FACULDADE ANHANGUERA GUARULHOS ANA PAULA DE SOUZA COSTA DOS SANTOS A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO QUANTO AO USO CORRETO DO PROTETOR SOLAR
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- Guilherme Bento Mota
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1 FACULDADE ANHANGUERA GUARULHOS ANA PAULA DE SOUZA COSTA DOS SANTOS A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO QUANTO AO USO CORRETO DO PROTETOR SOLAR Guarulhos 2017
2 ANA PAULA DE SOUZA COSTA DOS SANTOS A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO QUANTO AO USO CORRETO DO PROTETOR SOLAR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera Guarulhos, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia. Orientador: Flavia Debiagi Guarulhos 2017
3 ANA PAULA DE SOUZA COSTA DOS SANTOS A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO QUANTO AO USO CORRETO DO PROTETOR SOLAR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera Guarulhos, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia. BANCA EXAMINADORA Prof(ª). Especialista Raphael Ferreira de Paiva Prof(ª). Mestre Lucas Alves de Freitas Prof(ª). Mestre e Doutor Paulo Celso Pardi Guarulhos, dezembro de 2017
4 AGRADECIMENTOS Quero agradecer primeiramente a Deus por ter me proporcionado esta oportunidade de estudar, por te me dado saúde e força para superar todas as dificuldades. Ao meu esposo Emerson e meus filhos Eduardo e Daniel que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. Aos amigos, colegas e familiares, pelo incentivo e pelo apoio constantes, principalmente minha amiga Nayara por ter me incentivado a começar a faculdade. A todos os professores do curso e tutores, que foram tão importantes na minha vida acadêmica e no desenvolvimento desta monografia. Fazer este trabalho foi difícil, porém proveitoso, muitas informações adquiridas ao longo do curso e aqui levarei para minha vida pessoal e profissional e usarei com muito louvor para ajudar a muitos.
5 SANTOS, Ana Paula de Souza Costa. A importância da orientação quanto ao uso correto do protetor solar Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Farmácia Anhanguera, Guarulhos, RESUMO O sol é essencial para a vida na terra, porém a radiação solar pode causar prejuízos ao organismo, como a formação de radicais livres, o escurecimento da pele, evidente nas manchas e o câncer de pele, caso não se tome os devidos cuidados quanto à dose de radiação solar recebida. É recomendado diariamente o uso de protetores solares, também denominados fotoprotetores, principalmente em estações quentes e quando ficam grandes períodos de exposição solar. E com base nestas informações foi elaborada esta pesquisa bibliográfica a partir de artigos científicos com temas relacionados ao da pesquisa, e retirados de fontes que tem credibilidade aonde irá abordar tópicos que discute a necessidade de mais informações sobre os benefícios do protetor solar, focando a importância de uma atenção farmacêutica na hora de sua compra, para que se tenha a devida informação do que está comprando e se irá trazer o beneficio e proteção adequada para pele. Neste sentido o farmacêutico pode contribuir, já que este assunto é pertinente ao seu campo de atuação, atribuindo valores aos serviços e à promoção de saúde através da atenção farmacêutica. Palavras-chave: Protetor Solar; Radiação Solar; Ultravioleta; Atenção Farmacêutica
6 COSTA, Ana Paula de Souza Costa. The importance of guiding the correct use of sunscreen Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Farmácia Anhanguera, Guarulhos, ABSTRACT The sun is essential for life on earth, but solar radiation can cause damage to the body, such as the formation of free radicals, darkening of the skin, evident in spots and skin cancer if care is not taken dose of solar radiation received. It is recommended daily the use of sunscreens, also called photoprotectors, especially in hot seasons and when there are large periods of sun exposure. Based on this information, this bibliographic research was elaborated from scientific articles related to the research, and drawn from credible sources where it will discuss topics that discuss the need for more information on the benefits of sunscreen, focusing on the importance a pharmaceutical attention at the time of purchase, so that you have the information you are buying and will bring the benefit and adequate protection for skin. In this sense the pharmacist can contribute, since this subject is pertinent to its field of action, assigning values to the services and to the promotion of health through the pharmaceutical attention. Key-words: Sunscreen; Solar radiation; Ultraviolet; Pharmaceutical attention
7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Representação esquemática da pele Figura 2 Penetração da radiação na pele Figura 3 Mecanismo de ação dos filtros... 22
8 Sumário 1 INTRODUÇÃO A RADIAÇÃO SOLAR E SEUS EFEITOS PARA A PELE A PELE A RADIAÇÃO SOLAR O CÂNCER DE PELE O PROTETOR SOLAR E SEU MECANISMO DE AÇÃO ESTRUTURAS DOS FILTROS SOLARES FORMULAÇOES DE PROTETORES SOLARES ALGUMAS FORMAS FARMACEUTICAS DISPONIVEIS PARA INCORPORAÇÃO DE FILTROS SOLARES FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR (FPS) A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA ORIENTAÇÃO DO USO CORRETO DO PROTETOR SOLAR A ATENÇÃO FARMACÊUTICA A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO QUANTO AO USO CORRETO DO PROTETOR SOLAR CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS... 36
