A observação de uma identidade regional em rede: Análise da Fan page Hipster Pessoense

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL A observação de uma identidade regional em rede: Análise da Fan page Hipster Pessoense Hugo Fernando dos Santos São Cristóvão 2015

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Hugo Fernando dos Santos A observação de uma identidade regional em rede: Análise da Fan page Hipster Pessoense Monografia apresentada como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social Habilitação em Jornalismo, realizada sob a orientação do Prof. Dr. Vitor José Braga Mota Gomes, junto ao Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão 2015

3 Monografia apresentada como requisito necessário para obtenção título de Bacharel em Comunicação Social Habilitação em Jornalismo. Qualquer citação atenderá as normas da ética científica. NOME DO ALUNO Monografia apresentada em / / Orientador: Prof. Doutor. Vitor José Braga Mota Gomes 1º Examinador: Profª. Drª. Lilian Cristina Monteiro França 2º Examinador: Prof. Dr. Matheus Pereira Mattos Felizola

4 Agradecimentos Talvez essa seja a parte mais complicada de todo o TCC e eu não vou me prolongar muito; na verdade vou ser o mais breve possível. Não farei por uma escala por ordem de preferência, falarei conforme as ideias e os nomes vierem em minha cabeça. Acho que parte significante do que sou hoje e do conceito de integridade que eu tenho, devo a minha mãe, então ela será a primeira que citarei, minha mãe, minha Mainha. Muito obrigado por ter me dado a formação suficiente para eu me tornar o que sou hoje, a educação necessária para eu fazer aquilo que jugo ser melhor e a inteligência suficiente para respeitar e olhar o outro como igual, te amo. Não poderia deixar de citar logo em seguida a minha avó, ou como chamamos ela vovó. Acredito que minha avó seja a pessoa que mais reflete a paz que eu conheço, consigo me sentir seguro quando estou contigo, não consigo explicar o quanto de carinho e amor há comigo, também te amo. Minhas tias, as marias, Marleide e Dienes, pelo carinho, apoio e motivação, por me mostrar que menos é mais e que a felicidade está em pequenas coisas, amo-as. Não sei até que ponto contribuiu, mas eu sei que foi da maior e melhor maneira possível, minha irmã Fernanda, minha prima Juliana. O tempo vai passando e as relações vão se fortalecendo, amo muito. E por último, mas não menos importante, aqueles que andam comigo, os que são reais, os verdadeiros. Adrielma, a Di, com quem cresci e representou muito no meu desenvolvimento como adulto. Junior que não me abandona desde o ensino médio, mostrando que algumas coisas duram sim e duram muito. Carol, do começo ao fim do curso, sempre comigo. Cleo que foi crescendo e se tornou alguém com quem não ficaria um dia sem falar, Leo que mostrou que basta conhecermos as pessoas e passaremos a gostar delas, Maíra e Manuela. Pedro, ou melhor PH, que chegou por último, mas que representa e significa mais do que poderia demonstrar, amo vocês. Aos professores da Universidade Federal de Sergipe e aos membros do DCOS, em especial ao meu orientador Vitor Braga, que me orientou por esse caminho complicado que é a vida acadêmica e aos meus mentores da banca, Lilian e Matheus, muito obrigado, vocês representam muito para todos os estudantes.

5 Enfim, a todos vocês, citados ou não, sintam-se abraçados e muito obrigado por tudo ou por nada, obrigado por apenas estarem comigo. Que venha o emprego, pfvr!

6 Dedicatória Mainha, Nanda, Marias, Ju e Vovó.

7 Resumo Esse trabalho tem como objetivo discutir o conceito de identidade dentro dos sites de redes de sociais, mais especificamente no Facebook. A pesquisa pretende analisar a Fan page Hipster Pessoense no intuito de entender como a identidade local é expressada pelos seus seguidores dentro da página em questão. Entender como os meios de comunicação influenciam na idade, no comportamento e na utilização das mídias pelas pessoas é de fundamental importância para compreender a conjuntura da comunicação na atualidade; isto porque os novos rumos que os estudos em comunicação estão seguindo consideram o desenvolvimento tecnológico e a construção de significados simbólicos realizados pelas pessoas nas mídias digitais. Para tanto, temos como metodologia a análise da conversação da referida Fan page. Como resultados, percebemos que a comunicação mediada por computador foi capaz de auxiliar na propagação da cultura regional na internet, através do reforço de estereótipos, do uso humor e das discussões em torno das postagens. Os meios digitais auxiliam na conversação entre os atores sociais, que interagem e ao realizarem trocas simbólicas através da conversação, difundem sua cultura local na rede. Palavras-chave: Identidade; Redes Sociais; Mídias Digitais; Facebook.

8 Abstract This work aims to discuss the concept of identity within the social networking sites, specifically Facebook. The research aims to analyze the Fan page "Hipster Pessoense" in order to understand how his followers within the page in question express the local identity. Understand how the media influence on age, behavior and the use of media by the people is very important to understand the communication environment today; This is because the new directions that the studies in communication are following consider the technological development and the construction of symbolic meanings carried by people in digital media. To this end, as a methodology to analyze the conversation said Fan page. As a result, we realize that computer-mediated communication was able to assist in the spread of regional culture on the Internet, by strengthening stereotypes, use of humor and discussions around the posts. Digital media assist in the conversation between the social actors that interact and conduct symbolic exchanges through conversation, broadcast their local culture on the network. Keywords: Social Network, Identity, Digital Media, Facebook.

9 Lista de Tabelas Tabela 1 Tipos de personagens categorizados na observação das postagens...58

10 Lista de Figuras Figura 1 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense 48 Figura 2 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense 48 Figura 3 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense 49 Figura 4 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense 51 Figura 5 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense 53 Figura 6 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense 54 Figura 7 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense 56 Figura 8 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense 56 Figura 9 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense 57 Figura 10 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense 59 Figura 11 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense 60 Figura 12 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense 61 Figura 13 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense Figura 14 - Reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense 62 62

11 Sumário Introdução Redes Sociais na Internet: os sites de relacionamento Atores Sociais e Conexões Dinâmica das Redes Sociais Os sites de Redes Sociais Comunidades Virtuais e as Redes Sociais O Facebook e as Fan pages A comunicação nas Fan Pages A conversação em rede e nos sites de redes sociais O desenrolar da conversação em rede Identidade: um conceito amplo Qual a sua identidade? A identidade e o eu Identidade: auxilio da mídia Fan Pages: um encontro de identidades Análise da identidade regional no Hipster Pessoense Metodologia O Hipster Pessoense Conversação entre moderador e seguidor A conversação auxiliada pela marcação de usuários A utilização da cultura em rede como reafirmação identitária Sotaque e Expressões como reafirmações de identidade Os tipos de usuários Estereótipo do Ser Pessoense Discussão dos Dados Considerações Finais Referências... 68

12 12 Introdução Os estudos entre a comunicação e as demais áreas da ciência tornam-se necessários para a compreensão de assuntos abordados em diversas áreas do conhecimento. Esse trabalho abordará o contexto da identidade relacionado aos meios digitais, principalmente nos sites de redes sociais, um fenômeno que nas últimas duas décadas obteve um grande número de interessados em criar perfis e se comunicar através de comunidades. Em 2012 criei uma Fan Page com a mesma temática da abordada nesse trabalho, o Hipster Sergipano 1 que conta com mais de 14 mil membros atualmente, foi daí que surgiu o interesse e a curiosidade em compreender um pouco melhor o trabalho da minha página em relação à identidade. A experiência pessoal me motivou no estudo do assunto e me auxiliou na compreensão da forma de comportamento de meu público. Apesar de poder ser mais fácil e ter um acesso direto a materiais, métricas e comentários, evitei esse envolvimento pessoal (e emocional) e optei por analisar outro caso, usando então o Hipster Pessoense. Nessa minha observação, em minha página, percebi como ocorria a discussão em torno da identidade, como os comentários dos seguidores refletiam o comportamento e a maneira como cada um se identificava. Vi uma cultura sergipana explanada na rede e grupos de atores que debatiam e comentavam sobre os assuntos que eram abordados nas publicações que eu fazia em relação a Sergipe. Minha pesquisa nesse trabalho monográfico partiu, então, de uma vivência com o assunto e uma observação empírica sobre o mesmo. A abordagem sobre a identidade é realizada com o objetivo de compreender melhor o seu entendimento e a forma como ela é apresentada para os usuários diante do contexto das ambiências digitais. Mostra-se a forma como a identidade é vivenciada pelos usuários em seu contexto de co-presença e consequentemente dentro dos seus perfis de redes sociais na ambiência digital. 1

13 13 Ao abordar esse assunto iremos confrontá-lo com os aspectos comunicacionais e analisar as suas relações através da Fan page Hipster Pessoense 2, que serve como base para a compreensão da problemática do tema. O objetivo desse trabalho monográfico é compreender como a identidade regional é discutida por atores sociais prioritariamente aqueles habitantes da região e que se identificam com a mesma dentro das ambiências digitais, mais especificamente na Fan page Hipster Pessoense. Procuramos investigar como é reafirmado um discurso identitário e como o sentido de pertencimento entre a coletividade é expressada pelos usuários da rede. Buscamos compreender de que maneira a comunicação mediada por computador influencia na reflexão e na propagação de uma identidade voltada a um lugar em nosso caso a cidade de João Pessoa (PB). Buscamos investigar como a comunicação mediada por computador pode ser um fator determinante para que a identidade adquirida nas relações de co-presença seja refletida para os espaços em rede, onde as relações entre os indivíduos se unem a partir de algum interesse em comum e fazendo uso do humor para discutir significados simbólicos de um lugar. Estudos que abordam a identidade e sua repercussão nos processos de comunicação facilitam a compreensão em torno da influência que a mídia exerce sobre os usuários dos sites de redes sociais. Entender esse objeto possibilita respostas sobre o comportamento e os modos desenvolvidos pela sociedade, se há mudanças em sua forma de sociabilidade e como são desenvolvidas as relações e interações entre uma coletividade. Além da compreensão do ponto de vista do indivíduo, é possível de se observar e analisar uma comunidade virtual de interesses em comum. A iniciação da pesquisa ocorrerá com a abordagem das redes sociais, explanando como as mesmas se difundiram com o advento da internet. No primeiro capítulo, trataremos da forma como as redes socais são compostas, seus elementos e suas aplicabilidades para os atores sociais. Relacionaremos posteriormente o site de rede social Facebook 3 como um receptor de elementos, como a identidade, dentro de seu espaço

14 14 A metodologia utilizada no projeto é o da análise da conversação; essa maneira de observação do fenômeno se faz presente ao termo como enfoque a forma como os atores sociais se comportam na rede, como interagem e como realizam trocas simbólicas entre si, influenciando a si mesmo e aos outros nos aspectos identitários. Utilizaremos essa metodologia para fazer uma análise dos comentários feitos pelos seguidores da Fan page, como a conversa realizada por eles reflete a reafirmação de uma identidade e de uma coletividade inserida e atuante em uma ambiência digital, à parte das grandes narrativas presentes nos discursos dos meios de comunicação de massa a exemplo das reportagens ou da própria campanha publicitária acerca de um lugar.

