UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA

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1 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA FRANCISCO DAS CHAGAS ROCHA NOTSYS: UM SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO PARA USUÁRIOS DE BIBLIOTECAS DIGITAIS COMPATÍVEIS COM O PADRÃO DUBLIN CORE JOÃO PESSOA 2008

2 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA FRANCISCO DAS CHAGAS ROCHA NOTSYS: UM SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO PARA USUÁRIOS DE BIBLIOTECAS DIGITAIS COMPATÍVEIS COM O PADRÃO DUBLIN CORE Dissertação submetida ao Programa de Pós- Graduação em Informática do Centro de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Informática (MSc). Área de Concentração: Ciência da Computação Linha de Pesquisa: Computação Distribuída Orientador: Prof. Dr. Ed Pôrto Bezerra JOÃO PESSOA 2008

3 R672n Rocha, Francisco das Chagas. NotSys: um sistema de notificação para usuários de Bibliotecas Digitais compatíveis com o padrão Dublin Core / Francisco das Chagas Rocha. João Pessoa, p. Orientador: Ed Pôrto Bezerra Dissertação (Mestrado) UFPB/CCEN 1. Bibliotecas Digitais. 2. Disseminação Seletiva da Informação. 3. Serviços de Notificação. 4. Padrão Dublin Core. UFPB/BC CDU: 027.7:004(043)

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5 Dedico este trabalho à minha família, em especial aos meus pais Ramalho (in memoriam) e Aparecida. iii

6 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ser fonte inesgotável de luz que ilumina e guia todos os meus passos, e por ter sido sustentação nestes anos de estudo que direcionaram a obtenção deste título. Aos meus pais, Antonio Ramalho (in memoriam) e Aparecida Rocha, por acreditarem em mim, torcendo e emocionando-se a cada conquista alcançada. Aos meus irmãos, João Batista e Paulo Roberto, pelos momentos de amizade e descontração, mesmo distantes sempre estiveram presentes. Agradeço imensamente ao Prof. Dr. Ed Pôrto Bezerra (orientador), presente durante todas as etapas de meu trabalho, pelo apoio, orientação e paciência. Aos meus amigos do Laboratório Pólo Digital: Otávio, Ricardo Serrano e Ricardo Costa pela convivência harmoniosa e pelo suporte proporcionado. A toda a equipe do Curso de Pedagogia a Distância da UFPB pela ajuda e colaboração. A minha grande amiga Graça Nery, que me acompanhou nessa jornada, por seu apoio, incentivo, amizade e grande ajuda no decorrer do mestrado. Aos amigos, Ritomar, André Rolim, Beth, Alba, Jayza e Lebiam pelos momentos de descontração, amizade e apoio em momentos difíceis. A todos os colegas do curso de mestrado, em especial aos amigos Luis Fernando, Makoby, Fabrízia e André que muito me ajudaram. Aos professores do PPGI/UFPB, que contribuíram com minha formação, que se dedicam intensamente ao ensino e à pesquisa. Aos professores Antonio Carlos, Lucídio Cabral e Guilherme Ataíde pelas dicas para conclusão deste trabalho. A todas as pessoas que direta ou indiretamente se envolveram para realização desta etapa de minha vida, torcendo pelo meu sucesso. À Prefeitura Municipal de Parnaíba/PI pela ajuda financeira. iv

7 Não se pode ensinar tudo a alguém, pode-se apenas ajudá-la a encontrar por si mesmo. (Galileu Galilei) v

8 RESUMO Um assunto que merece atenção em bibliotecas digitais diz respeito à falta de tempo, por parte dos pesquisadores, para realizar suas próprias pesquisas bibliográficas. Assim sendo, esta dissertação apresenta um sistema de notificação (NotSys) para usuários de bibliotecas digitais compatível com o padrão Dublin Core. O NotSys notifica os usuários de bibliotecas digitais de três formas: pelo envio de mensagens para celular; por meio de mensagens de correio eletrônico; e através da disponibilização de feeds RSS. O NotSys dissemina informação de forma automática, se tornando uma ferramenta de grande importância e aceitação quando usada como um serviço incorporado as bibliotecas digitais de acesso aberto. O NotSys trata de um serviço suplementar de disseminação de informação uma vez que permite aos pesquisadores obter maior disponibilidade para se dedicarem à execução de suas pesquisas propriamente ditas. Palavras-chave: Bibliotecas Digitais. Disseminação Seletiva da Informação. Serviços de Notificação. Dublin Core. vi

9 ABSTRACT A matter in digital libraries that deserves attention relates to the lack of time, on the part of researchers, to conduct their own bibliographic researches. Therefore, this dissertation presents a notification system (NotSys) for users of digital libraries, compatible with the Dublin Core. NotSys notifies users of digital libraries in three ways: through the SMS messaging, by ing and by providing RSS feeds. NotSys disseminates information automatically, becoming a tool of great importance and acceptance when used as an embedded service of digital libraries of open access. NotSys deals with an additional information dissemination service as it enables researchers to obtain greater availability to dedicate themselves to the execution of their researches, strictly speaking. Keywords: Digital Library. Information Selective Dissemination. Notification Services. Dublin Core. vii

10 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 O funcionamento básico do OAI-PMH Figura 2 Solicitação e resposta ao verbo GetRecord com identifier Figura 3 Infra-estrutura de transmissão de mensagem SMS Figura 4 Arquivo XML de um feed RSS versão Figura 5 Infra-estrutura de transmissão de mensagem no modelo SMTP...36 Figura 6 Exemplo de formato de mensagem no modelo SMTP...37 Figura 7 Interface inicial da Biblioteca Digital Paulo Freire...39 Figura 8 Diagrama de casos de uso do NotSys Figura 9 Diagrama de atividades do módulo de busca de perfil Figura 10 Diagrama de atividades do módulo de notificação via Figura 11 Diagrama de atividades do módulo de notificação via SMS Figura 12 Diagrama de classes do NotSys Figura 13 O esquema do banco de dados do NotSys Figura 14 Arquitetura do NotSys no padrão MVC...63 Figura 15 O esquema de notificação do NotSys...64 Figura 16 Interface de cadastro de usuário...66 Figura 17 Mensagem de cadastro bem sucedido...66 Figura 18 Mensagem de erro no cadastro...67 Figura 19 A interface de cadastro do conteúdo dissertação...68 Figura 20 Resultado do cadastro de conteúdo bem sucedido...69 Figura 21 Apresentação de erro no cadastro de conteúdo...69 Figura 22 Exemplo de notificação via recebida pelo usuário...70 Figura 23 Exemplo de notificação via SMS...71 Figura 24 Interface do blog da BDPF...72 viii

