Engenharia do Ambiente. Susana do Espírito Santo Ferreira. Júri. Presidente: Prof. Tiago Domingos. Orientador: Prof. Paulo Ferrão

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1 Análise Ambiental, Técnica e Económica de Circuitos Logísticos de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos no Âmbito do Sistema Integrado de Gestão Susana do Espírito Santo Ferreira Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia do Ambiente Presidente: Prof. Tiago Domingos Orientador: Prof. Paulo Ferrão Vogais: Prof.ª Fernanda Margarido Eng. Fernando Lamy da Fontoura Júri Setembro de 2009

2 Agradecimentos Ao meu orientador, Professor Paulo Ferrão, agradeço o apoio e as sugestões imprescindíveis na construção deste trabalho. Agradeço, igualmente, a atenção e a disponibilidade com que sempre acompanhou o meu percurso académico. Deixo também o meu agradecimento ao Eng. Fernando Lamy Fontoura, Director Geral da Amb3E e co-orientador, pela orientação e profissionalismo e pela experiência que tenho vindo a adquirir enquanto técnica da Amb3E. Ao Eng. António Abreu Ferreira pelo exemplo profissional, pela liberdade de acção que me permitiu e que foi decisiva para que este trabalho contribuísse para o meu desenvolvimento pessoal. À Eng.ª Mónica Luízio gostaria de expressar a minha gratidão pela ajuda prestada, pelo apoio e incentivo, e pela sua amizade. Por último gostaria de agradecer a todos aqueles que de uma forma ou de outra acompanharam o desenvolvimento desta dissertação, pelo seu apoio, ajuda e compreensão. i

3 Resumo As actividades relacionadas com o transporte produzem numerosos impactes no ambiente, sendo os mais negativos a contribuição para as alterações climáticas e para a poluição do ar local. Por outro lado, analisando a distribuição dos impactes económicos ao longo da cadeia operacional de um sistema integrado de gestão de resíduos, verifica-se que a fase de transporte é uma das que acarreta mais despesa à entidade gestora. O principal objectivo deste estudo prende-se com a análise ambiental, técnica e económica de um conjunto de soluções logísticas já existentes e implementadas no âmbito do sistema integrado de gestão de REEE da Amb3E. Com base nessa análise, pretende-se optimizar os circuitos logísticos existentes, de forma a reduzir os custos de transporte e a permitir um encaminhamento mais correcto e ambientalmente responsável dos resíduos para tratamento e valorização. Foi efectuado o levantamento global dos locais de recepção e destinos finais, bem como da rede logística implementada que os interliga dentro do sistema integrado de gestão de REEE da Amb3E. A caracterização e análise técnico-económica dos circuitos logísticos existentes foi elaborada com base em dados quantitativos e financeiros relacionados com a logística disponibilizados pela Amb3E. Quanto à análise ambiental, esta foi efectuada através da utilização do Simapro, programa desenvolvido pela empresa Pré Consultants, que permite avaliar o impacte ambiental dos diferentes processos logísticos. A análise desenvolvida permitiu identificar os circuitos com melhor e pior desempenho, quer a nível económico, quer a nível ambiental, tendo sido realizada uma análise comparativa entre as diversas logísticas. Avaliando os resultados obtidos, foram propostas medidas para o aumento da eficiência e optimização dos transportes, de forma a reduzir os custos logísticos e aumentar a quantidade de REEE transportada. No âmbito dos impactes ambientais gerados, conclui-se que em valores absolutos o circuito que mais contribui para a negatividade dos impactes é o circuito centro de recepção - unidade de tratamento e valorização pois a distância percorrida é grande, assim como a quantidade de REEE transportada. É nas categorias de alterações climáticas, efeitos nocivos para o sistema respiratório (devido a substâncias inorgânicas) e acidificação/eutrofização que se focalizam os maiores impactes. Concluiu-se também que o impacte está associado à distância percorrida, pelo que circuitos com distâncias médias por recolha superiores apresentam valores maiores de impacte ambiental. Palavras-chave: REEE, circuitos logísticos, optimização de transporte, avaliação de ciclo de vida (ACV), impacte ambiental. ii

