Os fundamentos do juízo: a faculdade do juízo e a conformidade a fins

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Os fundamentos do juízo: a faculdade do juízo e a conformidade a fins"

Transcrição

1 2. Os fundamentos do juízo: a faculdade do juízo e a conformidade a fins As considerações iniciais deste capítulo dizem respeito à faculdade do juízo, elemento sem o qual não é possível entender o fundamento daquilo que pretendemos tratar nesta dissertação, a saber, como é possível a validade universal do juízo sobre o belo, sendo ele um juízo singular e sua validade, subjetiva. O primeiro passo a ser dado nesse caminho é o primeiro não só no sentido cronológico, mas também primeiro no sentido lógico, por ser o mais fundamental. Só assim será possível fincar os pés em um terreno firme para tratar do julgamento acerca do belo. Neste primeiro momento nos concentraremos na exposição das bases nas quais Kant fundamenta os juízos reflexivos estéticos A faculdade do juízo Para descrever a faculdade 3 do juízo precisamos, primeiramente, analisála em seus elementos para, em seguida, fornecer os meios segundo os quais ela é válida no âmbito da estética e finalizar mostrando como ela se especifica no juízo estético do belo. A faculdade do juízo, nas palavras de Kant, é a capacidade de subsumir a regras, isto é, de discernir se algo se encontra subordinado à dada regra ou não. (KANT, 1994, B 172 p. 177). Podemos observar que em cada Crítica o autor procura se ocupar desse tema e de suas aplicações: teórica, prática e estética/teleológica. Nessa dissertação o foco está na aplicação estética, à qual Kant se dedicou na primeira parte da CFJ. 3 Faculdade em alemão Vermögen e é derivado do latim facultas e do grego dynamis. Dynamis significa poder, e facultas significa a capacidade para realizar algo. A relação existente entre essas palavras nos mostra que faculdade é a potência que o sujeito possui para uma realização.

2 13 A faculdade do juízo em geral é a faculdade de pensar o particular como contido sob 4 o universal. No caso de este (a regra, o princípio, a lei) ser dado, a faculdade do juízo, que nele subsume o particular, é determinante (o mesmo acontece se ela, enquanto faculdade transcendental, indica a priori as condições de acordo com as quais apenas naquele universal é possível subsumir). Porém, se só o particular for dado, para o qual ela deve encontrar o universal, então a faculdade do juízo é simplesmente reflexiva. (KANT, 2008, B XXVI p. 23). A faculdade do juízo concerne à capacidade de pensar o particular como contido no universal. Nessa passagem, que pertence à Introdução publicada da CFJ, além de dar a conceituação geral da faculdade do juízo, Kant estabelece a distinção entre os juízos determinantes e os juízos reflexivos. O critério de distinção está na maneira segundo a qual o particular e o universal se relacionam entre si. Esta relação, possível de ser realizada pela faculdade do juízo, possui duas formas: uma em que o universal encontra-se disponível e para o qual o sujeito deve encontrar o particular. A essa maneira de relacionar universal e o particular, Kant chama de juízo determinante. Na outra, apenas o particular está disponível e o sujeito busca o universal. Essa outra maneira de relacionar particular e universal é chamada por Kant de juízo reflexivo. O juízo determinante é a faculdade de pensar o particular como contido no universal, quando o universal é dado e subsume 5, sob ele, o particular. É o tipo de juízo no qual uma faculdade legisla sobre a outra, quando duas delas se relacionam entre si. O juízo de conhecimento é determinante, por exemplo, quando há relação entre a imaginação e o entendimento sob legislação do entendimento. Nesse juízo há uma espécie de coerção entre as faculdades, pois uma determina a outra. Quando a razão determina a vontade, o juízo também é determinante, portanto, o juízo determinante do qual estamos tratando não é o único caso. O juízo reflexivo é a faculdade de pensar o particular como contido no universal, quando só o particular é dado e para o qual ele deve encontrar o universal. Desse modo, o juízo reflexivo é aquele que, a partir de fenômenos, procura um conceito por meio da reflexão. O conceito é buscado para que o objeto dado possa ser pensado. O que se busca é um meio de se lidar com o 4 Visto que o termo usado no alemão é unter, a melhor tradução é sob o universal. 5 Subsumir é considerar um fato como aplicação de uma lei, ou seja, quando se conhece o universal e assim se concebe o particular a partir de sua lei.

3 14 particular dado e não, determinar o objeto para se saber o que ele é, nesse sentido sua validade é subjetiva, pois precisamos do conceito para lidar com o objeto. O Juízo pode ser considerado, seja como mera faculdade de refletir, segundo um certo princípio, sobre uma representação dada, em função de um conceito tornado possível através disso, ou como uma faculdade de determinar um conceito, que está no fundamento, por uma representação empírica dada. (KANT, 1995, B 16 p. 47). No caso do juízo determinante, se ele é um juízo de conhecimento, as faculdades cognitivas se relacionam por meio do esquema da imaginação de modo a que os dados sensíveis sejam determinados. O entendimento, por meio dos conceitos, determina os dados da sensibilidade em relação aos quais, a imaginação exerce um papel mediador, formando um esquema que possibilitará que haja um acordo entre a universalidade do conceito e a singularidade dos dados sensíveis. A determinação dos dados sensíveis pelo conceito do entendimento é possível por meio de uma coerção entre as faculdades cognitivas do sujeito, pois o entendimento, por meio do conceito determina a imaginação, que, por sua vez, determina os dados sensíveis. Diferentemente, o juízo reflexivo não parte de nenhum conceito. Ele parte de um dado singular para o qual é preciso encontrar o conceito universal para pensar sobre o dado. O conceito de juízo reflexivo ou reflexionante, se o consideramos como uma das espécies de juízo mencionadas acima, tem, sob si, três sub espécies de juízo: o juízo reflexivo teleológico 6, que diz respeito à finalidade da natureza, mas dessa espécie não procuraremos dar conta nessa dissertação; o juízo reflexivo estético 7, que diz respeito à representação com relação ao sentimento de prazer e desprazer; e o juízo reflexivo que possibilita a formação de conceitos e leis empíricas, ao qual também não vamos dar conta na presente investigação. 6 O juízo reflexivo teleológico apesar de ser reflexivo não tem ligação com prazer e/ou desprazer e sim com a finalidade. É possível arriscar uma interpretação de que esse juízo envolve uma espécie de prazer reflexivo, mas não pretendemos tratar desse tema. 7 Para distinguir se algo é belo ou não, referimos à representação, não pelo entendimento ao objeto em vista do conhecimento, mas pela faculdade de imaginação (talvez ligada ao entendimento) ao sujeito e ao seu sentimento de prazer e desprazer. (KANT, 2008, B 4 p. 47).

4 15 Para realizar sua função, o juízo reflexivo é compelido a ascender do particular na natureza para o universal e por isso ele necessita de um princípio. Como o juízo reflexivo parte de um objeto dado, é preciso um princípio em função do qual o objeto pode ser pensado. Faz-se necessária uma lei para buscar o universal em vista do particular. Quando exerce a função reflexiva, a faculdade do juízo deixa de ser simplesmente coadjuvante e toma a dianteira em relação ao entendimento, pois na função determinante o entendimento é que tem a dianteira e o juízo é regrado pelo conceito puro do entendimento. No entanto, a multiplicidade da natureza e a multiplicidade da experiência vão além daquilo que o entendimento pode determinar. Segundo Kant, as exigências racionais levam o sujeito a encontrar na própria razão princípios em função dos quais o ser humano tenha condições de lidar com esta multiplicidade, para que ele possa pensá-la como constituindo um todo. Deleuze 8 observa que Kant faz uso do termo faculdade em dois sentidos. No primeiro sentido, faculdade remete para as diversas relações de uma representação em geral [...] num segundo sentido, faculdade designa uma fonte específica de representações. (DELEUZE, 1994, p. 15). Deleuze nos esclarece que em ambos os sentidos, faculdade é um poder a priori, isto é, cada uma dessas faculdades deve ser capaz de uma forma superior. Logo, Deleuze nos possibilita entender que a faculdade é superior quando relaciona as representações a priori, isto é, aquela que apresenta a relação entre as representações de forma universal e necessária. Uma faculdade tem uma forma superior quando ela acha em si mesma a lei do seu próprio exercício, (mesmo que desta lei decorra alguma relação necessária com outra faculdade) a fim de que funcione com validade universal. Sob sua forma superior, uma faculdade é autônoma, ou seja, é guiada por uma lei, ou melhor, por um princípio 9 próprio, se ela é capaz legislar sobre os objetos que lhe são submetidos. 8 Essas considerações foram feitas por Deleuze em sua obra: A filosofia crítica de Kant. 9 Um princípio é um começo ou um ponto de partida que possui, classicamente, características ontológicas e lógicas. Um princípio puro é distinto do empírico e alinhado com o a priori. É considerado como a possibilidade de conhecimento a priori. É uma condição universal. Os princípios têm tanto uma função constitutiva quanto regulativa. Os constitutivos entendem dever submeter a existência das aparências a regras a priori (KANT, 1994, B 222 p. 210), e os