9 13 1 INTRODUÇÃO O Brasil é um país tropical e as estações do ano requerem cuidados diferenciados no ponto de vista dermatológico, para a saúde e bem-estar das pessoas é recomendado diariamente o uso de protetores solares, também denominados fotoprotetores, principalmente em estações quentes e quando ficam grandes períodos de exposição solar. Com base nestas informações este trabalho desenvolveu um levantamento bibliográfico observando a necessidade de uma boa orientação farmacêutica na hora da compra de um protetor solar. Quando se pesquisa sobre o câncer de pele que é uma patologia multifatorial e entre eles a predisposição genética e, principalmente, exposição à luz solar sem proteção, encontra relatos crescentes nos últimos anos. A forma de prevenção desta patologia basicamente se resume em se proteger da luz solar, usando roupas adequadas, chapéus, óculos escuros e o protetor solar. Neste sentido, e com objetivo de oferecer preparações de maior eficácia (produtos com melhor eficiência de proteção, maior estabilidade química e mais acessível à população) as indústrias estão formulando e desenvolvendo cada vez com mais eficácia novos filtros solares. Com este desenvolvimento crescente de novas formulações de uma eficácia significativa, levantou-se um problema de pesquisa neste trabalho no qual mostra a importância de uma boa orientação farmacêutica na hora da compra de um protetor solar explicando sobre o uso correto, o fator de proteção correto para cada pele entre outros benefícios do mesmo. Assim sendo, o objetivo geral desse trabalho foi compreender a importância da atenção farmacêutica na hora da compra do protetor solar, e para isso utilizou-se como objetivos específicos conhecer a necessidade do uso do protetor solar, devido às radiações ultravioletas, caracterizar o mecanismo dos protetores solares, a maneira que agem como uma barreira física que não permite a passagem da radiação, e explicar a importância da atenção farmacêutica na orientação do uso correto do protetor solar. Esse trabalho foi realizado a partir de uma revisão bibliográfica, a partir de artigos científicos com temas relacionados ao da pesquisa e retirados de fontes que tem credibilidade. Inicialmente, realizou-se uma leitura exploratória dos títulos e resumos para reconhecimento dos artigos que atendiam os critérios elegíveis do
10 14 tema proposto. Em seguida, foi realizada a leitura na integra dos artigos previamente coletados, sendo esses submetidos novamente aos critérios de inclusão e exclusão. Após a seleção da amostra final, as variáveis como introdução, capítulos, objetivo, método, resumo dos artigos e justificativa foram extraídas das publicações e compuseram o corpo de texto dessa revisão bibliográfica.
11 15 2 A RADIAÇÃO SOLAR E SEUS EFEITOS PARA A PELE Os efeitos do sol trazem benefícios essenciais ao ser humano, trazendo uma sensação de bem estar, estimulando a produção de vitamina D para o organismo e a produção de melanina no bronzeamento da pele e nos recém-nascidos traz beneficio ao tratamento das icterícias. Porém juntamente com ele, a radiação solar sem devidos cuidados pode causar prejuízos irreparáveis ao organismo, como fotoenvelhecimento e o câncer de pele. O Brasil é um país tropical e as estações do ano requerem cuidados diferenciados no ponto de vista dermatológico, para a saúde e bem-estar das pessoas é recomendado diariamente o uso de protetores solares, também denominados fotoprotetores, principalmente em estações quentes e quando ficam grandes períodos de exposição solar (FLOR et al., 2007). 2.1 A PELE A pele é um dos maiores órgãos e muito complexa com suas múltiplas funções, protegendo o corpo de elementos físicos, químicos e imunológicos. Possui uma camada queratinizada da epiderme protegendo o organismo da desidratação e atrito, constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, tem camada basal rica em células-tronco, camada espinhosa, camada granulosa, camada lúcida e camada córnea. Os melanócitos são células produtoras de melanina que se encontra na junção da epiderme com a derme, esta melanina tem função protetora contra os raios ultravioletas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008). A camada endodérmica conhecida como derme proporciona elasticidade por conter colágeno e elastina, um tecido conjuntivo onde se apoia a epiderme unindose ao tecido subcutâneo ou hipoderme. Constituída por duas camadas a papilar, superficial, e a reticular, mais profundas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008). As células de Langerhans desempenham papel importante na resposta imunológica de todo organismo. Durante o processo de envelhecimento, o número e a atividade das células de Langerhans e melanócitos apresentam um declínio. Com isso, o organismo fica menos protegido da radiação ultravioleta e mais suscetível ao aparecimento de eventuais células cancerígenas, ocorrendo alterações de pigmentação, verrugas e queratoses actínicas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008).
12 16 Figura 1 - Representação esquemática da pele Fonte: GARTNER; HIATT (2003, p. 266) A derme é formada por duas camadas de limites pouco distintos. A camada papilar, superficial e a camada reticular, mais profunda. Abaixo da derme existe a hipoderme ou tecido celular subcutâneo. É a porção mais profunda da pele, composta por feixes de tecido conjuntivo que envolvem células gordurosas, os adipócitos, e formam lobos de gordura. Sua estrutura fornece proteção contra traumas físicos ou mecânicos, além de ser um isolante térmico (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008). Com o passar dos anos a pele sofre inúmeros ataques físicos, químicos e biológicos que contribuem para o aparecimento de alterações patológicas e surgimento de doenças degenerativas como o câncer de pele, além de acelerar o processo de envelhecimento. Envelhecimento intrínseco é caracterizado por uma atrofia, ocorrendo uma diminuição da densidade, elasticidade e vascularização na derme papilar, fragilização da junção derme-epiderme, redução do número e tamanho das células epiteliais que podem comprometer a proteção, excreção, absorção, termo regulação, pigmentação, percepção sensorial e regulação dos processos imunológicos (TORRES; SABBAG, 2005).