4 Abstract Activities related to transport produce numerous impacts on the environment, being the most negative the contribution to climate change and to local air pollution. On the other hand, the analysis of the distribution of economic impacts during the operational chain of a collective take back scheme shows that the phase of transport is one that entails more expense to the scheme (UNU, 2007). The main goal of this study concerns the environmental, technical and economic analysis of a joint logistics solutions already in place and implemented within the WEEE collective take back scheme of Amb3E. Based on this analysis, we intend to optimize the logistic circuits, in order to reduce transport costs and allow a more accurate routing and environmentally responsible waste treatment and recovery. A global survey concerning the collection centers and treatment plants was carried out, as well as of the logistic network that interconnects the places, within the Amb3E WEEE System. The characterization and technical-economic analysis of the logistic circuits was developed based on quantitative and financial data related to logistics provided by Amb3E. The environmental analysis was drawn with the use of SimaPro, a program developed by Pré Consultants that allows assessing the environmental impact of different logistics processes. The study identified the circuits with the best and worst performance, at both economic and environmental field, and shows a comparative analysis between the various logistics. After evaluating the results, measures were proposed to increase the efficiency and optimization of transport in order to reduce logistics costs and increase the amount of WEEE transported. Regarding the environmental impacts generated, it is concluded that the circuit which contributes most to the negative impacts, in absolute values, is the collection center treatment plant circuit, as the distance traveled is elevated, as well as the amounts transported. It is in the categories of climate change, effects on the respiratory system (due to inorganic) and acidification/eutrophication that the largest impacts are focused. It was also concluded that the environmental impact is associated with the traveled distance, so that circuits with higher average distances for collection show higher values of environmental impact. Keywords: WEEE, logistic circuits, optimization of transportation, life cycle assessment (LCA), environmental impact. iii

5 Índice 1. Introdução Aspectos Gerais Âmbito e Objectivos Metodologia Enquadramento Legal Legislação Europeia Legislação Nacional Gestão de REEE Gestão de REEE na UE Gestão de REEE em Portugal A Amb3E Constituição da Amb3E Sistema Integrado de Gestão de REEE da Amb3E Locais de recepção Rede de Operadores Logísticos Rede de Tratamento e Valorização Cooperação internacional Resultados da actividade da Amb3E Circuitos logísticos definidos pela Amb3E Análise Global Circuito CR UTV Circuito LR CR e LR - UTV Circuito Lâmpadas Circuito Ponto Electrão e LR Distribuição Circuito AHBV Circuito Recolhas Especiais Análise técnico-económica e ambiental dos circuitos logísticos de recolha de REEE da Amb3E Circuito CR UTV Circuito LR CR e LR UTV Circuito Lâmpadas Circuito Ponto Electrão e LR Distribuição Circuito AHBV Circuito Recolhas Especiais Análise comparativa dos diferentes circuitos logísticos Propostas de melhoria para os circuitos logísticos existentes e estratégias alternativas Circuito CR-UTV Circuitos LR CR/UTV e AHBV Circuito Lâmpadas Circuito PE e LR Distribuição iv

