Artigo de pós-doutoramento

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1 Artigo de pós-doutoramento Contribuições à compreensão diagnóstica em Gestalt-terapia: o uso do ciclo de contato como base para uma tipologia gestáltica em diálogo com o DSM-IV-TR, eixo II Autor: Ênio Brito Pinto Supervisora: Marília Ancona-Lopez Local de desenvolvimento: Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da PUCSP 2012

2 2 Contribuições à compreensão diagnóstica em Gestalt-terapia: o uso do ciclo de contato como base para uma tipologia gestáltica em diálogo com o DSM-IV-TR, eixo II i Ênio Brito Pinto Resumo Propõe-se a utilização do ciclo de contato, adaptado do modelo proposto por Ribeiro (2007), como um dos elementos de base da compreensão diagnóstica em Gestalt-terapia. Constrói-se, a partir das descontinuações descritas neste ciclo de contato, um referencial tipológico para a terapia gestáltica. Propõe-se um diálogo desta tipologia com o eixo II do DSM-IV-TR Sumary The proposal is the utilization of the contact cycle, adapted from the model proposed by Ribeiro (2007), as one of the basic elements of the diagnostic comprehension in Gestalttherapy. From the discontinuations described in this contact cycle, a typological referential for the Gestalt-therapy is built. A dialogue of this typology with the axis II of the DSM-IV- TR is proposed.

3 1 Introdução O panorama teórico que norteia este artigo é a discussão e a ampliação do trabalho, sugerido já por Perls, que, em suas obras (1969, 1977a, 1977b, 1977c, 1997, 2002), utiliza o ciclo de contato, aqui adaptado do modelo proposto por Ribeiro (2007), como um dos elementos de base da compreensão diagnóstica. Levanto a possibilidade do uso do ciclo de contato como um fundamento para a construção de um referencial tipológico, como parte da compreensão diagnóstica. Defendo também a importância dessa compreensão diagnóstica como norteadora do trabalho psicoterapêutico. Por fim, mas não menos importante, discuto como uma tipologia gestáltica pode dialogar com o eixo II do DSM-IV-TR, uma referência universal. A compreensão diagnóstica em Gestalt-terapia ainda é um tema que demanda mais estudos, pois um maior número de discussões e de teorizações sobre esse assunto seria importante na formação de novos terapeutas e na atuação de inúmeros profissionais, os quais, pela falta de debates, correm o risco de não explorar adequadamente as potencialidades da compreensão diagnóstica como norteadora na ajuda a seus clientes, uma vez que toda a estratégia terapêutica e todo o trabalho psicoterapêutico dependem e derivam da compreensão diagnóstica alcançada. Meu trabalho pretende cobrir, em parte, essa lacuna. Parece-me importante realçar que essa minha proposta representa, de certa forma, uma novidade nos estudos sobre o diagnóstico nas psicologias fenomenológicas, uma vez que se trata de um olhar que abre a possibilidade de discussão sobre uma possibilidade humana pouquíssimo explorada com clareza dentro dessa abordagem, a existência, naturalmente limitada, de estilos de personalidade que podem servir de referência para uma compreensão diagnóstica. A compreensão diagnóstica A relação psicoterapêutica tem como um de seus fundamentos a necessidade de que o psicoterapeuta faça uma compreensão diagnóstica de seu cliente, o que inclui, além de considerações acerca do que é ou está saudável ou patológico no cliente, as peculiaridades da pessoa em questão, da sua situação existencial e da maneira como compõe o sentido do que vive. Ao menos parte desse diagnóstico pode ser fundamentada na concepção gestáltica do ciclo de contato.

4 2 Essa compreensão diagnóstica é um indicador de caminhos, um mapa indispensável, pois, do meu ponto de vista, não é possível um trabalho terapêutico sem uma adequada compreensão diagnóstica que lhe dê suporte e norte 1. No trabalho psicoterapêutico faço uma compreensão diagnóstica baseada em quatro pontos fundamentais: a) o fundo, ou seja, o estilo de personalidade, uma característica humana integrante da estrutura da personalidade, que dá sustentação à queixa e que subsidia, igualmente, a tecelagem de sentidos feita pelo cliente; b) a figura trazida pelo cliente, sua dor, sua queixa, seu sintoma identificado; c) a situação terapêutica a cada sessão; d) o campo existencial do cliente. Essa compreensão diagnóstica, aliada a outras questões, favorece delimitar a possibilidade e, em caso positivo, a estratégia básica da psicoterapia a ser desenvolvida. Dadas essas quatro linhas focais a serem verificadas em um processo de compreensão diagnóstica em Gestalt-terapia, é hora de fazer uma importante delimitação. Neste artigo privilegiarei a primeira linha, a que afirma a possibilidade da existência de estilos de personalidade pois entendo que, assim fazendo, poderei trazer à comunidade gestáltica algo que ainda é pouco explorado e que é de enorme eficácia em um processo psicoterapêutico fenomenológico: a possibilidade do uso de uma tipologia como ferramenta de compreensão do cliente e até do próprio terapeuta. Friso que, de forma alguma, a compreensão diagnóstica pode ser reduzida à compreensão do estilo de personalidade do cliente, mas que este é, sim, um passo facilitador da tarefa psicoterapêutica, em meio aos outros passos necessários. Ao cuidar para que a compreensão diagnóstica siga esse caminho não-reducionista, estarei, ao mesmo tempo, cuidando para que o cliente não precise aprofundar as suas defesas, defendendo-se também do diagnóstico para manter sua singularidade, mas, ao contrário, possa, junto com o terapeuta, fazer da compreensão diagnóstica uma ferramenta de crescimento e de autoconhecimento. Embora eu vá tratar neste artigo prioritariamente de uma compreensão tipológica, tenho claro que esta compreensão tipológica é parte (e não o todo) da compreensão diagnóstica; é uma ferramenta a ser usada a serviço do cliente, pois, como bem lembra Perls 1 Mesmo os psicoterapeutas que dizem não fazer diagnóstico em seus atendimentos, na prática não deixam de fazê-lo. A grande maioria daqueles que afirmam não diagnosticar faria melhor se afirmasse que não diagnostica segundo determinados parâmetros, como os psiquiátricos, por exemplo, mas, sim, que tem parâmetros outros, os quais lhe possibilitam desenvolver, para fundamentar a compreensão de cada cliente, um conceito de saúde e uma teoria sobre a personalidade, dentre outros aspectos da estratégia e da postura terapêuticas adotadas a cada trabalho com seus clientes.