15 15 Capítulo 1 Redes Sociais na internet: os sites de relacionamento O desenvolvimento das tecnologias e o avanço da internet na vida cotidiana trouxeram diversas possibilidades de socialização para as mais diversas redes sociais. As formas de interação, comunicação e participação das pessoas se moldaram para novas plataformas e para novos formatos. Uma das principais mudanças nesse novo cenário foi a comunicação mediada por um computador. Essas mudanças deram aos atores sociais a possibilidade de interação entre si, de trocas simbólicas e de compartilhamento de informações, difundindo assim as suas redes, resultando na criação de um novo espaço promotor de relações. Com o aumento da utilização da internet pela população não especialista nas tecnologias digitais, a interação entre elas através dos meios de comunicação, como o computador, tornou-se uma prática comum, trazendo diversas questões para refletirmos sobre a subjetividade do indivíduo frente a essas redes sociais. Esses estudos (WELLMAN, 2002; RECUERO, 2010) utilizam a rede como lugar de observação para a análise dos atores e dos grupos e como as ferramentas tecnológicas são moldadas pelos atores, construindo novas formas de comunicação mediada. As redes sociais na internet possuem elementos que são indispensáveis para a sua construção e o seu desenvolvimento. Podemos então dizer que elas são a composição de dois elementos: a) os atores sociais e b) as suas conexões. Os atores sociais podem ser definidos como as pessoas, os grupos e/ou instituições que estão presentes na internet, os nós da rede. As conexões são as interações e os laços sociais que os atores desenvolvem entre si. Sintetizando esse parágrafo, Raquel Recuero (2009, p. 24) mostra a aplicabilidade da internet como espaço de desenvolvimento de redes sociais: Uma rede, assim, é uma metáfora para observar os padrões de conexões de um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores. A abordagem da rede tem, assim, seu foco na estrutura social, onde não é possível isolar os atores sociais e nem as suas conexões. No entanto, esses elementos que compõem as redes sociais na internet não podem ser compreendidos apenas em uma breve análise, visto que as ambiências digitais passam por mudanças a todo o momento. Dentre esses elementos os atores sociais estão presentes

16 16 na internet, realizando conexões entre si, ao mesmo tempo em que estão sendo influenciados e influenciando a dinâmica dessa rede; é possível percebermos esses atores desenvolvendo a percepção do eu e da sua identidade na internet Atores sociais e conexões Os atores sociais são os seres que estão envolvidos na rede que se está analisando; no caso dessa monografia, são os atores envolvidos na internet. Esses atores são representados por nós, que moldam e transformam as estruturas sociais através das interações e da constituição dos laços sociais 4. Porém, a análise dos atores sociais presentes na internet torna-se um pouco mais difícil por causa da distância física em que os envolvidos estão; o contexto de produção está separado do contexto de apreciação (THOMPSON, 2009). Essa é uma das principais características dos atores que possuem laços nas ambiências digitais. Para estudar os atores sociais é necessário trabalhar com representações ou construções de identidade nas plataformas da internet. Atores sociais podem ser representador por perfis dos sites de rede social que, na maioria das vezes, possuem utilização individual; podem ainda ser representados como espaços de utilidade conjunta por diversos indivíduos, onde não apenas um representa um determinado ator social, mas o conjunto de vários usuários, como propõe Raquel Recuero (2004, p. 25): Um ator, assim, pode ser representado por um Weblog, por um fotolog, por um Twitter ou mesmo por um perfil no Orkut. E, mesmo assim, essas ferramentas podem apresentar um único nó (como um Weblog, por exemplo), que é mantido por vários atores (um grupo de atores do mesmo blog coletivo). Na internet, os atores sociais usam de representações de si para existirem. Sites de redes sociais, por exemplo, são espaços em que os atores usam para interagir, e expressar sua individualidade, personalidade e identidade. Essa construção de si e/ou narração do eu na internet é estudada e trabalhada por diversos autores como Lemos (2002) e Sibilia (2003 e 2004). A noção de que uma construção do eu seja entendida e compreendida pelo outro é fundamental para que haja comunicação na internet; afinal, o usuário é aquilo que criou e é representado por ele mesmo. 4 Laços são formados através da interação social entre os atores (RECUERO, 2009, p. 30)

17 17 Autores de diversos campos do saber impulsionaram o estudo e analise a construção das redes sociais da internet. Döring (2002) foi um deles e fez diversos estudos sobre Websites e em seus resultados percebeu que os atores sociais utilizam de Websites como apropriação individual do ciberespaço, construindo sempre uma narrativa sobre si mesmo dentro da rede. Conforme Döring (2002, p. 26) O comum aos conceitos de identidade cultural, identidade narrativa, self múltiplo, self dinâmico e self analógico, é o foco da construtividade, da mudança e diversidade. Precisamente os aspectos que são encontrados nas páginas pessoais. A página pessoal está sempre em construção, pode ser regularmente atualizada para refletir as últimas atualizações do self. 5 O processo de construção e expressão de uma identidade pessoal está em constante desenvolvimento e atualização. A internet ofertou ferramentas em que se é possível sempre remodelar a narrativa sobre o eu. Ao criarmos um perfil nossa identidade nele é de espaço privado e ao mesmo tempo público, pois nos conectamos aos vários indivíduos que falam e interagem entre si. Essa troca faz com que a internet seja expressada como uma rede social. Nas ambiências digitais, os atores sociais além de se fazer existir, também precisam se fazer ser visto ; é um espaço onde a visibilidade é fundamental para a interação com os demais atores. Para que essa interação seja feita de forma eficaz, é preciso compreender os demais atores presentes na rede, ou seja, além do eu, existe também o outro. A comunicação mediada por computador não é feita em co-presença, e sim através de palavras, imagens, músicas, vídeos ou qualquer outra simbologia ou linguagem. Lidamos com recursos audiovisuais e/ ou textuais que identificam os usuários na internet. Com essas ferramentas é preciso personalizar os atores, colher algumas informações e características que definam cada ator social ou os grupos sociais existentes. Cada forma de personificação depende da plataforma que os atores utilizem. Nos sites de redes sociais, como o Facebook, essa personalização é feita através dos perfis individuais que cada usuário possui. Esses perfis são utilizados para identificar os atores sociais. 5 Tradução nossa para: Common to concepts such as patchwork identity, narrative identity, multiple self, dynamic self, and dialogical self is a focus on constructedness, change and diversity. Precisely these aspects are to be found on personal home pages: The home page is always under construction ; it can be regularly updated to reflect the latest self-conceptions.

18 18 Nesses, pode-se perceber os gostos e as preferências de cada um, ou pelo menos como cada um quer ser identificado. Nos perfis das redes sociais, os usuários podem atualizar as suas informações, isso faz com que os atores sociais tenham o poder de construir frequentemente a narrativa do seu eu, uma forma de expressão do self 6 (SIBILIA, 2009). Trata-se de um espaço particular compartilhado e dividido com os demais usuários da rede. Assim, os atores sociais ganham compreensão de indivíduos que atuam em seus sites de redes sociais, Weblogs 7, nicknames 8, links ou até mesmo um comentário. Quando um usuário não quer ser identificado, ele pode criar um perfil falso para se esconder dentro da rede e ao mesmo tempo interagir com os demais usuários, tendo sua identidade oculta. Ao reconhecermos os atores atuantes em rede, poderemos compreender com maior facilidade as formas de conexão que eles estabelecem entre si. Notar como os espaços construídos pelos atores sociais são formados é fundamental para entender a conexão que eles estabelecem. Entendemos que os atores sociais são os nós da rede, as pessoas, os grupos ou instituições presentes na internet. Já as conexões que esses atores estabelecem entre si podem ter variações e serem percebidas de diversas formas. Podemos sintetizar as conexões como criações através da constituição dos laços sociais, formados pelas interações sociais entre os atores. A complexidade e as variações que as conexões possuem podem mudar a estrutura do grupo no qual os atores estão inseridos. As interações na internet deixam rastros, a depender de qual plataforma seja utilizada para a interação. No Facebook, por exemplo, quando um usuário posta algum comentário, o mesmo permanece acessível para visualização até que desapareça por algum motivo externo - foi deletado ou o site em site ficou indisponível. Dessa forma, acontece como na maioria dos sites de redes sociais ou em qualquer outra comunicação mediada por computador. Com essa interação exposta nos sites de rede sociais a 6 Self é entendida como o entendimento sobre si, sistema de processamento de informação sobre si mesmo. 7 Páginas da internet onde regularmente são publicados diversos conteúdos, como textos, imagens, músicas ou vídeos, tanto podendo ser dedicados a um assunto específico como ser de âmbito bastante geral. 8 Apelido. Usado para identificação de usuários na internet, em programas de bate-bapo ou mensagem instantânea.

19 19 observação de como os grupos e os atores estabelecem conexões entre si ficam mais evidente Dinâmica das Redes Sociais Na internet, as redes sociais também se transformam e sofrem modificações, essas mudanças devem ser consideradas para que se tenha uma boa compreensão da dinâmica dessa rede. As interações e as variações na rede influenciam diretamente a dinâmica delas e podem transformar a sua estrutura. Para compreender as redes sociais na internet, devese levar em consideração que elas não são estáticas, como afirmou Watts (2003) ao afirmar que não há redes paradas, no espaço e no tempo. As redes estão sempre sofrendo transformações, e essas mudanças são dependes das interações causadas pelos atores, Nicolis & Prigogine (1989, p. 80) afirmam em um de seus trabalhos que os processos dinâmicos das redes são consequência direta dos processos de interação entre os atores. Redes são sistemas e, como tais, sujeitos a processos de ordem, aos, agregação, desagregação e ruptura. O desenvolvimento das redes sociais na internet possibilitou que a interação entre os atores se tornasse um fenômeno complexo que pode agrupar e reunir, até certo ponto, as mesmas características da relação em co-presença em co-presença. A cooperação, seja no espaço real ou virtual é fundamental para a construção das estruturas sociais. Inerente ao motivo que se tenha, seja ele individual ou coletivo, é preciso que os atores sociais cooperem para que a consolidação da rede social seja estabelecida. A competição é compreendida por Ogburn e Nimkoff (1975) como a forma fundamental de luta social, também considerada como uma luta sem hostilidade. A competição também pode ser fundamental para a composição de uma rede social, por exemplo, determinados atores sociais podem se unir para que juntos consigam sobrepujar um outro grupo social. O conflito, ao contrário da competição, muitas vezes gera hostilidade, ruptura e desvinculação, podendo também partir para a violência e agressão. Essas características tão comuns na relação em co-presença estão também presentes na interação mediada por computador quando, por exemplo, um grupo de atores se unem para a construção de um Weblog coletivo. A criação precisa que todos

20 20 os envolvidos cooperem para a manutenção do Weblog, já que é preciso atualizar, formatar, ler e responder comentários. O conflito também se encontra presente nas redes sociais da internet; como exemplo, citamos as redes terroristas que utilizam da internet e do computador para declararem guerra, ameaçarem ou assumirem atentados terroristas. Raquel Recuero (2004, p. 84) cita um caso em que o conflito é bem frequente nas redes sociais da internet. Em um fotolog coletivo, por exemplo, é muito comum que os indivíduos malintencionados postem fotos pornográficas ou ofensivas. Embora as fotos ofensivas sejam rapidamente retiradas e seus usuários banidos do grupo, ainda assim os conflitos aparecem bastante. Nos comentários sobre as fotos, também é frequente que os usuários manifestem-se de forma agressiva contra a comunidade e os moderadores que permitem esse tipo de imagem. Esses movimentos que os atores provocam dentro das redes sociais é fundamental para a sua dinâmica; além disso, são essenciais para a sua compreensão já que estão em constante atualização. Outra característica presente nas redes sociais da internet é a capacidade de agrupamento dos atores sociais. Essa característica é reforçada nas comunidades virtuais em que os indivíduos se encontram e se relacionam com algum propósito em comum, entre todos os membros do grupo. Além do agrupamento, a ruptura também está presente nas comunidades virtuais, principalmente naquelas em que o conflito aparece de maneira mais evidente. Alguns autores dedicam-se a estudar essas dinâmicas em redes. Allen (2004), por exemplo, entende que a ruptura pode ser um processo natural ; o autor levanta a hipótese que há um limite de conexões que uma pessoa é capaz de administrar, o que pode ocasionar uma dificuldade em ter de lidar com várias situações nas quais ele não previa com as suas diversas contas e perfis nos quais ele precisar sustentar constantemente. 1.3 Os Sites de Redes Sociais Os sites de redes sociais (SRS) geralmente são associados a ferramentas como Facebook, Twitter e Tumblr, dentre outros, mas não se deve restringir os SRS apenas para

21 21 essas plataformas. Consideraremos um SRS qualquer espaço na internet que seja utilizada para expressar as redes sociais e que suporte essa dinâmica. Quando abordarmos algum SRS, usaremos o Facebook como exemplo para aproximar o estudo com o nosso objeto de pesquisa nesse trabalho. Entende-se como SRS aqueles que permitam os atores sociais desenvolverem e expressarem as redes sociais na internet. Compreender essa definição é de fundamental importância para a compreensão das relações e dos estudos das redes sociais. Boyd & Ellison (2007) definiram sites de redes sociais como aqueles sistemas que permitem i) a construção de uma persona através de um perfil ou página pessoal; ii) a interação através de comentários; e iii) a exposição pública da rede social de cada ator. Os sites de redes sociais se destacam das outras formas de comunicação mediada por computador por permitir que as redes sociais tenham uma visibilidade, dinâmica e articulação maior que as demais plataformas, além de permitir uma manutenção dos laços que os atores estabelecem na relação em co-presença. Assim, além dos espaços mais comuns e apontados como SRS, que são Facebook, Twitter, MySpace 9 etc., outros ambientes como sites de compartilhamento de imagens fotográficas e Weblogs, também estão inseridos dentro da categoria de definição dos sites de redes sociais, já que preenchem todas as categorias listadas por Boyd & Ellison (2007). As autoras também definem que existem dois elementos na utilização das redes sociais: a apropriação e a estrutura. Elas explicam (BOYD & ELLISON apud RECUERO 2007, p. 103): Apropriação (sistema utilizado para manter redes sociais e dar-lhes sentido) e a estrutura (cuja principal característica é a exposição pública da rede dos atores, que permite mais facilmente divisar a diferença entre esse tipo de site e outras formas de comunicação mediada pelo computador). A apropriação seria, então, o uso que os atores fazem das ferramentas disponibilizadas para a constituição de uma rede social mediada por computador. O uso das ferramentas se dá através da interação que são expressas pelos atores sociais. Os atores se apropriam para transformarem em um novo espaço de sociabilização. A estrutura, que é o segundo elemento, possui um duplo aspecto. O primeiro aspecto é a rede social configurada coma lista de atores que determinado indivíduo possui, através de 9