5 16 Como a faculdade do juízo relaciona faculdades diferentes entre si, as representações correspondentes se relacionam de forma sintética (ou, em outras palavras: o que acontece é uma conexão entre as representações). No que concerne à faculdade de desejar, ela atua de forma superior quando a vontade não é determinada pelo prazer esperado, mas pela simples forma da lei, a saber, quando ela é determinada pela razão. Percebemos dessa maneira que uma faculdade é autônoma na medida em que exerce suas funções de forma a priori e encontra-se suprida por um princípio que possibilita um procedimento reflexivo dessa faculdade. A faculdade do juízo reflexiva, que tem a obrigação de elevar-se do particular na natureza ao universal, necessita por isso de um princípio que ela não pode retirar da experiência, porque este precisamente deve fundamentar a unidade de todos os princípios empíricos sob princípios igualmente empíricos, mas superiores e por isso fundamentar a possibilidade da subordinação sistemática dos mesmos entre si. (KANT, 2008, B XXVII p. 24). Esse princípio do qual estamos tratando é chamado por Kant de conformidade a fins <Zweckmässigkeit>, e trata-se da possibilidade de vislumbrar uma unidade nas leis empíricas da natureza. Tal princípio é regulativo. Um princípio regulativo nos dá os meios de lidar com a natureza de modo a que possamos interagir com ela. Ele possibilita, por exemplo, pressupor que há uma continuidade na natureza de modo a que possamos formar conceitos e leis empíricas. Na Primeira Introdução Kant afirma que é preciso que se pense a natureza com uma finalidade porque ela forma uma conexão sistemática das leis empíricas, então, é considerável pensar todo o agregado de experiências particulares como sistema das mesmas. (KANT, 1995, B 8 p. 38). É preciso pressupor uma continuidade na natureza para que seja formada uma conexão sistemática de leis empíricas. Essa continuidade só pode ser pensada em função de um princípio, pois a soma das leis particulares não dá conta sozinha de unificar a multiplicidade de experiências. Este princípio opera como se 10 a regulativos são aqueles que oferecem regras segundo as quais uma unidade da experiência deverá resultar das percepções. (KANT, 1994, B 222 p ). 10 Como se tem, nesse caso, caráter analógico, pois afinal o princípio da conformidade a fins não determina nada na forma do entendimento. É como se determinasse a forma como entendemos o mundo, mas na verdade é apenas uma regra para a reflexão. É a condição sem a qual não se pode

6 17 natureza se deixasse determinar pela nossa faculdade da razão. No entanto, ele nada determina na forma do entendimento, seu aspecto reflexivo visa resguardar apenas uma lei para o juízo, que é contingente em relação à natureza. É que, sem pressupormos isso, não teríamos qualquer ordem da natureza segundo leis empíricas e, por conseguinte nenhum fio condutor para uma experiência e uma investigação das mesmas que funcione com estas segundo toda a sua multiplicidade. (KANT, 2008, B XXXVI p. 29). Na Introdução publicada na CFJ Kant faz uma referência implícita ao princípio regulativo. Ele se refere à possibilidade de se pensar a conformidade a fins da natureza. Tal princípio é então, uma condição que o sujeito admite a priori quando tem necessidade de dar conta daquilo que a natureza lhe oferece. Por meio de tal princípio é possível supor uma ordem para a natureza. Por isso a faculdade do juízo possui um princípio a priori para a possibilidade da natureza, mas só do ponto de vista de uma consideração subjetiva de si própria, pela qual ela prescreve uma lei, não à natureza (como autonomia), mas sim a si própria (como heautonomia) para a reflexão sobre aquela, lei que se poderia chamar da especificação da natureza [...]. (KANT, 2008, B XXXVII p ). O princípio da conformidade a fins, possível de ser pensado em função do princípio regulativo, é subjetivo, pois não determina nada em relação aos objetos da natureza, mas sim dá a regra para que eles possam ser pensados. Tal princípio possibilita que se julgue a natureza como podendo especificar suas leis universais e empíricas em conformidade com um sistema lógico e único em função do juízo (KANT, 1994, A / B p ). Kant estabelece esse princípio sabendo que a lei garantidora da unidade da natureza é dada a priori pela razão. E assim, é possível atribuir à natureza um sistema e não tomá-la como um mero agregado. É como se a razão desse a condição de possibilidade para que a natureza seja considerada como um sistema, em função de uma exigência lógica. O juízo reflexivo juntamente com o princípio da conformidade a fins pensar universalmente o princípio de finalidade, pois não se pode demonstrá-lo, afinal é um princípio regulativo e não constitutivo. É uma hipótese, é como se a natureza fosse final para o homem, mas não se sabe de fato se ela é. Através do princípio será possível pensar a natureza como um sistema e não como um mero agregado.

7 18 pretendem fornecer uma regra para se pensar o particular diante do universal indisponível. Este princípio tem a função de guiar o sujeito em seu julgamento sobre a natureza para que ele possa lidar com ela de uma forma que faça sentido. O juízo reflexivo fornece, portanto, as condições para que seja possível tratar dos dados particulares da natureza, dados que escapam aos conceitos do entendimento. A conformidade a fins (ou princípio de finalidade) é dada por uma exigência lógica da razão de ordenação da natureza. Existem duas definições que Kant dá à conformidade a fins: na primeira, um fim é o conceito de um objeto enquanto encerra, ao mesmo tempo, a base da realidade desse objeto. (KANT, 2008, B XXVII p. 24); na segunda, fim é o objeto de um conceito, enquanto este é considerado como a causa daquele (a base real da possibilidade do objeto). (KANT, 2008, B 32 p. 64). A conformidade a fins não é o mesmo que fim, a conformidade a fins é um princípio e fim tem a ver com um conceito de um objeto, e pode ser tomado também como objeto. Em nenhum dos dois casos está dito que fim é um princípio. Podemos estabelecer uma relação entre o princípio de finalidade e o conceito de fim, pois afinal o conceito de fim pode tornar mais evidente o principio de finalidade. As definições de fim se relacionam com o princípio de finalidade através da noção de causa final. A conformidade subjetiva é o poder de julgar discernindo a possibilidade de um fim. A partir desses conceitos é possível observar que, por meio do princípio de finalidade, os juízos reflexivos podem ser tidos como estabelecendo uma sintonia entre o sujeito e as coisas, o que possibilita ao sujeito pensar a natureza como final para ele. É como se a natureza fosse feita para o homem, porque o princípio da conformidade a fins opera como se a natureza se deixasse compreender como um todo pela experiência. Esse princípio possibilita lidarmos com a natureza como se ela fosse final para nós. Admitir essa homogeneidade na natureza nos possibilita formar conceitos para os particulares da natureza. Por meio do princípio de finalidade consideramos a natureza como se fosse feita para interagirmos com ela. É preciso ter um critério para hierarquizar conceitos, ou seja, um critério capaz de por em ordem tudo que conhecemos através do entendimento. E tais juízos que procedem desse princípio, não têm a pretensão de determinar a natureza, mas