6 7.5. Circuito Recolhas Especiais Conclusão Linhas futuras de pesquisa Referências Bibliográficas Anexos Anexo 1 Eco Indicador Anexo 2 Análise do circuito logístico CR UTV Anexo 3 Análise do circuito logístico Recolhas Especiais Anexo 4 Análise do circuito logístico Lâmpadas Anexo 5 Análise do circuito logístico PE e LR Distribuição Anexo 6 Propostas de melhoria - circuito logístico CR UTV Anexo 7 Propostas de melhoria - circuito logístico PE e LR Distribuição Lista de Tabelas Tabela 1 - Objectivos de gestão de REEE definidos no Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro, até Tabela 2 Resumo das obrigações dos diferentes intervenientes no circuito de gestão de REEE, definidos no Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro Tabela 3 - Estimativa da quantidade de REEE recolhida e tratada em 2005, como % da quantidade de REEE produzida 2005 (UNU 2007) Tabela 4 Produção nacional de REEE e metas de recolha para Portugal (adaptado de Despacho conjunto nº 353/2006 e 354/2006) Tabela 5 Comparação entre os tipos de locais de recepção disponibilizados pela Amb3E Tabela 6 Listagem das UTV da rede da Amb3E e identificação dos fluxos valorizados Tabela 7 Resultados gerais da análise técnico-económica do circuito CR-UTV Tabela 8 Resultados gerais da análise técnico-económica comparativa entre transportes provenientes de CR SMAUT e CR OPGR Tabela 9 Resultados gerais da análise técnico-económica comparativa de cargas unifluxo e cargas multifluxo Tabela 10 Análise pormenorizada dos transportes unifluxo do circuito CR-UTV Tabela 11 Análise pormenorizada dos transportes multi-fluxo do circuito CR-UTV Tabela 12 Resultados gerais da análise técnico-económica do circuito LR-CR/UTV Tabela 13 Resultados gerais da análise técnico-económica do circuito Lâmpadas Tabela 14 Resultados gerais da análise técnico-económica do circuito PE e LR distribuição Tabela 15 Resultados gerais da análise técnico-económica do circuito LR AHBV Tabela 16 Resultados gerais da análise técnico-económica do circuito Recolhas Especiais Tabela 17 Proposta de quantidades mínimas para aprovação de Ordem de Recolha Tabela 18 Proposta de quantidades mínimas para aprovação de Ordem de Recolha Tabela 19 Resultados da aplicação da quantidade mínima por Ordem de Recolha aos valores de v

7 Lista de Figuras Figura 1 - Distribuição dos impactes económicos ao longo da cadeia operacional dos REEE (adaptado de UNU 2007) Figura 2 - Distribuição dos impactes ambientais ao longo da cadeia operacional dos REEE (adaptado de UNU 2007) Figura 3 - Ponto de situação da transposição da Directiva dos REEE, em Junho de 2007 (UNU 2007) Figura 4 - Estimativa da distribuição por categoria legal dos EEE colocados no mercado, na UE27 (adaptado de UNU 2007) Figura 5 - Previsão da produção de REEE de proveniência privada até 2020 (adaptado de UNU 2007).. 13 Figura 6 - Evolução da quantidade e peso de EEE colocados no mercado, em Portugal (adaptado de ANREEE 2009) Figura 7 - Distribuição por categoria legal da quantidade em peso dos EEE colocados no mercado, em Portugal, no ano de 2008 (adaptado de ANREEE 2009) Figura 8 - Comparação entre as estimativas da quantidade produzida de REEE da UNU 2007 e do Ministério do Ambiente (adaptado de UNU 2007 e Despacho conjunto nº 353/2006 e 354/2006) Figura 9 Evolução da quantidade de REEE recolhida em Portugal (adaptado de Amb3E 2009 e meios de comunicação social) Figura 10 Comparação entre a quantidade de REEE produzida e efectivamente recolhida em 2008 (adaptado de Despacho conjunto nº 353/2006 e 354/2006) Figura 11 Categorias de EEE geridos pelo SIGREEE da Amb3E Figura 12 Esquematização da actividade operacional da Amb3E (Amb3E 2009) Figura 13 Evolução da rede de locais de recepção da Amb3E (Amb3E 2009) Figura 14 Fluxos operacionais de REEE definidos pela Amb3E (adaptado de Amb3E 2009) Figura 15 SMAUT com parceria com a Amb3E para a recolha de REEE (Amb3E 2009) Figura 16 Tipo de acondicionamento para REEE disponibilizados pela Amb3E aos seus pontos de recolha Figura 17 Imagens de diferentes tipos de pontos electrão (Amb3E 2009) Figura 18 Evolução do número de operadores logísticos da rede da Amb3E Figura 19 Evolução do número de unidades de tratamento e valorização da rede da Amb3E Figura 20 Evolução do número de produtores de EEE aderentes da Amb3E (Amb3E 2009) Figura 21 Evolução do número e peso dos EEE colocados no mercado nacional por produtores aderentes da Amb3E (Amb3E 2009) Figura 22 Evolução da quantidade de REEE recolhida na Amb3E (Amb3E 2009) Figura 23 Distribuição da quantidade de REEE recolhida em 2008 por categoria legal (Amb3E 2009).. 27 Figura 24 Taxas de reutilização e reciclagem alcançadas pela Amb3E, por categoria legal, para os REEE tratados em 2008 (Amb3E 2009) Figura 25 Taxas de valorização alcançadas pela Amb3E, por categoria legal, para os REEE tratados em 2008 (Amb3E 2009) Figura 26 Esquema dos circuitos logísticos da Amb3E, para REEE excepto lâmpadas Figura 27 Esquema do circuito logístico CR UTV para REEE excepto lâmpadas Figura 28 Esquema do circuito logístico da Amb3E para lâmpadas fluorescentes e de descarga Figura 29 Meios de acondicionamento disponibilizados pela Amb3E para o armazenamento de lâmpadas fluorescentes e de descarga vi

