Formação de Custos no Transporte Rodoviário de Cargas
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- Maria do Mar Thalita Ribas Esteves
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1 Formação de Custos no Transporte Rodoviário de Cargas São Paulo, 01/12/2008
2 Neuto Gonçalves dos Reis Mestre em Engenharia de Transportes (EESC-USP) Pós-graduado em Administração de Empresas (FGV) Pós-graduado em Engenharia Econômica (IPUC-MG) Extensão em Logística e Distribuição pela FGV Engenheiro Civil pela EEUFMG Jornalista especializado em Transportes Consultor Técnico da NTC&Logística Professor de Custos Logísticos da FAAP Membro da Câmara Temática de Assuntos Veiculares do CONTRAN Coordenador das JARI do DER SP Medalhas de mérito da CNT/NTC/SETCEPAR
3 Componentes do Custo Custo-peso Custos relacionados com a atividade de transporte (peso/volume e distância). Geralmente, o mais importante. Custo-valor Custos relacionados com o valor da mercadoria e a responsabilidade do transportador por acidentes e avarias Gerenciamento de Riscos Custos relacionados com o gerenciamento de riscos e roubos de carga
4 Componentes do Custo Taxas (generalidades) Custos específicos não previstos no custo peso Serviços adicionais/acréscimos Exemplo: cubagem, paletização, armazenagem etc Pedágio Destacado do conhecimento (vale-pedágio) Impostos diretos PIS/COFINS, ICMS
5 Componentes do Custo Peso CUSTOS DIRETOS (em relação ao veículo) - Despesas Operacionais de Transferência (DOT) Custos fixos (CF) independem do percurso Custos variáveis (Cv) proporcionais ao percurso - Despesas Operacionais de Coleta e Entrega (DOCE) Custos fixos (CF) Custos variáveis (Cv)
6 Componentes do Custo Peso DESPESAS INDIRETAS (em relação ao veículo) - Despesas Administrativas e de Terminais (DAT ou DA) (Exigem rateio/incluem impostos indiretos)
7 Componentes das Despesas Operacionais CUSTO FIXO Depreciação do veículo Remuneração do capital empatado Licenciamento e IPVA Seguro obrigatório (DPVAT) Seguro RCF contra danos materiais (DM) e pessoais (DP) a terceiros (facultativo) Seguro contra colisão, incêndio e roubo (facultativo) Salário e encargos motoristas/ajudantes Salários e encargos de pessoal de oficina
8 Componentes das Despesas Operacionais CUSTO VARIÁVEL Combustível (Principal) Pneus, câmaras, recapagens e protetores (Importante) Peças e material de oficina (Importante) Óleo de cárter Óleo de cambio e diferencial Lavagens e graxas - Pedágio não entra!
9 Componentes das Despesas Administrativas e de Terminais SALÁRIOS, ORDENADOS E PRO-LABORE ALUGUÉIS TARIFAS PÚBLICAS SERVIÇOS PROFISSIONAIS TAXAS E IMPOSTOS INDIRETOS DEPRECIAÇÕES OUTROS CUSTOS Muito importantes nas cargas fracionadas e nas distâncias curtas. Rateadas pela tonelagem transportada
10 Variáveis que interferem no custo peso Percurso (pouco controle) Custo fixo por mês Custo variável por quilômetro Despesas administrativas e de terminais por tonelada Uso de frota própria ou carreteiro Tempo de carga, espera e descarga Disponibilidade mensal do veículo (horas ou turnos) Velocidade média do veículo na estrada Capacidade de carga útil de veículo Existência ou não de carga de retorno
11 Fatores que oneram o custo peso Tempo de carga/espera/descarga (paletização, siders, informatização etc). Carga espera o caminhão. Obstáculos Falta de IE (terminais, filas) Fiscalização Cultura dos clientes Exemplos: Paranaguá Manaus Barreiras fiscais Canal vermelho da aduana
12 Peso sobre o frete (%) 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 Impacto do tempo de carga e descarga sobre o frete (%) 0,00 35,10 10,33 6,34 5,13 23,12 18,72 11,92 7,42 31,09 25,68 16,87 10,73 37,56 31,54 21,30 13,82 42,92 36,54 25,27 16,69 47,43 40,86 28,87 19,39 50 km km 54,61 51, km 47,95 44, km 35,11 32, km 21, Tempo de carga e descarga (h) km km 24,28
13 Impacto do tempó de carga e descarga sobre o número de viagens 350 Número de viagens km 100 km 250 km 500 km 2000 km 5000 km Tempo de carga e descarga (h)
14 Impacto do tempo de carga e descarga sobre as horas paradas (%) Peso sobre horas totais (%) km 100 km 250 km 500 km 2000 km 5000 km Horas paradas (h)
15 Fatores que oneram o custo peso Lei no /07 Parágrafo 5 o - O prazo máximo para carga e descarga do veículo de Transporte Rodoviário de Cargas será de cinco horas, contadas da chegada do veículo ao endereço de destino; após este período será devido ao TAC ou à ETC o valor de R$ 1,00 (um real) por tonelada/hora ou fração. Parágrafo 6 o (lei n o /07): O disposto no 5º, deste artigo, não se aplica aos contratos ou conhecimentos de transportes em que houver cláusula ou ajuste dispondo sobre o tempo de carga ou descarga.
