A contribuição dos exercícios resistidos na prevenção de fraturas em mulheres com osteoporose
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- Adriano Palhares Cruz
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1 1 A contribuição dos exercícios resistidos na prevenção de fraturas em mulheres com osteoporose Bruna Cristina Cruz Lima 1 bruninhalimaster@gmail.com Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-Graduação em Fisioterapia em Traumatologia com ênfase em terapias manuais_ Faculdade Cambury Resumo A pesquisa refere-se à contribuição dos exercícios resistidos na prevenção de fraturas em mulheres com osteoporose. A osteoporose é uma doença metabólica do osso, caracteriza-se por uma redução gradual da massa do osso, cujo resultado final, se não for controlada, são as fraturas e deformidades ósseas. O intuito foi fazer uma análise bibliográfica, com o objetivo de evidenciar nesse contexto, a contribuição dos exercícios resistidos em mulheres com osteoporose. Trata-se de uma revisão literária de bibliografias publicadas nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), publicados entre 2004 a 2014 na língua portuguesa. A presente pesquisa constatou por meio desta revisão que os exercícios resistidos ajudam a estimular o crescimento ósseo, além de ganho de força, massa e resistência muscular, associado a melhoras na flexibilidade, coordenação e agilidade, resultando em adaptações no processo de remodelação óssea. Palavras-chave: Exercício resistido; Fraturas; Osteoporose. 1. Introdução A osteoporose é um importante problema de saúde pública em todo o mundo, é uma doença metabólica do tecido ósseo, provocando uma degradação da microarquitetura tecidual, que consequentemente irá favorecer a fragilidade óssea (CARVALHO et al, 2004). Esse fenômeno ocorre quando os osteoclastos criam uma cavidade excessivamente profunda que não consegue ser suficientemente preenchida pelos osteoblastos (FREIRE e ARAGÃO, 2004; DIAS, 2006; GUALANO et al, 2011). A osteoporose é o enfraquecimento progressivo dos ossos, com perda de massa óssea, cujo resultado final, se não for controlada, são as fraturas e deformidades ósseas. Ela atinge dez vezes mais as mulheres do que os homens. Nos homens ocorrem após os 65 anos de idade. Em 30 a 40% das mulheres é muito grave, ocasionando fraturas. A primeira fratura geralmente ocorre nas vértebras da coluna (CALDAS e SALDANHA, 2004). De acordo com Cubas et al (2006), existem dois tipos de osteoporose, a primária e a secundária. A osteoporose primária refere-se à perda de massa óssea resultante do processo normal de envelhecimento, na qual a deficiência estrogênica é o principal fator etiológico. Já a osteoporose secundária, de acordo com Wibelinger (2009); Lambertucci et al (2006); Campos et al (2004), ocorre quando há redução da massa de tecido ósseo por algum processo patológico como os distúrbios endócrinos, falhas na absorção dos nutrientes nas neoplasias ósseas malignas, uso prolongado de medicamentos que afetam o metabolismo ósseo e insuficiência renal. A importância médica das fraturas está intimamente relacionada á complicações associadas. O tipo de fratura influencia a sobrevida. As do colo do fêmur são as mais graves, ocorrendo o excesso de morte em 10 a 20% das mulheres durante o primeiro ano após a fratura. O risco de 1 Pós graduanda em Fisioterapia em Traumatologia com ênfase em terapias manuais e graduada em Fisioterapia. 2 Mestrando em Bioética e Direito em Saúde, Especialista em Metodologia do Ensino Superior e graduada em Fisioterapia.
