Balanço das Nações: reflexões sobre os Monster-Countries

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1 Balanço das Nações: reflexões sobre os Monster-Countries José Roberto Kassai 1, Rafael Feltran-Barbieri 2, Francisco Carlos B. Santos 3, L. Nelson Carvalho 4, Luis Eduardo Afonso 5, Luiz Jurandir Simões de Araújo 6, Yara Cintra 7, Alexandre Foschine 8 Núcleo de Estudos em Contabilidade e Meio Ambiente da Universidade de São Paulo (NECMA/USP) 1 Professor da FEA/USP, coordenador do NECMA/USP, membro do Instituto de Pesquisas da Civilização Yoko (IPCY), doutor em contabilidade e controladoria jrkassai@usp.br 2 Biólogo, mestre e doutor em gestão ambiental pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (PROCAM/USP), pesquisador na área de biologia das mudanças climáticas, membro do NECMA/USP rafaelfb@usp.br 3 Físico e economista, doutorando pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto de Pesquisas em Energia Nuclear (IPEN/USP), pesquisador na área de energia das mudanças climáticas e membro do NECMA/USP fcarlos@usp.br 4 Professor da FEA/USP, diretor da FIPECAFI, diretor da CVM ( ), diretor do BACEN ( ), Chairman of Standards Advisoty Council of Internacional Accounting Standards Board - IASB ( ), Member of Financial Crisis Advisory Group IASB/FASB, membro do Conselho de Administração da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e do Grupo ORSA, Presidente do NECMA/USP, economista e doutor em contabilidade e controladoria lnelson@usp.br 5 Professor da FEA/USP, engenheiro de produção, mestre em economia pela FGV/SP, doutor em economia pela USP, membro do NECMA/USP, pesquisador de programas de bem-estar social e atuárias lafonso@usp.br 6 Professor da FEA/USP, graduado em ciências da computação pela USP, mestre e doutor engenharia elétrica pela USP, membro do NECMA/USP, diretor da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do mercado de Capitais (APIMEC) - ljsimoes@usp.br 7 Doutoranda em Controladoria e Contabilidade da FEA/USP, membro do NECMA/USP, diretora da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (ANEFAC) yaracintra@usp.br 8 Agrônomo e MBA em Finanças, executivo de finanças e consultor da Yokonoen Gardner, membro do NECMA/USP e do Instituto de Pesquisas da Civilização Yoko (IPCY) afosquine@uol.com.br Resumo Os cinco países que compõe os Monster-Countries, segundo a expressão cunhada por George Frost Kennan (KENNAN, 1993), são os EUA e os membros do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e são assim denominados, pois são países de elevada heterogeneidade devido à combinação de território continental e população gigantesca. Por estas vantagens típicas de grandes potências, são compatíveis com a magnitude dos desafios dos cenários de mudanças climáticas globais previstas pelo Intergovernamental Panel on Climate Change da Organização das Nações Unidas (IPCC, 2008). Este trabalho tem por objetivo refletir sobre a participação desses países monstros no cenário mundial de acordo com os balanços contábeis desses países, elaborados por um estudo da Universidade de São Paulo denominado Balanço das Nações (KASSAI et. al., 2008) em que se demonstra a situação deficitária do planeta, correspondente a um patrimônio líquido ambiental (PLA) negativo de US$ 2.3 mil anuais para cada habitante e um passivo ambiental equivalente a um quarto do PIB mundial. Esta pesquisa se caracteriza como de natureza descritiva e exploratória, quando se baseia na busca de dados para compor o Balanço das Nações desses países; e como explicativas quando sinaliza uma nova fronteira da contabilidade, cujos esforços irão permitir o reconhecimento de uma nova entidade em seus relatórios: o meio ambiente, seus serviços ambientais e as externalidades. Os resultados mostram a relevância dos Monster-Countries no cenário mundial, com PLA deficitário de US$ 1.8 mil per capita, a necessidade de ações enérgicas para a redução das emissões de carbono e o risco de redução da população mundial. Palavras chaves: Monster-Countries Balanço das Nações Redução de população PIB Verde 1

2 1. Introdução Em seus 101 anos de vida, George Frost Kennan ( ), diplomata americano, cientista político e historiador, foi considerado uma figura central da Guerra Fria ( ), inspirador da Doutrina Truman e do Plano Marshall e, tendo testemunhado a história do século XX, cunhou a expressão Monster-Countries ou Países Monstros (KENNAN, 1993), assim denominados os países que possuem vantagens comparativas necessárias à manutenção de economias avançadas, típicas de grandes potências: populações gigantescas e territórios continentais. O século XX foi distorcido pelo terrorismo, o Irã e Iraque, a proliferação de armas, o conflito israelense-palestino, lobbies petrolíferos, mas esses problemas reais passam despercebidos para a imensa maioria da humanidade pobre e sofredora na África, na Ásia e América Latina. Já as mudanças climáticas afeta a todos, é a mãe de todas as ameaças (RICÚPERO, 2007). No estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP) denominado Balanço das Nações: reflexões sobre mudanças climáticas globais (KASSAI et. al., 2008) e divulgado na cerimônia do Prêmio Eco da Câmara Americana (AMCHAM, 13/10/08) em palestra conjunta com o ministro Roberto Mangabeira Unger, os autores elaboraram os balanços contábeis de sete países (Brasil, Rússia, Índia, China, EUA, Japão e Alemanha) com uma metodologia que permitiu mensurar os seus ativos, passivos e patrimônios líquidos ambientais. O resultado apurou um patrimônio líquido ambiental negativo para o planeta equivalente a US$ 2.3 mil anuais para cada um dos 6.6 bilhões de habitantes e um passivo ambiental equivalente a um quarto do PIB mundial. Em uma empresa, um patrimônio líquido negativo aponta para uma situação falimentar e, no caso do planeta e dos países, um déficit ambiental compromete a continuidade das espécies e das gerações futuras. Este trabalho tem por objetivo direcionar as análises para os Monster-Countries e avaliar as suas participações diante dos cenários de mudanças climáticas globais, apontados pelo Intergovernamental Panel on Climate Change (IPCC). Outros países como o Canadá e a Austrália, apesar de seu alto nível de desenvolvimento e de seu grande território, possuem pequena população; o Japão, embora tenha uma das maiores economias do mundo e uma população numerosa, é um pequeno país insular; a União Européia não é um estado soberano unificado, mas de estados nacionais independentes, e a Indonésia com suas florestas é um grande arquipélago. Assim, Kennan considerou apenas cinco os países monstros: EUA e os componentes do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e, com exceção do Brasil, todos têm 2