13 A RADIAÇÃO SOLAR O sol traz muitos benefícios ao ser humano entre eles, o estimulo à produção de melanina à pele. Porém a exposição ao sol pode trazer danos ao organismo, caso não seja dosado o tempo de exposição solar. A radiação ultravioleta (UV) é o espectro solar que atinge a superfície terrestre, que compreende de nm o comprimento de onda, visíveis é de nm e infravermelha (IV) acima de 800 nm que gera energia e leva o calor para a terra (FLOR et al., 2007). A radiação ultravioleta é dividida em três: UVA ( ), UVB ( ) e UVC ( ). A UVC é também chamada de região bactericida altamente lesiva ao ser humano, felizmente é absorvida pela camada de ozônio (barreira de proteção a terra) e dispersa na atmosfera, assim faz que a quantidade que chega à superfície terrestre seja pequena. A UVB é mais energética, por ser absorvida pela epiderme da pele causa danos, tais como vermelhidão, queimaduras (e até bolhas), descamação, manchas e o câncer de pele. A UVA penetra na camada mais profunda da pele a derme, responsável pelo bronzeamento direto da pele causando assim o envelhecimento precoce da pele ou fotoenvelhecimento (ARAUJO; SOUZA, 2008). A penetração da radiação solar na pele não é regular, dependendo de diferenças individuais, de raça e também da distância do sol a Terra considerando a latitude e altitude. Depende ainda da capacidade refletora do meio onde o indivíduo se encontra, horário do dia, tempo de exposição e condições atmosféricas durante a exposição solar. A região ultravioleta possui o mais curto comprimento de onda quando comparado às regiões do visível e infravermelho do espectro solar, corresponde à região de maior energia e provoca reações fotoquímicas que afetam ou prejudicam a pele de forma aguda ou crônica. As diferenças de nome das radiações estão relacionadas aos comprimentos de ondas dessa energia, os quais determinam a capacidade química de interação principalmente com a pele (ARAUJO; SOUZA, 2008). As radiações apresentam diferentes graus de penetrações e respostas relacionadas ao comprimento de onda e ao local onde será absorvida a energia de luz, conforme a figura 2.
14 18 Figura 2 - Penetração da radiação na pele Fonte: SCOTTI et al. (2007). Em consequência de todos os fatores causados pelas radiações ultravioletas, a exposição ao sol, sem a proteção de um produto com filtro solar eficiente para prevenir ou minimizar esses efeitos, podem causar danos irreversíveis à pele dos indivíduos como o fotoenvelhecimento e o câncer de pele (ARAUJO; SOUZA, 2008). 2.3 O CÂNCER DE PELE Em consequência de todos os fatores causados pelas radiações ultravioletas já citadas neste trabalho, a exposição ao sol sem a devida proteção, pode causar danos irreversíveis à pele dos indivíduos. O câncer é uma patologia resultante de alterações genéticas, estilo de vida e fatores ambientais. Entre diferentes tipos destaca-se o câncer de pele que é o mais comum no mundo e no Brasil, classificado como câncer melanoma e não melanoma (POPIM et al., 2008). A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou, para 2012, a ocorrência de 232 mil novos casos e 55 mil óbitos por melanoma no mundo, representando taxas de incidências e de mortalidade de 3 e 0,7 por 100 mil habitantes, respectivamente. No Brasil, estima-se a ocorrência, em 2016, de 3 mil casos novos de melanoma em homens e em mulheres. As maiores taxas de incidência encontra-se na região Sul. Quanto ao câncer de pele não melanoma, sua ocorrência é muito mais frequente, estimando-se casos em homens (81,66/100 mil) e em mulheres (91,98/100
15 19 mil). Ele é mais incidente nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil (INCA, 2016, p. 1). O principal fator que causa o câncer de pele é a exposição ao sol, a radiação UV danifica os ácidos desoxirribonucleicos (DNA) das células da pele. É uma doença de longo prazo, a exposição ao longo da vida desde a infância sem as devidas precauções de proteção, só vai trazer os primeiros sinais anos depois. As pessoas que tem a pele clara é que possuem mais risco de incidência do câncer de pele, por morar em países mais tropicais aumenta ainda mais esses riscos (INCA, 2016). O melanoma é originado nos melanócitos, célula que produz a melanina e traz a pigmentação à pele, e tem uma grande possibilidade de ocorrer uma metástase, devido a vários fatores como: cor de pele, horário e tempo de exposição ao sol e morar em países tropicais. O não melanoma conhecido como carcinoma basocelular, não produz metástase é raro na pele negra e pode ser desencadeado pela radiação solar. Os tipos de câncer produzidos pelas radiações ultravioletas são os basocelulares e os espinocelulares, que têm como característica evolução lenta e comportamento benigno, acarretando baixo índice de mortalidade. Porém, o melanoma, tumor de células pigmentadas, é potencialmente fatal (POPIM et al., 2008). A forma de evitar este tipo de câncer é se protegendo dos raios UV com o uso de: Roupas apropriadas, como por exemplo, as de tecidos leves, que cubram a maior parte do corpo; Chapéu com aba larga, que proteja não somente a cabeça, mas o pescoço e as orelhas; Óculos de sol; Protetor solar com fator de proteção, no mínimo 15(FPS 15); Protetor labial (ANVISA, 2014).
