Interessados: Interessada: Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Vereadores do Município de Goianira - GO

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1 Tribunal de Contas da União Número do documento: DC /01-P Identidade do documento: Decisão 338/ Plenário Ementa: Representação formulada pela Câmara de Vereadores de Goianira GO. Possíveis irregularidades na aplicação de recursos federais. Indícios de superfaturamento de obras. Conversão do processo em Tomada de Contas Especial. Determinação. Grupo/Classe/Colegiado: Grupo I - CLASSE VII - Plenário Processo: / Natureza: Representação Entidade: Unidade: Prefeitura Municipal de Goianira - GO Interessados: Interessada: Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Vereadores do Município de Goianira - GO Dados materiais: ATA 22/2001 DOU de 27/06/2001 INDEXAÇÃO Representação; Câmara Municipal; Goianira GO; Transferência de Recursos; MPO; CEF; Superfaturamento de Preços; Recursos Federais; Execução de Obras e Serviços; Sumário: Representação, originária da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Vereadores de Goianira - GO, noticiando a ocorrência de possíveis irregularidades na aplicação de recursos federais transferidos ao Município. Conhecimento. Identificação de índicios de superfaturamento na edificação de unidades sanitárias para a população de baixa renda. Conversão dos autos em tomada de contas especial.

2 Relatório: Trata-se de Representação, originária da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Vereadores de Goianira - GO, noticiando a ocorrência de possíveis irregularidades na aplicação de recursos federais transferidos ao Município e, a respeito, requerendo a realização de auditoria por parte desta Corte. De acordo com o órgão legislativo, haveria fortes indícios de superfaturamento na execução, pela Prefeitura local, de diversas obras de pavimentação asfáltica, saneamento básico e de edificação de escolas e casas populares, custeadas com repasses de verbas promovidos pela Administração Federal. Realizada, pela SECEX-GO, inspeção no Município, os Analistas encarregados dos trabalhos trouxeram aos autos as seguintes informações (fls. 98/101): - de todos os fatos mencionados na representação, efetivamente envolviam a aplicação de verbas federais a construção da Escola Municipal Melchior Braga Costa, financiada pelo FNDE (convênio nº 9932/97, valor de R$ ,00), e outros três projetos, custeados com recursos originários do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: pavimentação do bairro Jardim Imperial (contrato de repasse MPO/CEF nº /97, valor de R$ ,76), construção de casas populares (contrato de repasse MPO/CEF nº /98, valor de R$ ,00) e construção de banheiros e fossas sépticas/sumidouros em residências de pessoas de baixa renda (contratos de repasse MPO/CEF nºs /97 e /97, valor total de R$ ,00); - no tocante à construção da escola e à pavimentação do bairro Jardim Imperial, "não foi constatada nessas obras nenhuma irregularidade, estando ambas em bom estado e atendendo à população alvo"; - quanto à construção de casas populares, duas impropriedades foram identificadas: (1) a coincidência de valores entre a proposta vencedora da respectiva licitação e o orçamento elaborado pela Prefeitura e (2) a redução do objeto contratual em 40% (superior ao limite estabelecido no art. 65, 1º e 2º, da Lei nº 8.666/93), decorrente de igual redução no repasse promovido pela CEF; - em relação à construção de banheiros e fossas sépticas/sumidouros, observou-se que cada conjunto "banheiro, caixa-d'água e tanque" custou o equivalente a 43% do preço unitário das casas populares (que já incluíam banheiro), edificadas no mesmo período.

