Interrupções. As interrupções são casos especiais de chamadas de procedimentos.
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- Marta Leonor Bastos Canela
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1 Interrupções Uma interrupção é equivalente a uma chamada de procedimento. A chamada é equivalente a um CALL gerado pela execução de uma instrução. As interrupções são casos especiais de chamadas de procedimentos. Em ambos os casos o procedimento que é executado designa-se rotina de serviço à interrupção ou interrupt handler. O retorno do procedimento ou rotina de serviço à interrupção é feito com a instrução IRET. 109 As interrupções possíveis numa CPU são normalmente pré-definidas numa TABELA DE VECTORES DE INTERRUPÇÃO. Um VECTOR DE INTERRUPÇÃO é um número de 4 bytes. A tabela de vectores de interrupção está armazenada nos primeiros 1K de memória (endereços de 0 a 3FFh). Existem 256 vectores diferentes de interrupção. Cada vector contem o endereço do procedimento de serviço à interrupção (valores para IP e CS). Primeiros 2 bytes têm o IP e os 2 últimos bytes o CS. 110
2 Os primeiros 32 VECTORES DE INTERRUPÇÃO são RESERVADOS e utilizados presentemente pelo fabricante Intel e sistemas de operação (ou exploração). Os restantes vectores de estão disponíveis para o utilizador. Alguns vectores reservados são para condições de excepção que ocorrem na execução das instruções: divisão por zero, overflow, O manuseamento correcto de interrupções requer: desactivação prévia de interrupções iniciação do vector de interrupção para o handler apropriado activação das interrupções O gestor (handler) de uma interrupção deve: verificar o estado da flag de interrupções guardar o contexto (registos, flags e tudo o mais que for manipulado) bloquear as interrupções que possam interferir com o processamento do gestor permitir as interrupções que não causam interferências (ex. relógio do sistema) determinar a causa da interrupção e tomar as acções apropriadas restaurar o contexto previamente guardado desbloquear as interrupções previamente inibidas retornar ao processo interrompido 112
3 Aquando de uma interrupção: Para além do tempo da chamada e execução da rotina de serviço à interrupção, o programa não foi afectado pelo funcionamento desta. A comunicação entre a rotina e o programa não pode ser feita por registos, pois estes pertencem ao estado do processador, que deve ser preservado. 113 As interrupções são tipicamente causadas por eventos externos à CPU, tais como: operações de entrada/saída detecção de faltas de hardware situações catastróficas (falha de energia) As interrupções podem estar associadas a 3 tipos de eventos: interrupções internas interrupções externas interrupções de software 114
4 Interrupções internas (da interrupção 0 à interrupção 4) NMI (Interrupções não mascaráveis) Excepções Interrupções externas ou de hardware: desencadeadas por periféricos ou coprocessadores ligadas ao NMI ou INTR: NMI reservado para catástrofes (falha de energia, erro de memória) INTR CPU procura o vector PIC coloca-o no barramento; multiplexa fontes (XT - 1 PIC: 8 fontes) (AT - 2 PIC: 16 fontes) 115 Interrupções de software: são meras instruções assembly do CPU - INT n geram um apontador para uma posição da tabela de vectores de interrupção tal como uma interrupção de hardware. Exemplo: IRQ0 - salta para a posição 08h da tabela de vectores de interrupção INT 8 - emula o IRQ0, saltando para a mesma posição da tabela O MS-DOS utiliza as interrupções de software 20h a 3Fh para comunicação com os seus módulos e com as aplicações 116
5 Interrupções de software (continuação): Cada instrução INT tem associado um número de 0 a 255. Por exemplo INT 100, corresponde ao vector de interrupção 100 e encontra-se nos endereços de memória 190H - 193H. As interrupções de software são utilizadas para chamar procedimentos do sistema, dado que não é necessário conhecer o endereço da função do sistema. Estes procedimentos são comuns a todos os sistemas e aplicações de software. A instrução IRET permite o retorno ao programa principal. O mesmo que um POPF seguido de um RET. O IRET carrega da stack o estado anterior das flags IF e TF. A instrução STI permite receber interrupções. A instrução CLI desabilita as interrupções. 117 Interrupções por hardware O pino INTR é utilizado para desencadear, através de um sinal externo, um dos 256 tipos de interrupção (geralmente entre 20H - 0FFH). Estas interrupções podem ser mascaradas, através da colocação a zero da flag IF pela instrução CLI. Pode ser habilitada através da instrução STI. 118