3 armas nucleares. O anacrônimo BRIC foi criado em 2001 por Jim O Neill, do grupo Goldman Sachs, no relatório "Building Better Global Economic BRICS" (GOLDMAN SACHS, 30/11/01) e, segundo RICÚPERO (FSP, 2007), não passa de um plágio do conceito original de George Kennan dos Monster-Countries, que inclui os EUA. Esta pesquisa se caracteriza como de natureza descritiva e exploratória, quando se baseia nos dados e informações do estudo da USP para elaborar o Balanço das Nações dos Monster-Countries; e como explicativa quando sinaliza uma nova fronteira da contabilidade, o reconhecimento de uma nova entidade até então desconsiderada nos relatórios contábeis: o meio ambiente, seus serviços ambientais e as externalidades. Max Weber ( ) em sua obra A ética protestante e o espírito capitalista (WEBER, 2004) destaca a importância da contabilidade como a mola propulsora do crescimento capitalista, a partir do momento em que os comerciantes da época separaram os seus negócios das moradias de suas famílias e dedicaram-se mais racionalmente a entidade pessoa jurídica. Neste início de século, o esforço para reconhecer o meio ambiente como uma entidade distinta e relevante norteia um novo papel para a contabilidade, como agente de mudança para uma sociedade pós-capitalismo. 2. Antecedentes Balanço das Nações e reflexões sobre as mudanças climáticas globais 2.1- Origem do estudo Balanço das Nações O estudo da USP foi elaborado pelos membros fundadores do Núcleo de Estudos em Contabilidade e Meio Ambiente (NECMA), da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/USP). Agrega pesquisadores que utilizam a ciência contábil como linguagem e método para avaliar o meio ambiente, valendo-se da interdisciplinaridade com outras áreas (biologia, agronomia, física, energia, geociência, geologia, metereologia, química, economia, atuária etc.) e da parcerias com outros grupos de estudos da USP e de outras entidades que atuam com pesquisas e ações na área sócio-ambiental. Foi publicado nos seguintes anais e periódicos: (1) Second Italian Conference on Social and Environmental Accounting Research (CSEAR 2008), realizado em Rimini/Itália, em setembro de 2008, sob o título The Environmental Equity of Nation: a reflection in the scenario of climate change ; (2) XV Congresso Brasileiro de Custos, em novembro de 2008, na cidade de Curitiba/PR; (3) EMAN Environmental Accounting Sustainable Development Indicators, na cidade de Praga/Tchecoslováquia, em abril/09; (4) Submetido ao 3

4 XI Congreso Internacional de Costos y Gestión e XXXII Congreso Argentino de Profesores de Costos, Patagônia/Argentina, 2009; (5) Compêndio de Indicadores de Sustentabilidade das Nações, revista internacional organizada por Anne Louette, da Editora Willis Harman House Antakarana. (6) E foi objeto de publicações em diversos jornais, revistas e periódicos eletrônicos sob os títulos Balanço das Nações, Patrimônio líquido ambiental, Superávit ambiental do Brasil e Rússia em 2050, Energia Verde, PIB Verde pode se tornar uma realidade, Esverdeamento radical Curva do conhecimento sobre aquecimento global O Estudo levou em consideração os cenários futuros estabelecidos pelo Intergovernamental Panel on Climate Change (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), mais especificamente as previsões constantes dos relatórios Special Report on Emission Scenarios (SRES) A1B1 e A2B2, e com refinamentos pelos autores com simulações de outras variáveis na questão de seqüestro de moléculas de carbono, como: tipo de florestas, desmatamento e uso de tecnologia. O aquecimento global é apenas um dos fenômenos considerados nos cenários sobre mudanças climáticas globais e, além do aumento da temperatura média do planeta, envolve outras implicações (inundações das áreas costeiras, escassez de água e de alimentos, furações e terremotos, epidemias, conflitos sociais etc.) e, segundo o IPCC, estão diretamente relacionadas com o nível das emissões dos gases do efeito estufa (GHG). As concentrações de dióxido de carbono (CO2), por exemplo, aumentaram de 280 parte por milhão (ppp) em 1750 para 315 ppp em 1957, quando Charles David Keeling começou as medições em escala global e atualmente encontra-se nos níveis de 430ppp (HOWWELING ET. AL., OSTERBERG ET. AL. 2008) e é consensual que esse aumento só poderia ser explicado pelas atividades industriais e humanas. 4

