CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
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- Iasmin Duarte Terra
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1 LEI MUNICIPAL Nº 4.575, de 30 DE JUNHO DE 2010 Institui a Lei Geral Municipal da Microempresa, Empresa de Pequeno Porte e Microempreendedor Individual, e dá outras providências. DÉLCIO HUGENTOBLER, Prefeito Municipal de Taquara, Estado do Rio Grande do Sul, no uso das atribuições que lhe confere a Lei Orgânica, FAÇO SABER que a Câmara Municipal de Vereadores aprovou e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º. Esta Lei regula o tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido assegurado ao microempreendedor individual (MEI), às microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), doravante simplesmente denominadas MEI, ME e EPP, em conformidade com o que dispõe os arts. 146, III, d, 170, IX, e 179 da Constituição Federal e a Lei Complementar Federal nº 123/06 e suas alterações, bem como as Resoluções do Comitê Gestor de Tributação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - CGSN e do Comitê para Gestão da Rede Nacional para a simplificação do Registro e da Legislação de Empresas e Negócios - CGSIM. Parágrafo único. Aplicam-se ao MEI todos os benefícios e todas as prerrogativas previstas nesta Lei para as ME e EPP. Art. 2º. O tratamento diferenciado, simplificado, favorecido e de incentivo às microempresas, às empresas de pequeno porte e ao microempreendedor individual incluirá, entre outras ações dos órgãos e entes da administração municipal: I - o incentivo à formalização de empreendimentos; II - a unicidade e a simplificação do processo de registro e de legalização de empresários e de pessoas jurídicas; 1
2 III - a simplificação, racionalização e uniformização dos requisitos de segurança sanitária, metrologia, controle ambiental e prevenção contra incêndios, para os fins de registro, legalização e funcionamento de empresários e pessoas jurídicas, inclusive com a definição das atividades consideradas de alto risco; IV - a fiscalização orientadora; V - o agente de desenvolvimento. CAPÍTULO II DO REGISTRO E DA LEGALIZAÇÃO Seção I Da inscrição e baixa Art. 3º. Todos os órgãos públicos municipais envolvidos no processo de abertura e fechamento de empresas deverão observar os dispositivos constantes da Lei Complementar Federal nº 123/06, na Lei nº /07 e nas Resoluções do Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (REDESIM). Parágrafo único. O processo de registro do microempreendedor individual deverá ter trâmite especial e opcional para o empreendedor na forma a ser disciplinada pelo Comitê para Gestão da REDESIM. Seção II Do alvará Art. 4º O Município, nos termos da Lei Complementar Nacional nº 123/06, emitirá Alvará de Funcionamento Provisório à Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, a título de autorização condicionada ao funcionamento e à instalação de atividade econômica, para posterior regularização definitiva. 2
3 Parágrafo Único. O Alvará de Funcionamento Provisório tem validade até 90 dias da data de sua emissão e será expedido pelo Município de Taquara, podendo o ser por meio eletrônico. Art. 5º Para a expedição do Alvará de Funcionamento Provisório serão exigidos os seguintes documentos: I - declaração de que a empresa é Micro Empresa ou Empresa de Pequeno Porte firmada pelo Representante legal ou responsável técnico pela escrituração contábil da empresa ou comprovante de opção pelo Simples Nacional; II - cópia do contrato social e alterações, se houverem; III - comprovante de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; IV - Termo de Compromisso subscrito pela representante legal da empresa, conforme Anexo I da presente Lei. 1º Após a emissão do alvará iniciará o prazo para regularização do alvará definitivo, sendo que o interessado deverá comparecer ao órgão competente para cumprimento das exigências contidas no Termo de Compromisso - Anexo I, com finalidade de obter o Alvará de Funcionamento definitivo. 2º O descumprimento do Termo de Compromisso - Anexo I ensejará o cancelamento do alvará provisório e as seguintes penalidades: I - em caso de não apresentação dos documentos exigidos no Termo de Compromisso - Anexo I, no prazo de 90 dias Pena: Multa de 1 (uma) URM II - em caso de erro, omissão ou falsidade na declaração de dados; Pena: Multa de 2 (duas) URM Art. 6º O Alvará de Funcionamento Provisório não será concedido para atividades de risco ou que: I - abriguem aglomeração de pessoas; II - sirvam como depósitos ou manipulem produtos perigosos, inflamáveis, explosivos ou tóxicos; III - sejam poluentes; 3
