Acta n.º

Transcrição

1 VISTORIA AO ABRIGO DOS ARTIGOS 89.º E 90.º DO DL 555/99 - Presente novamente o processo de vistoria, relativo à utilização sem licença de dois pavilhões como oficina de reparação de automóveis, da qual consta o seguinte requerimento: HORACIO LOPES DOS REIS, viúvo, residente na Rua de Belém, 52, desta cidade e concelho de Felgueiras, vem dizer e requerer a V." Ex." o seguinte: 1-0 requerente, através do ofício DP 94252, de 18 de Setembro de 2002, foi notificado do teor da deliberação dessa Câmara na sua reunião de 9 de Setembro do mesmo ano e também do auto de vistoria datado de Do teor da aludida deliberação, ponto 3, alínea A-), resulta que foi ordenado o despejo do prédio ocupado pela sociedade Autodino-Reparações de Automóveis, Ld", por não ter licença de utilização para o exercício das actividades e por as mesmas provocarem escorrências de óleos e outro águas residuais que conspurcam a via pública e as águas circundantes, do que resulta perigo para a saúde pública e grave inconveniente para os cidadãos em geral, ao abrigo do disposto no artigo 109" do Dec-Lei 559/99, de 19 de Dezembro; 3 - Porém, até à presente data, aquela sociedade Autodino-Reparações de Automóveis, Lda", ainda não desocupou os pavilhões e neles continua a exercer a sua actividade. 4 - Nos termos do disposto no artigo 109, n 2, do Dec-Lei 553/99, na nova redacção do Dec-Lei 177/2001, de 4 de Junho, quando os ocupantes dos edifícios não cessem a utilização indevida no prazo fixado, pode a Câmara Municipal determinar o despejo administrativo; 5 - Sendo certo, que nos termos do disposto no artigo 92, n 4, daqueles Decretos-Lei, o despejo deve executar-se no prazo de 45 dias a contar da notificação aos ocupantes. 6 - Ora, já há muito decorreram os 45 dias após a notificação daquela sociedade Autodino-Reparação de Máquinas, Lda", e a mesma, como supra

2 se referiu, não desocupou os pavilhões, continuando neles a exercer as suas actividades; 7 - Pelo que se impõe o seu despejo administrativo e imediato. Termos em que requer a V." Ex.ª se digne ordenar o despejo administrativo, de imediato, daquela sociedade Autodino-Reparação de Automóveis, Lda" dos pavilhões em causa, com as legais consequências. Sobre este requerimento foi prestada a seguinte informação: Por lapso não foi transcrito integralmente e correctamente o parecer jurídico datado de 6 de Agosto de 2002 que serviu de fundamento à deliberação de 9 de Setembro de Pelo exposto, entende-se levar outra vez o assunto à reunião de Câmara para rectificação e deliberação de conformidade: PARECER ASSUNTO: VISTORIAS A PRÉDIO NOS TERMOS DOS ARTIGOS 10 E 165 DO RGEU E DOS ARTIGOS 89 E 90 DO D.L. N. º 555/99, DE 16 DE DEZEMBRO. SALUBRIDADE PÚBLICA. OCUPAÇÃO DE EDIFÍCIO SEM LICENÇA DE UTILIZAÇÃO. DESPEJO ADMINISTRATIVO No seguimento de reclamação de diversos interessados foi realizada em 7 de Abril de 1999 vistoria a dois prédios sitos no lugar de Lameiro Morto, freguesia de Friande, deste concelho, bem como aos estabelecimentos neles instalados, vistoria na qual intervieram peritos da Direcção Regional do Ambiente, da Autoridade de Saúde e desta Câmara Municipal. O processo administrativo mostra e o auto de vistoria consigna que:- - Um dos edifícios está devidamente licenciado e nele é exercida a actividade correspondente à exploração de um posto de abastecimento de combustíveis e de lavagem de veículos, sob a responsabilidade da sociedade "Petrofel - Comércio de Combustíveis e Automóveis, Lda."; - O outro edifício, propriedade de Horácio Lopes dos Reis, é composto de dois pavilhões, onde funcionam estabelecimentos explorados pela sociedade "Autodino - Reparações de Automóveis, Lda.", sendo que um dos pavilhões,

3 onde é exercida a actividade de lavagem de automóveis, não foi objecto nem de licenciamento de construção nem de licenciamento de utilização, pelo que é considerado construção clandestina, e o outro pavilhão, onde está instalada uma secção de mecânica, dispõe de licença de construção e de utilização para fins de aviário, consequentemente não estando licenciado para o uso a que se encontra actualmente afecto - actividade de mecânica de veículos. Como consta do teor do respectivo auto de vistoria, que aqui se dá por reproduzido, foram detectadas diversas deficiências quer nas instalações quer no funcionamento dos estabelecimentos, de onde resulta escorrência de óleos e de águas residuais que acabam por conspurcar diversas águas circundantes, o que constitui perigo para a saúde pública. Especialmente pelo que respeita à sociedade "Autodino - Reparações de Automóveis, Lda.", consignou-se que nos respectivos estabelecimentos se procede à lavagem de automóveis, tendo-se verificado que os efluentes daí provenientes são conduzidos para uma vala a céu aberto e seguem para uma caixa onde se juntam quer às águas pluviais quer às provenientes da "Petrofel" e resultantes de decantação, águas essas de lavagem de automóveis que não são objecto de qualquer tratamento, apresentando à observação macroscópica manchas de óleo e cheiro característico -acrescentando-se que a caixa de visita acima referida não é estanque, verificando-se o seu assoreamento e infiltração de óleos no solo. Em face do que ficou relatado, nesse auto de vistoria, aprovado por deliberação camarária, foram impostas à "Petrofel", ao reclamante João Mamede Almeida e à própria Câmara Municipal, a execução de diversas obras de correcção, no sentido de eliminar os focos de insanidade que tinham sido detectados e, relativamente às instalações ocupadas pela "Autodino - Reparações de Automóveis, Lda.", consignou-se textualmente o seguinte: - "Uma vez que não dispõe de licença de utilização de ambos os pavilhões, nem de sistema de tratamento de efluentes industriais, propõe-se o encerramento.