3 Ante tais constatações, foi promovida diligência junto à Caixa Econômica Federal, solicitando a remessa dos elementos adicionais pertinentes (cópias dos planos de trabalho, orçamentos, pareceres técnicos, entre outros) e, em particular, esclarecimentos acerca da relação de custos entre os banheiros objeto dos contratos de repasse nºs /97 e /97 e das casas populares objeto do contrato de repasse nº /98. Em atendimento, foram encaminhados pela CEF o expediente de fls. 104/106 e os documentos de fls. 107/199. Examinando o feito, o Analista encarregado da instrução entendeu "afastada qualquer dúvida quanto à boa e regular execução dos contratos de repasse em estudo", razão pela qual propugnou fosse considerada improcedente a representação e arquivados os autos (fls. 200/203). Dissentindo desse encaminhamento, a Diretora da 2ª Divisão Técnica, com o aval da então titular da SECEX-GO, elaborou o parecer de fls. 204/208, o qual, para maior clareza, permito-me transcrever: "Uma questão sobressai deste Relatório: indícios de superfaturamento havido nos custos da construção de uma unidade sanitária com 5,10m² de área construída, acrescida de um conjunto de fossa e sumidouro, caixa d'água e tanque, que, comparativamente à construção de uma unidade habitacional com 30,52m², contendo esses mesmos itens, correspondeu à cifra de 43,56%. Conforme visto, cada unidade sanitária, composta por um conjunto de caixa d'água sobre pilar, tanque, fossa séptica e sumidouro, custou o equivalente a R$ 2.359,00, em contraste com o custo de unidade habitacional, em torno de R$ 5.280,00, cuja área construída totalizou 30,52m², com o agravante de a unidade habitacional conter além do conjunto de caixa d'água, fossa, sumidouro e tanque sala, cozinha, quarto e banheiro. Instada a pronunciar-se sobre a ocorrência, a CEF ofereceu em resposta à diligência promovida por esta SECEX os elementos de fls. 105/106, reafirmando em síntese que a elevação dos custos observada na edificação da unidade sanitária ocorreu em função da execução diferenciada de itens de serviços nas duas unidades (a habitacional e a sanitária), conforme especificado a seguir: a) Unidade Sanitária (recursos liberados através dos Contratos de Repasse nºs /97 e /97):

4 - piso é cimentado e liso - barra lisa nas paredes do banheiro - projeção de beiral que praticamente dobra a relação entre a área de cobertura e a área construída - padrão de acabamento com pintura PVA interna e externa - área construída de 5,10m² - área útil do banheiro de 3,78m² b) Unidade Habitacional (recursos liberados através do Contrato de Repasse nº /98/CEF) - contrapiso no concreto magro (cimento rústico) - piso do banheiro em cimento liso - barra lisa nas paredes - padrão de acabamento em pintura PVA interna e cal externa - área construída de 30,52m² - área útil do banheiro da residência de 2,43m² Informa ainda a CEF que, conforme atualização de custos procedida em dezembro/99, para a construção de 53 unidades sanitárias e 57 conjuntos de fossas sépticas e sumidouros seriam necessários R$ ,73 (fls. 195/197), enquanto que o contrato para a construção desse mesmo item, orçado em julho/98, totalizou R$ ,00. Afirma ainda a Caixa ter procedido os cálculos também para a construção das 10 unidades habitacionais, os quais totalizaram R$ ,00, valor esse aproximado daquele homologado pela Prefeitura (fls. 198/200). As razões acima expostas me levam a acreditar que os argumentos da CEF não podem prosperar. As tabelas de orçamentos das empresas Vida Construtora e Incorporadora Ltda. [encarregada da construção das casas] e Planarco Planejamento, Arquitetura e Construções Ltda. [responsável pelas unidades sanitárias], fls. 76 e 93, apresentam valores diferenciados para um mesmo item, não obstante terem sido executados na