4 IV - dependam de outorga do Poder Público; Art. 7º. Para fins de concessão de licença de funcionamento de que tratam os artigos 6º e 7º da Lei Complementar nº 123/2006, ficam classificadas como atividades de risco no território do Município de Taquara/RS: I - indústria de alimentos; II - laticínios; III - frigoríficos; IV - açougue; V - mercearias; VI - cozinha industrial; VII - casas agropecuárias e pet shops; VIII - granjas de produção de ovos; IX - transportadora (produtos perecíveis e óleo vegetal); X - laboratórios; XI - farmácias; XII - comércio de produtos médicos e hospitalares; XIII - dedetização, desinsetização, desratização, desinfecção e congêneres; XIV - distribuidoras de medicamentos; XV - empresas que realizam exames médicos; XVI - hospitais; XVII - tatuadores; XVIII - raios-x médico e odontológico; XIX - demais estabelecimentos direcionados à saúde; XX - postos de combustíveis; XXI - metalúrgicas; XXII - marcenarias, serrarias e similares; XXIII - depósitos de gás; XXIV - coleta de entulhos e galhos; XXV- serviços de limpeza de fossas; XXVI - depósitos de produtos tóxicos e perigosos; 4
5 XXVII - aterros sanitários; XXVIII - aterros de resíduos tóxicos e perigosos; XXIX - incineradores: a) produtos tóxicos e perigosos; b) resíduos de serviços de saúde. XXX - armazenamento de produtos tóxicos e perigosos; XXXI - usinas de compostagem e reciclagem de lixo urbano; XXXII - empresas com atividades potencialmente causadoras de danos ou risco à vida ou à saúde coletiva e ao meio ambiente. 1º Além das atividades arroladas no presente artigo, considerar-se-ão como atividade de alto risco aquela que assim for definida pelo Comitê Gestor da REDESIM e pela regulação municipal. 2º O Alvará de Funcionamento Provisório será cancelado se após a notificação da fiscalização orientadora não forem cumpridas as exigências e os prazos estabelecidos pelo Comitê Gestor da REDESIM. 3º O Município regulamentará as condições de concessão do alvará provisório mediante decreto, podendo, entre outras definições, estabelecer condições mínimas para sua concessão. Seção III Da Inscrição do Microempreendedor Individual Art. 8º. Conforme Lei Complementar Federal 128/08, ficam reduzidos a 0 (zero) os valores referentes a taxas, emolumentos e demais custos relativos à abertura, à inscrição, ao registro, ao alvará, à licença e ao cadastro do microempreendedor individual, em âmbito municipal, podendo os atos serem formalizados em meio eletrônico. CAPÍTULO III DA FISCALIZAÇÃO ORIENTADORA 5
6 Art. 9º. A fiscalização municipal, nos aspectos de posturas, uso do solo, sanitário, ambiental e de segurança, relativos às microempresas, às empresas de pequeno porte e aos demais contribuintes, deverá ter natureza orientadora, quando a atividade ou situação, por sua natureza, comportar grau de risco compatível com esse procedimento. Art. 10. Nos moldes do artigo anterior, quando da fiscalização municipal, será observado o critério de dupla visita para lavratura de auto de infração, exceto na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização. Parágrafo único. Considera-se reincidência, para fins deste artigo, a prática do mesmo ato no período de 60 (sessenta) meses, contados do ato anterior. Art. 11 A dupla visita consiste em uma primeira ação, com a finalidade de verificar a regularidade do estabelecimento, e em ação posterior de caráter punitivo quando, verificada qualquer irregularidade na primeira visita, não for efetuada a respectiva regularização no prazo determinado. Art. 12 Quando na visita for constatada qualquer irregularidade, será lavrado um termo de verificação e orientação para que o responsável possa efetuar a regularização no prazo de até 30 (trinta) dias, sem aplicação de penalidade. 