8 Figura 30 Tipo de material de acondicionamento disponibilizado pela Amb3E para pontos electrão e LR distribuição Figura 31 Esquema do circuito logístico da Amb3E para pontos electrão e locais de recepção distribuição Figura 32 Acondicionamento disponibilizado pela Amb3E para os Pontos de Recolha AHBV Figura 33 Esquema do circuito logístico da Amb3E para locais de recepção AHBV Figura 34 Relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada em cargas unifluxo Figura 35 Diferenças entre as quantidades mínimas, médias e máximas de REEE transportadas em cargas unifluxo Figura 36 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas de fluxo A Figura 37 Distribuição da quantidade de REEE transportada pelos diferentes tipos de carga multifluxo, circuito CR-UTV Figura 38 Diferenças entre as quantidades mínimas, médias e máximas de REEE transportadas em cargas multifluxo Figura 39 Análise de impacte ambiental do circuito CR UTV Figura 40 Distribuição por fluxo dos REEE transportados através do circuito LR CR/UTV em Figura 41 Relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada em cargas unifluxo e multifluxo, circuito LR-CR/UTV Figura 42 Relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada, por destino, circuito LR-CR/UTV Figura 43 Análise de impacte ambiental do circuito LR CR/UTV Figura 44 - Distribuição do número de rotas efectuadas neste circuito logístico por tipo de rota Figura 45 - Relação entre o número de transportes e a quantidade de lâmpadas recolhida Figura 46 Análise de impacte ambiental do circuito Lâmpadas Figura 47 Distribuição da quantidade total de REEE recolhida no circuito PE e LR Distribuição por fluxos operacionais Figura 48 Distribuição da quantidade de REEE recolhida por proveniência e por fluxo operacional Figura 49 Comparação do impacte ambiental médio gerado para cada tipo de transporte no circuito PE e LR distribuição Figura 50 Distribuição das recolhas em locais AHBV por fluxo de REEE Figura 51 - Distribuição das recolhas por local visitado por tipo de carga multifluxo Figura 52 - Frequência de recolha de REEE nos locais AHBV Figura 53 - Dispersão das quantidades transportadas, por local, no circuito LR AHBV Figura 54 - Análise de impacte ambiental do circuito LR AHBV Figura 55 Distribuição da quantidade transportada em Recolha Especial por fluxo de REEE Figura 56 Relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada em cargas unifluxo e multifluxo Figura 57 Relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada com destino CR e com destino UTV Figura 58 - Análise de impacte ambiental do circuito Recolhas Especiais Figura 59 Distribuição dos custos logísticos de 2008 por tipo de custo e por tipo de circuito Figura 60 - Comparação dos circuitos logísticos analisados, Figura 61 Comparação dos impactes ambientais para os diferentes circuitos logísticos analisados (normalização) vii

