Psicanálise aplicada à medicina: O avesso do gold standard * [1]

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Psicanálise aplicada à medicina: O avesso do gold standard * [1]"

Transcrição

1 1 Psicanálise aplicada à medicina: O avesso do gold standard * [1] Sérgio de Campos Palavras-chave: medicina, instituição, psicanálise aplicada, sintoma. Na medicina, o que se busca é a construção de um saber a partir do real. Pode-se dizer que há um saber no real (Miller, 2001: 28). Como a medicina, a primeira tópica freudiana, Melaine Klein e os pós-freudianos também se orientavam nesse sentido. Em parte, a medicina e a psicanálise coincidiam na proposta de que o real devia ser interpretado por uma semiologia de sinais e sintomas. E essa psicanálise do sentido influenciou a fenomenologia de Karl Jaspers ( ) em sua psicologia compreensiva e explicativa. Assim, a cura emergia na medida em que se cerzia um sentido para o real como trauma. Em contrapartida, com Lacan, especialmente em seu segundo ensino, a psicanálise recebe um outro estatuto, a partir da identificação ao sinthoma. Nessa virada, o que se almeja é alcançar o real fora de sentido. Afinal, o real dispensa todo sentido do drama, do romance e da fantasia que colocava o sujeito, até então, na direção da repetição e do gozo. O que a psicanálise lacaniana busca é um real no saber. A partir de um saber que é suposto, o real fala, Moi, le réel, je parle! Pourquoi pas? (Miller, 2001: 28). Então, conclui-se que a cura se instala quando o saber se esgota, além do saber. Quando o saber se esgota, há o real que é a própria cura. O sentido e o fora do sentido fazem a distinção entre a especialização e a singularidade. A ciência geral determinista tende para a especialização, para um sentido especial e a psicanálise suportada pelo contingente tende para o singular, para o real. Assim, a medicina e a psicoterapia jogam com o sentido da generalização e da especialização. A psicologia hospitalar que busca o status geral de para-medicina especializada é o melhor exemplo. * Trabalho do XIII Encontro Brasileiro do Campo Freudiano.

2 2 A psicanálise não se especializa, tampouco se generaliza. A psicanálise quando aplicada é sempre desespecializada. Ou melhor, a psicanálise é especializada no sujeito. Seja onde, quando e em quem ela for aplicada, ela se aplica como psicanálise no plano da terapêutica apenas ao sujeito, em especial, independente de qual seja o segmento a que ele pertença. Seja ele: criança, adulto ou idoso, ou portador de uma psicose, de uma obesidade, de uma doença psicossomática, de uma hipertensão, implicado ou não num processo judiciário, a psicanálise se aplica na medida em que ela trata o sujeito. Na medicina, pode-se considerar que há um declínio do clinico geral em prol dos especialistas. Afinal, o que distingue o clínico geral dos especialistas? O clínico geral, pelo menos em tese, seria aquele capaz de tratar o corpo como um todo e que, nesse intuito, essencialmente, escuta o seu paciente. Ele escuta para fazer o diagnóstico, aplicar o tratamento e estabelecer um prognóstico. Na atualidade, a ciência dá a todos a possibilidade de virem pedir ao médico seu ticket de benefício, de sorte que o tempo comprimiu seu trabalho, fazendo com esse se abrigasse nas especialidades (Lacan, 1966/2001: 10). Como o mercado reduziu o custo hora na saúde e exigiu-lhe eficácia, o médico refugiou-se na tecnologia como o método mais rápido e eficaz do que escutar o paciente. Na lógica do time is money a medicina confia na tecnologia para afastar toda equivocidade da linguagem. Com efeito, cada vez mais é raro depararmos com os médicos que escutam seus pacientes e abraçam a causa da clínica. A psicanálise também contribuiu para o aparecimento de certos equívocos, tais como a psicossomática como especialidade médica. Apesar de equívocos, a psicanálise como clínica desespecializada que se apóia no desejo ganha terreno na medida em que a medicina deixa vago o espaço da subjetividade. Mesmo que o médico escute, certamente que a sua escuta é diferente da escuta analítica, assim como o sujeito não diz ao médico o que diz a um analista. A medicina, preferencialmente, opera com o discurso do mestre ou com o discurso

3 3 universitário. Com esses dois discursos, o inconsciente, temporariamente, se apaga e o sujeito permanece no andar inferior do grafo do desejo. Assim, o antigo clínico que escuta seus pacientes, opera através da demanda como um psicoterapeuta. E a medicina, ao objetivar curar a falta do sujeito, calça o inferno de boas intenções. Se o médico se aprimora com a experiência, a experiência joga contra o analista, pois a experiência aparta a singularidade, vicia a escuta, afastando toda a possibilidade do analista surpreender o analisante e ser surpreendido por ele. A medicina se assegura em um saber de condutas programáticas e pragmáticas baseadas em protocolos e guidelines, sempre tentando alcançar a meta do gold standard. A medicina detesta surpresas - boas ou ruins, elas são sempre incômodas. E são nos pontos obscuros de surpresas e contingências que o analista pode se fazer presente. A medicina é especializada porque ela se assenta sobre a lógica cartesiana dos quatro pontos cardiais da moral provisória (Descartes, 1637/1983: 37). A medicina lança mão do método de Descartes para a compreensão do real. Mas, a medicina também possui sua essência empírica, pois o seu saber se adquire com o acúmulo da experiência. A psicanálise, por outro lado, Freud inspirou-se no empirismo para extrair a regra de ouro de sua técnica, mais precisamente a associação livre de idéias descrita por David Hume (Hume, 1748/1996: 40) em Investigações acerca do entendimento humano [2]. A essência da medicina é empírica e a técnica, cartesiana. A essência da psicanálise é cartesiana e a técnica, empírica. A psicanálise tem no sujeito do inconsciente a sua essência, que é o mesmo sujeito cartesiano da ciência. Lacan vai além ao radicalizar Descartes, mostrando que o sujeito da ciência e o sujeito do inconsciente são o mesmo: Je pense, je jouis (Lacan, 1974/1988:75). Portanto, se por um lado, a medicina é uma ciência do coletivo e, não do universal - pois não suporta o teste de falseabilidade de Popper, sem soluções auxiliares ad hoc -, por outro, a psicanálise é a ciência do singular.