16 20 3 O PROTETOR SOLAR E SEU MECANISMO DE AÇÃO Desde 1943 o uso de protetores solares vem ganhando seu lugar ao sol, somente na década de 70 foi criando popularidade com a inclusão de filtros UV na formulação, que são ingredientes capazes de interagir com a radiação incidente de três maneiras: reflexão, dispersão e absorção. Os filtros UV são divididos em inorgânicos (físicos) representados na formulação pelo óxido de zinco (ZnO) e o dióxido de titânio (TiO 2 ) reconhecida pela sua capacidade elevada de manter sua fotoestabilidade com baixa permeabilidade. E os orgânicos (químicos) conhecidos pelas moléculas de mecanismo de absorção que interfere na incidência da radiação, como são capazes de absorver comprimentos de ondas curtas ou longas esses filtros podem ser classificados de UVA, UVB e filtros de amplo espectro (UVA e UVB). Nos dias de hoje o protetor solar com suas diversas apresentações é reconhecido como um produto de extrema importância para saúde da pele, capaz de interferir na radiação solar, diminuindo assim seus efeitos maléficos à pele (SCHALKA; REIS, 2011). Os filtros solares são substâncias químicas de uso tópico, cuja efetividade depende da capacidade do mesmo refletir ou absorver as radiações ultravioletas que atingem a pele, minimizando os efeitos danosos dessas radiações. 3.1 ESTRUTURAS DOS FILTROS SOLARES No desenvolvimento de protetores solares busca-se definir a estrutura de um produto que apresente o máximo de aproveitamento das matérias-primas, racionalizando-se o qualitativo e o quantitativo de cada item da formulação, com o objetivo de obter-se um produto adequado dentro dos parâmetros de eficácia, inocuidade, relação custo/benefício e aceitação pelo consumidor (ARAUJO; SOUZA, 2008). O filtro solar ideal para cumprir a sua função com eficácia e segurança deve apresentar os seguintes atributos: Absorver a radiação na faixa de nm antes que elas atinjam as células epidérmicas;
17 21 Possuir alto coeficiente de extinção (este demonstra a eficiência do filtro em absorver os raios UV), pois quanto maior o coeficiente, maior a eficiência do filtro; Não ter o pico de absorção alterado por solventes; Ter baixa solubilidade em água; Ser não-tóxico, não irritante e não-sensibilizante; Ter baixo preço; Ser compatível com veículos cosméticos; Não deve descolorir ou manchar roupas, nem se cristalizar e ressecar a pele; Possuir alta estabilidade fotoquímica; Assegurar uma proteção de longa duração, sem que seja necessário renovar frequentemente a aplicação; Ser, de preferência, inodoro; Apresentar resistência à luz e ao calor; Ser estável frente às variações do ph da pele (aproximadamente 5,5); Ter espalhamento adequado quando aplicado sobre a pele; Ter inocuidade; Ter substantividade, ou seja, capaz de se fixar na camada superficial da epiderme, sem penetrar profundamente (ARAUJO; SOUZA, 2008). O aumento da necessidade de agentes fotoprotetores utilizados pela população, em geral, se tornou mais evidente nos últimos anos pelo fato das pessoas passarem maior tempo expostas, desprevenidamente, ao sol, seja por motivos de trabalho ou por lazer. Com isso, o recebimento de doses de radiações UV aumenta a incidência da carcinogênese da pele, aceleração do envelhecimento cutâneo e outras alterações, incluindo anomalias de pigmentação, lesões précancerosas, assim como câncer de pele (ARAUJO; SOUZA, 2008).
18 FORMULAÇOES DE PROTETORES SOLARES Filtros Químicos: Os agentes filtrantes químicos absorvem as radiações solares, transformando-as em menor energia, sendo que esta absorção pode ser parcial (UVB: nm; UVA: nm) ou total (UVA-B: nm). Apresentam estrutura química não saturada e quanto à sua origem, tais produtos podem ser naturais ou sintéticos (LONNI, Audrey et al., 2008). Sintéticos Os filtros químicos sintéticos podem, ainda, ser classificados de acordo com o tipo de radiação que eles absorvem, sendo: Filtros UVA são substâncias que tendem a absorver a radiação de nm na região do espectro ultravioleta. Exemplos: benzofenonas, antranilatos e os dibenzoílmetanos (LONNI, Audrey et al., 2008). Filtros UVB- são substâncias que absorvem a radiação de nm na região do espectro ultravioleta. Exemplos: derivados do PABA, salicilatos, cinamatos, e derivados da cânfora, entre outros (LONNI, Audrey et al., 2008). O mecanismo de ação geral consiste no fundamento de que a molécula do filtro entra em ressonância ao ser atingida por um fóton de luz, com determinado nível de energia. Esta ressonância dissipa energia e quando a molécula volta ao estado original emite outro fóton com nível menor e, consequentemente, menos deletério como descrito abaixo: Figura 3 - Mecanismo de ação dos filtros Fonte: LONNI, Audrey et al. ( 2008).