11 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Bibliotecas tradicionais versus Bibliotecas digitais...22 Quadro 2 Conjunto de verbos do protocolo OAI-PMH Quadro 3 Conjunto de elementos do padrão Dublin Core Quadro 4 Alguns elementos e sub-elementos da especificação RSS ix

12 LISTA DE SIGLAS API Application Programming Interface ASCII American Standard Code for Information Interchange BDPF Biblioteca Digital Paulo Freire DCMI Dublin Core Metadata Initiative DDL Data Definition Language DS Descriptor Scheme DSI Disseminação Seletiva da Informação GUI Graphical User Interface GSM Global System for Mobile Communications HTML HyperText Markup Language IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers JDK Java Development Kit JSP JavaServer Pages JXQI Java XQuery API IMAP Internet Message Access Protocol MIME Multi-Purpose Internet Mail Extensions MVC Model-View-Controller OAI Open Archives Initiative OAI-PMH Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting POP Post Office Protocol RSS Really Simple Syndication, Rich Site Summary ou RDF Site Summary SGBD Sistema de Gerenciador de Banco de Dados SMS Short Message Service SMSC Short Message Service Center SQL Structured Query Language UML Unified Modeling Language URI Universal Resource Identifier URL Uniform Resource Locator W3C World Wide Web Consortium XML extensible Markup Language x

13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO MOTIVAÇÃO VISÃO GERAL DA SOLUÇÃO PROPOSTA CONTRIBUIÇÕES ESPERADAS TRABALHOS RELACIONADOS Sistema BioANot O Projeto BDBComp ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO FUNDAMENTOS TEÓRICOS BIBLIOTECAS DIGITAIS A INICIATIVA OPEN ARCHIVES DUBLIN CORE SERVIÇOS USADOS Serviço SMS Serviço RSS Serviço de Correio Eletrônico DISSEMINAÇÃO SELETIVA DA INFORMAÇÃO BIBLIOTECA DIGITAL PAULO FREIRE O SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO NOTSYS ANÁLISE DO SISTEMA NOTSYS Requisitos Funcionais Requisitos Não-Funcionais Regras do Negócio Diagrama de Casos de Uso PROJETO DO NOTSYS Diagrama de Atividades Diagrama de Classes Pacote Database Pacote Web Pacote Docs Pacote Model Esquema do Banco de Dados IMPLEMENTAÇÃO DO NOTSYS Tecnologias Utilizadas Arquitetura do NotSys ESTUDO DE CASO DO NOTSYS INTERFACE DE CADASTRO DE USUÁRIO INTERFACE DE CADASTRO DE CONTEÚDO Cadastro do conteúdo Dissertação PROCESSO DE NOTIFICAÇÃO Notificação via Notificação via SMS Atualização do Blog...71 xi

14 5 CONCLUSÃO INTRODUÇÃO PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES PRINCIPAIS LIMITAÇÕES PROPOSTAS DE TRABALHO FUTUROS CONSIDERAÇÕES FINAIS...76 REFERÊNCIAS...77 ANEXO A DIAGRAMA DE CLASSES DA BIBLIOTECA DIGITAL PAULO FREIRE 85 xii

15 13 1 INTRODUÇÃO Esta dissertação apresenta um sistema de notificação (NotSys) para usuários de bibliotecas digitais compatíveis com o padrão Dublin Core (DCMI, 2007). O NotSys notifica os usuários de bibliotecas digitais de três formas: através do envio de SMS (Short Message Service) (3GPP, 2007) para um telefone móvel (celular), através do envio de mensagens de correio eletrônico e através da disponibilização de feeds RSS (Really Simple Syndication) (RSS, 2007a). 1.1 MOTIVAÇÃO A Internet apresenta uma grande quantidade de conteúdos que discorrem sobre os mais variados assuntos. Isso dificulta a busca e a recuperação de informação relevante. Segundo Atanásio (2006), as atuais ferramentas, para resolver o problema de busca e recuperação da informação, não estão eficientes por diversos motivos: o grande número de links retornados, a maioria destes desnecessários; o tratamento da diversidade de temas suportados pela Internet; e a própria limitação tecnológica destas ferramentas para melhor capturar a necessidade dos seus usuários. O surgimento das bibliotecas digitais temáticas tornou-se uma solução para estas dificuldades, pois propõem a incorporação de serviços que selecionam e provêem armazenamento e disponibilização de conteúdos. Alguns pesquisadores consideram as bibliotecas digitais como uma forma de espaço para organização de informação na Internet (BAX, 1997). Atualmente, é cada vez mais comum a criação de bibliotecas digitais para divulgação da produção de conteúdos científicos, na forma digital, por parte das instituições de pesquisas. Com este novo cenário, os pesquisadores têm arquivado os resultados de suas pesquisas nos repositórios destas bibliotecas digitais, através de serviços de (auto-) arquivamento (SILVA, 2004). Um problema, de acordo com Funaro (2000), diz respeito à falta de tempo dos pesquisadores para realizar suas próprias pesquisas bibliográficas. Ela sugere que a disseminação da informação deva ocorrer de forma automática, se tornando uma atividade suplementar de informação, uma vez que permite aos pesquisadores obter maior disponibilidade de tempo para se dedicarem à execução de suas pesquisas propriamente ditas.