22 22 sua lista de amigos, seguidores, conhecidos. O segundo aspecto é a rede social menos estática, onde os atores interagem através da conversação. Com a apropriação das redes sociais na internet, os atores sociais apoderam-se de valores relacionados aos SRS. A visibilidade é um desses valores, pois os SRS possibilitaram que os atores estivessem mais visíveis por estarem mais conectados aos SRS. Bertolini e Bravo (2001), citam que determinado SRS seja utilizado para que os atores mantenham seus laços sociais com quem está geograficamente distante, causando não só um efeito dentro da rede, mas também quando os atores não estão conectados à internet. A reputação também é um dos valores adquiridos pelos atores ao se inserirem nos SRS. Levaremos em consideração, nesse trabalho, o conceito de Buskens (1998), em que o autor relaciona a reputação a forma como os atores irão se comportar nos sites de redes sociais ao receberem informações dos demais usuários da rede. Ou seja, a reputação se baseia na impressão que outros atores possuem do eu dentro da rede. São três elementos, o eu, o outro e a relação que eles desenvolvem entre si. Para Goffman (1975), a reputação seria, então, as consequências de todas as impressões dadas e emitidas por alguém para os demais atores. Ainda segundo Recuero (2004, p. 109) Um dos pontos-chave na construção das redes sociais na internet é, justamente, o fato de que os sistemas que a suportam permitem um maior controle das impressões que são emitidas e dadas, auxiliando a construção da reputa. As redes sociais na internet são fortemente eficazes na construção da reputação dos atores, por disponibilizarem um maior controle sobre as impressões deixadas pelos atores. Outros valores como a popularidade e autoridade se agregam com a utilização das redes sociais na internet. 1.4 Comunidades Virtuais e Redes Sociais O aglomerado de vários nós com uma grande variedade de conexões é a estrutura básica de comunidade nas redes sociais. A noção de comunidade mudou com o avanço tecnológico e o advento da internet. Antes, comunidade era definido como um

23 23 grupo de pessoas que estavam próximas geograficamente. O termo comunidade, atualmente, se tornou um termo que define um grupo de pessoas que estão unidos por pontos em comum ou com gostos e interesses similares e o surgimento da internet potencializou essa definição. Essa definição é defendida por autores como Lemos (2002). Conforme o autor supracitado: As comunidades virtuais eletrônicas são agregações em torno de interesses comuns, independentes de fronteiras ou demarcações territoriais fixas (LEMOS, 2002, p. 93). A comunicação mediada por computador está formando diversos grupos sociais na internet com características comunitárias. Esses grupos são uma nova forma de sociabilização que geram laços; essa análise é tema de estudo de diversos autores como Wellman (1997), que defende a ideia de que os laços sociais estariam sendo amplificados devido ao desenvolvimento dos meios de comunicação e dos transportes, tornando-se esses laços mais fluidos, menos fortes e mais amplos. Mark Smith (1999, p. 195) também ressalta que o ciberespaço está mudando a física social da vida humana, ampliando os tamanhos e poderes da interação social. As comunidades virtuais são constituídas por alguns elementos. Rheingold (1995) foi um dos primeiros a utilizar o termo comunidade virtual e apontou quais elementos compõem: as discussões públicas; os as pessoas (atores sociais) que interagem na rede, ou que ainda mantêm contato através da Internet (para levar adiante a discussão); o tempo; e o sentimento. As uniões desses elementos formam laços entre os atores que auxiliam na constituição das comunidades. Conforme Rheingold (1995, p. 20): As comunidades virtuais são agregados sociais que surgem da Rede [Internet], quando uma quantidade suficiente de gente leva adiante essas discussões públicas durante um tempo suficiente, com suficientes sentimentos humanos, para formar redes de relações pessoais no ciberespaço. Outros autores ainda defendem que as comunidades virtuais são comunidades simbólicas em que os membros estão mais conectados através das trocas simbólicas do que na interação em co-presença. Porém as comunidades virtuais não estão desvinculadas do espaço físico e concreto, elas estão conectadas, embora a interação ocorra primeiramente através da comunicação mediada por computador, como afirma Wellman e Gulia (1999).

24 24 Os estudos sobre comunidades virtuais levantam outros pontos que demonstram o quanto a comunicação medida pelo computador pode influenciar as redes e os laços sociais que os atores criam. Por exemplo, para Wellman e Gulia (1999) aos interesses homogêneos das pessoas participantes das comunidades virtuais podem aumentar consideravelmente a sensação de empatia, compreensão e suporte mútuo nesses grupos. Quanto mais similaridade de gostos e interesses os participantes da rede tiverem, maior a possibilidade desses atores formarem grupos coesos e construírem uma nova comunidade virtual. Nos sites de redes sociais, as comunidades virtuais se fazem presentes em larga escala. 1.5 O Facebook e as Fan pages Fundado por Mark Zuckerberg e por seus colegas de quarto da faculdade Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes, o Facebook é um dos sites de redes sociais da internet mais famosos da atualidade. Lançado em 4 de fevereiro de 2004, o site teve 1,23 bilhão de usuários ativos em dezembro de 2013 segundo dados da Revista Exame, da editora Abril 10. Nesse mesmo mês e ano, os números de brasileiros ativos chegaram a 83 milhões de pessoas. Inicialmente a criação do site foi limitada ao uso dos alunos da Universidade de Havard, instituição da qual os fundadores eram estudantes. Com a popularização e modernização do site, o Facebook cresceu e é o site de rede social da internet com um maior número de usuários ativos no mundo, segundo estudos da competente.com. A popularização do mesmo faz com que pessoas, empresas ou instituições o concebam como um dos principais recursos para a manutenção de suas redes sociais construídas em outras situações sociais, não apenas restritas às ambiências digitais. Como uma ferramenta usada para o desenvolvimento de relações sociais, assim como também para a propagação de notícias, conteúdos ou qualquer outro material escrito ou de audiovisual, o Facebook é um dos principais espaços utilizados para a alimentação 10

25 25 de conteúdo publicado na internet. O próprio informou que o volume de conteúdo publicado por dia chega a 4,75 bilhões 11. Dentro dessa estatística relacionada ao conteúdo publicado no Facebook, as páginas representam uma grande parcela na publicação de material no Facebook. As, páginas, também conhecidas como Fan Pages, já passam da marca de 54,2 milhões, segundo informações da revista supracitada. As Fan pages são espaços dentro do Facebook usadas para a criação de material, divulgação de informações ou qualquer outro material. Geralmente, as Fan pages são compostas por grupos de atores sociais que se reúnem em torno de um assunto em comum por exemplo, os atores sociais que acompanham páginas sobre receitas de comida, estão ligados pelo fator de que todos possuem interesse sobre culinária, independente de suas particularidades. 1.6 A Comunicação nas Fan pages A prática de falar e conversar é uma das principais e mais antigas formas de comunicação entre os seres humanos. Mas, esse ato não é simples e sofre variáveis e influências de diversos fatores, bem como sofre modificações para que se adapte aos novos modelos de sociedade. O desenvolvimento tecnológico e o surgimento do computador possibilitaram que as pessoas usassem essa ferramenta técnica para desenvolver relações sociais utilizando, principalmente, os usos conversacionais. Uma prática social surgida através da apropriação comunicativa de uma ferramenta digital. A utilização do computador e de seus meios técnicos para a comunicação é estudada por diversos autores e é denominada, pela maioria deles, como Comunicação Mediada pelo Computador (CMC). Para Baron (2002), a Comunicação Mediada pelo Computador é definida de modo amplo como qualquer mensagem de linguagem natural que sejam transmitidas e /ou recebidas através de um computador. O autor se limita à forma escrita de comunicação, porém, as formas de comunicação mediada por computador se amplificaram e atualmente, principalmente nos sites de redes sociais, há diversas maneiras de se comunicar, como na utilização de recursos audiovisuais. O conceito de Herring (1996) é um pouco mais amplo e define a CMC como a comunicação 11

26 26 que acontece entre seres humanos através da instrumentalidade dos computadores. Levando em consideração essa perspectiva, a CMC é um produto de apropriação social, construída pelos atores sociais. O foco desse trabalho é explorar a conversação como forma de comunicação mediada por computador e assim analisar como essa forma de troca entre atores sociais influenciam na reafirmação de sua cultura, como o humor usado pela Fan page Hipster Pessoense, que possui quase 40 mil membros, auxiliam no desenvolvimento de uma identidade pessoense. Analisamos principalmente os comentários feitos pelos seguidores da página. A comunicação mediada por computador requer que os participantes adquiram certas características para que a troca de informações e que a comunicação seja realizada de fato. Para isso os atores sociais faram uso de macetes que aproximem mais a comunicação escrita da comunicação em co-presença, já que esta última possui recursos que auxiliam no desenvolvimento do diálogo, como o uso de emoticons para caracterizar e demonstrar alguma expressão ou sentimento. Assim, pode-se considerar que a CMC é diretamente relacionada com a fala e com a oralidade, só que com formas de transmissão diferente. A CMC desenvolve a conversação entre os atores sociais, e esta possui certas características e estas podem ajudar na compreensão da conversação como instrumento de formação e reafirmação da identidade pessoense na Fan page estudada. Para a compreensão de como a conversação se desenvolve nos sites de redes sociais, deve-se compreender algumas particularidades que são observadas nessa forma de comunicação. O desenvolvimento das tecnologias e o uso delas para a formação de redes sociais resultaram em diferentes efeitos na linguagem da população. Para Baron (2011), parte das mudanças da linguagem quanto na mediação do digital está focada no apagamento ou hibridização das linguagens escrita e oral, tradicionalmente diferentes, ainda que intrinsecamente relacionadas. Assim, podemos dizer que houve uma mudança da separação entre fala e escrita e que com o desenvolvimento tecnológico foi estabelecido uma escrita oralizada (RECUERO, 2012). Para que o entendimento das mensagens na forma escrita, que é a mais usada na conversação em rede, se aproximasse ao máximo da comunicação oral tida no contexto

27 27 de co-presença, foi preciso uma apropriação. Uma das primeiras apropriações desenvolvidas pelos atores sociais foi o uso dos caracteres simbólicos para a criação de elementos não verbais usados nos diálogos. O surgimento dos emoticons possibilitou ao usuário uma interação e uma aproximação mais fiel a que se é tida em conversas orais. Com o tempo, as apropriações se tornaram mais complexas e mais detalhadas. 1.7 A conversação em rede e nos sites de redes sociais O desenvolvimento tecnológico e a adesão a utilização do comutador e das mídias como meios de comunicação, possibilitou que as pessoas de diversos lugares do mundo pudessem se conectar e interagir entre si. Quando expostas a essa nova forma de interação, os atores passaram a conhecer outras ideias, culturas, informações e costumes, pois cada pessoa e cada lugar possui as suas particularidades. Com o desenvolvimento dos sites de redes sociais, essas conversações online criaram novas formas de interação, de trocas simbólicas e relações sociais, construindo diversas conversações públicas, coletivas, que se modificam e perpassam diversos grupos, ambientes e espaços. Essa é uma das características da conversação em rede, as trocas de informações são muito mais fluidas, como analisa Raquel Recuero (2012), onde essas conversações em rede constituem-se em conversas coletivas, públicas, permanentes (e que, portanto, permitem a recuperação de parte dos contextos), cujas características emergentes são aliadas às características da conversação mediada que desvelam e tornam mais complexas as redes sociais expressas no ciberespaço. As conversações em rede precisam que os atores sociais estejam conectados nos sites de redes sociais. Dessa forma, ela será capaz de se desenvolver e adentrar em outros grupos da internet. As conversações deitas, geram diversos fenômenos no ambiente do ciberespaço, seja influenciando alguma pessoa ou algum grupo a assistir um vídeo ou até mesmo gerar um debate político que leve algum político a se pronunciar sobre determinado assunto, desde que se sinta atingido por ele. As conversações em redes possuem certos poderes de mobilização e influência nos atores sociais, pois são complexas, amplas e surgida entre a conexão entre diversos grupos e atores. Nos sites de redes sociais as pessoas puderam criar certa independência quando nos referimos ao compartilhamento e exposição de opinião, sempre dentro dos limites de privacidade e política de cada site de rede social. No Facebook, por exemplo, os usuários podem facilmente publicar e compartilhar sobre assuntos que lhe interessem, assim eles