5 mesma época e numa mesma região. A título de comparativo, trago o orçamento de alguns itens de serviços cujos preços cotados em muito se desequilibram, a saber: VIDE QUADRO NO DOCUMENTO ORIGINAL Como se pode depreender, há uma significativa diferença entre os preços acima espelhados. Enquanto que o item 'estrutura para caixa d'água em concreto armado' foi orçado pela Vida em R$ 50,00, essa mesma estrutura, só que em metal, foi orçada [pela Planarco] em R$ 400,00 a unidade, ou seja, oito vezes o preço daquela, conforme orçamento de fls. 77. De se observar que, ainda que estivesse embutido o preço da caixa d'água, mesmo assim o valor estaria extrapolado, eis que a caixa d'água orçada pela Vida custou a cifra de R$ 173,00. Em se tratando de construções populares, porque a CEF aprovou a referida estrutura em metal, cujo preço é oito vezes além? No mais, é a própria tabela da CEF (SINAPI), anexada às fls. 196, que cota o valor de R$ 90,00. Sobre a alegação da Caixa em relação ao padrão de acabamento dos banheiros, vê-se que tanto o da unidade habitacional como o da unidade sanitária contêm revestimentos idênticos, ou seja, os pisos são em cimento liso, com barra lisa de 1 ½m² nas paredes. A alegação de que a área de um é 5,10m² enquanto que a área do outro e de 2,43m² deve ser desprezada, eis que ao proceder o cálculo da referida área útil a CEF considerou a área interna e externa da unidade [sanitária], enquanto que na unidade residencial considerou apenas a área útil. Comparativamente, os cálculos abaixo demonstram haver uma diferença muito pequena em relação à área útil dos dois banheiros: - área útil do banheiro da unidade habitacional-1,62 x 1,50 = 2,43 - área útil da unidade sanitária - 2,70 x 1,40 = 3,78 Sobre a alegação da Caixa de que não há pintura externa na unidade habitacional, mas apenas cal, enquanto que na unidade sanitária há pintura PVA por dentro e por fora, ainda que considerássemos as paredes internas e externas da unidade sanitária (banheiro), a área beneficiada com o serviço de pintura em PVA jamais alcançaria, e muito menos ultrapassaria, a área de pintura interna da unidade residencial, que foi totalmente executada em tinta PVA. A título comparativo, trago os cálculos da área da pintura em tinta PVA executada nas duas unidades: Cálculo da área de pintura em PVA da unidade sanitária (interna e externa):

6 Ai = [(2,70 x 2) + (1,40 x 2)] x 2,20 =18,04m² Ae = [(3,00 x 2) + (1,70 x 2)] x 2,20 = 20,68m² Descontos: Janela 0,60 x 0,80 = 0,48m² Porta 0,80 x 2,10 = 1,68m² Barra cimentada lisa [(2,70 + 1,40) x 2] x 1,50 = 12,30m² Área Total = 24,26m² Cálculo da área de pintura PVA da unidade habitacional (somente interna): SALA: Ai = (1,00 + 2,50 + 2,50 + 3,62) x 2,50 = 24,05m² Descontos: Janela 1,20 x 1,00 = 1,20m² Porta 0,80 x 2,10 = 1,68m² Área Total da Sala = 21,17m² COZINHA: Ai = (1,00 + 2,50 + 3,38 + 1,62) x 2,50 = 21,25m² Descontos: Janela 0,80 x 1,00 = 0,80m² Porta 0,80 x 2,10 = 1,68m² Área Total da Cozinha = 18,77m² QUARTO: Ai = [(2,50 + 3,38) x 2,00] x 2,50 = 29,40m²

7 Descontos: Vão 0,86 x 2,50 = 2,15m² Janela 1,20 x 1,00 = 1,20m² Área Total do Quarto = 26,05m² SOMATÓRIO DA ÁREA INTERNA DA CASA = 65,99m² Relativamente à afirmação da CEF de que a projeção do beiral da unidade sanitária praticamente dobra a relação entre a área de cobertura e a área construída, entendo pertinente frisar que na unidade sanitária a cobertura do telhado é do tipo cimento amianto (telha fibrocimento ondulada 6mm), cujo metro quadrado custou R$ 6,26, enquanto toda a residência, cuja área de cobertura ultrapassa em quase seis vezes a área do banheiro, está coberta com telha em cerâmica do tipo plan, onde o metro quadrado custou R$ 9,00, o que reconhecidamente tem um custo muito mais elevado que aquele. Ademais a CEF deixou de considerar a estrutura em madeira da residência, cujo metro quadrado espelhado na planilha de serviços da Construtora Vida, fl. 76, custou a cifra de R$ 12,00, enquanto que o madeiramento para suportar a telha de amianto da unidade sanitária ficou em R$ 3,56, conforme planilha de serviços de fl. 93. Estão dissonantes também os preços dos itens fossa séptica e sumidouro, comuns às duas construções. É inconcebível acreditar que numa região tão pequena como a cidade de Goianira, os preços de serviços possam variar tanto. No mais, é inimaginável que uma abertura de fossa séptica, cuja perfuração, em geral, atinge um nível máximo de 4,5m, possa alcançar a cifra de R$ 556,00, enquanto que outra, de mesma profundidade, custe R$ 280,55. Do mesmo modo se desequilibram os preços dos itens vaso sanitário, lavatório sem coluna e tanque, cujos preços cotados para a unidade sanitária quase que alcançam o dobro do orçado pela Vida Construtora. As fotografias de fls. 59 e 65 mostram o mesmo padrão para as louças sanitárias, não obstante os preços cotados pela Planarco apresentarem-se superelevados em relação à Construtora Vida. Os fatos expostos demonstram estar havendo um descompasso entre os valores gastos na execução de uma unidade sanitária, comparativamente com os valores gastos na unidade habitacional, não obstante a CEF ter emitido o laudo de análise de fls. 162/166, qualificando a proposta apresentada pela Planarco Planejamento, Arquitetura e Construções

