Rio de Janeiro. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado do Rio de Janeiro (1991, 2000 e 2010)
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- Eric Raminhos Abreu
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2 Rio de Janeiro Em, no estado do Rio de Janeiro (RJ), moravam 16 milhões de pessoas, onde 8,9% (1,4 milhões) tinham 65 ou mais anos de idade. O estado era composto de 92 municípios, dos quais sete (7,6%) com menos de dez mil habitantes e um com mais de um milhão de habitantes. Cerca de 4% (6,3 milhões) da população vivia na capital, Rio de Janeiro. A esperança de vida ao nascer média estadual era de 75,1 anos, variando entre 71,9 e 76,3 anos nos diferentes municípios. Indicadores sociodemográficos selecionados estão apresentados na tabela 1. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado do Rio de Janeiro (, e ) Indicador Ano Mediana 1º Quartil 3º Quartil 32,3 28,2 37,2 Taxa de mortalidade infantil por mil NV 19,8 18,2 21,7 15,9 14,6 16,7 36,9 32,3 42,5 Taxa de mortalidade na infância por mil NV 22,4 2,6 24,6 17,9 16,4 18,8 39,6 29,4 46,3 Proporção da população em condição de pobreza (%) 2, 16,5 24, 1,2 7,5 12,2 18,8 14,6 23,4 Proporção da população analfabeta (%) 11,4 8,8 15,3 7,5 5,3 1,7 14,9 8,5 23,1 Proporção da população sem acesso à água encanada (%) 8,4 5,2 14,1 5,9 3,4 1,4 183
3 ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde Brasil a Figura 1: Distribuição de indicadores selecionados nos municípios do Rio de Janeiro, comparada com as medianas da região Sudeste e do Brasil (, e ) A. Taxa de mortalidade infantil (por mil NV) B. Proporção da população em condição de pobreza (%) Observação mais detalhada do desempenho dos municípios em relação aos quatro indicadores analisados está disponível na figura 2, cuja diagonal indica manutenção do valor do indicador em ambos os anos estudados. 12 De forma geral, quase a totalidade dos municípios do estado está abaixo das diagonais, indicando tendências temporais consistentes de melhoria nos quatro indicadores analisados (figura 2). C. Proporção da população analfabeta (%) D. Proporção da população sem acesso à água encanada (%) 75 Rio de Janeiro Mediana e distribuição Em, as medianas estaduais da taxa de mortalidade infantil, da proporção da população em condição de pobreza, da proporção da população analfabeta e da proporção da população sem acesso à água encanada eram similar às da região sudeste e melhores que as medianas do Brasil (figura 1). Em, embora todos esses indicadores analisados tenham melhorado no RJ, foram observadas quedas um pouco menos acentuadas na taxa de mortalidade infantil e na proporção da população sem acesso à água encanada, aproximando-se das medianas nacionais (figuras 1A e 1D). Destaca-se a importante queda da mediana da mortalidade infantil, de 32,3 para 15,9 por mil NV, entre os anos de e, respectivamente. No que se refere à proporção da população em condição de pobreza e população analfabeta, observaram-se quedas similares às medianas nacional e estadual (figura 1B e 1C). Em geral, observou-se redução das desigualdades entre os municípios do RJ para os quatro indicadores, exceto por alguns municípios do estado ainda persistirem em condições bastante desiguais em para a proporção sem acesso à água encanada (figura 1D). 75 Sudeste Mediana Brasil Mediana Com relação à taxa de mortalidade infantil, em, nenhum município apresentou uma taxa igual ou menor que a meta de 15,7 por mil NV (linha vermelha, meta a ser alcançada pelo Brasil até 215 segundo os ODM). No ano de, 41 municípios (44,6%) deles já tinham alcançado valores inferiores a essa meta (figura 2A). Os demais indicadores também mostraram melhorias entre os anos estudados, observadas tanto na redução dos valores desses indicadores no conjunto dos municípios quanto na redução das desigualdades. Essa última, evidenciada em, pela menor dispersão dos valores quando comparada ao ano de. Quanto à proporção da população sem acesso à água encanada, os valores já encontravam-se muito baixos em, e mantiveram-se assim ou reduziram ainda mais em, exceto para alguns poucos municípios (figura 2D). 184