19 23 Os filtros químicos podem ser adicionados às formulações em concentrações limitadas, apresentando características físico-químicas determinantes para a escolha dos componentes associados, bem como para a efetividade do espectro de ação desejado (LONNI, Audrey et al., 2008). Naturais Os filtros químicos naturais são derivados de óleos vegetais, extratos glicólicos ou fluídos que absorvem a radiação UVA/UVB. Têm absorção considerada baixa. Como a fotoestabilidade do produto ainda não é totalmente conhecida, é necessário ter cautela quanto à sua utilização. O recomendado é utilizá-los como coadjuvantes aos filtros químicos e físicos. Alguns óleos vegetais absorvem radiações UVB compreendida entre 290 e 320 nm. São exemplos: óleo de coco (23%), óleo de amendoim (24%); óleo de algodão (26%) e óleo de gergelim (39%). O óleo de urucum além de promover uma cor alaranjada contribui também para alguma proteção (LONNI, Audrey et al., 2008). Filtros Físicos: São substâncias opacas com capacidade de difundir as radiações ultravioletas (UV), visíveis e mesmo infravermelhas (IV), criando uma barreira que reflete, espalha ou bloqueia fisicamente a radiação que chega à superfície da pele, formando um filtro protetor na pele (FLOR et al., 2007). Esses bloqueadores são muito eficazes na proteção da pele, mas tendem a formar um filme branco na sua superfície. Uma recente inovação na tecnologia de filtros físicos foi a criação de versões micronizadas dessas moléculas, onde as partículas têm seu tamanho reduzido ao ponto de não refletirem a luz visível e dispersarem a luz ultravioleta. Essas versões micronizadas não se depositam sobre a pele como filmes visíveis. Produtos de alto FPS formulados somente à base de filtros físicos possuem características sensoriais mais oleosas e com tendência a proporcionar comedões no rosto, gerando certo desconforto no uso. Por isso, os produtos de alto FPS, que se utilizam tanto de filtros químicos quanto físicos, apresentam característica sensorial melhor e são bem aceitos pelo consumidor (FLOR et al., 2007).
20 ALGUMAS FORMAS FARMACEUTICAS DISPONIVEIS PARA INCORPORAÇÃO DE FILTROS SOLARES A escolha correta da forma farmacêutica para o filtro solar é fundamental para o sucesso do produto, influenciando no fator de proteção, uma vez que a formação de um filme uniforme e homogêneo sobre a pele é importante para a sua eficácia. Portanto, os componentes da formulação podem interagir com os filtros químicos ou físicos escolhidos e também determinar o tipo de filme formado, proporcionando maior eficiência na proteção, resistência à água ou mesmo baixa absorção dos ativos, uma vez que os filtros solares devem ficar na superfície da pele. Quanto mais uniforme e pesado for o filme, maior o FPS do produto (FLOR et al., 2007). A base ideal deve apresentar os seguintes atributos: Boa espalhabilidade e aplicabilidade sobre o relevo cutâneo; Viscosidade menor que contribua para aumentar o FPS; O valor do EHL (equilíbrio hidrófilo-lipófilo) do sistema emulsionante deve estar por volta de 6 para boa resistência à água; A tensão superficial dos componentes oleosos deverá ter valor semelhante para ajudar na homogeneidade dos filtros na fórmula; Não deve comprometer a estabilidade espectrofotométrica dos filtros; As emulsões A/O devem ser evitadas quando há necessidade de bom espalhamento, pois apresentam maior resistência à água; A quantidade de óleo (solvente) na formulação deverá estar na proporção de 30-50% da quantidade de filtros químicos. As formas farmacêuticas a seguir apresentam algumas características determinantes para a qualidade e espessura do filme depositado sobre a pele (FLOR et al., 2007). Emulsões - oferecem grande versatilidade, pois podem ser incorporadas tanto substâncias hidrossolúveis como lipossolúveis, e a maioria dos filtros solares são lipossolúveis. De acordo com a sua viscosidade podem apresentar-
21 25 se na forma de loções ou cremes. Formam um filme protetor mais uniforme e espesso sobre a pele, e também menos transparente, permite às formulações maiores FPS e apresentam boa performance e compatibilidade com os filtros; Óleos é a forma cosmética mais antiga e mais fácil de formular protetores solares. Possui uma única fase e uma excelente estabilidade e como a maioria dos filtros solares são lipossolúveis, a sua incorporação é bastante simplificada em relação as emulsões. Proporcionam boa emoliência e se espalham facilmente sobre a pele deixando uma película oleosa (que favorece a permanência do filtro solar sobre a pele por mais tempo resistência à água). Gel é a forma de apresentação muito interessante, porque a transparência transmite uma aura de pureza e elegância. Podem ser hidro alcoólicos, aquosos ou oleosos e micro emulsões (FLOR et al., 2007). 3.3 FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR (FPS) Para estabelecer o nível de proteção oferecido pelos fotoprotetores criou-se o termo fator de proteção solar (FPS). Os métodos de medida do FPS baseiam-se no aparecimento de eritema na pele. Daí torna-se necessário padronizar a forma de medir este eritema. Portanto, dose eritematógena mínima (DEM) é definida como a quantidade de energia requerida para produzir a primeira reação eritemática, que implica em alterações da síntese de DNA, RNA, das membranas celulares, as proteínas e a produção de citocinas e mediadores da inflamação, perceptível com bordas claramente definidas, observadas entre 16 a 24 horas, após a exposição à radiação ultravioleta (FLOR et al., 2007). De forma resumida, podemos dizer, então, que FPS é definido como sendo a relação entre a quantidade de energia ultravioleta requerida para produzir uma dose eritemática na pele protegida e a energia requerida para produzir uma dose eritemática na pele não protegida. A relação matemática é expressa por: FPS = DEM (pele protegida) DEM (pele não protegida)
