VERACIDADE E LEGITIMIDADE ÔNUS PROBATÓRIO DOS AUTORES NÃO COMPROVAÇÃO DE INVALIDADE DANOS MORAIS INEXISTÊNCIA DESPROVIMENTO.

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1 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO EX.MO. DES. MÁRCIO MURILO DA CUNHA RAMOS ACÓRDÃO APELAÇÃO Cá/EL N" /001 P Vara da Fazenda Pública da Capital RELATOR: Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos APELANTE: Gênesis Comércio e Representação LTDA e outros ADVOGADO: Jaldemiro Rodrigues de Ataíde Júnior e outros PRIMEIRO APELADO: Primo Schincariol Indústria de Cervejas e Refrigerantes S.A ADVOGADO: José Campos da Silva Filho e outro SEGUNDO APELADO: Estado da Paraíba, por seu Procurador-Geral Gilberto Carneiro 411 APELAÇÃO CÍVEL AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DAS ALEGAÇÕES PEDIDO JULGADO IMPROCEDENTE IRRESIGNAÇÃO ALEGAÇÃO DE INATIVIDADE DA EMPRESA DEMANDANTE DESDE 1992 NÃO ACOLHIMENTO EMPRESA AUTORA ATIVA PELO MENOS ATÉ JULHO DE 2001 INEXISTÊNCIA DE OPERAÇÕES MERCANTIS ENTRE 1992 E 2003 INSUFICIÊNCIA DE PROVAS FRAUDE NA EXPEDIÇÃO DE NOTAS FISCAIS AUSÊNCIA DE PROVAS NULIDADE DOS DÉBITOS FISCAIS DOCUMENTOS COM PRESUNÇÃO JURIS TANTUM DE VERACIDADE E LEGITIMIDADE ÔNUS PROBATÓRIO DOS AUTORES NÃO COMPROVAÇÃO DE INVALIDADE DANOS MORAIS INEXISTÊNCIA DESPROVIMENTO. Iii casu, Os documentos das fls. 22 e 24 comprovam que a empresa autora estava ativa após o ano de 1992, o primeiro atesta a atividade da primeira apelante até 12/08/99. enquanto que o segundo até 1907/2001. Quanto ao argumento de que entre os anos de 1992 e 2003 a empresa recorrente não realizou qualquer operação mercantil, entendo que Os documentos das fls. 27/36. /11, aç grado, em sua maioria, relatem a ausência de inovimentaçãoan eira da apelante nas declarações do imposto de renda IR. durante o período declarado, não têm o condão de extirpar os débitos fiscais lhe imputados. Nos termos do art. 333, I, do CPC, cabe ao autor o ônus da prova, quanto aos,fatos constináivos do direito, mormente em relação Os atos,administrativos, como os autos de infração e as respectivas certidões de dívida ativa - os quais se pretende anular - vez que

2 e pairam sobre eles a presunção juris tantum de veracidade, legitimidade e validade. In casa. não tendo os demandantes logrado êxito em comprovar suas alegações, impõe-se o indeferimento dos pedidos iniciais. Não demonstrada et fraude do primeiro apelado, no tocante à expedição das notas fiscais. nem a íalta de cautela do segundo, quanto à lavratura dos autos infracionais, não há que se falar em indenização por danos morais. identificados. VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos acima ACORDA a. Egrégia Terceira Câmara Cível do Colendo Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em negar provimento ao apelo. Presente o procurador Felipe Souto. RELATÓRIO Trata - se de Apelação interposta contra a sentença das fls /1.062 que. nos autos da Ação de Indenização c/c Anulatória de Débito Fiscal, cujas partes são Gênesis Comércio e Representação LTDA, Eugenisio Maurilio da S. Mota e Maria José da Silva Mota, autores, e Primo Schincariol Indústria de Cervejas e Refrigerantes S.A., ré. julgou improcedente o pedido e condenou os promoventes em custas processuais e honorários advocatícios, estes no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Os apelantes, no apelo das fls / alegam, em síntese, que há nos autos documentos que comprovam a cessação de suas atividadés no ano de 1992: que no período de 1992 a 2003 não realizou qualquer operação mercantil; que a apelada emitiu notas fiscais "frias" em nome da recorrente, tendo em vista o acesso a documentos confidenciais desta, quando da negociação para sua aquisição; que a promovente não deu causa aos débitos fiscais lhe imputados; e que a conduta da promovida lhe causou danos de ordem moral. Por fim. requer a declaração de nulidade dos débitos, pertinentes aos autos de infração n" 610/96 e 2.610/96 e às CDA's n /97 e /98, bem como indenização por danos morais. A apelada apresentou contrarrazões (fls /1.105), pugnando pelo desprovimento do apelo. A Douta Procuradoria de Justiça emitiu parecer às fls / opinando pelo desprovimento do recurso. É o relatório. VOTO: Colhe-se dos autos que a empresa Gênesis Comér-C. e Representação LTDA, de propriedade dos Srs. Eugenísio Mattrílio da S. Mota e Maria.1, sé da Silva Mota, foi autuada em virtude de infrações fiscais, concernentes à falta-de registro de notas fiscais nos livros contábeis competentes e à ausência de recolhimento do imposto sobre circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação - ICMS, através dos autos de infração n 610/96 e 2.610/96, que geraram as CDA's /97, no valor de R$ ,04 (um milhão, quarenta e dois mil, duzentos e setenta e oito reais e quatro centavos), e /98. na quantia de R$ ,38 (três milhões, cento e noventa e oito inil, seiscentos e setenta e um reais e trinta e oito centavos). respectivamente.