4 4 Existe um paradoxo: a medicina se especializa para atingir o ideal do todo universal pela via do necessário, mas só alcança o coletivo, uma vez que a sua base é empírica e que o saber médico tende a esmaecer as particularidades dos casos somados um a um. Por outro lado, a psicanálise destaca o particular para apreender o singular na casuística pelo viés da contingência que toca o impossível. A psicanálise, ao identificar no sintoma o gozo no que ele tem de mais particular, nocivo, restrito e reservado, propicia ao sujeito, através de um percurso analítico, a condição de assentí-lo como o singular do sinthoma no que ele tem de diferente, próprio, inusitado e ex-cêntrico. Eis o judô de Lacan: usar a força maléfica do gozo a serviço do próprio bem. A medicina cede o lugar para a psicanálise. Lugar de resto, diga-se de passagem. Resto daquilo que ela não dá conta e não quer saber. Não se trata de um lugar cômodo de se ocupar, pois não há comodidade nas relações com o real como impossível de se suportar. O que sobra daquilo que a medicina não conseguiu extrair saber, tendo em vista o paradigma do saber no real, é o objeto do qual a psicanálise se ocupa. Esse objeto é o real que a ciência não conseguiu encobrir pelo saber. Por outro lado, a psicanálise, ao trabalhar com esse real, faz litoral - sempre sujeito às marés - com a medicina. A psicanálise não está ao lado da medicina, mas do outro lado que sempre sobra da pedagógica relação médico-paciente. Enfim, o que a psicanálise quer da medicina é se inserir na fenda por onde aparece o sujeito da não relação médico-paciente. Quando a psicanálise consegue pescar o sujeito da relação, dual e imaginária, médico-paciente, algo pode, eventualmente, acontecer. Sobre a semeadura da psicanálise, pode-se dizer que há os que semeiam sem sair e há aqueles que saem para semear. Se por um lado, há analistas que semeiam a psicanálise didática dentro da própria pátria, dentro da Escola, por outro, há aqueles que semeiam a psicanálise fora de seu território, aplicada à terapêutica nas instituições não-psicanalíticas: hospitais, universidades, escolas, departamentos jurídicos, entre outras. É nesse ir e vir entre a

5 5 psicanálise em intenção e a psicanálise em extensão que constitui a verdadeira missão daquele que se coloca como o avesso do gold standard: semear a psicanálise au petit bonheur traduzida para Ao acaso a sorte (Miller, 2001: 16). Semear a psicanálise diz respeito à transmissão da semente analítica através da fuga do sentido, pelo que escoa, pelo que corre para longe dos paradigmas aristotélicos da episteme. Os seminários de Lacan nos levam a sua semeadura. A idéia de semear a psicanálise nos lembra a máxima Ecce exiit qui seminat, seminare[3]. O analista deve sair de seu território, de sua Escola e semear a semente analítica, sua essência. Lacan isola Ça fout le camp traduzida para isso vai-se embora. Mas, a psicanálise transmite somente o que é da ordem da certeza, através da própria experiência analítica de cada um (Miller, 2001: 17). A psicanálise quando aplicada à medicina, não opera no campo médico, tampouco no campo para-médico. A psicanálise se aplica ao próprio campo. O inconsciente ex-siste ao campo médico. Assim, Não se deve esticar a psicanálise sobre a cama, ou divã de Procuste, obrigá-la a alinhar-se sobre outras práticas. A via de Lacan é ao contrário, a de positivar traços que, na psicanálise, parecem negativos na ciência, para construir o aparelho adequado ao real (Miller, 2001: 17). O campo da psicanálise e o campo médico são indissociáveis e inconciliáveis, devendo, portanto, serem delimitados. Se no seu primeiro ensino Lacan estava às voltas da junção entre o simbólico e o real, no último, ele nos convida a pensar o simbólico a medicina - e o real a psicanálise -, a partir de sua disjunção. Lacan propõe o nó borromeano que permite que os dois elementos permaneçam disjuntos e ao mesmo tempo inseparáveis. Portanto, o nó ultrapassa a antinomia da junção e da disjunção, na medida em que eles se situam numa nãorelação, mas ao mesmo tempo são tomados em uma relação (Miller, 2001: 31). Senão vejamos a disjunção entre a medicina e a psicanálise: enquanto a medicina visa a obesidade, a psicanálise visa a bulimia como estratégia de alienação ao Outro; enquanto a

6 6 medicina visa a desnutrição, a psicanálise visa a anorexia como estratégia de separação do Outro; enquanto a medicina visa o parto, a psicanálise visa a angústia de separação e o real que transborda o corpo; enquanto a medicina visa a amputação de um membro gangrenado, a psicanálise visa a angústia de castração; enquanto a medicina visa o tratamento do infarto, a psicanálise visa o imponderável da vida; enquanto a medicina visa o tratamento de um câncer de mama, a psicanálise visa escutar as demandas e os desejos de uma feminilidade e de uma subjetividade que se revela abalada; enquanto a medicina visa a precocidade de um diagnóstico de câncer, a psicanálise visa o sujeito que pergunta: por que eu?. Lacan coloca a medicina em lugar de destaque, sobretudo a clínica médica, na Ata de Fundação: seção de psicanálise aplicada. Ele propõe que se constitua um grupo de médicos analisados ou não, e os convida, como parceiros, a examinar e a debater a partir de suas experiências os resultados da práxis freudiana. Apostando numa casuística, Lacan propõe um exame minucioso dos casos particulares em que se apresentam dilemas nascidos da contraposição entre as normas da doutrina médica e as inúmeras circunstâncias e contingências que cercam a sua aplicação prática. Destarte, buscando a clínica médica como interlocutora, ele coloca à prova as estruturas e as categorias que sustentam a práxis lacaniana no que ela possui como doutrina de cura e suas variações (Lacan 1964/2002: 231). Em contrapartida, Miller argumenta que num percurso de análise temos uma construção de saber e num dado momento, esse saber suposto que não é o real se transmuta para o registro do real. Afinal, trata-se de uma construção de saber a partir dos efeitos de verdade, pondera Miller, que também assinala que algo do real entra em jogo ao ser tocado pela suposição de saber. Trata-se de um suposto saber que é metaforizado como real (Miller, 2001: 28). Mas, como colher a semeadura do fora de sentido? Lacan aproxima a estrutura do Witz com o saber que se adquire com a cura. Trata-se de uma invenção de algo novo que se