5 Knowledge Curve on Global Warming T.Newcome J.Black (CO2) JB Fourier (GH Efect) Oil age Starts Plastic invention Arrhenius (GHG) Henry Ford Alfred Lotka Gilbert N Plass Keeling Curve E. Lorenz (temperature) Estocolmo 1st World Climate Conference - Genebra Ice Core Brundtland IPCC 1st IPCC Report UM Rio de Janeiro Summit 92 2nd IPCC Report Kyoto Protocol CIMGCM (Brazil) 3rd IPCC Report Agenda 21 Chicago Climate Exchange Kyoto P.comes into effect STERN Review 4th IPCC Report - Nobel Conference FMI-BIRD UM - I. Year of Planet Earth Figura 1 Curva do conhecimento em aquecimento global (fonte: KASSAI ET. all, 2008) A figura anterior evidencia a curva do conhecimento sobre aquecimento global e mudanças climáticas, iniciando com invenção da bomba para extração de água das minas de carvão por Thomas Newcome (1712), passando pela descoberta do CO2 por J. Back (1753), do início da era do petróleo (1850), da industrialização dos automóveis (1908), da criação do IPCC (1988), da reunião mundial ocorrida no Rio de janeiro (1992), da assinatura do protocolo de Kyoto (1997) e sua entrada em vigor (2005), do prêmio Nobel recebido pelo IPCC (2007) e da declaração do Ano Internacional do Planeta pela ONU (2009). Em 2012 encerra-se o prazo de vigência do Protocolo de Kyoto e, com o novo presidente dos EUA, espera-se que este país tome a iniciativa de liderar as ações dos Monster-Countries diante das questões emergentes das mudanças climáticas globais Balanço das Nações modelo contábil de balanço ambiental de países Sob o título Balanço das Nações reflexões sobre as mudanças climáticas globais, o estudo da USP elaborou balanços contábeis de sete países e do planeta consolidado, com base nos cenários de aquecimento global apontados nos relatórios do Intergovernamental Panel on Climate Change (IPCC, 2008). Os ativos ambientais foram avaliados com base nos recursos naturais de cada país, basicamente em função de suas florestas e do potencial de estocagem e absorção de carbono (CO2). Os passivos ambientais foram avaliados em função das emissões de CO2 para cada país, com base na simulação das seguintes variáveis: cumprimento do Protocolo de Kyoto, usos de tecnologias de estocagem de carbono, crescimento populacional, queimadas e desmatamento. O patrimônio líquido ambiental foi apurado em função do saldo 5

6 residual entre a capacidade de armazenamento e emissões de carbono para cada país e para o planeta. Environmental Balance Sheet (per capita) ASSETS LIABILITIES Environmental Assets assessed by the GDP PPP per capita adjusted by the average energy consumption per capita in Tons of Oil Equivalent (TOE) Environmental Liabilities determined by the "accounts equivalent" NET EQUITY Net Environmental Equity MTonC converted into US$ by the price of carbon cost Figura 2 Constructos do modelo Balanço das Nações (fonte: KASSAI ET. all, 2008) Os países escolhidos foram os representantes do BRIC (Brasil, Rússia, índia e China) e de países desenvolvidos da América, Europa e Ásia (EUA, Alemanha e Japão). Essa amostra representou 32% da área emersa do planeta, 48% do consumo energético do planeta, 50% da população mundial, 68% do produto interno bruto (PIB) mundial e envolveu os principais blocos econômicos. A equação básica da contabilidade (ativo menos passivo é igual ao patrimônio líquido) foi utilizada como método para elaboração dos relatórios, pois traduz a lei de equilíbrio entre os débitos e créditos, entre as origens e aplicações, entre as causas e os efeitos. E, ao invés de registros em livros diários, foi utilizado o método inquired balance sheet ou balanço perguntado (KASSAI, 2004), uma técnica que permite elaborar relatórios contábeis em situações de escassez ou imprecisão das informações. Os dados do balanço patrimonial foram contabilizados da seguinte forma: Ativo Ambiental: corresponde ao produto interno bruto (PIB), avaliado pelo método paridade do poder de compra (ppc), per capita, convertido em unidade equivalente de energia em tonelada equivalente de petróleo (TEP). Com esse critério, essa medida corresponde aos recursos naturais que cada cidadão de determinado país possui para gerar benefícios futuros para o seu sustento e para a preservação do meio ambiente. Patrimônio Líquido Ambiental (PLA): corresponde ao saldo residual do potencial dos estoques de florestas, das emissões e capturas de carbono, medidos em mega toneladas de carbono e convertidos para dólares americanos pelo custo de captura sugerido pela ONU. 6

7 Passivo Ambiental: corresponde ao saldo de obrigações que cada cidadão de determinado país tem em relação ao seu sustento e à preservação do meio ambiente, é apurado por accountant equivalency por meio da equação fundamental da contabilidade. Há três situações possíveis de acordo com o modelo contábil proposto, a saber: PLA positivo: quando a situação ambiental de cada cidadão de determinado país é superavitária, ou seja, gera uma renda mais do que suficiente para honrar seus compromissos com o meio ambiente e ainda sobram créditos de carbono excedentes. PLA nulo: quando a situação ambiental de cada cidadão de determinado país é nula, ou seja, gera uma renda apenas suficiente para honrar seus compromissos com o meio ambiente. PLA negativo: quando a situação econômica de cada cidadão de determinado país é deficitária, ou seja, gera uma renda insuficiente para honrar seus compromissos com o meio ambiente. É um tomador de recursos de outros países, devendo negociar créditos de carbono de outras nações e/ou reduzir as suas emissões. Como se observa, o modelo proposto de balanço contábil adotou as variáveis: carbono, energia e produto interno bruto, que são correlacionadas com o fenômeno de aquecimento global. As emissões e capturas de carbono estão relacionadas diretamente com as florestas e com a população; a energia está relacionada com o nível de atividades e de conforto dos seres humanos; e o PIB está relacionado com o nível de riqueza gerada pelas nações; apesar de não considerar a depreciação do meio ambiente, nem o custo dos serviços ambientais e das externalidades. O Patrimônio líquido ambiental, da maneira como foi proposto, pode servir de proposta para aperfeiçoar uma nova medida de PIB Verde, pois além de avaliar o saldo residual de carbono de cada nação, ajusta os valores em dólares pelo consumo de energia de cada país. Os EUA, por exemplo, consomem oito vezes mais energia para gerar uma mesma quantidade de dólares, se comparado ao Brasil e este, por sua vez, consome quase quatro vezes mais do que a Índia Resultados apresentados no Balanço das Nações O estudo da USP apresentou os balanços das nações para os anos de 2020 e 2050 e os saldos residuais de carbono desses cenários apresentaram forte correlação (0,95) o que permite destacar que a variável mais importante nessas estimativas de mudanças climáticas 7