3 Alegam os autores que as notas fiscais que consubstanciaram os autos de infração acima citados foram expedidas de forma indevida pela Primo Schincariol Indústria de Cervejas e Refrigerantes S.A. empresa demandada, em nome da pessoa jurídica apelante e que esta jamais recebeu as mercadorias veiculadas nas tais notas fiscais. O cerne da controvérsia é estipular se houve fraude na expedição de notas fiscais pela apelada em nome da empresa apelante. Compulsando os autos, observo que os documentos das fls. 99 e 24 comprovam que a empresa autora estava ativa após o ano de 1992, o primeiro atesta a atividade da primeira apelante até 12/08/99, enquanto que o seeiirido até 19/ Ademais. a própria pretensão de venda da empresa apelante. em 1996, através de seus proprietários, revela a existência da Gênesis Comércio e Representação LTDA pelo menos até aquele ano (1996), sua plena atividade e respectiva inscrição no fisco estadual. Destarte, a alegação de que a empresa demandante cessou suas atividades em 1992 não prospera. Quanto ao argumento de que entre os anos de 1992 e 2003 a empresa recorrente não realizou qualquer operação mercantil, entendo que os documentos das fls. 27/36, malgrado. em sua maioria, relatem a ausência de movimentação financeira da apelante nas declarações do imposto de renda IR. durante o período declarado, não têm o condão de extirpar os débitos fiscais lhe imputados. No que pertine à alegação de que a recorrida emitiu notas fiscais "frias" em nome da primeira recorrente, tendo em vista o acesso a documentos confidenciais desta, quando da negociação para sua aquisição. melhor sorte não assiste aos recorrentes. A uma, porque, embora conste a alteração contratual da empresa autora, fls. 38/40. onde há a substituição dos sócios pelos Srs. José Augusto de Souza e Mai -garida Ferreira de Sousa. não existe comprovação de vínculo entre estas pessoas e a empresa deínandada. tampouco restou patenteado a relação desta com o Sr. Délcio Martins da Silva Júnior. suposto mediador para aquisição da empresa autora. A duas, porque sequer está atestado que houve mediação dos autores com Délcio Martins da Silva Júnior, pois a correspondência das fls. 52/53. produzida unilateralmente e sem qualquer comprovação de recebimento do destinatário não serve a este desiderato. Ressalte-se que a alegação de que o Sr. Délcio Martins da Silva Júnior era contador da empresaprimoschincariol Indústria de Cervejas e Refrigerantes S.A não está demonstrada. vez que as reportagens jornalísticas, fls e apenas dizem que referido indivíduo possui a, profissão de contador e teve seu nome envolvido em operações.policiais, que investigavam sonegação fiscal e máfia de - remédios, inclusive, às fls , é noticiado que ele (Délcio Martins da Silva Júnior) é representante de empresas farmacêuticas. Destarte, o fato da empresa demandada/apelada ter se envolvido em sonegações fiscais e ter sido investigada pela Polícia Fedeql não pode-trazer a ilação de que. emitiu, fraudulentamente. notas fiscais em nome da emprea auprem que haja provas nos autos sobre isso. Por oportuno, observo; ainda, que se de um lado os autores aduziram aos comprovante de pagamento das meauorias e o recebimento destas, de outro a demandada sustentou que as mercadorias foram entregues via frete FOB Free on Board (Posto a bordo), cujas despesas decorrentes do transporte de mercadorias (frete e seguro) ficam a cargo do comprador. Outrossim, vejo que não houve elucidação acerca dos cheques

4 1 emitidos para pagamento das notas fiscais. fls , 816, e 867. Assim, as alegações tanto de uns quanto de outro deveriam ter sido objeto de instrução processual. o que não foi realizado nem de ofício nem mediante requerimento das partes. Doutro. lado, o ofício das fls , originado da Secretaria Estadual da Receita da Paraíba, dá conta de que houve a entrada de vinte e oito notas fiscais no Estado da Paraíba. pertinentes aos débitos fiscais impostos aos recorrentes. Nesta senda, é cediço que o ônus da prova, nos termos do art I, do CPC, cabe ao autor, quanto aos fatos constitutivos do direito. In verbis: "Art O ônus da prova incumbe: 1 - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo. modificativo ou extintivo do direito do autor. - (grifo meu) No caso em tela, de forma especial. vez que os autos de infração e as respectivas certidões de dívida ativa, que os autores pretendem anular, são atos administrativos, pairando sobre eles a presunção juris tailtunt de veracidade, legitimidade e validade. Logo, não tendo os demandantes logrado êxito em comprovar suas alegações, impõe-se o -indeferimento dos pedidos iniciais, não merecendo reforma a decisão vergastada. Por fim, não demonstrada a fraude do primeiro apelado, no tocante à expedição das notas fiscais, nem a falta de cautela do segundo, quanto à lavratura dos autos infracionais, não há que se falar em indenização por danos morais. Ante o exposto. NEGO PROVIMENTO AO APELO para manter a decisão vergastada em todos os seus termos. Tendo em vista a orientação que vem sendo adotada, reiteradamente, pelo Superior Tribunal de Justiça, deliro o pedido formulado em sede de contrarrazões do apelo (fls ), no sentido de que as intimações referentes ao presente feito sejam dirigidas, exclusivamente, aos Drs. José Campos da Silva Filho, OAB/PB 9.354, e Vinícius Camargo Silva, OAB/SP É como voto. Presidiu a Sessão o Exmo. Sr. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos. Participaram çb julgamento o Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos, o Exmo..Dr. Aluízio Bezerra Filho. Juiz convocado em substituição ao Exulo. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides e o Exmo. Des. Genésio Gomes Pereira Filho. procurador de Justiça. Presente ao julgamento o Exmo. Dr. Marcos Vilar Souto Maior, João Pessoa, 02 a"gosto d áreio Murilo da Cunha Ramo>. Desembargador

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