16 Fatores que oneram o custo peso -Velocidade dos veículos Frota velha, de baixa potência
17 Impacto da velocidade sobre o frete Índice 102,00 100,00 98,00 96,00 94,00 92,00 90,00 88,00 86,00 84,00 100,00 50 km/h 60 km/h 70 km/h 92,01 86, Percurso (km)
18 Fatores que oneram o custo peso - Estado de conservação das rodovias Estado geral km % % acumulada Péssimo ,0 11,0 Ruim ,1 33,1 Regular ,8 73,9 Bom ,6 89,5 Ótimo ,5 100,0 Total ,0
19 R $ / k m CUSTOS OPERACIONAIS DOS VEÍCULOS EM FUNÇÃO DA QUALIDADE DO PAVIMENTO ótimo bom regular ruim péssimo RUGOSIDADE (mm/m) Cavalo+ semi-reboque Caminhão pesado Caminhão médio Caminhão leve
20 Variação do custo/km com o estado da rodovia para Scania 4x2 tracionando carreta de 3 eixos 4,00 3,62 3,50 3,13 R$/km rodado 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 1,89 2,25 2,67 0,50 0,00 Bom Deficiente Ruim Estado da rodovia
21 Fatores que oneram o custo peso - Veículos de baixa capacidade de carga Carretas mais leves Rodas de alumínio, pneus radiais sem câmaras, Carretas de maior capacidade cúbica Terceiro eixo distanciados, Vanderléias, bitrens, rodotrens etc) Obstáculos: maiores investimentos, legislação de CVCs - Carregar o veículo o mais próximo possível da plena carga Obstáculo: baixa demanda, concorrência, prazos, limites de riscos
22 Fatores que oneram o custo peso - Poucas horas trabalhadas/mês pelo veículo: motorista é dono do caminhão (pontes rodoviárias, hoat-seats. Sistema de duplas) exigem rota fixa e operação dedicada. Obstáculo: segurança rodoviária é menor à noite. - Perda de tempo parados para manutenção (ausência de preventiva) - Ausência de rastreamento dos veículos
23 Impacto da jornada sobre o frete Lotação cavalo + carreta ,00 Ín d ic e ,36 79,14 85,48 85,59 85,63 85,65 85,67 85,68 80,64 80,79 80,84 80,87 80,89 80, h 440 h 660 h Percurso (km)
24 Fatores que oneram o custo peso - Alto índice de retornos vazios Desequilíbrios de fluxo Concorrência Sugestão: pool de cargas, alianças Transporte colaborativo
25 Custo x índice de retorno vazio Custo (R$/km) 1000,00 900,00 800,00 700,00 600,00 500,00 400,00 300,00 200,00 100,00 0,00 100% 75% 50% 25% 0% Percurso (km)
26 Fatores que oneram o custo peso - Elevadas despesas indiretas (DAT): muito importante no caso de cargas fracionadas - Falta de controle dos custos variáveis importantes, como combustível, pneus e manutenção.
27 Fatores que oneram o custo peso: mau gerenciamento Avaliar o desempenho pelo volume de carga movimentado e não peso resultado financeiro. Fechar filiais e abandonar linhas ou clientes deficitários. Isto é mais fácil para serviços com baixa despesa indireta e pouca frota própria (lotações). Em serviços com altas despesas indiretas (carga fracionada) e muita frota própria, nem sempre a extinção da atividade elimina seus custos (custos afundados). Os custos indiretos passam a ser rateados por uma tonelagem menor. Muitas empresas não têm bom controle de custos
28 Fatores que oneram o custo peso: mau gerenciamento Cada cliente gera estrutura própria de custos. Uso de valores médios pode levar a conclusões erradas. Cada cliente exige atividades e consome recursos de forma diferente dos outros. Importante analisar os custos com base nas atividades (custeio ABC). É importante avaliar não apenas o custo, mas a rentabilidade de cada cliente. Uso inadequado de carreteiros
29 C r u s to (R $ /to n e la d a ) 600,00 500,00 400,00 300,00 200,00 100,00 0,00 Frota própria x carreteiro 100% FP 505,23 50% FP 428,00 0% FP 405,41 343,26 342,10 305,59 263,00 275,03 256,20 210,21 206,81 181,00 144,51 157,42 99,87 108,02 79,25 58,63 11,71 17,25 22, Percurso (km)
30 VANTAGENS Redução de custos Uso de carreteiros Reduzir investimentos e evitar ociosidade da frota, especialmente nos períodos de baixa demanda. Evitar retorno vazio e movimentar com maior facilidade cargas para locais onde a empresa não tem filial (independente). Reduz despesas com salários de motoristas, ajudantes e encargos sociais, mesmo com recolhimento de INSS sobre serviços. PIS/Cofins (resolvido) Redução do trabalho de gerenciamento e manutenção de frotas.