8 globais é o TEMPO, ou seja, quaisquer medidas mitigadoras serão importantes o quanto antes forem tomadas. Environmental Balance - Sheet of Nation Scenario 2050 Asset Liability Equity Germany Brazil China 8,4 12,9 9,4 6,6 8,9 11,4 2,8 (4,5) (2,5) USA 5,5 14,4 (8,9) India Japan 9,0 9,4 8,6 13,2 (0,4) (4,6) Total World Russia 4,6 3,5 6,9 8,9 6,2 8,5 1,1 (2,0) (2,3) Figura 3 Balanço das Nações per capita cenário 2050 (fonte: KASSAI ET. all, 2008) A figura anterior mostra o balanço ambiental dos países e do planeta e, como se pode ver, somente o Brasil e a Rússia apresentam saldos superavitários. O ativo ambiental de cada cidadão brasileiro é de US$ 9.4 mil e subtraído de seu passivo ambiental de US$ 6.6 mil, resulta num superávit ambiental equivalente a US$ 2.8 mil anuais. O Brasil e a Rússia serão os únicos credores genuínos de carbono, enquanto que os maiores devedores per capita serão na ordem: EUA, Japão, Alemanha e China, que apresentam patrimônio PLA negativos. O balanço consolidado para o planeta mostra a dimensão dos problemas das mudanças climáticas e, mesmo em se mantendo as duas grandes florestas (Amazônica e Boreal), o patrimônio líquido ambiental global é negativo, com um déficit equivalente a US$ 2.3 mil para cada um dos mais de 6 bilhões de habitantes. As soluções terão que prever não apenas compensações de créditos de carbono, mas reduções efetivas. Reduções de emissões ou de população, de acordo com a equação fundamental da contabilidade. A seguir, serão elaborados os balanços contábeis dos Monster-Countries com base no estudo Balanço das Nações. 3. The Monster-Countries no cenário do Balanço das Nações Talvez outros países possam ser incluídos no conceito de Monster-Countries, a exemplo do Canadá, da Austrália, da União Européia ou da Indonésia, mas para efeito deste trabalho considerar-se-á apenas os cinco gigantes citados por Kennan (EUA, Brasil, Rússia, 8

9 Índia e China), no cenário estabelecido no Balanço das Nações que evidencia uma situação de concordata global e com risco de falência entre os anos de 2020 a Assim, o seguinte questionamento irá conduzir este trabalho: Qual a participação e representatividade dos Monster-Countries no cenário mundial de acordo com seus respectivos Balanços das Nações? 3.1 Estatísticas dos Monster-Countries Figura 4 Mapa dos Monster-Countries (fonte: Cia World Factbook 2008) Os cinco países monstros ilustrados na figura anterior representam 31.5% da área emersa do planeta, 47% da população mundial, 42.9% do PIB mundial, 40.5% do consumo de energia; apresentam uma densidade demográfica de 64.9 habitantes/km2, 39.6% são áreas com florestas, 44.3% das pessoas vivem em áreas urbanas, 19.6% das pessoas têm acesso à internet, 90% dos domicílios tem água encanada e as mulheres representam 48.9% da população total, o índice de desenvolvimento humano (IDH) médio ponderado é de 0,729, a expectativa média de vida é de 68.6 anos e são depositários de 22.1% das plantas superiores e de 26.6% dos animais vertebrados ameaçados de extinção (biodiversity hotspots) (IBGE, 2009; GOLDEMBERG, 2007; KASSAI et al, 2008; MYERS, 2000), como se pode ver em detalhes no quadro seguinte. 9

10 Statistic of The Monsterss Countries Population Km2 Habitant GDP-US$Million Biodiversity Hotspots Country Energy Forest Urban Internet Water Woman HDI Lyfe (Million) (Km2) Total p c Plants animals USA ,5 32, ,5 23,1% 33,1% 80,8% 72,5% 99% 50,8% 0,95 78,0 1,47% 2,14% Brazil ,9 22, ,2 1,9% 57,2% 84,2% 35,2% 91% 50,7% 0,807 72,0 10,0% 9,63% Russia ,4 8, ,1 4,4% 47,9% 73,3% 21,1% 97% 53,7% 0,806 65,2 2,1% 2,32% India ,6 346, ,9 3,3% 22,8% 28,7% 6,9% 89% 48,2% 0,609 64,1 4,5% 8,31% China ,0 138, ,9 7,9% 21,2% 40,5% 16,0% 88% 48,4% 0,762 72,7 4,0% 4,18% Monster- Countries , ,5 40,5% 39,6% 44,3% 19,6% 90% 48,9% 0,729 68,6 22,1% 26,6% Others , ,2 59,5% 17,5% 53,2% 22,1% 82,4 50,3% 0,706 68,0 77,9% 73,4% World , ,4 100,0% 30,0% 49,0% 21,0% 86% 49,6% 0,717 68,3 100% 100% Quadro 1 Estatística dos Monster-Countries (Fonte: IBGE, Goldemberg, Kassai et.al., Myers) A Rússia destaca-se por ter a maior extensão territorial, China e Índia têm as maiores populações, os EUA são a maior economia mundial e o Brasil possui a maior área florestal do planeta. Kennan mencionou a heterogeneidade como uma das características dos Monster- Countries e observa-se nesta amostra os elevados coeficientes de variação: população (82%), densidade demográfica (116%), PIB per capita (96%), acesso a internet (76%). Os menores coeficientes de variação são relacionados com o número de mulheres (4%) e expectativas de vida (7%) desses países. Os Monster-Countries possuem 67 milhões de homens a mais em relação ao número de mulheres, decorrente principalmente pela participação masculina da Índia e China, enquanto que no resto do mundo é o inverso, com excedente de 19 milhões de mulheres. Em relação à expectativa média de vida, a média dos Monster-Countries é próxima à média mundial, mas a diferença entre a Índia e os EUA é de catorze anos. É oportuno e necessário um comentário sobre a biodiversidade ameaçada desses países. Se por um lado os monster-countries possuem as maiores áreas florestais, influenciados pela participação do Brasil, também são grandes depositários de plantas e animais em extinção (biodiversity hotspots), o que pode comprometer ou aumentar os riscos dessas nações tornarem-se potências ambientais no futuro. O gráfico seguinte ilustra a situação desses países e serve de alerta para os seus povos. 10