2 2 morte é maior imediatamente após a fratura e diminui com o tempo. Poucas mortes podem ser atribuídas á fratura do quadril (WANNMACHER, 2004). O diagnóstico da osteoporose é realizado pela medida da densidade mineral óssea (DMO) através da técnica de densitometria óssea por dupla emissão de raios X (DXA). É um método não invasivo, preciso, disponível e de baixa radiação. Apesar da DMO medida por DXA explicar entre 66% e 74% da variação da força óssea, em nosso meio ainda é o exame padrãoouro para diagnóstico da osteoporose, informação prognóstica da probabilidade de fraturas (KULAK et al, 2011). De acordo com Cunha et al (2008), o exercício físico pode contribuir no processo de ganho e manutenção de massa óssea, sendo importante no campo da prevenção de fraturas. Os exercícios resistidos de acordo com o estudo de Jovine et al (2006), desencadeiam contrações musculares contra alguma forma de resistência externa, geralmente pesos, denominados de treinamento com pesos, ou de força, ou contra resistência. É capaz de prover estímulo para aumentar a força muscular e a formação óssea, influenciando os fatores de risco relacionados com osteoporose e quedas seguidas de fratura em mulheres. Diante disto, o presente estudo teve o objetivo de descrever a contribuição dos exercícios resistidos na prevenção de fraturas em mulheres com osteoporose. 2. Fundamentação Teórica Segundo Széliga (2007), o osso é um tecido metabolicamente dinâmico e sua rigidez depende do equilíbrio entre os processos anabólicos (aposição) e catabólicos (reabsorção). Sabe-se que a constituição genética, a dieta e os estímulos físicos são fatores que influenciam o metabolismo ósseo, mas o controle efetivo da aposição e da reabsorção óssea é mediado por hormônios, produtos celulares e pelos constituintes da matriz óssea [...] [...] O processo catabólico ou reabsorção óssea tem a função vital de manter constantes os níveis de cálcio extracelulares. Já a aposição óssea (síntese e mineralização da matriz óssea) tem dois principais objetivos, que são: repor o tecido ósseo perdido pelo processo catabólico e suprir as necessidades do órgão em se adaptar às condições funcionais. Ao longo da vida do indivíduo, vão sendo acumulados desequilíbrios entre esses dois processos, principalmente em função da hipocalcemia (existência de uma fraca concentração de cálcio no sangue). Com a supremacia do processo catabólico, a perda óssea se instala, principalmente se fatores inibidores da neoformação óssea como os inerentes à senescência estiverem associados. Assim, alterações no metabolismo, na absorção de cálcio e no perfil hormonal, principalmente em mulheres após menopausa, associada à inatividade física, contribuem para um balanço negativo no equilíbrio da remodelação óssea, tendo a osteoporose como principal consequência. 2.1 Osteoporose A osteoporose é uma doença metabólica do osso, sendo uma das doenças mais comuns que ocorrem com o envelhecimento. A osteoporose, com as consequentes fraturas ósseas, representa um grave problema, cujas repercussões afetam não só a qualidade de vida como a própria longevidade (AFONSO e ALMEIDA, 2005). Caracteriza-se por uma redução gradual da massa do osso, que conduz a dor, especialmente nas costas e no peso que aguenta os ossos. Algumas vezes, os ossos afetados estão tão finos que ao bater levemente o pulso contra uma superfície dura ou sentar-se depressa pode causar fratura. E a sua incidência aumenta à medida que vamos envelhecendo (AFONSO e ALMEIDA, 2005). A osteoporose primária refere-se à perda de massa óssea resultante do processo normal de envelhecimento, na qual a deficiência estrogênica é o principal fator etiológico. Já a
3 3 osteoporose secundária, por sua vez, relaciona-se a uma vasta lista de enfermidades e drogas implicadas na gênese ou exacerbação da doença (CUBAS et al, 2006). Fonte: Figura 1: Osteoporose Incidência de fratura A osteoporose é considerada um importante problema de saúde pública da atualidade. Nos Estados Unidos ela afeta aproximadamente 24 milhões de americanos, dos quais 80% são mulheres; é responsável por mais de 1,5 milhão de fraturas anualmente (DRIUSSO et al, 2008). Dentre as fraturas associadas à osteoporose, as mais relevantes são as da coluna, as do fêmur proximal e as do terço distal do antebraço. Essas fraturas fazem com que 7% das mulheres tornem-se dependentes na execução de tarefas diárias, e que 8% tenham necessidade de atendimento domiciliar de enfermaria (FUJIMOTO, 2009). O autor relata ainda que as fraturas de fêmur são as que mais contribuem nesse cenário. Em longo prazo, o dano mais significativo é a capacidade de deambulação. Aproximadamente 20% das mulheres não eram capazes de deambular antes da fratura, mas daquelas que eram capazes de andar, metade não consegue realizar essa atividade de maneira independente depois de ocorrida a fratura. Fonte: Figura 2: Fratura