16 14 Para que um trabalho científico possa ser referenciado pela comunidade científica, se faz necessário que este seja publicado em local de fácil acesso por todos os membros desta comunidade. A dificuldade que os pesquisadores enfrentam para encontrar informação relevante na web, assim como o tempo despendido em busca destas informações, faz com que muitos trabalhos científicos se tornem desconhecidos por parte da comunidade científica. Assim, entendemos ser mais conveniente que os pesquisadores possam ser notificados, automaticamente, sobre a inclusão de conteúdo de seu interesse nas bibliotecas digitais onde é usuário, ou seja, é necessário que as bibliotecas digitais ofereçam serviços de notificação a seus usuários para informá-los sobre a inclusão de novos conteúdos nos seus repositórios. Este trabalho apresenta um sistema de notificação para ajudar o pesquisador, que seja usuário de bibliotecas digitais, a encontrar conteúdo digital de acordo com preferências assinaladas durante seu cadastro (ARAÚJO JUNIOR; BEZERRA, 2006). Este sistema dispõe de três serviços individuais: o serviço de envio de SMS para celular (HEALY, 2003; SCHUS- TERITSCH, 2005; BARKHUUS, 2005; 3GPP, 2007), o serviço de envio de mensagens de correio eletrônico (ALMEIDA, 2006) (SUN, 2007b); e o serviço de disponibilização de feeds RSS (COLD, 2006; RSS, 2007a; RSS, 2007b RSS, 2007c). Com o uso do sistema de notificação, pretende-se contribuir para a disseminação seletiva de conteúdos de bibliotecas digitais para usuários interessados nestes serviços. 1.2 VISÃO GERAL DA SOLUÇÃO PROPOSTA O sistema de notificação apresentado neste trabalho, denominado NotSys, funciona basicamente da seguinte forma: ao efetuar seu cadastro na base de dados da biblioteca digital o usuário deve selecionar os tipos de conteúdos de seu interesse, por exemplo, Artigo de Jornal, Dissertação, Vídeo entre outros. Quando for cadastrado um novo conteúdo, por exemplo, Dissertação, no repositório, o sistema de notificação realiza uma busca por preferências de usuários sobre a opção Dissertação, recupera os endereços de e os números de celulares dos usuários, monta e envia uma mensagem para o endereço de e/ou para o celular do usuário. O sistema de notificação também disponibiliza, na página do blog da biblioteca digital, os conteúdos mais recentemente cadastrados, através de feeds RSS. Ao dispor feeds RSS qualquer usuário pode ter acesso ao conteúdo, independente de está ou não cadastrado no repositório.

17 15 O sistema de notificação proposto divide-se em dois módulos: catalogação e comunicação. No módulo de catalogação, o NotSys recebe os dados dos usuários e os dados de indexação dos conteúdos (características que descrevem o conteúdo) para serem armazenados no repositório da biblioteca. No módulo de comunicação ocorrem as tarefas de recuperação de preferências, a montagem e o envio de mensagens de notificação. O cadastro de usuário se refere a etapa de recebimento dos dados do perfil (por exemplo, endereço de e número do celular) e de preferências por conteúdo do usuário para serem usados numa posterior recuperação durante a execução do módulo de comunicação. O cadastro de conteúdo é a etapa responsável pelo armazenamento das características (dados de indexação que passa a se chamar de metadados) de cada documento que será armazenado no repositório da biblioteca digital. Esses metadados servirão para informar ao usuário sobre o teor do conteúdo armazenado. No módulo de comunicação, a recuperação das opções de preferência dos usuários o- corre logo após o cadastro dos metadados dos conteúdos. Na etapa de recuperação de preferências, o sistema realiza uma busca na base de dados de usuários da biblioteca objetivando coletar os endereços de e os números dos celulares daqueles que assinalaram a preferência pelo novo conteúdo no momento do cadastro. Após a recuperação de preferência de usuários, a etapa de montagem e envio da mensagem de notificação é acionada. Este etapa se divide em duas partes: A primeira, denominada notificação via , recebe o conjunto de endereços de recuperado na etapa anterior, monta uma mensagem de correio eletrônico compondo o tipo de conteúdo e a URL de acesso ao conteúdo e a envia para os usuários. Na segunda, dita notificação via SMS, é recebido o conjunto de números de celular dos usuários que foram recuperados, montando uma mensagem semelhante à descrita na notificação via e então a envia para o modem ou celular GSM (Global System for Mobile Communications) que está conectado no servidor. O modem ou celular GSM conectado ao servidor da biblioteca é responsável pelo envio da mensagem SMS para os usuários da biblioteca. 1.3 CONTRIBUIÇÕES ESPERADAS O envio de SMS, para assinantes de listas e RSS são serviços importantes incrementados nas mais diversas ferramentas da Internet tais como, portais corporativos, sites

18 16 de notícias, sites de relacionamento e etc. Dificilmente são serviços disponibilizados por uma mesma ferramenta. No que diz respeito às bibliotecas digitais, verificamos que algumas delas dispõem do serviço de correio eletrônico apenas para avisar ao usuário avaliador sobre a submissão de um novo trabalho no repositório para ser avaliado (ver seção 1.4). Embora importantes para a Disseminação Seletiva da Informação (DSI), esses serviços ainda não foram incorporados em conjunto às bibliotecas digitais. Assim, este trabalho tem como principal contribuição a oferta de serviços (SMS, e- mail e RSS) de Disseminação Seletiva de Conteúdos Digitais para as bibliotecas digitais que suportam o padrão Dublin Core. Os serviços de SMS e de correio eletrônico são oferecidos aos usuários que se cadastram na biblioteca digital. O serviço de RSS é oferecido para todos os usuários que visitam a biblioteca digital, não importando se estão ou não cadastrados. 1.4 TRABALHOS RELACIONADOS A notificação pode ser entendida como um mecanismo de envio de mensagem automática aos usuários cadastrados num determinado sistema de informação. Um sistema de notificação permite que o usuário, interessado em um determinado assunto, possa ter conhecimento dos eventos de seu interesse ocorridos no sistema, tais como, cadastro, alteração ou remoção de alguma informação. Atualmente, algumas bibliotecas digitais dispõem de serviços de notificação com limitações. Tais limitações dizem respeito ao aviso por meio de mensagens de correio eletrônico para o usuário avaliador sobre a submissão de novos trabalhos nos repositórios das bibliotecas para serem avaliados (SILVA, 2004; BDBCOMP, 2007; DSPACE, 2007). Essa tarefa funciona da seguinte forma: um pesquisador que deseja disponibilizar seu trabalho em algum repositório de documentos digitais, primeiramente, cadastra os metadados referentes a este documento e os submete à apreciação dos avaliadores do repositório. Quando a área de trabalho do avaliador atinge certo número de trabalhos (por exemplo, 10) submetidos e esse não deu início a etapa de avaliação, o sistema envia um para o avaliador informando sobre a submissão dos trabalhos. Nesta seção apresentaremos resumidamente dois sistemas de informação voltados para a web, sendo um deles um sistema de cooperação entre banco de dados distribuídos e o outro uma biblioteca digital. Ambos os sistemas possuem algum tipo de notificação.