28 28 podem ampliar a sua rede e criar conexões e difusão da informação, sem contar as novas formas de interação e conversação que podem surgir entre eles, os atores sociais. As conversações nesses sites podem ser públicas e se tornarem privadas, ou ser privadas e se tornarem públicas. Isso acontece por ser um ambiente onde os atores sociais podem não ter o controle total de sua postagem, por exemplo, se no Facebook grupo de pessoas discutem em um grupo privado sobre partido políticos e um dos atores e membro desse grupo copia a postagem e cola em sua timeline 12 para todos os seus amigos e seus contatos, a conversação que era para ter uma configuração privada, passa a ser pública. Muitas vezes as discussões começam em grupos pequenos e vão se ampliando, pouco tempo depois, atores sociais que até então não tinham contato nenhum já estão conversando entre si e trocando informações O desenrolar da conversação em rede As redes sociais desenvolvidas nos sites de redes sociais são diferentes da copresença, isso porque a apropriação que os atores sociais fazem dela. Para a compreensão de como é o processo de conversação em rede é preciso entender que os sites de redes sociais possuem características em comum entre eles: Eles são formados por formas de individualização (perfis, icons ou avatar, por exemplo), fazendo com que os atores se identifiquem (de forma fake ou não), convidem outros membros e interajam entre si; a outra característica em comum são as conexões que tornam públicas as redes sociais anexas a cada perfil, como afirma Raquel Recuero (2009, p. 103). No caso das Fan pages, o espaço das redes sociais permite que a conversação se desenvolva de várias maneiras e representações. Nessa perspectiva, devemos observar a atuação dos perfis, já que estes são determinantes para a representatividade dos atores sociais na rede e de sua conversação. Para que um ator social seja compreendido pelos demais participantes nessas páginas, ele precisa ser representado, essa representação vai depender de qual ferramenta ele estará fazendo uso. Os atores podem estarem presentes através de imagens ou de nicknames, por exemplo. 12 Espaço privado onde cada usuário tem acesso ao que ele e os demais atores de seu vínculo social em rede compartilham

29 29 Os atores sociais podem participar de um fenômeno comum nos sites de redes sociais, que é a unificação de perfis, ou seja, a criação de uma identidade, formada pela junção de vários perfis em vários SRS. Assim, a mesma representatividade é reafirmada em diversos ambientes do ciberespaço, já que são utilizados apropriações e elementos de representatividade comum em vários sites de redes sociais, permitindo que os atores se reconheçam nos diversos SRS. Tanto no Facebook como na página estudada desse trabalho, Hipster Pessoense, os perfis que estão presente na conversação das postagens da Fan page são representações dinâmicas de um coletivo ou individuais, que se materializam na rede através das conversações, mensagens, trocas simbólicas e recados que trocam entre si, assim como a utilização de elementos que reforcem ainda mais o sentido de existência na internet. Nesse capítulo, vimos como o desenvolvimento dos meios de comunicação possibilitou novas formas de socialização dos atores sociais na rede. Como a conversação auxiliada pelo computador possibilitou que laços e interações fossem criados, possibilitando um novo espaço de discussão e debate entre os usuários da rede. No próximo passamos a discutir sobre a identidade, aspecto fundamental para a compreensão de uma identidade regional expressada na internet, como ela implica no comportamento das pessoas que interagem nos sites de redes sociais.

30 30 Capítulo 2 Identidade: um amplo conceito Nesse segundo capítulo, discutimos os conceitos que envolvem o aspecto da identidade, tanto em seu desenvolvimento como campo de estudo, quanto em como ela influência nos diversos campos da sociedade. A Identidade é estudada e debatida em diversas vertentes, mas nesse capítulo a traremos para o campo da comunicação, onde o debate vai envolver a relação entre a identidade e a comunicação no ambiente da internet, mais especificamente na rede social Facebook. Temos como objetivo situar o leitor da discussão corrente acerca da identidade e do contexto comunicacional, para que o mesmo entenda como a construção da identidade se faz presente em todos os ambientes, incluindo quando o internauta interage com outros atores sociais no Facebook; ao fazer isto, ele constrói significados para a sua rede social, adquirindo sua personalidade e a moldando conforme suas experiências. Essa vivência é o que vai formar a nossa identidade. Esse acúmulo de conhecimentos sobre identidade vai nos ajudar a formar quem somos e moldar a narrativa que fazemos sobre nós mesmos. De início, trataremos a pergunta Qual a sua identidade?, assim tentaremos responder através do viés da comunicação a essa questão que influencia diretamente o entendimento do objeto aqui estudado. Em seguida faremos uma reflexão sobre o eu e os discursos que são feitos sobre a identidade. Por fim, apresentamos como a identidade adentra na mídia e faz parte da comunicação de todos dentro das redes sociais Qual a sua identidade? Identidade é possui diversos focos e a depender da área estudada, pode ganhar diferentes direcionamentos acadêmicos, em primeira instância, quando perguntados qual a nossa identidade e quem somos, imediatamente começamos a formar um discurso, uma narrativa sobre nós mesmos (MARTINO, 2010). De acordo com GREGOLIN (2008, p. 82): O conceito de identidade é complexo, multifacetado e, por isso, pode ser pensado a partir de vários ângulos e tem sido objeto de reflexão em vários campos de estudos, como, por exemplo, na Antropologia, na Psicologia Social, na Sociologia, na Filosofia, na Psicanálise etc.

31 31 Esse discurso é formado por nossas próprias lembranças e visões de como nos vemos, ou, como queremos que nos vejam. Mas também podemos simplesmente dizer que identidade é simplesmente aquilo que se é (SILVA, 2007). Quando somos questionados sobre identidade, podemos achar que é fácil responder às questões que envolvem esse tema e se discutir sobre a mesma. Pensar sobre a identidade é uma questão que parece ser fácil quando questionada, mas o seu debate e suas implicações são complexas e envolvem determinadas compreensões para que a identidade, na discussão acadêmica, seja de fato entendida. O discurso que envolve o conceito de identidade vai além da descrição do nome, da idade, do local onde se mora e das atividades de um indivíduo; quanto mais se questiona sobre o quem é você?, maior a possibilidade de se obter informações e do diálogo gerar ramificações. Com isto, passamos a criar uma narrativa sobre nós mesmos, incluindo informações sobre gostos pessoais, endereços de redes sociais, preferências musicais, assuntos que não gostamos. Ao criarmos essas narrativas, estamos comunicando aquilo que somos, uma representação de nós mesmos, como nos enxergamos e como queremos ser enxergados. Para criarmos esses discursos acerca de nossa identidade da identidade que gostaríamos de ser percebidos pelo outro precisamos de informações que estão contidas em nossa memória. Porém, não são todas as informações que utilizamos para criar essa autodescrição; selecionamos aquelas que queremos que nos represente, que nos defina e que faça parte dessa imagem a ser apresentada. Utilizamos da memória para colher conteúdo do nosso passado e do nosso presente de modo a selecionar exatamente aquilo que queremos transmitir. Pode-se então destacar algum momento da vida em que a sua imagem seja valorizada e se ocultar alguma situação na qual não se queira transmitir uma determinada impressão para o interlocutor. Sejam quais forem as passagens de tempo escolhidas pelo indivíduo, elas vão construir uma determinada imagem para o outro. Além disso não se deve levar em questão também somente o que se é falado, mas também como se é falado e como se é transmitido, quer seja através de gestos e/ou de atributos físicos. Conforme Luís Mauro Sá Martino (2010, p. 12) compreende em seu livro Comunicação & Identidade :

32 32 Esse discurso sobre nós mesmos não foi constituído da noite para o dia. É o resultado de nossas experiências significativas, transformadas em partes de nossa memória. Quando se diz quem é? para alguém, se está tecendo um caminho para muitos fatos, acontecimentos e eventos passados e presentes em outras palavras, esse discurso é criado dentro de uma história. Não a nossa história no sentido de uma narrativa verdadeira, com todos os fatos de nossa vida, mas nossa no sentido de que é o discurso escolhido e montado por nós para representar um eu diante dos outros. Como podemos perceber na citação de Luís Mauro, a identidade vem sendo construída constantemente, sendo que daqui a alguns anos o indivíduo terá um novo conceito, com mais informações ou não onde será possível aplicar na construção dessa narrativa repleta de situações, escolhas, problemas, decisões e vivências diárias, dentre outras informações. Já que a identidade de alguém é formada a partir de inúmeros fatores, trata-se de um processo contínuo no qual pequenas escolhas sejam elas obrigações sociais ou instinto e impulsos - podem mudar toda a concepção que se foi feita antes. A identidade é um aspecto que para se fazerem presentes precisam da comunicação, pois através da comunicação com outros indivíduos é possível expressar o nosso sentido de vínculo, pertencimento e existência com os demais âmbitos sociais e com a coletividade. O modo no qual o indivíduo se percebe e interpreta a si mesmo pode levar à compreensão do conceito de identidade. Segundo Davis e Gandy (1999) o conhecimento que temos do mundo social nos oferece um quadro completo de referências a partir das quais vemos a nós mesmos e conferimos sentido ao mundo social. Assim, usamos do conhecimento prévio que adquirimos com as nossas próprias experiências e perspectivas e ampliamos esse entendimento para os demais ramos do meio social. Pode-se pensar a identidade como, também, uma questão de comunicação com outros seres e indivíduos, em uma troca de informações, conceitos e mensagens entre pessoas e culturas diferentes. Em sua obra, Luís Mauro de Sá Martino usa as reflexões de Craig Scott para compreender que é também pela comunicação que temos acessos a imagens dessas coletividades, que as identidades podem ser conhecidas por nós, e que as vantagens e desvantagens de se ter uma identidade são reveladas. Conforme Scott (apud Martino, 2010, p. 13): A identidade não nasce pronta ou moldada; é algo que precisa ser construído através do cotidiano e do autoconhecimento dos indivíduos.

33 33 Essa identidade produzida é transformada em mensagem e enviada a outra pessoa que a elaborará conforme os seus conhecimentos. Dessa forma, a nossa construção de identidade não é uma tarefa isolada e desvinculada de elementos externos, ela também é frutos de diversas mensagens e informações que nós mesmos recebemos através dos conceitos dos outros indivíduos que convivemos. Quando se observa uma pessoa, uma situação, uma imagem ou algum objeto não teremos uma impressão isolada e criada de maneira aleatória sobre a determinada coisa, mas a analisaremos conforme as nossas percepções prévias, nosso acúmulo de informações e nossa carga cultural acumulada, ou seja, o conjunto de conhecimentos que já possuímos previamente para construir a imagem sobre o outrem. Definir a identidade, seja ela nossa ou de outro indivíduo, está totalmente ligada à carga de cultura que trazemos conosco, assim poderemos construir um discurso em que sejamos colocados no centro e possamos dizer: minha identidade é constituída disso e este sou eu. Assim, podemos identificar também outros indivíduos de acordo om as mensagens que eles nos enviam. Podemos, também, analisar o estudo de identidade voltada para o campo da Comunicação. A Comunicação é um componente importantíssimo nas relações sociais entre os indivíduos; desde o os primeiros seres humanos a comunicação foi fundamental para que os envolvimentos entre as pessoas pudessem ser facilitados. As relações entre comunicação e identidade ficam mais estreitas quando as reações sociais são ligadas a mídias e há um envolvimento entre pessoas e meios de comunicação na construção destas identidades. Thompson (1992), citado por Luís Mauro de Sá Martino, compreende que no mundo da visibilidade mediada, tornar-se visível é mais do que uma decisão de vontade. Conforme Thompson (apud Martino, 2010, p.16) Mais e mais pessoas de diferentes situações culturais e sociais dividem uma cultura abrangente, mediada pela comunicação. Ao mesmo tempo, há uma forte tendência de vários grupos em insistir suas diferenças, aos menos simbólicas. Dessa forma podemos dizer que a identidade adquire um caráter independente, como se a mesma bastasse para a sua existência. Nessa perspectiva, vemos também o conceito da diferença, que ao invés de ser usado para si é denominado para referenciar o outro, como se fosse uma oposição, distinguindo-se e existindo além da identidade. Pensando logicamente, a identidade está diretamente ligada a ideia de diferença, pois esta é capaz de estabelecer as fronteiras e os limites da identidade. As relações