6 Se a entrada NMI estiver activa, ocorre uma interrupção do tipo 2. O sinal INTA é, também, um pino de interrupção, no entanto, é utilizado como saída para responder ao pedido efectuado em INTR de modo a ser colocado, pelo periférico, o número do tipo de vector de interrupção no barramento de dados D7 - D Prioridade das Interrupções: O que acontece se ocorrerem duas interrupções simultaneamente? Nesse caso será atendida a interrupção de mais alta prioridade. Interrupção Divisão por Zero NMI INTR Passo a Passo Prioridade Mais Elevada Mais Baixa Supondo que o pino INTR se encontra habilitado, e que recebe um sinal de interrupção durante uma operação de divisão que resulta numa divisão por zero. Como a interrupção gerada internamente (interrupção tipo 0) tem maior prioridade que a interrupção gerada pelo pino INTR, será atendida a interrupção interna. 120
7 Controlador de Prioridades de Interrupções (PIC) Se colocarmos o NMI a detectar as interrupções originadas por falhas de energia, apenas sobra o pino INTR para receber todas as outras interrupções (teclado, impressora, rato, etc.). De modo a evitar este problema recorre-se à utilização de um controlador de prioridades de interrupções (PIC) o 8259A. 121 Controlador de Prioridades de Interrupções (PIC) Quando o 8259A recebe um sinal de interrupção num dos seus pinos de IR#, envia para o pino INTR do processador um sinal de interrupção. Se IF = 1, o processador responde à interrupção: 1 - efectua um ciclo de reconhecimento de interrupção no pino INTA e prepara o bus de dados para receber informação; 2 - efectua um segundo ciclo para informar o 8259A que pode enviar o informação sobre o tipo de interrupção. Este valor é colocado nas 8 linhas menos significativas do barramento de dados; 3 - efectua o procedimento normal de resposta a uma interrupção. A vantagem da utilização do PIC é a possibilidade de converter várias linhas de pedido de interrupção para uma só, sem lógica adicional. 122
8 Controlador de Prioridades de Interrupções (PIC) PIC 8259A 123 Controlador de Prioridades de Interrupções (PIC) Podemos interrogar-nos sobre o que acontece se ocorrerem dois pedidos simultâneos de interrupção nas linhas IR#. Se o PIC estiver a operar no modo de prioridades fixas, a prioridade mais elevada dos pedidos de interrupção é ordenada de IR0 para IR7. O registo interrupt mask tem como função habilitar ou desabilitar entradas de interrupção. Cada bit deste registo corresponde a uma entrada. O registo interrupt request verifica qual a linha de entrada que pede uma interrupção. Cada bit deste registo corresponde a uma entrada. O registo in-service indica qual a linha de interrupção que está a ser servida. O priority resolver define se, e quando é que, uma das entrada IR# é servida. 124
9 Controladores de Prioridades de Interrupções Master e Slave - Modo de funcionamento: Se o slave receber um pedido de interrupção, e se estiver habilitado, envia um sinal para uma entrada IR# do master. Se o sinal tiver maior prioridade que qualquer outro, o master envia um sinal para a entrada INTR do processador. O processador envia dois sinais de INTA para os dois PIC. O slave ignora o primeiro sinal e o master coloca nos pinos CAS# a identificação do slave, habilitando o PIC slave. Quando o slave recebe o segundo pulso do INTA coloca no barramento de dados o número da interrupção pedida. 125 Controladores de Prioridades de Interrupções Master e Slave - Modo de funcionamento: A interface com os PICs é conseguida através das portas 20h/0A0h e 21h/0A1h. O primeiro endereço em cada par é o endereço do PIC master (IRQ 0-7); O segundo endereço de cada par corresponde ao PIC slave (IRQ 8-15). A porta 20h/0A0h refere-se a uma localização de escrita / leitura a partir da qual é possível escrever comandos no PIC e ler o estado dos seus registos. A porta 21h/0A1h refere-se a uma localização de escrita / leitura que contém o registo da máscara de interrupções. No registo da máscara de interrupções, um 0 activa a linha e um 1 desactiva a linha de interrupção. Cuidado! Quando se alteram os bits do registo da máscara de interrupções, não se deve escrever o valor directamente na porta 21h/0A1h; deve-se começar por ler o valor actual e depois efectuar operações AND e OR para alterar os bits desejados e só depois escrever o valor em 21h/0A1h. 126
10 Controladores de Prioridades de Interrupções Master e Slave - Modo de funcionamento: Registo da máscara de interrupções Tabela de IRQs 127
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