ENFERMAGEM. SAÚDE DA MULHER Assistência de Enfermagem ao Puerpério. Parte 2. Profª. Lívia Bahia
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- João Batista Castro Lacerda
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1 ENFERMAGEM SAÚDE DA MULHER Assistência de Enfermagem ao Puerpério Parte 2 Profª. Lívia Bahia
2 Complicações do puerpério As principais complicações no período do puerpério são: Hemorragia pós parto Infecção puerperal; Tromboflebites; Mastites; Distúrbios psicológicos; Etc.
3 Hemorragia pós parto Tradicionalmente definida como a perda de sangue > 500 ml após o parto vaginal ou >1.000 ml após o parto cesáreo; Para fins de definição clínica, qualquer perda de sangue que cause instabilidade hemodinâmica também pode ser considerada como hemorragia pós-parto; Principal causa de morte materna em todo mundo, acontecendo em sua maioria nas primeiras 4 horas pós-parto; Além do óbito, grave morbidade pode estar associada à hemorragia pós-parto; incluem a síndrome de angústia respiratória do adulto, coagulopatia, choque e necrose hipofisária (Síndrome de Sheehan).
4 Classificação: o Primária (precoce): ocorre dentro de 24 horas do puerpério, geralmente causada pela deficiência da contratilidade uterina (atonia uterina); o Secundária (tardia): quando o sangramento excessivo incide entre 24 horas e 12 semanas pós-parto, geralmente associada à: subinvolução do leito placentário, retenção de restos ovulares, infecção (endometrite), defeitos hereditários da coagulação (doença de Von Willebrand, púrpura trombocitopênica idiopática, púrpura trombocitopênica trombótica e hemofilia A);
5 Fatores de risco: o Multiparidade; o Distensão uterina exagerada pela prenhez gemelar, polidrâmnio e macrossomia; o Parto rápido ou prolongado; o Anestesia geral; o Infecção amniótica.
6 Etiologia o Segue a regra dos 4 T s: tono, trauma, tecido, trombina; o A atonia uterina é a causa mais comum de hemorragia pós-parto; É o comprometimento do tônus da musculatura uterina; A atonia uterina é frequentemente devida a exaustão do músculo, seja devido a trabalho de parto prolongado quanto a um precipitado; Outras fatores relacionados a atonia uterina: gravidez múltipla, feto grande ou hidrâmnio, descolamento prematuro de placenta ou na presença de miomas;
7 o Trauma deve sempre ser excluído; Lacerações e hematomas resultam do traumatismo do parto e causam significante perda sanguínea; Lacerações baixas da parede vaginal e do períneo geralmente não sangram profusamente, mas aquelas que ocorrem no colo ou na porção superior do canal vaginal podem ser profundas e extensas a ponto de romper grandes vasos sanguíneos;
8 o Retenção de tecido placentário ocorre quando a placenta não se descola de seu sitio habitual, total (caso de acretismo) ou parcialmente (restos placentários); Fragmentos retidos de tecido placentário, coágulos sanguíneos ou separação incompleta da placenta são causas importantes de perda sanguínea; Eles não permitem que os músculos contraiam os vasos sanguíneos adequadamente; o As desordens da coagulação são causas raras de hemorragia pós-parto;
9 Diagnóstico o Inspeção cuidadosa do sistema genital inferior, buscando a presença de lacerações e hematomas; o Revisão sistemática do canal de parto; o Sinais de rotura uterina no parto: Alterações hemodinâmicas maternas; Sangramento vaginal; Dor abdominal o Retenção placentária; o Defeitos da coagulação;
10 Medidas Gerais o Acesso venoso adequado; o Sonda vesical de demora para controle do débito urinário o Exames laboratoriais: Hematócrito e hemoglobina; Coagulograma; Amostra sanguínea para prova cruzada, em vista da eventual necessidade de transfusão de sangue; o Expansão de volume com cristalóides (Ringer lactato ou soro fisiológico) e/ou expansores plasmáticos sintéticos; o Transfusão de sangue fresco, caso hemoglobina < 7g%;
11 o Casos de atonia uterina: Massagear o fundo uterino; Uso de ocitocina (20 a 40 mu/minuto) em perfusão venosa.; Uso de Ergometrina: 0,2 mg IM. Misoprostol: 200 mcg por via retal (para a administração, dividir o comprimido ao meio) o Nos casos de lacerações do canal de parto: Hemostasia e síntese cuidadosa da lesões; Compressa de gelo na região perineal;
12 Infecção puerperal É a terceira causa de mortalidade materna; Diagnóstico: temperatura superior a 38ºC após o primeiro dia de puerpério e manutenção da temperatura elevada por mais de 24 horas, que surge nos 10 primeiros dias de pós-parto;
13 Infecção puerperal É a terceira causa de mortalidade materna; Diagnóstico: temperatura superior a 38ºC após o primeiro dia de puerpério e manutenção da temperatura elevada por mais de 24 horas, que surge nos 10 primeiros dias de pós-parto; Exames laboratoriais: Podem auxiliar na identificação do provável agente etiológico, na localização da infecção e na avaliação da gravidade do caso: Hemograma, hemocultura e rotina e cultura de urina; cultura de secreções aparentes; Raios X de tórax e de abdome; Ultrassonografia: útil na suspeita de coleções e abscessos;
14 Infecção da ferida operatória manifestações clínicas o Sinais e sintomas flogísticos locais: dor, rubor e calor; o Febre moderada ocasional; o Secreção, por vezes purulenta; o Conduta: Higiene local com soluções antissépticas; Quando o abscesso é localizado sem indícios de infecção sistêmica e a paciente está em bom estado geral, apenas drenagem e cuidados locais são suficientes;
