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1 R &fada da.9mm:ela.9ad.e., ~da jáitiça Çailátete da 9ed. Jitencaó 11 Satda Jtaia4 DECISÃO APELAÇÃO CÍVEL N /001 UMBUZEIRO RELATOR : Miguel de Britto Lyra filho, Juiz de Direito Convocado, em substituição ao Des. Marcos A. Souto Maior APELANTE : Município de Umbuzeiro PB ADVOGADO : Eudes Jorge Cabral Barbosa de Brito APELADO : Danielle de França Barbosa ADVOGADO : Antônio José Araújo de Carvalho e Outros APELAÇÃO CINTEL. Servidor Público. Ausência de concurso público. Inexistência dos requisitos que ensejam a caracterização da contratação temporária para fins de atendimento de excepcional interesse 'público. Contratação irregular. Nulidade do ato administrativo. Cobrança de créditos trabalhistas. Incompetência absoluta da Justiça Comum Estadual. Matéria de ordem pública. Anulação dos atos decisórios. Remessa ao Juízo Competente. - O ingresso nos quadros do funcionalismo público deve ser realizado através de concurso público, ressalvando-se as hipóteses previstas expressamente em lei. É nulo o ato administrativo que admite a contratação de servidor público sem observar as exigências legais. - ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO DF COMPEIÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. CONTRATAÇÃO IRREGULAR SEM CONCURSO PÚBLICO. NATUREZA TEMPORÁRIA DO VÍNCULO AFASTADA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que as demandas que envolvem servidor público contratado irregularmente devem ser processadas e julgadas pela Justiça do Trabalho. 2. Hipótese em que, pela extensa duração do vínculo, infere-se que a contratação do demandante foi irregular, uma vez que não foi realizada com

2 vistas ao atendimento de necessidade temporária excepcional interesse público, nos termos do art. 37, IX, da Constituição Federal. 3. Agravo regimental improvido." (STJ; AgRg no CC 86575/MG AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA 2007/ ; Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA (1128); S3 TERCEIRA SEÇÃO; DJ p. 1) --> VISTOS. O MUNICÍPIO DE UMBUZEIRO PB inconformado com a sentença proferida pelo Juiz de Direito da Comarca de Umbuzeiro PB, interpôs o presente recurso de apelação visando reformar o julgamento que acolheu o pedido formulado na inicial desta Ação de Cobrança. S, : Em suas razões recursais, o apelante suscita, preliminarmente, a nulidade do feito em razão da "ausência de intimação pessoal do representante legal do Município de Umbuzeiro para tomar conhecimento da sentença", o "cerceamento cio direito de defesa pelo indeferimento do pedido de sobrestamento processual", "o indeferimento da inicial por não atender aos requisitos legais" e "a nulidade do contrato de trabalho Firmado com a administração". No mérito, argumenta que a recorrida não comprovou o fato constitutivo de seu direito, pois não chegou a exercer um cargo público, mas, tão somente, recebia uma gratificação denominada GAE. Além disso, sustentou a ilegalidade da contratação, fato que impõe reconhecimento apenas dos salários e dos depósitos fundiários. Alega, ainda, que as diferenças salariais deferidas não poderiam compreender o período dos meses salariais em atraso, sob pena de caracterizar um verdadeiro "bis in idem". Por último, sustentou a ausência de prova do efetivo trabalho desenvolvido pela parte autora, bem como a irregularidade da condenação em honorários advocatícios. devidamente intimada. A parte recorrida não apresentou suas contra-razões, apesar de, : Instada a se manifestar, a douta Procuradoria de Justiça opinou pelo desprovimento do recurso. É o relatório. Decido. A matéria aqui tratada dispensa maiores delongas, porquanto plenamente pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça, comportando a análise meritória monocrática, na forma permissiva do acapurdo art. 557 do Código de Processo Civil. Nesse contexto, a teor das prescrições do dispositivo processual acima citado, o relator poderá analisar e pôr fim ao recurso, quando esteja em confronto com jurisprudência dominante de Tribunal Superior. "In casu", trata-se de questão de ordem pública, relacionada à competência em razão da matéria..r. Processo Civil Vejamos, então, o que prescreve o "cape art. 557, do Código de "Art O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do lés