4 Fatores de risco De acordo com Carvalho et al (2004), a etiologia da perda de massa óssea é complexa, multifatorial, inclui hereditariedade, etnia, idade avançada, sexo feminino, baixo peso corporal, deficiência hormonal, excessivo consumo de álcool, inatividade física, tabagismo, e fatores nutricionais. Auad et al (2008), ressalta que o aparecimento da osteoporose está ligado à concentração dos hormônios do organismo. O estrógeno, um hormônio sexual feminino, também presente nos homens, mas em menor quantidade, ajuda a manter o equilíbrio entre a perda e o ganho de massa óssea. [...] Nas mulheres, o ápice da massa óssea ocorre aproximadamente aos 35 anos de idade, e a partir desse período, gradativamente aumenta a atividade dos osteoclastos e diminui a atividade dos osteoblastos, resultando em perda de cálcio e massa óssea acentuada. Além disso, há redução da força muscular e do processo sensório motor, causando maior risco de quedas e fraturas. O risco de desenvolvimento da osteoporose no sexo feminino é quatro vezes maior do que em indivíduos do sexo masculino, sendo que 30% das mulheres são acometidas no período de pós-menopausa, comprometendo as mesmas em diversos aspectos de sua vida. Fonte: Figura 3: Fator de risco (Idade) Fisiopatologia Freire e Aragão (2004), relatam que a osteoporose é caracterizada por tecido ósseo de baixa densidade mineral, o que o torna mais frágil e susceptível a fraturas. Esse fenômeno ocorre quando os osteoclastos criam uma cavidade excessivamente profunda que não consegue ser suficientemente preenchida pelos osteoblastos. A densidade mineral óssea é o resultado de um processo dinâmico de formação e reabsorção do tecido ósseo chamado de remodelação. A reabsorção causa a deterioração desse tecido enquanto a formação do mesmo é responsável pela reconstrução e fortalecimento do tecido deteriorado (CADORE et al, 2005).
5 5 Fonte: Figura 4: Fisiopatologia Diagnóstico A osteoporose pode ser precisamente diagnosticada por métodos não invasivos para determinação da densidade mineral óssea, possibilitando intervenção para prevenção de perda óssea naqueles indivíduos com diminuição da densidade óssea (DMO), fundamental para a prevenção de fraturas e diminuição dos custos associados [...] [...] O diagnóstico depende da história do paciente, exames físicos, métodos de imagem e laboratoriais. Entre os métodos de imagem destacam-se desde a radiografia até a desintometria óssea. Entretanto a radiografia simples só evidencia a osteopenia da osteoporose, quando a perda da massa óssea já for superior a 30%, não sendo, portanto um exame capaz de detectar precocemente a doença, acompanhar a sua evolução e os efeitos do tratamento (OCARINO e SERAKIDES, 2006). Fonte: Figura 5: Desintometria óssea
6 Osteoporose e fratura De acordo com Radominski (2004), com a densidade mineral óssea menor que 2,5 desviospadrões em relação ao adulto jovem, uma mulher pode ser considerada osteoporótica, e isso acarreta um risco de 30% de sofrer fraturas na coluna vertebral, fêmur e rádio distai, com taxas de morbidade e mortalidade significativas [...] [...] As fraturas de coluna vertebral são as mais prevalentes e ocorrem geralmente entre os 50 e 60 anos de idade. As fraturas de colo femoral aumentam em incidência após os 60 anos, e sua gravidade é muito maior em comparação à fratura de coluna vertebral. Logo após a menopausa a incidência de fraturas de antebraço começam a aumentar e estabiliza após os 65 anos. A incidência de fraturas do quadril aumenta lentamente com a idade, porém após a oitava década sua incidência aumenta exponencialmente. A fratura vertebral ocorre mais precocemente que a fratura do quadril e apresenta uma incidência cada vez maior com o aumento da idade e dos anos pós-menopausa. Fonte: Figura 6: Osteoporose e fratura Tratamento Medicamentoso Como terapia medicamentosa alternativa, duas classes de drogas principais: agentes antireabsorção do tecido ósseo e agentes estimuladores da formação óssea. Os agentes antireabsorção são drogas que inibem a atividade osteoclástica e são especialmente úteis para os pacientes nas fases de rápida remodelação óssea da doença [...] [...] São exemplos: estrogênios, calcitonina e bisfosfonatos. Os estimuladores da formação óssea, cujos representantes atuais são o fluoreto de sódio e o paratormônio, são drogas capazes de estimular a formação, causando assim aumento importante na massa óssea, em detrimento da reabsorção do tecido ósseo (GUIMARÃES E FERREIRA, 2009). Segundo Camargo et al (2007 apud Guimarães e Ferreira, 2009), os tratamentos farmacológicos são caros e muitas vezes excedem os recursos econômicos dos pacientes. A escolha terapêutica deve sempre combinar um agente antirreabssortivo e medidas não farmacológicas, como programas de exercícios físicos e consumo adequado de cálcio, preferencialmente da dieta.
