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1 LIVRO II BENS Estudamos, até aqui, os sujeitos de direito, ou seja, as pessoas. Abordaremos agora o objeto do direito, das relações jurídicas, ou seja, os bens. A palavra coisa, ainda que utilizada na técnica jurídica em certas relações como sinônimo do termo bem, com ele não se confunde, ou seja, são termos distintos. Coisa é gênero do qual bem é espécie. Coisa é tudo que existe objetivamente, com exceção do Homem, pois o Homem é sujeito de direito e não objeto do direito. Bens são coisas materiais, concretas, úteis ao homem, de expressão econômica, suscetíveis de apropriação, assim como aquilo que é de existência imaterial economicamente apreciável. Portanto, aquilo que não é possível de ser apropriado pelo homem (Ex. o ar atmosférico, a água dos oceanos, são chamados de coisas comuns e não podem ser objeto da relação jurídica. Sendo possível a sua apropriação em porções limitadas (Ex.gás comprimido, água encanada, tornam-se objeto do direito). E as coisas sem dono (res nullius) ou que foram abondanadas (res derelicta) são bens? Sim, pois podem ser apropriadas. Existem, ainda, bens jurídicos que não são coisas mas merecem a proteção do direito, como a vida, a honra, a liberdade, a imagem, o nome etc. Bens corpóreos e incorpóreos A noção de bem corpóreo e incorpóreo vem do direito romano. A nossa Lei não contempla dispositivo específico a respeito de tais bens por considerar tal distinção de pouca importância prática. Contudo, essa classificação não deixa de ter importância uma vez que os bens corpóreos se transmitem por compra e venda, doação, são objeto de permuta (troca) enquanto que os bens incorpóreos se transmitem por cessão. Bem corpóreo: é aquele que tem existência física, material, que podem ser tocados ou perceptíveis por outros sentidos (gases, vapor a eletricidade). Bem incorpóreo: é aquele que tem existência abstrata ou ideal mas valor econômico (direito autoral, direito ao crédito, know-how (conhecimento técnico de valor econômico concernente à indústria ou comércio), o software (programa de computador), direito de herança. 1

2 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS A importância de se saber a classificação de um bem implica na aplicação de regras próprias e específicas a cada bem. Pode um bem enquadrar-se em mais de uma categoria. Ex. caneta é um bem móvel e consumível. O Código Civil classifica os bens em: a) considerados em si mesmos b) reciprocamente considerados (um em relação ao outro); c) quanto ao titular do domínio, podendo, nesse caso, serem públicos ou particulares. Considerados em si mesmos os bens podem ser: a) móveis ou imóveis; b) fungíveis ou infungíveis; c) divisíveis ou indivisíveis; d) consumíveis ou inconsumíveis; e) singulares ou coletivos. Reciprocamente considerados, os bens podem ser: a) principais; b) acessórios (frutos, produtos, pertenças, benfeitorias necessárias, úteis e voluptuárias). Quanto ao titular do domínio, os bens podem ser: a) públicos; b) particulares. BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS 1. Móveis ou Imóveis: é a mais importante das classificações. Alguns efeitos práticos da distinção entre bens móveis e imóveis: a) A transferência de propriedade dos bens móveis se dá pela simples tradição (entrega do bem art.1267 CC), enquanto que a transferência de propriedade dos bens imóveis se dá somente por escritura pública lavrada no Tabelião de Notas mais o registro desse título aquisitivo (dessa escritura) no registro de imóveis (art.1245 CC). b) Os bens imóveis para serem alienados precisam da anuência do cônjuge (salvo se o regime de casamento for o de separação total de bens), o mesmo não se dá com os móveis. Ex. vender o carro (não preciso da anuência do meu cônjuge porque é bem móvel). Já para vender o apartamento, por ser bem imóvel, preciso da anuência do meu cônjuge se for casado no regime da comunhão parcial ou total de bens. A anuência da esposa tem o nome de outorga uxória; A anuência do marido tem o nome de outorga marital. 2