8 Ltda., fls. 91/97, como apta à aprovação e à continuidade da operação. Tenho que, não obstante a cláusula 11ª dos contratos de repasse ora em exame estipulem ser a Caixa Econômica Federal a responsável pela apreciação da prestação de contas dos recursos transferidos, mediante a efetivação de medidas eficazes e menos onerosas, tal fiscalização deixou de ser observada a contento pelo ente repassador, ao aprovar a continuidade de uma operação fraudulenta retratada pelo processo. Considerando a homologação pela Prefeitura Municipal da licitação na modalidade Tomada de Preços 003/98 à Planarco, objetivando a construção, em várias residências do município, de 100 unidades sanitárias (acompanhadas de conjunto de 122 fossas e sumidouros), cujos itens constantes da tabela de preços de fl. 205 apresentam orçamento bem elevado em relação ao custo de uma unidade habitacional que continha, além dos mesmos itens constantes da unidade sanitária, sala, cozinha e [quarto]. Considerando a emissão de Laudo de Análise, pelo setor de engenharia da Caixa, aprovando projetos, orçamentos e homologando a Tomada de Preços 003/98 à Construtora Planarco, realizada pela Prefeitura Municipal Goianira GO, visando a construção de 100 unidades sanitárias (acompanhada do conjunto de 122 fossas e sumidouros), em diversas unidades residenciais do município, em valores superavaliados; e Considerando, por último, que a cláusula 12ª destes Contratos de Repasse estipula que 'os serviços de auditoria serão realizados pelos órgãos de controle interno e externo da União, sem elidir a competência dos órgãos de controle interno e externo do contratado, em conformidade com o capítulo VI do Decreto nº /86', a esta Diretoria pareceu que a medida momentânea mais prudente seria chamar à responsabilidade a Prefeitura Municipal de Goianira GO solidariamente com a Superintendência de Negócios da Caixa Econômica Federal em Goiás. Ante o exposto, proponho o envio dos autos ao Relator, Ministro Guilherme Palmeira, nos termos do art. 17 da Resolução TCU nº 77/96 e alterações posteriores, acompanhados da seguinte proposição: a) converter estes autos em tomada de contas especial, nos termos do art. 47 da Lei nº 8.443/92, para os fins de citação do Sr. Ercy Rodrigues do Nascimento, Prefeito Municipal de Goianira GO, em solidariedade com a Superintendência de Negócios da Caixa Econômica Federal em Goiás, através de seu representante à época dos fatos, Sr. Clovis de Oliveira, nos termos dos arts. 11 e 12, inciso II, da Lei nº 8.443/92, para apresentar alegações de defesa e/ou promover o