3 3 1-9 Supremo Tribunal Federal, ou de Tribun7i. - Superior." Mesmo assim e a título meramente ilustrativo, vejamos o seguinte entendimento jurisprudencial: "Esta disposição permite que o relator aprecie, inclusive, o mérito do recurso, desde que manifestamente improcedente (p. ex., recurso manifestado contra jurisprudência pacífica, embora não sumulada": STJ-2a Turma, Ag DF, rel. Min. Ari Pargendler, j , negaram provimento, v.u., DJU , p , RT 738/432, RTJE 157/235. A simples leitura da inicial revela que a parte autora sustenta sua admissão como servidora do quadro do Município de Umbuzeiro PB, porém deixou de perceber regularmente os créditos decorrentes de sua atividade funcional, motivando a propositura da presente demanda. ft 111,,...:, Analisando o documento de fls. 08, retira -se que a parte autora foi lotada na Secretaria de Educação, ocupando o cargo de professor. Não há notícia nos autos de que tenha sido efetivada essa admissão mediante a realização de concurso público. Também não consta neste feito qualquer portaria comprovando que essa admissão tenha sido destinada à ocupação de cargo em comissão. Da mesma forma, também não se faz presente qualquer tipo de procedimento administrativo que resulte na formulação de contrato para exercício de função temporária de excepcional interesse público. Ressalte-se, ainda, que não se faz presente qualquer contrato administrativo, regularmente firmado, que justifique a contratação da promovente para a participação de programas governamentais de duração precária. Em suma, não há qualquer elemento probatório idôneo que venha a ratificar a regularidade do ato de admissão da autora nos quadros do funcionalismo público do Município de Umbuzeiro PB. Analisando o Conflito de Competência n 66030/BA dirimido pelo Superior Tribunal de Justiça, verifica-se que este Tribunal Superior definiu a competência para dirimir a matéria ora em discussão levando-se em consideração o caráter trabalhista das verbas pleiteadas. Neste ponto, torna-se oportuna a transcrição da ementa do referido Acórdão: "CONFLITO DE COMPETÊNCIA - JUSTIÇA DO TRABALHO E JUSTIÇA ESTADUAL - ADMISSÃO DE SERVIDOR DE FORMA IRREGULAR - INEXISTÊNCIA DE CONCURSO - VÍNCULO CELETISTA - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO Em se tratando de relação de trabalho que decorre de contratação irregular, sem prévio concurso público, a competência para processar e julgar a demanda é da Justiça do Trabalho, não obstante tenha o município adotado Regime Estatutário, sob pena de afronta ao disposto no art. 37, inciso II, da Constituição da República. Precedentes. Conflito que se conhece para declarar a competência do Juízo da Vara do Trabalho de

4 I. 4 22) (STJ; CC 66030/BA CONFLITO" DE COMPETÊNCIA 2006/ ; Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ CONVOCADO DO TRF r REGIÃO) (1135); S3 - TERCEIRA SEÇÃO; DJ p. 209) O Juiz Convocado do TRF 1a Região, na qualidade de relator do Acórdão acima mencionado, assim fundamentou o seu voto: "Sobre o tema, veja-se a compreensão de há muito pacificada no âmbito desta Corte, q.v., verb/ gratia: "CONFLITO DE COM1ETENCI-1. SERVIDOR MUN./OPA L. CONTRATAÇÃO IRREGULAR. 1 'ERBA,S' DE NÍTIDO CARÁTER CELETISTA 1. É da competência da Justiça do Trabalho o processo e julgamento de pleito de servidor municipal, admitido sem concirno público, que objetim o recebimento de verbas de nítido caráter trabalhista. 2. COO conhecido para declarar competente a Justiça Trabalhista."(CC 33841/SP, Rel. Mii,. PAULO GAT,T.OTTI, DJ , p. 352) "CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUIZOS ESTADUAL E TRABAL HIST- I. SERVIDOR AIUNICIPAL. CONTRATA ÇÃO IRREGULAR SEM CONCURSO PÚBLICO. PELA CLT. Cuidando-se de discussão acerca de relação de empn:go decorrente de contratação irregular; sem prélio concurso público, a competência se linna em _favor do juko opecialkado. Coryelito conhecido, declarando-se a competência da 3" JCJ de Curitiba, o suscitado." (CC / PR. Relatar o Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA, DJU de 14/6/1999) "PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA COMUM E JUSTIÇA TRABALHISTA. EMIL, 1RGOS DECLARATÓRIOS. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL COBIUNCA DE VERBAS IRABALHISTAS. CON TRATA ÇÃO IRREGULAR. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇ.-'1 TRABALHISTA. PRECEDENTES. EMBARGOS ACOLHIDOS COM AFEITOS MODIFICATIVOS. 1. Em se tratando de relação de emprego decorrente de contratação irregular; sem prévio concirno público, não obstante a edição do Regime Estatutário Municipal, a competência para processar e julgar o pleito é da Justiça Especialkada, sob pena de ofinsa ao diiposto no art. 37, inciso II, da Constituição Federal.

5 5 2. Embargos de declaração acolhidos enm modificativos, para declarar competente o lino Trabalhista, ora suscitante, para a ap ret./ (4ào julgamento do frito." (ELI/ no CC n /1 3E. Relatora a Ministra LAURITA VAZ, DJU cle 31/3/2003) Assim, em consonância com o entendimento predominante nesta Corte, forçoso é reconhecer-se que a admissão de servidor para exercício de cargo ou emprego público, de forma irregular, impõe a incidência do regime celetista. Destarte, em se tratando de relação de trabalho que decorre de contratação irregular, sem prévio concurso público, a competência para processar e julgar o pleito é da Justiça do Trabalho, não obstante a edição do Regime Estatutário Municipal, sob pena de ofensa ao disposto no art. 37, inciso II, da Constituição. Posto isso, conheço do conflito de competência para declarar a competência do Juízo da Vara do Trabalho de Ipiaú-BA." Reconhecida a incompetência absoluta da Justiça Estadual para conhecer e julgar o presente feito, deve ser aplicado ao caso concreto o disposto no art. 113, 5 2, do Código de Processo Civil, que assim dispõe: "Art A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção. Intimações necessárias. Cumpra-se. João Pess.. B, 11 de fevereiro de r Declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão nulos, remetendo-se os autos ao juiz competente." Deste modo, poi. tudo que foi exposto, chamo o feito à ordem para reconhecer de oficio a incompetêncii absoluta da Justiça Estadual para processar e julgar a presente lide, declarando a nulidade da sentença proferida às fls. 47/50 e 58/59, devendo este processo ser distribuído para a vara competente da Justiça do Trabalho. Juiz O LYRA FILHO

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