3 BENS IMÓVEIS Denominados de bens de raiz. São aqueles que não podem ser transportados de um lugar para o outro sem que sejam destruídos. Os artigos 79 e 80 do CC definem os bens imóveis. O art.79 considera como bem imóvel o solo e tudo aquilo que nele se incorporar seja natural ou artificialmente. O artigo 80 define os imóveis assim considerados pela própria lei: os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; o direito à sucessão aberta. Pelos artigos 79 e 80 do CC podemos classificar os bens imóveis em: 1) Imóveis por natureza: a rigor somente o solo, com sua superfície, espaço aéreo e subsolo é imóvel por natureza. Tudo o mais que adere a ele deve ser classificado como imóvel por acessão. Isso não é verdade absoluta. 2) Imóveis por acessão natural: incluem-se nessa categoria as árvores e os frutos pendentes. E árvores destinadas ao corte? São considerados bens móveis por antecipação. E as árvores plantadas em vaso (pinheiro de natal)? Não são imóveis porque são removíveis. 3) Imóveis por acessão artificial ou industrial: (acessão é aderência): é tudo quanto o homem incorpora permanentemente ao solo (semente lançada na terra, edifícios de modo que não se possa retirar sem destruição. Portanto, não se incluem aqui as construções provisórias que se destinam a remoção ou retirada como circos e parques de diversões, barracas de feiras... O artigo 81 estabelece que não perdem o caráter de imóveis: I- as edificações separadas do solo que forem removidas para outro lugar desde que conservem sua unidade. (casas pré-fabricadas que as pessoas transportam para incorporar em outra localidade continuam imóveis para efeitos da lei); II Os materiais separados de um prédio para nele se reempregarem (o que se tira de um prédio para nele novamente se incorporar pertencerá ao imóvel e será imóvel). Veja que o artigo 84 é coerente com essa previsão do legislador. Imóveis por destinação legal (art.80): são assim considerados: os direitos reais sobre imóveis e as ações que os assegurem; o direito à sucessão aberta. Aqui mesmo que todos os bens deixados pelo falecido sejam móveis. Assim se é imóvel a renúncia à herança exige escritura pública, autorização do cônjuge, cessão de direitos hereditários por escritura pública com autorização do cônjuge; 3

4 BENS MÓVEIS O artigo 82 conceitua os bens móveis como sendo aqueles suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da sua destinação econômica-social. São esses os bens móveis por natureza que podem ser os semoventes (os que têm movimento próprio = animais) e os móveis propriamente ditos (os que podem ser removidos por força alheia sem alteração de sua substância ou de sua destinação econômica social). O artigo 83 considera os bens móveis para efeitos legais. E a doutrina ainda cita os móveis por antecipação. Móveis por natureza: São os do artigo 82. Casa pré-fabricada para comercialização. Quando for assentada num terreno passa a ser imóvel, pela alteração da sua destinação econômica-social, sujeitando-se ao IPTU e não ICMS. Os móveis por natureza podem ser: a) os semoventes: são os com movimento próprio Ex.animais; b) os móveis propriamente dito: São os que admitem remoção por força alheia, sem dano, como os objetos inanimados, não imobilizados por sua destinação econômica-social. Ex. objetos de uso, ações. Gás transportado por tubulação ou botijão corresponde a bem corpóreo e móvel. A corrente elétrica é bem móvel. Navios e aeronaves são bens móveis mas podem ser imóveis para fins de hipoteca (vide 1463 CC). Móveis por determinação legal (considerados móveis por força de lei, ou seja, porque a lei quer): o art.83 elenca como bens móveis para efeitos legais: I as energias que tenham valor econômico (gás, elétrica); II os direitos reais sobre móveis e as ações correspondentes; III os direitos pessoais patrimoniais e as respectivas ações; A doutrina menciona, ainda, os bens móveis por antecipação. São aqueles que são incorporados ao solo mas com a intenção de separá-los futuramente. (árvores destinadas ao corte e frutos ainda não colhidos). Enquadram-se aqui os imóveis velhos que são vendidos para demolição. BENS FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS Bens fungíveis são aqueles que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. A fungibilidade é característica de bens móveis. Art.85. Bem fungível por excelência é o dinheiro. Bens infungíveis são aqueles que NÃO podem ser substituídos por outros de mesma espécie, qualidade e quantidade. Quadro da monalisa. 4

