Escolas em Grande Plano
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- Rebeca Santiago Taveira
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1 Escolas em Grande Plano Integração do Vídeo na Educação e na Escola Trabalho realizado por: Elisa Castro e Fátima Chavarria Mestrado em Educação Tecnologia Educativa Tecnologia do Vídeo Docente: Doutor Bento Silva UM 2004/2005
2 Escolas em Grande Plano Integração do vídeo na educação e na escola Elisa Castro 1, Fátima Chavarria 2 Universidade do Minho, Portugal Maio 2005 Resumo A escola por si só, não tem muitas vezes capacidade para manter actividades que promovam uma verdadeira Educação para os media. Não necessita porém de ser isoladamente o garante de aprendizagens diversificadas, podendo estabelecer ligações com outras instituições. A Ao Norte Associação de Produção e Animação Audiovisual de Viana do Castelo, através de um projecto denominado Escolas em Grande Plano, tem vindo a estabelecer uma ponte com as escolas do distrito de Viana do Castelo, de modo a criar uma dinâmica consistente e coerente de Educação para os Média. Introdução A nossa sociedade é fortemente marcada por uma cultura dos media. A escola deve, por isso, integrar essa linguagem para enriquecer e tornar mais significativas as aprendizagens. Pensamos que ela não necessita, no entanto, de trabalhar sozinha nesse sentido, nem de limitar as suas actividades ao espaço sala de aula. A escola por si só, não tem muitas vezes capacidade para manter actividades que promovam uma verdadeira Educação para os media, cada vez mais necessária. As dificuldades prendem-se com vários factores, dos quais se destacam, segundo António Moderno (1993), a desmotivação dos professores face à formação insuficiente na área e à dificuldade em gerir o equipamento necessário para este tipo de projectos (quando existe esse equipamento). A investigação aponta para a manutenção desta situação de apatia, pontuada por alguns projectos que vão remando contra a maré. 1 Licenciada em ensino de Português e Francês pela Universidade do Minho. 2 Licenciada em P.E.B. Variante Matemática e Ciências da Natureza pela ESE de Viana do Castelo. 1
3 Talvez seja a altura de deixar de pedir à escola que, sozinha, seja o garante de aprendizagens diversificadas e se passe a contribuir para uma escola aberta, colaborativa com as instituições do seu meio. Escolas áudio ou visuais? A escola mantém ainda hoje o princípio da transmissão oral do saber e da prática da escrita. As resistências às inovações da expressão e da comunicação são ainda grandes e, por isso, as escolas são, na grande maioria, do tipo áudio, onde a transmissão do conhecimento se faz segundo o esquema da fala à escrita. Pensamos que é essencial integrar o cinema nos programas escolares, mas a aprendizagem do cinema na escola deve ser o resultado de vontades dessa mesma escola e também da comunidade. Desafios à integração da linguagem audiovisual na escola A sociedade actual é caracterizada por uma multiplicidade de linguagens. O professor deve entender a linguagem do audiovisual e identificar nela potencialidades, de forma a desenvolver com os alunos uma alfabetização visual. O vídeo, inicialmente concebido como um meio de divulgação do cinema, é hoje a base de divulgação do audiovisual como um todo. Ele tornou possível o registo e a documentação das produções audiovisuais, a facilidade de ver e rever, a possibilidade de intervir pausando e parando e até de alterar uma sequência de imagens. Sabemos que o vídeo por si só não garante uma aprendizagem significativa. A presença do professor na sala de aula torna-se indispensável, já que é ele que com a sua criatividade e habilidade, percebe ocasiões adequadas ao uso do vídeo. O vídeo permite a visualização de factos que falam por si mesmos, mas a presença do professor é essencial para dinamizar a leitura do que se vê. Tal como refere Gadotti, a educação sendo essencialmente a transmissão de valores, necessita do testemunho de valores em presença. Por isso, os meios de comunicação e a tecnologia não podem substituir o professor. 2