22 26 Exemplificando: se uma pessoa ficar ao sol por 10 minutos, sem nenhum produto na pele e não desenvolver eritema, com um protetor FPS 15 este tempo poderá ser prolongado 15 vezes, isto é, 10 vezes 15, totalizando uma exposição, baseada em dados teóricos, de 150 minutos (2 horas e 30 minutos) (ARAUJO; SOUZA, 2008). Em pele muito sensível, o uso inadequado de um produto com filtro, cujo valor de FPS seja superior a 30, proporciona segurança falsa de proteção solar, pois foi demonstrado que o aumento de proteção não segue uma curva linear. O filtro solar com FPS 15 bloqueia a maior parte dos raios UV e o aumento do FPS aumenta pouco o bloqueio destes raios. No entanto, o tempo em que o filtro solar continuará a absorver os raios UV será maior, quanto maior for o FPS, diminuindo a frequência de reaplicação (ARAUJO; SOUZA, 2008). Para a escolha do FPS, no entanto, são considerados diversos fatores, tais quais: Fatores humanos: tipo de pele, conteúdo de melanina na pele, quantidade de pelo; Fatores ambientais: temperatura, umidade, intensidade da radiação, ângulo da radiação incidente, presença de produtos refletores da radiação; Excipiente do filtro solar: emulsão A/O, emulsão O/A, óleo, gel oleoso, gel aquoso, solução hidro alcoólica, entre outros; Tipo e concentração do agente filtrante: o tipo e a concentração do agente filtrante exercem efeito direto sobre o grau de proteção a ser obtido. De modo geral, para a obtenção de altos FPS é necessário associar diferentes filtros; Espessura do filme aplicado: aplicação correta do produto pode contribuir, de maneira notória, na proteção pretendida; Hidro resistência do filme aplicado: natação e sudorese podem resultar em perda significativa do produto aplicado; Termo estabilidade, já que são produtos que sofrem uma longa exposição ao sol, durante sua utilização (CASTILHO et al., 2010). Mesmo que se consiga uma formulação ideal, esta jamais absorverá 100% da radiação UV, ou seja, uma parcela da radiação irá atravessar o protetor e se
23 27 acumulará nas células, danificando-as. Por isso, a importância de utilizar o foto protetor ideal e compatível com o tipo específico de pele.
24 28 4 A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA ORIENTAÇÃO DO USO CORRETO DO PROTETOR SOLAR 4.1 A ATENÇÃO FARMACÊUTICA A profissão farmacêutica constitui-se de amplas ações que permeiam o homem, a saúde e o medicamento. O profissional farmacêutico possui habilidades no atendimento em saúde devido ao seu amplo conhecimento adquiridos em sua formação, a qual inclui pesquisa, desenvolvimento, produção, controle de qualidade, clinica farmacêutica, comercialização e orientação no uso de medicamentos, nutracêuticos e cosméticos. A melhor maneira de cumprir suas atribuições, de modo a ser reconhecidas na sociedade, é procedendo a Atenção Farmacêutica (SCHOSTACK, 2004). De acordo com a Proposta do Conselho Brasileiro, a Atenção Farmacêutica: é um modelo de prática farmacêutica desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando a uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades biopsicossociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde (CRF, 2016). A atenção farmacêutica é uma gestão caracterizada por uma serie de conjuntos relacionados a atividades farmacêuticas, no qual tem o objetivo na qualidade do tratamento, no acesso do uso racional de medicamentos, onde ocorre uma seleção, programação, aquisição, distribuição, armazenamento e dispensação de medicamentos, desta forma buscando resultados terapêuticos positivos (CORRER, OTUKI, SOLER 2011). É essencial que o profissional farmacêutico exponha a assistência farmacêutica à população, podendo mostrar as pessoas que sua presença é imprescindível no ato da dispensação, e está relacionada à conduta, capacidade e conhecimento, levando ao cliente as orientações adequadas e um bom atendimento relacionado à atenção farmacêutica. A informação quanto ao uso correto dos medicamentos e produtos para
25 29 prevenção de doenças é fundamental para o uso correto dos mesmos, e a falta de informação ou sua compreensão deficiente podem contribuir para o fracasso da terapia. É preciso considerar que cada pessoa requer um plano especifico de orientação que possa contribuir para o conhecimento que leva a uma boa aquisição e uso do produto adquirido (SCHOSTACK, 2004). Principalmente quanto ao uso correto do protetor solar, que se não utilizado corretamente pode acarretar danos permanentes no futuro. A resolução nº 357 de 2001 que aprova o regulamento técnico das Boas Práticas de Farmácia complementa que: assistência farmacêutica é o conjunto de ações e serviços que visam assegurar a assistência integral, a promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos ou privados, desempenhados pelo farmacêutico ou sob sua supervisão (CFF, 2001). A atenção farmacêutica é um composto de atividades que é atribuída ao profissional farmacêutico, que tem por objetivo de orientar o paciente sobre o uso correto de medicamentos. Essa prática é considerada um serviço indispensável na relação paciente-medicamento, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Atenção farmacêutica é um conjunto de atividades atribuídas ao farmacêutico, com finalidade de orientar o paciente sobre o uso correto de medicamentos. Essa prática é considerada um serviço indispensável na relação paciente-medicamento, segundo a OMS, sem a orientação do farmacêutico o processo de eficácia do tratamento ou preventiva não ira alcançar os resultados esperados, havendo transtornos aos clientes. (CORRER, OTUKI, SOLER 2011). 4.2 A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO QUANTO AO USO CORRETO DO PROTETOR SOLAR O Brasil é um país tropical e as estações do ano requerem cuidados diferenciados no ponto de vista dermatológico, para a saúde e bem-estar das pessoas é recomendado diariamente o uso de protetores solares, também denominados fotoprotetores, principalmente em estações quentes e quando ficam grandes períodos de exposição solar. Segundo INCA (2016) ocorreu em 2016 no Brasil, novos casos de melanoma, sendo 3 mil em homens e em mulheres, que correspondem a