19 Sistema BioANot Com o surgimento e a evolução da Bioinformática, um grande número de informação é gerado pelas ferramentas computacionais usadas para o processamento de dados genômicos 1. A adição ou alteração de uma informação genômica nos repositórios de dados destes projetos faz com que os pesquisadores de um mesmo projeto sejam notificados sobre essas mudanças. O BiANot é um sistema multi-agente que auxilia biólogos no intercâmbio das anotações genômicas (ALMEIDA, 2006). Ele também possui um sistema de notificação automática que informa, via correio eletrônico, os pesquisadores interessados em um mesmo objeto de pesquisa genômica, ou seja, envia um aos usuários após receber informações sobre a inclusão ou alteração de uma seqüência genômica na base de dados O Projeto BDBComp O projeto da Biblioteca Digital Brasileira de Computação (BDBComp) (BDBCOMP, 2007) surgiu no Laboratório de Banco de Dados do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais, com o objetivo de disponibilizar informações bibliográficas na web com respeito a trabalhos, tipo post-prints, da comunidade brasileira de computação (SILVA, 2004). A BDBComp permite que os pesquisadores brasileiros divulguem seus trabalhos para toda a comunidade de computação. Essa biblioteca suporta o padrão da Open Archives Initiative (OAI) (UKOLN, 2003; OAI, 2007) em conjunto com o Dublin Core para seus metadados, ou seja, ela implementa um servidor de dados compatível com o protocolo OAI-PMH (The Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting) (LAGOZE; VAN DE SOMPEL, 2002; OAI-PMH, 2007). Seus principais serviços oferecidos são (BDBCOMP, 2007): busca, navegação, listagem de trabalhos recentes, recomendações de trabalhos e o serviço de auto-arquivamento. O serviço de listagem de trabalhos recentes é uma tarefa que apresenta a lista dos trabalhos, em 1 Dados genômicos são referentes a anotações de seqüências de DNA.

20 18 ordem decrescente de data de cadastro, que foram cadastrados no repositório da BDBComp. A listagem mostra ao usuário os seguintes metadados referentes a cada trabalho: autor(es), título, evento e ano de publicação. Cada um dos metadados, exceto aquele que informa o ano, são links que levam o usuário a outras páginas. Por exemplo, ao clicar no link referente ao título do trabalho o usuário tem acesso a uma descrição sobre o conteúdo do trabalho e em muitos casos a URL que leva ao conteúdo completo do trabalho. Um outro exemplo seria o link referente ao evento. Ao clicar neste, abre-se a relação dos trabalhos publicados no evento cujo metadados foram armazenados no repositório. O serviço de auto-arquivamento da BDBComp, refere-se à tarefa de submissão de trabalhos científicos realizada pelos próprios pesquisadores ou por pessoa autorizada. Esta tarefa refere-se ao cadastro dos metadados dos trabalhos no repositório e o seu conteúdo. O trabalho submetido passa pelos estágios de submissão, aprovação ou rejeição (SILVA, 2004). O estado de submissão compreende a etapa em que o trabalho foi submetido e está aguardando o processo de revisão. No estado de aprovação o trabalho passou pelo processo de análise e foi a- provado, sendo seus metadados disponibilizados para consulta na biblioteca digital. O estado de rejeição indica que o trabalho foi revisado, porém não foi aprovado. Na etapa de revisão, a BDBComp oferece um serviço de notificação, via , aos usuários revisores de trabalhos, informando-lhes quando forem submetidos dez trabalhos a espera de revisão. 1.5 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO Este trabalho é composto por 5 capítulos, inclusive este introdutório. Os 4 capítulos restantes estão organizados da seguinte forma: O capítulo 2 descreve os fundamentos teóricos. Entre eles, o desenvolvimento de bibliotecas digitais, justificando a escolha das mesmas para a disseminação da informação, a- presentando sua estrutura básica, o modo de armazenamento, busca e recuperação de conteúdos, além disto, conceitua-se a OAI dando ênfase a sua proposta principal. Apresenta-se ainda o conceito e desenvolvimento da tecnologia SMS, aborda a estrutura do correio eletrônico e da tecnologia RSS. Encerra-se discorrendo sobre o serviço de DSI e do projeto da Biblioteca Digital Paulo Freire (BDPF).

21 19 O Capítulo 3 relata os detalhes de análise, projeto e implementação do sistema proposto, descrevendo requisitos que devem ser alcançados, diagramas utilizados. Apresenta também a estrutura do banco de dados, as tecnologias utilizadas em cada fase do projeto e a sua arquitetura. O capítulo 4 apresenta exemplos práticos de utilização do NotSys. Destaca o cadastro de conteúdos e das preferências de cada usuário, além de exibir seus respectivos resultados. Apresenta também, exemplos de envio de mensagens tanto de como de SMS para os usuários e a disponibilização de feeds RSS na página da biblioteca digital. O capítulo 5 conclui a pesquisa, enfatizando as principais contribuições e limitações do NotSys. Indica propostas para trabalhos futuros, introduzindo possíveis extensões e alterações para a aplicação desenvolvida.

22 20 2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS Este capítulo faz uma revisão na literatura, apresentando os principais conceitos envolvidos na investigação. Primeiramente, caracteriza a estrutura e o desenvolvimento de bibliotecas digitais. Em seguida aborda temas referentes a OAI, ao protocolo de interoperabilidade OAI-PMH e ao padrão de metadados Dublin Core. Explana também sobre os serviços que serão utilizados pelo NotSys (correio eletrônico, SMS e RSS) para notificar os usuários. Finaliza abordando os conceitos de Disseminação Seletiva da Informação e da Biblioteca Digital Paulo Freire (BDPF, 2007). 2.1 BIBLIOTECAS DIGITAIS A história das bibliotecas possui um estimado peso na evolução do conhecimento. As bibliotecas ditas tradicionais vêm sofrendo inúmeras transformações decorrentes da incorporação da tecnologia às suas atividades, provendo mudanças principalmente na forma de oferecer produtos e serviços aos seus usuários. Essas transformações tecnológicas vêm ocorrendo de maneira muito rápida. Dentre algumas dessas mudanças, podemos citar o modo de armazenamento de documentos que, em alguns casos, passou do papel para a forma digitalizada (CUNHA, 1999). Hoje em dia presenciamos a contínua evolução da Internet e de suas ferramentas que possibilitam a disseminação da informação. Porém, para que possamos encontrar na Internet um documento sobre um determinado assunto, perdemos um tempo considerável devido às limitações dos mecanismos de busca atuais. Por disponibilizarem conteúdos específicos para uma determinada comunidade, o uso de bibliotecas digitais temáticas tornou-se uma opção de busca menos frustrante para usuários de certas áreas do conhecimento humano. Porém, a criação de bibliotecas digitais ainda é uma atividade custosa, pois envolve todo o capital intelectual de uma equipe especializada para selecionar, estruturar, oferecer acesso, interpretar, distribuir, preservar a integridade, certificar a persistência das coleções dentre outras tarefas importantes. Com respeito à definição de biblioteca digital, ainda não existe um consenso entre os pesquisadores desta área. Existem atualmente vários conceitos para bibliotecas digitais, cada