8 19 apenas regulá-la. A partir desse princípio o homem pode admitir uma sistematicidade, através da qual ele é capaz não só de interagir com o meio em que ele vive, mas também de pensá-lo como um todo. Concentrar-nos-emos agora na proposta da CFJ, segundo a qual a faculdade do juízo tem como principal função estabelecer as relações entre o sentimento de prazer e de desprazer e as faculdades cognitivas. Percorreremos a partir de agora o caminho que pretende analisar a relação entre a conformidade a fins e o sentimento de prazer e desprazer. O problema a ser resolvido é como o princípio de finalidade se liga ao sentimento de prazer e/ou desprazer. Kant indica no primeiro momento da Analítica que esse sentimento é a condição para o juízo estético. É preciso provar a condição estética dos juízos reflexivos estéticos, para descrever a possibilidade deste princípio transcendental do gosto A conformidade a fins como princípio transcendental do gosto Após essa aproximação acerca do princípio que pretende fundar os juízos estéticos, agora começaremos o tratamento dos juízos estéticos e sua ligação com esse princípio. O elemento central dos juízos estéticos é o prazer que está ligado à representação, que de forma nenhuma pode se reverter em conhecimento. Na verdade, através deles nada conheço no objeto da representação, ainda que eles possam ser até o efeito de um conhecimento qualquer. (KANT, 2008, BXLIII p.33). Diz Kant, o objeto só pode ser designado conforme a fins, porque sua representação está imediatamente ligada ao sentimento de prazer. (KANT, 2008, B XLII p. 33). Quando o sujeito sente prazer em sua relação com a natureza, ele pode identificar uma espécie de finalidade que resulta nesse sentimento, pois se o sujeito sente prazer é possível atribuir esse sentimento a um indício de que a natureza foi feita para lhe dar prazer. A finalidade do juízo estético é uma finalidade sem fim (trataremos com mais atenção desse tema no segundo capítulo, no tópico 3.1), porém o sentimento de prazer é um indício da conformidade a fins.

9 20 Por isso um objeto só pode ser designado conforme a fins, porque a sua representação está imediatamente ligada ao sentimento de prazer; e esta representação é ela própria uma representação estética da conformidade a fins. (KANT, 2008, BXLII p. 33). Podemos expor o argumento da seguinte forma: na medida em que a conformidade a fins é apenas uma pressuposição do juízo reflexivo e nada diz de objetivo, a não ser enquanto possibilidade de regrar a maneira de pensá-lo, assim é certo afirmar que ela não é um princípio para os juízos determinantes. A conformidade a fins e esse sentimento encontram-se em conexão na medida em que ambos participam do momento estético da reflexão sujeito-objeto, momento que precede o ajuizamento reflexivo. (TROMBETTA, 2000, p. 85). Se o prazer está ligado à conformidade a fins e esta é um princípio transcendental (necessário, mesmo que subjetivo), o juízo de gosto que é fundamentado no prazer tem o direito a essa base transcendental que concede assim necessidade e universalidade. Desta forma o prazer não pode mais do que exprimir a adequação deste objeto às faculdades de conhecimento que estão em jogo na faculdade do juízo reflexiva e por isso, na medida em que elas aí se encontram, exprime simplesmente uma subjetiva e formal conformidade a fins do objeto. (KANT, 2008, B XLX p ). Na verdade, como o fundamento do prazer ou desprazer é colocado simplesmente na forma do objeto para a reflexão geral, por conseguinte em nenhuma sensação do objeto, é também colocado sem relação a um conteúdo que contenha uma intenção qualquer, é apenas a legalidade no uso empírico da faculdade do juízo em geral (unidade da faculdade da imaginação e do entendimento) no sujeito com que a representação do objeto na reflexão concorda. As condições dessa reflexão são válidas a priori de forma universal. (KANT, 2008, B XLV p. 34). O que salta aos olhos nesse momento é o caráter a priori e universal da reflexão presente no juízo estético, o qual não se encontra determinado em algum conteúdo. Por outro lado, a universalidade não está pautada numa validade a priori, enquanto necessidade objetiva fundada em conceitos, mas no sentimento ligado à conformidade a fins. A partir de agora podemos entender que o caráter universal da reflexão dos juízos de gosto não está presente em um conteúdo determinado, pelo contrário, podemos localizá-lo em suas condições de possibilidade.

10 21 Ora, este conceito transcendental de uma conformidade a fins da natureza não é nem um conceito de natureza, nem de liberdade, porque não acrescenta nada ao objeto (da natureza), mas representa somente a única forma segundo a qual nós temos que proceder na reflexão sobre os objetos da natureza com o objetivo de uma experiência exaustivamente interconectada, por conseguinte é um principio subjetivo (máxima) da faculdade do juízo. (KANT, 2008, B XXXIV p. 28). A operação reflexiva, que tem sua origem no ajuizamento estético, possui uma ligação indissociável com o sentimento de prazer e o estado de ânimo. Para esclarecer um pouco mais o juízo reflexivo estético vamos nos dedicar a ele no próximo tópico deste capítulo O juízo reflexivo estético Nessa parte trataremos do ajuizamento 11 reflexivo estético, o qual diz respeito ao sujeito e ao seu sentimento de prazer e/ou desprazer. Este prazer ao qual o juízo estético está ligado se dá pela presença de objetos formalmente aptos, que originam um operar das faculdades cognitivas, diferente do juízo de conhecimento. É justamente por não determinar nada em relação ao objeto que a dimensão estética é aquela que diz respeito apenas ao sujeito e seu sentimento de prazer ou desprazer. Aquilo que na representação de um objeto é meramente subjetivo, isto é, aquilo que constitui a sua relação com o sujeito e não com o objeto é a natureza estética dessa representação. [...] Aquele elemento subjetivo numa representação que não pode de modo nenhum ser uma parte do conhecimento é o prazer ou desprazer. (KANT, 2008, B XLII p ). Existem duas espécies de juízo estético: o juízo sobre o belo e sobre o sublime. Não pretendemos dar conta nesta dissertação do juízo sobre o sublime. Nossa investigação concentrar-se-á no juízo reflexivo estético sobre o 11 A tradução de Beurteilung por ajuizamento e de Urteil por juízo. O segundo expressa união de dois conteúdos representacionais, e o primeiro é a relação da consciência ajuizante com o objeto representado, não ampliando o conhecimento, mas expressando aprovação ou desaprovação. (KANT, 2008, B 4 p. 47 nota do tradutor).

11 22 belo que é denominado juízo de gosto. É através da análise desse juízo que vamos lidar com a validade universal do sentimento acerca do belo. Nos juízos reflexivos estéticos sobre o belo, as faculdades cognitivas, imaginação e entendimento, se relacionam através de um jogo livre, que tem como efeito o estado de ânimo que gera o sentimento de prazer. As faculdades do sujeito neste momento não estão determinando nada em relação ao objeto, estão na verdade experimentando um sentimento ao se relacionarem com tal objeto. Tal prazer estético tem a pretensão de revelar se algum objeto é ou não belo, de acordo com o estado de ânimo do sujeito perante tal objeto. Sabendo que é através do jogo harmonioso entre suas faculdades que o sujeito pode sentir prazer e, em função desse sentimento, julgar esteticamente o objeto. Torna-se preciso analisar agora uma questão fundamental acerca desta classe de juízos: se é o prazer que precede o juízo, ou se é o juízo que precede o prazer? Nesse momento nos deparamos com a questão-chave da CFJ; se o sentimento de prazer precede o ajuizamento estético ou se é este ajuizamento que precede o prazer? Kant nos responde que: Se o prazer no objeto dado fosse o antecedente e no juízo de gosto somente a comunicabilidade <Mitteilbarkeit> 12 universal do prazer devesse ser concedida à representação do objeto, então um prazer não seria nenhum outro que o simples agrado na sensação sensorial e, por isso, de acordo com sua natureza, somente poderia ter validade privada, porque dependeria imediatamente da representação pela qual o objeto é dado. (KANT, 2008, p. 61 B 27). É na resposta para essa pergunta que encontramos a chave para abrir a questão que buscamos fundamentar, a saber, a capacidade dos juízos reflexivos estéticos terem validade subjetiva e universal apesar de serem juízos singulares. Se o prazer antecede o juízo, este consistiria apenas na comunicação do sentimento, então tal prazer seria resultante de um simples agrado na sensação sensorial. De tal modo que só possuiria validade privada. No entanto, se é o ajuizamento estético que como condição subjetiva de gosto, tem que jazer como fundamento do mesmo e ter como consequência o prazer no objeto, (KANT, 2008, p. 61 B 27) então não pertence a simples sensação do sujeito, mas resulta a reflexão. Desse modo poderemos entender 12 O verbo mitteilen possui o significado de compartilhar, e Kant faz uso desse termo como uma harmonia comunicativa.