9 recolhimento aos cofres da União do débito constante da fl. 205 [R$ ,20], atualizado monetariamente e acrescido dos juros de mora devidos desde 01/07/98 até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor. Destaco, por último, o não cumprimento pela Prefeitura da determinação constante da Lei nº 9.452/97, que recomenda que as Câmaras Municipais, partidos políticos, sindicatos de trabalhadores sejam obrigatoriamente notificados do recebimento de recursos financeiros federais, que tenham sido repassados, a qualquer título, para o município (Decisão nº 557/99 ata 36 Plenário), o que deverá ser objeto de determinação no momento oportuno." Ouvido, por minha iniciativa, o Ministério Público, este, "considerando a existência de fatos indicativos de prejuízo sofrido pelo erário", pôs-se se acordo com a Sra. Diretora. É o Relatório. Voto: De início, cumpre observar que a representação em exame preenche os requisitos de admissibilidade fixados nos arts. 68 e 69 da Resolução TCU nº 136/2000, podendo, pois, ser conhecida. No tocante ao mérito, à luz da percuciente análise levada a efeito pela Sra. Diretora, ponho-me de acordo com a proposta de conversão dos autos em TCE, objetivando a completa elucidação dos fatos associados aos contratos de repasse nºs /97 e /97, assim como a recuperação dos haveres federais eventualmente mal aplicados. Faço, contudo, dois reparos ao rol de responsáveis indicado pela Unidade Técnica. Primeiramente, observo que, em lugar da Superintendência de Negócios da Caixa Econômica Federal em Goiás, deverão responder pelo dano, solidariamente, todos os servidores da Unidade que, de algum modo, tenham contribuído para sua consumação, seja anuindo a planos de trabalho inadequados, corroborando planilhas orçamentárias superfaturadas ou aprovando prestações de contas irregulares. Como tais servidores não foram identificados nos autos, deverá a SECEX-GO, preliminarmente à citação, adotar, mediante a realização de diligências, as providências necessárias a esse mister. Em segundo lugar, também deverá ser arrolada como responsável solidária pelo débito, na qualidade de beneficiária do eventual superfaturamento

10 dos serviços, a empresa Planarco Planejamento, Arquitetura e Construções Ltda., encarregada da execução dos trabalhos. Com essas considerações, na linha dos pareceres, VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto à sua apreciação. Sala das Sessões, em 06 de junho de GUILHERME PALMEIRA Ministro-Relator Assunto: VII - Representação Relator: GUILHERME PALMEIRA Representante do Ministério Público: MARINUS EDUARDO Unidade técnica: SECEX-GO Quórum: Ministros presentes: Humberto Guimarães Souto (Presidente), Valmir Campelo, Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira (Relator), Ubiratan Aguiar e os Ministros-Substitutos Lincoln Magalhães da Rocha e Benjamin Zymler. Sessão: T.C.U., Sala de Sessões, em 6 de junho de 2001 Decisão: O Tribunal Pleno, ante as razões expostas pelo Relator, DECIDE: 8.1. conhecer da presente Representação, com fulcro nos arts. 68 e 69, inciso IV, da Resolução TCU nº 136/2000 c/c o art. 213 do Regimento Interno; 8.2. converter os autos em tomada de contas especial e ordenar a citação solidária do Sr. Ercy Rodrigues do Nascimento, Prefeito de Goianira GO (gestão 1997/2000), da empresa Planarco Planejamento, Arquitetura e Construções Ltda., na pessoa de seu representante legal,

11 e dos servidores da Superintendência de Negócios da Caixa Econômica Federal em Goiás que contribuíram para o fato (a serem identificados mediante diligência) para que, na forma do art. 12, inciso II, da Lei nº 8.443/92, apresentem alegações de defesa ou recolham, aos cofres da União, a quantia de R$ ,20 (noventa e dois mil, duzentos e oitenta e oito reais e vinte centavos), acrescida dos encargos legais cabíveis, incidentes a partir de 01/07/98 até a data do efetivo recolhimento, em face da contratação e execução de itens de serviços vinculados aos Contratos de Repasse MPO/CEF nºs /97 e /97 por preços, à época, superiores àqueles ordinariamente praticados no mercado; 8.3. determinar à SECEX-GO que: identifique, mediante a realização das diligências pertinentes, os servidores da Superintendência de Negócios da Caixa Econômica Federal em Goiás responsáveis pela aprovação dos orçamentos e das prestações de contas referentes aos Contratos de Repasse MPO/CEF nºs /97 e /97, incluindo-os na citação de que trata o item 8.2 acima; encaminhe cópia da instrução de fls. 204/208 dos autos a todos os responsáveis indicados no item 8.2, como subsídio à elaboração de sua defesa.