7 7 transmite e é reconhecido pelo Outro provocando efeitos de riso. No Witz, algo se apreende antes da compreensão, através do equívoco e do sem sentido, de forma que o dizer é apreendido no campo da novidade e da invenção (Stevens, 2002: 62). Assim, um saber constituído como a medicina, estabelecido e preso a mecanismos de compreensão e normas extraídas de um gold standard, se distingue de um outro saber, a psicanálise, que emerge como algo não sabido a priori, da ordem da invenção e de um saber do ato (Stevens, 2002: 62). Para o analista, a cada cura, ele deve reinventar a psicanálise. O standard lacaniano, como avesso ao gold standard da medicina, como não especialista, deve aceitar o não saber como a própria essência do saber analítico, de tal sorte que a aposta na curiosidade e na não compreensão possa surgir como a semente que brota do fora de sentido frutificando um gaio saber na práxis lacaniana. Referências bibliográficas DESCARTES, R. (1637) O discurso do método. Parte II. In: Vitor Civita (ed.), Coleção os Pensadores, São Paulo: Editora Abril, (Versão de 1983), terceira Edição. HUME, D. (1748) Investigações acerca do entendimento humano. Seção III, In: Vitor Civita (ed.), Coleção os Pensadores, São Paulo: Nova cultural, (Versão de 1996), Primeira edição. LACAN, J. (1964) Acte de fondation. Autres écrits. Le champ freudien. Aux Éditions du Seuil, Paris, pp , LACAN, J. (1966) O lugar da psicanálise na medicina. Opção lacaniana, n º 32, São Paulo, pp. 8-14, dezembro de LACAN, J. (1974) La Tercera. Intervenciones y textos. Buenos Aires: Editora Manantial, pp , MILLER, J. ALAIN, (2001) Psychanalyse pure, psychanayse appliqquée & psychothérapie, L Orientation Lacanienne, Revue de La Cause freudienne n. 48, Paris, pp. 7-35, maio de MILLER, J. ALAIN, (2001) Um real para a psicanálise. Opção lacaniana, n º 32, São Paulo, pp , dezembro de STEVENS, A. (2002) La formation du psychanalyste, L École et la formation du psychanalyste, La Cause Freudienne, N. 49, pp

8 8 [1] Gold standard é um jargão corrente no meio médico que significa padrão ouro, denominando um padrão ideal de propedêutica e terapêutica, sempre de acordo com regras e normas. Se o Gold standard denomina o objeto ideal a ser alcançado na medicina, a denominação standard para psicanálise denomina, para as normas da IPA, o analista ideal. Assim, propomos o avesso do Gold standard para o analista lacaniano. [2] David Hume identifica três tipos de associação livre de idéias: semelhança, contigüidade e causa e efeito. Consideramos que, possivelmente, Freud teria se inspirado em Hume. Então, podemos ler semelhança/condensação/metáfora e contigüidade/deslocamento/metonímia. Todavia, Hume não menciona Aristóteles, que já havia distinguido os princípios de semelhança, de contraste e de contigüidade de idéias no texto On Memory and Reminiscense, edição Ross Great Books, 1952, 451, pp [3] Matheus XIII, 3.

Almanaque on-line entrevista Uma questão para a AMP-América

Almanaque on-line entrevista Uma questão para a AMP-América Almanaque on-line entrevista Uma questão para a AMP-América Entrevistada: Elisa Alvarenga Diretora Geral do IPSM-MG e Presidente da FAPOL (Federação Americana de Psicanálise de Orientação Lacaniana). E-mail:

Leia mais

Considerações acerca da transferência em Lacan

Considerações acerca da transferência em Lacan Considerações acerca da transferência em Lacan Introdução Este trabalho é o resultado um projeto de iniciação científica iniciado em agosto de 2013, no Serviço de Psicologia Aplicada do Instituto de Psicologia

Leia mais

UMA TOPOLOGIA POSSÍVEL DA ENTRADA EM ANÁLISE 1

UMA TOPOLOGIA POSSÍVEL DA ENTRADA EM ANÁLISE 1 UMA TOPOLOGIA POSSÍVEL DA ENTRADA EM ANÁLISE 1 Celso Rennó Lima A topologia..., nenhum outro estofo a lhe dar que essa linguagem de puro matema, eu entendo por aí isso que é único a poder se ensinar: isso

Leia mais

CLINICA DA ANSIEDADE: Um projeto terapêutico

CLINICA DA ANSIEDADE: Um projeto terapêutico CLINICA DA ANSIEDADE: Um projeto terapêutico De nossos antecedentes Existem instituições onde a psicanálise aplicada da orientação lacaniana tem lugar há muitos anos, como é o caso do Courtil e L Antenne

Leia mais

Desdobramentos: A mulher para além da mãe

Desdobramentos: A mulher para além da mãe Desdobramentos: A mulher para além da mãe Uma mulher que ama como mulher só pode se tornar mais profundamente mulher. Nietzsche Daniela Goulart Pestana Afirmar verdadeiramente eu sou homem ou eu sou mulher,

Leia mais

A fala freada Bernard Seynhaeve

A fala freada Bernard Seynhaeve Opção Lacaniana online nova série Ano 1 Número 2 Julho 2010 ISSN 2177-2673 Bernard Seynhaeve Uma análise é uma experiência de solidão subjetiva. Ela pode ser levada suficientemente longe para que o analisante

Leia mais

A sua revista eletrônica CONTEMPORANEIDADE E PSICANÁLISE 1

A sua revista eletrônica CONTEMPORANEIDADE E PSICANÁLISE 1 A sua revista eletrônica CONTEMPORANEIDADE E PSICANÁLISE 1 Patrícia Guedes 2 Comemorar 150 anos de Freud nos remete ao exercício de revisão da nossa prática clínica. O legado deixado por ele norteia a

Leia mais

A DOENÇA O REAL PARA O SUJEITO

A DOENÇA O REAL PARA O SUJEITO A DOENÇA O REAL PARA O SUJEITO 2014 Olga Cristina de Oliveira Vieira Graduada em Psicologia pela Universidade Presidente Antônio Carlos. Docente no Centro Técnico de Ensino Profissional (CENTEP). Especialização

Leia mais

I OS GRANDES SISTEMAS METAFÍSICOS

I OS GRANDES SISTEMAS METAFÍSICOS I OS GRANDES SISTEMAS METAFÍSICOS A principal preocupação de Descartes, diante de uma tradição escolástica em que as espécies eram concebidas como entidades semimateriais, semi-espirituais, é separar com

Leia mais

A ética na pesquisa com seres humanos sob um ponto de vista psicanalítico

A ética na pesquisa com seres humanos sob um ponto de vista psicanalítico 1 A ética na pesquisa com seres humanos sob um ponto de vista psicanalítico Samyra Assad Foi a oportunidade de falar sobre o tema da ética na pesquisa em seres humanos, que me fez extrair algumas reflexões

Leia mais

PRAXIS. EscoladeGestoresdaEducaçãoBásica

PRAXIS. EscoladeGestoresdaEducaçãoBásica PRAXIS A palavra práxis é comumente utilizada como sinônimo ou equivalente ao termo prático. Todavia, se recorrermos à acepção marxista de práxis, observaremos que práxis e prática são conceitos diferentes.