5 Pode ocorrer em determinados casos, no entanto, que a fungibilidade atinja bens imóveis. Sócios de um loteamento 50 lotes iguais. No caso do desfazimento da sociedade receberá certa quantidade de lotes, enquanto não lavrada a escritura será ele credor de coisas fungíveis. A fungibilidade decorre, em regra, da natureza das coisas, mas pode resultar da vontade das partes. Moeda é fungível. Determinada moeda para um colecionador pode se tornar bem infungível. Boi se emprestado a um vizinho para lavoura é infungível se dado para corte pode ser substituído por outro. Importância da distinção de bem fungível e infungível: empréstimo de bem fungível mútuo; de bem infungível comodato. BENS CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS Bens consumíveis: são bens móveis em que o uso importa a destruição imediata de sua própria substância. Também são consumíveis os bens destinados a alienação. Art.86. Do conceito dado pelo artigo 86 do CC podemos dizer que os bens são consumíveis de fato (natural ou materialmente consumíveis) e de direito (juridicamente consumíveis). De fato: uso importa destruição da própria substância: gêneros alimentícios, giz...de direito: mercadorias de um supermercado. Inconsumíveis são os bens cujo uso não importa destruição de sua substância. Livros numa livraria são consumíveis, pois destinados à alienação e na biblioteca passa a ser inconsumível. A consuntibilidade não decorre apenas da natureza do bem mas de sua destinação econômica-jurídica. Pode assim o bem consumível tornar-se inconsumível pela vontade das partes. Ex. comestível ou garrafa de refrigerante emprestada para uma exposição que devem ser devolvidos. Inconsumível de fato pode transformar-se em juridicamente consumível livros colocados à venda na livraria. Geralmente os bens consumíveis são fungíveis. BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS Bens divisíveis são aqueles que podem fracionar-se sem que: a) percam sua substância (Ex.boi); b) tenham diminuição considerável de valor (Ex.diamante 50 quilates por 50 de um quilate herdeiro prejudicaria os outros exigindo a divisão); c) apresentem prejuízo ao uso que se destinam (Carro). Art.87. Relógio é indivisível. 5

6 Art.88 diz que os bens naturalmente divisíveis podem se tornar indivisíveis pela por determinação da lei (1386) ou da vontade das partes. Conclui-se, pois, que os bens podem ser indivisíveis: a) por sua própria natureza; b) por determinação da lei (servidões prediais 1386); por vontade das partes (solidariedade). A divisibilidade ou indivisibilidade do bem repercute em vários ramos do direito, especialmente no que se refere aos condomínios. Se for divisível ou indivisível diferente será o procedimento para sua extinção. (1320 a 1322). BENS SINGULARES E COLETIVOS São singulares aqueles bens que se consideram por si, ainda que reunidos, independente dos demais. Quando considerados na sua individualidade. Art.89. Ex. cavalo, caneta, lápis. Árvore pode ser singular (se for considerada individualmente) ou coletivo (se agregada a outras formando uma universalidade de fato (floresta). Coletivos são aqueles bens que são considerados em conjunto, formando um todo, uma unidade. Os bens singulares podem ser simples ou compostos. Simples: suas partes estão ligadas pela própria natureza. Cavalo, boi.. Compostos: quando suas partes estão ligadas pela natureza humana. Um edifício. Os bens coletivos, chamados de universais ou universalidades, abrangem as universalidades de fato (art.90 e seu p.único Ex. rebanho, biblioteca, galeria de quadros podem ser alienados conjuntamente ou individualmente) e as universalidades de direito (constituem um complexo de direito ou relação jurídica dotados de valor econômico massa falida, herança, fundo de comércio). Diferença da universalidade de fato da de direito. A primeira decorre da vontade do titular a segunda decorre da lei. BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS Aqui leva-se em consideração um bem em relação a outro. Bem principal: é aquele que subsiste por si mesmo, abstrata ou concretamente. É aquele que para existir não depende da existência de outro bem. Art.92 6