5 3 (1977a, p. 98), a Gestalt-terapia é uma abordagem existencial, o que significa que não nos ocupamos somente em lidar com os sintomas ou estrutura de caráter, mas com a existência total da pessoa (grifos meus). Singularidades e pluralidades Um processo terapêutico começa pela possibilidade de que o terapeuta interaja com e valorize em seu cliente a pessoa singular que ele é, com sua história singular, com seu momento único, com suas dores e suas conquistas características, com seu campo singular. Um terapeuta chega a uma compreensão melhor da singularidade de seu cliente se não se prende apenas ao singular que seu cliente é. Como afirmam Kluckhohn e Murray (citados por Pervin, 1978, p. 01), "todo homem é, sob certos aspectos, a) como todo homem; b) como certos homens; c) como nenhum outro homem". Penso que é útil dar, durante o processo de compreensão diagnóstica, e no processo terapêutico como um todo, atenção aos itens a) e b) como forma de realçar e compreender ainda melhor o item c). A compreensão diagnóstica em psicoterapia se refere àquela pessoa que está à frente do terapeuta e se fundamenta também em uma generalização. A compreensão diagnóstica parte do vivido e relatado por aquela pessoa e caminha em direção ao que há nela de comum com os outros seres humanos, para depois voltar novamente àquela pessoa na tentativa de compreendê-la e de facilitar a ela que se compreenda: toda lei científica, todo sistema filosófico, toda generalização, baseia-se na busca do denominador comum, do fato idêntico a várias coisas. Em resumo, da gestalt comum a diversos fenômenos (Perls, 2002, p. 104). A compreensão diagnóstica ajuda a encontrar melhor a singularidade em meio ao genérico; destaca melhor o que é único e destaca melhor o que há de positivo, de potencial a ser desenvolvido. Assim, a compreensão diagnóstica, tal como a proponho, não é massificação, antes pelo contrário. Na compreensão diagnóstica, é importante se ter à mão o geral para facilitar a compreensão do particular do e pelo cliente, assim como é importante o cuidado para que não se use esse geral como uma cama de Procusto onde colocar cada cliente. Ao fazer a compreensão diagnóstica, o terapeuta tem o intuito de compreender como essa pessoa age, sente, pensa, como ela se movimenta, enfim, pelos caminhos da vida. Procura também, e isso é igualmente importante, vislumbrar possíveis prognósticos, possíveis caminhos por onde o seu cliente poderá desentravar seu desenvolvimento. Como hipótese, a compreensão diagnóstica em psicoterapia nunca pode ser estática: ela é um processo derivado do que Frazão (1991, p. 41) chama de pensamento diagnóstico

6 4 processual, o que quer dizer que a compreensão diagnóstica tem que ser cotidianamente refeita e repensada, obrigando o terapeuta a permanecer atento a cada nova configuração que o cliente fizer em sua vida. Uma vez estabelecidas a necessidade e a utilidade da compreensão diagnóstica em um processo psicoterapêutico, é hora de verificarmos um dos caminhos possíveis para se fazer essa compreensão. A compreensão diagnóstica e a personalidade Como já vimos, a compreensão diagnóstica parte de, mas não se limita a uma compreensão da personalidade do cliente. Como nesse artigo me concentro especialmente no aspecto da compreensão diagnóstica da personalidade, é necessário que eu deixe o mais claro possível como se pode compreender a personalidade humana a partir de uma ótica gestáltica. Podemos compreender o ser humano como um ser animobiopsicocultural, ou seja, composto por três níveis articulados, o corporal, o psíquico e o espiritual, vivendo em uma cultura, a qual é configurada social, geográfica e historicamente; esta cultura compõe um campo que configura o ser humano, embora não o determine. Com isso, estou dizendo que há alguns dados que são estruturais na personalidade de cada pessoa, dados esses que são entrelaçados pela intencionalidade na composição do sujeito humano. Fazem parte da estrutura da personalidade humana, dentre outros aspectos, a sexualidade, as disposições genéticas, a possibilidade da emoção, do sentimento e do senso de identidade, a possibilidade da reflexão profunda sobre si, sobre a existência e sobre o mundo, a possibilidade da hierarquização dos valores. Nesse modo de pensar, a corporeidade está especialmente representada pelas disposições genéticas e pela sexualidade, compondo, com a intencionalidade, o corpo vivido; o psiquismo está especialmente presente na possibilidade de se lidar com as emoções e os sentimentos, compondo a apropriação da realidade e o senso de identidade; a espiritualidade está especialmente presente na possibilidade da hierarquização dos valores, nas decisões, na reflexão profunda sobre a existência e, fundamentalmente, na possibilidade eu diria até na necessidade que tem o ser humano de tecer um sentido para a sua vida, de ter um bom motivo para continuar vivendo. (cf Bello, 2006; Pinto, 2009b) Minha experiência como psicoterapeuta me fez ver que, ao lado do que se pode chamar de estruturas naturais da personalidade humana, há o que Laura Perls (1992, p. 138) chama de uma segunda natureza : o estilo de personalidade (caráter, na linguagem da época), o qual se constrói a partir da combinação da natureza dada com a existência vivida,