23 21 um tentando considerar características diferentes. Segundo Bax (1997), as bibliotecas digitais são entidades capazes de vencer as limitações naturais de espaço-tempo impostas a outros objetos físicos (livros, estantes, salas, prédios), permitindo novas práticas de trabalhos e oportunidades. Fox (2005) as conceituam como sistemas bastante avançados e complexos, onde seu desenvolvimento envolve, em muitos casos; incorporação de muitos componentes, preservação de documentos digitais, gerenciamento de um repositório distribuído, filtragem, recuperação e apresentação da informação, interação com usuários, controle de direitos autorais, gerenciamento de informação multimídia, serviços de referência, busca e navegação, preservação, gerenciamento de links, disseminação seletiva da informação entre outros. As bibliotecas digitais incentivam o uso de metadados para descrever seu conteúdo, permitindo assim maior facilidade na recuperação de seus documentos (ARAÚJO JUNIOR; BEZERRA, 2006). Basicamente, são informações usadas para descrever objetos, sendo estes objetos digitais ou não. Metadados são informações estruturadas para facilitar a localização, recuperação, utilização, gerenciamento e entendimento de recursos, ou seja, dão um significado real e plausível a um arquivo de dados, sendo este imagem, vídeo, áudio ou texto. Um e- xemplo de seu uso são as informações (autor, titulo, número de páginas, localização entre outros) exigidas para compor um cartão de catalogação de livros numa biblioteca tradicional. Outro exemplo são as informações referentes à cor, dimensão e categoria para descrever um arquivo de imagem. As bibliotecas digitais que disponibilizam conteúdos baseados em metadados oferecem vantagens como: a difusão de padrões de dados; o intercâmbio de informações armazenadas em sistemas e instituições que usam o conceito de metadados; e uma maior exatidão na recuperação das informações almejadas. De acordo com Arms (2000), as bibliotecas digitais provêem vários benefícios, dentre os quais podemos destacar: Vai até o usuário através do acesso remoto por meio de um computador conectado à Internet; Nunca fecha, ou seja, a informação está sempre disponível para pesquisa e uso; Permite leitura simultânea de um mesmo documento por vários usuários. Algumas permitem até mesmo que o documento seja salvo no computador do usuário; Facilidade de atualizações de documentos; Uso de diversos suportes de registro da informação tais como textos, áudios e vídeos.

24 22 A tabela 1 apresenta uma comparação entre as bibliotecas tradicionais e as bibliotecas digitais com o intuito de realçar alguns benefícios destas. Quadro 1 Bibliotecas tradicionais versus Bibliotecas digitais Bibliotecas Tradicionais Recursos físicos Recursos em número limitado Instalações físicas Grande corpo de funcionários Usuários em número limitado Tempo de funcionamento determinado Regras de segurança bem definidas Geograficamente limitada Reserva e não recuperação da informação Bibliotecas Digitais Recursos digitais Recursos em número ilimitado Ambiente virtual Corpo de funcionários reduzidos Usuários em número ilimitado Funcionamento 24 horas Regras de segurança complexa de programar Pode ser globalmente distribuída Recuperação e não reserva de informação Fonte: ARAÚJO, 2002 As bibliotecas digitais envolvem atores, serviços e recursos. Os atores representam os possíveis papéis executados pelos usuários em interação com o sistema da biblioteca. São atores os provedores de dados, provedores de serviços, administradores e usuários do sistema. Dentre os serviços, destacam-se o armazenamento, a busca e a navegação, o cadastro de usuários e de conteúdos, a segurança, a proteção de direitos autorais, dentre outros. Os recursos são os documentos nas mais diversas mídias (texto, imagem, áudio, vídeo etc.). As bibliotecas digitais comumente possuem dois tipos de prestação de serviços: armazenamento e busca. O primeiro se caracteriza através de repositórios de dados que possuem metainformação sobre conteúdos publicados e links para esses conteúdos. Os repositórios devem suportar os mais diversos formatos de documentos digitais texto, imagem, áudio, vídeo etc. O segundo, oferece inúmeros serviços para o fácil acesso aos seus arquivos, tais como: a padronização dos metadados que serão utilizados, a fomentação da interatividade entre seus usuários e a interface de busca de conteúdos. Para que uma biblioteca digital se exponha como um ambiente mundial de disponibilização de conteúdos, ela deve estar de acordo com as exigências da iniciativa OAI. Para integrar os vários sistemas de bibliotecas digitais, a OAI preconiza a comunicação entre repositórios de conteúdos científicos para divulgação, compartilhamento e armazenamento de metadados.