Leia mais

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL INTRODUÇÃO O conceito de ação social está presente em diversas fontes, porém, no que se refere aos materiais desta disciplina o mesmo será esclarecido com base nas idéias

Leia mais

ISSO NÃO ME FALA MAIS NADA! (SOBRE A POSIÇÃO DO ANALISTA NA DIREÇÃO DA CURA) 1

ISSO NÃO ME FALA MAIS NADA! (SOBRE A POSIÇÃO DO ANALISTA NA DIREÇÃO DA CURA) 1 ISSO NÃO ME FALA MAIS NADA! (SOBRE A POSIÇÃO DO ANALISTA NA DIREÇÃO DA CURA) 1 Arlete Mourão 2 Essa frase do título corresponde à expressão utilizada por um ex-analisando na época do final de sua análise.

Leia mais

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias dezembro/2006 página 1 AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Celso João Ferretti: o processo de desintegração da educação atingiu em menor escala as escolas técnicas.

Leia mais

Equações do segundo grau

Equações do segundo grau Módulo 1 Unidade 4 Equações do segundo grau Para início de conversa... Nesta unidade, vamos avançar um pouco mais nas resoluções de equações. Na unidade anterior, você estudou sobre as equações de primeiro

Leia mais

Ser mãe hoje. Cristina Drummond. Palavras-chave: família, mãe, criança.

Ser mãe hoje. Cristina Drummond. Palavras-chave: família, mãe, criança. Ser mãe hoje Cristina Drummond Palavras-chave: família, mãe, criança. Hoje em dia, a diversidade das configurações familiares é um fato de nossa sociedade. Em nosso cotidiano temos figuras cada vez mais

Leia mais

ASSESSORIA DE IMPRENSA 1 Felipe Plá Bastos 2

ASSESSORIA DE IMPRENSA 1 Felipe Plá Bastos 2 ASSESSORIA DE IMPRENSA 1 Felipe Plá Bastos 2 RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo saber como é desenvolvido o trabalho de Assessoria de Imprensa, sendo um meio dentro da comunicação que através

Leia mais

Interpretação do art. 966 do novo Código Civil

Interpretação do art. 966 do novo Código Civil Interpretação do art. 966 do novo Código Civil A TEORIA DA EMPRESA NO NOVO CÓDIGO CIVIL E A INTERPRETAÇÃO DO ART. 966: OS GRANDES ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA DEVERÃO TER REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL? Bruno

Leia mais

Introdução. instituição. 1 Dados publicados no livro Lugar de Palavra (2003) e registro posterior no banco de dados da

Introdução. instituição. 1 Dados publicados no livro Lugar de Palavra (2003) e registro posterior no banco de dados da Introdução O interesse em abordar a complexidade da questão do pai para o sujeito surgiu em minha experiência no Núcleo de Atenção à Violência (NAV), instituição que oferece atendimento psicanalítico a

Leia mais

Novos fundamentos para a psicanálise: Teoria da feminilidade generalizada

Novos fundamentos para a psicanálise: Teoria da feminilidade generalizada Novos fundamentos para a psicanálise: Teoria da feminilidade generalizada 2001 Novos fundamentos para a psicanálise: Teoria da feminilidade generalizada Márcio Peter de Souza Leite Conteúdo Argumento...

Leia mais

Márcio Peter de Souza Leite 4 de abril de 1997 PUC

Márcio Peter de Souza Leite 4 de abril de 1997 PUC O Pai em Freud 1997 O Pai em Freud Márcio Peter de Souza Leite 4 de abril de 1997 PUC Conteudo: Pais freudianos... 3 O pai de Dora... 3 O pai de Schreber.... 4 O pai castrador, que é o terceiro em Freud,

Leia mais

1.3. Planejamento: concepções

1.3. Planejamento: concepções 1.3. Planejamento: concepções Marcelo Soares Pereira da Silva - UFU O planejamento não deve ser tomado apenas como mais um procedimento administrativo de natureza burocrática, decorrente de alguma exigência

Leia mais

Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola

Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola Brincar é fonte de lazer, mas é, simultaneamente, fonte de conhecimento; é esta dupla natureza que nos leva a considerar o brincar

Leia mais

Um Quarto de Volta. Maria Cristina Vecino de Vidal. Discursos

Um Quarto de Volta. Maria Cristina Vecino de Vidal. Discursos Um Quarto de Volta Maria Cristina Vecino de Vidal Este escrito versará em torno da estrutura dos quatro discursos e seu funcionamento na clínica psicanalítica. As questões se centrarão na problemática

Leia mais

MÓDULO 6 INTRODUÇÃO À PROBABILIDADE

MÓDULO 6 INTRODUÇÃO À PROBABILIDADE MÓDULO 6 INTRODUÇÃO À PROBBILIDDE Quando estudamos algum fenômeno através do método estatístico, na maior parte das vezes é preciso estabelecer uma distinção entre o modelo matemático que construímos para

Leia mais

Latusa digital ano 0 N 2 setembro de 2003

Latusa digital ano 0 N 2 setembro de 2003 Latusa digital ano 0 N 2 setembro de 2003 O forçamento da psicanálise * Ruth Helena Pinto Cohen ** A ciência moderna tende a excluir a poética de seu campo e a psicanálise, a despeito de ter nascido a

Leia mais

Atitude fenomenológica e atitude psicoterápica

Atitude fenomenológica e atitude psicoterápica COMUNICAÇÃO DE PESQUISA Atitude fenomenológica e atitude psicoterápica Phenomenological attitude and psychotherapeutic attitude Ihana F. de A. Leal* Joana L. Sant Anna** Joelma da C. Bueno*** Letícia R.

Leia mais

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE

A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Aline Trindade A LIBERDADE COMO POSSÍVEL CAMINHO PARA A FELICIDADE Introdução Existem várias maneiras e formas de se dizer sobre a felicidade. De quando você nasce até cerca dos dois anos de idade, essa

Leia mais

A Tecnologia e Seus Benefícios Para a Educação Infantil

A Tecnologia e Seus Benefícios Para a Educação Infantil A Tecnologia e Seus Benefícios Para a Educação Infantil A Tecnologia e Seus Benefícios Para a Educação Infantil As crianças das novas gerações desde pequenas estão inseridas nesta realidade da tecnologia,

Leia mais

MOURA, Marisa Decat de (ORG). Psicanálise e hospital 3 Tempo e morte: da urgência ao ato analítico. Revinter: Rio de Janeiro, 2003.