12 23 aquilo para o que Kant chama a nossa atenção: que o juízo antecede o prazer, pois o juízo se dá no momento do acordo entre duas faculdades cognitivas. O prazer se dá depois do juízo, pois o juízo é o próprio jogo livre entre imaginação e entendimento. Ao entender que o juízo reflexivo implica em como o sujeito sente a si mesmo da maneira que ele é afetado pela representação do objeto e que esse sentimento fundamenta-se na harmonia entre as faculdades do sujeito, e como as faculdades têm um estatuto transcendental, podemos admitir que todos os sujeitos que foram afetados pelo mesmo objeto possam sentir a harmonia interna de suas faculdades. E assim podemos comunicar nossa avaliação sobre o objeto fundandonos na harmonia sentida. Pela comoção, isto é, pelo jogo livre entre as faculdades é possível admitir a validade da universalidade do juízo singular reflexivo estético. Mesmo dependendo de um sentimento de prazer por parte do sujeito, a validade universal se torna possível porque é um sentimento que não se atém à sensação sensorial. A universalidade acerca do juízo sobre o belo se dá em função das faculdades cognitivas de todos os sujeitos. O juízo estético de sensação também só é possível em função das faculdades cognitivas do sujeito. Ele precisa da sensibilidade para sentir e do entendimento para saber o que ele está sentindo. Entretanto no juízo reflexivo estético as faculdades cognitivas estão se relacionando livremente e harmonicamente. Ora, qualquer sujeito está apto para o julgamento do belo, se um objeto provoca o livre jogo entre as faculdades cognitivas do sujeito. Então, este objeto pode provocar o mesmo estado de ânimo em qualquer sujeito. Analisar a faculdade do juízo, a conformidade a fins e o juízo reflexivo estético nos ajuda a esclarecer os fundamentos da proposta kantiana. Vamos seguir adiante para apresentar o âmbito do juízo sobre o belo mais precisamente. É necessário justificar a legitimidade desse juízo segundo suas condições de possibilidade. Tal juízo deve ser considerado por todos como universalmente válido, pois possui um fundamento a priori para seu exercício.

O CONCEITO DE MATÉRIA NA FILOSOFIA KANTIANA DA NATUREZA

O CONCEITO DE MATÉRIA NA FILOSOFIA KANTIANA DA NATUREZA O CONCEITO DE MATÉRIA NA FILOSOFIA KANTIANA DA NATUREZA Gilberto do Nascimento Lima Brito* 1. INTRODUÇÃO Nossa pesquisa consistirá em analisar o conceito de matéria na filosofia da natureza de Immanuel

Leia mais

I OS GRANDES SISTEMAS METAFÍSICOS

I OS GRANDES SISTEMAS METAFÍSICOS I OS GRANDES SISTEMAS METAFÍSICOS A principal preocupação de Descartes, diante de uma tradição escolástica em que as espécies eram concebidas como entidades semimateriais, semi-espirituais, é separar com

Leia mais

Unidade 3: A Teoria da Ação Social de Max Weber. Professor Igor Assaf Mendes Sociologia Geral - Psicologia

Unidade 3: A Teoria da Ação Social de Max Weber. Professor Igor Assaf Mendes Sociologia Geral - Psicologia Unidade 3: A Teoria da Ação Social de Max Weber Professor Igor Assaf Mendes Sociologia Geral - Psicologia A Teoria de Ação Social de Max Weber 1 Ação Social 2 Forma de dominação Legítimas 3 Desencantamento

Leia mais

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE Universidade Estadual De Maringá gasparin01@brturbo.com.br INTRODUÇÃO Ao pensarmos em nosso trabalho profissional, muitas vezes,

Leia mais

KANT E AS GEOMETRIAS NÃO-EUCLIDIANAS

KANT E AS GEOMETRIAS NÃO-EUCLIDIANAS KANT E AS GEOMETRIAS NÃO-EUCLIDIANAS Gustavo Leal - Toledo 1 RESUMO Pretende-se mostrar, neste trabalho, que a Exposição Metafísica não depende da Exposição Transcendental nem da geometria euclidiana.

Leia mais

Idealismo - corrente sociológica de Max Weber, se distingui do Positivismo em razão de alguns aspectos:

Idealismo - corrente sociológica de Max Weber, se distingui do Positivismo em razão de alguns aspectos: A CONTRIBUIÇÃO DE MAX WEBER (1864 1920) Max Weber foi o grande sistematizador da sociologia na Alemanha por volta do século XIX, um pouco mais tarde do que a França, que foi impulsionada pelo positivismo.

Leia mais

Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil.

Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil. Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil. 1 Autora :Rosângela Azevedo- PIBID, UEPB. E-mail: rosangelauepb@gmail.com ²Orientador: Dr. Valmir pereira. UEPB E-mail: provalmir@mail.com Desde

Leia mais

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade, Vigência, Eficácia e Vigor 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade Sob o ponto de vista dogmático, a validade de uma norma significa que ela está integrada ao ordenamento jurídico Ela

Leia mais

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Aline Trindade A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Introdução Existem várias maneiras e formas de se dizer sobre a felicidade. De quando você nasce até cerca dos dois anos de idade, essa

Leia mais

O Determinismo na Educação hoje Lino de Macedo

O Determinismo na Educação hoje Lino de Macedo O Determinismo na Educação hoje Lino de Macedo 2010 Parece, a muitos de nós, que apenas, ou principalmente, o construtivismo seja a ideia dominante na Educação Básica, hoje. Penso, ao contrário, que, sempre

Leia mais

A origem dos filósofos e suas filosofias

A origem dos filósofos e suas filosofias A Grécia e o nascimento da filosofia A origem dos filósofos e suas filosofias Você certamente já ouviu falar de algo chamado Filosofia. Talvez conheça alguém com fama de filósofo, ou quem sabe a expressão

Leia mais

Parece claro que há uma, e uma só, conclusão a tirar destas proposições. Esa conclusão é:

Parece claro que há uma, e uma só, conclusão a tirar destas proposições. Esa conclusão é: Argumentos Dedutivos e Indutivos Paulo Andrade Ruas Introdução Em geral, quando se quer explicar que géneros de argumentos existem, começa-se por distinguir os argumentos dedutivos dos não dedutivos. A

Leia mais

TIPOS DE BRINCADEIRAS E COMO AJUDAR A CRIANÇA BRINCAR

TIPOS DE BRINCADEIRAS E COMO AJUDAR A CRIANÇA BRINCAR TIPOS DE BRINCADEIRAS E COMO AJUDAR A CRIANÇA BRINCAR As crianças precisam atravessar diversos estágios no aprendizado de brincar em conjunto, antes de serem capazes de aproveitar as brincadeiras de grupo.

