TIC E COORDENAÇÃO MOTORA
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- Iasmin Pinto Barbosa
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1 TIC E COORDENAÇÃO MOTORA SILVA, Gisele Bozza da, SME Curitiba giselebs@hotmail.com COSTA, Sirley Terezinha Golemba, SME Curitiba sirley.sme@curitiba.org.br Área Temática: Educação: Comunicação e Tecnologia Agência Financiadora: Não contou com financiamento Resumo Este artigo trata do uso das tecnologias digitais em atividades realizadas no Laboratório de Informática, com alunos do Pré e 1º Ano (5 e 6 anos), da Escola Municipal Lapa. Partindo da observação dos alunos durante as aulas na realização das atividades propostas, o estudo apresenta, possíveis contribuições das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), aplicadas à Educação Escolar, no desenvolvimento da Coordenação Motora Fina. Palavras-chave: Coordenação Motora Fina, Tecnologias Digitais, Desenvolvimento Motor. Introdução O processo de escolarização nos mais diversos níveis ocorre no contexto das diferenças individuais. Desta forma, o profissional da educação encontra inúmeros desafios no seu dia-a-dia. Buscar o desenvolvimento de cada uma das crianças em um grupo 30, ou mais de 35 alunos, é uma tarefa que demanda um bom domínio, por parte do professor, de procedimentos de ensino- aprendizagem que atendam as necessidades educacionais das crianças Os alunos podem estar numa mesma faixa etária, no entanto são diferentes entre si no que diz respeito ao seu crescimento físico e ao desenvolvimento de suas habilidades. Nos dias de hoje, as tecnologias digitais vem demonstrando que é possível o desenvolvimento de uma nova área de conhecimento, a Informática. Tornando-se assim uma nova ferramenta, de auxílio no trabalho educativo que o professor faz dentro de sala e no Laboratório de Informática. Por meio da Informática na Educação, nota-se que o computador pode auxiliar e fazer com que o aluno se envolva no processo de aquisição do conhecimento. A tecnologia digital,
2 12381 como instrumento mediador do processo de ensino e aprendizagem, torna-se relevante, pois os alunos se envolvem emocionalmente com as atividades e também encontram significado para sua aprendizagem. Cada vez mais cedo as crianças estão em contato com as novas tecnologias, o que possibilita mudanças nos seus modos de comunicação e de interação. Por meio do acesso às novas tecnologias, são desenvolvidas novas habilidades: como o senso crítico; a observação, a classificação, a memorização, a imaginação e também algumas habilidades físicas, como a Coordenação Motora Fina. Por consistir num recurso desafiador, a Tecnologia é um instrumento capaz de aumentar a motivação dos alunos. As tecnologias digitais apresentam-se, na Educação, por meio de aplicativos educacionais, e no caso dos educandos de 5 e 6 anos da Escola Municipal Lapa, estes aplicativos consistiram em softwares que possibilitaram atividades simples de exercício e prática, que se caracterizaram por atividades repetitivas para treinar habilidades, como por exemplo, jogos da memória, liga-pontos, aplicativos para desenhar, etc. priorizando o desenvolvimento da atenção, concentração, coordenação motora fina, percepção de cores, formas e o raciocínio lógico. O principal objetivo deste trabalho foi identificar as possíveis contribuições das Novas Tecnologias, em atividades realizadas no Laboratório de Informática, da Escola Municipal Lapa EF, do Município de Curitiba-Pr, no que se refere ao desenvolvimento da Coordenação Motora Fina. Coordenação Motora Fina Em seu artigo, Pelegrini (2003, p.179) afirma que o desenvolvimento motor ocorre dentro de uma série de mudanças ao longo do desenvolvimento da criança, referente ao deslocamento de partes do corpo ou de todo o corpo no espaço, desta forma, o movimento consiste em um elemento fundamental na comunicação e interação com as outras pessoas e com o meio ambiente. No entanto, a autora nos coloca que apesar dos movimentos estarem presentes em todas as nossas ações, eles acabam variando em função da nossa disposição física e mental num determinado momento, pois, o desenvolvimento motor e a aquisição de habilidades motoras, que ocorre ao longo dos anos é fruto não só das disposições do indivíduo para a ação, mas principalmente do contexto físico e sócio-cultural onde o indivíduo está inserido.
