O impacto do Programa Mais Médicos para o Brasil na formação médica
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- Branca Flor Sousa Botelho
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1 O impacto do Programa Mais Médicos para o Brasil na formação médica Julho Graduação e Residência Médica Hermila Guedes Consa. Hermila Guedes Agosto
2 O Programa Mais Médicos para o Brasil (Lei nº /13) e a expansão de escolas médicas
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4 Arthur Chioro 08/04/2015
5 Arthur Chioro 08/04/2015
6 O Programa Mais Médicos (Lei nº /13) e a Formação em Medicina Provimento de profissionais Provimento emergencial Mais vagas em cursos de Medicina Implantação de novos cursos de Medicina Mudança na formação Novas DCN Interiorização da formação graduação e Residência Universalização da Residência Médica Regulamentação da utilização do SUS na formação - COAPES
7 Arthur Chioro 08/04/2015
8 Arthur Chioro 08/04/2015
9 Critérios municipais para abertura de cursos de Medicina Número de leitos SUS maior ou igual a 5 por aluno Mínimo de 3 Programas de Residência Médica dentre as 5 áreas básicas Equipamentos públicos e programas de saúde adequados à formação Projeto Pedagógico focado na Atenção Básica e nos problemas locais de Saúde Arthur Chioro 08/04/2015
10 Realidade dos municípios contemplados Municípios sem unidades de saúde em mínimas condições de aproveitamento como campos de prática Estudos regionais direcionados para induzir a aprovação Ausência de Recursos Humanos para a docência Pressão política como principal facilitador Pareceres das Comissões, quando desfavoráveis, nem sempre são considerados
11 Mais e melhores médicos para o Brasil (...) A quantidade de médicos que ingressam no mercado de trabalho está aquém do total de postos disponíveis. (...) Para mudar essa realidade, o governo federal criará 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina até 2017, com prioridade para regiões de maior deficit e municípios com rede de saúde estruturada e que não contam ainda com faculdades de medicina. Desse total, vagas já foram autorizadas, 40% delas no Nordeste e no Norte. Com isso, esperamos atingir a meta de 2,7 médicos por habitantes em 2026 (hoje temos apenas 1,8). Também serão abertas 12,4 mil vagas de residência médica em todas as especialidades, em particular em áreas prioritárias para o SUS. Só neste ano, bolsas de residência foram criadas pelo Ministério da Saúde. Teremos, assim, mais profissionais qualificados e garantiremos oportunidade de acesso à residência a todos os graduados do país. ARTHUR CHIORO (FOLHA DE SÃO PAULO 29/07/2014)
12 Com as regras específicas para a abertura de novos cursos de medicina, o ensino chegará aonde faltam profissionais, mas com o cuidado de que essas localidades tenham tanto docentes e preceptores qualificados, como hospitais, postos de saúde, unidades de pronto atendimento (UPAs) e ambulatórios estruturados. Para isso, estamos investindo mais de R$ 13,5 bilhões para construir, qualificar e equipar as unidades de saúde, para que a formação dos futuros médicos ocorra em sintonia com as necessidades do sistema de saúde, conforme preconizam as novas diretrizes curriculares aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação e pelo Ministério da Educação. Outra mudança em curso, também prevista na lei que criou o Mais Médicos, é que os médicos que optarem por ingressar nas demais especializações terão de fazer de um a dois anos de residência em medicina geral de família e comunidade, consolidando uma formação mais abrangente e reforçando o compromisso social do médico com a realidade do país. Essas medidas implementadas pelo Mais Médicos são um forte compromisso do governo federal com a melhoria da qualidade dos cursos, que passarão a ter um processo específico de avaliação a cada dois anos, uma demanda defendida por especialistas em ensino médico. ARTHUR CHIORO (FOLHA DE SÃO PAULO 29/07/2014)
13 Resumindo Suposta falta de médicos no país sem considerar a distribuição desigual, nessa conclusão Estudos regionais sobre o impacto social da escola médica na sociedade local, desconsiderando a real de serviços e profissionais existentes Crença infundada de que escolas fixam médicos nos municípios Implantação de novos dispositivos que obriguem o recém-formado a se fixar na região, ainda que temporariamente - RMGSF Universidades públicas sem recursos para implantação efetiva no interior Exigência de que universidades, para atuarem no interior, criem vagas (paguem bolsas) de RM na Rede SUS COAPES Criação de Comissão específica para avaliação de novas escolas
14 Existem 257 cursos de medicina no Brasil Totalizando vagas Quantitativo de escolas médicas por estado - 11/08/ Quantidade de escolas SP MG RJ PR RS BA SC PE PB GO CE PA MT ES PI AL TO MA DF MS RN RO AM SE AC RR AP De 2000 a novos cursos!!!