4 O arrendatário reconheceu a existência de poluição dos poços e manifestou disponibilidade para encerrar de imediato o pavilhão onde procede à lavagem de viaturas". Realizada nova vistoria pelas mesmas entidades em 30 de Setembro de 1999, constatou-se que os visados cumpriram ou estão em fase de cumprimento das obrigações que lhe tinham sido impostas na primeira vistoria. E, no que toca aos estabelecimentos explorados por aquela sociedade "Autodino - Reparações de Automóveis, Lda." exarou-se no novo auto de vistoria: - "Propõe-se o seu encerramento, uma vez que não dispõe de licença de utilização de qualquer dos pavilhões, tal como constava no auto anterior.". No decorrer do processo veio o nomeado Horácio Lopes dos Reis informar que o prédio onde estão instalados os estabelecimentos explorados pela sociedade "Autodino - Reparações de Automóveis, Lda." pertence à herança indivisa aberta por óbito de Ana Moreira de Magalhães, da qual herança ele é administrador na qualidade de cabeça de casal, que tal prédio está inscrito na Conservatória do Registo Predial sob o n / e inscrito na matriz sob o artigo 345, que não pode ser licenciado para armazém, comércio e indústria, apesar das tentativas nesse sentido, que o dono do prédio já foi arguido e condenado no respectivo processo de contra-ordenação relativamente àquela situação, que não existe qualquer documento a titular a ocupação do prédio por banda da "Autodino", a qual se mantém no prédio ilegal e abusivamente, que aquela sociedade "Autodino" construiu contra a vontade e sem autorização do dono prédio um daqueles pavilhões sem dispor de licença de construção, finalmente informando que tem insistido com aquela sociedade para desocupar a correspondente parte desse edifício Posteriormente, em Maio de 2001, veio Manuel Leite dos Reis reclamar da existência de uma outra fossa que existe frente a sua casa, fossa que serve uma habitação, uma oficina de automóveis e uma serração de mármores, a qual frequentemente está cheia e transborda para a estrada municipal,

5 provocando um cheiro insuportável todo o ano, especialmente no Verão, e solicitando providências. Ordenada vistoria a esta nova situação, veio esta a realizar-se em 14 de Fevereiro de 2002, nela se constatando que as escorrências que se dirigem para o domínio público, das quais existem sinais, serão provenientes da fossa séptica que serve a habitação, a "Autodino" e a serração de mármores, constituindo um foco de insalubridade, acabando por ser sustada a realização de vistoria à fossa, por dificuldade de acesso, vistoria que veio a acontecer em 28 de Maio de 2002, em cuja informação se propõe e afirma que:- "o proprietário deve dotar as fossas de tampa com vedação hidráulica"; "o inquilino deve proceder periodicamente ao despejo das fossas, de modo a evitar ocorrência de escorrências para o domínio público"; "...não cabem no âmbito das atribuições da Comissão de Vistorias pronunciarse acerca das restantes questões levantadas pelo Sr. Horácio Lopes dos Reis" Tendo em conta os factos que vêm relatados, somos de parecer que os mesmos sustentam as seguintes CONCLUSÕES Relativamente aos factos acima tratados sob o ponto 1 PRIMEIRA - Considerando que nas referidas vistorias efectuadas aos estabelecimentos explorados pela sociedade "Autodino Reparações de Automóveis, Lda." se constatou que os dois pavilhões onde estão instalados não têm licença de utilização para o exercício daquelas actividades e que as mesmas provocam escorrências de óleos e outras águas residuais que conspurcam a via pública e as águas circundantes, do que resulta perigo para a saúde pública e grave incómodo para os cidadãos em geral, especialmente para os cidadãos reclamantes; SEGUNDA - Considerando que aqueles dois pavilhões são insusceptíveis de legalização para os fins assinalados e, de qualquer modo há mais de três anos que não foram feitas diligências concludentes para a sua legalização,

6 mantendo-se a situação de perigo para a saúde pública e de grave incómodo para o público em geral; Deverá ser ordenado o despejo do prédio nos termos do artigo 109 do D.L. n. 555/99, de 16 de Dezembro, aliás de acordo com o que é proposto pelos peritos nas duas primeiras vistorias a que se fez referência. Relativamente aos factos acima tratados sob o ponto 2 TERCEIRA - Deve ser notificado ao proprietário Horácio Lopes dos Reis, à inquilina "Autodino - Reparações de Automóveis, Lda." e ao reclamante Manuel Leite dos Reis o resultado da vistoria, sob forma de informação, para lhes dar cumprimento Deliberação A Câmara concorda com o parecer jurídico acima transcrito e delibera se proceda conforme é proposto nas conclusões 2.ª e 3.ª do parecer. Esta deliberação foi tomada por unanimidade