3 12382 Pellegrini ainda afirma que, coordenação motora é a capacidade de coordenação de movimentos decorrente da integração entre comando central, o Cérebro, e unidades motoras dos músculos e articulações (PELLEGRINI, 2003, p.179). Para que a criança possa explorar os objetos a sua volta ela precisa adquirir uma série de habilidades manipulativas, que somadas ao repertório motor, permite o uso dos objetos para determinados fins, como dos talheres, da tesoura, do lápis e da bola. Na execução da habilidade motora de escrever, ou pintar por exemplo, a criança deve apresentar o controle das partes do corpo que estão em movimento para a execução da tarefa, e ao mesmo tempo o controle da relação entre os movimentos das diversas partes do corpo, isto é, ela deve controlar as partes que estarão em movimento e também controlar as partes que devem ficar paradas. Os fatores deste controle motor, ou equilíbrio motor (tanto parado como em movimento) e da coordenação, em conjunto com força produzida e a agilidade, velocidade e energia, são considerados determinantes do desempenho motor. Segundo Pellegrini (2003, p.180), quanto mais a atividade exigir esta relação de movimentos e equilíbrio, maior será o nível de coordenação necessário para um desempenho eficiente. Estes movimentos concentrados numa única parte do corpo é chamada de Coordenação Motora Fina, e consiste na capacidade de usar de forma eficiente e precisa os pequenos músculos, principalmente os músculos das mãos, produzindo assim movimentos delicados e específicos. Este tipo de coordenação permite o manuseio de pequenos objetos e a realização de atividades como recortar, lançar em um alvo, costurar, escrever, digitar, etc. Para Pellegrini (2003, p.181), habilidades motoras finas são: [...] aquelas que requerem muita precisão, envolvem principalmente os membros superiores, em específico as mãos. Um grande número de músculos, relativamente pequenos, são ativados na execução destas habilidades. Encontramos no rol de habilidades motoras finas, o escrever, o digitar, o fazer crochê, ou consertar um relógio e, mais precisamente no processo de alfabetização, o discernimento entre escrever as letras que são parecidas graficamente: m/n, g/q, l/b, dentre outras. Utilizando Softwares O trabalho de desenvolvimento da Coordenação motora fina com alunos de 5 e 6 anos de idade, tem como objetivo proporcioná-los a capacidade de realizar atividades complexas do ponto de vista cognitivo e motor. Desta forma o computador e as ferramentas utilizadas,
4 12383 neste caso os Softwares, precisam estar de acordo com a idade citada e também, com o nível de desenvolvimento que se observa nos alunos. Para a aquisição de habilidades motoras finas o aluno também precisa desenvolver a capacidade de concentração, a memória e o raciocínio lógico. O computador torna-se então o instrumento ideal pois constitui-se num mecanismo que engloba tanto o desenvolvimento cognitivo como o motor fino. Dependendo do jogo ou atividade, há uma melhora na coordenação motora, na memória e nos reflexos. Segundo Assunção (2003, p.1), o Software Educacional Infantil deve ser simples, porém intuitivo, com muitas imagens, cores e sons interessantes, pois deve estimular as aptidões que estão sendo desenvolvidas. O conteúdo educacional deve ser passado de forma subliminar, pois para a criança o que importa é a diversão. Os jogos educacionais não devem exigir muito da criança, que ainda se encontra em fase de desenvolvimento de suas habilidades, como por exemplo à coordenação motora fina. O acompanhamento do educador ou do responsável também é importante nessa idade, pois há a necessidade de direcionar para as melhores práticas e tornar mais proveitoso a atividade, para que os educandos não realizem as atividades apenas por fazer, e sim pela aprendizagem que lhes proporciona. Outro ponto importante é saber dosar sua aplicação para não prejudicar o pleno desenvolvimento em outras áreas (como sua socialização, desenvolvimento físico e emocional, etc). (ASSUNÇÃO, 2003, p.1) Portanto, cabe ressaltar, que os softwares educacionais são programas que visam atender necessidades vinculadas à aprendizagem, portanto devem possuir objetivos pedagógicos. Não devem ser utilizados de maneira solta, sem objetivos ou metas prédefinidas. Pois estes objetivos, mesmo que sejam parcialmente alcançados, servirão como eixos norteadores para o desenvolvimento do processo. Relato da Experiência Para a aquisição de habilidade motora fina é necessário que haja um momento específico (ou uma seqüência de oportunidades) em que as condições sejam propícias para o aprendizado e/ou aquisição de tal habilidade. Com base nessa idéia, buscou-se desenvolver a coordenação motora fina dos alunos através de uma série de atividades escolhidas para tal fim.