1º Quando o prazo referido neste artigo não for suficiente para a regularização necessária, o interessado deverá formalizar com o órgão de fiscalização um termo de ajuste de conduta, no qual, justificadamente, assumirá o compromisso de efetuar a regularização dentro do cronograma que for fixado no termo. 2 Verificado que o problema pode ser sanado em prazo inferior a 30 (trinta) dias, o Município poderá reduzir o prazo de regularização. 3º Decorridos os prazos fixados no caput ou no termo de ajuste de conduta (TAC), sem a regularização necessária, será lavrado auto de infração com aplicação de penalidade cabível. CAPÍTULO IV DO AGENTE DE DESENVOLVIMENTO 6
7 Art. 13 Caberá ao Poder Executivo Municipal a designação de servidor, efetivo ou comissionado, e área responsável em sua estrutura funcional para a efetivação dos dispositivos previstos na presente Lei, observadas as especificidades locais. 1º A função de agente de desenvolvimento caracteriza-se pelo exercício de articulação das ações públicas para a promoção do desenvolvimento local e territorial, mediante ações locais ou comunitárias, individuais ou coletivas, que busquem cumprimento das disposições e diretrizes contidas nesta Lei Complementar, sob supervisão do órgão gestor local responsável pelas políticas de desenvolvimento. 2º O agente de desenvolvimento deverá preencher os seguintes requisitos: I - residir na área da comunidade em que atuar; II - ter concluído, com aproveitamento, curso de qualificação básica para a formação de agente de desenvolvimento; III - ter concluído o ensino fundamental/primeiro grau. 3º Caberá ao agente de desenvolvimento buscar junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, juntamente com as demais entidades municipalistas e de apoio e representação empresarial, o suporte para ações de capacitação, estudos e pesquisas, publicações, promoção de intercâmbio de informações e experiências. CAPÍTULO V DO ACESSO AOS MERCADOS Seção I Estímulo ao mercado local Art. 14 A administração municipal poderá incentivar a realização de feiras de produtores e artesãos, assim como poderá apoiar missão técnica para 7
8 exposição e venda de produtos locais em outros municípios de grande comercialização. CAPÍTULO VI DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 15 Fica instituído o Dia Municipal da Micro e Pequena Empresa e do Desenvolvimento, que será comemorado em 5 de outubro de cada ano. Parágrafo único. Nesse dia, será realizada audiência pública na Câmara dos Vereadores, amplamente divulgada, em que serão ouvidas lideranças empresariais e debatidas propostas de fomento aos pequenos negócios e melhorias da legislação específica. Art. 16 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir do primeiro dia útil subsequente à sua publicação. Art. 17 Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Lei Municipal 3.994, de 19 de dezembro de PALÁCIO MUNICIPAL CEL. DINIZ MARTINS RANGEL - Taquara, 30 de junho de DÉLCIO HUGENTOBLER Prefeito Municipal Registre-se e Publique-se. José Alveri Alves Pedroso Secretário Municipal de Gestão e Planejamento Estratégico 8
9 ANEXO I TERMO DE COMPROMISSO. Alvará Provisório LC 123/2006 Razão Social Endereço rua, nº Bairro Cidade UF CEP Fone CNPJ Sócio Administrador Endereço:, nº Bairro Cidade UF CEP Fone CPF Declara sob penas da Lei que a empresa supra mencionada se enquadra na Lei Geral das Micro Empresas e Empresas de Pequeno Porte. Compromisso: Compromete a apresentar até 90 dias da emissão do alvará provisório na Prefeitura de Taquara os documentos abaixo assinalados, sob pena da inscrição municipal provisória ser cancelada, bem como as penas da lei. ( ) ALVARÁ SANITÁRIO ( ) VISTORIA DO CORPO DE BOMBEIROS ( ) HABITE-SE ( ) LICENCIAMENTO AMBIENTAL ( ) CONCULTA DE VIABILIDADE VÁLIDA E APROVADA PELA SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO URBANO ( ) OUTRO(S) Assinatura do Sócio ou Representante (firma reconhecida) Até que se apresente os documentos acima mencionados e em face do que dispõe o teor dos artigos 6º e 7º da Lei Complementar 123 de 14/12/2006 fica autorizada a expedição de ALVARÁ PROVISÓRIO., de de
10 Secretário ou Diretor de Departamento 10
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