34 34 humanas estão envolvidas nessas relações entre ser igual e/ou diferente, e o contraste entre eles são usados todo o tempo da vida cotidiana. Porém, deve-se lembrar que o diferente também se trata de uma definição, embora seja predominante compreendida como negativa. Não fazer parte, não conter características ou não gostar de determinadas coisas podem te tornar diferente, mesmo que essa diferença também possua elementos positivos e favoráveis. A carga semântica negativa que a diferença traz refere a aquilo que não se é, aquilo que não pertence, ou até mesmo aquilo fora do encaixe como entende Tomaz Tadeu Silva (200). Grupos, comunidades e indivíduos estão sempre em um movimento constante nesse atrito que envolve a identidade e a diferença. Aqueles que possuem aspectos, ideias, características iguais, de similaridade nos aspectos culturais ou regionais, acabam criando laços e aumentando seu sentimento de pertencimento dentro do grupo. Do outro lado da situação, aqueles que não fazem parte e não dividem as mesmas características é o diferente. Erving Goffman (1998) compreende que o igual e o diferente são relações contextuais: conforme o lugar e o grupo de pessoas, um aspecto comum a todos é ressaltado como critério para separar o igual do diferente ; em outros lugares, isso certamente não se aplicaria. Os seres humanos não podem ser definidos como diferentes por causa de apenas uma característica. Os indivíduos são muito mais complexos que isso, sendo que essa união de diversos indivíduos complexos criam um grande grupo com características iguais e diferentes ao mesmo tempo, é um paradoxo. Considerando, por exemplo, aspectos religiosos, políticos e de classe social podemos ter um cidadão católico, comunista e da classe C morando ao lado de um evangélico, capitalista e de classe A; ambos possuem ideais contrários, mas similares nas relações entre si. Nesse caso, a identidade também pode ser usada de outra forma e os dois indivíduos podem se identificar como participantes de uma mesma característica regional. Os discursos que construímos para expressar nossa identidade também podem ser considerados discursos de diferença, pois estabelecemos na narrativa aquilo que não faz parte, não representa e não nos identifica. Alguns pensadores defendem a ideia de que se é impossível se construir uma consciência sobre si mesmo, pois as pessoas estão em constantes mudanças e frequentemente expostas a novos limites e fronteiras. Uma pessoa não é a mesma do que era anos atrás; ela mudou alguns gostos, pensamentos e

35 35 ideais, mas manteve outras características. Por isso a identidade não pode ser limitada ao termo o que você é, pois, o passado, o presente e, consequentemente, o futuro farão parte de sua trajetória. Nessa perspectiva, a identidade será composta por aquilo no qual o indivíduo vem sendo, pois, a identidade não é algo estático, mas sim uma concepção dinâmica, construída aos poucos e gradativamente. Identidade e diferença estão assim numa situação equiparada e de relativa dependência entre si. Quando nos identificamos e nos caracterizamos dentro do conceito de identidade, estamos ao mesmo tempo afirmando que existem seres diferentes de nós. Ou seja, para que eu me distinga é preciso que existam outros seres humanos que não se identifiquem comigo. Segundo Tomaz Tadeu da Silva em seu artigo Identidade e Diferença: Uma construção (2011, p. 2): Da mesma forma, as afirmações sobre diferença só fazem sentido se compreendidas em sua relação com as afirmações sobre identidade [...] elas dependem de uma cadeia, em geral oculta de declarações negativas sobre (outras) identidades. Assim, como identidade depende da diferença, a diferença depende da identidade. Identidade e diferença são, pois, inseparáveis. A diferença é considerada como um produto derivado da identidade de uma forma geral, partindo de identidade como foco e depois ramificando para a identidade na busca da compreensão. Porém, contrariando a ideia de que a identidade é o cerne da discussão, não é ela que salta primeiro aos olhos; pelo contrário, a diferença é aquilo que mais se faz presente quando conhecemos uma pessoa nova e/ou uma situação nova. Focamos assim naquilo que se diferencia da gente. Essas diferenças também são transmitidas pela comunicação. Por sua vez, a comunicação reforça o sentido de comunidade 13 e, consequentemente, de identidade, como afirma Raymond Williams (2001). Os vínculos de grupos são responsáveis pela construção de parte de identidade dos indivíduos; assim, os participantes de uma determinada fan page no Facebook 14, ou os telespectadores de um reality show podem, por exemplo, ser usados para se pensar sobre identidade. Quando, no caso do Facebook, é realizado um encontro entre fãs de uma série ou um filme, pode-se notar a forma como a mídia auxilia na construção de vínculos de identidade. 13 Ambas as palavras se originam da mesma raiz latina, communio. 14

36 36 Ao fazer parte de um grupo específico, construído na cultura veiculada pela mídia, onde as pessoas modelam suas opiniões, sua vida cotidiana e seus comportamentos sociais através de imagens, sons e espetáculos fornecidos pela mídia, o indivíduo não está apenas afirmando ou indicando direcionamento de uma identidade; ele também oferece elementos extras que podem indicar determinadas formas de perceber determinados assuntos, como por exemplo, na política. Ainda se acordo com os pensamentos de Luís Mauro de Sá Martino (2010, p. 23): Fazer parte de uma tribo urbana, ser gótico, punk ou nerd, por exemplo, também em alguma medida é estar ligado a algum circuito de consumo, leitura no sentido amplo do termo, articulação e produção de representação no qual a mídia, em algum momento, está inserida. Se ter uma identidade também é reconhecer as fronteiras dos grupos nos quais se está inserido, é possível notar que esse fazer parte significa, no cotidiano, gostar dessa ou daquela roupa, ouvir um ou outro tipo de música, ler alguns livros e não outros. A partir de inúmeros fatores, escolhas, decisões conscientes ou inconscientes, crises, opções, o indivíduo se reconhece como ele mesmo, nota como as suas diferenças caracterizam as diversas identidades e sabe melhor que qualquer outra pessoa as coisas que identificam a si mesmo. Isso aconteceu devido a comunicação e as relações sociais desenvolvidas. No que tange comunicação e identidade, levantamos duas questões principais oriundas dessa discussão. A primeira é pensar como são construídas as narrativas de identidade e os discursos usados para essa formação, a segunda questão é como as narrativas criadas são desenvolvidas dentro dos meios de comunicação. Luiz Mauro de Sá Martino usa pensamentos de Gerber (apud MARTINO, 2010, p. 29) para compreender de forma mais precisa esses conceitos: Muito do que sabemos, ou do que achamos que sabemos, nós nunca experimentamos pessoalmente. Nós vivemos em um mundo construído por narrativas (stories). As narrativas nos socializam nos papéis de gênero, identidade, vocação e estilo de vida, oferecem modelos de conformidade ou alvos para rebelião. Elas tecem a rede sem linhas do nosso ambiente cultural. No passado, nossas narrativas costumavam ser criadas de maneira artesanal, nas famílias, inspiradas nas comunidades. Atualmente elas são produzidas em massa, orientadas politicamente, resultados de um complexo processo de criação e divulgação que conhecemos como meios de comunicação.

37 37 O desenvolvimento dos meios de comunicação possibilitou novos caminhos para a construção da identidade. Com um maior número de pessoas acessando as ferramentas comunicacionais o deslocamento de mensagens e a propagação de cultura criou um ambiente onde se tem um maior número de informações, símbolos e conceitos de identidades diferentes. Ficou muito mais complexo e amplo desenvolver a sua própria noção de identidade, de se enxergar no meio social. A disseminação dessas identidades faz com que os meios de comunicação influenciem diretamente pessoas ou grupos que reafirmem sua identidade ou que destaquem as suas diferenças. 2.2 A identidade e o eu Analisar a concepção do eu é fundamental para se compreender a problemática que envolve a palavra identidade. Entender quem você é é fundamental para definir a sua própria identidade, consequentemente a dos outros indivíduos e/ou grupos e das situações sociais, econômicas e políticas em que se vive. As concepções de identidade implicam na questão da liberdade e dos limites que a mesma possui. Como se é possível construir uma identidade plena em uma situação incerta e cujos limites sociais diminuem a gama de informação que as pessoas poderiam receber? Por exemplo, em uma tribo indígena onde os indivíduos nunca tiveram contato com pessoas de outra região, os índios construiriam sua identidade usando somente os conhecimentos que possuem dentro do seu grupo; o novo não faz parte dessa construção e a diferença é limitada dentro de suas narrativas. Vários conceitos de identidade procuram responder a relação entre identidade e as narrativas construídas entre os indivíduos. Lee Marsden (2009) diz que identidade se trata apenas um produto de como as pessoas se veem, tanto em seu país quanto no exterior, em oposição a um outro socialmente construído, que se transforma conforme o tempo e as circunstância. A realidade e a representação se misturam na construção dos discursos acerca da identidade, o que se é e o que se pensa que é unem-se em busca da melhor definição desse conceito sobre si mesmo. Bernd (2003) destaca que a busca pela identidade deve ser vista como processo, em permanente movimento de deslocamento, como travessia, como uma formação descontínua que se constrói em sucessivos processos de

38 38 desterritorialização e reterritorialização. Podemos então usar novamente o exemplo das tribos indígenas. Os índios teriam, então, a sua construção narrativa sobre identidade limitada pelos aspectos sociais e territoriais em que o mesmo está submetido. Woodward (2007) define alguns pontos que podem ser analisados para uma melhor compreensão desse tema. O primeiro deles é que a identidade é uma relação entre o eu e a sociedade, entre o psíquico e o social, criando assim laços entre o pessoal e o social. Ela a identidade também pode ser vista como relacional, na qual identidades são construídas, acomodadas e moldadas através das relações entre as pessoas, a identidade é construída no convívio com a diferenças entre o nós e o eles. Identidade é algo fluido, contingente e que se transforma com o tempo, e essas transformações vão ser definidas a partir do processo de convivência e com o estabelecimento de fronteiras e limites. Ainda sobre a compreensão de Kath Woodward acerca da identidade, a autora entende que quando se há incertezas sobre a identidade, as pessoas tendem a se voltar para verdades eternas em busca de segurança e de estabilidade. Identidades também são marcadas simbolicamente e são reproduzidas através de representações e possui bases materiais, econômicas, políticas e sociais. A identidade se torna um problema quando a mesma passa por um momento de crise, quando o indivíduo não sabe ao certo quem é. Conforme Martino (2010, p. 40) Muitos livros e filmes sobre a personalidade começam justamente a partir da desconstrução das certezas, até então sólidas: a personagem vive em seu mudo de segurança até saber/descobrir/ser informada de que tudo não passa de uma ilusão, e na verdade ela é outra pessoa. Então é necessário construir outra vez, muitas vezes do zero, quem se é. Diante dessa proposição de Woodward, podemos inferir que as identidades não nascem prontas. As mesmas são moldadas de acordo com as experiências e a vida de cada um dos indivíduos. De acordo com Luiz Mauro de Sá Martino (2010), as narrativas são ferramentas utilizadas desde sempre pelos seres humanos. Com o passar do tempo a necessidade de se comunicar e criar discursos aumentou na proporção em que a gama de informações e a troca de mensagens cresceu. Essas narrativas auxiliam na construção da realidade em outro plano e essa formação é compartilhada entre a comunidade na ampliação dessas narrativas, nesse sentido de cooperação e pertencimento entre os indivíduos de um grupo

39 39 em comum. Zila Bernd (2009), define que a construção da identidade é indissociável da narrativa. A narrativa é usada pelas pessoas para compreender o mundo e a realidade que os cercam, numa dos indivíduos ou grupos entenderem a si mesmos. Conforme Bernd (apud Martino, 2010, p. 45) Nenhuma narrativa é total afinal é impossível a um elemento finito, a narrativa, dar conta de uma realidade infinita. [...] As linhas de acontecimentos responsáveis pela formação de uma textura na narração são limitadas. Narrar também é classificar, definir o espaço de cada agente. Uma narrativa, nesse sentindo, não apenas representa a realidade, mas também a coloca dentro de algum tipo de lógica, organizando os fatos, pessoas e acontecimentos dentro de uma narrativa dentro da qual o sentido pode acontecer. Todas as narrativas estão vinculadas a um tempo, pois elas fazem parte de um momento e serão prolongadas e construídas gradativamente. Essas narrativas podem ser consideradas imortais, mas não eternas. Levando no sentindo mais simplificado, as narrativas possuem uma origem: elas surgiram em um determinado tempo e não tem prazo para morrer, já que com o auxílio da comunicação nossas narrativas ganham dimensões maiores com a ajuda de mais indivíduos e elementos. Mayra Rodrigues (2008) lembra que em nossas identificações portamos, com orgulho, nossos mitos, nossas identidades sempre imaginadas, nossas representações sempre construídas discursivamente e, às vezes, agimos segundo elas na confirmação, como realidade, daquilo que é simples fabulação. As narrativas estão sempre sendo construídas em conjunto em situações políticas e sociais, moldando-se a partir das perspectivas que essas apresentarem. 2.3 Identidade: auxílio da mídia. Como já explanado anteriormente nesse capítulo, os discursos que formamos ao analisar quem somos ou quem pensamos que somos dentro das fronteiras simbólicas a partir de um passado e presente, os leva a concepção ainda em constante desenvolvimento da nossa identidade. A construção dessa identidade é feita de maneira de se pegar fatos do passado, que não precisam ser necessariamente reais, para formar a ideia básica de quem se é no presente, projetando a atualidade ao mesmo tempo em que ela se liga ao seu passado e suas raízes. Baseado nas ideias de David Lowenthal (2004), o passado não chega de forma completa no presente nem mesmo o passado individual.