15 O Programa Mais Médicos para o Brasil e as Novas Diretrizes Curriculares Nacionais
16 NOVAS DIRETRIZES NACIONAIS CURRICULARES PARA CURSOS DE MEDICINA Resolução No. 3 de 20/06/2014 (D.O. 23/06/2014) Art. 3º O graduado em Medicina terá formação geral, humanista, crítica, reflexiva e ética, com capacidade para atuar nos diferentes níveis de atenção à saúde, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, nos âmbitos individual e coletivo, com responsabilidade social e compromisso com a defesa da cidadania, da dignidade humana, da saúde integral do ser humano e tendo como transversalidade em sua prática, sempre, a determinação social do processo de saúde e doença.
17 NOVAS DIRETRIZES NACIONAIS CURRICULARES PARA CURSOS DE MEDICINA Resolução No. 3 de 20/06/2014 (D.O. 23/06/2014) O QUE HÁ DE NOVO? Art. 4º Dada a necessária articulação entre conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas do egresso, para o futuro exercício profissional do médico, a formação do graduado em Medicina desdobrar-se-á nas seguintes áreas: I - Atenção à Saúde II - Gestão em Saúde e III - Educação em Saúde
18 Da Gestão em Saúde Art. 6º Na Gestão em Saúde, a Graduação em Medicina visa à formação do médico capaz de compreender os princípios, diretrizes e políticas do sistema de saúde, e participar de ações de gerenciamento e administração para promover o bem estar da comunidade, por meio das seguintes dimensões: I - Gestão do Cuidado, ( ); II - Valorização da Vida, com a abordagem dos problemas de saúde recorrentes na atenção básica, na urgência e na emergência, na promoção da saúde e na prevenção de riscos e danos, visando à melhoria dos indicadores de qualidade de vida, de morbidade e de mortalidade, por um profissional médico generalista, propositivo e resolutivo; III - Tomada de Decisões, ( ); IV - Comunicação, ( ); V - Liderança exercitada na horizontalidade das relações interpessoais ( ), VI - Trabalho em Equipe, ( ); VII - Construção participativa do sistema de saúde, ( ); e VIII - Participação social e articulada nos campos de ensino e aprendizagem das redes de atenção à saúde, ( ).
19 Da Educação em Saúde Art. 7º Na Educação em Saúde, o graduando deverá corresponsabilizar-se pela própria formação inicial, continuada e em serviço, autonomia intelectual, responsabilidade social, ao tempo em que se compromete com a formação das futuras gerações de profissionais de saúde, e o estímulo à mobilidade acadêmica e profissional, objetivando: I - aprender a aprender, ( ); II - aprender com autonomia e com a percepção da necessidade da educação continuada, ( ); III - aprender interprofissionalmente, com base na reflexão sobre a própria prática e pela troca de saberes com profissionais da área da saúde e outras áreas do conhecimento, ( ); IV - aprender em situações e ambientes protegidos e controlados, ou em simulações da realidade, ( );
20 V - comprometer-se com seu processo de formação, envolvendo-se em ensino, pesquisa e extensão e observando o dinamismo das mudanças sociais e científicas que afetam o cuidado e a formação dos profissionais de saúde, a partir dos processos de autoavaliação e de avaliação externa dos agentes e da instituição, promovendo o conhecimento sobre as escolas médicas e sobre seus egressos; VI - propiciar a estudantes, professores e profissionais da saúde a ampliação das oportunidades de aprendizagem, pesquisa e trabalho, por meio da participação em programas de Mobilidade Acadêmica e Formação de Redes Estudantis, viabilizando a identificação de novos desafios da área, estabelecendo compromissos de corresponsabilidade com o cuidado com a vida das pessoas, famílias, grupos e comunidades, especialmente nas situações de emergência em saúde pública, nos âmbitos nacional e internacional; e VII - dominar língua estrangeira, de preferência língua franca, para manter-se atualizado com os avanços da Medicina conquistados no país e fora dele, bem como para interagir com outras equipes de profissionais da saúde em outras partes do mundo e divulgar as conquistas científicas alcançadas no Brasil.