7 5 especialmente nos primeiros anos de vida, compondo um jeito de ser, que não é necessariamente patológico, e que se mantém praticamente inalterado em seus fundamentos ao longo da vida. Então, entendo o estilo de personalidade como uma estrutura que é desenvolvida ao longo da vida através de ajustamentos criativos que permitem lidar melhor com os estímulos internos e externos vividos pela pessoa. O estilo de personalidade, que se desenha a partir da herança genética e, especialmente, das múltiplas relações ao longo do desenvolvimento pessoal, especialmente nos primeiros anos da vida, tem como função facilitar a lida com a realidade, através de uma certa forma padronizada de ser e agir. Somente sob circunstâncias muito ameaçadoras esse estilo pode cristalizar-se, gerando vivências psicopatológicas. Só idealmente podemos conceber uma pessoa tão flexível que não tivesse um estilo de personalidade. Na lida cotidiana dos processos psicoterapêuticos, o que encontramos são pessoas que, principalmente, precisam flexibilizar seu estilo de personalidade. Ajudá-las nessa flexibilização é, no meu modo de ver, o limite da psicoterapia. Conhecer e integrar o próprio estilo de personalidade significa experimentar limites e possibilidades de maneira a que a pessoa possa se tornar confiante nas previsões que faz de si, ao mesmo tempo em que se mantém aberta a se surpreender consigo mesma. Além disso, requer a busca de um autoconhecimento tal que permita ter uma ideia suficientemente apurada das repetições às quais se propende, de modo a poder, a partir desse conhecimento, transformá-las em escolhas, isto é, em vez de ter as possíveis repetições como acidentes ou inevitabilidades, ou, ainda, compulsões, saber delas e escolher, a cada momento, ceder a elas, ou não. Desse autoconhecimento e da integração do estilo de personalidade depende a posterior aceitação do estilo, matriz da ampliação da possibilidade de flexibilização. Quando falo em aceitação do próprio estilo de personalidade, não quero dar ideia de uma certa passividade, no sentido de que a aceitação possa ser algo semelhante ao conformismo, pois não há o que fazer. Longe disso! Aceitar o próprio estilo de personalidade significa aceitar que há lutas que se apresentarão por toda a vida, exigindo cuidados especiais e atenção crítica para que o infinito processo de auto-atualização seja sempre o mais pleno possível, para que as mudanças alcançadas sejam frutíferas e duradouras, para que os obstáculos inerentes ao estilo de personalidade sejam enfrentados e as sabedorias inerentes ao estilo de personalidade sejam desenvolvidas e colocadas a serviço da vida. Embora tenha um estilo preponderante, cada pessoa guarda em si a possibilidade de se

8 6 apoiar em todos os estilos de personalidade existentes, pois se um deles é mais desenvolvido e caracteriza o jeito de ser da pessoa, isso não quer dizer que as outras possibilidades estejam impedidas. Quando se trabalha com a ideia de estilo de personalidade é importante ter em mente que o desenvolvimento de determinado estilo de personalidade como principal não impede o desenvolvimento dos outros, antes pelo contrário. O que temos é um expoente, um estilo de personalidade que se torna preponderante, deixando os outros como secundários. O que se torna proeminente é o que caracteriza a pessoa, mas, em tese, nada impede que a pessoa se apóie em outros estilos de personalidade a depender da situação e por determinado tempo. Na tipologia que estudo aqui, baseada no ciclo de contato, há, para cada pessoa, um estilo de personalidade que é o principal e que caracteriza aquela pessoa, ficando as outras sete possibilidades como estados, acessíveis, cada um a seu tempo, quando a situação exige e a flexibilidade da pessoa permite. A flexibilização do estilo de personalidade pode se dar, basicamente, em duas direções igualmente importantes e não excludentes. Numa, a flexibilização significa lutar contra as cristalizações, quer dizer, lutar para que preferências não se tornem obrigatoriedades; lutar para que as escolhas sejam feitas segundo a situação, não a partir de um hábito anterior; lutar para que a tradição seja referência, não compulsão. Na segunda direção, temos a possibilidade de construir apoios nos estilos de personalidade secundários quando a situação assim o exige, de modo que a pessoa se entrega ao estilo de personalidade solicitado pela situação, tendo a confiança de que, no momento adequado, o caminho de volta será encontrado. Nesse segundo caso, o apoio em estilos de personalidade secundários, estou tratando da descontinuação como estado, o que explicarei mais adiante, mas é preciso deixar claro desde já que esse apoio nos estilos de personalidades secundários é saudável quando o caminho de volta está aberto e disponível, e é patológico quando o caminho de volta fica trancado, constituindo uma outra forma de cristalização. A compreensão diagnóstica do estilo de personalidade Num processo diagnóstico a compreensão do fundo, quer dizer, do estilo de personalidade que fundamenta os estilos de relação e que dá sustentação ao sintoma, auxilia sobremaneira o terapeuta. Uma tipologia eficaz ajuda a compreender as pessoas com a utilização de certos padrões universais, a partir dos quais se organiza a singularidade de cada pessoa. Uma tipologia, ao auxiliar um diagnóstico, é uma referência, pois nunca encontraremos um estilo de personalidade puro e, além disso, duas pessoas com o mesmo

9 7 estilo de personalidade podem ser muito diferentes em amplos aspectos da vida. Assim, a tipologia é uma redução, mas não pode ser um reducionismo. Não se pode dizer que se conhece alguém porque essa pessoa é de determinado tipo, segundo determinada tipologia, mas seguramente se pode afirmar que a compreensão de uma pessoa pode ser aprofundada se o terapeuta consegue considerar, com a devida seriedade, a estrutura que fundamenta a individualidade de seu cliente. Uma tipologia bastante utilizada em Gestalt-terapia é o eneagrama (cf Naranjo, 1997 e 2004 e Luca, 2006), uma abordagem que descreve nove tipos de personalidade; outros gestaltterapeutas, dentre os quais já me incluí, utilizam-se de uma outra tipologia, baseada no uso do DSM-IV-TR, eixo II (cf Delisle, 1988, 1999 e 2005; Greenberg, 1998; e Vinacour 1999). O DSM é um manual de diagnóstico desenvolvido pela APA, a Associação de Psiquiatria Norte- Americana. Hoje ele é referência mundial na classificação e na compreensão dos sofrimentos psíquicos, servindo especialmente para criar uma linguagem comum entre os profissionais da área, de maneira a que eles possam se comunicar com clareza, independentemente de suas abordagens teóricas. O DSM, criado sob uma perspectiva da psicopatologia fenomenológica (Andreasen, 2007), propõe um roteiro multiaxial, fundado em cinco eixos. O eixo II, o qual trata dos transtornos e dos traços de personalidade, pode ser utilizado como uma tipologia da personalidade. O diálogo que tento estabelecer, através do ciclo de contato, entre a Gestalt-terapia e o DSM-IV-TR, eixo II, como referências de estilos de personalidade encontra sentido em meu trabalho a partir de algumas reflexões, das quais quero destacar o cunho descritivo do DSM- IV-TR, o que facilita um olhar fenomenológico para ele e permite que se estabeleça um diálogo com a visão gestáltica sobre o estilo de personalidade e a psicoterapia. O que desenvolvo aqui, então, é, com base no ciclo de contato, uma tipologia gestáltica, a qual fundamentará o diálogo com os estilos de personalidade de que trata o DSM- IV-TR em seu eixo II. Farei um diálogo entre os estilos de personalidades que encontramos na abordagem gestáltica e aqueles descritos no DSM-IV-TR, eixo II, de modo a que o gestaltista possa compreender, a partir de seu próprio referencial, o que o DSM-IV-TR, eixo II, descreve. Discutirei também a importância e a utilidade da compreensão do estilo de personalidade para o psicoterapeuta e ampliarei a descrição dos estilos de personalidade do ponto de vista gestáltico, enfatizando a maneira como se pode lidar com os diversos estilos de personalidade na psicoterapia, visando torná-la mais útil e mais rápida ainda para os clientes.