25 A INICIATIVA OPEN ARCHIVES Cada biblioteca digital, atualmente implementada, trata-se de um sistema complexo e independente que pode ter seu ciclo de desenvolvimento completamente diferente uma das outras. Para que exista comunicação entre elas, a interoperabilidade é um fator primordial. A iniciativa OAI surgiu para resolver a questão da interoperabilidade. Trata-se de uma iniciativa internacional que objetiva o desenvolvimento de padrões para oferecer intercâmbio de informações entre bibliotecas digitais com código aberto. Dentre esses padrões podemos citar: protocolos para extração de metadados, critérios para a seleção dos extraídos e um formato de metadados comum que os arquivos possam usar para responder às requisições. A OAI opera através de um protocolo, que recebe o nome de OAI-PMH, que tem a função de coletar os metadados dos repositórios de dados. O OAI-PMH é uma estrutura formada por um conjunto de requisições (verbos) e regras usado para facilitação e eficácia no processo de integração de buscas em repositórios de pesquisa. Segundo o documento oficial da OAI (OAI, 2007), o termo arquivo significa um depósito de documentos científicos para armazenar qualquer tipo de informação digital. E o termo aberto refere-se à arquitetura do sistema, que define interfaces para facilitação em disponibilizar os conteúdos procedentes de vários locais na rede. A OAI não defende a questão de gratuidade ou acesso ilimitado a um determinado conteúdo. Isto significa que apenas o protocolo disponibilizado é aberto ao público. Para que as bibliotecas digitais ofereçam serviços relevantes, a OAI as divide em dois grupos: provedor de dados (Data Provider) e provedor de serviços (Service Provider). O provedor de dados interpreta e responde aos verbos do OAI-PMH e oferece os repositórios como ferramentas de armazenamento e disponibilização de todo seu acervo eletrônico. O provedor de dados também oferece serviços de recuperação de dados, além de mecanismos de localização e acesso aos documentos. O provedor de serviços opera o harvester 2 e oferece buscas baseadas nos metadados armazenados nos repositórios. O harvester age quando um provedor de dados armazena em seu repositório os recursos digitais contendo seus metadados. A figura 1 apresenta uma visão geral do funcionamento das requisições do harvester e as respostas retornadas pelos provedores de dados. 2 O harvester trata de uma aplicação cliente embutida no provedor de serviço de uma biblioteca digital que realiza solicitações automáticas aos servidores de dados objetivando a recuperação de informações na web.

26 24 Figura 1 O funcionamento básico do OAI-PMH. Fonte: Adaptada de SHREEVES, 2004 Primeiramente ocorrem as requisições automáticas dos metadados, via HTTP, pelo provedor de serviços (harvester) que captura metadados dos provedores de dados cadastrados. Os dados capturados são retornados, em formato XML, de acordo com a solicitação. Por e- xemplo, a figura 2 representa uma requisição ao servidor de dados da BDPF para o verbo GetRecord com o objetivo de encontrar o registro de código (identifier) Na resposta, o valor do identifier pode ser visto na linha 25 da figura 2. O OAI-PMH é um framework padrão que possui interoperabilidade e é independente de aplicação. Seu objetivo principal é prover a transferência de dados entre as bibliotecas digitais que possuem um padrão de código aberto (OAI-PMH, 2007). O OAI-PMH opera com verbos que têm a responsabilidade de recuperar os metadados dos recursos armazenados nos repositórios dos servidores de dados. Cada verbo possui a finalidade de obter uma resposta a uma determinada requisição enviada ao servidor. A tabela 2 representa os seis verbos do protocolo OAI-PMH e suas respectivas funções. Esse padrão de uso de verbos do OAI-PMH é atualmente o mais usado no contexto mundial para adquirir informações científicas localizadas remotamente. O OAI-PMH é um protocolo baseado nos padrões abertos HTTP e XML (figura 1). Os argumentos das requisições aos verbos, expressas no formato HTTP, são usados como parâmetros aos métodos GET ou POST. As respostas são metadados codificadas em uma sintaxe XML.

27 25 Figura 2 Solicitação e resposta ao verbo GetRecord com identifier As bibliotecas digitais que incorporam tanto o provedor de dados quanto o provedor de serviços podem trocar qualquer metadado usando o OAI-PMH desde que o resultado seja codificado em XML e que seja definido um XML schema para este resultado. O protocolo OAI-PMH suporta vários formatos de metadados codificados em XML, dentre estes o Dublin Core. Quadro 2 Conjunto de verbos do protocolo OAI-PMH. Verbo Função Identify ListMetadataFormats GetRecord ListRecords ListIdentifiers ListSets Fornece informações gerais sobre o repositório Lista os formatos de metadados suportados Recupera um único registro do repositório Retorna lista de registros de um repositório Recupera os identificadores de todos os registros de um repositório Lista a estrutura do conjunto de um repositório Fonte: Adaptada de OAI, 2007

28 DUBLIN CORE O padrão Dublin Core é o formato mínimo especificado para interoperabilidade entre as bibliotecas digitais (DCMI, 2007). Este padrão de metadados é desenvolvido e mantido pela Dublin Core Metadata Initiative (DCMI) (DCMI, 2007). A DCMI é uma entidade internacional, independente e influenciável, criada para facilitar a localização, o compartilhamento e o gerenciamento de recursos on-line na Internet. Esta Iniciativa se dedica em promover a disseminação de padrões de metadados interoperacionais e o desenvolvimento de vocabulários especializados em metadados para descrever recursos, facilitando na construção de sistemas de recuperação de informação mais inteligentes (DCMI, 2007). O padrão de metadados usado pela DCMI é o Dublin Core. Este se refere a um conjunto de elementos simples, contudo eficaz, usado para descrever uma ampla variedade de recursos na web. Dublin Core pode ser visto como uma linguagem para construção de uma classe particular de relatos sobre recursos. O padrão Dublin Core divide-se em dois níveis: simples e qualificado. O nível simples compreende a 15 elementos básicos (Tabela 3). O nível qualificado inclui mais 3 elementos (audience, provenance e rights holder). O nível qualificado não faz parte do escopo de nossa pesquisa. Dentre as principais características do padrão Dublin Core podemos destacar (DCMI, 2007): a simplicidade na criação e manutenção dos recursos que permite seu uso por pessoas não especializadas; a semântica de entendimento comum que facilita a interpretação por usuários com diferentes formações; o escopo internacional que, apesar de ter sido desenvolvido inicialmente em inglês, abrange várias versões produzidas em outras linguagens; a extensibilidade que permite adaptações para atender as especificidades de diferentes comunidades. O conjunto de elementos Dublin Core Metadata Element Set (DCMES) define um vocabulário formado por 15 elementos básicos para descrever e definir os recursos simples do padrão Dublin Core. Estes elementos são usados para criação de blocos de descrição para a maioria dos recursos de informação, e fazem parte de um volumoso conjunto formado por vocabulários de metadados e especificações técnicas mantidos pela DCMI. Os elementos que