21 Art. 24. A formação em Medicina incluirá, como etapa integrante da graduação, estágio curricular obrigatório de formação em serviço, em regime de internato, sob supervisão, em serviços próprios, conveniados ou em regime de parcerias estabelecidas por meio de Contrato Organizativo da Ação Pública Ensino-Saúde com as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, conforme previsto no art. 12 da Lei nº , de 22 de outubro de º A preceptoria exercida por profissionais do serviço de saúde terá supervisão de docentes próprios da Instituição de Educação Superior (IES); 2º A carga horária mínima do estágio curricular será de 35% (trinta e cinco por cento) da carga horária total do Curso de Graduação em Medicina.
22 3º O mínimo de 30% (trinta por cento) da carga horária prevista para o internato médico da Graduação em Medicina será desenvolvido na Atenção Básica e em Serviço de Urgência e Emergência do SUS, respeitando-se o mínimo de dois anos deste internato. 4º Nas atividades do regime de internato previsto no parágrafo anterior e dedicadas à Atenção Básica e em Serviços de Urgência e Emergência do SUS, deve predominar a carga horária dedicada aos serviços de Atenção Básica (.) nos serviços de Urgência e Emergência. 5º As atividades do regime de internato voltadas para a Atenção Básica devem ser coordenadas e voltadas para a área da Medicina Geral de Família e Comunidade. 6º Os 70% (setenta por cento) da carga horária restante do internato incluirão, aspectos essenciais das áreas de Clínica Médica, Cirurgia, Ginecologia-Obstetrícia, Pediatria, Saúde Coletiva e Saúde Mental, em atividades práticas e com carga horária teórica que não seja superior a 20% (vinte por cento) do total por estágio, em cada uma destas áreas.
23 Avaliação dos cursos É instituída a avaliação específica para curso de graduação em Medicina, a cada 2 (dois) anos, com instrumentos e métodos que avaliem conhecimentos, habilidades e atitudes, a ser implementada no prazo de 2 (dois) anos Será mantido o ENADE? Teste do Progresso?
24 Expansão territorial e universalização da Residência Médica
25 Residência Médica Aumento de 552% na oferta de bolsas de residência médica pelo Ministério da Saúde Até Fonte: SGTES/MS
26 Mudança na formação médica Brasil passa a ter uma especialidade de base: Medicina Geral de Família e Comunidade com exceção de 9 especialidades todas as outras terão que fazer 1 ou 2 anos de Medicina Geral de Família e Comunidade Residência MGFC Residência em outras Especialidades Teste de Progresso para Acesso à Residência 1 ou 2 anos formando/atuando no SUS na AB, Urgência, Saúde Mental, Atenção Domiciliar etc, Fpnte: Apresentação Cyrino, E. no 52 o COBEM 2014
27 Programas de Residência Médica de acesso direto a) Genética Médica b) Medicina do Tráfego c) Medicina do Trabalho d) Medicina Esportiva e) Medicina Física e Reabilitação f) Medicina Legal g) Medicina Nuclear h) Patologia
28 I - Medicina Interna (Clínica Médica); II - Pediatria; III - Ginecologia e Obstetrícia; IV - Cirurgia Geral; V - Psiquiatria; Programas de Residência Médica que devem ter 1 ano inicial no PRM em Medicina Geral de Família e Comunidade VI - Medicina Preventiva e Social.