10 8 Para que possamos continuar a linha de raciocínio seguida até aqui, vou fazer um pequeno resumo do ciclo de contato, para que fique mais claro como me utilizo deste conceito no trabalho terapêutico e na confecção da compreensão diagnóstica do estilo de personalidade que proponho aqui. O ciclo de contato O conceito de contato é um dos mais importantes na Gestalt-terapia. Contato é necessário para que se formem gestalten e se refere à natureza e à qualidade da forma como nos damos conta de nós mesmos, de nosso ambiente e dos processos a ele relacionados. PHG (1997, p. 45) esclarecem que: contato, o trabalho que resulta em assimilação e crescimento é a formação de uma figura de interesse contra um fundo ou contexto de campo organismo/ambiente. Para Polster e Polster (1979, p. 104), a fronteira de contato é o ponto em que a pessoa experiencia o eu em relação àquilo que não é eu e, através desse contato, ambos são experienciados de uma forma mais clara. (...) O risco da perda da identidade ou de separação é inerente ao contato. Nisto reside a aventura e a arte do contato. Polster e Polster (1979, p. 105) também colocam como função da psicoterapia guiar as pessoas a uma recuperação das suas funções de contato, o que deixa claro que podemos correlacionar saúde e atualização com boa capacidade de contato. Para Perls, (1977b, p. 85), bom contato significa que os indivíduos possam ver a si mesmos como partes do campo total e daí relacionar-se tanto consigo quanto como o mundo. Além disso, contato saudável é móvel, não fixo e depende do suporte ambiental e do autossuporte que a pessoa tenha a cada momento. Como forma de compreender melhor como se dá o contato humano, desenvolveu-se em Gestalt-terapia o conceito de ciclo (ou espiral) de contato. Segundo Ginger e Ginger (1995, p. 255) o ciclo de contato é uma noção básica em Gestalt, desenvolvida por Goodman, em sua teoria do self: ele distingue quatro fases principais em qualquer ação: o pré-contato, o contato (contacting), o contato pleno (final contact), o pós-contato (ou retração). Este ciclo foi retomado, com variações, em especial por Zinker, Polster, Katzeff etc. Este último distingue sete fases: sensação, tomada de consciência (awareness), excitação, ação, contato, realização, retração. Como fica claro a partir da observação de Ginger e Ginger, ao longo da história da Gestalt-terapia foram propostos variações e aperfeiçoamentos para o conceito de ciclo de contato, de forma que é necessário que eu deixe claro como estou concebendo este construto

11 9 neste artigo. Assim é que neste trabalho adotarei uma destas compreensões, a de Ribeiro (2007), com uma adaptação, para sustentar minhas ponderações. Ribeiro considera em seu modelo de ciclo de contato nove etapas, das quais retiro aqui a primeira, a fluidez/fixação, por entender que o ser vivo está sempre aberto ao contato, mesmo quando sua fluidez está muito reduzida. Então, apoiado nessa adaptação do ciclo de contato proposto por Ribeiro (2007), considerarei oito etapas para o contato a partir do momento em que a pessoa está aberta, fluida para novos contatos: a sensação, ou percepção corporal de alguma necessidade; a conscientização dessa necessidade; a mobilização para atender essa necessidade; a ação proveniente dessa mobilização; a interação que essa ação provoca; o contato final movido pela necessidade; o fechamento proveniente desse contato final; e, fechando o ciclo, a retirada, para que novo ciclo se inicie, num processo sem fim por toda a vida. Obviamente, no dia a dia não encontramos essa linearidade toda que o conceito pode dar a entender. Esse é um conceito amplo, necessariamente vago, para que tenhamos uma ideia sobre como é o movimento de uma pessoa diante das necessidades que tem no contato com o campo. Como bem afirma Ciornai (2005, p. 05), não deixamos de ter sensações ao entrar na fase de awareness, nem de ter awareness na fase de contato e assim por diante. A autora propõe, então, que se compreenda o ciclo de contato como uma configuração em que todos os fatores estão presentes, mas que, em termos de relação figura-fundo, muda de foco a cada etapa, ou seja, em diferentes momentos muda o que fica predominantemente como figura em nossa experiência. Em termos de compreensão diagnóstica, além de compreendermos, a partir desse modelo de ciclo de contato, como se dá o contato, podemos compreender também como se dão as descontinuações desse contato, também chamados de bloqueios de contato ou de resistências. Prefiro o termo descontinuação porque me parece que ele descreve melhor o que acontece na experiência das pessoas, uma vez que o contato não deixa de existir e, portanto, não fica bloqueado, mas fica descontinuado, com seu ritmo quebrado e sua plenitude reduzida. Para cada etapa do contato há uma maneira de se o descontinuar, ainda segundo Ribeiro (2007). Assim, a descontinuação para a sensação é a dessensibilização; a descontinuação para a conscientização é a deflexão; a descontinuação para a mobilização é a introjeção; a descontinuação para a ação proveniente da mobilização é a projeção; a

