PARECER Nº, DE Em 1º de agosto de 2003, a CAS recebeu emenda à proposição, apresentada pela Senadora Lúcia Vânia.

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1 PARECER Nº, DE 2006 Da COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS, em caráter não-terminativo, sobre os Projetos de Leis do Senado n os 237 e 504, de 2003, e nº 80, de 2004; e sobre os Projetos de Leis da Câmara n os 52 e 99, de 2003, e nº 64, de 2004, que dispõem sobre a obrigatoriedade de realização de exames para a detecção precoce das condições patológicas que especificam e sobre ações de proteção à saúde de portadores de hemoglobinopatias, fenilcetonúria e hipotireoidismo. RELATOR: Senador PAPALÉO PAES I RELATÓRIO O Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 52, de 2003 (Projeto de Lei nº 3.137, de 1997, na origem), ao qual foram apensadas outras cinco proposições, foi recebido pelo Protocolo Legislativo desta Casa em 24 de julho de A sua leitura no Plenário foi feita em 29 de julho de No mesmo dia, foi distribuído às Comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Educação (CE), cabendo à primeira iniciar o exame da matéria. Em 1º de agosto de 2003, a CAS recebeu emenda à proposição, apresentada pela Senadora Lúcia Vânia. Em 16 de setembro de 2004, foi aprovado o Requerimento (RQS) nº 1.173, de 2004, da Senadora Patrícia Saboya Gomes, de tramitação conjunta com os Projetos de Leis do Senado (PLS) n os 504, de 2003, e 80, de No mesmo dia, a proposição foi distribuída, também, à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

2 2 Em 7 de julho de 2005, foi aprovado o RQS nº 450, de 2005, do Senador Papaléo Paes, de tramitação conjunta dos PLS n os 237 e 504, de 2003, e nº 80 de 2004; e dos PLC n os 52 e 99, de 2003, e nº 64, de As três comissões CAS, CE e CCJ deverão examinar os projetos, em caráter não-terminativo. O PLC nº 52, de 2003, contém dois artigos. O primeiro determina que, nos estabelecimentos públicos de ensino fundamental, são obrigatórios os exames preventivos de acuidade visual e auditiva. O segundo estabelece que a lei resultante entrará em vigor na data da sua publicação. A emenda recebida pela CAS propõe que os exames sejam realizados, também, nos estabelecimentos públicos de ensino médio. As proposições que tramitam em conjunto com o PLS nº 52, de 2003, são as seguintes: PLC nº 99, de 2003 (PL nº 2.942, de 1997, na origem), que dispõe sobre a obrigatoriedade da realização de exames para identificação de hemoglobinopatias, hipotireoidismo e fenilcetonúria em recém-nascidos; PLC nº 64, de 2004 (PL nº 3.842, de 1997, na origem), que dispõe sobre a obrigatoriedade de realização do exame denominado Emissões Evocadas Otoacústicas; PLS nº 237, de 2003, que altera o art. 10 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente; PLS nº 504, de 2003, que altera o art. 10 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, para tornar obrigatória a triagem auditiva neonatal em todo o País; PLS nº 80, de 2004, que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990) para tornar obrigatório o oferecimento de exame e tratamento audiológicos na rede de serviços do Sistema Único de Saúde.

3 3 Nesta Casa, não foram apreciados relatórios sobre nenhuma das proposições. II ANÁLISE Os projetos em apreciação propõem a obrigatoriedade de realização de exames destinados a diagnosticar fibrose cística, ou mucoviscidose, hemoglobinopatias, fenilcetonúria e hipotireoidismo. São doenças que se manifestam já ao nascimento ou nos primeiros anos de vida. Propõem, também, a realização de exames destinados a detecção de deficiência auditiva em recém-nascidos e em crianças em idade pré-escolar. Um dos projetos o PLC nº 52, de 2003 propõe a realização de exames de acuidade auditiva e visual nos alunos de estabelecimentos públicos de ensino fundamental. A emenda a ele apresentada propõe estender tais exames aos alunos dos estabelecimentos públicos de ensino médio. O PLC nº 99, de 2003, tem caráter mais abrangente. Além de determinar a realização dos exames para diagnóstico de hemoglobinopatias, fenilcetonúria e hipotireoidismo em recém-nascidos, torna obrigatória a promoção de programa de registro, controle e assistência integral aos portadores dessas doenças. As ações propostas são de inegável mérito, pois se destinam a detectar e tratar, precocemente, doenças que podem acarretar sérios distúrbios à saúde. A Constituição Federal determina, no seu art. 24, inciso XII, que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre previdência social e proteção e defesa da saúde. Ademais, a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, também chamada de Lei Orgânica da Saúde, definiu os princípios a serem obedecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na assistência. Entre eles estão a universalidade de acesso aos serviços e ações de saúde e a integralidade da assistência. Portanto, as ações propostas visam tornar obrigatória a observância a esses princípios, em relação à atenção à saúde dos recémnascidos e das crianças em idade pré-escolar e escolar.