5 12384 Com a implementação do Ensino Fundamental de 9 anos, a Escola Municipal Lapa, passou a atender, também, alunos de 5 anos de idade, e desta forma percebeu-se, nestes alunos, uma grande dificuldade na questão de Coordenação Motora Geral e principalmente Fina. Alguns dos alunos que ingressaram este ano na Escola, já freqüentavam o CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil), antes de entrarem na Escola, e assim apresentaram uma boa coordenação motora, pois realizaram atividades que estimulam essa habilidade, quando ainda estavam no CMEI. Quanto aos alunos que não passaram pelo CMEI, pois ficavam em casa ou eram atendidos pelos parentes ou amigos, percebeu-se uma grande dificuldade na coordenação motora. Lima (2007, p.01), afirma, que a fase pré-escolar ou período preparatório" é fundamental, pois é quando a criança se prepara para seguir as próximas etapas de aquisição do conhecimento dentro de um ambiente escolar, isto é, a fase pré-escolar é a preparação das crianças para o ingresso na Escola. Para a autora, uma criança que não teve um bom preparo na fase pré-escolar, pode apresentar durante a alfabetização, dificuldades relacionadas à coordenação motora fina e à orientação espacial, não sabendo por exemplo, segurar o lápis com firmeza, unir as letras enquanto escreve, ou como posicionar a escrita no papel (LIMA, 2007, p. 01). Levando em consideração as questões citadas, os grupos de atendimento no Laboratório de Informática se tornaram bastante diversificados, pois havia crianças que já conheciam algumas letras, que já tinham contato com o Microcomputador (pois possuem este recurso em suas casas), já manipulavam lápis, pequenos objetos; enquanto as outras crianças não conheciam o computador, algumas tinham dificuldade em segurar o lápis. No Laboratório, observou-se que estas crianças não conseguiam segurar o mouse, de uma maneira que pudessem clicar e movimentar o cursor na tela. O início do trabalho com as turmas de Pré (5 anos) e 1º Ano (6 anos), foi complicado, por não havia muitos recursos para atender as especificidades que a idade dos alunos exigia. No Laboratório havia poucos Softwares que pudessem ser utilizados, até mesmo idéias e sugestões de trabalho para desenvolver com os alunos, pois se tratando do primeiro ano de implementação do Ensino Fundamental de 9 anos, a Escola passou por um momento de adaptação, por conta dos alunos que iniciantes na Instituição.