12 10 descontinuação para a interação é a proflexão; a descontinuação para o contato final é a retroflexão; a descontinuação para o fechamento proveniente desse contato final é o egotismo; finalmente, a descontinuação para a retirada é a confluência. A qualidade da descontinuação sempre será avaliada levando-se em conta a situação e a história da pessoa, pois o desejável é que, em cada situação em que uma defesa seja necessária, a pessoa se utilize da descontinuação mais adequada para a situação, não necessariamente daquela na qual ela tem mais habilidade. Entendo que cada descontinuação pode aparecer em, basicamente, três formas, não necessariamente excludentes. A descontinuação pode ser um ato, um estado ou um estilo de personalidade. Nas três formas ela pode ser saudável ou não, a depender das circunstâncias. Uma descontinuação é um ato quando episódica, esporádica, apenas um momento, não uma repetição: é o caso, por exemplo, de quando, em determinada situação, retrofletimos para evitar uma discussão improdutiva com um superior hierárquico. Nesses casos, em que não há repetições, não há a necessidade de intervenções psicoterapêuticas. Uma descontinuação constitui um estado quando a pessoa se apóia na descontinuação em função de exigência situacional, quer dizer, em determinada situação, por um determinado tempo, a pessoa se vale de sua capacidade de flexibilizar seu estilo de personalidade e vive aquela situação praticamente como se tivesse um outro estilo de personalidade, ou, como referi anteriormente, apoiando-se em um estilo de personalidade secundário. Essa vivência é possível apenas por um determinado período e em determinada situação, e logo a pessoa precisará voltar a se apoiar em seu estilo de personalidade de base. Quando esse movimento é saudável, essa porta de passagem entre o estilo de personalidade e a descontinuação como estado permanece aberta e disponível para novas incursões quando a situação vivida exigir. Quando essa porta fica truncada, o apoio em um estilo de personalidade secundário pode se repetir de maneira cristalizada, constituindo uma situação patológica. De maneira geral, a cristalização em um estado tem uma causa histórica detectável; o estilo de personalidade, por seu turno, não é causado por um evento especial repetido, mas construído já no início da vida a partir do herdado e do vivido. Assim, por exemplo, um estado egotista cristalizado pode ter como evento propiciador um pai e/ou uma mãe sedutores; um estado defletor cristalizado pode ter origem, por exemplo, em um pai muito severo que não permite ao filho um confronto de olhares; um estado confluente cristalizado pode ser gerado por um impedimento familiar à autonomia dos filhos, etc.

13 11 Uma outra maneira de a cristalização aparecer é quando uma descontinuação não está acessível como estado, de modo que a pessoa fica impedida de usar a defesa mais desejável e eficaz em algumas situações. Outra maneira ainda de percebermos a descontinuação como estado cristalizado é quando ela aparece com freqüência apenas em uma ou outra área da vida da pessoa, como, por exemplo, é o caso daquela pessoa que, na área da sexualidade, tem um discurso e uma prática cheios de introjeções, mas que em outras áreas da vida não se utiliza predominantemente da introjeção como descontinuação. Nos casos em que a descontinuação é estado cristalizado, a psicoterapia pode ter efeito curativo, ajudando a pessoa a abandonar esse tipo de defesa patológica cristalizada, recuperando a capacidade de ter essa defesa à mão somente nas situações em que ela é adequada. Uma descontinuação constitui um estilo de personalidade quando se configura como estrutura da personalidade, modo peculiar e habitual de estar no mundo. Nesses casos, uma intervenção terapêutica deve visar o conhecimento, a compreensão, a flexibilização e a aceitação dessa estrutura, na medida em que ela, uma vez estabelecida, não poderá, salvo por milagre, ser intrinsecamente modificada pelo resto da vida. É importante que eu faça dois esclarecimentos aqui: primeiro é o fato de que todos nós nos modificamos ao longo da vida, nos tornamos pessoas diferentes e mais amadurecidas dentro do possível, sem mudarmos de estilo de personalidade, quer dizer, as mudanças pelas quais passamos pela vida nos tornam diferentes dentro da permanência; segundo, quando digo que determinada pessoa tem um estilo de personalidade, quer dizer, uma jeito preferencial de estar no mundo, não estou dizendo que esse é o jeito único de ela estar no mundo, mas que é o jeito preferencial, pois, caso contrário, fugiríamos da premissa da psicologia fenomenológica de que o ser humano é um ser aberto. Entendo que ser aberto não é ser ilimitado, antes pelo contrário, de modo que, assim como temos nossas limitações corporais, genéticas, etárias, de época, de cultura e de campo, temos também nossas limitações em termos de personalidade. Nos termos em que penso essa tipologia que discuto aqui, toda pessoa, enquanto ser de abertura, tem a possibilidade de se apoiar em todos os estilos de personalidade, embora haja um que é predominante. Além disso, como discutirei mais adiante, quanto mais atualizada está uma pessoa, mais facilidade ela tem para acessar, quando a situação assim o exige, algum estado diferente daquele que constitui a estrutura de sua personalidade, combinado-o com seu estilo prevalente. Neste artigo, estou tratando do estilo de personalidade, de maneira semelhante ao modo que o DSM-IV-TR conceitua, em seu Eixo II, os estilos de personalidade. É o que eu

14 12 chamo de compreensão diagnóstica do fundo, pois entendo que o estilo de personalidade é o tonalizador do fundo das vivências humanas. As descontinuações Vou fazer agora uma descrição, necessariamente sumária, de como se pode compreender teoricamente cada uma dessas descontinuações, lembrando que elas tanto podem ser saudáveis quanto patológicas, a depender de como são acessadas. A dessensibilização, como o próprio termo já diz, é um processo através do qual a pessoa se esfria, se atonia, diminui sua percepção sensorial como forma de descontinuar um contato vivido como arriscado ou perturbador. Quando saudável, permite exercer uma seletividade do que é percebido; quando patológica, torna os contatos distantes e aparentemente frios. A deflexão é a capacidade de sair pela tangente, desviando-se do perigoso ou do muito frustrante de maneira indireta, de modo a evitar um confronto mais franco ou profundo. Quando saudável, possibilita manter superficiais os contatos que podem ser mais tóxicos se aprofundados; quando patológica, impede o aprofundamento do contato. A introjeção aparece quando a pessoa incorpora normas, atitudes, modos de agir e pensar que não são, a princípio, verdadeiramente dela. É a maneira mais usual que temos para aprender qualquer lição ou atividade, pois, quando saudável, a introjeção é seguida pela assimilação, quer dizer, aquilo que estava introjetado é perpassado por uma atividade crítica e agressiva, a qual aceita algumas partes e rejeita outras partes do aprendido, até que há uma incorporação e a parte assimilada se torna parte integrante daquela pessoa. Quando patológica, não se dá a assimilação e a pessoa vive em si o que é do outro sem se dar conta disso e responsabilizando-se pelo que não é exatamente seu. Na projeção há uma confusão entre o que é de fato da pessoa, de modo que ela atribui ao externo algo que é na verdade dela, ou, como dizem os Ginger (1995, p. 135), a pessoa transborda e invade o mundo externo. A arte pode ser um bom exemplo de boa projeção. Outra forma de boa projeção é o amor, quando vejo no outro o belo que em verdade sinto entre nós, enquanto que a projeção patológica, se estilo de caracteriza pela falta de percepção e de aceitação da responsabilidade por desejos, atitudes, valores, os quais são, por isso, atribuídos ao outro: a pessoa visualiza no mundo exterior aquelas partes de sua própria personalidade com as quais se recusa a se identificar (Perls, 2002, p. 231).

