Djumbai Regional de Oio Direitos Humanos e Mecanismos de Proteção das Vítimas
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- Manoel Camilo Rijo
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1 Djumbai Regional de Oio Direitos Humanos e Mecanismos de Proteção das Vítimas Fase di Kambansa 1
2 ÍNDICE FICHA TÉCNICA...3 Enquadramento...4 Resumo...4 Painel I: Direitos Humanos: VBG (Violência Baseada no Género); casamento precoce e casamento forçado; a Importância da escolarização das raparigas assim como as consequências da prática da MGF...5 Painel II: Mecanismos de Proteção das Vítimas...10 Recomendações
3 FICHA TÉCNICA Redação: Aissatú Camará Indjai Presidente da RENLUV Julieta Gomes O. De Sá Lobo de Pina Técnica da RENLUV Revisão: UE-PAANE Grafismo: UE-PAANE Data de realização do Djumbai: 24 de fevereiro de 2018 Local de realização do Djumbai: Mansabá, Escola Católica Santo Eugénio 3
4 Enquadramento A realização do 3º Djumbai Regional, em Oio (na cidade de Mansabá), subordinado ao tema Direitos Humanos e Mecanismos de Proteção das Vítimas enquadra-se no âmbito da atividade A.1.1 Promover espaços de partilha e debate sobre temáticas de interesse para a sociedade civil, mais concretamente a atividade A Realização dos djumbais, tal como previsto pelo projeto UE-PAANE Fase di Kambansa. Resumo O Djumbai Regional realizado no dia 24 de fevereiro de 2018 em Mansabá (na Escola Católica Santo Eugénio) contou com a participação de duas (2) oradoras da Rede Nacional de Luta contra Violência Baseada no Género e na Criança RENLUV (entidade coorganizadora desta atividade, em colaboração com a e quipa do UE- PAANE FdK e com o Clube de Não Violência de Mansabá), distribuídas pelos seguintes painéis: Painel I: Direitos Humanos: VBG (Violência Baseada no Género); casamento precoce e casamento forçado; a Importância da escolarização das raparigas assim como as consequências da prática da MGF Aissatú Camará Indjai (Presidente da RENLUV); Painel II: Mecanismos de Proteção das Vítimas - Julieta Gomes O. de Sá Lobo de Pina Técnica da RENLUV A moderação do djumbai ficou a cargo do Técnico da RENLUV, Justino Queta. A atividade contou com a participação de 52 participantes, entre estes o Administrador do setor, o Régulo local, uma representante da Manitese, membros das OSC locais e representantes do Clube de Não-Violência de Mansabá. Em anexo encontram-se as recomendações extraídas do debate em torno da temática em apreço. 4
5 Painel I: Direitos Humanos: VBG (Violência Baseada no Género); casamento precoce e casamento forçado; a Importância da escolarização das raparigas assim como as consequências da prática da MGF Aissatú Camará Indjai 5
6 Conceitos O que é um Direito? Permissão jurídica do aproveitamento de um bem ; É tudo aquilo a que uma pessoa está autorizada a ter, fazer ou receber de outros e que é exequível. Direitos Humanos São garantias Jurídicas Universais; São direitos civis, culturais, económicos, políticos e sociais; São proteção de valores Humanos (Liberdade, Igualdade e Equidade); São inerentes aos indivíduos e em certa medida a grupos; Têm bases em normas e padrões internacionais; São juridicamente vinculativos para os Estados. Direitos Fundamentais nas suas variadas formas
7 Violência Baseada no Género (VBG) Violência: É força empregada contra o direito Natural de outrem. Conceito Género É um conceito que se trata das relações entre os Homens e as Mulheres, com vista a tomada de consciência das sua particularidades e disparidades (diferenças socialmente e culturalmente definidas); Género é também visto como sistema social de relacionamento em que os indivíduos estão inseridos de acordo com a situação social em questão; Descreve-se pelos atos de violência cometido contra individuo do sexo Femenino, porque é fémea ou contra indivíduo do sexo masculino, porque é macho, baseado em como uma sociedade específica designa e considera os papeis e espetativas para essas pessoas. Casamentos Precoce: Ė o Casamento celebrado antes do rapaz/noivo ou rapariga/noiva completar 18 anos de idade. Forçado: Ė o Casamento celebrado sem o consentimento da noiva ou do noivo, mesmo sendo menor ou maior de idade. Importância da escolarização das Raparigas Aumenta o número de conhecimento da comunidade; Aumenta contribuição da população no país; Diminui a pobreza; 7
8 Excisão / Mutilação Genital Feminina / Fanado di Mindjer São todas as intervenções que envolvem a remoção parcial ou total dos órgãos genitais femininos externos, ou que provoquem lesões nos órgãos genitais femininos por razões não médicas, ou ainda, todo o tipo de intervenção que modifica uma parte ou totalidade dos órgãos genitais femininos por razões culturais. Consequências da excisão Dor intensa; Sangramento e infeções; Dificuldades na eliminação de urina e fezes; Morte causada por hemorragia ou infeções diversas; Contaminação de hepatites (B e C) e VIH/SIDA; Outras Riscos a longo prazo para a saúde Dor crónica; Infeções várias; Cicatrizes dolorosas; Complicações no parto; Perigos para as crianças recém-nascidas; Infeções sexualmente transmissíveis como hepatites (B e C) e VIH/SIDA; Outras 8
9 Consequências psicológicas da excisão Medo ou receio de ter relações sexuais; Ansiedade, depressão; Perturbações como insónia, pesadelos, perda de apetite, perda de peso ou ganho de peso excessivo, pânico, dificuldades de concentração e aprendizagem, e outros sintomas, incluindo perda de memória. 9
