A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
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- Isaac Castilhos Van Der Vinne
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1 A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
2 AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E A PROTEÇÃO AMBIENTAL EVOLUÇÃO NORMATIVA Lei 6.938/81 PNMA CF de 88 Ordem Social e Meio Ambiente Lei 9.605/98 Sanções Penais e Administrativas de Natureza Ambiental Lei /12 Código Florestal - Lei /12 Res. CMN 4.327/14 PRSA Normativo SARB 14/14 Diretrizes e procedimentos para práticas socioambientais 2
3 AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E A PROTEÇÃO AMBIENTAL NORMAS ADICIONAIS LEI /05 Lei de Biossegurança, regulamenta o plantio e a comercialização de organismos geneticamente modificados (OGM) LEI /09 Institui a Política Nacional sobre a Mudança do Clima (PNMC) LEI /10 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) 3
4 INICIATIVAS DE AUTORREGULAÇÃO PRINCÍPIOS DO EQUADOR Proteção à biodiversidade e controle da poluição Respeito aos direitos humanos Defesa da saúde e da diversidade étnica e cultural Uso de recursos naturais de forma consciente e eficiente Compensação de impactos sociais, econômicos e ambientais 4
5 INICIATIVAS DE AUTORREGULAÇÃO PROTOCOLO VERDE O QUE É? Protocolo de intenções celebrado em 2008, define políticas e práticas bancárias precursoras, multiplicadoras e exemplares em termos de responsabiliade socioambiental em harmonia com o desenvolvimento sustentável Oferecer linhas de financiamento e programas que fomentem a qualidade de vida e o uso sustentável do meio ambiente Considerar os impactos e custos socioambientais na gestão de ativos e análise de projetos Promover o consumo consciente Informar, sensibilizar e engajar as partes interessadas em políticas sustentáveis 5
6 NÍVEIS DE RESPONSABILIZAÇÃO POR IMPACTOS E DANOS AMBIENTAIS O descumprimento das normas legais e regulatórias de natureza ambiental sujeita o agente a responsabilização de ordem: Civil (Responsabilidade Objetiva) (Arts. 3º, IV, 14, 1º da Lei 6.938/1981) Administrativa (Lei 9.605/1998) Criminal (Lei 9.605/1998) 7
7 A RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CIVIL CONCEITO DE POLUIDOR: Pessoa Física ou Jurídica, de direito público ou privado, responsável, Direta ou Indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental (Art. 3, IV, Lei 6.938/81) RESPONSABILIDADE OBJETIVA PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR (quem lucra com a atividade deve responder pelos riscos e prejuízos.): O poluidor é obrigado, INDEPENDENTEMENTE DA EXISTÊNCIA DE CULPA, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade (Art. 14, 1º, Lei 6.938/81) 8
8 RESPONSABILIDADE PENAL E ADMINISTRATIVA RESPONSABILIDADE PENAL CONCORRENTE (Lei 9.605/98) Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes contra o meio ambiente incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la (Art. 2º) RESPONSABILIDADE (ADMINISTRATIVA, CIVIL E PENAL) DA PESSOA JURÍDICA As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. (A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.) (Art. 3º, único) 9
9 CASOS JULGADOS "PROCESSUAL CIVIL. OBRA PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. CEF. FINANCIAMENTO. ILEGITIMIDADE DE PARTE. I - Na qualidade de mera financiadora de obra pública, não sendo responsável pela sua construção e tampouco pelo projeto, a Caixa Econômica Federal não pode ser responsabilizada por eventuais danos ambientais decorrentes de sua realização. (...)" (Agravo de Instrumento TRF-1ª R, ). Quanto ao BNDES, o simples fato de ser ele a instituição financeira incumbida de financiar a atividade mineradora da CMM, em princípio, por si só, não o legitima para figurar no pólo passivo da demanda. Todavia, se vier a ficar comprovado, no curso da ação ordinária, que a referida empresa pública, mesmo ciente da ocorrência dos danos ambientais que se mostram sérios e graves e que refletem significativa degradação do meio ambiente, ou ciente do início da ocorrência deles, houver liberado parcelas intermediárias ou finais dos recursos para o projeto de exploração minerária da dita empresa, aí, sim, caber-lhe-á responder solidariamente com as demais entidades-rés pelos danos ocasionados no imóvel de que se trata, por força da norma inscrita no art. 225, caput, 1º, e respectivos incisos" (TRF 1ª Região. Des. Fagundes de Deus. AG /MG, 5ª Turma, J ). "Para o fim de apuração do nexo de causalidade no dano ambiental, equiparam-se quem faz, quem não faz quando deveria fazer, quem deixa fazer, quem não se importa que façam, quem financia para que façam, e quem se beneficia quando outros fazem". (Resp /SC, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em , Dje ) A responsabilização por dano ambiental, ainda que inserida nas hipóteses de responsabilidade objetiva, exige a presença do nexo causal entre a conduta doa gente e o evento danoso. A instituição bancária não figurou como agente poluidora e tampouco teria como saber da utilização do caminhão arrendado para atividades de degradação do meio ambiente. Ilegitimidade passiva do arrendador para responder pelos danos ambientais supostamente causados pelo arrendatário. Recurso a que se nega provimento. (TJ/MG Apelação Cível /002, 2012) 9