7 Bem acessório: é aquele cuja existência supõe a do principal. Ex. O solo é bem principal e a árvore é acessório porque sua existência supõe a do solo onde foi plantada. Art.92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. Conseqüência da distinção: Como regra, o bem acessório segue o destino do principal (Para que isso não ocorra é necessário convencionar o contrário). Ex. Venda de carro retirando rádio. Regras sobre bens acessórios e principais: 1) a natureza do acessório é a mesma do principal. Portanto, se o solo é imóvel, a árvore a ele anexada também o é; 2) O acessório acompanha o principal em seu destino. Assim, extinta a obrigação principal, extingue-se a acessória mas o contrário não é verdade. 3) O proprietário do principal é o proprietário do acessório. Vide 237 até a tradição, pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais pode exigir aumento no preço. Classe de bens acessórios (art.95). Produtos: São as utilidades que se retiram da coisa diminuindo-lhe a quantidade, porque não se reproduzem periodicamente. Ex. carvão extraído da mina, petróleo de um poço. Distinguem-se dos frutos porque nestes últimos a colheita não diminui a substância da fonte. (1232). Frutos: São as utilidades que a coisa periodicamente produz. Ex. cria dos animais, frutas das árvores, vegetais fornecidos pelo solo...características dos frutos: a) periodicidade; b) inalterabilidade da substância da coisa principal; c) separabilidade da coisa principal. Quanto à origem os frutos dividem-se em: a) Naturais: são aqueles que se renovam periodicamente pela própria natureza. Ex. cria de animais, frutos das árvores; b) industriais: São aqueles que dependem da atuação humana. Ex. produtos manufaturados de uma fábrica; c) Civis: são os rendimentos tirados da coisa em virtude da sua utilização por outro que não seja o proprietário. Ex. juros, aluguéis... 7

8 Quanto ao estado, Clóvis Beviláqua, classifica os frutos em: pendentes: aqueles que estão unidos a coisa que o produziu; percebidos ou colhidos: aqueles que estão separados da coisa que os produziu; estantes: separados e armazenados para venda; percipiendos: os que deviam ser mas não foram colhidos ou percebidos; e consumidos: os que não existem mais porque foram utilizados. Essa classificação é de suma importância quando vocês estudarem a posse. (ver artigos 1214 e 1216). Pertenças: bens que, não constituindo partes integrantes, estão afetados de forma duradoura ao serviço, uso ou ornamentação de outro bem. (93) Ex serviço: trator destinado a exploração da propriedade agrícola; ornamentação: os objetos de decoração de uma residência. As pertenças, ao contrário dos frutos, produtos e benfeitorias, não são partes integrantes do bem. Art.94 Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se resultar da lei, da vontade das partes ou da circunstância do caso. O acessório segue o principal aplicase só as partes integrantes o que não é o caso das pertenças. Ex. Mobiliário de imóvel alienado não o acompanham BENFEITORIAS Também são considerados bens acessórios as benfeitorias que podem ser (art.96): 1) benfeitorias necessárias: aquelas destinadas a conservação do bem ou evitar que se deteriore; reforma da fachada de prédio. Também pode se qualificar de necessária uma benfeitoria que visa permitir a normal exploração do bem Ex. a adubação de uma plantação. (visa conservar o bem). 2) benfeitorias úteis: aquelas que aumentam ou facilitam o uso do bem. Ex. acréscimo de garagem em casa; São as que não se enquadram na necessária. (visa melhorar o bem) 3) benfeitorias voluptuárias: são aquelas de mero deleite ou recreio que não aumentam o uso habitual do bem ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor; Ex. jardins, fontes, cascatas, alguns piscina... (visa embelezar) A importância da distinção se dá nos efeitos da posse e no direito de retenção (1219), locação (578)... Não são considerados benfeitorias, pela lei, os melhoramentos ou acréscimos do bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor, ou seja, aquelas que ocorrem por obras da natureza. (art.97) 8