10 Painel II: Mecanismos de Proteção das Vítimas Julieta Gomes O. De Sá Lobo de Pina 10
11 Tipologia dos Mecanismos de Proteção das Vítimas Mecanismos legais Mecanismos Institucionais Mecanismos Tradicionais Sistemas de proteção Visam assegurar que as normas e padrões de direitos humanos são promovidos, respeitados, protegidos e concretizados. Quadros jurídicos; Instituições; Visão tradicional; Procedimentos; Atores. Sistema Nacional de Proteção Para assegurar um respeito sustentável pelos direitos humanos, è necessário: Um quadro constitucional e legal; Instituições eficazes (Parlamento, governo, justiça, administração pública, instituições de direitos humanos); Sintonia entre sistema legal e tradicional; Processos e procedimentos, incluindo medidas eficazes; 11
12 Políticas e programas, incluindo campanhas de sensibilização. Quadro Legal Nacional de Proteção dos Direitos Humanos Constituição da República; Código Civil; Código Penal; Lei Geral de Trabalho; Lei n.º12/2011 Lei contra o tráfico de pessoas, em particular mulheres e crianças; Lei n.º 14/2011, - Lei contra a excisão feminina; Decreto-Lei n.º11/2010, - Acesso ao direito e a justiça aos cidadãos; Lei n.º 06/2014, - Lei Contra a Violência Doméstica Quadro Legal Internacional de Proteção dos Direitos Humanos Declaração Universal dos Direitos do Homem; Carta Africana Dos Direitos Humanos e dos Povos (art.º 3º Princípio da Igualdade); Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher; Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional que incluiu na sua jurisdição crimes de especial relevância em matéria de proteção dos direitos da criança, tais como a violência sexual, a prostituição forçada; Declaração sobre Proteção de Mulheres e Crianças em Situação de Conflito Armado (Resolução n.º 3318/XXIX, da Assembleia Geral, de 14 de Dezembro de 1974); 12
13 Quadro Institucional de Proteção dos Direitos Humanos e em particular, Direitos da Mulher e Criança na Guiné-Bissau Tribunais; Policias; Curadoria de menores; Instituto de Mulher e Criança; ONGs; Centro de acesso à Justiça; Hospitais/centros de saúde; ANP; UNICEF/SOS/PLAN ; Cidadão; Sistema Tradicional Régulos são os representantes do poder local, um tipo de organização política presente no continente africano. Os chefes locais regulam as relações nas comunidades através de um direito baseado nos hábitos e costumes locais. 13
14 Isto implica que os chefes locais exercem um poder que possui legitimidade para mediar as relações sociais, como por exemplo, na administração do território e de possíveis conflitos. Figuras Tradicionais com Poder de Mediação Líderes Tradicionais Régulo; Chefe de tabanca; Djarga; Comité de Tabanca; Chefe de Morança; Anciões. Líderes Religiosos Imame; Padre; Pastor; Outras personalidades relevantes. Processos sob responsabilidade Poder Tradicional Divergências caseiras; 14
15 Conflitos de interesses; Questões de terreno; Questões Cíveis. Poder Estatal Homicídio; Violência contra Mulheres e crianças; Furto \ Roubo; Questões criminais. 15
16 Recomendações Extraídas das intervenções dos oradores e participantes 1. Apoiar os membros do Clube de Não-violência de Mansabá com meios para poderem continuar a dinamizar as ações de sensibilização nas comunidades; 2. Devem-se reforçar as sessões de divulgação das leis junto das comunidades; 3. Devem ser promovidas sessões de capacitação e de sensibilização no domínio das temáticas abordadas, tendo como grupo alvo os próprios professores, os diretores escolares, incluindo os líderes de opiniões, as Autoridades Administrativas e policiais, etc; 4. Exortar as autoridades administrativas, tradicionais, religiosas, Líderes de opinião feminina e Juvenil do setor de Mansabá a manterem colaboração com o Clube de Não-Violência local no sentido de promover as ações de sensibilização para combate à violência; 5. Dinamizar o Clube de Não-Violência criada pela RENLUV-GC/GB na escola católica Santo Eugénio no sentido de permitir os futuros homens a começarem desde já a familiarizar-se com a cultura de não-violência; 6. Exortar o UE-PAANE em apoiar a RENLUV-GC/GB para dinamizar o Clube de Não-Violência de Mansabá no sentido promover várias ações (Djumbai, Palestras nas Escolas, Formações para Reforço de Capacidades, Sensibilização da Comunidade Porta a Porta, Identificar, encaminhar e seguir os casos da Violência); 7. Que sejam criadas condições de envolvimento dos clubes locais (comunitário e escolar), incluindo líderes de opinião, nas comemorações das jornadas dos 16 16
17 dias de ativismo de luta contra a violência na mulher, Comemoração do dia 06 de Fevereiro (dia de tolerância zero à prática de MGF) e demais eventos alusivos á promoção dos Direitos Humanos. 17
18 Esta publicação foi produzida com o apoio da União Europeia. O seu conteúdo é da exclusiva responsabilidade do autor. Revisto pelo Projeto UE-PAANE - Programa de Apoio aos Actores Não Estatais Nô pintcha pa Dizinvolvimentu Fase di Kambansa. Financiado pela União Europeia: Implementado pelo Instituto Marquês de Valle Flôr: Copyright 2018 UE-PAANE, All rights reserved. Endereço UE-PAANE Fase di Kambansa: Rua Severino Gomes de Pina (Rua 10) Antigo prédio da Função Pública Bissau Telemóvel: uepaane@imvf.org 18
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