7 7 Fonte: Figura 7: Medicamentos Tratamento não-medicamentoso Dentre os fatores de risco para a osteoporose a inatividade física é apontada importante variável e seus efeitos positivos sobre o tecido ósseo, tanto em indivíduos normais quanto na prevenção e tratamento da osteoporose, vêm sendo verificados com diferentes formas de intervenção (MICULIS et al, 2009). Fonte: Figura 8: Exercício Físico De acordo com Santos e Borges (2010), a prática regular de exercícios físicos influencia a manutenção das atividades normais ósseas, e por este motivo vem sendo indicada no tratamento da osteoporose. Entretanto, a relação entre exercício físico e osteoporose tem levado pesquisadores a abordar várias discussões sobre este assunto, buscando melhor conhecimento sobre fatores como a intensidade, frequência e duração dos exercícios utilizados como método de prevenção e tratamento da patologia Exercício resistido Segundo Polippo (2010), é considerado exercício resistido àquele que realizado de forma dinâmica, com uso de equipamento (aparelhos) ou cargas livres (pesos) cuja capacidade é
8 8 adaptações hipertróficas quanto à habilidade (adaptações neurais) para levantar uma determinada carga em um movimento específico. O autor supracitado relata ainda que os exercícios resistidos possuem dois tipos de caracterização; os exercícios dinâmicos que por sua característica é mediante a contração muscular e em seguida de movimento articular, e os exercícios estáticos que produzem contração muscular sem movimento articular. Fonte: Figura 9: Medicamentos 3. Metodologia Trata-se de uma revisão literária de bibliografias publicadas nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs). Foram utilizados os descritores: Cinesioterapia; Fratura; Osteoporose. Foram incluídos estudos que demonstrassem a contribuição dos exercícios com ênfase na prevenção de fraturas em mulheres com osteoporose, ou que contribuíssem para o objetivo do presente estudo, publicados entre 2004 a 2014 na língua portuguesa. Foram excluídos os estudos que não atendiam ao período do estudo e publicações que não tratavam de pesquisa científica. Não foram restringidos tipos de estudos, se observacional ou experimental. A análise iniciou pela leitura de todos os títulos e resumos dos artigos para excluir aqueles que não tratavam do tema em questão e após esta etapa foram obtidos os artigos para a leitura completa para a análise dos principais resultados encontrados e conclusões dos autores. Foram encontrados um total de 50 artigos, onde 31 foram excluídos por não se enquadrarem no enfoque do trabalho, sendo selecionados assim 18 artigos para o mesmo. Além desses, foram incluídos 1 monografia, 1 dissertação e 1 livro. 4. Resultados e Discussão Os artigos escolhidos foram criteriosamente analisados extraindo informações primordiais relacionadas ao tipo de estudo e a contribuição dos exercícios resistidos na prevenção de fraturas em mulheres com osteoporose. De acordo com Cunha et al, (2008), o exercício físico pode contribuir no processo de ganho e manutenção de massa óssea, sendo importante no campo da prevenção. Diante disto, pode-se notar a contribuição dos exercícios resistidos na prevenção de fraturas em mulheres com osteoporose na tabela abaixo.
9 9 Autor / Ano Freire e Aragão (2004) Resultados Ajuda a estimular o crescimento ósseo e preservar a massa óssea Elsangedy (2006) Adaptações no processo de remodelação óssea. Jovine et al, (2006) Navega e Oishi, (2007) Auad (2008) Ganha força muscular e densidade mineral óssea Pinheiro et al, (2010) De acordo com Freire e Aragão (2004), ossos e músculos respondem bem ao estresse físico, tornando-se maiores e mais fortes. Exercícios físicos provocam tensão física no corpo, ajuda a estimular o crescimento ósseo, preservar a massa óssea e, consequentemente, auxilia na prevenção e tratamento da osteoporose. Com relação aos exercícios resistidos o autor relata que exercem um importante efeito na densidade óssea, pois os exercícios que utilizam resistência podem ajudar a alcançar o maior pico de massa óssea possível nas mulheres com o principalmente na pós-menopausa. Tais exercícios aumentam a massa óssea primariamente no local onde a força é aplicada. O local onde é aplicado maior peso tem como resposta uma maior resistência, efeito que previne fraturas, pois, atua diretamente na formação e remodelação óssea. A contribuição dos exercícios resistidos pode ser verificada no estudo de Elsangedy (2006), em mulheres na pré-menopausa, pois, os exercícios resistidos têm se mostrado eficazes, mantendo esses benefícios durante a pós-menopausa. O autor relata que em várias pesquisas têm acordado que, mesmo durante a pós-menopausa onde a um aumento da renovação e redução da formação óssea, os treinamentos com pesos apresentam respostas esqueléticas positivas. O princípio da estimulação osteogênica nessa atividade está associado diretamente à tensão muscular (estresse mecânico), envolvendo na musculatura acionada. Essa deformidade momentânea acarreta uma cascata de eventos osteoblásticos em resposta às modificações na tensão do osso. Outro efeito relevante no treinamento com pesos é a maior eficiência para o estímulo piezelétrico no osso, gerando maior atividade osteoblástica e aumentando a formação óssea através do incremento a síntese de DNA. O exercício resistido é de extrema importância para o osteoporótico, pelo fato de proporcionar ganho de força, massa muscular e resistência muscular, associado a melhoras na flexibilidade, coordenação e agilidade, resultando em adaptações no processo de remodelação óssea. Os exercícios resistidos de acordo com o estudo de revisão bibliográfica de Jovine et al, (2006), desencadeiam contrações musculares contra alguma forma de resistência externa, geralmente pesos, denominados de treinamento com pesos, ou de força, ou contra resistência.