MOURA, Marisa Decat de (ORG). Psicanálise e hospital 3 Tempo e morte: da urgência ao ato analítico. Revinter: Rio de Janeiro, 2003. MOURA, Marisa Decat de (ORG). Psicanálise e hospital 3 Tempo e morte: da urgência ao ato analítico. Revinter: Rio de Janeiro, 2003. Prefácio Interessante pensar em um tempo de começo. Início do tempo de

Leia mais

Os princípios da prática analítica com crianças

Os princípios da prática analítica com crianças Os princípios da prática analítica com crianças Cristina Drummond Palavras-chave: indicação, tratamento, criança, princípios. As indicações de um tratamento para crianças Gostaria de partir de uma interrogação

Leia mais

A LEITURA NA VOZ DO PROFESSOR: O MOVIMENTO DOS SENTIDOS

A LEITURA NA VOZ DO PROFESSOR: O MOVIMENTO DOS SENTIDOS A LEITURA NA VOZ DO PROFESSOR: O MOVIMENTO DOS SENTIDOS Victória Junqueira Franco do Amaral -FFCLRP-USP Soraya Maria Romano Pacífico - FFCLRP-USP Para nosso trabalho foram coletadas 8 redações produzidas

Leia mais

Se você acredita que as escolas são o único e provável destino dos profissionais formados em Pedagogia, então, está na hora de abrir os olhos

Se você acredita que as escolas são o único e provável destino dos profissionais formados em Pedagogia, então, está na hora de abrir os olhos Se você acredita que as escolas são o único e provável destino dos profissionais formados em Pedagogia, então, está na hora de abrir os olhos O pedagogo David Bomfin, 50 anos, deixou, há algum tempo, de

Leia mais

Gestão Colegiada HOSPITAL DAS CLÍNICAS UNIDADE I

Gestão Colegiada HOSPITAL DAS CLÍNICAS UNIDADE I Gestão Colegiada HOSPITAL DAS CLÍNICAS UNIDADE I Gestão Colegiada Os aspectos que definem o grau de responsabilidade de uma instituição são: 1 - A conformação da agenda do gestor: isso significa que um

Leia mais

A Sociologia de Weber

A Sociologia de Weber Material de apoio para Monitoria 1. (UFU 2011) A questão do método nas ciências humanas (também denominadas ciências históricas, ciências sociais, ciências do espírito, ciências da cultura) foi objeto

Leia mais

Vamos fazer um mundo melhor?

Vamos fazer um mundo melhor? Vamos fazer um mundo melhor? infanto-junvenil No mundo em que vivemos há quase 9 milhões de espécies de seres vivos, que andam, voam, nadam, vivem sobre a terra ou nos oceanos, são minúsculos ou enormes.

Leia mais

O papel do CRM no sucesso comercial

O papel do CRM no sucesso comercial O papel do CRM no sucesso comercial Escrito por Gustavo Paulillo Você sabia que o relacionamento com clientes pode ajudar sua empresa a ter mais sucesso nas vendas? Ter uma equipe de vendas eficaz é o

Leia mais

Clínica Psicanalítica e Ambulatório de Saúde Mental

Clínica Psicanalítica e Ambulatório de Saúde Mental Clínica Psicanalítica e Ambulatório de Saúde Mental Trabalho apresentado na IV Jornada de Saúde Mental e Psicanálise na PUCPR em 21/11/2009. A prática da psicanálise em ambulatório de saúde mental pode

Leia mais

escrita como condicionante do sucesso escolar num enfoque psicanalítico

escrita como condicionante do sucesso escolar num enfoque psicanalítico escrita como condicionante do sucesso escolar num enfoque psicanalítico Meu objetivo aqui é estabelecer um ponto de convergência entre a apropriação da linguagem escrita, o fracasso escolar e os conceitos

Leia mais

Modelo Cascata ou Clássico

Modelo Cascata ou Clássico Modelo Cascata ou Clássico INTRODUÇÃO O modelo clássico ou cascata, que também é conhecido por abordagem top-down, foi proposto por Royce em 1970. Até meados da década de 1980 foi o único modelo com aceitação

Leia mais

BRINCANDO COM GRÁFICOS E MEDINDO A SORTE

BRINCANDO COM GRÁFICOS E MEDINDO A SORTE BRINCANDO COM GRÁFICOS E MEDINDO A SORTE Elizabeth Pastor Garnier SEE/RJ Pedro Carlos Pereira - FAETEC Projeto Fundão IM/UFRJ Os Parâmetros Curriculares Nacionais propõem a introdução do tópico Tratamento

Leia mais

FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS

FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS Daniel Silveira 1 Resumo: O objetivo desse trabalho é apresentar alguns aspectos considerados fundamentais para a formação docente, ou

Leia mais

IDENTIFICAÇÃO MASCULINA E SUAS ARTICULAÇÕES COM O RECALCAMENTO. o processo de constituição do psiquismo. A discussão será feita à luz das idéias

IDENTIFICAÇÃO MASCULINA E SUAS ARTICULAÇÕES COM O RECALCAMENTO. o processo de constituição do psiquismo. A discussão será feita à luz das idéias IDENTIFICAÇÃO MASCULINA E SUAS ARTICULAÇÕES COM O RECALCAMENTO Cristiana de Amorim Mazzini 1 O presente trabalho discorrerá sobre a identificação masculina ocorrida durante o processo de constituição do

Leia mais

ORIENTAÇÕES SOBRE O CONTEÚDO DO PROJETO

ORIENTAÇÕES SOBRE O CONTEÚDO DO PROJETO ORIENTAÇÕES SOBRE O CONTEÚDO DO PROJETO ESCOLHA DO TEMA - Seja cauteloso na escolha do tema a ser investigado. Opte por um tema inserido no conteúdo programático da disciplina pela qual teve a maior aptidão

Leia mais

Oração. u m a c o n v e r s a d a a l m a

Oração. u m a c o n v e r s a d a a l m a Oração u m a c o n v e r s a d a a l m a 11 12 O Evangelho relata que por diversas vezes, quando ninguém mais estava precisando de alguma ajuda ou conselho, Jesus se ausentava para ficar sozinho. Natural

Leia mais

Guerra Civil. Variante da Guerra Civil. Resumo do Jogo. George R.R. Martin, O Festim dos Corvos

Guerra Civil. Variante da Guerra Civil. Resumo do Jogo. George R.R. Martin, O Festim dos Corvos Variante da Guerra Civil Guerra Civil E por que não? Favorece-o, sempre foi assim. Ele se parece com você, pensa como você, que pretende lhe dar Dorne, não se incomode em negá-lo. Eu li sua carta. As palavras

Leia mais

Os desafios do Bradesco nas redes sociais

Os desafios do Bradesco nas redes sociais Os desafios do Bradesco nas redes sociais Atual gerente de redes sociais do Bradesco, Marcelo Salgado, de 31 anos, começou sua carreira no banco como operador de telemarketing em 2000. Ele foi um dos responsáveis