40 40 Com o desenvolvimento da comunicação e dos meios de comunicação que possibilitam o agrupamento cultural de diversos indivíduos na mesma plataforma digital, a exemplo das redes sociais na internet, a expressão desse passado em relação ao presente mudou. As narrativas deixaram de ser simplesmente discursos soltos e transmitidos na interação de co-presença para assumirem cenários de interação das ambiências digitais. As autobiografias são muito antigas e desde o século V, com o Santo Agostinho, é possível ter registros de informações de sua vida pessoal escrito por ele mesmo. O que temos nesse cenário contemporâneo é a ampliação dessas plataformas para os discursos que passaram a fazer parte, cada vez mais, das ambiências digitais. Essa mudança da narrativa manuscrita ou pessoal para as ambiências digitais acaba por afetar, também, a forma como é constituída e criada. Esses espaços oferecem múltiplas possibilidades e novas formas de comunicação e construção de identidades. Pode-se dizer que, atualmente, expressar-se em ambientes como os sites de redes sociais e se fazer ser visto é uma necessidade humana, pois, existir é também aparecer, como explana a escritora e pesquisadora Paula Sibila em seu livro O Show do Eu (2008). Portanto, não é estranho notar a mudança das identidades para as ambiências digitais. A exposição de si, a defesa do seu eu e de sua identidade em sua conta no Facebook, Twitter 15 ou em um vídeo no YouTube 16, por exemplo, refletem o domínio que você tem sobre sua imagem nos meios sociais. Martino usa as reflexões de Cairoli & Gauer (2009) para fundamentar o debate: Essa visibilidade espetacular que pode ser proporcionada pelos diários virtuais aponta para uma questão contemporânea que diz a respeito da supervalorização da imagem. Há uma legião de indivíduos desamparados, cujo conhecimento social fica subordinado inteiramente a uma visibilidade espetacular. A necessidade do registro imediato do presente, do arquivamento dos momentos em diversas plataformas digitais, como os sites de redes sociais, mudou a forma como o discurso de identidade é criado. Podemos perceber a criação de um eu sendo atualizado constantemente de forma síncrona: aquele sou eu naquele determinado momento, como estou vivendo, o que estou sentindo e o que gosto de fazer. Em sua obra, Ivone Hellsten (2006) discorre que em toda realidade social, a temporalidade é fundamental para as redes

41 41 de relacionamento. Sociedades se reconstroem a partir de reconstrução de sua história. O registo do acontecimento ganha uma importância tão grande quanto o acontecimento em si, de forma a se considerar, para algumas pessoas, que se não foi exposto não aconteceu. Conforme Recuero (2007, p. 5) As imagens publicadas são essenciais para a construção da identidade. Por conta disso, é muito frequente a publicação de imagens de si (ego shots). Cada fotografia pode, assim, permitir aos leitores perceber um dos aspectos da personalidade do fotologueiro. Assim, uma foto com o cachorro, com os amigos ou mesmo com o CD favorito dizem muito sobre cada usuário. Como explanado na citação acima, os registros feitos pelos usuários são representações do existir. Elas contam um pouco sobre cada um e sua representação carrega símbolos e informações sobre os atores sociais. Quando passamos a interagir com o ambiente digital, estamos propícios a se expor em rede, o nosso eu passa a ser direcionado para um outro, que a depender da plataforma utilizada pode ser pessoas do seu convívio social e pessoal ou qualquer outra pessoa. Utilizando o exemplo do Facebook, quando criamos um perfil nessa rede social digital, criamos um perfil que passa a ser basicamente a nossa identidade pública mediada por computador. Na criação desse perfil no Facebook, uma das principais questões que reside é até que ponto aquele perfil reflete a sua identidade?. Como já foi dito no começo desse capítulo, a identidade é um discurso subjetivo, em que algumas informações são ditas e outras são ocultadas, criamos uma história com o objetivo de ter uma representação mais fiel em relação à forma como queremos ser vistos. O quanto essa representação está ligada à realidade nem sempre faz diferença, sobretudo quando se está na ambiência digital. Esses perfis se tornam alternativas para a criação de personalidades, identidades e vários eu baseados nas concepções de si mesmo. Vanessa Dennen, em Constructing academic alter-egos: identidy issues in a blogbased comunnity (2012), entende que a maior vantagem da construção em ambiências digitais de si mesmo é que a internet, mais do que qualquer outra mídia, permite a invenção de identidades. Dento do ambiente virtual a fator de ser ganha sinônimo de representar. Pode-se dizer que essa representação acontece e é usada no dia-a-dia com pessoas que fingem possuir outras características. Porém, pessoalmente e com o contato visual, os indivíduos terão informações adicionais que, relacionadas ao discurso que o

42 42 outro está transmitindo e a identificação dessa identidade, ficará mais fácil de ser avaliada; será, portanto, mais difícil se deixar levar pela conversa de alguém. No ambiente digital a representação do eu é mais propícia a falhas de veracidade. Por exemplo, uma determinada pessoa pode criar um perfil no Facebook e fingir ser de determinado país, as pessoas que não possuem acesso às informações para além daquelas disponibilizadas pelo usuário no site terão apenas aquilo que ele disponibilizar em sua conta e em seu feed. Já quem o conhece pessoalmente saberá e poderá ter uma visão mais verdadeira sobre as características do indivíduo. Como entende Luiz Mauro de Sá Martino (2010, p. 132): É possível ser qualquer um, inventar-se o quanto quiser e, nessa criação de personas, definir uma imagem voltada para o outro, um público. É difícil, senão impossível, avaliar até que ponto essa criação é consciente. Montar uma identidade virtual permite que se escolha a que distância essa identidade estará das outras representações que alguém constrói sobre si. Existem os dois tipos de identidade na internet: de um lado encontramos perfis que tentam se aproximar ao máximo das características reais do indivíduo, tentando ser o mais fiel possível dos pensamentos, gostos, costumes e cultura da pessoa; na outra extremidade, temos a criação de identidades fakes 17. No primeiro caso, vemos a criação de uma persona; no segundo, há a invenção diretamente associada a uma personagem, como destaca Farias e Monteiro (2012). O que definirá o tipo de identidade existente é o grau de aproximação e a finalidade da criação de um determinado perfil. As ambiências digitais nos possibilitam uma infinidade de possibilidades para ser quem quiser, mesmo que em alguns espaços ainda se possua uma política de privacidade para a criação de determinados perfis públicos. A interação direta entre internautas e indivíduos que usam a internet tornou-se mais ampla e frequente. Pessoas de qualquer lugar do mundo podem se dirigir diretamente a você e enviar mensagens qualquer momento, sempre dependendo do sítio em que esses comentários sejam enviados. O Facebook é um site de rede social e um espaço de encontro de diversos tipos de identidades; qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo 17 Pseudônimo usado para se referir a um outro ser

43 43 pode criar um perfil nessa rede social, assim o espaço de interação entre os usuários do Facebook torna-se extenso e rico de possibilidades. O autor entende que a diversidade e a troca de informações e símbolos são fundamentais para a construção narrativa que fazemos sobre a nossa própria identidade. O espaço digital oferece as ferramentas para que desconhecidos e outros usuários da rede possam interagir uns com os outros. 2.4 Fan pages: um encontro de identidades As plataformas digitais de interação possibilitaram que diversos indivíduos, de diversas partes do mundo, com ideias, gostos e pensamentos iguais se encontrassem em um mesmo ambiente. Historicamente, não se encontra um momento em que esse encontro foi possível de ser realizado de forma tão rápida e eficaz. A distância e os limites físicos foram superados graças aos recursos do espaço digital que quebraram barreiras de espaço e tempo. A palavra comunidade ganhou um sentido novo, pois antes era utilizada para definição de aproximação geográfica; na contemporaneidade, o conceito utilizado para a reunião de indivíduos em ambiências digitais que possuem afinidade e gostos iguais. O espaço digital pode ser considerado um grande espaço de encontros semióticos. Usando a apreensão de Asif Agha (2007) para justificar essa colocação, o mesmo diz que um encontro interpessoal semiótico acontece quando uma pessoa encontra outra a partir de signos (uterrances, gestos, textos) que os conectam entre si (ou medeiam a conexão entre eles) em algum quadro de referência. Encontros semióticos são mediados pela mídia quando os signos que conectam as pessoas umas às outras fazem isso dentro de um quadro de referência comum, embora elas permaneçam fisicamente distantes. Willams (1983), em Repensando as teorias da comunicação, entende que a o sentido original da palavra communio, de onde se origina as palavras comunicação e comunidade, aplica-se uma definição das comunidades virtuais no sentido de que são relações sociais constituídas a partir de, e através de, relações de comunicação. As relações sociais desenvolvidas entre os indivíduos que faze parte desses novos espaços, se utilizam dele de maneiras diferentes, é alterado o sentido de participação, existir na

44 44 forma virtual é moldar as ferramentas que os meios eletrônicos disponibilizam para se fazer existir, também, num espaço de debate. Conforme Lee (apud Martino, 2006, p. 186): Os participantes das comunidades on-line se identificam ativamente na internet, mesmo sabendo do elemento público envolvido. Ainda assim identificam-se a partir d e práticas como autonomeação, o uso de assinaturas padronizadas a criação de papéis e mesmo a exposição de informações pessoais. A internet alterou o conceito de comunidade, perdendo o seu sentido físico e migrando para o virtual. Antes, a comunidade era tida como uma região geográfica que abrigava indivíduos que compartilhavam hábitos, costumes, práticas e tradições. As comunidades virtuais podem reunir pessoas de diferentes lugares do mundo, que se orientam a partir de um ponto de afinidade, construindo relações sociais voltadas a atender um objetivo com determinado tema ou assunto em comum. Uma comunidade virtual criada no Facebook para os naturais de um estado brasileiro, por exemplo, é formada por um ponto de encontro onde todos que ali estão por terem um aspecto em comum e isso é o único traço em comum que os une, nos demais aspectos os participantes podem ter características completamente diferentes, como gostos musicais diferentes e diferentes religiões. Mas aquela comunidade em particular os unem com o mesmo objetivo e todos ali possuem essa característica em comum, isso é o suficiente para que ela exista. Levando em consideração o sentido de pertencimento, de discussão e de reunião de pessoas com a mesma finalidade, o sentido de comunidade ganha reforço no espaço virtual da comunicação em rede e permite que as identidades virtuais existam em um ambiente propício para a troca de informações, mensagens, símbolos e códigos, que os indivíduos reforcem as suas identidades, que usem das ferramentas da internet para reafirmar o seu discurso. No próximo capítulo, tratamos de que forma essa identidade é discutida na rede social foco da nossa análise, o Facebook e como é trabalhada o seu desenvolvimento em rede. Como os atores sociais fazem dela, instrumento simbólico para reafirmar ou definir sentido de pertencimento com relação a um lugar dentro do ambiente digital.

45 45 3. Análise da identidade regional no Hipster Pessoense Nesse capítulo, apresentamos os dados referentes a análise da Fan page Hipster Pessoense. No decorrer do capítulo mostremos os aspectos da página e a conversação realizada entre os usuários da rede, bem como a influência que as postagens exercem em seus seguidores, buscando compreender se a identidade dos usuários que seguem a página é influenciada pelo material publicado e produzido pelo Hipster Pessoense. De início, discutimos a metodologia aplicada no estudo, mostrando como a mesma auxilia na fundamentação, observação e análise do problema, para em seguida darmos início a análise em si, observando os aspectos e apontando as características que afirmam o objeto de estudo proposto nessa monografia. Por fim, é realizada uma análise dos dados obtidos com o estudo e a se o objetivo foi alcançado, relacionando os temas identidade e comunicação. Durante o período de análise e observação da Fan page, foram coletados dados referentes as publicações entre os dias 01/06/2015 e 09/10/2015. Nos seis meses de estudo sobre a página, foram catalogadas 138 publicações incluindo postagens de textos, imagens, vídeos e arquivos, excluindo publicações referentes a propagandas e assuntos não relacionados ao objeto estudado, como promoções e sorteios. Porém, para a análise, utilizamos 50 publicações para a apuração e estudo do objeto de pesquisa. Durante o período de estudo, a Fan page aumentou o número de seguidores em cerca de curtidas, crescendo o seu número de seguidores Metodologia Em nosso trabalho, utilizamos a Análise da Conversação como a metodologia para a compreensão do objeto de pesquisa. A Análise de Conversação é uma técnica de investigação qualitativa, com capacidade de aplicação em qualquer tipo de mensagem dita ou escrita, além disso, será um projeto de desenvolvimento descritivo e exploratório (MARCUSCHI, 2006). Através dela, foi possível analisar a maneira como os atores

46 46 sociais se portam na Fan page quais sãos os seus comentários e sua representatividade para a identidade daquele grupo. A compreensão principal do problema se dará pelo que se é comentado, e como daí podem emergir trocas simbólicas importantes na construção da identidade. A Análise da Conversação, que a rigor é uma tentativa de responder questões que buscam entender como as pessoas se entendem ao conversar e como criam, desenvolvem e resolvem conflitos interacionais. Partindo dessa contextualização, esse método ajudou a atingir os objetivos de entender a construção dessa identidade regional. Através da observação não-participante, pudemos observar as postagens entre os meses de maio e setembro de 2015, catalogando e colhendo informações contida nas postagens desses meses. Durante o período de análise, detectamos alguns padrões de comportamento referentes aos seguidores e seus comentários, utilizamos, então, essas características para categorizar os usuários que seguiam a página, assim foi possível fazer uma apuração mais específica e concreta das conversações e relações desenvolvidas pelos atores sociais. Pudemos também perceber algumas questões relacionadas ao comportamento, costume, e maneira dos moradores da cidade de João Pessoa como, local que a página usa como fonte para as suas publicações. Dentro dessa gama de características dos Pessoenses foi possível identificar alguns estereótipos dos habitantes do local, formas de comportamentos ou de conceitos que saíram do ambiente de co-presença e adentraram na ambiência digital, auxiliando, também, na compreensão da identidade mediada por computador. Ainda, questões da ordem da linguagem foram observadas dentro do contexto das publicações e da conversação por parte dos administradores da página e dos usuários seguidores. Assim, foi possível notar uma textualização do sotaque, essa característica tão marcante de várias regiões pode repercutir na afirmação de uma identidade regional.