31 DESVANTAGENS Uso de carreteiros Risco de vínculo empregatício (agregado) Terceirização de atividade fim. Risco de escassez de oferta de carreteiros Aumento na gestão de tráfego Clientes que exigem frota própria Veículos mais antigos, mais lentos, mais sujeitos a avarias e acidentes Recrutamento, seleção e admissão trabalhosos Aumento do risco de desvios de cargas O carreteiro não tem responsabilidade sobre faltas, roubos e avarias (preposto)
32 FRETE VALOR Destina-se cobrir os custos com seguro obrigatório RCTR-C e seguros das instalações, além da administração desses seguros, bem como as despesas com indenizações de mercadoria não cobertas por seguros (avarias de manuseio, violações, extravios, greves, etc) e os custos da mão de obra utilizada nestas atividades. Sua necessidade foi reforçada pelas Resoluções CNSP 123/05 e 134/05. Pode representar uma boa receita adicional.
33 FRETE VALOR a valor do frete sobre o produto (%) b = alíquota de frete-valor (%) a b =0,2 b=0,4 b=0,6 b=0,8 b=1,0 b=1,2 6,0 3,44 6,06 11,11 15,38 20,00 25,00 5,0 4,17 7,14 13,63 19,05 25,00 31,58 4,0 5,26 11,11 17,65 25,00 33,33 42,86 3,0 7,14 15,38 25,00 36,36 50,00 66,67 2,0 11,11 25,00 42,85 66,67 100,00 150,00
34 GERENCIAMENTO DE RISCOS (GRIS) Destina-se a cobrir especificamente os custos resultantes das medidas de combate ao roubo de carga, especialmente as de prevenções de risco (escolta, segurança, patrimonial, rastreamento de veículos). A NTC recomenda cobrança de 0,30% sobre o valor da mercadoria.
35 TAXAS OU GENERALIDADES: As taxas destinam-se a cobrir custos não previstos no cálculo do frete peso e prestação de serviços adicionais. TAS TDE Despacho TRT Etc.
36 PEDÁGIOS CARGA FRACIONADA Se a carga provêm de vários embarcadores, a obrigação de fornecer o vale pedágio é do transportador. A transportadora pode ratear o pedágio entre os vários embarcadores, lançando o seu valor no campo próprio doe conhecimento de carga.
37 PEDÁGIOS: LOTAÇOES Cabe ao embarcador fornecer, antes do início de cada viagem, o vale-pedágio ao carreteiro que contratar diretamente ou à transportadora que utiliza frota própria. Se a transportadora sub-contrata carreteiros, cabe a ela fornecer o vale aos autônomos, lançando seu valor no campo próprio do conhecimento, para efeito de reembolso. É permitida a dispensa da obrigatoriedade da entrega do vale pedágio pelo embarcador à transportadora que utilize frota própria, mediante contrato de prestação de serviços, do qual conste expressamente a obrigação do embarcador de ressarcir integralmente o pedágio, com valor desvinculado do frete.
38 PEDÁGIOS: LOTAÇOES Comunicado site ANTT 11/11/ a Agência optou por extinguir o Regime Especial para o Vale-Pedágio obrigatório (...), já que se trata de relação entre empresas. Trata-se de afastamento da tutela da Agência de relação que não envolve interesses vulneráveis. Portanto, não há impedimento para as empresas que operam em regime de exclusividade renunciem ao benefício do adiantamento do valor referente ao pedágio por via contratual. Esse contrato deve ser apresentado nas fiscalizações.
39 TRIBUTOS DIRETOS Incidem diretamente sobre o frete: ICMS (7%, 12%, 18%), exceto quando existe Substituição Tributária (interurbano) ISS (urbano) Sobre os dois: COFINS: 7,6% sobre a base de cálculo (lucro real) 3,0% sobre receitas (lucro presumido) PIS: 1,65% sobre base de cálculo (lucro real) 0,65% sobre receitas (lucro presumido)
40 FINAL DA PALESTRA Obrigado pela atenção e pela paciência! Cópias desta palesta podem ser solicitadas pelo ngreis@ntc.org.br
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