26 30 taxas de 3,03 casos novos a cada 100 mil homens e 2,59 para cada 100 mil mulheres. Já casos de câncer de pele não melanoma é ainda mais incidente, chegando a 81,66/100 mil (homens) e 91,98/100 mil (mulheres). Como o protetor solar é uma das principais recomendações para pessoas que não tem como evitar a exposição solar, a falta de informação ou orientação na hora da compra prejudica o cliente quanto ao uso correto, o produto adequado para a seu tipo de pele e até mesmo a quantidade adequada na hora do uso. São vários os tipos de protetores solares existentes, como: específicos para crianças, oil free (livre de óleo), fator de proteção solar (FPS), proteção para UVA e UVB, creme, loção, spray e emulsão, ha diversas opções expostas nas prateleiras dos estabelecimentos e pouca informação na hora da compra (FLOR et al., 2007). O protetor solar é vendido em vários comércios como supermercado, perfumarias, drogarias e até mesmo em revistas de cosméticos, a falta de informação ou orientação na hora da compra prejudica o cliente quanto ao uso correto, o produto adequado para a seu tipo de pele e até mesmo a quantidade adequada na hora do uso. Com uma orientação adequada em estabelecimentos que possuem profissionais bem treinados seria um bom passo para um uso adequado de um produto tão essencial para a saúde. Segundo portal ANVISA (2017) já houve a questão do enquadramento de colocar o protetor solar como medicamento, porem não facilitaria o acesso ao produto, pois a todo um custo para isso acontecer e quem sairia perdendo é o consumidor final, e também as empresas não querem perder. Os motivos são: O registro de um medicamento é no mínimo, 10 vezes mais caro do que um cosmético. Caso o protetor fosse classificado como medicamento, as empresas produtoras teriam que adequar suas linhas de produção as Boas Praticas de Fabricação de medicamentos. Isso implica na construção de outra área separada da produção dos cosméticos que implicaria em aumento do custo de produção do produto. Atualmente, o imposto federal que incidi no filtro solar já é de 0%. Os impostos que ainda pesam no preço do produto são os estaduais. A câmara de competitividade ligada ao Ministério da Indústria e Comércio tem essas informações.
27 31 Como medicamento, o filtro solar só poderia ser vendidos em farmácia e drogarias. Com isso a venda de filtros solares por supermercado ou ambulantes, por exemplo, seria ilegal. O fato de o filtro solar ser um cosmético, não impede que ele seja incluído na cesta básica do medicamento. É o que ocorre com o preservativo, por exemplo. Filtros solares não possuem nenhuma ação terapêutica. Segundo Araújo, Ueta e Freitas (2005) a Assistência Farmacêutica não é apenas distribuição e cuidados com o medicamento, mas abrange todos os procedimentos necessários à promoção, prevenção e recuperação da saúde. Ela engloba muitas atividades como distribuição, armazenamento e dispensação juntamente com a orientação quanto ao uso adequado e farmacovigilância. De acordo com a Rdc 357 (2001,p. 863) a Assistência Farmacêutica visa assegurar a assistência integral, a promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos ou privados, desempenhados pelo farmacêutico ou sob sua supervisão. Assim, foi mencionado que a Atenção Farmacêutica é um conceito de prática profissional no qual o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico. A atenção é o compendio das atitudes, dos comportamentos, dos compromissos, das inquietudes, dos valores éticos, das funções, dos conhecimentos, das responsabilidades e das habilidades do farmacêutico na prestação da farmacoterapia, com objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos na saúde e na qualidade de vida do paciente (RDC , p. 863). A atenção farmacêutica é vista pela maioria dos autores como uma ferramenta importante para uma boa assistência ao paciente, pois é através dela que acontece a interação com o paciente fornecendo informações pertinentes ao tratamento e cada um dentro de cada especificidade (PEREIRA; FREITAS, 2008). Com o grande avanço no desenvolvimento de novas formulações, formas farmacêuticas com alta complexidade e mecanização das indústrias farmacêuticas ficam praticamente indispensáveis uma orientação farmacêutica em medicamentos, dermocosmético e correlatos (PEREIRA; FREITAS, 2008). Para o uso de um protetor solar é importante considerar as características de
28 32 cada tipo de pele, pois cada formulação promove uma proteção eficaz sem ocasionar danos, como demonstrado na tabela abaixo: Tabela 1 Apresentação das bases cosméticas de filtros solares e seus comportamentos em relação à pele. Forma de Aplicação/ Sensação na Repel Reaplic apresentação espalhamento pele ência à água ações Menore Óleos Fácil Oleosa Sim s Menore Mousses Fácil Boa Sim s Menore Aerossol Fácil Oleosa Sim s Menore Pomadas Difícil Gordurosa Sim s Menore Sticks Fácil Gordurosa Sim s Géis Menore oleosos Fácil Oleosa Sim s Géis - Freque aquosos Fácil Boa Não ntes Géis Menore hidro alcoólicos Fácil Boa Sim s Géiscreme Menore Fácil Boa Sim s Fácil Boa/Pele Loções/ (depende do natural(depende do Menore Cremes produto) produto) Sim s Fonte: Chorilli et al. (2007) Faz parte das atribuições do farmacêutico a promoção da saúde, e a população está carente desta atribuição. O protetor solar é um produto que se enquadra nesta promoção da saúde já que é um principal aliado na proteção contra os raios solares na pele (e neste aspecto entra a orientação e o acompanhamento
29 33 farmacêutico) na educação em saúde (VIEIRA, 2007). A prática farmacêutica tem como primordial o bem estar do paciente e a promoção da saúde, e na prevenção e no tratamento de doenças como o câncer de pele, requer uma atenção continuada para uma boa prevenção e resultado. Desta forma, considera-se a importância do tema deste trabalho e a escassez de orientação na hora da compra sobre o uso adequado de um dermocosmético capaz de auxiliar contra fotoenvelhecimento, manchas indesejáveis e até o câncer de pele.