6 12385 Passado este período de adaptação, tanto da Escola como das crianças, o trabalho dos professores em sala de aula e também no Laboratório começou a apresentar resultados. Para o trabalho realizado no Laboratório de Informática, utilizaram-se os seguintes Softwares: Cores e Formas e Jogos de Raciocínio (Positivo Informática), Vamos Brincar com a Turma da Mônica (CEDIC Multimídia), Drawing for Children (desenho), Portal Cidade do Conhecimento (Mundo da Criança e Sala de Educação Infantil), Mundo dos Bichos (Edições Chocolate), Filhotes (Vale das Letras). Alguns destes Softwares foram utilizados mais de uma vez, pelo fato de que alguns alunos não conseguiram realizar a atividade, e assim, esta foi retomada num segundo momento. As atividades no Laboratório, propostas para os alunos, foram escolhidas de acordo com o que se imaginava ser adequado para eles, levando em consideração este fato, algumas atividades tornarem-se inadequadas para aquele momento, e assim foram retomadas no segundo semestre, como a produção de desenho, com o Software Drawing for Children, Ligapontos, Quebra-cabeça, pintura de desenho, Guarda-roupa da Mônica (Cd-Rom Turma da Mônica), Animalfabeto, Mosaico, Sequência (Portal Cidade do Conhecimento), cabe ressaltar aqui que todas estas atividades foram difíceis para os alunos resolverem por que exigiam o desenvolvimento da coordenação motora fina, habilidade que no momento não dispunham. Considerações Finais Nas atividades realizadas no Laboratório de Informática, como o uso do Microcomputador, é clara a relação de movimentos e equilíbrio, pois a criança deve concentrar-se nos movimentos que as mãos devem fazer e ao mesmo tempo manter o resto do corpo parado, para que a atividade possa ser realizada de maneira satisfatória, como por exemplo uma atividade de Liga-Pontos onde o aluno precisa concentrar todos os movimentos que ele pode fazer em apenas uma parte do corpo, neste caso a mão que ele utiliza para segurar o mouse. Observa-se, que a Coordenação Motora Fina, é contemplada nas atividades realizadas com o auxílio do Micro-computador, ou seja, qualquer atividade proposta para os alunos de 5 e 6 anos envolverá o desenvolvimento da Coordenação Motora Fina. Mesmo que o aluno tenha muita dificuldade, ele será persistente e conseguirá realizar a atividade, e conseqüentemente, terá um melhor desenvolvimento de sua coordenação motora fina. Analisando, de modo geral, o período letivo de fevereiro até novembro do ano de 2007, pode-se concluir que o computador, como instrumento de trabalho do professor de
7 12386 Laboratório, contribui muito para o aprendizado dos alunos, por motivar, desafiar, e instigar as crianças a vencerem seus limites, sejam cognitivos ou motores. Segundo Vieira (2003, s/p.), a utilização das novas tecnologias na educação não garante, por si só, a aprendizagem dos alunos, pois as mesmas são instrumentos de ensino que podem e devem estar a serviço do processo de construção e apropriação do conhecimento das crianças. A introdução desses recursos na educação deve ser acompanhada de uma sólida formação dos professores para que eles possam utilizá-las de uma forma responsável e com potencialidades pedagógicas verdadeiras, não sendo utilizadas como máquinas divertidas e agradáveis, simplesmente para passar o tempo. REFERÊNCIAS PELLEGRINI, Ana Maria; NETO, Samuel de Souza; BUENO, Flavia Cristina Rodrigues; ALLEONI, Bruno Nascimento e MOTTA, Adriana Ijano. Desenvolvendo a coordenação motora no Ensino Fundamental. Núcleos de Ensino. Disponível em: < Acesso em: 15 de outubro de 2007 ASSUNÇÃO, Tania. Software Educacional Infantil. Tia Tânia. Disponível em: < Acesso em: 17 de outubro de 2007 VIEIRA, Fábia Magali Santos. A utilização das Novas Tecnologias na Educação numa Perspectiva Construtivista. Tia Tânia. Disponível em: < Acesso em: 17 de outubro de 2007 LIMA, Katia Ferreira. A importância da pré-escola. Guia do Bebê. Disponível em:< Acesso em: 20 de outubro de 2007
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