29 Programa de Residência em Medicina Geral de Família e Comunidade - Especificidades - Os Programas de Residência em Medicina Geral de Família e Comunidade deverão contemplar especificidades do SUS, como as atuações na área de Urgência e Emergência, Atenção Domiciliar, Saúde Mental, Educação Popular em Saúde, Saúde Coletiva e Clínica Geral Integral em todos os ciclos de vida. O Ministério da Saúde coordenará as atividades da Residência em Medicina Geral de Família e Comunidade no âmbito da rede saúde-escola. As bolsas de Residência em Medicina Geral de Família e Comunidade poderão receber complementação financeira a ser estabelecida e custeada pelos Ministérios da Saúde e da Educação.
30 Problemas Identificados
31 Problemas Identificados - RM Políticos e de Planejamento - Proposta do MS / MEC, sem participação da ABEM, CFM, AMB, ANMR - Falta de avaliação crítica da estrutura do SUS nos territórios (quanti e qualitativamente) - Prolongamento da formação médica - Incompatibilidade entre PRM MGFC e outros, muito específicos Observação favorável: - RM para todos!!! ( e a qualidade?) Observação contrária: - Escolas sem unidades de saúde próprias não podem garantir a qualidade da RM - HU já não serão criados - Cobertura fraca da ESF em muitos municípios
32 Problemas Identificados Graduação A duplicação do número de escolas médicas - entre 2000 e não solucionou a má distribuição dos médicos, mantendo a desassistência, inclusive nos grandes centros urbanos Baixa qualidade dos cursos abertos de forma indiscriminada Instalações inadequadas, ambulatórios e hospitais precários (ou inexistentes) e conteúdo pedagógico não qualificado Falta de médicos com capacitação docente; notadamente no interior Interesse político superando a condição de inadequação
33 ??? ACOMPANHAMENTO?
34 Ações de apoio 3. Manter comissão interinstitucional estadual para acompanhamento da formação médica - escolas e PRM 1. Acompanhar a implantação das novas escolas - Conhecer: o Projeto Pedagógico a estrutura física - da IES: espaços de aula laboratórios biblioteca - das unidades de saúde regionais o corpo docente potenciais professores - planejamento de capacitação docente - Cobrar planejamento: Estrutural e Pedagógico 2. Compartilhar estudos e participar de estratégias de promoção de melhorias na educação médica
35 Que podem fazer os Conselhos de Medicina? Esclarecer a sociedade sobre a necessidade do envolvimento das entidades médicas nas definições sobre formação profissional do médico Criar comissão de acompanhamento da formação médica nos Estados Inteirar-se dos processos de implantação das novas escolas públicas e privadas nos Estados Criar estratégia de acreditação das escolas (Nacional) Discutir o controle da concessão de registro profissional
36 Novas medidas do governo federal Agosto 2015 Decreto de criação do Cadastro Nacional de Especialistas: Quem forma os especialistas no Brasil? Onde os especialistas estão atuando? Qual a necessidade de especialistas no Brasil? Portaria Interministerial que regulamenta os COAPES (integração Universidades SUS)
37 Finalizando Alguns setores do Governo insistem em atribuir ao aumento do número de profissionais no país a solução para os problemas assistenciais. No entanto, sem políticas de recursos humanos, os médicos continuarão a se formar e permanecer nos grandes centros, especialmente no Sul e Sudeste. Por outro lado, mesmo os que os optarem por trabalhar no interior terão dificuldade em se fixar e exercer seu trabalho plenamente. Afinal, sem estrutura não terá condições de tratar a população. É preciso entender que um médico com um estetoscópio nos rincões não é sinônimo de ampliação do acesso à assistência. Isso é desviar a atenção dos reais problemas do SUS Roberto Luiz d Avila Ex-Presidente do CFM
38 Obrigada!!
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