29 27 formam o padrão Dublin Core podem ser opcionais ou repetíveis, o que torna o padrão flexível e usável. A tabela 3 mostra uma descrição significativa de cada um dos elementos do conjunto Dublin Core. Quadro 3 Conjunto de elementos do padrão Dublin Core. Elemento title creator subject description publisher contributor date type format identifier source language relation coverage right Descrição O nome pelo qual o recurso é formalmente conhecido. Pessoa, organização ou serviço responsável pela criação do conteúdo do recurso. O tópico do conteúdo do recurso. Pode ser expresso como palavras chaves, frases ou códigos de classificação que descrevem o tópico do recurso. Um relato sobre o conteúdo do recurso. A descrição pode incluir (mas não é limitado) um abstract, índice ou referência para uma representação gráfica. A entidade responsável pela disponibilização do recurso. A entidade (pessoa, organização ou serviço) que originou contribuições para a produção do conteúdo do recurso. Data associada com a criação ou disponibilidade do recurso. Natureza ou gênero do conteúdo do recurso (texto, imagem, som, vídeo, etc.). Representação física ou digital do recurso. Este elemento pode englobar o tipo da mídia ou dimensões do recurso. Pode ser usado para identificar software, hardware ou outro equipamento necessário para manipular o recurso. Uma referência não ambígua para o recurso dentro de um determinado contexto. Pode ser uma string ou número, como por exemplo, URL, ISBN. Informação sobre um segundo recurso pelo qual o presente recurso é derivado, seja na totalidade ou em parte. A linguagem do conteúdo intelectual do recurso. Recomenda-se o uso de 2 letras para a linguagem, seguido opcionalmente por 2 letras para o país (exemplo, pt-br). Referência com outros recursos. Permite estabelecer um link com um recurso relacionado. A extensão ou escopo do conteúdo do recurso. A cobertura poderá incluir localizações espaciais, relação temporal ou jurisdição. Informações sobre direitos assegurados ao recurso, caso o elemento venha a ser utilizado. Fonte: DCMI, O padrão Dublin Core é usado na implementação do repositório de metadados da BDPF. O NotSys utiliza o padrão de metadados Dublin Core, através do uso dos elementos title, author, type, date, description e identifier.

30 SERVIÇOS USADOS Esta seção apresenta as três principais tecnologias que serão oferecidas à incorporação das bibliotecas digitais. Primeiramente, discutimos sobre o Short Message Service (SMS). Seguindo, abordamos sobre o protocolo de sindicalização RSS. Finalmente, explanamos a respeito do serviço de correio eletrônico ( ) Serviço SMS O Serviço de Mensagens Curtas ou Short Message Service (SMS) é um serviço disponível em telefones celulares que permite o intercâmbio de mensagens entre estes equipamentos e entre outros dispositivos de mão como palms e handhelds, e até entre telefones fixos. O SMS já se concretizou como uma tecnologia de comunicação amplamente popular para telefonia móvel mundial. Ela permite que seus usuários se comuniquem através do envio de mensagens de texto curtas. Esse padrão proporciona aos usuários um serviço de envio de mensagens assíncrono. De acordo com Bodic (2005) e Da Fonseca (2006) a tecnologia SMS apareceu pela primeira vez na Europa em 1991, com a primeira mensagem SMS sendo enviada em dezembro de Posteriormente, essa tecnologia foi incorporada aos padrões do Global System for Mobile Communication (GSM) (3GPP, 2007). Atualmente, o Third Generation Partnership Project (3GPP) (3GPP, 2007) é responsável pelo desenvolvimento e manutenção dos padrões GSM e SMS. Alguns pesquisadores afirmam que, além das chamadas de voz, a principal força na adoção da telefonia móvel é o SMS. Outros afirmam que a popularidade do SMS é apontada pela eficiência do seu modelo de comunicação assíncrono (BARKHUUS, 2005). Os dados que podem ser enviados numa mensagem SMS são de tamanho limitado. O uso do SMS é especialmente projetado para um dispositivo (celular) de configurações limitadas, permitindo a exibição de apenas algumas linhas de texto por vez (até 160 caracteres, incluindo o espaçamento entre estes). Essa limitação se dá pelo fato do celular ser um dispositivo de display bastante pequeno.

31 29 Alguns aparelhos permitem a montagem de mensagem com um número maior de caracteres, porém no momento do envio a mensagem é quebrada em mensagens de tamanho padrão (160 caracteres), o que ocasiona o envio de mais de uma mensagem. Uma das maiores vantagens do padrão SMS é que ele é suportado por 100% dos telefones móveis que seguem o padrão GSM. A transmissão de mensagens de texto SMS suporta caracteres de vários idiomas, tais como arábicos, chineses, japoneses e coreanos. Além de texto, essas mensagens podem conter dados binários viáveis para transmissão de imagem, áudio e vídeo através de mensagens SMS. Algumas características do padrão SMS são as seguintes: As mensagens SMS podem ser enviadas e lidas a qualquer momento. Hoje, uma grande parte da população possui um aparelho celular na maioria do seu tempo, independentemente de onde estejam domicílio, trabalho ou em trânsito; As mensagens SMS podem ser enviadas mesmo que o aparelho receptor esteja desligado ou o sinal esteja indisponível temporariamente. O sistema da operadora de telefonia móvel armazena a mensagem e a envia quando o aparelho receptor estiver operando normalmente; O envio de uma mensagem SMS é menos importuno. Quando uma mensagem SMS é recebida, ela não precisa ser atendida, lida e respondida imediatamente; As mensagens SMS são suportadas por 100% dos aparelhos GSM e ainda podem ser trocadas por aparelhos de operadoras distintas. Por se tratar de uma tecnologia bastante desenvolvida todos os aparelhos GSM a suportam independentemente de operadora de telefonia móvel. A tecnologia SMS permite o push de informações pelo servidor, o que é diferente do modelo pull onde um dispositivo tem que puxar dados do servidor regularmente para checar se há alguma nova informação. No modelo push o servidor envia as informações diretamente para os assinantes quando um dado é adicionado, alterado ou removido, ou um evento importante ocorre. Atualmente, existem muitas formas diferentes de aplicações SMS no mercado e muitas outras estão sendo desenvolvidas. Alguns exemplos de aplicações SMS são os seguintes: Transferência de mensagens de texto entre pessoas: Trata-se da aplicação mais comumente usada e exatamente para a qual a tecnologia SMS foi projetada inicialmente; Fornecimento de informações para usuários: Esses sistemas são desenvolvidos para dotar servidores de conteúdos com o serviço de envio de mensagens SMS con-