30 34 CONSIDERAÇÕES FINAIS A exposição exagerada ao sol pode ser muito prejudicial à pele, contribuindo para o fotoenvelhecimento e o surgimento do câncer de pele, por isso é fundamental a proteção da pele de forma adequada com a aplicação tópica de filtros solares, a fim de minimizar reações indesejáveis desencadeadas pelas radiações sejam originadas pelo sol ou pela luminosidade ambiente. Os filtros solares são substâncias químicas de uso tópico, cuja efetividade depende da capacidade do mesmo refletir ou absorver as radiações ultravioletas que atingem a pele, minimizando os efeitos danosos dessas radiações. São vários os tipos de protetores solares existente, e hoje em dia, devido à alta tecnologia, vários ativos dermatológicos são incorporados às formulações, além dos filtros solares. Tal associação tem intuito de propiciar ao consumidor uma proteção eficaz e atenuar os efeitos das radiações solares como a formação de radicais livres, flacidez e escurecimento da pele, evidente nas manchas e o câncer de pele. Já que a questão do enquadramento de colocar o protetor solar como medicamento não obteve sucesso devido não facilitar o acesso ao produto, pois a todo um custo para isso acontecer e quem sairia perdendo é o consumidor final, então além das campanhas efetivas de educação pública que tem sido promovida pelos próprios fabricantes e dos órgãos públicos, informando sobre os perigos da exposição solar e a importância de se evitar a exposição solar, a atenção farmacêutica consegue se encaixar nesta lacuna, já que a Atenção farmacêutica é um conjunto de atividades atribuídas ao farmacêutico, com finalidade de orientar o paciente sobre o uso correto de medicamentos e correlatos. Essa prática é considerada um serviço indispensável na relação paciente-medicamento e correlato, segundo a OMS, sem a orientação do farmacêutico o processo de eficácia do tratamento ou preventiva não ira alcançar os resultados esperados, havendo transtornos aos clientes. Somente através da conscientização da importância do uso de filtros solares, a população passará a expor-se protegidos ao sol, minimizando as agressões desencadeadas por ele. Uma boa proposta de pesquisa é a questão de o protetor solar ser vendido somente mediante á uma orientação farmacêutica ou um profissional treinado pelo mesmo. Como o protetor solar é uma das principais
31 35 recomendações para pessoas que não tem como evitar a exposição solar, a falta de informação ou orientação na hora da compra prejudica o cliente quanto ao uso correto, o produto adequado para a seu tipo de pele e até mesmo a quantidade adequada na hora do uso.
32 36 REFERÊNCIAS ANVISA. Folder de Proteção Solar. Brasília: ANVISA, Disponível em ar+-+sua+pele+merece+esse+cuidado/ ca83-4b0b-a03f-62df9a6c0c86. Acesso em: 15 fev ANVISA. Filtro Solar Medicamento X Cosmético. São Paulo: Portal de Notícias, Disponível em: op_up&p_p_mode=view&p_r_p_ _tag=cosm%c3%a9ticos. Acesso em: 24 mar ARAUJO, A. L. A; UETA, J.M; FREITAS, O. Assistência farmacêutica como um modelo tecnológico em atenção primária à saúde. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl. São Paulo. v. 26, n. 2, p , Disponível em: _Assistncia_farmacutica_como_um_modelo.pdf. Acesso em: 18 ago ARAUJO, T. S; SOUZA, S. O. Protetores solares e os efeitos da radiação ultravioleta. Scientia Plena. São Cristóvão. v. 04, n. 11, Disponível em: Acesso em: 04 mar CASTILHO, I. V; LEITE, R. M. S; SOUSA, M. A. A. Fotoexposição e fatores de risco para câncer de pele: uma avaliação de hábitos e conhecimentos entre estudantes universitários. An Bras Dermatol. Brasília. 85(2):173-8, Disponível em: risk_factors_for_skin_ x35gwp.pdf?awsaccesskeyid=akiaiwowyygz2y53ul3a&expires= &Signature=sIoRjz0ZSCKJ%2BLzfW5liRn%2FvfDM%3D&response-contentdisposition=inline%3B%20filename%3DFotoexposicao_e_fatores_de_risco_para_ca. pdf. Acesso em: 15 set CFF. Resolução nº 357, de 20 de abril Aprova o regulamento técnico de boas práticas de farmácia. Brasília. p. 863, Disponível em: Acesso em: 20 ago CHORILLI, M; UDO, M. S; CAVALLINI, M. E; LEONARDI, G. R. Desenvolvimento e estudos preliminares de estabilidade de formulações fotoprotetoras contendo Granlux GAI-45 TS. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl. São Paulo. v. 27, n. 3, p , Disponível em: Acesso em: 15 set CORRER, C. J; OTUKI, M. F; SOLER, O. Assistência farmacêutica integrada ao processo de cuidado em saúde: gestão clínica do medicamento. Rev Pan-Amaz Saúde. Curitiba. 2(3):41-49, Disponível em:
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