10 10 É capaz de prover estímulo para aumentar a força muscular e a formação óssea, influenciando os fatores de risco relacionados com osteoporose e quedas seguidas de fratura. Navega e Oishi (2007), realizaram um estudo descritivo transversal, realizado por meio de entrevistas, em que o pesquisador aplicou uma ficha de avaliação e o questionário SF-36, onde ficou evidenciado que o exercício resistido em mulheres acometidas por osteoporose, mas que não tenham diagnóstico de fraturas ocorridas por baixo impacto, e que pratiquem regularmente exercício físico, têm qualidade de vida semelhante à de mulheres sem osteoporose. No estudo de Auad et al, (2008), foram estudadas 28 mulheres com idades entre 69 e 80 anos com diagnóstico de osteoporose. As sessões de exercícios resistidos e aeróbicos foram com duração de uma hora, duas vezes por semana, num período de oito meses. Ficou evidenciado que os exercícios resistidos e aeróbicos apresentaram melhora na qualidade de vida ao final do treinamento físico. Pode-se notar também as contribuições do exercício resistido no estudo de Pinheiro et al, (2010), sobre a densidade mineral óssea, força muscular, equilíbrio e qualidade de vida em mulheres com osteoporose. Participaram do estudo 16 voluntárias. O treinamento resistido foi realizado em 12 meses com duração de 60 min e foram realizadas com frequência de 3 sessões semanais, sendo apontado eficaz no tratamento da osteoporose, devido ao controle efetivo tanto do volume como da intensidade das cargas o que pode favorecer ganho de força e, consequentemente, de densidade mineral óssea. 5. Conclusão Pode-se observar dentre os estudos selecionados que as mulheres com osteoporose têm uma incidência importante de fraturas e que ocorrem geralmente na pós-menopausa. A presente pesquisa constatou por meio desta revisão que os exercícios resistidos ajudam a estimular o crescimento ósseo, além de ganho de força, massa e resistência muscular, associado a melhoras na flexibilidade, coordenação e agilidade. O exercício contribui positivamente como medida preventiva de fraturas em mulheres, pois o mesmo irá favorecer a atividade de células ósseas que consequentemente irá melhorar a densidade óssea. Ficou evidenciada a contribuição que os exercícios proporcionam na prevenção de fraturas em mulheres com osteoporose, visto que promovem manutenção da densidade mineral óssea e desta forma influenciando os fatores de risco relacionados com osteoporose e quedas seguidas de fratura. 6. Referências ALMEIDA, Maria João; AFONSO, Cláudio Luis de Freitas. Análise exploratória da atividade física dos idosos e outros comportamentos associados nas freguesias de São Jorge e arco de São Jorge. Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de Fisioterapia da Universidade Madeira, como requisito para obtenção do título de Fisioterapeuta. Rio de Janeiro, AUAD, Marco Antonio. et al. Eficácia de um programa de exercícios físicos na qualidade de vida de mulheres com osteoporose. Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde, v. 33, n. 1, p. 31-5, nov. 2007/abr., CADORE, EDUARDO LUSA, et al. Efeitos da atividades física na densidade mineral óssea e na remodelação do tecido ósseo. Artigode Revisão. Rev. Bras. Med. Esporte, v. 11, n. 6, nov./dez, CAMPOS, Lucia. et al. Osteoporose na infância e na adolescência. Jornal de Pediatria, v. 79, n. 6, p , jan./ mar., 2004.
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