Leia mais

A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação

A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação Marcela Alves de Araújo França CASTANHEIRA Adriano CORREIA Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Filosofia

Leia mais

LIDERANÇA, ÉTICA, RESPEITO, CONFIANÇA

LIDERANÇA, ÉTICA, RESPEITO, CONFIANÇA Dado nos últimos tempos ter constatado que determinado sector da Comunidade Surda vem falando muito DE LIDERANÇA, DE ÉTICA, DE RESPEITO E DE CONFIANÇA, deixo aqui uma opinião pessoal sobre o que são estes

Leia mais

KANT E A FACULDADE DE JULGAR

KANT E A FACULDADE DE JULGAR KANT E A FACULDADE DE JULGAR 1 KANT E A FACULDADE DE JULGAR Em reflexäo, a dupla funåäo do JuÇzo e a relaåäo entre entendimento, sentimento e razäo. Por Ulisses da Silva Vasconcelos* A RELAÄÅO ENTRE NATUREZA

Leia mais

CASTILHO, Grazielle (Acadêmica); Curso de graduação da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Goiás (FEF/UFG).

CASTILHO, Grazielle (Acadêmica); Curso de graduação da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Goiás (FEF/UFG). ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL E EDUCAÇÃO FÍSICA PRESENTES EM UMA INSTITUIÇÃO FILÁNTROPICA E MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA CIDADE DE GOIÂNIA/GO CASTILHO, Grazielle (Acadêmica); Curso de

Leia mais

CATHIANI MARA BELLÉ EM KANT, É POSSÍVEL O HOMEM RACIONAL SER FELIZ?

CATHIANI MARA BELLÉ EM KANT, É POSSÍVEL O HOMEM RACIONAL SER FELIZ? CATHIANI MARA BELLÉ EM KANT, É POSSÍVEL O HOMEM RACIONAL SER FELIZ? CURITIBA 2011 CATHIANI MARA BELLÉ EM KANT, É POSSÍVEL O HOMEM RACIONAL SER FELIZ? Projeto de pesquisa apresentado à Universidade Federal

Leia mais

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL INTRODUÇÃO O conceito de ação social está presente em diversas fontes, porém, no que se refere aos materiais desta disciplina o mesmo será esclarecido com base nas idéias

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO - UFOP SOBRE A ANALOGIA ENTRE NATUREZA E ARTE NA CRÍTICA DA FACULDADE DO JUÍZO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO - UFOP SOBRE A ANALOGIA ENTRE NATUREZA E ARTE NA CRÍTICA DA FACULDADE DO JUÍZO 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO - UFOP DANILO CITRO SOBRE A ANALOGIA ENTRE NATUREZA E ARTE NA CRÍTICA DA FACULDADE DO JUÍZO OURO PRETO 2011 2 Danilo Citro Sobre a analogia entre natureza e arte na

Leia mais

Fonte: www.cantocidadao.org.br/.../blog/criancas.jpg

Fonte: www.cantocidadao.org.br/.../blog/criancas.jpg 5. Estágio pré-operatório (2 a 6 anos) Fonte: www.cantocidadao.org.br/.../blog/criancas.jpg Esse período é marcado pela passagem da inteligência sensório-motora para a inteligência representativa. A criança

Leia mais

PARANÁ GOVERNO DO ESTADO

PARANÁ GOVERNO DO ESTADO A COMUNICAÇÃO NA INTERNET PROTOCOLO TCP/IP Para tentar facilitar o entendimento de como se dá a comunicação na Internet, vamos começar contando uma história para fazer uma analogia. Era uma vez, um estrangeiro

Leia mais

PROJETO DE PESQUISA. Antonio Joaquim Severino 1. Um projeto de bem elaborado desempenha várias funções:

PROJETO DE PESQUISA. Antonio Joaquim Severino 1. Um projeto de bem elaborado desempenha várias funções: PROJETO DE PESQUISA Antonio Joaquim Severino 1 Um projeto de bem elaborado desempenha várias funções: 1. Define e planeja para o próprio orientando o caminho a ser seguido no desenvolvimento do trabalho

Leia mais

Redes de Computadores

Redes de Computadores Redes de Computadores Metodologia e Introdução à Pesquisa Prof. Ricardo Bicalho Redes de Computadores Ciência e Método Científico AULA 3 1 AGENDA PORQUE ESTUDAR METODOLOGIA ENSINO SUPERIOR E PESQUISA ELEMENTOS

Leia mais

1.1. O que é a Filosofia? Uma resposta inicial. (Objetivos: Conceptualizar, Argumentar, Problematizar)

1.1. O que é a Filosofia? Uma resposta inicial. (Objetivos: Conceptualizar, Argumentar, Problematizar) INICIAÇÃO À ATIVIDADE FILOSÓFICA 1.1. O que é a Filosofia? Uma resposta inicial (Objetivos: Conceptualizar, Argumentar, Problematizar) As primeiras perguntas de qualquer estudante, ao iniciar o seu estudo

Leia mais

Por uma pedagogia da juventude

Por uma pedagogia da juventude Por uma pedagogia da juventude Juarez Dayrell * Uma reflexão sobre a questão do projeto de vida no âmbito da juventude e o papel da escola nesse processo, exige primeiramente o esclarecimento do que se

Leia mais

CONTRIBUIÇÃO AO PROCESSO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA n o 001/2008:

CONTRIBUIÇÃO AO PROCESSO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA n o 001/2008: CONTRIBUIÇÃO AO PROCESSO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA n o 001/2008: Procedimentos para análise dos limites, condições e restrições para participação de agentes econômicos nas atividades do setor de energia elétrica

Leia mais

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA ESPÍRITA E ESPIRITISMO

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA ESPÍRITA E ESPIRITISMO INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA 1 ESPÍRITA E ESPIRITISMO Para designar coisas novas, são necessárias palavras novas. A clareza de uma língua assim exige, a fim de evitar que uma mesma palavra

Leia mais

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock ABCEducatio entrevista Sílvio Bock Escolher uma profissão é fazer um projeto de futuro A entrada do segundo semestre sempre é marcada por uma grande preocupação para todos os alunos que estão terminando

Leia mais

Filosofia da natureza, Teoria social e Ambiente Ideia de criação na natureza, Percepção de crise do capitalismo e a Ideologia de sociedade de risco.

Filosofia da natureza, Teoria social e Ambiente Ideia de criação na natureza, Percepção de crise do capitalismo e a Ideologia de sociedade de risco. VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA Brasil Filosofia da natureza, Teoria social e Ambiente Ideia de criação na natureza, Percepção de crise do capitalismo e a Ideologia

Leia mais

Questão (1) - Questão (2) - A origem da palavra FILOSOFIA é: Questão (3) -

Questão (1) - Questão (2) - A origem da palavra FILOSOFIA é: Questão (3) - EXERCICÍOS DE FILOSOFIA I O QUE É FILOSOFIA, ETIMOLOGIA, ONDE SURGIU, QUANDO, PARA QUE SERVE.( 1º ASSUNTO ) Questão (1) - Analise os itens abaixo e marque a alternativa CORRETA em relação ao significado

Leia mais

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO Unidade I PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO EDAAPRENDIZAGEM APRENDIZAGEM Prof. Wanderlei Sergio da Silva Conceito PDA estudo sobre o crescimento mental do indivíduo, desde o nascimento até a adolescência;

Leia mais

UNIDADE I OS PRIMEIROS PASSOS PARA O SURGIMENTO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO.