15 13 A proflexão, de uma certa forma, é uma união entre a projeção e a retroflexão, compondo um meio de defesa pelo qual a pessoa faz para o outro aquilo que gostaria que este outro fizesse para ela. Essa descontinuação se caracteriza por um fluxo energético voltado para fora do organismo. Dessa forma, quando a proflexão é patológica, a pessoa pode até, em um limite, passar a existir no outro, passar a ter sua identidade dependente do outro, praticamente substituindo o autossuporte pelo suporte externo, o que acaba por gerar sentimentos de isolamento e de abandono, além de vivência de comportamentos impulsivos derivados da insuficiência de um senso de identidade ancorado na realidade. A retroflexão é a capacidade de fazer voltar-se para dentro a energia que potencialmente deveria ir para o exterior. É um autocontrole através da vontade. É um fazer a si o que gostaria que os outros fizessem, como, por exemplo, na masturbação. Na retroflexão, é comum uma luta interna, uma divisão e um conflito entre entregar-se às situações ou manter-se atento e autocontrolado: uma retroflexão genuína está sempre baseada nessa cisão da personalidade e é composta de uma parte ativa e uma parte passiva (Perls, 2002, p. 309). O egotismo pode ser descrito como a forma pela qual a pessoa desenvolve um eu tão controlado e auto-suficiente que traz o risco de anular o contato com os sentimentos e seu potencial transformador. A hipertrofia do eu e as condutas narcísicas têm relação com o egotismo. A confluência é a capacidade de união com o outro. Possibilita a empatia, quando saudável, ou o fanatismo ou a dependência mórbida, quando patológica. Caracteriza-se, basicamente, pela capacidade de compor o nós que se contrapõe ao eu. A personalidade: estrutura Quando penso em estrutura de personalidade, penso em algo plástico, flexível, em constante reorganização e atualização, elementos novos se misturando a elementos antigos, de modo a que a pessoa possa mudar ao longo da vida, permanecendo a mesma. Se há um certo padrão de comportamento configurado pela estrutura, isso não quer dizer rigidez, mas constância; não quer dizer fixação, mas referência; não quer dizer alienação, mas limitação. Cada um de nós desenvolve, ao longo da vida e especialmente nos primeiros anos dela, um modo peculiar de ser, uma identidade, a qual, mesmo permanecendo a mesma, muda ao longo da vida. Esse é o paradoxo da estrutura, pois só podemos mudar se houver algo que

16 14 permanece, de modo que é a estrutura que possibilita a plasticidade e o crescimento. Quanto mais saudável e atualizada é uma pessoa, menos previsível comportamentalmente ela é, mas alguma previsibilidade é necessária, minimamente que seja, para garantir que há uma continuidade, que há uma história. Desse modo, quanto mais saudável e atualizada é uma pessoa, mais difícil é identificar-se qual é seu estilo de personalidade preponderante, mas, seguramente, sempre há um estilo de personalidade que se impõe no cotidiano. Ao pensar, com Terêncio, que nada do que é humano me é estranho, é preciso que eu destaque novamente que toda pessoa tem possibilidade de viver cada um dos estilos de personalidade existentes, a depender da situação. Mas, embora possamos, potencialmente, ter à mão cada um dos estilos de personalidade, há um que se impõe e que exige nossa volta a ele, sob pena de intenso sofrimento e inautenticidade. Assim, a pessoa saudável é aquela que vive com ampla aceitação o estilo de personalidade que lhe exige a situação, mas que fica confortável mesmo é quando a situação exige o estilo de personalidade que é predominante. O que quero dizer é que cada um de nós tem um jeito de ser que se repete, com maior ou menor plasticidade, desde a mais tenra existência até a morte. Isso é o que caracterizo como estilo de personalidade, uma parte da estrutura da personalidade humana. Essa estrutura não é necessariamente patológica, antes pelo contrário, embora possa, eventualmente, estar adoecida, quer dizer, rígida, cristalizada, de maneira que, em vez de servir de suporte para mudanças, serve de barreira e estagnação. Podemos, em um processo psicoterapêutico, dissolver as descontinuações do contato que são estado cristalizado, mas não podemos fazer uma pessoa deixar de viver o estilo de personalidade que é. Nesse último caso, o trabalho realmente terapêutico é aquele que facilita a autoaceitação, a possibilidade de mudar permanecendo o mesmo, a possibilidade de conhecer-se permanecendo aberto para surpreender-se consigo mesmo, a flexibilidade existencial. Ao mesmo tempo, este trabalho terapêutico possibilita ao cliente conhecer os outros estilos de personalidade que têm em si como estados e, conhecendo-os, poder lançar mão deles nas situações que assim exigirem, sabendo que isso não o tornará preponderantemente esse outro estilo de personalidade. O outro estilo de personalidade tornase um recurso, uma roupa que se coloca para determinada ocasião e que pode até ser muito confortável, adequada e bonita, mas que não tem o mesmo sabor da nudez na intimidade. Como todo instrumento psicológico, também uma tipologia baseada no ciclo de