4 4 O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990) determina que os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido (inciso III do art. 10). Determina, ainda, que é assegurado atendimento médico à criança e ao adolescente, pelo SUS, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde (art. 11) e que o SUS promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos (art. 14). Portanto, realizar os exames propostos pelos projetos em apreciação nada mais é que cumprir o que mandam a Carta Magna, a Lei Orgânica da Saúde e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Os projetos não contêm óbices quanto ao mérito, à constitucionalidade e à juridicidade. No entanto, a boa técnica legislativa recomenda adequá-los aos preceitos da Lei Complementar (LCP) nº 95, de 26 de fevereiro de Em vista da maior abrangência do PLC nº 99, de 2003 (PL nº 2.942, de 1997, na origem), e visando à economia processual, decidimos por acatá-lo na forma de substitutivo que incorpora as demais proposições e aproveito a idéia contida na emenda apresentada ao PLC nº 52, de Algumas das medidas propostas são determinadas por meio de alterações em leis vigentes, conforme preceitua o inciso IV do art. 7º da LCP nº 95, de No que se refere aos exames propostos, não é conveniente que sejam especificados os seus nomes, visto que podem surgir novas técnicas que resultem em outros que os tornem obsoletos. Por tal motivo, julgamos conveniente que o exame de Emissões Otoacústicas Evocadas e a pesquisa da mutação delta F-508 para fibrose cística não devem ser assim especificados. Por uma questão de justiça e coerência, julgamos conveniente acrescentar a fibrose cística (mucoviscidose) ao rol das doenças citadas no art. 1º do PLC nº 99, de 2003.

5 5 III VOTO Pelo exposto, o voto é pela rejeição dos Projetos de Leis da Câmara n os 52, de 2003, e nº 64, de 2004; e dos Projetos de Leis do Senado n os 237 e 504, de 2003, e nº 80, de 2004; e as emendas a eles apresentadas, e pela aprovação do Projeto de Lei da Câmara nº 99, de 2003, na forma do seguinte PROJETO DE LEI CÂMARA Nº 99 (SUBSTITUTIVO), DE 2003 Dispõe sobre ações de atenção à saúde dos portadores de hemoglobinopatias, fenilcetonúria, hipotireoidismo e fibrose cística e altera as Leis n os 8.069, de 13 de julho de 1990, e 9.263, de 12 de janeiro de 1996, para tornar obrigatória a realização das ações que especifica. Art. 1º O Sistema Único de Saúde (SUS) promoverá, por meio de suas direções, federal, estaduais e municipais, programa de registro, controle e assistência integral às pessoas portadoras de hemoglobinopatias, em especial a anemia falciforme, fenilcetonúria, hipotireoidismo e fibrose cística que garanta, entre outras medidas: I. cobertura vacinal contra gripe, pneumonia e outras doenças, de forma a prevenir agravos intercorrentes; II. medicação necessária aos tratamentos, sem interrupção; III. estruturação de um sistema de informações e vigilância das doenças citadas no caput; IV. criação e divulgação de material técnico e educativo dirigido aos profissionais de saúde e à população; V. capacitação de profissionais de saúde. Art. 2º É obrigatória a notificação ao órgão competente do SUS dos casos de hemoglobinopatias, fenilcetonúria, hipotireoidismo e fibrose cística.

6 6 Art. 3º A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a vigorar com as seguintes alterações e acréscimos: Art. 8º º A gestante portadora de anemia falciforme deverá receber acompanhamento especializado, inclusive na assistência ao parto. (NR) Art III proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades na audição, de hemoglobinopatias e de anormalidades do metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;... Parágrafo único. Os exames visando ao diagnóstico de hemoglobinopatias e de anormalidades do metabolismo de que trata o inciso III devem incluir, no mínimo, as pesquisas de anemia falciforme, fenilcetonúria, hipotireoidismo e fibrose cística. (NR) Art º Nos estabelecimentos públicos de ensino fundamental e médio são obrigatórios os exames de acuidade visual e auditiva. 4º O Sistema Único de Saúde disponibilizará exames e tratamentos audiológicos na sua rede de serviços para todas as crianças de cinco anos de idade, como forma de diagnosticar precocemente e tratar oportunamente as deficiências auditivas. (NR) Art. 229-A. Deixar a autoridade sanitária de oferecer diagnóstico e tratamento audiológicos nos termos do que dispõe o 4º do art. 11: Pena detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Se o crime é culposo: Pena detenção de dois a seis meses, ou multa. Art. 4º O parágrafo único do art. 3º da Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso VI:

7 7 Art. 3º VI aconselhamento genético aos casais, especialmente aos portadores do traço falciforme, incluindo o planejamento familiar e disponibilização de métodos contraceptivos. (NR) publicação. Art. 5º Esta Lei entra em vigor um ano após a data da sua Sala da Comissão,, Presidente, Relator