UNIDADE I OS PRIMEIROS PASSOS PARA O SURGIMENTO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO. UNIDADE I OS PRIMEIROS PASSOS PARA O SURGIMENTO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO. PARTE 1 O QUE É FILOSOFIA? não é possível aprender qualquer filosofia; só é possível aprender a filosofar. Kant Toda às vezes que

Leia mais

Administração em Enfermagem Teorias da Administração - Aula 3

Administração em Enfermagem Teorias da Administração - Aula 3 Administração em Enfermagem Teorias da Administração - Aula 3 Teorias da Administração Aula 3 Teoria Científica Taylorismo (Continuação) Taylor observou que, ao realizar a divisão de tarefas, os operários

Leia mais

Grandes Dicotomias (b)

Grandes Dicotomias (b) Grandes Dicotomias (b) 27. Direito Objetivo x Subjetivo definições e fundamentos 28. Direito Objetivo x Subjetivo estrutura do direito subjetivo Grandes Dicotomias (b) Direito objetivo e direito subjetivo

Leia mais

Pedagogia Estácio FAMAP

Pedagogia Estácio FAMAP Pedagogia Estácio FAMAP # Objetivos Gerais: O Curso de Graduação em Pedagogia da Estácio FAMAP tem por objetivo geral a formação de profissionais preparados para responder às diferenciadas demandas educativas

Leia mais

CAPÍTULO 3 - TIPOS DE DADOS E IDENTIFICADORES

CAPÍTULO 3 - TIPOS DE DADOS E IDENTIFICADORES CAPÍTULO 3 - TIPOS DE DADOS E IDENTIFICADORES 3.1 - IDENTIFICADORES Os objetos que usamos no nosso algoritmo são uma representação simbólica de um valor de dado. Assim, quando executamos a seguinte instrução:

Leia mais

INVENÇÃO EM UMA EXPERIMENTOTECA DE MATEMÁTICA: PROBLEMATIZAÇÕES E PRODUÇÃO MATEMÁTICA

INVENÇÃO EM UMA EXPERIMENTOTECA DE MATEMÁTICA: PROBLEMATIZAÇÕES E PRODUÇÃO MATEMÁTICA INVENÇÃO EM UMA EXPERIMENTOTECA DE MATEMÁTICA: PROBLEMATIZAÇÕES E PRODUÇÃO MATEMÁTICA Fernanda de Oliveira Azevedo Universidade Federal de Juiz de Fora azevedof.oliveira@gmail.com Resumo: O presente trabalho

Leia mais

CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL POR EXPERIÊNCIA DE ADMINISTRADORES

CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL POR EXPERIÊNCIA DE ADMINISTRADORES CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL POR EXPERIÊNCIA DE ADMINISTRADORES ANÁLISE DE REQUISITOS PARA RELATOR E AVALIADOR DA BANCA EXAMINADORA ESBOÇO ESQUEMÁTICO CONSIDERAÇÕES INICIAIS Esta breve análise pretende abordar

Leia mais

PARECER N.º 81/CITE/2012

PARECER N.º 81/CITE/2012 PARECER N.º 81/CITE/2012 Assunto: Parecer prévio à intenção de recusa de autorização de trabalho em regime de horário flexível a trabalhadora com responsabilidades familiares, nos termos do n.º 5 do artigo

Leia mais

medida. nova íntegra 1. O com remuneradas terem Isso é bom

medida. nova íntegra 1. O com remuneradas terem Isso é bom Entrevista esclarece dúvidas sobre acúmulo de bolsas e atividadess remuneradas Publicada por Assessoria de Imprensa da Capes Quinta, 22 de Julho de 2010 19:16 No dia 16 de julho de 2010, foi publicada

Leia mais

VI Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar 20 a 24 de setembro de 2010

VI Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar 20 a 24 de setembro de 2010 Fundamentos metodológicos da teoria piagetiana: uma psicologia em função de uma epistemologia Rafael dos Reis Ferreira Universidade Estadual Paulista (UNESP)/Programa de Pós-Graduação em Filosofia FAPESP

Leia mais

AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA

AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA CAPÍTULO 1 AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA Talvez o conceito físico mais intuitivo que carregamos conosco, seja a noção do que é uma força. Muito embora, formalmente, seja algo bastante complicado

Leia mais

Organização em Enfermagem

Organização em Enfermagem Universidade Federal de Juiz de Fora Faculdade de Enfermagem Departamento de Enfermagem Básica Disciplina Administração em Enfermagem I Organização em Enfermagem Prof. Thiago C. Nascimento Objetivos: Discorrer

Leia mais

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED AULAS ABRIL E MAIO Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA E-mail: tiago_csouza@hotmail.com 2. Direito como objeto de conhecimento. Conforme pudemos observar nas aulas iniciais

Leia mais

Roteiro VcPodMais#005

Roteiro VcPodMais#005 Roteiro VcPodMais#005 Conseguiram colocar a concentração total no momento presente, ou naquilo que estava fazendo no momento? Para quem não ouviu o programa anterior, sugiro que o faça. Hoje vamos continuar

Leia mais

A escola para todos: uma reflexão necessária

A escola para todos: uma reflexão necessária A escola para todos: uma reflexão necessária Área: Inclusão Selecionador: Maria da Paz de Castro Nunes Pereira Categoria: Professor A escola para todos: uma reflexão necessária A escola é, por excelência,

Leia mais

Entendendo como funciona o NAT

Entendendo como funciona o NAT Entendendo como funciona o NAT Vamos inicialmente entender exatamente qual a função do NAT e em que situações ele é indicado. O NAT surgiu como uma alternativa real para o problema de falta de endereços

Leia mais

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ALUNO COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA NO ENSINO REGULAR

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ALUNO COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA NO ENSINO REGULAR EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ALUNO COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA NO ENSINO REGULAR Autoras: Natália Aparecida DAL ZOT, Rafaela Alice HORN, Neusa MARTINI Identificação autores: Acadêmica do Curso de Matemática-Licenciatura

Leia mais

Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO)

Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO) Análise e Desenvolvimento de Sistemas ADS Programação Orientada a Obejeto POO 3º Semestre AULA 03 - INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETO (POO) Parte: 1 Prof. Cristóvão Cunha Objetivos de aprendizagem

Leia mais

APLICAÇÕES DA DERIVADA

APLICAÇÕES DA DERIVADA Notas de Aula: Aplicações das Derivadas APLICAÇÕES DA DERIVADA Vimos, na seção anterior, que a derivada de uma função pode ser interpretada como o coeficiente angular da reta tangente ao seu gráfico. Nesta,

Leia mais

CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA. A educação artística como arte de educar os sentidos

CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA. A educação artística como arte de educar os sentidos CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA Porto, Casa da Música, 29-31 de Outubro de 2007 A educação artística como arte de educar os sentidos Yolanda Espiña (Escola das Artes Universidade Católica Portuguesa)

Leia mais

Hoje estou elétrico!

Hoje estou elétrico! A U A UL LA Hoje estou elétrico! Ernesto, observado por Roberto, tinha acabado de construir um vetor com um pedaço de papel, um fio de meia, um canudo e um pedacinho de folha de alumínio. Enquanto testava

Leia mais

A Sociologia de Weber

A Sociologia de Weber Material de apoio para Monitoria 1. (UFU 2011) A questão do método nas ciências humanas (também denominadas ciências históricas, ciências sociais, ciências do espírito, ciências da cultura) foi objeto

Leia mais

GT Psicologia da Educação Trabalho encomendado. A pesquisa e o tema da subjetividade em educação

GT Psicologia da Educação Trabalho encomendado. A pesquisa e o tema da subjetividade em educação GT Psicologia da Educação Trabalho encomendado A pesquisa e o tema da subjetividade em educação Fernando Luis González Rey 1 A subjetividade representa um macroconceito orientado à compreensão da psique

Leia mais

Parecer n.º 02/P/2008/GPDP. Assunto: Pedidos de fornecimento dos dados de cliente do hotel por parte do Serviço Competente A à Companhia B

Parecer n.º 02/P/2008/GPDP. Assunto: Pedidos de fornecimento dos dados de cliente do hotel por parte do Serviço Competente A à Companhia B Parecer n.º 02/P/2008/GPDP Assunto: Pedidos de fornecimento dos dados de cliente do hotel por parte do Serviço Competente A à Companhia B A Companhia B vem pedir a nossa opinião sobre a situação de que,

Leia mais

Palavras chave: Direito Constitucional. Princípio da dignidade da pessoa humana.

Palavras chave: Direito Constitucional. Princípio da dignidade da pessoa humana. 99 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana Idália de Oliveira Ricardo de Assis Oliveira Talúbia Maiara Carvalho Oliveira Graduandos pela Faculdade de Educação, Administração e Tecnologia de Ibaiti. Palavras

Leia mais

MÓDULO 6 INTRODUÇÃO À PROBABILIDADE

MÓDULO 6 INTRODUÇÃO À PROBABILIDADE MÓDULO 6 INTRODUÇÃO À PROBBILIDDE Quando estudamos algum fenômeno através do método estatístico, na maior parte das vezes é preciso estabelecer uma distinção entre o modelo matemático que construímos para

Leia mais

Múltiplos Estágios processo com três estágios Inquérito de Satisfação Fase II

Múltiplos Estágios processo com três estágios Inquérito de Satisfação Fase II O seguinte exercício contempla um processo com três estágios. Baseia-se no Inquérito de Satisfação Fase II, sendo, por isso, essencial compreender primeiro o problema antes de começar o tutorial. 1 1.