11 Biodiversity Hotspots 10% 9,63% 8,31% Plants animals 4,5% 4% 4,18% 1,47% 2,14% 2,1% 2,32% USA Brazil Russia India China Figura 5 Biodiversidade Ameaçada plantas superiores e animais vertebrados (fonte:myers, 2000) 3.2 Balanço das Nações dos Monster-Countries O estudo original contemplou diversas simulações entre os cenários de emissões e capturas de carbono dos países, combinando cumprimento ou não do protocolo de Kyoto, uso de altas ou baixas tecnologias de seqüestro gases do efeito estufa, com e sem desmatamento (KASSAI et al.; 2008) e, para fins deste estudo, será adotado o cenário médio ou considerado como provável, para os anos de 2020 e 2050 e adaptado no quadro seguinte. Residual Carbon Balance (MTonC) Country Scenario 2020 Scenario 2050 Increase (%) 2020 (%) 2050 (%) USA (24.732,5) (60.539,9) 145% 28,8% 17,7% Brazil 5.310, ,7 128% -6,2% -3,5% Russia 2.145, ,5 62% -2,5% -1,0% India (4.857,6) (11.325,9) 133% 5,7% 3,3% China (26.126,0) (72.497,3) 177% 30,4% 21,2% Monsters Countries (48.259,8) ( ,8) 167% 56,2% 37,8% Others (37.635,7) ( ,5) 464% 43,8% 62,2% World (85.895,4) ( ,2) 297% 100% 100% Quadro 2 Balanço Residual de Carbono em MtonC (adaptado de: Kassai et.al.) Nota-se que somente Brasil e Rússia apresentam saldos superavitários em ambos os cenários, representam apenas 8.7% e 4.6% do déficit global nos cenários 2020 e 2050, mas que são anulados pelos outros pares. O déficit global, em saldo residual de carbono, quadruplica no período de 2020 a 2050, mesmo com a evolução menos acentuada dos Monster-Countries (167%), comparada com o resto do mundo (464%). A China toma a dianteira no crescimento das emissões (177%), seguida pelos EUA (145%), Índia (133%), Brasil (128%) e Rússia (62%). No cenário 2020 esses gigantes representam 56.2% do déficit global e diminui para 37.8% no cenário 2050, indicando a importância desses países no 11

12 cenário global, mesmo sem contabilizar um maior comprometimento de seus maiores poluidores até o Protocolo de Kyoto. Quem são os maiores poluidores do planeta? Essa pergunta poderia ser refinada com a consideração não apenas das emissões de poluentes, mas descontando-se o potencial de captura de carbono de cada país (p.e.: florestas). O Balanço das Nações é uma sugestão para esse refinamento, uma medida residual de carbono, e o quadro anterior apresenta a resposta para esta pergunta, evidenciando os maiores poluidores do planeta nos cenários de 2020 e 2050 e ilustrados no gráfico a seguir. Most Polluted Countries 2020 (%) 2050 (%) 100% World 56,2% 37,8% Monsters Countries 62,2% 43,8% 30,4% 28,8% 21,2% 17,7% 5,7% 3,3% -2,5% -6,2% -3,5% -1,0% Others China USA India Russia Brazil Figura 6 Países mais poluidores de acordo o saldo residual entre emissões e capturas de carbono Como se observa no gráfico acima, a partir da posição global do planeta que é deficitária, os Monster-Countries apresentam-se em 2020 como os mais poluidores em relação ao restante do planeta, mas inverte a posição no cenário A China ocupa o topo deste ranking, seguida de perto pelo seu parceiro no G2, os EUA. A Índia não consegue zerar as suas emissões, mas representa um quinto do seu antecessor. E, por últimos, Brasil e Rússia apresentam superávits ambientais suficientes para zerar as emissões da Índia, lembrando a necessidade de se cuidar de suas biodiversidades ameaçadas. Seguindo o método apresentado no Balanço das Nações, os ativos são avaliados a partir do PIB desses países, dividido pelo consumo de energia em toneladas equivalentes de petróleo (TEP), visando equalizar os diferentes níveis de consumo de energia e o efeito no meio ambiente, demonstrados no quadro a seguir. 12

13 Country Conversion of GDP into mean energy TOE GDP ppp per capita TOE US$Billion TOE US$ 1000 TOE EUA , ,45 46,5 5,5 Brazil 1.961, ,09 10,2 9,4 Russia 2.274, ,50 16,1 4,6 India 3.289, ,32 2,9 9,0 China 7.792, ,66 5,9 8,9 Monsters Countries , ,62 9,5 5,9 Others , ,76 11,2 6,4 World , ,69 10,4 6,2 Quadro 3 Conversão do PIB em equivalente de energia consumida (Tep) Um país que consome mais energia produz o seu PIB anual causando maiores danos ao meio ambiente do que outro que consome menos energia e, de acordo com a conversão proposta no modelo Balanço das Nações, o PIB ajustado sofrerá uma redução de valor; é o caso dos EUA e Rússia. Ao contrário, os países que apresentam consumo médio de energia inferior a uma TEP, terão seus PIBs ajustados para mais; é o caso da Índia e da China. O Brasil, que tem um consumo de energia próxima a uma TEP, apresenta o seu PIB ajustado próximo do PIB tradicional. Os 68 trilhões de PIB ppp mundial (International Monetary Fund, april/2008), correspondem a um PIB ajustado, ou a um PIB Verde - como sugeriu a jornalista Cristina Tavelin (GAZETA, 07/04/09) equivalente a 40 trilhões ou 6.2 mil per capita. A realidade socioambiental dessa nova medida é diferente de uma visão puramente econômica, pois, de alguma forma considerou as externalidades e os serviços ambientais. O ranking dos campeões em PIB Verde per capita segue a seguinte ordem: Brasil (9.4), Índia (9.0), China (8.9), EUA (5.5) e Rússia (4.6). Os Monster Contries apresentam um PIB Verde menor do que o restante dos países e ao planeta global, e isto sugere vantagens socioambientais das outras nações. Assim, convertendo-se os saldos residuais de carbono pelo custo sugerido no Balanço das Nações e avaliando os ativos pelos respectivos PIB Verde, têm-se os seguintes Balanços Ambientais dos Monster-Countries, em valores totais para cada país (Contry) e em termos de habitante (per capita). 13

