Colégio Evangélico Panambi: reforço do Proep a instituição centenária

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1 Colégio Evangélico Panambi: reforço do Proep a instituição centenária O Colégio Evangélico Panambi (CEP) faz parte da própria cidade que leva o mesmo nome, um município com cerca de 33 mil habitantes, localizado no Planalto Médio da região Noroeste do Rio Grande do Sul, a 400 km da capital Porto Alegre. Fundado em 1903, o CEP é fruto do trabalho comunitário dos migrantes alemães que se instalaram na cidade em A vocação industrial vem desde a fundação da cidade, no início com oficinas familiares, onde eram realizados trabalhos artesanais. Hoje, o município de indústrias de médio e grande porte, principalmente de grandes máquinas e implementos agrícolas. O avanço tecnológico alcançado pelas empresas locais dos setores de metal-mecânica e elétrico foi alavancado pelo trabalho do CEP, que oferece desde 1981 cursos técnicos de Mecânica, Eletrotécnica, Segurança no Trabalho, Informática, Mecatrônica. Nesse contexto, os recursos do Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep), da ordem de R$ 2,65 milhões, representaram um reforço para aquisição de equipamentos e implementação de algumas obras. Dos treze laboratórios existentes, a escola passou a ter 17, além de uma sala de multiusos. Hoje, a escola atende cerca de 1,5 mil alunos, provenientes de 75 municípios do Rio Grande do Sul (Ibirubá, Condor, Caibaté, Erval Seco, Ajuricaba, Mato Queimado, Quinze de Novembro, Salbach, Santa Bárbara do Sul, Palmeira das Missões, Cruz Alta, Ijuí, Boa Vista do Incra, Augusto Pestana, Tapera, Espumoso, Não Me Toque, Quarai etc) e estados vizinhos. O número de vagas oferecidas pela instituição, que já vinha em processo de crescimento de 1986, ganhou impulso depois da implementação do projeto com os recursos do Proep, bem como o número de professores, que passou de 23 para 66. Nos quadros abaixo, pode-se conferir a evolução do número de alunos: Vagas ANTES da implementação do projeto. Ano Número de alunos Vagas DEPOIS da implementação do projeto. Ano Número de alunos

2 O número de cursos oferecidos pela instituição também cresceu, gerando novas alternativas para os jovens da região. Antes, além dos cursos enumerados acima, a escola também oferecia o curso Técnico em Contabilidade. Hoje, são 13 cursos: - Técnico em Mecânica - Técnico em Eletrotécnica - Técnico em Informática - Técnico em Contabilidade - Técnico em Segurança do Trabalho - Técnico em Produção Industrial - Técnico em Instalações Industriais - Técnico em Manutenção Industrial - Técnico em Análise e Projeto de Sistemas Informatizados - Técnico em Projeto e Administração de Redes - Técnico em Análise e Projeto de WEBSITE - Técnico em Mecatrônica - Técnico em Pós-Colheita (em fase de implantação). Além dos cursos técnicos, o CEP oferece um grande número de cursos básicos nas áreas metal mecânica, eletrônica e informática. No ano de 2005 foram oferecidos os cursos abaixo listados: Nome do curso Duração Nº (horas) Participantes Curso Básico de Apontador Técnico Curso Básico de Relações Interpessoais Curso de Autocad 2000i Palestra: O Valor da Usinagem Curso de Fundamentação Técnica em Mecânica Curso de Fundamentação Básica em Produção Industrial Curso de Autocad Curso de Método de Projeto Numa Abordagem Sistêmica Curso de Mechanical Desktop Projeto Capacitar Eletricidade e Mecânica Curso de Mechanical Desktop Curso de Excel Básico Curso de Primeiros Socorros Curso de Mechanical Desktop Projeto Capacitar TOTAL 570 Para serem admitidos nos cursos técnicos profissionalizantes, os alunos submetemse ao um Seminário de Admissão, que consiste no desenvolvimento de dois módulos básicos, um do Apontador Técnico, com 85 horas, e outro de Relações Interpessoais, de 15 horas. No módulo de Apontador Técnico são revisados conteúdos de matemática e física do ensino fundamental e sua aplicação no desenvolvimento de um projeto. Já o módulo de Relações Interpessoais é administrado por uma psicóloga, em que os alunos