Leia mais

Sabe o que fazer na hora de comprar um imóvel? CONHEÇA SEIS DICAS FUNDAMENTAIS

Sabe o que fazer na hora de comprar um imóvel? CONHEÇA SEIS DICAS FUNDAMENTAIS Sabe o que fazer na hora de comprar um imóvel? CONHEÇA SEIS DICAS FUNDAMENTAIS introdução A aquisição de um imóvel é sempre um momento de muita alegria, mas tem também de muita atenção. Afinal, muito mais

Leia mais

ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA: TEMA, PROBLEMATIZAÇÃO, OBJETIVOS, JUSTIFICATIVA E REFERENCIAL TEÓRICO

ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA: TEMA, PROBLEMATIZAÇÃO, OBJETIVOS, JUSTIFICATIVA E REFERENCIAL TEÓRICO ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA: TEMA, PROBLEMATIZAÇÃO, OBJETIVOS, JUSTIFICATIVA E REFERENCIAL TEÓRICO PROF. ME. RAFAEL HENRIQUE SANTIN Este texto tem a finalidade de apresentar algumas diretrizes para

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E S C O L A D E A R T E S, C I Ê N C I A S E H U M A N I D A D E

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E S C O L A D E A R T E S, C I Ê N C I A S E H U M A N I D A D E UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E S C O L A D E A R T E S, C I Ê N C I A S E H U M A N I D A D E Trabalho proposto pela disciplina de Orientado por Professor Dr. Fernando Coelho Mário Januário Filho 5365372

Leia mais

Introdução à Crítica da Faculdade do Juízo e o abismo na Filosofia

Introdução à Crítica da Faculdade do Juízo e o abismo na Filosofia Introdução à Crítica da Faculdade do Juízo e o abismo na Filosofia Danilo Citro 1 Resumo: Com a Crítica da Faculdade do Juízo, Kant tem a intenção de estabelecer de algum modo uma ligação entre as duas

Leia mais

Como fazer um fluxo de nutrição de leads eficaz

Como fazer um fluxo de nutrição de leads eficaz Como fazer um fluxo de nutrição de leads eficaz COMO FAZER UM FLUXO DE NUTRIÇÃO DE LEADS EFICAZ Nutrir leads é a melhor maneira de manter um relacionamento próximo tanto com os atuais como com seus futuros

Leia mais

A lógica de programação ajuda a facilitar o desenvolvimento dos futuros programas que você desenvolverá.

A lógica de programação ajuda a facilitar o desenvolvimento dos futuros programas que você desenvolverá. INTRODUÇÃO A lógica de programação é extremamente necessária para as pessoas que queiram trabalhar na área de programação, seja em qualquer linguagem de programação, como por exemplo: Pascal, Visual Basic,

Leia mais

16. A relatividade especial e a experiência / 63 17. O espaço quadridimensional de Minkowski / 68

16. A relatividade especial e a experiência / 63 17. O espaço quadridimensional de Minkowski / 68 Sumário Prefácio A. Einstein / 9 Primeira parte A teoria da relatividade especial / 11 1. Conteúdo físico dos teoremas geométricos / 13 2. O sistema de coordenadas / 17 3. Espaço e tempo na mecânica clássica

Leia mais

O ORIENTADOR FRENTE À INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIENCIA NA ESCOLA REGULAR DE ENSINO

O ORIENTADOR FRENTE À INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIENCIA NA ESCOLA REGULAR DE ENSINO O ORIENTADOR FRENTE À INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIENCIA NA ESCOLA REGULAR DE ENSINO Flávia Fernanda Vasconcelos Alves Faculdades Integradas de Patos FIP flaviavasconcelos.edu@hotmail.com INTRODUÇÃO Observa-se

Leia mais

PARECER N.º 403/CITE/2015

PARECER N.º 403/CITE/2015 PARECER N.º 403/CITE/2015 Assunto: Parecer prévio à intenção de recusa do pedido de autorização de trabalho em regime de horário flexível de trabalhadora com responsabilidades familiares, nos termos do

Leia mais

Universidade Federal do Amapá Pró-Reitoria de Ensino de Graduação

Universidade Federal do Amapá Pró-Reitoria de Ensino de Graduação Universidade Federal do Amapá Pró-Reitoria de Ensino de Graduação Conhecimento e Ciência: tipos de conhecimentos Professora: Sueli Andrade Disciplina: Metodologia do Trabalho Científico Ciência e Conhecimento

Leia mais

Apresentação 24/12/2014. Professor Wilker Bueno

Apresentação 24/12/2014. Professor Wilker Bueno Apresentação 1 Wilker Bueno Técnico em Magistério Colégio Estadual José Cipriano Varjão/GO Graduado em Administração de Empresas Universidade do Norte do Paraná Londrina/PR Especialista em RH e suas Atribuições

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br O Princípio da Legalidade na Administração Pública Heletícia Oliveira* 1. INTRODUÇÃO O presente artigo tem como objeto elucidar, resumidamente, a relação do Princípio da Legalidade

Leia mais

Resumo. Leonel Fonseca Ivo. 17 de novembro de 2009

Resumo. Leonel Fonseca Ivo. 17 de novembro de 2009 Resumo Leonel Fonseca Ivo 17 de novembro de 2009 1 Teoria de Sistemas A Teoria de Sistemas (TS) é um ramo específico da Teoria Geral de Sistemas (TGS), cujo objetivo é produzir teorias e formulações conceituais

Leia mais

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre Brasil University of New South Wales Sydney Austrália Universidade do Povo Macau - China CONVENÇÃO SOBRE A JURISDIÇÃO, LEI APLICÁVEL E RECONHECIMENTO DE DECISÕES EM MATÉRIA DE ADOÇÃO (Concluída em 15 de novembro de 1965) (Conforme o seu artigo 23, esta Convenção teve vigência limitada até

Leia mais

Atividades lúdicas na educação o Caminho de tijolos amarelos do aprendizado.

Atividades lúdicas na educação o Caminho de tijolos amarelos do aprendizado. Atividades lúdicas na educação o Caminho de tijolos amarelos do aprendizado. Vania D'Angelo Dohme (Mackenzie) 1. Considerações iniciais Johan Huizinga foi um importante historiador alemão, que viveu entre

Leia mais

Lev Semenovich Vygotsky, nasce em 17 de novembro de 1896, na cidade de Orsha, em Bielarus. Morre em 11 de junho de 1934.

Lev Semenovich Vygotsky, nasce em 17 de novembro de 1896, na cidade de Orsha, em Bielarus. Morre em 11 de junho de 1934. Lev Semenovich Vygotsky, nasce em 17 de novembro de 1896, na cidade de Orsha, em Bielarus. Morre em 11 de junho de 1934. Lev Vygotsky, viveu na mesma época que Piaget (ambos nasceram em 1896 entanto Vygotsky

Leia mais

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE Maria Cristina Kogut - PUCPR RESUMO Há uma preocupação por parte da sociedade com a atuação da escola e do professor,

Leia mais

Meio ambiente conforme o Dicionário Aurélio é aquilo que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas.

Meio ambiente conforme o Dicionário Aurélio é aquilo que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas. Justificativa Meio ambiente conforme o Dicionário Aurélio é aquilo que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas. A Escola de Ensino Fundamental Mondrian, fundada em 2011, começou suas atividades em

Leia mais

A moeda possui três funções básicas: Reserva de Valor, Meio de troca e Meio de Pagamento.