17 15 contato não me permite esgotar a compreensão do meu cliente, o que me obriga a constantemente refazer a compreensão diagnóstica, mantendo uma postura de nunca deixar de dar atenção ao aspecto processual da psicoterapia e do próprio ser do cliente, de modo a ter sempre presente que a experiência do cliente é maior que qualquer diagnóstico que se possa fazer dele. Além disso, o ciclo de contato é um instrumento, um recurso do qual me utilizo para facilitar a compreensão de meu cliente, um instrumento que se coloca a serviço da relação dialógica, esta sim o coração do trabalho terapêutico. Ao fazer essa análise da personalidade do cliente, não estou particularmente interessado na determinação da presença ou da ausência de uma enfermidade, mas, antes, em compreender um jeito de ser, um estilo de lidar com as relações, de lidar com a vida e com as questões existenciais, um estilo de fazer contato. Nesse processo, procuro antes olhar para a saúde que para a doença, para o que o cliente traz de criativo mais do que para o que o cliente traz de problemático, visando, assim, ampliar o sentido de cooperação necessário no processo terapêutico. Os estilos de personalidade Descreverei, a partir de traços de personalidade que elegerei como mais facilitadores para o psicoterapeuta, como os estilos de personalidade podem ser compreendidos a partir do referencial gestáltico, com o uso do ciclo de contato e suas descontinuações. Como pretendo facilitar um diálogo com o DSM-IV-TR, eixo II, é importante lembrar que ali estão estudados os seguintes dez tipos de transtorno de personalidade, os quais entenderei, como já expliquei, como derivados de estilos de personalidade. Assim, temos o transtorno associado à personalidade paranoide; à esquizoide; à esquizotípica; à personalidade borderline; à histriônica; à narcisista; à antissocial; à personalidade esquiva; à dependente; à obsessivo-compulsiva. Quando digo que determinado estilo de personalidade do ponto de vista gestáltico se assemelha a um estilo de personalidade descrito no DSM-IV-TR, eixo II, não estou tentando trazer a perspectiva do DSM-IV-TR, eixo II, para a Gestalt-terapia, mas, ao contrário, minha intenção é possibilitar ao gestaltista a compreensão do DSM-IV-TR, eixo II, em seus próprios termos, de modo a que possa se comunicar melhor com os profissionais da área. Como em toda tentativa de diálogo entre referenciais diferentes, é importante que se tenha em mente que semelhança não quer dizer igualdade, que o que faço aqui é uma analogia, e que para o gestaltista deve prevalecer sua própria compreensão dos estilos de personalidade, como

18 16 desenvolverei adiante. Cada um desses estilos de personalidade ilumina, dentre outros aspectos, um propósito amplo para o processo terapêutico, o que, por sua vez, orienta o terapeuta em seu trabalho. Além desse propósito amplo, cada um desses estilos de personalidade exigirá do terapeuta um cuidado específico no que diz respeito à comunicação (verbal e não-verbal), ao tato, ao acolhimento e à confrontação, dentre outros aspectos. No que diz respeito ao propósito amplo da psicoterapia para cada tipo de estilo de personalidade, isso quer dizer que cada um deles tenderá a demandar um tipo de mudança, uma rota no caminho da flexibilização, um norte (cf Delisle, 1988, 1999, 2005). Assim, o norte para as pessoas dessensibilizadas passa por uma reapropriação corporal; para o introjetor, a ampliação da capacidade crítica e da agressividade; para o estilo de personalidade defletor, o norte é a possibilidade de se aprofundar mais; para o estilo de personalidade projetor, busca-se a possibilidade de um maior distanciamento entre os aspectos emocionais e os cognitivos, de modo a ampliar a crítica ao vivido e o tempo de reação a cada emoção percebida; para o estilo de personalidade proflexivo, o norte é a ampliação do autoconhecimento como forma de se diferenciar do outro e de buscar guiar-se mais por si; para o retrofletor, o norte são a liberdade e a soltura; para o estilo de personalidade egotista, o norte é a ampliação da capacidade de empatia e de humildade; para o estilo de personalidade confluente, é a possibilidade de ampliação da autonomia. Embora cada um desses nortes sirva para todas as pessoas, o que afirmo aqui é que há, para cada estilo de personalidade, um sobressair das finalidades apontadas acima. Quando digo que para cada tipo de personalidade há um trajeto já esboçado (e apenas esboçado), isso obriga a prestar ainda mais atenção nas diferenças individuais. O apontar de caminhos que se pode depreender do estilo de personalidade de cada cliente é feito grosso modo, devendo ser especificado cuidadosa e continuamente para cada cliente em cada momento do processo terapêutico. Cabe ainda repetir que não existe alguém que possa ser enquadrado em um estilo puro de personalidade, mas que sempre há um estilo que prevalece no cotidiano da pessoa. Para descrevermos um estilo de personalidade precisamos definir traços, ou seja, categorias para a descrição e o estudo ordenados do comportamentos de pessoas, pois o conceito de tipo ou estilo de personalidade refere-se ao aglomerado de vários traços diferentes. Como meu propósito mais importante neste artigo é voltado para a psicoterapia,

19 17 descreverei muito sumariamente cada estilo de personalidade tendo por base traços que têm relação mais próxima com a psicoterapia. Não custa reafirmar que o todo é diferente da soma de suas partes, o que quer dizer que a simples reunião desses traços que descreverei não constitui o estilo de personalidade, mas, sim, a configuração deles. Essa configuração pode ser percebida no contato próximo com o cliente que a psicoterapia proporciona, um contato que se dá e se aprimora ao longo de diversas sessões e que se fundamenta fortemente, mas não somente, na intersubjetividade e na intuição do terapeuta. Para descrever sumariamente cada estilo de personalidade, vou me apoiar nos seguintes traços, não necessariamente nesta ordem para cada um: palavra-chave e o mote; corporeidade; cognição; contato; sociabilidade; afetividade; sabedorias; religiosidade; especificidades na psicoterapia. Nas descrições que seguem dialogo com Delisle (1988, 1999, 2005). As palavras-chave e os motes que uso para cada estilo de personalidade são maneiras de realçar as características mais comuns em pessoas de cada estilo de personalidade. Por corporeidade entendo a maneira como a pessoa tende a vivenciar o próprio corpo. Cognição se refere ao modo como tende a organizar seus pensamentos e suas reflexões. Quando falo aqui em contato quero me referir especialmente ao ritmo mais comum de alternância entre contato interno e contato externo, além da maneira mais peculiar de cada estilo de personalidade fazer contatos, especialmente contatos interpessoais, os quais, dada sua importância, aparecem também na categoria sociabilidade, embora aqui com as peculiaridades na participação em grupos. Por afetividade quero descrever a maneira predominante como cada estilo de personalidade tende a lidar com os sentimentos. As sabedorias são aquelas questões para as quais a pessoa tende a ter mais habilidades em função de seu jeito de ser. A religiosidade vem se tornando uma característica humana cada vez mais levada em conta na psicoterapia, dentre outros motivos porque a maneira como cada pessoa vivencia sua religiosidade e se relaciona com a divindade traz informações muito relevantes sobre como ela lida com sua espiritualidade, isto é, com sua capacidade de criar valores, ter horizontes, dar sentido a suas vivências. As especificidades na psicoterapia dizem respeito à relação e à situação terapêuticas, com ênfase nos cuidados que cada estilo de personalidade tende a necessitar do terapeuta. O estilo de personalidade dessensibilizado O primeiro estilo de personalidade que compete estudar agora é o das pessoas