14 Environmental Balance Sheet of Nation - Cenários 2050 Country Balance Sheet - Country Balance Sheet - per capita Asset Liability Equity Asset Liability Equity USA (2.717) 5,5 14,4 (8,9) Brazil ,4 6,6 2,8 Russia ,6 3,5 1,1 India (497) 9,0 9,4 (0,4) China (3.260) 8,9 11,4 (2,5) Mosters Countries (5.590) 5,9 7,7 (1,8) Others (9.790) 6,4 9,2 (2,8) World (15.354) 6,2 8,5 (2,3) Quadro 4 Balanço das Nações dos Monster-Countries (adaptado de Kassai et. al.) As análises para cada país (country) e em termos de habitantes (per capita) merecem comentários próprios e são evidenciados nos gráficos seguintes. Environmental Balance Sheet of Nation Scenario 2050 (Country Us$ Billion) Assets Liability Equity Brazil Russia India China Mosters Countries Others World USA (497) (3.260) (5.590) (9.790) (15.354) (2.717) Figura 7 Balanço das Nações dos Monster-Countries e do planeta global Cenário 2050 De acordo com o gráfico anterior, que demonstra a situação total de cada país (country), os Monster-Countries estarão falidos em 2050, com um patrimônio líquido negativo ou déficit equivalente a 5.6 trilhões anuais, mas em melhor situação se comparada com o restante dos países (9.8 trilhões), cabendo-lhes 36.4% do total dessa dívida ambiental (15.3 trilhões). Essa situação favorável em relação ao planeta global é amparada também pelas situações superavitárias do Brasil (544 bilhões) e Rússia (155 bilhões), as únicas nações a apresentarem superávits ambientais em decorrência, basicamente, de suas grandes florestas. Note que a escala utilizada neste gráfico evidencia a relação proporcional entre o passivo ambiental (Liability) de cada país com o seu respectivo Ativo ou PIB Verde (Assets); o 14

15 déficit da China (5.590), apesar de ser maior do que o dos EUA (2.717), representa 28% de seu ativo, contra 162% daquele país. O gráfico a seguir ilustra a situação per capita de cada país. Environmental Balance Sheet (per capita - Us$ 1000) Asset Liability Equity USA (8.9) Brazil Russia India China Mosters Countries Others World 6,6 9,4 4,6 3,5 9,0 9,4 8,9 11,4 5,9 6,4 6,2 2,8 1,1 7,7 9,2 8,5 (0,4) (2,5) (1,8) (2,8) (2,3) Figura 8 Balanço das Nações dos Monster-Countries e do planeta global (per capita) Cenário 2050 Em temos per capita e assumindo a condição individual de cidadão planetário, o déficit para cada um dos habitantes no cenário 2050 é de US$ 2.3 anuais. A situação dos cidadãos dos Monster-Countries é mais privilegiada (US$ 1.8) em relação aos cidadãos dos outros países (US$ 2.8). E os campeões e mais ambientalmente corretos candidatos para um mundo sustentável, na ordem de PLA (per capita), são representados no gráfico a seguir. Ranking of Environmental Equity (scenario 2050) US$ Million 2,8 1,1 Brazil Russia India Mosters World China Others USA ( 0,4) Countries ( 1,8) ( 2,3) ( 2,5) ( 2,8) (8,9) Figura 8 Ranking dos países menos poluidores de acordo o saldo residual de carbono O Brasil assume o topo do ranking dos cidadãos mais ambientalmente corretos, seguidos pela Rússia e Índia. Em seguida, surge a China, cidadãos de outros países e, por 15

16 último o EUA, acompanhados de seus débitos ambientais para com o planeta global e para com as gerações futuras. Observe que os superávits ou PLA positivos do Brasil e da Rússia (699 bilhões) são insuficientes para zerar o déficit global (World), mas, p.ex., poderiam zerar o déficit da Índia. E ainda sobraria um crédito equivalente de 202 bilhões, equivalentes a 112 milhões de habitantes, se considerarmos o déficit per capital dos Monster-Countries (1.8), ou seja, uma população mundial da ordem de 1.6 bilhões de habitantes com seus déficits zerados em relação ao meio ambiente. Assim, com base na equação fundamental da contabilidade e nos dados dos balanços das nações, o quadro a seguir demonstra algumas simulações de redução da população mundial. Reduction of world population - Scenario 2050 Countries BR+India BR+China BR+Others BR+USA India China EUA MC Others World us$ USA Brazil (544 Billion) Russia (155 Billion) India China Moster-Countries Others World Quadro 5 Simulação da redução da população mundial de acordo com o Balanço das Nações As simulações foram baseadas na composição da população mundial com perfis de cidadãos planetários apresentados nos balanços das nações e com a suposição de que os déficits de carbono residual fossem zerados nos seguintes cenários: (1) Brasil, Rússia e Índia, (2) Brasil, Rússia e China, (3) Brasil, Rússia e outros países, (4) Brasil, Rússia e EUA, (5) somente Índia, (6) somente China, (7) somente EUA, (8) somente Monster-Countries, (9) somente outros países e (10) cidadãos médio do planeta global. Os resultados mais otimistas evidenciam a contribuição de cidadãos mais ambientalmente corretos e apontam para uma população mundial variando de 1.7 bilhões até 79 milhões de habitantes. Obviamente não se trata de uma condição local ou restrita para esses países, pois as mudanças climáticas globais poderão afetar todo o planeta e de forma aleatória; mas os perfis desses cidadãos, relacionados com o consumo de energia e suas atitudes em relação ao meio ambiente são determinantes nesse cenário, ordenados no gráfico a seguir. 16