32 30 tendo informações (notícias, relatórios, dados financeiros etc.) para seus assinantes. Para a maioria desses serviços se faz necessário a cobrança de uma taxa; Transferência de arquivo (download): As mensagens SMS podem ser compostas por dados binários. Assim, elas podem ser usadas como um meio de transporte para transferência de arquivos entre computadores remotos em redes wireless. Com esse tipo de aplicação, alguns objetos como imagens, áudios e vídeos podem ser codificados em uma ou mais mensagens SMS e transmitida para o usuário; Serviços de Alertas e Notificações: As aplicações que envolvem serviços de alertas servem para avisar aos usuários sobre a ocorrência de eventos importantes. Dentre alguns exemplos podemos destacar: (1) O serviço de notificação de mensagens de , fax e voz: o servidor de envia uma mensagem SMS para o celular do usuário sempre que um chegar à sua caixa de mensagens. Nesta mensagem podemos incluir o endereço do emissor, o assunto e as primeiras linhas do conteúdo da mensagem de . Este tipo de sistema pode ainda ser configurado para notificar o usuário apenas sobre s recebidos de pessoas importantes e sobre assuntos relevantes. Isso ocorre de modo semelhante para fax e mensagens de voz; (2) O serviço de transação de cartão de crédito ou comércio eletrônico: sempre que uma transação for realizada, o servidor envia uma mensagem SMS para o celular do cliente para que esse tome conhecimento, se uma transação não autorizada for feita; (3) Os sistemas de monitoramento remoto: um programa está constantemente monitorando o status de um sistema remoto. Se certa condição é satisfeita, o programa envia uma mensagem SMS para o administrador do sistema para notificá-lo sobre a situação. Existem duas formas de enviar mensagens SMS: em modo texto ou em modo PDU (Protocol Data Unit). No modo texto o modem é configurado pra enviar apenas mensagens do tipo texto. O modo PDU permite a transmissão em formato binário usado para sons, vídeos e imagens. Ambos os modos de transmissão possuem como infra-estrutura a forma descrita a seguir. O início da transmissão de uma mensagem SMS ocorre quando um usuário edita e envia uma mensagem SMS para o usuário receptor. Antes de chegar ao destino, essa mensagem chega ao Short Message Service Center (SMSC), que então a encaminha ao aparelho do destinatário. A principal responsabilidade do SMSC é rotear as mensagens SMS e ajustar o processo do serviço de envio. Se o aparelho receptor estiver indisponível, o SMSC armazenará a

33 31 mensagem por um determinado período e a encaminhará ao receptor quando disponível. A figura 3 ilustra a forma funcional do envio de mensagens SMS. Figura 3 Infra-estrutura de transmissão de mensagem SMS. Fonte: Adaptada de SMSWORLD, 2007 A figura 3 representa o envio de mensagens SMS que envolve somente aparelhos de uma única operadora de telefonia móvel. Essa mensagem é chamada de intra-operadora. O custo do envio é baixo e algumas operadoras até permitem que seus assinantes enviem mensagens de forma gratuita. Esse processo de envio envolve apenas um SMSC, que após receber a mensagem do emissor (passo 1), entrega ao celular do receptor (passo2). Se o aparelho receptor estiver indisponível, o SMSC guarda a mensagem e a envia quando o aparelho receptor estiver disponível. Caso o período de validade da mensagem expire e o aparelho receptor ainda esteja indisponível, a mensagem SMS será removida do SMSC. Finalmente, quando o SMSC recebe o relatório de entrega da mensagem do celular receptor ou remove a mensagem, ele envia um relatório de status ao aparelho emissor (passo3), se esse requisitou o relatório anteriormente. As mensagens SMS ainda podem ser divididas em duas categorias: mensagens SMS locais e mensagens SMS internacionais. Uma mensagem SMS local é uma mensagem enviada de uma operadora para a outra no mesmo país. Já a mensagem SMS internacional é enviada de uma operadora em um país para uma operadora localizada em outro país. A interoperabilidade da transmissão de mensagens SMS entre as operadoras locais e internacionais é um dos fatores principais que contribui para o sucesso do SMS. O NotSys faz uso desta tecnologia para enviar as mensagens de texto para o celular dos usuários de bibliotecas digitais. Para o envio de SMS, se faz necessário a conexão de um modem ou celular GSM conectado ao servidor da biblioteca. O formato das mensagens SMS

34 32 escolhido foi o modo texto por ser a mensagem de notificação um aviso sem informações confidenciais Serviço RSS O serviço RSS (Really Simple Syndication) (RSS, 2007a), também conhecido como o formato RDF Site Summary (RSS, 2007b) e Rich Site Summary (RSS, 2007c), é um protocolo de sindicalização de conteúdo, baseado no formato XML, que permite aos sites da Internet compartilhar seus conteúdos e manchetes com outras aplicações (COLD, 2006). O RSS trata-se de um formato que auxilia os usuários a agregarem informações de muitas origens diferentes na web, proporcionando a divulgação de publicações provenientes da Internet (blogs, canais de notícias e informação, e grupos de usuários). O RSS oferece a vantagem para o usuário de não ter que visitar cada site da web em busca de novos conteúdos de interesse. Esse formato permite a propagação e a agregação de listas de links, em conjunto com outras informações ou metadados, que visam oferecer aos usuários informações rápidas para ajudar na decisão de visitar ou não o conteúdo completo apontado pelo link. Qualquer dado na Internet pode se tornar um feed RSS, por exemplo, uma notícia de jornal, a alteração no preço de algum produto ou serviço, um artigo científico. O RSS também é usado para replicar o conteúdo de um site em outro. Isso é feito inserindo um script na página do site de destino que aponta para um arquivo XML no site de origem. Algumas outras vantagens de usar RSS para disponibilizar conteúdo corrente nos sites da web são as seguintes: A informação mais atual de um feed RSS está sempre disponível; O RSS permite que as informações sejam capturadas por programas leitores; O RSS pode informar àquelas pessoas que precisam de informação sem ter que enviar um para elas; Os assinantes do RSS não precisam usar sua caixa de para acessar as informações; O RSS é oferecido na web gratuitamente; RSS é um protocolo de conteúdo estruturado e reutilizável.