A moeda possui três funções básicas: Reserva de Valor, Meio de troca e Meio de Pagamento. 29- A lógica da composição do mercado financeiro tem como fundamento: a) facilitar a transferência de riscos entre agentes. b) aumentar a poupança destinada a investimentos de longo prazo. c) mediar as

Leia mais

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014.

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas têm patrimônio, que nada mais é do que o conjunto

Leia mais

CONSTELAÇÕES FAMILIARES: O CAMPO DOS RELACIONAMENTOS, SEUS ASPECTOS DIFERENCIADOS E SEUS EFEITOS

CONSTELAÇÕES FAMILIARES: O CAMPO DOS RELACIONAMENTOS, SEUS ASPECTOS DIFERENCIADOS E SEUS EFEITOS 1 CONSTELAÇÕES FAMILIARES: O CAMPO DOS RELACIONAMENTOS, SEUS ASPECTOS DIFERENCIADOS E SEUS EFEITOS Peter Theodor Spelter Tsuyuko Jinno Spelter RESUMO O que se torna visível através das Constelações Familiares

Leia mais

ipea A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA 2.1 Natureza das simulações

ipea A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA 2.1 Natureza das simulações A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL Ricardo Paes de Barros Mirela de Carvalho Samuel Franco 1 INTRODUÇÃO O objetivo desta nota é apresentar uma avaliação

Leia mais

AFINAL, O QUE É ESSA TAL OUVIDORIA?

AFINAL, O QUE É ESSA TAL OUVIDORIA? AFINAL, O QUE É ESSA TAL OUVIDORIA? Hélio José Ferreira e Hilma Araújo dos Santos * O título provocativo dessa matéria reflete uma situação peculiar pela qual vem passando as ouvidorias no Brasil, que

Leia mais

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO MESTRADO SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO Justificativa A equipe do mestrado em Direito do UniCEUB articula-se com a graduação, notadamente, no âmbito dos cursos de

Leia mais

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS RESUMO Juliana Candido QUEROZ (Bolsista) 1 ; Natália SILVA (Bolsista) 2, Leila BRUNO (Supervisora) 3 ; Sinval Martins S. FILHO (Coordenador)

Leia mais

FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS

FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS Daniel Silveira 1 Resumo: O objetivo desse trabalho é apresentar alguns aspectos considerados fundamentais para a formação docente, ou

Leia mais

O Planejamento Participativo

O Planejamento Participativo O Planejamento Participativo Textos de um livro em preparação, a ser publicado em breve pela Ed. Vozes e que, provavelmente, se chamará Soluções de Planejamento para uma Visão Estratégica. Autor: Danilo

Leia mais

Todos Batizados em um Espírito

Todos Batizados em um Espírito 1 Todos Batizados em um Espírito Leandro Antonio de Lima Podemos ver os ensinos normativos a respeito do batismo com o Espírito Santo nos escritos do apóstolo Paulo, pois em muitas passagens ele trata

Leia mais

O Acordo de Haia Relativo ao Registro. Internacional de Desenhos Industriais: Principais características e vantagens

O Acordo de Haia Relativo ao Registro. Internacional de Desenhos Industriais: Principais características e vantagens O Acordo de Haia Relativo ao Registro Internacional de Desenhos Industriais: Principais características e vantagens Publicação OMPI N 911(P) ISBN 92-805-1317-X 2 Índice Página Introdução 4 Quem pode usufruir

Leia mais

A NECESSIDADE DA PESQUISA DO DOCENTE PARA UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA INCLUSIVA, PRINCIPALMENTE NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E NO TRABALHO COM AUTISTAS

A NECESSIDADE DA PESQUISA DO DOCENTE PARA UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA INCLUSIVA, PRINCIPALMENTE NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E NO TRABALHO COM AUTISTAS XXII Semana de Educação da Universidade Estadual do Ceará 31 de agosto a 04 de setembro de 2015 A NECESSIDADE DA PESQUISA DO DOCENTE PARA UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA INCLUSIVA, PRINCIPALMENTE NA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Leia mais

LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, EXPRESSÃO E RELIGIÃO NO BRASIL Rev. Augustus Nicodemus Lopes APRESENTAÇÃO CARTA DE PRINCÍPIOS 2011

LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, EXPRESSÃO E RELIGIÃO NO BRASIL Rev. Augustus Nicodemus Lopes APRESENTAÇÃO CARTA DE PRINCÍPIOS 2011 LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, EXPRESSÃO E RELIGIÃO NO BRASIL [SLIDE 1] CAPA [SLIDE 2] UM ASSUNTO ATUAL APRESENTAÇÃO CARTA DE PRINCÍPIOS 2011 Os conceitos de liberdade de consciência e de expressão têm recebido

Leia mais

Katia Luciana Sales Ribeiro Keila de Souza Almeida José Nailton Silveira de Pinho. Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos)

Katia Luciana Sales Ribeiro Keila de Souza Almeida José Nailton Silveira de Pinho. Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos) Katia Luciana Sales Ribeiro José Nailton Silveira de Pinho Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos) Universidade Estadual de Montes Claros / UNIMONTES abril / 2003 Katia Luciana Sales Ribeiro José Nailton

Leia mais

RELATIVISMO MORAL CERTO E ERRADO: QUEM DECIDE? Organizadores: Artur Bezzi Günther, Márcia Luísa Tomazzoni e Mateus Rocha da Silva.

RELATIVISMO MORAL CERTO E ERRADO: QUEM DECIDE? Organizadores: Artur Bezzi Günther, Márcia Luísa Tomazzoni e Mateus Rocha da Silva. RELATIVISMO MORAL CERTO E ERRADO: QUEM DECIDE? Artur Bezzi Günther e Márcia Luísa Tomazzoni Organizadores: Artur Bezzi Günther, Márcia Luísa Tomazzoni e Mateus Rocha da Silva. 1. Duração: 02 horas. 2.

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE ALMEIDA 1, Leonardo Rodrigues de SOUSA 2, Raniere Lima Menezes de PEREIRA

Leia mais

AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE

AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE 4.1 - Tabela de Temporalidade Como é cediço todos os arquivos possuem um ciclo vital, composto pelas fases corrente, intermediária e permanente. Mas como saber quando

Leia mais

Natureza jurídica das ONGs Internacionais e autorização para funcionamento no Brasi OAB SP

Natureza jurídica das ONGs Internacionais e autorização para funcionamento no Brasi OAB SP Natureza jurídica das ONGs Internacionais e autorização para funcionamento no Brasi OAB SP Organizações Não Governamentais Internacionais A tradição Internacional das Organizações da Sociedade Civil remonta

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Departamento de Ciência Política Programa de Pós-Graduação em Ciência Política Área de Concentração: Teoria Política e Interpretações do Brasil Título da Disciplina: Ceticismo

Leia mais

Noções de Direito Civil Personalidade, Capacidade, Pessoa Natural e Pessoa Jurídica Profª: Tatiane Bittencourt

Noções de Direito Civil Personalidade, Capacidade, Pessoa Natural e Pessoa Jurídica Profª: Tatiane Bittencourt PESSOA NATURAL 1. Conceito: é o ser humano, considerado como sujeito de direitos e deveres. Tais direitos e deveres podem ser adquiridos após o início da PERSONALIDADE, ou seja, após o nascimento com vida

Leia mais

Pressupostos e diferenciações em relação ao senso comum

Pressupostos e diferenciações em relação ao senso comum Pressupostos e diferenciações em relação ao senso comum 1- O que distingue a atitude científica da atitude costumeira ou do senso comum? Antes de qualquer coisa, a ciência desconfia da veracidade de nossas

Leia mais

KANT E O PROBLEMA DA FOTOGRAFIA NA EXPERIÊNCIA ESTÉTICA *

KANT E O PROBLEMA DA FOTOGRAFIA NA EXPERIÊNCIA ESTÉTICA * KANT E O PROBLEMA DA FOTOGRAFIA NA EXPERIÊNCIA ESTÉTICA * André Luiz da Paz e Silva ** A autonomia do juízo de gosto puro pelo belo, devido a sua total liberdade em relação tanto à dimensão do conhecimento

Leia mais