20 18 dessensibilizadas, quer dizer, aquelas pessoas que manifestam descontinuações mais comumente no início do ciclo. Assemelham-se, nos critérios do DSM-IV-TR, eixo II, às personalidades esquizoide e esquizotípica, nas quais é flagrante a base da dessensibilização. A especificidade mais marcante dessas pessoas é uma certa tendência à solidão, até mesmo uma necessidade de solidão para que possam se sentir bem. Por isso, a palavra-chave aqui é solidão. O mote para essas pessoas poderia ser resumido na expressão o mínimo possível, pois dão a impressão de que podem se contentar com o mínimo possível nas diversas áreas da vida. O contato corporal tende a ser pouco desenvolvido, de modo que essas pessoas parecem não ter grandes apetites ou grande abertura para os prazeres, respondendo de maneira fraca ou desajeitada às tentativas dos outros de proximidade afetiva ou corporal. Parecem pessoas um tanto desligadas, o que é motivo comum de queixas de quem convive com elas. Paradoxalmente, a maneira mais comum como perturbam o ambiente é não se perturbando, quer dizer, esfriando-se. No que diz respeito, ainda, ao corpo, essas pessoas têm uma tendência a uma certa negação do corpo, um tônus corporal fraco, pouca energização corporal e uma dificuldade, por causa disso, de manifestar intensamente as emoções e de mostrar graciosidade em seus movimentos. Não são, no entanto, pessoas com pouca capacidade afetiva: o que lhes é difícil é mobilizarem-se pelos afetos, de modo que acabam dando a impressão de serem pessoas frias sem que, de fato, o sejam. Sexualmente, tendem a manter, sempre que possível, sua sexualidade escondida, como que prescindível. No que diz respeito à cognição, tendem a ser mais concretos. A maneira mais comum de essas pessoas se relacionarem com a divindade é através do isolamento, da negação do corpo ou de sua imolação, da mágica. Não é incomum encontrarmos nessas pessoas, especialmente quando deprimidas, um intenso senso de ironia, um humor ferino que, não raro, os isola ainda mais. Tendem a encontrar um melhor destino profissional nas atividades que não exigem muito contato interpessoal ou que não exigem contato profissional muito aprofundado. Essa característica também se manifesta nos passatempos preferidos. Tendem a ter uma rede social pequena e/ou de pouca vinculação afetiva. Parecem não cuidar das vestimentas que usam, como se não lhes importasse fazer esforços para serem bem vistos. Se pensarmos que cada estilo de personalidade traz sabedorias especiais, as sabedorias

21 19 mais marcantes das pessoas dessensibilizadas são sua capacidade de distanciamento, a qual lhes possibilita agir sem impulsividades e manter uma atitude de observação e crítica ao cotidiano cultural. Em terapia, tendem a ser pessoas, de certa forma, refratárias ao toque, embora não sejam formais. Têm uma expressão verbal empobrecida, usando poucos verbos ativos e pouca emocionalidade nas descrições do vivido. Demoram-se muito, quando conseguem, para se vincular ao terapeuta, o que vai exigir do profissional muita paciência e muito cuidado para não invadir o cliente, pois sob a crosta de aparenta frieza há um coração frágil e delicado, que teme muito não ser compreendido. Esse cliente, em função disso, faz todos os esforços para se sentir independente do terapeuta. A reação mais comum que essas pessoas provocam no terapeuta é uma certa frieza. O que essas pessoas mais precisam desenvolver é um melhor contato corporal para que possam se sensibilizar melhor. Paralelamente a isso, a capacidade para ampliar e aprofundar os contatos interpessoais pode ser incentivada, também com delicadeza, bem como se pode ajudar o cliente a ampliar sua capacidade de ter uma vida mais ativa, tentando ir um pouco além do mínimo possível nessas áreas. Como paradigmas na arte para este estilo de personalidade, sugiro a leitura dos livros Barthelby, de Herman Melville, e O Videota, de Jerzy Kosinski. No cinema, Muito Além do Jardim, com Peter Sellers, filme baseado na obra de Kosinski, além de inúmeros faroestes americanos, que têm, como figura de herói, o cavaleiro solitário e aparentemente imperturbável e pouco ambicioso. Na literatura brasileira temos como modelo emblemático do estilo de personalidade dessensibilizado os Severinos, cantados em versos por João Cabral de Mello Neto no poema Morte e Vida Severina O estilo de personalidade defletor O estilo de personalidade defletor descreve pessoas que têm uma tendência, de certa forma, a serem sensibilizadas fortemente com relação ao ambiente. Assemelham-se, nos critérios do DSM-IV-TR, eixo II, à personalidade histriônica, na qual é flagrante a base de intensa socialização e horizontalidade. A especificidade mais marcante dessas pessoas é uma certa dificuldade para a vivência da solidão ou da quietude. Por isso, as palavras-chave aqui são superficialidade e sexualização, uma vez que é comum entre essas pessoas o uso da sexualidade como maneira de buscar atenção e afeto. O mote para essas pessoas poderia ser resumido na expressão abundância e brevidade, pois dão a impressão de que só podem se contentar com o máximo possível nas diversas áreas da vida, desde que de maneira fugaz,

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