 3,7 85 São João da Barra 0, , ,9 3,3 91 Região Noroeste Fluminense Aperibé 0, , ,2 5,5 2 Bom Jesus do Itabapoana 0, , ,5 4,6 31 Cambuci 0, , ,6 5,8 1 Italva 0, , ,0 5,0 18 Itaocara 0, , ,7 5,1 13 Itaperuna 0, , ,0 5,4 4 Laje do Muriaé 0, , ,3 4,1 68 Miracema 0, , ,7 5,0 19 Natividade 0, , ,0 4,5 42 Porciúncula 0, , ,3 4,6 33 Santo Antonio de Pádua 0, , ,1 5,1 16 São José de Ubá 0, , ,2 5,4 5 Varre Sai 0, , ,0 4,6 37 Região da Costa Verde Angra dos Reis 0, , ,4 4,3 51 Mangaratiba 0, , ,0 4,2 61 Parati 0, , ,3 4,8 26 Fonte: FIRJAN.

31 INDICADORES SOCIAIS TABELA F Municípios IFDM 2006 Saúde IFDM 2006 Educação IDEB 2007 IDEB 2009 Região do Médio Paraíba Barra do Piraí 0, , ,0 4,2 60 Barra Mansa 0, , ,5 4,9 21 Itatiaia 0, , ,7 4,4 48 Pinheiral 0, , ,3 4,5 44 Piraí 0, , ,8 4,9 23 Porto Real 0, , ,8 4,1 70 Quatis 0, , ,1 4,7 29 Resende 0, , ,1 4,5 45 Rio Claro 0, , ,2 4,1 71 Rio das Flores 0, , ,2 4,6 34 Valença 0, , ,5 5,0 20 Volta Redonda 0, , ,8 5,2 10 Região Centro Sul Areal 0, , ,7 4,2 59 Comendador L. Gasparian 0, , ,3 5,1 11 Engenheiro P. de Frontin 0, , ,5 5,1 12 Mendes 0, , ,7 5,3 6 Miguel Pereira 0, , ,9 5,3 7 Paraíba do Sul 0, , ,3 4,5 43 Paty do Alferes 0, , ,7 5,1 14 Sapucaia 0, , ,9 4,3 56 Três Rios 0, , ,1 4,2 64 Vassouras 0, , ,7 4,1 72 Fonte: FIRJAN.

32 Considerações Finais Finanças municipais e indicadores sociais são dois objetos essenciais ao esforço de mapeamento da nova realidade fluminense, que a SUBPL se dedica atualmente a retratar. Cada uma dessas dimensões evidencia, respectivamente, as mais concretas possibilidades e necessidades de cada município do Estado. O aspecto mais notável dos dados observados consiste na heterogeneidade interna de certas regiões. Como vimos, o crescimento econômico recente foi bastante diferenciado no interior de seis das oito regiões do Estado sendo exceções a Costa Verde, com dinamismo forte e bem distribuído, e a Região Serrana, cujo baixo crescimento foi bastante difuso. A relação desses dados com a dinâmica populacional requer um estudo cuidadoso. Merece atenção, entretanto, o quadro estacionário ou negativo do crescimento demográfico em diversos municípios das regiões Noroeste e Serrana. Nesta última, os municípios de menor expansão demográfica são vizinhos ao novo eixo litorâneo de Maricá a Quissamã de forte crescimento populacional, em cujo núcleo estão municípios de alto dinamismo econômico e receitas públicas alavancadas pelos royalties gerados através da indústria do petróleo. Observa-se igualmente forte heteroeneidade intra-regional na área social. A Região Serrana possui indicadores de saúde situados entre os melhores (São José do V. do Rio Preto e Cantagalo) e os piores do Estado (Carmo, São Sebastião do Alto e Santa Maria Madalena), havendo forte a discrepância também entre os demais municípios serranos. Do mesma forma, o Noroeste possui municípios entre os melhores (Porciúncula e Italva) e piores colocados (Itaperuna e Itaocara) no indicador de saúde. Em contrapartida, quatro dos 13 municípios dessa mesma região estão entre os cinco de melhor desempenho no IDEB. Na Região Serrana, apenas dois de seus 14 municípios estão entre os dez melhores colocados no ranking estadual do IDEB. Na Região Norte, formada por nove municípios, quatro deles estão entre os 20 do Estado que possuem os melhores indicadores de saúde. Já no IDEB, a região é mais homogênea, não tendo nenhum município entre os 20 mais bem

33 posicionados no Estado. De fato, lá se encontram os dois piores registros do IDEB, tendo Campos dos Goytacazes e São João da Barra os dois piores desempenhos no indicador. O contraste entre a magnitude da RCL per da região a maior do Estado e os resultados da educação aferidos pelo IDEB sugere a importância da busca de alternativas de gestão a serem adotadas em favor da qualidade do ensino. O mesmo pode ser deduzido da análise dos dados das Baixadas Litorâneas, cuja RCL per a terceira maior do Estado convive, como vimos, com sensíveis necessidades na área social. Dos 13 municípios da região, nenhum está entre os 20 melhores em saúde, e apenas um está entre os 20 melhores no IDEB. Para fazer frente às necessidades das regiões Norte e das Baixadas Litorâneas, os dados de arrecadação municipal sugerem a existência de capacidades locais significativas. Ao contrário, a RMRJ apresenta carências correlatas na área social e no plano das receitas públicas. Apenas um (Niterói, na 10ª posição) dos 18 municípios da região situa-se entre os 20 melhores do Estado no indicador de saúde, e três deles (Belfort Roxo, Queimados e Tanguá) apresentam os piores desempenho em saúde de todo o território fluminense. No IDEB, o nível das carências da RMRJ não é diferente. Dos 18 municípios, nada menos do que 12 estão entre os 20 piores colocados no ranking estadual. Apenas um (Rio de Janeiro, na 15ª posição) situa-se entre os 20 melhores. Na mais populosa região do Estado, a capacidade local de enfrentar suas carências sociais não é tão evidente, uma vez que a RCL per l da RMRJ é claramente a menor de todas as oito regiões fluminenses. O objetivo exclusivo desse estudo foi descrever a dinâmica e o quadro atual dos indicadores municipais apresentados, chamando-se atenção para certas peculiaridades das diferentes regiões. A explicação para as semelhanças e diferenças entre as unidades territoriais abordadas é tarefa para estudos mais detalhados.