17 Simulation: Reduction of World Population - Scenario 2050 (million habitants) India BR+India BR+China BR+Others BR+USA Monster Countries World China Others EUA Figura 9 Redução da população mundial de acordo com a equação fundamental da contabilidade Hoje, um quarto da população mundial, consome recursos muito acima da média mundial e das condições normais de reposição da natureza (RODRIGUEZ, 2008), e eles estão presentes nas classes média e alta de todas as nações; só na Índia são trezentos milhões de pessoas. E, ao mesmo tempo, é vital aumentar o consumo de energia para os cidadãos pobres para a barreira de uma TEP (GOLDEMBERG, 2007), pois nessas regiões as taxas de analfabetismo, mortalidade infantil e fertilidade são altas, enquanto a expectativa de vida e o índice de desenvolvimento humano (IDH) são baixos. Portanto, este quadro aponta para a necessidade de se tomar ações mais enérgicas para reduzir e melhorar distribuição das emissões de carbono em um plano que envolva toda a coletividade e exija a cooperação conjunta. A população mundial do século XXI não deveria se espelhar no perfil médio dos EUA nem da Índia e as nações que apresentam superávit ambiental deverão ter cuidado especial com sua biodiversidade ameaçada (MYERS, 2000). 4. Conclusões Este estudo baseou-se na questão sobre a participação dos Monster-Countries no cenário mundial com base nos seus balanços das nações e, de acordo com a metodologia desenvolvida no item anterior, comparou-se os relatórios contábeis de cada um desses países gigantes (EUA, Brasil, Rússia, Índia e China), com o seu consolidado (Monster-Countries), com o consolidado dos países restantes (Others) e com o planeta global (World). O quadro estatístico abaixo mostra a relevância dos cinco Monster-Countries em relação aos demais países do planeta e as características atribuídas por Kennan (populações gigantescas e territórios continentais. Monster-Countries Others Número de países Área emersa do planeta 31.5% 68.5 % 17

18 População mundial 47 % 53 % Participação no PIB mundial 42.9 % 57.1 % Consumo de energia 40.5 % 59.5 % Densidade demográfica (habitantes/km2) 64.9 hab 33.6 hab Áreas com florestas 39.6 % 17.5 % População urbana 44.3 % 53.2 % Acesso a internet 19.6 % 22.1 % Domicílios com acesso a água 90 % 82.4 % Número de mulheres 48.9 % 50.3 % Índice de desenvolvimento humano (IDH) Expectativa de vida Biodiversidade ameaçada plantas superiores Biodiversidade ameaçada animais vertebrados 68.6 anos 22.1 % 26.6 % 68 anos 77.9 % 73.4 % As informações que se seguem resumem a relevância desses países gigantes de acordo com os balanços das nações elaborados neste trabalho e de alguns aspectos, tais como: emissões de carbono no cenário global, consumo de energia, PIB Verde e patrimônio líquido ambiental deficitário. Monster-Countries Others Déficit de carbono no cenário 2020 (MtonC) Déficit de carbono no cenário 2050 (MtonC) Déficit de carbono no cenário 2020 (em relação ao planeta) 56.2 % 43.8 % Déficit de carbono no cenário 2050 (em relação ao planeta) 37.8 % 62.2 % Variação da poluição de 2020 a % 464 % Consumo médio de energia per capita por ano (TEP) 1.62 Tep 1.76 Tep PIB Verde dos países (total em Milhões de US$) US$ 18.2 Milhões US$ 22.3 Milhões PIB Verde dos países (per capita em US$ Mil) US$ 5.9 Mil US$ 6.4 Mil Patrimônio líquido ambiental dos países (total US$ Trilhões) (US$ 5.6) (US$ 9.8) Patrimônio líquido ambiental dos países (per capita) (US$ 1.8 Mil) (US$ 2.8 Mil) Os cenários deficitários dos Monster-Countries e dos outros países denotam a situação crítica do planeta entre os anos de 2020 e 2050 e, de acordo com o princípio implícito na equação fundamental da contabilidade, este passivo ambiental deverá ser pago ou com a redução voluntária dos níveis de emissão de carbono ou com a redução forçada da população. A redução de carbono envolve não apenas a diminuição por parte das nações ricas, mas aumento nos países pobres, que apresentam altas taxas de analfabetismo, mortalidade infantil e fertilidade, enquanto a expectativa de vida e o IDH são baixos. A redução de população, caso não seja tomada nenhuma outra ação contemplada nos cenários do IPCC (2008) e dos balanços das nações (2008), situa-se na faixa de 73% a 99%. Portanto, é preferível tomar ações para reduzir e melhorar a distribuição das emissões de carbono. A população mundial deste século não poderá se espelhar no perfil médio dos EUA e nem da Índia. O Brasil deverá ter cuidado especial com a sua biodiversidade ameaçada (MYERS, 2000). E os filhos e netos da atual geração terão que ter uma consciência ambiental, social, cultural e econômica mais correta. 18