47 O Hipster Pessoense O termo Hipster caracteriza uma pessoa ou um grupo de pessoas que não possuem estilo definido, que ditam e criam suas tendências, formas de se vestir e tipos de comportamentos, é alguém que não segue um padrão específico que possui sua individualidade e suas características distintas das demais pessoas. Nos últimos anos o termo se popularizou e adentrou na rede criando várias derivações do termo. A cultura Hipster faz parte de uma variedade de subculturas que se fortaleceram nas últimas duas décadas na sociedade ocidental, sendo a maioria tendo surgido nos Estados Unidos e na Inglaterra. Segundo o autor da agência 7 Graus do site 18, o termo Hipster, derivado do hip que significa um adjetivo em inglês usado, na década de 1940, para descolado ou inovador era designado aos jovens brancos que copiavam o estilo dos negros músicos de jazz, sendo que nos últimos anos passou a se referir a uma subcultura presente em vários lugares, não atrelado a um gênero musical em específico, mas que está principalmente ligado a um público jovem habitante de grandes centros urbanos. As Fan pages regionais que usam o termo, utiliza-se dele para demonstrar que os populares da determinada região possuem características distintas das outras localidades, como por exemplo: Hipster Sergipano 19 (Sergipe), Hipster Alagoano 20 (Alagoas) e Hipster da Capital 21 (Brasília). O Hipster Pessoense 22 é uma Fan page do Facebook criada em 2012 criando conteúdo local de cunho humorístico para João Pessoa, no estado da Paraíba. Com uma média de duas publicações por dia, a Fan page retrata situações do cotidiano dos moradores e aborda, através do humor e da ironia, aspectos da cultura, tradições, costumes e estereótipos que compõe a cidade abordada. Em suas postagens, os bairros de João Pessoa ganham destaque e suas referências são exaltadas, assim como a fama popular que os mesmos possuem, como podemos ver nos dois exemplos abaixo (Figuras 1 e 2) Disponível em:

48 48 Figura 1: reprodução da página Hipster Pessoense. Fonte: pesquisa de campo. Figura 2: reprodução da página Hipster Pessoense. Fonte: pesquisa de campo. As duas Figuras fazem referência a bairros que compõe a região de João Pessoa, Bancários e Água Fria. Na primeira, que faz referência a Bancários a página, satiriza com ironia o perigo de ser assaltado na região, certamente o bairro possui fama de ser perigoso e com popularidade de várias pessoas assaltadas. Na segunda que fala do bairro Água Fria faz referência a distância do bairro para os demais locais da cidade, usando o humor fala destacar uma característica geográfica do bairro. Com mais de 36 mil seguidores, a Fan page continua ativa e publicando frequentemente para os seguidores. A página não se restringe a postagens sobre bairros, mas sobre todos os assuntos que possam fazer referência a João Pessoa, como clima, acidentes ou qualquer outro assunto que renda material para publicação dentro do contexto da página Conversação entre moderador e seguidores A conversação da Fan page não acontece somente entre os seguidores que comentam as postagens da página, mas também entre os administradores e o seu público.

49 49 Quando uma postagem é feita, os administradores utilizam de artifícios para se aproximar de seu público. A utilização de linguagem informal e do tom cômico são características que definem esse tipo de conversação. Essa informalidade no tratar, evita hierarquia na divulgação das postagens, faz com que as pessoas então sintam-se mais próximas e consequentemente mais livres a expor suas opiniões e comentar as fotos; ainda, o humor é capaz de enquadrar toda a interação que discorre nas postagens, se apresentando assim como um escape para lidar com situações que muitas vezes poderiam requerer uma discussão mais formal e provavelmente com um tom de mais seriedade. Figura 3: reprodução da página Hipster Pessoense. Fonte: pesquisa de campo. Na Figura 3 podemos ver um exemplo de como o administrador, ou a pessoa que publicou a imagem, lida com os seus seguidores. Inicialmente ele convida as pessoas a interagirem nos comentários quando pede que os seguidores marquem outros amigos, assim a interação entre os demais aconteceria de forma mais eficaz. O Hipster Pessoense também se utiliza de artifícios da textualização da fala oral, ou seja, ele escreve como se fala em João Pessoa. Constatamos isso no texto quando o administrador usa a palavra arreta que significa ficar bravo ou se chatear e é característica da região nordeste. A afirmação de uma identidade Pessoense não se limita apenas nos seguidores da página, ao fazer uma publicação como essa, e utilizar termos como #PareViu, #SoEuPosso e #NãoMexaComigo o administrador da Fan page coloca-se dentro de

50 50 um grupo que possui sentido de pertencimento em relação a uma identidade, nesse caso, a identidade pessoense. Para criar conteúdo que estimule os seguidores da Fan page que tem como referência a cidade de João pessoa, o criador de conteúdo precisa saber os fatores que levariam pessoas a concordar ou se identificar com as postagens feitas. Com o convite feito pelos administradores para que os seguidores comentassem, com a utilização de recursos de linguagem como a 'textualização' do sotaque, aqueles que curtem o Hipster Pessoense compartilham entre si suas opiniões e a interação entre os seguidores pode começar com um simples curtir. Ao curtir comentários de outros membros da Fan page, as pessoas vão concordando coma opinião dada nos comentários e assim há uma reafirmação da postagem. Aquilo que foi publicado, foi comentado e foi curtido, ao fazer esses atos, os seguidores estão reafirmando que aquela postagem os representa de alguma forma. Se o seguidor compartilha em sua própria timeline o conteúdo da publicação, ele está propagando aquele posicionamento. Nas postagens, os administradores fazem uso de uma ferramenta que não é original do Facebook, mas que depois introduzida nesse site de rede social. As hashtags são mais populares no Twitter e Instagram e são utilizadas para a catalogação e para facilitar na busca sobre um determinado assunto ou tema na determinada rede sócia. A ferramenta foi acrescentada no Facebook e é utilizada pelo administrador da Fan page. Dessa forma a hashtag utilizada pode ser usada para a catalogação e o rastreamento da conversação criada no post. Raquel Recuero (2012, p. 37) destaca em seu livro A conversação em rede a utilização da hashtag como auxiliador nas conversações: Quando alguém digita uma hashtag, torna automaticamente sua conversação buscável. Basta clicar na tag e tem-se acesso a tudo que está sendo dito. Esta prática, portanto, torna a conversação capaz de atingir outras redes e ampliar a audiência dela. Os administradores não são apenas os donos da página, mas são os primeiros a identificarem em si mesmo, ou então imaginar e avaliar no outro, aspectos da identidade local que fariam com que os seguidores se identificassem e reafirmassem essas suas características em si mesmo.

51 A conversação auxiliada pela marcação de usuários Uma das práticas mais comuns no Facebook é a utilização de marcação para direcionar aos amigos ou qualquer pessoa no Facebook determinado conteúdo que se queira. É possível marcar usuários em fotos, vídeos, postagens de texto, ou seja, qualquer conteúdo que possa ser publicado dentro do espaço do Facebook. As marcações auxiliam no direcionamento da conversação e no auxílio a interação entre os usuários. Na Fan page estudada é comum observar marcações nas postagens, seja ela por foto, texto, vídeo ou qualquer outra mídia. Os usuários marcam seus amigos no Facebook para mostrá-los determinada postagem, seja porque o assunto lembra-os, ou seja, por qualquer outro motivo que liguem essas duas pessoas, elas precisam ter esse assunto em comum para que a troca simbólica aconteça de forma eficaz. Como exemplo do que estamos abordando, apresentamos a Figura 4: Figura 4: reprodução da página Hipster Pessoense. Fonte: pesquisa de campo. As marcações utilizadas pelos seguidores da página, fazem com que outros usuários do site de rede social Facebook participe da interação entre os membros. Quando os marcados respondem aos comentários eles iniciam uma conversa baseada no tema da postagem, refletindo aspectos locais.

52 A utilização da cultura em rede como reafirmação identitária Para que se tenha uma consciência de que todos os indivíduos da Fan page possuem uma identificação com a identidade local, é preciso que alguns fatores surjam para representar o lugar e assim produzir significado. Dessa forma, a língua, a raça e a história são fundamentais para a constituição da cultura local e para formação de uma compreensão regional, esses fatores possibilitam a absolvição da ideia de pertencimento regional, de regionalidade. Bauman (2003, p. 84) compreende que dentro das fronteiras do Estado só havia lugar para uma língua, uma cultura, uma memória histórica e um sentimento patriótico. De maneira geral, nas publicações do Hipster Pessoense pudemos perceber em todo o momento a discussão de temas relacionados à cultura paraibana; ela é a base de todo o contexto e de toda postagem. Além do mais, ela é a responsável pela criação da página, já que para definir características de um lugar é preciso mergulhar em sua cultura e assim poder criar conteúdo no qual os indivíduos da região se sintam representados e tragam empatia com a mensagem que se quer passar. A cultura não é algo inerente ao homem, é algo maleável, que se molda e que se transforma com o passar do tempo, vai tomando características do ambiente e da região, vai se tornando mais fiel aos costumes do povo que a faz. Ulmann (1991, p. 89) cita que a cultura ao mesmo tempo liberta e restringe, promove e coíbe, desvencilha e impõe freios. As publicações da página possuem aspectos culturais da cidade de João Pessoa, de seus costumes e de seu povo. Nos comentários, os seguidores reproduzem e dão continuidade a essa cultura ao confirmar ou contestar o assunto que foi abordado em tal publicação. Há uma troca de mensagens, troca de informações e uma interação entre membros que expõe temas relacionados a cultura local nas postagens; o sentido de pertencimento dos seguidores apresentou-se de maneira bastante destacada tanto pelas postagens quanto pela discussão que se gerava em torno delas. Para que um indivíduo se torne parte de um grupo de pessoas, para que ele se identifique e reforce sua identidade naqueles que o cercam, a pessoa precisa se sentir integrada. Para Canclini (2003), ter identidade é compartilhar de uma localidade, de um território. Aqueles que não compartilham esses territórios, nem os mesmos objetos e símbolos, são os diferentes. Como exemplo do que estamos nos referindo à cultura local,

53 53 apresentamos a postagem na qual se refere a uma música comum de se ouvir no dia das crianças (Figura 5): Figura 4: reprodução da página Hipster Pessoense. Fonte: pesquisa de campo. Na figura 5 há um exemplo da cultura local de João Pessoa influenciando na publicação e nos comentários de seus seguidores, além do enquadramento cômico dessa situação comum de se presenciar para o morador da região. A música que toca na Casa Pio é um fator cultural já impregnado nas raízes dos habitantes da região, e a citação sobre a música que toca no local faz com que os indivíduos a associem ao contexto cultural em que as mesmas estão envolvidas. No primeiro comentário da postagem, podemos perceber o seguidor reafirmando a música do local como uma marca cultural da cidade ao dizer que se de uma situação que passa de geração em geração, marcando quem mora no local. Nas postagens analisadas, comumente é possível ver mais de um exemplo de fatos assumidos pelos usuários como parte da cultura de João Pessoa. As praias do lugar possuem características e carregam estereótipos dados pelos seus habitantes; essa bagagem cultural é possível de ser vista nos comentários dos seguidores na Figura 6. Há uma participação dos usuários e seguidores nos comentários sobre a proposta da imagem. Se fala em Pipa e Jacumã, praias da cidade com características aparentemente distintas para os usuários; culturalmente uma é considerada mais elitizada que outra, e por isso há uma associação entre as duas, atores sociais em questão