4 Audiovisual e o vídeo na escola A palavra audiovisual "resulta da aglutinação dos termos" "audio" e "visual" e refere-se: a) "a tudo o que pertence ou é relativo ao uso simultâneo e/ou alternativo do visual e auditivo; b) a tudo que tem características próprias para a captação e difusão mediante imagens e sons" (Cebrián Herreros, 1995). Na linguagem audiovisual, a visão e a audição são os principais sentidos no processo de comunicação. O meio que nos rodeia é principalmente audiovisual e espacio-temporal, uma vez que ele transmite informações perceptíveis simultaneamente pelos olhos e pelos ouvidos. O movimento é o elemento fundamental do audiovisual e é graças a ele que a fusão da imagem com o som é perfeita e que o continuum espaciotemporal é reconstituído. O audiovisual refere-se a toda a forma de comunicação sintética destinada a ser percebida ao mesmo tempo pelo olho e pelo ouvido. Esta linguagem está perfeitamente integrada no tempo e no espaço - o movimento acrescenta a dimensão temporal e casase com o som (Cloutier, 1975). Escolas em Grande Plano A Ao Norte Associação de Produção e Animação Audiovisual de Viana do Castelo, através de um projecto denominado Escolas em Grande Plano, tem vindo a estabelecer uma ponte com as escolas do distrito de Viana do Castelo, de modo a criar uma dinâmica consistente e coerente de Educação para os Média. O projecto Vídeo na Escola é uma acção orientada para esse fim e visa promover, em diferentes dimensões, o contacto participado dos alunos com a linguagem audiovisual. A ideia chave é então, educar para a imagem através do contacto participado de toda a comunidade escolar com o cinema e a linguagem audiovisual. Este contacto permite despertar o seu olhar, desmistificando a imagem, ou como diz Roland Biernaux (1992)...propõe-se pois 3
5 banalizar os meios audiovisuais para que a criança ao tomar o hábito de analisar e criticar o faça instintivamente. Descrevemos de seguida o projecto Vídeo na Escola: Vídeo na Escola Com esta iniciativa pretende-se promover o contacto dos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico com a linguagem audiovisual. Propõe-se que os alunos participem na realização de um pequeno vídeo sobre uma história criada pela turma. Essa história será desenvolvida de modo a criar um guião, e daqui parte-se para o registo das imagens e sua posterior montagem. Os alunos e professores serão parte activa ao longo da realização desta iniciativa, desde a criação do guião, passando pelo casting para selecção dos actores, distribuição de tarefas, criação de adereços, etc. É reforçado com este projecto a interdisciplinaridade, o sentido de equipa e de responsabilidade, dentro de um espírito lúdico essencial para esta faixa etária. Conclusão Educar com as novas tecnologias é um desafio que deve ser enfrentado com optimismo. Os modelos de educação tradicional já não dão resposta às solicitações da escola, por isso, torna-se fundamental experimentar coisas novas. Pensamos que propostas inovadoras contribuem para a mudança. Experimentar e avaliar são as palavras-chave para a inovação e mudança necessárias, já que vivemos numa sociedade na qual os desafios são constantes, e onde novos caminhos do humano e do tecnológico se descobrem todos os dias. Propostas deste género vão de encontro à abertura que a escola deve ter, através de projectos orientados para crianças e jovens para que, num trabalho colaborativo se possa, de facto, educar para os media, educando o olhar. 4
6 Bibliografia ANTÓNIO, Lauro (coord.). O ensino, o cinema e o audiovisual. Comunicações do 1º encontro nacional O ensino do audiovisual, o audiovisual no ensino. Colecção Mundo de Saberes. Porto Editora BIERNAUX, Roland. Educar para o Cinema... educando para a imagem. Figueira da Foz: Associação do Festival Internacional da Figueira da Foz CALDAS, José. SILVA, Bento. O vídeo na Escola em Portugal. Braga: Universidade do Minho. S/d CLOUTIER, Jean. A era de EMEREC. Ministério da Educação e Investigação Científica Instituto de Tecnologia Educativa FERRÉS, Joan. Como integrar el vídeo en la escuela. Aula Práctica. Ediciones CEAC, SA. Barcelona GADOTTI, M. A Escola e a Pluralidade dos meios. Revista Escola e Comunicação, nº 6. Rio de Janeiro HERREROS, M. Cebrián. Información Audiovisual: Concepto, Técnica, Expresión y Aplicaciones. Madrid: Editorial Sintesis MODERNO, António. A comunicação Audiovisual nas Escolas Portuguesas. Braga: Revista Portuguesa de Educação, 6 (3), VÁRIOS. Currículo Nacional do Ensino Básico Competências Essenciais. Lisboa: Ministério da Educação Departamento de Educação Básica
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