19 A contabilidade ambiental, neste contexto de avaliar os serviços ambientais e as externalidades, assume uma nova posição diante do cenário global e, como teve papel importante na ascensão do capitalismo (WEBER, 2004), poderá desempenhar uma nova função: a de reconhecer e contabilizar o meio ambiente, como entidade distinta das pessoas físicas e jurídicas. Com isso, poderá cooperar com os demais importantes atores na transição para uma sociedade pós-capitalista. Finalmente, compartilha-se da opinião de RICUPERO (2008) de que a sigla BRIC refere-se a um plágio recente (2001) dos Monster-Countries, expressão criada por KENNAN (1993). E de que o Brasil é o único dentre eles que não têm armas atômicas, não tem o prestígio decorrente da fulminante expansão da China e da Índia e não se compara ao passado histórico e bélico da Rússia ou aos EUA; mas é abençoado com a maior floresta tropical do planeta, com amplas reservas de biodiversidade e água doce, conforme trecho do hino: nossos bosques têm mais vida. E, de acordo com as evidências do Balanço das Nações, o destino do planeta vai depender de uma agenda ambiental na qual o Brasil faz a diferença e, como uma potência ambiental, pode mostrar que é possível salvar a Terra respeitando a santidade da vida (RICÚPERO, 2007). 6. Referências Bibliográficas BOYD, N. Nonmarket benefits of nature: what should be counted in green GDP. Ecological Economics 61: , 2007 BRUNDTLAND, Gro Harlem. Nosso Futuro Comum. Editorta da FGV, Our Common Future, Oxford: Oxford University Press, CLEVELAND, J. C., Tools and methods for integrated analysis and assessment of sustainable development In: Encyclopedia of Earth. Eds. (Washington, D.C.: Environmental Information Coalition, National Council for Science and the Environment), February CROUNTER, D. Social and Environmental Accounting London: Financial Times Management, 2000 CSD-Commission of Sustainable Development, Indicators of Sustainable development: framework and methodologies, 1996-ONU. GOLDEMBERG, José. Energia e Meio Ambiente no Brasil. São Paulo: IEA/USP, 59:7-20, HEPBURN, C. Carbon trading: a review of the Kyoto mechanisms. Annual Review of Environment and Resources I 32: , 2007 HOWWELING, S., van der WERF, G.R., GOLDEWIJK, K.K., ROCKMANN, T. & ABEN, I. Early anthropogenic CH 4 emissions and the variation of CH 4 and 13 CH 4 over the last millennium. Global Biogeochemical Cycles 22:1-9, 2008 IPCY Congresso Latino-americano da Civilização Yoko Vida e meio ambiente, São Paulo:2008. KAHN, Herman & A.J.HIENER. O ano São Paulo: KASSAI, J. R. Balanço perguntado:inquired balance sheet: uma técnica para elaborar relatórios contábeis de pequenas empresas. Anais do XXI Congresso Brasileiro de Custos, Porto Seguro/BA, KASSAI, José Roberto ; FELTRAN-BARBIERI, R. ; SANTOS, F. C. B. ; CARVALHO, L. N. G.; CINTRA, Y. C. ; FOSCHINE, A.. The Environmental Equity of Nation: a reflection in the scenario of climate change. In: Second Italian Conference on Social and Environmental 19

20 Accounting Research, 2008, Rimini-Italian. Social and Environmental Accounting Research. Rimini-Italian, KASSAI, José Roberto ; FELTRAN-BARBIERI, R. ; SANTOS, F. C. B. ; CARVALHO, L. N. G.; CINTRA, Y. C. ; FOSCHINE, A.. Balanço das Nações: reflexão contábil sob o cenário de mudanças climáticas globais. In: XV Congresso Brasileiro de Custos (2008), 2008, Curitiba. Congresso Brasileiro de Custos. Curitiba, KASSAI, José Roberto ; FELTRAN-BARBIERI, R. ; SANTOS, F. C. B. ; CARVALHO, L. N. G.; CINTRA, Y. C. ; FOSCHINE, A.. Environmental Balance Sheet of Nations: a reflection ind the scenario of Climate Change. In: EMAN 2009: Environmental Accounting Sustainable Development Indicators, 2009 Prague/the Czech Republic, April KENNAN, George Frost. Around the Cragged Hill: a personal and political philosophy. New York, Norton, 1993, p LANGE, G-M. Environmental Accounting: introducing the SEEA Ecological Economics 61(4): , 2007 Special Issue Environmental Accounting LASH, J. & WELLINGTON, F. Competitive advantage on a warming planet. Harvard Business Review: 85(3):94-96, 2008 LOUETE, Anne. Compêndio de Indicadores de Sustentabiliade das Nações uma contribuição ao diálogo da sustentabilidade. Willis Harman House Antakarana, MARKOVITCH, Jacques. Para mudar o futuro: mudanças climáticas, políticas públicas e estratégias empresariais. São Paulo, Edusp, MEADOWS, D. H., RANDERS, J., BEHRENS W., The Limits to Growth, a Report to The Club of Rome (1972). METZ, B., DAVIDSON, O., CONINCK, H., LOSS, M. & MEYER, L. (eds.). (2005) Special report on carbon dioxide capture and storage. IPCC /Cambridge: Cambridge University Press Ministério de Minas e Energia do Governo Federal - Empresa de Pesquisa Energética (EPE) - Balanço Energético Nacional (2006) MORILLA, C.R., DÍAZ-SALAZAR, G.L. & CARDENETE, M.A. Economic and environmental efficiency using a social accounting matrix. Ecological Economics 60: , MYERS, N. et. al. Biodiversity Hotspots for conservation priorities. Nature, : OSBORN, T.J. & BRIFFA, K.R. The spatial extend of 20th-century warmth in the context of the past 1200 years. Science 311: , 2006 PETERS, G.P. From production-based to consumption-based national emission inventories. Ecological Economics 65:13-23, 2008 RAMANATHAN, U. & CARMICHAEL, G. Reducing uncertainty about carbon dioxide as a climate driver. Nature 419: , 2008 Revista ISTO É. Energia Verde Estudo da USP sobre o Balanço das Nações, pag , 17/12/08. RICÚPERO, Rubens. O que faz ou poderia fazer a diferença do Brasil no contexto mundial. Artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo, 19/02/2007. RICÚPERO, Rubens. A resiliência do Estado Nacional diante da globaliação. Estudos Avançados, vol. 22, nº 62, São Paulo, jan/abr ISSN RODRIGUEZ, Enrique Ortega. O Mundo como Sistema. Unicamp, SACHS, Ignacy. A revolução energética do século XXI. São Paulo: IEA/USP 21 (59), SCHEDLER, ANDREAS. Conceptualizing Accountability, Andreas Schedler, Larry Diamond, Marc F. Plattner: The Self-Restraining State: Power and Accountability in New Democracies. London: Lynne Rienner Publishers, pp , TAVELIN, Cristina. PIB Verde pode se tornar realidade. Jornal Gazeta Mercantil, 07/04/09. UNDP. Relação IDH e consumo de energia em TEP, WEBER, Max. A ética protestante e o espírito capitalista. São Paulo: Companhia das Letras, Consultas à internet hdr.undp.org/en/media/hdr_ _en_chapter1.pdf - UN United Nations (2007)Human Development Report 2007/2008: Fighting climate change: human solidarity in a divided world 20

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