54 54 se sentem identificados e opinam sobre o assunto e envolvem até marcas culturais e identitárias de outra cidade, como se é possível ver no primeiro comentário da postagem em questão. Figura 5: reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense. Fonte: pesquisa de campo. Considerando as análises feitas nas Figuras acima, podemos inferir que o fator cultural se apresenta como muito importante para que o Hipster Pessoense exista; tratase é uma marca fundamental na criação de conteúdo e na interação entre os seguidores. Outros aspectos como o fator das expressões e dos estereótipos serão discutidos nos tópicos seguintes Sotaque e Expressões como reafirmações de identidade Um dos principais fatores que caracterizam um local ou uma região é o seu sotaque e a sua forma de falar. O sotaque é uma maneira particular de falar, variante própria de uma região, classe, etnia, sexo ou idade. Um sotaque nos oferece pistas para a compreensão da cultura de um povo ou de uma sociedade; grupos sociais sejam eles religiosos, étnicos ou baseados em uma localidade são conhecidas por suas diferentes formas de se comunicar, com suas próprias expressões. Para Marcuschi (2001, p. 19)

55 55 Transcrever a fala é passar um texto de sua realização sonora para a forma gráfica com base numa série de procedimentos convencionalizados. Fruto de um contexto histórico, o sotaque foi iniciado pelos portugueses e influenciado por espanhóis, alemães, holandeses e italianos. O sotaque é uma das características que mais marcam as pessoas quando estes conhecem um novo lugar, logo nota-se o diferente modo de falar da população local. É possível percebermos a origem de uma pessoa apenas ao vê-la falando, já que cada região possui as suas características linguísticas, fazendo do sotaque e das expressões locais uma das principais marcas de identidade cultural de um povo. Podemos fazer uma reflexão a respeito do sotaque associado a um traço identitário a partir das considerações de Hall (apud SILVA, 2000, p. 112), que explana a identidade como: As identidades são as posições que o sujeito é obrigado a assumir, embora sabendo sempre, que elas são representações, que a representação é sempre construída ao longo de uma falta, ao longo de uma divisão, a partir do lugar do Outro e que, assim, elas não podem, nunca, ser ajustadas idênticas ao processo dos sujeitos que são nelas investidos. Para que as publicações ganhem ainda mais uma identidade local, há uma textualização da fala local da população. São utilizados, no texto, elementos os que o modo comunicação, as diversas formas de expressão típicas e peculiares da região. Ao escrever um texto com determinada expressão ou de forma literal de como a palavra é falada, o moderador da página compreende de que os seus seguidores vão entender a mensagem, se sentirem representados do ponto de vista da linguagem adotada, e reproduzir como respostas. Pudemos perceber também como mais uma forma de reafirmação de um símbolo que pertence ao local no caso a cidade de João Pessoa. Tomamos como exemplo agora as postagens das Figuras 7 e 8:

56 56 Figura 6: reprodução da página Hipster Pessoense. Fonte: pesquisa de campo. Figura 7: reprodução da página Hipster Pessoense. Fonte: pesquisa de campo. Em ambas as Figuras, é possível notar uma intenção de aproximar o texto escrito da maneira como os Pessoenses se expressam, utilizando da ironia para apresentar essa linguagem comum de se ouvir entre os moradores da região. Mas se acaba num Cuxxcux e Bora Simbora podem trazer ao leitor e aos seguidores uma aproximação e um sentimento de pertencimento ao local, pois os mesmos se identificam com a forma que a mensagem foi transmitida. Não há estranhamento, para outras pessoas de outras regiões do Brasil, as imagens podem não surtir o mesmo efeito, assim como a mensagem pode não ter chegado clara para estes. Além da textualização do sotaque típico da região, há também a inserção de expressões comuns que são utilizadas pelos moradores da cidade. Além de soar de forma mais informal e bem-humorada, as expressões ajudam a contextualizar as situações de forma que os seguidores vivam em seu cotidiano. Lima (1996, p. 11) entende que A expressão, qualquer que seja o contexto em que seja empregada, acrescenta ao referido um sentido de quantidade, abundância, assim, ao acrescentar expressões típicas da cultura de João Pessoa, o criador de conteúdo da página está acrescentando valor cultural e identitário ao assunto em que está abordando em suas publicações, uma forma maior de fazer seus seguidores se identificarem com as postagens. Consideramos agora outra postagem, apresentada na Figura 9:

57 57 Figura 8: reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense. Fonte: pesquisa de campo. Nessa Figura 9, podemos ver a utilização da expressão Oxente na postagem sobre o Dia do Nordestino 23. O primeiro comentário que aparece na postagem é de um seguidor que logo interage com o conteúdo da postagem, ele utiliza o Oxe, uma variação da expressão Oxente e se inclui no grupo de pessoas homenageadas nesse dia, os nordestinos. O seguidor se identificou com a mensagem, entendeu seu conteúdo e no mesmo comentário, reafirmou a sua identidade nordestina e consequentemente Pessoense. Ainda, nas publicações aparecem outras expressões, como Toró, que faz referência a uma chuva torrencial. Pudemos perceber como as utilizações dessas palavras são capazes de auxiliar na construção de uma identidade mais forte e mais coesa, com maior grau de participação do público alvo de outubro é comemorado o Dia do Nordestino. Essa data foi criada em 2009, como uma homenagem ao centenário de Patativa do Assaré, um dos poetas e compositores mais conhecidos do estado do Ceará.

58 Os tipos de Usuários Por mais que todos os seguidores do Hipster Pessoense, possuam um aspecto em comum, que é o interesse pelo conteúdo local de João Pessoa, cada um deles possui sua particularidade e sua individualidade; consequentemente, cada um deles se porta de uma forma e demonstra de uma forma diferente a identidade que carregam consigo sobre o determinado assunto. Durante a análise e catalogação das postagens, foi possível notar diversos tipos de seguidores, pessoas que possuem certa característica ao comentar nas fotos. Para facilitar o reconhecimento dos tipos de usuários presentes na página, os atores foram classificados e divididos em grupos que possuem características distintas uns dos outros. A análise e a separação foram feitas a partir da observação dos comentários nas postagens. Alguns usuários aparecem em mais de um grupo, depende do tipo de publicação em que o mesmo está interagindo. Dessa forma, pudemos chegar aos seguintes tipos de usuários com base em seus padrões de comportamento no processo de conversação em rede (Tabela 1): Tipo Marcador Crítico Engraçado Tabela 1: Tipos de personagens categorizados na observação das postagens. Descrição Esse usuário costuma não publicar nas postagens para tecer comentários sobre o assunto abordado na publicação, ele apenas marca um usuário para que o outro veja a mensagem. Usuários desse tipo foram definidos como atores sociais que levam o conteúdo das publicações de forma mais séria, que costuma comentar para debater algum assunto relacionado ao social, saúde, política ou economia do local. Diferente do crítico, usuários dessa categoria levam todas ou a maioria - das postagens de forma cômica, engraçada e sem encarar como assuntos sérios. Geralmente usam onomatopeias para representar uma risada e dão continuidade à piada. Como é possível de se observar na tabela acima, o primeiro tipo de usuário que observamos é o que decidimos chamar de marcador, esse usuário é um dos mais frequentes nas postagens. Ele não interage diretamente com o conteúdo da publicação através de mensagens ou comentários, esse tipo de seguidor está na Fan page para marcar seus amigos, familiares ou conhecidos. Ele é um divulgador da publicação, alguém que transmite o conteúdo para outro. Geralmente as suas marcações identificam certo grau de

59 59 humor ao relacionar o conteúdo das postagens com a pessoa marcada. Como exemplo, apresentamos a Figura 10: Figura 9: reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense Fonte: pesquisa de campo. Algumas das publicações possuem apenas comentários dos marcadores. Na Figura 10 é possível ver a forma como eles são caracterizados, há a marcação do seu amigo e ocasionalmente algum comentário sobre a postagem e a associação dela para com o usuário marcado. É possível perceber, no segundo comentário, o seguidor marca outros usuários do Facebook e em seguida escreve a frase tu, phyna e eu... kkkk. Nota-se como o seguidor se identificou com a foto do local da postagem, que é uma associação com a cidade de Londres. Nessa mesma postagem em questão também é possível ver um dos seguidores que apenas faz a marcação de outro usuário, não faz algum tipo comentário, nem escreve nenhuma mensagem. A conversação acontece quando o marcado curte e/ou comenta respondendo à marcação. O segundo tipo de seguidor identificado é o Crítico, esses geralmente aparecem em postagens de cunho mais sério, reinvindicações ou assuntos políticos, sociais e econômicos que envolvam João Pessoa. Os debates que acontecem na página envolvem diversos membros e são os que geralmente mais causam interação entre os seguidores do Hipster Pessoense. Existem diversos tipos de comentários, há cobrança de providências

60 60 por parte de algum órgão público, reclamações sobre construção na cidade, contestação sobre a violência ou até mesmo sobre eventos realizados na região. Em outra postagem também percebemos a ação desse tipo de usuário (ver Figura 11): Figura 10: Reprodução da página Hipster Pessoense. Fonte: pesquisa de campo. Na Figura acima a predominância de comentadores do tipo crítico. Nota-se pelos comentários que há um tom de debate, de discussão de ideia e de exposição de pensamentos. A postagem em questão faz referência ao desmatamento que acontece na cidade de João Pessoa. Ao serem atingidos pela mensagem da postagem, os seguidores que aparecem na imagem interagem com a publicação ao deixar seus comentários sobre o tema. A primeira seguidora escreve: Já se foi o tempo que eu tinha orgulho de dizer que João Pessoa era uma das cidades mais verdes do mundo ; pudemos perceber nessa oração sinais de indignação e também um sentido de pertencimento ao lugar. O usuário que fez o comentário sente-se em propriedade de criticar pois, se compreende como um cidadão de João Pessoa. Entre os seguidores, um grupo se destaca em grande parte das publicações, são aqueles que chamamos de engraçados. Além de mostrar que se divertem com o assunto das postagens, eles interagem com a postagem e geralmente dão continuidade ao assunto ou a piada que foi feita na publicação. Os usuários desse grupo se divertem, não entendem como deboche as piadas que são feitas sobre os bairros ou as situações dos moradores de

61 61 João Pessoa, encaram como bastante humor, ajudam na propagação da publicação. Tomamos como exemplo a Figura 12: Figura 11: Reprodução da página Hipster Pessoense. Fonte: pesquisa de campo. Na referida Figura, os dois comentários que aparecem são feitos por usuários classificados como do tipo engraçado, pois para eles as postagens possuem tom humorado e fazem comentários que afirmam isso. O segundo comentário que aparece na postagem analisada é de um seguidor que dá continuidade a piada feita na postagem, ele usa dos mesmos elementos e assuntos da publicação para, também, interagir com a postagem e demais membros da Fan page. O Hipster Pessoense tende a ter muitos seguidores com características do grupo dos engraçados já que a página em si foi criada sob a base humorística e irônica. Encerradas as categorizações a partir dos padrões de comportamento dos seguidores da Fan page, apresentamos no próximo tópico a discussão acerca dos estereótipos, que pudemos perceber em evidência na nossa pesquisa de campo O estereótipo do Ser pessoense O estereótipo pode ser definido como um fator social, pois é referido a categorização de grupos e porque se trata de cognições de grupos, a respeito de indivíduos identificados sob categorias sociais genéricas. Para Gahagan (1980) um estereótipo é uma

62 62 super generalização : não pode ser verdadeiro para todos os membros de um grupo. O estereótipo é, provavelmente, muito inexato como descrição de um dado sujeito, mas não dada qualquer outra informação, constitui uma conjectura racional. Um desses traços levaria então à inferência de outros traços. Para se trabalhar com identidade regional é preciso que se conheça os costumes, hábitos e situações que envolvem um grupo. Além da própria ideia de ser Hipster denotar um estereótipo associado a um tipo de indivíduo comum na contemporaneidade, o estereótipo é também encontrado nas postagens do Hipster Pessoense, ele é usado para caracterizar os moradores daquela região, generalizando e fazendo com que os mesmos se identifiquem, se sintam representados. Porém, a utilização dos estereótipos ganha características cômicas, para que a mensagem não seja má-interpretada e o fator humorístico predomine na publicação. Tomamos como exemplo as Figuras 12 e 13: Figuras 13 e 14: reproduções da (s) página (s) Hipster Pessoense Fonte: Reprodução/Facebook Nas duas postagens, há dois tipos de situações em que o estereótipo do morador de João Pessoa parece emergir. Na Figura 13, é aparentemente limitada a um grupo específico de moradores da região, ou seja, pessoas que se identificam como rockeiros. A referida postagem se refere ao fato de que quem não foi ao Centro Histórico de João Pessoa é poser ; nesse caso, entendemos que a relação com ser poser está relacionada a uma pessoa aparentemente boçal, de personalidade contestável e influenciável, de conhecimento limitado sobre determinado assunto, que não possui propriedade para tratar

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