9 Alguns bens também não são considerados benfeitorias ou acessórios, como a pintura em relação à tela, escritura em relação à matéria-prima, em geral trabalhos artísticos. Bens quanto ao titular do domínio: Bens públicos e particulares Bens públicos: são aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno. Todos os outros bens, por exclusão, são bens particulares independentemente da pessoa que pertencerem. (98). Os bens públicos podem ser: 1) bens de uso comum do povo: são aqueles que podem ser utilizados por qualquer um do povo. Ex. praças, mares, ruas, estradas, rios...(99,i). Se o poder público regulamentar seu uso ou cobrar pedágio nas rodovias eles não perdem essa característica; 2) bens de uso especial: são aqueles destinados à execução de um serviço público. São os edifícios onde estão instalados os serviços públicos, as secretarias, ministérios, escolas...(99,ii). Uso comum e especial são inalienáveis enquanto conservarem sua qualificação de uso comum ou especial. (se são inalienáveis são imprescritíveis, impenhoráveis). Aqueles suscetíveis de valoração econômica, contudo, podem perder a inalienabilidade pela desafetação (alteração da destinação do bem) na forma que a lei determinar. (100). 3) bens dominicais ou do patrimônio disponível: são aqueles que integram o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público interno. Ex. bens obtidos em ações, terras devolutas. Não estando afetado a nenhuma finalidade pública específica, podem ser alienados por meio de institutos de direito privado ou de direito público, observadas as exigências da Lei (101). Se afetados a finalidade pública específica não podem ser alienados. Enfim, a alienabilidade dos bens dominicais não é absoluta, pois eles podem ser afetados. Os bens públicos não são passíveis de usucapião º.CF e 191 CF. (inclusive os dominicais). BEM DE FAMÍLIA No bem de família eu afeto um bem para ter um destino especial que é ser a residência da família e, enquanto o for, ser impenhorável por dívidas. (posteriores à sua constituição). O bem de família incide sobre bens imóveis e móveis a estes últimos vinculados. 9

10 Há duas espécies de bem de família no direito brasileiro: a) voluntário: aquele que é instituído pelos cônjuges, companheiros, terceiros ou pela entidade familiar. Só se verifica quando o proprietário tem dois ou mais imóveis residenciais e não deseja que a impenhorabilidade recaia sobre o imóvel de menor valor como determina a Lei 8009/90. É raramente instituído; b) involuntário, obrigatório ou legal: aquele que decorre automaticamente da Lei 8009/90 e recai sobre o imóvel de menor valor. BEM DE FAMÍLIA VOLUNTÁRIO Pode ser instituído pelos cônjuges, companheiros ou pela entidade familiar (comunidade formada por qualquer um dos pais com os filhos), mediante escritura pública ou testamento. (1711). Pode também ser instituído por terceiro mediante testamento e doação, dependendo a eficácia do ato, nesse caso, à aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada. (p.único 1711). Poderá recair sobre prédio residencial urbano ou rural destinado a domicílio familiar, incluindo suas pertenças e acessórios, desde que o seu valor não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição. 1711/1712. (Ex. tem 4 apartamentos como residência da família 100, 200, 400 e 500 mil reais 1/3 patrimônio líquido = 1200:3=400, pode colocar o de 400 como bem de família, ou de 200 ou de 100). Se fosse o legal recairia sobre o de 100 mil, obrigatoriamente. Poderá o bem de família abranger, ainda, valores mobiliários (ações, investimentos com remuneração periódica...) cuja renda será aplicada na conservação do imóvel instituído como bem de família e no sustento da família. Ou seja, o bem de família móvel encontra-se vinculado ao imóvel, não podendo aquele existir isoladamente nem exceder ao valor do prédio convertido em bem de família. (valor de sua instituição). Art.1712/1713. Se recai sobre imóvel destinado à residência da família, não pode o bem de família recair sobre terreno, galpão industrial, loja etc.. Só surte efeitos a partir do Registro de sua constituição no Cartório de Registro de Imóveis (1714), seja por escritura pública, testamento ou doação (no caso de decorrer sua instituição por terceiro sendo que aqui exige-se também a aceitação dos cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada), ou seja, só gozará de impenhorabilidade por dívidas posteriores ao registro, salvo aquelas decorrentes de tributos ou de despesas do condomínio em que o bem de família responderá mesmo após sua constituição. (1715) O bem de família voluntário dura até enquanto viver um dos cônjuges (companheiros), ou na falta destes, até que os filhos completem a maioridade, desde que não sujeitos a curatela (1716/1722). No 10