3 são orientados para a realização de uma visita técnica a empresas localizadas nos municípios de Panambi e Condor. Os candidatos observam o local e o tipo de trabalho dos técnicos da habilitação pretendida. Após a visita, os candidatos redigem um relatório ao computador, para depois fazerem a sustentação oral do mesmo perante os colegas e representantes das empresas visitadas. No Seminário de Admissão também é realizada uma palestra, da qual participam os candidatos e seus pais, na qual são explicitados os objetivos e atuações dos diversos cursos. O objetivo é subsidiar a opção dos candidatos e evitar o ingresso em um curso alimentando falsas expectativas. Segundo a direção da escola, o trabalho este processo de admissão tem contribuído, em muito, para diminuir e até praticamente eliminar a evasão escolar. Todos os candidatos são orientados a preencher uma ficha sócio-econômica para avaliar as suas condições sócio-financeiras. Ao final do processo seletivo os candidatos são selecionados levando-se em conta não só a sua condição sócio-econômica, mas, também, a sua vocação para a habilitação pretendida. Os Cursos Profissionalizantes do Colégio Evangélico Panambi são criados para atender a uma demanda e necessidade do mercado. Quando o mercado necessita de técnicos em uma determinada área, a escola é desafiada, iniciando-se a construção do curso desejado e, principalmente, atendendo às expectativas do mercado quanto ao perfil do profissional desejado. Para a construção do curso, é constituído um comitê técnico, formado por professores da Escola e pessoal técnico das empresas parceiras, onde, em conjunto, traça-se o perfil do egresso e selecionam-se os conteúdos a serem desenvolvidos e as respectivas ênfases do curso. A região tem vocação agroindustrial, com a maior concentração de empresas fornecedoras de equipamentos para recepção, limpeza, secagem, movimentação e armazenagem de cereais no Brasil concentrando-se nos municípios de Panambi e Condor. Nesse universo de 50 mil habitantes, cerca de 80 empresas, dos mais variados portes, desenvolvem, fabricam e montam equipamentos e instalações em terras brasileiras e nos mais distantes países. O estabelecimento do Arranjo Produtivo Local Metalmecânico Pós-Colheita é o reconhecimento de um trabalho de várias décadas, envolvendo empresários, governos, comunidade e, principalmente, o Colégio Evangélico Panambi, que além da qualificação de recursos humanos dá suporte técnico e tecnológico a essas empresas e atua intensamente no desenvolvimento de produtos e processos. O planejamento estratégico do APL contempla metas e ações arrojadas, como tornar em dois anos o APL competitivo, com áreas industriais atualizadas e funcionais, incentivando as inovações e novas tecnologias, capacitando os colaboradores, com infraestrutura adequada e laboratórios de pesquisa, fazendo com que o APL Metal-mecânico Pós-Colheita Panambi-Condor (RS), seja referência internacional em inovação e tecnológica no fornecimento de bens e serviços. A Escola não dispõe de estatísticas organizadas sobre os profissionais formados e sua absorção pelo mercado de trabalho. Porém, todos os alunos dos cursos profissionalizantes, maiores de 16 anos, estão no mercado de trabalho atuando como estagiários ou funcionários contratados. Boa parte dos alunos menores de 16 anos faz, no turno inverso de suas aulas no curso técnico, um curso de complementação prática, na própria escola, onde compensam as práticas que não realizam nas empresas, por serem menores de idade. Por acreditar que a prática é extremamente importante para a formação de técnicos, a escola dispõe de um eficiente programa de estágios. Todos os alunos dos cursos técnicos devem realizar o Estágio de Conclusão de Curso, condição indispensável