10 POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL - PRSA O QUE É? Resolução CMN 4.327/2014 especifica critérios e mecanismos a serem observados por instituições financeiras quando da avaliação e gestão dos riscos socioambientais inerentes aos negócios que realizam e a suas relações com as partes interessadas. DUPLO OBJETIVO Fornecer elementos que possibilitem o gerenciamento e a mitigação de riscos socioambientais observando-se a relevância e a proporcionalidade, impulsionando os bancos a atuar de modo a favorecer o financiamento de atividades que sejam sustentáveis do ponto de vista socioambiental. PRAZOS Implementação obrigatória até 31 DE JULHO DE Instituições sujeitas ao Processo Interno de Avaliação da Adequação de Capital devem implementar até 28 DE FEVEREIRO DE
11 POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL - PRSA GOVERNANÇA Para assegurar o cumprimento da PRSA as Instituições Financeiras devem manter estrutura de governança compatível provendo condições para implementação das ações da PRSA monitorar o cumprimento das ações avaliação da efetividade das ações verificação da adequação do gerenciamento de risco ambiental identificação de eventuais deficiências na implementação das ações COMITÊ DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL natureza consultiva vinculado à diretoria ou ao Conselho de Administração monitorar e avaliar a PRSA propor aprimoramentos à PRSA 11
12 POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL - PRSA RISCO SOCIOAMBIENTAL A possibilidade de perdas causadas por danos ambientais que afetem as instituições financeiras. O risco socioambiental deve ser considerado como um componente das diversas modalides de risco (operacional, de crédito e de Mercado) GERENCIAMENTO DE RISCO SOCIOAMBIENTAL DEVE LEVAR EM CONTA: Sistemas, rotinas e procedimentos que possibilitem identifiar, classificar, avaliar, monitorar, mitigar e controlar o risco socioambiental presente nas atividades e nas operações da instituição Registro de dados referentes às perdas efetivas em função de danos socioambientais, pelo período mínimo de cinco anos, incluindo valores, tipo, localização e setor econômico objeto da operação Avaliação prévia dos potenciais impactos socioambientais negativos de novas modalidades de produtos e serviços, inclusive em relaçãoao risco de reputação Procedimentos para adequação do gerenciamento do risco socioambiental às mudanças legais, regulamentares e de mercado 17
13 POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL - PRSA IMPLEMENTAÇÃO DA PRSA A implementação da PRSA deve estar estabelecida em um plano de ação. O Plano de Ação deve contemplar: adequação da estrutura organizacional e operacional da Instituição Rotinas e Procedimentos Cronograma de Implementação PRSA e Plano de Ação: aprovação Diretoria & Conselho de Administração Cumprimento da PRSA: responsabilidade de Diretor designado Atualização da PRSA a cada 5 anos. 17
14 NORMATIVO SARB Nº14/2014 O QUE É? Normativo do Sistema de Autorregulação da FEBRABAN, que define diretrizes e parâmetros concretos para a implementação da PRSA, em conformidade com os princípios fixados pela Res. CMN Visão sobre a governança, o conteúdo e a aplicação da PRSA no gerenciamento do RISCO SOCIOAMBIENTAL atrelado às atividades dos FINANCIADOS e das próprias INSTITUIÇÕES sobre Operações Financiamento a Projetos Participação em empresas Garantias Imobiliárias 19
15 NORMATIVO SARB Nº14/2014 OPERAÇÕES Operações que requeiram PADRÃO MÍNIMO DE DILIGÊNCIA, com a prévia análise da finalidade de utilização dos recursos e de aspectos socioambientais, em razão de seu maior grau de exposição a riscos. Análise deve ser feita com base em critérios consistentes e passíveis de verificação, tal como licença ambiental. CLÁUSULAS MÍNIMAS: Obrigação de o tomador CUMPRIR a legislação ambiental e trabalhista Faculdade de DECRETAÇÃO de vencimento antecipado em casos específicos Obrigação de o tomador MONITORAR as suas atividades para identificar e mitigar impactos ambientais não previstos no momento da contratação do crédito Obrigação de o tomador MONITORAR seus fornecedores diretos e relevantes no que diz respeito a impactos socioambientais. 19
16 NORMATIVO SARB Nº14/2014 FINANCIAMENTO A PROJETOS Padrão mínimo de diligência: Setor econômico do financiado e localização do projeto; qualidade da gestão socioambiental do tomador no escopo do projeto; e monitoramento do risco socioambiental do desenvolvimento do projeto. PARTICIPAÇÃO EM EMPRESAS Investimentos das Instituições em companhias devem ser precedidos de Auditoria Socioambiental. Participação com direitos de sócio, que assegurem preponderância nas deliberações sociais, poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores, controle operacional efetivo ou controle societário. 19
17 NORMATIVO SARB Nº14/2014 AUDITORIA SOCIOAMBIENTAL GARANTIAS IMOBILIÁRIAS avaliar eventuais passivos socioambientais averiguar o cumprimento da legislação socioambiental vigente avaliar fornecedores diretos e relevantes da companhia Imóvel rural oferecido em garantia averbação RESERVA LEGAL na matrícula ou no CAR - cadastro ambiental rural Declaração de que o imóvel rural não possui restrição ao uso (APA, APP, Reserva Legal, terras indígenas e quilombolas) Faculdade de vencimento antecipado caso seja constatada qualquer restrição. 19
18 OBRIGADO!
19
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