4 SUDESTE Rio de Janeiro RJ Figura 2: Desempenho dos municípios segundo mudanças nos indicadores selecionados, estado do Rio de Janeiro ( e ) A. Taxa de mortalidade infantil (por mil NV) B. Proporção da população em condição de pobreza (%) C. Proporção da população analfabeta (%) D. Proporção da população sem acesso à água encanada (%) Taxa em Proporção(%) em 75 Proporção(%) em 75 Proporção(%) em Taxa em 75 Proporção(%) em 75 Proporção(%) em 75 Proporção(%) em Figura 3: Desempenho dos municípios segundo indicadores selecionados nas quatro dimensões de análise (saúde, social, econômica e ambiental), estado do Rio de Janeiro (, e ) E A. B. C. S A Legenda: Triângulo: S: Dimensão Social (% alfabetizados) E: Dimensão Econômica (% não pobres ) A: Dimensão Ambiental (% com acesso à água encanada) 3 quartil E 1 quartil S A E S Círculo: Taxa de mortalidade infantil (por mil NV) 3 quartil 1 quartil A A figura 3 mostra a evolução dos indicadores que representam as quatro dimensões estudadas nos anos de, e. Houve, no período, uma importante redução da taxa de mortalidade infantil nos municípios do estado do RJ, ao mesmo tempo esses municípios tornaram-se menos desiguais, o que pode ser observado pelo movimento do círculo central, tornando-se mais fino (intervalo interquartílico) e em direção ao centro do triângulo. Os intervalos dos quartis 1 o e 3 o variaram (respectivamente) de 28,2 e 37,2 por mil NV, em, para 14,6 e 16,7 por mil NV, em. As demais dimensões estudadas também apresentaram melhorias dos indicadores, evidenciadas pela aproximação das linhas aos vértices do triângulo cinza (condição ideal). Destaca-se no estado, a dimensão econômica (% de não pobres), onde houve grande incremento nos municípios incluídos no 1 o quartil, que passaram de 53,7% para 87,8% entre os anos de e, respectivamente, enquanto que aqueles do 3 o quartil, passaram de 7,6% para 92,5% no mesmo período. 185
5 ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde Brasil a As figuras 4 a 7 permitem identificar as microrregiões (borda cinza) e o desempenho dos indicadores estudados por município nos anos de, e. A taxa de mortalidade infantil (por mil NV) variou (valores mínimos e máximos) 2,3 a 49, em, de 14, a 26,5 em e de 11, a18,6 em. É possível notar a grande diminuição do risco de vida infantil de forma geral no estado. Tendo como referência o quintil de, em praticamente a totalidade dos municípios do RJ estava situada no pior quintil, e no ano de, a grande parte estava situada no melhor quintil. Com a estratificação em quintis definidos em, não se observa padrão geográfico na evolução da melhoria deste indicador. De maneira semelhante, a distribuição espacial da proporção da população em condição de pobreza apresenta melhoria entre os municípios. As proporções (valores mínimos e máximos) deste indicador variaram de 12,1% a 66,9% em, de 6,6 a 42,9% em, e de 3,3% a 23,9% em. Figura 4: Distribuição espacial da taxa de mortalidade infantil, por mil NV, nos municípios do estado do Rio de Janeiro (, e ) 1 A B C Figura 5: Distribuição espacial da proporção (%) da população em condição de pobreza nos municípios do estado do Rio de Janeiro (, e ) 1 A B C Taxa (por mil NV) Proporção (%) Mapas foram construídos segundo quintis definidos para o ano de. Mapas com os quintis para o ano de estão disponíveis no anexo 2.
6 SUDESTE Rio de Janeiro RJ Figura 6: Distribuição espacial da proporção (%) da população analfabeta nos municípios do estado do Rio de Janeiro (, e ) 1 A B C Figura 7: Distribuição espacial da proporção (%) da população da população sem acesso à água encanada nos municípios do estado do Rio de Janeiro (, e ) 1 A B C O indicador proporção da população analfabeta (figura 6) também possui comportamento semelhante aos indicadores anteriormente estudados, com movimento de progressão no sentido centro-norte e norte. Foram ainda observados, em, municípios que se situavam nas faixas do pior quintil referente ao ano de. As proporções deste indicador variaram (valores mínimos e máximos) de 5,6% a 4,1% em, de 3,7% a 26,9% em e de 2,2% a 2,1% em. De maneira semelhante, as proporções de pessoas sem acesso à água encanada (figura 7) apresentaram evolução no estado do RJ, porém mais discreta que os três indicadores anteriores. Vale destacar que em este indicador já apresentava valores relativamente baixos. As proporções deste indicador variaram (valores mínimos e máximos) de 3,% a 55,6% em, de 1,4 a 54,2% em e de,5% a 36,1% em. Proporção (%) Proporção (%) A série de mapas (figuras 4 a 7) apresentada evidencia a semelhança na tendência espacial e temporal para os indicadores selecionados, segundo os municípios do estado do RJ Mapas foram construídos segundo quintis definidos para o ano de. Mapas com os quintis para o ano de estão disponíveis no anexo