4 para a obtenção do diploma de técnico. Nesse estágio, o aluno é desafiado a desenvolver e executar um projeto de melhoria na empresa onde atua, para sanar problemas verificados. Aos alunos dos cursos técnicos também é oferecida a oportunidade de realizar, durante o curso, o Estágio Integrado Permanente. O Colégio Evangélico Panambi acredita que o conceito de ensino está mudando, isto é, não pode ser mais um monopólio das escolas, mas deve permear toda a sociedade, aí incluída a atividade produtiva. As organizações empregadoras de todos os tipos, como empresas, agências governamentais e outras instituições, também precisam se transformar em instituições de aprendizado e ensino. As escolas devem, cada vez mais, trabalhar em parceria com empregadores e suas organizações. O ensino não será mais aquilo que as escolas fazem. Ele será, cada vez mais, um empreendimento conjunto, no qual as escolas serão parceiras ao invés de monopolistas, acredita a direção da escola. Tradicionalmente, a escola tem sido o lugar onde se aprende, e a empresa o lugar onde se trabalha. Porém, esta distinção entre escola e empresa está mudando. A primeira continua sendo o lugar onde jovens e adultos aprendem, mas a outra também está sendo lugar onde pessoas continuam aprendendo. Partindo do pressuposto, que nos dias atuais, não é possível atribuir à escola o monopólio do aprender e à empresa a tarefa de dar apenas emprego, foi colocado em prática pelo CEP e empresas conveniadas o Estágio Integrado Permanente. A escola oportuniza aos alunos dos cursos técnicos um estágio nas empresas, com programa previamente estabelecido entre empresa e escola, levando em consideração o nível de conhecimento do aluno. Existe um programa de tarefas, atividades e/ou atitudes, para alunos dos respectivos cursos, de tal forma que o estagiário tenha a oportunidade de passar por todos os setores da empresa e executar na prática tarefas relacionadas com o conteúdo programático do curso e cultivar na sociedade os valores e a filosofia da Escola. Na supervisão das atividades dos estagiários, inserem-se as atividades dos colaboradores das empresas e de seus clientes. A modernidade decorre dos permanentes desafios que a realidade diária impõe a todos (Escola, empresas, instituições) e, por isso, os desafios existentes nas empresas são compartilhados com a própria escola, caracterizando-se aí uma assistência técnica e tecnológica permanente. Os desenvolvimentos científicos e tecnológicos, conduzidos pela Escola (professores, alunos e técnicos das empresas), têm espaço assegurado no meio produtivo. Além de todos os benefícios que esse processo de integração traz para os alunos, o estágio integrado permanente fornece, secundariamente, recursos financeiros para suplementar sua manutenção econômica. Dessa forma o Colégio Evangélico Panambi promove um dos principais objetivos da assistência social, prevista na Constituição Federal, art. 203, III a promoção da integração ao mercado de trabalho. Dados Estatísticos de Panambi referentes ao ano de Habitantes Propriedades Rurais Empresas Comerciais Empresas Prestadoras de Serviços Empresas Industriais 276 Agências Bancárias 7 Área Agrícola Cultivada ha Principais Culturas Soja, Trigo, Milho e Pastagens

5 Produção de Leite l/dia Consumo de Aço t/ano Posição no Estado em Arrecadação de ICMS 41º lugar Posição no Estado em relação ao PIB 43 lugar PIB 2003 R$ ,00 Renda Per capita 2006 R$ ,00 Número de empregados RECEITA ECONÔMICA - Indústria 63% - Comércio 14% - Serviços 12% - Agricultura 11% Principais Segmentos Industriais Principais Produtos - Metalmecânico - Móveis - Confecções - Plásticos - agroindústria de Cereais, Leite, Carnes e Derivados - Máquinas, Equipamentos, Componentes e Acessórios para a agricultura; - Móveis em Série e sob Medidas e Embalagens em Madeira; - Confecções em Geral; - Embalagens em Plástico, Peças e Acessórios; Alimentos: óleos, farinhas, leite e derivados salgados, defumados e embutidos. A direção do CEP acredita não haver a necessidade de uma pesquisa sobre o impacto da escola no desenvolvimento da região, pois os fatos demonstram, por si só, a participação decisiva da instituição do desenvolvimento regional. A escola, a partir da implementação de sua estrutura com recursos do PROEP, além da qualificação de recursos humanos para atuarem no mercado, passou a desenvolver projetos de pesquisa de novas tecnologias, pesquisas aplicadas e, principalmente, novos produtos e processos que são repassados às empresas. A escola dá suporte técnico e tecnológico a pequenas e micro empresas e também a médias e grandes empresas, contribuindo para que Panambi, uma cidade de 35 mil habitantes, ocupe hoje a posição de 3º POLO METAL MECÂNICO do Rio Grande do Sul. Além disso o Colégio Evangélico Panambi através do seu trabalho com empresas ligadas ao segmento da Pós Colheita, fornecendo-lhes apoio técnico e tecnológico para o

6 desenvolvimento e melhoria de produtos, foi a alavanca propulsora do ARRANJO PRODUTIVO LOCAL METALMECÂNICO especializado em PÓS-COLHEITA. Ana Elizabeth de Almeida Gomes Jornalista Consultora Pnud Nota: Este texto foi disponibilizado para a coordenação em meio magnético para as providências julgadas necessárias