11 caso da morte de apenas um dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a extinção do bem de família se for o único bem do casal. (p.único 1721). (Muito criticado pela doutrina pois poderia prejudicar os filhos, mas como o juiz deve autorizar se verificar tal hipótese deve indeferir a extinção). O Bem de família não pode ser alienado (tanto o imóvel como os valores mobiliários destinados a sua conservação e sustento da família), sem o consentimento dos interessados e ouvido o MP. (1717). Por isso entende-se que o bem de família voluntário é impenhorável e inalienável. Para parte da doutrina exige-se, ainda, na alienação a autorização judicial. Impossibilidade de manutenção: Verificando-se a impossibilidade de manutenção do bem de família nas condições em que foi instituído, poderá o juiz, a requerimento dos interessados, extingui-lo ou autorizar a sub-rogação dos bens que o constituem em outros, ouvidos o instituidor e o MP. (1720). Administração do bem de família: a administração do bem de família compete a ambos os cônjuges. Se houver divergência entre eles o juiz decide. Com o falecimento deles, passará ao filho mais velho se for maior, se for menor passará ao seu tutor. BEM DE FAMÍLIA OBRIGATÓRIO, LEGAL OU INVOLUNTÁRIO Decorre automaticamente da Lei 8009/90. A Lei 8009/90, tornou impenhorável o único imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, que não responderá por qualquer dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo no caso das exceções previstas na Lei 8009/90. (art.1º. Lei). Se o casal ou entidade familiar tiver mais de um imóvel sendo utilizado como residência será impenhorável aquele de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado como bem de família voluntário nos termos do CC. (art.5, p.único lei). E o imóvel pertencente aos solteiros, viúvos ou divorciados tem a proteção do bem de família obrigatório? Sum.364 STJ. E os separados de fato têm duas proteções? Não será aquele em que vive a mulher com os filhos caso contrário haveria possibilidade de fraude para proteger dois imóveis bastando o casal declarar a separação de fato. Além do imóvel, a impenhorabilidade abrange as plantações, benfeitorias de qualquer natureza, e todos os equipamentos (geladeiras, eletrodomésticos, telefone se possuir vários só um é impenhorável 10 tvs de Lcds), inclusive os de uso profissionais e os móveis da casa, desde que quitados. Art.2º Lei. Veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos ficam fora da impenhorabilidade. 11

12 Precisa de Registro no Cartório de Imóveis? Não, o instituidor é o próprio Estado. Também são considerados bem de família obrigatório, os móveis que guarnecem a residência do locatário desde que quitados. Art.2, p.único. Constituem exceções do bem de família obrigatório (art.3, Lei): 1) os créditos dos empregados domésticos e suas respectivas contribuições previdenciárias; 2) o crédito decorrente do financiamento da construção ou aquisição do respectivo imóvel; 3) créditos de pensão alimentícia; 4) impostos, taxas e contribuições devidas pelo imóvel; 5) se o imóvel foi dado em hipoteca; 6) o imóvel adquirido por produto de crime; 7) o imóvel do fiador pelos débitos de seu afiançado no contrato de locação. Também não se beneficia do bem de família obrigatório aquele que, sabendo-se insolvente, adquire imóvel de maior valor para residir com sua família (desfazendo ou mantendo a moradia antiga). Art.4º. Neste caso o juiz transfere a impenhorabilidade para a residência anterior ou anula a sua venda, liberando a mais valiosa para execução. 1º. Art.4. Nos imóveis rurais, a impenhorabilidade restringe-se a sede da moradia e respectivos bens móveis. 2º. Art.4º. E despesas condominiais? A jurisprudência tem entendido que é exceção ao bem de família por estar incluída nas contribuições devidas pelo imóvel. É taxativo, numerus clausus? Ou posso incluir outra exceção? Taxativo. Pode ser declarada a impenhorabilidade do bem de família obrigatório de ofício pelo juiz? Pode por tratar-se de norma de ordem pública. 12

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