7 ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde Brasil a Figura 8: Distribuição dos indicadores componentes (educação, renda e longevidade) do Índice de Desenvolvimento Humano nos municípios do estado do Rio de Janeiro e medianas da região Sudeste e do Brasil (, e ) 1..8 Além disso, observa-se movimento de verticalização dessa curva de para, indicando que os municípios passaram a ser mais parecidos segundo os valores do IDHM, com consequente redução das desigualdades desse indicador síntese entre eles Figura 9: Evolução do Índice de Desenvolvimento Humano segundo proporção acumulada da população nos municípios do estado do Rio de Janeiro (, e ) POPULAÇÃO (%) 75 Educação Mediana e distribuição Renda Mediana e distribuição Longevidade Mediana e distribuição Sudeste Brasil Mediana IDHM: Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto Melhorias relevantes ao longo do período de análise nos municípios do estado do RJ podem ser notadas nos três componentes (educação, longevidade e renda) do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (figura 8). São observadas notáveis reduções de seus intervalos interquartílicos, quando o ano de é comparado ao ano de. Esse fato revela que os municípios apresentaram, nos anos mais recentes, valores mais semelhantes entre si para esses componentes. As medianas apresentadas pelo estado são, em geral, similares às da região sudeste e melhores que as do Brasil. Na figura 9 são descritas as linhas das proporções acumuladas da população dos municípios do estado segundo os níveis do IDHM em, e. Essas linhas mostram a grande evolução experimentada pela população no período, com o deslocamento da esquerda para a direita dessas curvas, indicando melhoria do indicador e maior concentração da população vivendo em municípios com mais alto IDHM. Tabela 2: Número de municípios (e população) em cada nível do Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios IDHM Muito baixo (,499) Baixo (,,599) Médio (,6,699) Alto (,7,799) Muito alto (,8 1) Número de Municípios Número de População Municípios Número de População Municípios População
8 SUDESTE Rio de Janeiro RJ Em, nenhum município do RJ enquadrava-se na classificação de IDHM alto ou muito alto (tabela 2). Em, dois municípios, com 6,3 milhões (43,9%) de habitantes, foram classificados com IDHM alto. Finalmente, em, são 57 (62,%) municípios, com 14,4 milhões de habitantes (9,4%) que foram classificados com IDHM alto ou muito alto. No RJ, no ano de, nenhum município foi classificado com IDHM baixo ou muito baixo. Figura 1: Desigualdades na taxa de mortalidade na infância segundo o Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios do estado do Rio de Janeiro (, e ) A. TMIn média segundo quintis do IDHM. IDHM (quintis) 5º (Mais alto) 4º 3º (Médio) 2º 1º (Mais baixo) Taxa (por mil NV) B. TMIn dos municípios segundo gradiente do IDHM. Taxa (por mil NV) População na infância acumulada segundo IDHM As desigualdades na probabilidade de morrer antes de completar cinco anos de idade, segundo o IDHM dos 92 municípios do RJ, vêm reduzindo no período de a (figura 1). As TMIn observadas em, para o grupo de municípios classificados com os mais baixos IDHM, eram marcadamente inferiores às taxas do grupo com mais alto IDHM no ano e (figura 1A). De maneira semelhante, o perfil mais horizontal das TMIn dos municípios, em, descrito na figura 1B, evidencia a tendência favorável no sentido de tornar os municípios do estado com valores mais baixos e mais semelhantes quanto ao indicador de estudo. Figura 11: Taxa de mortalidade na infância segundo quintis de indicadores selecionados e ano, nos municípios do estado do Rio de Janeiro (, e ) Ausência de água encanada (%) Pobreza (%) Analfabetismo (%) Grupos (quintis) 1º (Mais favorecido) 2º 3º (Intermediário) 4º 5º (Menos favorecido) Pop. < 5 anos (totais) 2e+5 4e+5 6e+5 8e+5 A tendência da TMIn no estado pode ser também observada segundo quintis das três dimensões selecionadas nesta análise (figura 11). Partindo de para, o movimento para a esquerda dos gráficos indica que a taxa se reduz no período. Além disso, a diminuição da distância entre os círculos reflete a diminuição absoluta da desigualdade na TMIn dos municípios agregados segundo quintis do indicador selecionado (ausência de água encanada, pobreza ou analfabetismo). O estado do Rio de Janeiro apresentou desempenho favorável no período do estudo para os indicadores selecionados. Ações voltadas para o conjunto de municípios em condições mais desfavoráveis poderiam colocar o estado em uma situação de equidade ainda maior para as dimensões analisadas. 189
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