Leia mais

uma representação sintética do texto que será resumido

uma representação sintética do texto que será resumido Resumo e Resenha Resumo Ao pesquisar sobre as práticas de linguagem nos gêneros escolares, Schneuwly e Dolz (1999: 14), voltando seus estudos para o nível fundamental de ensino, revelam que a cultura do

Leia mais

Jogos. Redes Sociais e Econômicas. Prof. André Vignatti

Jogos. Redes Sociais e Econômicas. Prof. André Vignatti Jogos Redes Sociais e Econômicas Prof. André Vignatti Teoria dos Jogos Neste curso, queremos olhar para redes a partir de duas perspectivas: 1) uma estrutura subjacente dos links de conexão 2) o comportamentos

Leia mais

Reconhecida como uma das maiores autoridades no campo da análise infantil na

Reconhecida como uma das maiores autoridades no campo da análise infantil na 48 1.5. Aberastury: o nascimento de um neo-kleinianismo Reconhecida como uma das maiores autoridades no campo da análise infantil na Argentina, Arminda Aberastury fazia parte do grupo de Angel Garma, que

Leia mais

CORPO, IMAGEM, ORIFÍCIO: PONTUAÇÕES SOBRE O CORPO EM PSICANÁLISE. O valor do corpo como imagem, como suporte imaginário e consistência, por

CORPO, IMAGEM, ORIFÍCIO: PONTUAÇÕES SOBRE O CORPO EM PSICANÁLISE. O valor do corpo como imagem, como suporte imaginário e consistência, por CORPO, IMAGEM, ORIFÍCIO: PONTUAÇÕES SOBRE O CORPO EM PSICANÁLISE Regina Cibele Serra dos Santos Jacinto Ana Maria Medeiros da Costa Podemos afirmar que o interesse de Lacan pela questão do corpo esteve

Leia mais

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS RESUMO Juliana Candido QUEROZ (Bolsista) 1 ; Natália SILVA (Bolsista) 2, Leila BRUNO (Supervisora) 3 ; Sinval Martins S. FILHO (Coordenador)

Leia mais

Opção Lacaniana online nova série Ano 3 Número 8 julho 2012 ISSN 2177-2673. Há um(a) só. Analícea Calmon

Opção Lacaniana online nova série Ano 3 Número 8 julho 2012 ISSN 2177-2673. Há um(a) só. Analícea Calmon Opção Lacaniana online nova série Ano 3 Número 8 julho 2012 ISSN 2177-2673 Analícea Calmon Seguindo os passos da construção teórico-clínica de Freud e de Lacan, vamos nos deparar com alguns momentos de

Leia mais

Correlação e Regressão Linear

Correlação e Regressão Linear Correlação e Regressão Linear A medida de correlação é o tipo de medida que se usa quando se quer saber se duas variáveis possuem algum tipo de relação, de maneira que quando uma varia a outra varia também.

Leia mais

UMA CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DO SELF AO ESTUDO DOS TESTES PROJETIVOS

UMA CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DO SELF AO ESTUDO DOS TESTES PROJETIVOS UMA CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DO SELF AO ESTUDO DOS TESTES PROJETIVOS Gilberto Safra Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo Resumo O autor aborda os testes projetivos pela perspectiva da psicanálise

Leia mais

As pesquisas podem ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e nomenclaturas. Por exemplo, elas podem ser classificadas de acordo com:

As pesquisas podem ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e nomenclaturas. Por exemplo, elas podem ser classificadas de acordo com: 1 Metodologia da Pesquisa Científica Aula 4: Tipos de pesquisa Podemos classificar os vários tipos de pesquisa em função das diferentes maneiras pelo qual interpretamos os resultados alcançados. Essa diversidade

Leia mais

FREUD: IMPASSE E INVENÇÃO

FREUD: IMPASSE E INVENÇÃO FREUD: IMPASSE E INVENÇÃO Denise de Fátima Pinto Guedes Roberto Calazans Freud ousou dar importância àquilo que lhe acontecia, às antinomias da sua infância, às suas perturbações neuróticas, aos seus sonhos.

Leia mais

Gestão da Informação e do Conhecimento

Gestão da Informação e do Conhecimento Gestão da Informação e do Conhecimento Aula 05 Aquisição da Informação Dalton Lopes Martins dmartins@gmail.com 2sem/2014 Aquisição da Informação PROCESSO 2 - A aquisição da informação envolve as seguintes

Leia mais

determinam o comportamento e as consequências do comportamento no contexto de interação, ou seja, na relação funcional dos comportamentos.

determinam o comportamento e as consequências do comportamento no contexto de interação, ou seja, na relação funcional dos comportamentos. Psicoterapia comportamental infantil Eliane Belloni 1 A psicoterapia comportamental infantil é uma modalidade de atendimento clínico que visa propiciar mudanças no comportamento da criança a partir de

Leia mais

Percursos Teóricos-metodológicos em Ciências Humanas e Sociais

Percursos Teóricos-metodológicos em Ciências Humanas e Sociais Percursos Teóricos-metodológicos em Ciências Humanas e Sociais Daniela Riva Knauth Departamento de Medicina Social PPG Antropologia e Epidemiologia UFRGS Pesquisa qualitativa Crítica ao Positivismo Todo

Leia mais

6. Considerações Finais

6. Considerações Finais 6. Considerações Finais O estudo desenvolvido não permite nenhuma afirmação conclusiva sobre o significado da família para o enfrentamento da doença, a partir da fala das pessoas que têm HIV, pois nenhum

Leia mais

Geração Z: a nova «cara» dos próximos dez anos

Geração Z: a nova «cara» dos próximos dez anos 5.131 Domingo, 02/12/2010 Geração Z: a nova «cara» dos próximos dez anos João Montanaro tem apenas 14 anos e há dois trabalha como chargista no maior jornal de circulação nacional do país, a "Folha de

Leia mais

Descrição e regras e dinâmica do jogo Unidos para produzir um lugar saudável - PDTSP TEIAS

Descrição e regras e dinâmica do jogo Unidos para produzir um lugar saudável - PDTSP TEIAS Descrição e regras e dinâmica do jogo Unidos para produzir um lugar saudável - PDTSP TEIAS Peças do jogo O jogo Unidos para produzir um lugar saudável PDTSP TEIAS Escola Manguinhos Versão inicial é composto

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS ALCIDES DE SOUZA JUNIOR, JÉSSICA AMARAL DOS SANTOS, LUIS EDUARDO SILVA OLIVEIRA, PRISCILA SPERIGONE DA SILVA, TAÍS SANTOS DOS ANJOS ACADÊMICOS DO PRIMEIRO ANO DE