15 Infecção na incisão da episiotomia o Conduta: Higiene local com soluções antissépticas; Uso de antimicrobianos: (Cefalexina 500 mg VO a cada 6 horas o Cefuroxima 500 mg VO a cada 12 horas o Clindamicina 900 mg IV a cada 8 horas ou clindamicina 600 mg VO a cada 8 horas); Tempo recomendado de tratamento: 7 a 10 dias; Uso de analgésicos; A incidência de infecção na episiotomia geralmente é baixa. Em geral não é um caso grave. Quando há infecção grave com áreas extensas e necrose de estruturas perineais é necessário desbridamento e antimicrobiano sistêmico;
16 Trombose venosa A trombose pode ocorrer tanto nas veias superficiais como nas profundas; Sintomas de tromboflebite: dor na perna, edema e aumento da temperatura da pele na área afetada; Profilaxia: deambulação precoce
17 Mastite A mastite é causada pela invasão do tecido mamário por organismos patológicos; Pode ocorrer em qualquer período da lactação, porém é mais frequente entre a primeira e quarta semana do puerpério; Sintomas: febre, calafrios, aumento do pulso; Devido ao desconforto e a dor, e também por acreditarem que o leite da mama afetada fará mal ao bebê, muitas mulheres desmamam precocemente os seus filhos, se não forem adequadamente orientadas e apoiadas;
18 Conduta: o Esvaziamento da mama; o Checar elasticidade da região areolar e a pega; o Manter a amamentação; o Sustentação da mama bom sutiã; o Ordenha manual; o Estimular a manutenção do aleitamento; o Aplicação de compressas frias;
19 Profilaxia o Amamentação precoce e frequente, evitando ingurgitamento; o Técnica correta de amamentação; o Expor as mamas ao sol (10 minutos ao dia); o Higiene mamilar pós-mamada com o próprio leite (esperar secar); o Evitar lavar mamilos com frequência exagerada; o Uso de sutiã adequado (retificação dos ductos, evitando estase); o Manter mamilos secos; o Evitar a aplicação de cremes e protetores descartáveis e de tecidos; o É recomendado o uso de conchas protetoras;
20 Distúrbios psicológicos do puerpério (tristeza materna, depressão pós parto e psicose) Puerpério é uma fase de readaptação em que alterações fisiológicas podem vir acompanhadas de distúrbios de ordem psíquica, ligados às mudanças bioquímicas que ocorrem no organismo materno logo após o parto, como aumento da secreção de corticosteróide e a queda repentina dos níveis hormonais; É notória a cobrança imposta sobre a puérpera quanto a assumir uma postura idealizada, onde demonstre tranquilidade, receptividade e disposição para amamentar e cuidar da criança;
21 Blues puerperal ou síndrome da tristeza pós parto o Considerado um transtorno de ajustamento; o Os sinais e sintomas iniciam nos primeiros dias após o parto com duração variável, estendendo-se de algumas horas até no máximo duas semanas, sendo a maior incidência no terceiro dia pós parto; o Tem prognóstico favorável, caracterizado por humor instável, crises de choro típicas, emotividade exacerbada e hipersensibilidade. Pode haver tristeza, ansiedade, fadiga, cefaléia, insônia, inquietação, hipocondria e ainda preocupação excessiva com a lactação, amamentação e saúde do bebê; o As manifestações podem vir acompanhadas de distúrbios cognitivos como dificuldade de concentração, de raciocínio e perturbação da memória;
22 Depressão puerperal ou transtornos neuróticos pós parto o Distúrbio de humor variando de grau moderado a severo, entre seis e oito semanas após o parto; o Fatores predisponentes estão relacionados com mães que apresentam alterações de humor no período pré menstrual (TPM), história prévia de depressão, genética, personalidade, condições existenciais e vivenciais relacionadas à gestação na adolescência, gravidez indesejada, etc; o Principais manifestações: tristeza, perda do prazer, choro fácil, abatimento, alterações do apetite, distúrbio do sono, fadiga, irritabilidade, hipocondria, dificuldade de concentração e memorização, redução do interesse sexual e ideação suicida;
23 cuidados pessoais. Assistência de Enfermagem ao Puerpério Psicose puerperal ou transtorno afetivo psicótico puerperais o Distúrbio do humor caracterizado por perturbações mentais graves e agudas, frequentemente alucinatórias tendo início entre as primeiras duas ou três semanas após o parto; o A sintomatologia que antecede a psicose puerperal é constituída por alterações no sono, inquietação, fadiga, depressão, irritabilidade, além de certa perplexidade inapetência, apresenta ideias de perseguição e confusão; o A característica principal desta é a rejeição total ao bebê, sentindo-se completamente aterrorizada e ameaçada por ele, como se fosse um inimigo em potencial; o A mulher sente-se, então, apática, abandona os próprios hábitos de higiene e
24 Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto Referências Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher/ Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. Brasília: Ministério da Saúde, Montenegro, C. A. B.; Rezende Filho, J. Obstetrícia. 11.ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, Ziegel, E.E. Enfermagem Obstétrica. 8ª edição. 1985
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