Leia mais

DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS MATEMÁTICAS Marineusa Gazzetta *

DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS MATEMÁTICAS Marineusa Gazzetta * DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS MATEMÁTICAS Marineusa Gazzetta * RESUMO: Neste texto apresento algumas considerações sobre as competências e habilidades matemáticas a serem desenvolvidas no Ensino Fundamental,

Leia mais

Gabarito da Prova de Oficinas dos Velhos Ano 2008

Gabarito da Prova de Oficinas dos Velhos Ano 2008 Gabarito da Prova de Oficinas dos Velhos Ano 2008 12 de maio de 2008 1 (a) O objetivo principal da oficina de espectroscopia é que os aprendizes aprendessem, rápido, a interpretar espectros e linhas espectrais,

Leia mais

COMO FAZER A TRANSIÇÃO

COMO FAZER A TRANSIÇÃO ISO 9001:2015 COMO FAZER A TRANSIÇÃO Um guia para empresas certificadas Antes de começar A ISO 9001 mudou! A versão brasileira da norma foi publicada no dia 30/09/2015 e a partir desse dia, as empresas

Leia mais

A Tua Frase Poderosa. Coaches Com Clientes: Carisma. Joana Areias e José Fonseca WWW.COACHESCOMCLIENTES.COM

A Tua Frase Poderosa. Coaches Com Clientes: Carisma. Joana Areias e José Fonseca WWW.COACHESCOMCLIENTES.COM A Tua Frase Poderosa Coaches Com Clientes: Carisma Joana Areias e José Fonseca WWW.COACHESCOMCLIENTES.COM Introdução Neste pequeno texto pretendo partilhar contigo onde os coaches falham ao apresentarem-se

Leia mais

Processos Técnicos - Aulas 4 e 5

Processos Técnicos - Aulas 4 e 5 Processos Técnicos - Aulas 4 e 5 Trabalho / PEM Tema: Frameworks Públicos Grupo: equipe do TCC Entrega: versão digital, 1ª semana de Abril (de 31/03 a 04/04), no e-mail do professor (rodrigues.yuri@yahoo.com.br)

Leia mais

EMPREENDEDORISMO DE. Professor Victor Sotero

EMPREENDEDORISMO DE. Professor Victor Sotero EMPREENDEDORISMO DE NEGÓCIOS COM INFORMÁTICA Professor Victor Sotero 1 OBJETIVOS DA DISCIPLINA Esta disciplina apresenta uma metodologia para formação de empreendedores. Aberta e flexível, baseada em princípios

Leia mais

EXERCÍCIO E DIABETES

EXERCÍCIO E DIABETES EXERCÍCIO E DIABETES Todos os dias ouvimos falar dos benefícios que os exercícios físicos proporcionam, de um modo geral, à nossa saúde. Pois bem, aproveitando a oportunidade, hoje falaremos sobre a Diabetes,

Leia mais

O corpo para a psicanálise: notas sobre inibição e psicossomática. 1

O corpo para a psicanálise: notas sobre inibição e psicossomática. 1 O corpo para a psicanálise: notas sobre inibição e psicossomática. 1 Miriam A. Nogueira Lima 2 1ª - O corpo para a psicanálise é o corpo afetado pela linguagem. Corpo das trocas, das negociações. Corpo

Leia mais

Manutenção de Ambientes de Saúde

Manutenção de Ambientes de Saúde Manutenção de Ambientes de Saúde Investir para gastar menos no ambiente de saúde Remendar, improvisar, dar um jeitinho, deixar para o último minuto. Nada disso funciona em ambientes de saúde. Essas soluções

Leia mais

O AUTISMO NA PSICANÁLISE E A QUESTÃO DA ESTRUTURA Germano Quintanilha Costa 1

O AUTISMO NA PSICANÁLISE E A QUESTÃO DA ESTRUTURA Germano Quintanilha Costa 1 O AUTISMO NA PSICANÁLISE E A QUESTÃO DA ESTRUTURA Germano Quintanilha Costa 1 I Introdução O objetivo deste trabalho é pensar a questão do autismo pelo viés da noção de estrutura, tal como compreendida

Leia mais

COMPETÊNCIAS E SABERES EM ENFERMAGEM

COMPETÊNCIAS E SABERES EM ENFERMAGEM COMPETÊNCIAS E SABERES EM ENFERMAGEM Faz aquilo em que acreditas e acredita naquilo que fazes. Tudo o resto é perda de energia e de tempo. Nisargadatta Atualmente um dos desafios mais importantes que se

Leia mais

COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações

COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações R E A L I Z A Ç Ã O A P O I O COMO PARTICIPAR EM UMA RODADA DE NEGÓCIOS: Sugestões para as comunidades e associações

Leia mais

Movimento da Lua. Atividade de Aprendizagem 22. Eixo(s) temático(s) Terra e Universo. Tema. Sistema Solar

Movimento da Lua. Atividade de Aprendizagem 22. Eixo(s) temático(s) Terra e Universo. Tema. Sistema Solar Movimento da Lua Eixo(s) temático(s) Terra e Universo Tema Sistema Solar Conteúdos Movimentos da Terra e da Lua / movimento aparente dos corpos celestes / referencial Usos / objetivos Ampliação e avaliação

Leia mais

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: domínio e/ou desenvolvimento? Cipriano Carlos Luckesi 1

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: domínio e/ou desenvolvimento? Cipriano Carlos Luckesi 1 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: domínio e/ou desenvolvimento? Cipriano Carlos Luckesi 1 A partir do texto que publiquei na revista ABC EDUCTIO, nº 54, de março do corrente ano, tratando das armadilhas que são

Leia mais

PROJETO SEMPRE-VIVA Campanha de erradicação de violência Doméstica Ênfase Projeto Sempre-Viva.

PROJETO SEMPRE-VIVA Campanha de erradicação de violência Doméstica Ênfase Projeto Sempre-Viva. PROJETO SEMPRE-VIVA Campanha de erradicação de violência Doméstica Ênfase Projeto Sempre-Viva. TERESA CRISTINA CABRAL SANTANA RODRIGUES DOS SANTOS Juíza de Direito da 2ª Vara Criminal de Santo André Projeto

Leia mais

Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil.

Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil. Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil. 1 Autora :Rosângela Azevedo- PIBID, UEPB. E-mail: rosangelauepb@gmail.com ²Orientador: Dr. Valmir pereira. UEPB E-mail: provalmir@mail.com Desde

Leia mais

CONSTRUÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE HIPÓTESES DEDUÇÃO

CONSTRUÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE HIPÓTESES DEDUÇÃO CONSTRUÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE HIPÓTESES Começo este texto fazendo um questionamento: hipótese é uma pergunta ou uma resposta? A chance de qualquer pessoa acertar sem pensar é de 50%. Contudo, quando começamos

Leia mais

PROJETO DE PESQUISA: INDICAÇÕES PARA SUA ELABORAÇÃO

PROJETO DE PESQUISA: INDICAÇÕES PARA SUA ELABORAÇÃO ARTIGO Projeto de Pesquisa PROJETO DE PESQUISA: INDICAÇÕES PARA SUA ELABORAÇÃO Profª Adelina Baldissera* RESUMO:o projeto de pesquisa traça um caminho a ser seguido durante a investigação da realidade.

Leia mais

A criança, a lei e o fora da lei

A criança, a lei e o fora da lei 1 A criança, a lei e o fora da lei Cristina Drummond Palavras-chave: criança, mãe, lei, fora da lei, gozo. A questão que nos toca na contemporaneidade é a do sujeito às voltas com suas dificuldades para

Leia mais

Desvios de redações efetuadas por alunos do Ensino Médio

Desvios de redações efetuadas por alunos do Ensino Médio Desvios de redações efetuadas por alunos do Ensino Médio 1. Substitua as palavras destacadas e copie as frases, tornando os fragmentos abaixo mais elegantes, além de mais próximos à língua padrão e à proposta

Leia mais

Os 3 erros mais comuns na adoção dos tablets na sala de aula - e como você pode evitá-los

Os 3 erros mais comuns na adoção dos tablets na sala de aula - e como você pode evitá-los Os 3 erros mais comuns na adoção dos tablets na sala de aula - e como você pode evitá-los Visite mosyle.com e blog.mosyle.com 2015 Mosyle. Todos os direitos reservados. Nos últimos anos, as escolas passaram

Leia mais

7º ano - Criação e percepção - de si, do outro e do mundo

7º ano - Criação e percepção - de si, do outro e do mundo RELATÓRIO DE ARTES 1º Semestre/2015 Turma: 7º ano Professora: Mirna Rolim Coordenação pedagógica: Maria Aparecida de Lima Leme 7º ano - Criação e percepção - de si, do outro e do mundo Sinto que o 7º ano

Leia mais

Unidade I Direito, cidadania e movimentos sociais Unidade II Consumo e meio ambiente

Unidade I Direito, cidadania e movimentos sociais Unidade II Consumo e meio ambiente Unidade I Direito, cidadania e movimentos sociais Unidade II Consumo e meio ambiente Aula Expositiva pelo IP.TV Dinâmica Local Interativa Interatividade via IP.TV e Chat público e privado Email e rede

Leia mais

BRINCAR É UM DIREITO!!!! Juliana Moraes Almeida Terapeuta Ocupacional Especialista em Reabilitação neurológica

BRINCAR É UM DIREITO!!!! Juliana Moraes Almeida Terapeuta Ocupacional Especialista em Reabilitação neurológica BRINCAR É UM DIREITO!!!! Juliana Moraes Almeida Terapeuta Ocupacional Especialista em Reabilitação neurológica PORQUE AS CRIANÇAS ESTÃO PERDENDO TODOS OS REFERENCIAIS DE ANTIGAMENTE EM RELAÇÃO ÀS BRINCADEIRAS?

Leia mais

VYGOTSKY E O PAPEL DA BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

VYGOTSKY E O PAPEL DA BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL VYGOTSKY E O PAPEL DA BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL Elisa Nélia da Cunha Brasiliense 1 Resumo: O objetivo deste texto é expor, segundo Vygotsky, a importância das brincadeiras de fazde-conta

Leia mais

Resumos. Seminário de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica

Resumos. Seminário de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica Seminário de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica Inovação em psicanálise: rumos e perspectivas na contemporaneidade Quarta-feira 10/6 10h30-12h Mesa-redonda Saúde mental e psicanálise

Leia mais

Shusterman insere cultura pop na academia

Shusterman insere cultura pop na academia São Paulo, quinta, 21 de maio de 1998 Shusterman insere cultura pop na academia PATRICIA DECIA da Reportagem Local O filósofo americano leva a cultura pop à academia. Em "Vivendo a Arte - O Pensamento

Leia mais

A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação

A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação Marcela Alves de Araújo França CASTANHEIRA Adriano CORREIA Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Filosofia

Leia mais

junho/june 2012 - Revista O Papel

junho/june 2012 - Revista O Papel sérgio brito Por Luiz Bersou, diretor do Instituto Épico de Administração : luizbersou@bcaconsultoria.com.br Gestão por Ponto Flutuante H Gráfico 1 enry Ford, diz a história, propunha-se a fabricar carros

Leia mais

4 passos para uma Gestão Financeira Eficiente

4 passos para uma Gestão Financeira Eficiente 4 passos para uma Gestão Financeira Eficiente Saiba como melhorar a gestão financeira da sua empresa e manter o fluxo de caixa sob controle Ciclo Financeiro Introdução Uma boa gestão financeira é um dos

Leia mais

REDAÇÃO DISSERTAÇÃO AULA 5. Professora Sandra Franco

REDAÇÃO DISSERTAÇÃO AULA 5. Professora Sandra Franco REDAÇÃO AULA 5 Professora Sandra Franco DISSERTAÇÃO 1. Definição de Dissertação. 2. Roteiro para dissertação. 3. Partes da dissertação. 4. Prática. 5. Recomendações Gerais. 6. Leitura Complementar. 1.

Leia mais

Redação Profª Roberta Correa

Redação Profª Roberta Correa Redação Profª Roberta Correa Pérolas do ENEM 2010 O sero mano tem uma missão O Euninho já provocou secas e enchentes calamitosas. O problema ainda é maior se tratando da camada Diozanio! A AIDS é transmitida

Leia mais

Violência Simbólica: possíveis lugares subjetivos para uma criança diante da escolha materna

Violência Simbólica: possíveis lugares subjetivos para uma criança diante da escolha materna Violência Simbólica: possíveis lugares subjetivos para uma criança diante da escolha materna Henrique Figueiredo Carneiro Liliany Loureiro Pontes INTRODUÇÃO Esse trabalho apresenta algumas considerações,

Leia mais

Avaliação da aprendizagem... mais uma vez

Avaliação da aprendizagem... mais uma vez Avaliação da aprendizagem... mais uma vez Cipriano Carlos Luckesi 1 Artigo publicado na Revista ABC EDUCATIO nº 46, junho de 2005, páginas 28 e 29. Recentemente, tenho acompanhado crianças que saíram de

Leia mais