9 Figura 62 Comparação dos impactes ambientais para os diferentes circuitos logísticos analisados (single value) Figura 63 Esquema da proposta de processo de avaliação de manutenção de contentor Figura 64 Esquema da proposta de criação de rotas regionais de recolha Figura 65 Recolha média mensal por PE, para os locais PE em Figura 66 Esquema das opções de categorias e subcategorias utilizado no método do Eco-Indicador 99 (Pré Consultant, 2008) Figura 67 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas unifluxo de fluxo B Figura 68 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas unifluxo de fluxo C Figura 69 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas unifluxo de fluxo E Figura 70 Relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada em cargas multifluxo, do circuito logístico CR-UTV Figura 71 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas multifluxo A+B Figura 72 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas multifluxo A+C Figura 73 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas multifluxo A+E Figura 74 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas multifluxo B+C Figura 75 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas multifluxo B+E Figura 76 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas multifluxo C+E Figura 77 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas multifluxo A+B+C Figura 78 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas multifluxo A+B+E Figura 79 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas multifluxo A+C+E Figura 80 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas multifluxo B+C+E Figura 81 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas multifluxo A+B+C+E Figura 82 - Relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada em cargas unifluxo Figura 83 - Relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada em cargas multifluxo Figura 84 - Lâmpadas dentro do âmbito do Sistema de Gestão de REEE da Amb3E Figura 85 - Lâmpadas fora do âmbito do Sistema de Gestão de REEE da Amb3E Figura 86 Impactes ambientais para o circuito PE e LR Distribuição, normalização Figura 87 Evolução do número de locais PE e LR Distribuição (Amb3E) (sem escala) viii

10 Lista de abreviações ACV Análise de Ciclo de Vida AHBV Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Amb3E Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos ANREEE Associação Nacional para o Registo de Produtores de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos APA Agência Portuguesa do Ambiente CE Comissão Europeia CR Centro de Recepção CRT Tubos de raios catódicos EEE Equipamento Eléctrico e Electrónico EM Estados Membros ERP Portugal Associação Gestora de REEE GAR Guia de Acompanhamento de Resíduos LR Local de Recolha OL Operador Logístico OPGR Operador Privado de Gestão de Resíduos PE Ponto Electrão REEE Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos RSU Resíduos Sólidos Urbanos SIGMA Sistema informático da Amb3E SIGREEE Sistema Integrado de Gestão de REEE SMAUT Sistemas Inter e Multimunicipais de Gestão de Resíduos Urbanos UE União Europeia UTV Unidade de Tratamento de Valorização ix

11 1. Introdução 1.1. Aspectos Gerais Os equipamentos eléctricos e electrónicos (EEE) têm vindo a ganhar importância na nossa sociedade, que está cada vez mais industrializada e dependente da tecnologia. A evolução tecnológica nesta área tem dado origem a uma grande variedade de novos equipamentos, mas resulta também num aumento da frequência de substituição destes produtos, traduzindo-se numa diminuição do seu ciclo de vida. Na União Europeia, assim como noutros países fora da União Europeia, tem-se verificado um aumento da quantidade de EEE colocados no mercado nos últimos anos. Um estudo recente, realizado pela Universidade das Nações Unidas, estima que a quantidade de EEE colocados no mercado na UE27 no ano de 2005 foi de 9,3 milhões de toneladas (UNU, 2007). A produção de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos (REEE) tem também, consequentemente, aumentado. O mesmo estudo estima que a quantidade de EEE em fim de vida na UE27, em 2005, de proveniência particular, foi de cerca de 7,2 milhões de toneladas, e que a taxa de crescimento esperada é de 2,5% a 2,7%, o que significa que em 2020 a produção de REEE poderá ascender às 12,3 milhões de toneladas (UNU, 2007). Considerando a gestão dos REEE um problema prioritário a resolver, a UE publicou em 2003 a Directiva 2002/95/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Janeiro de 2003, relativa à proibição do uso de determinadas substâncias perigosas nos EEE 1 e a Directiva 2002/96/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Janeiro de 2003, alterada pela Directiva 2003/108/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de Dezembro de 2003, que estabelece os princípios e as regras para a gestão dos REEE 2. Em Portugal a mais recente legislação na área dos REEE, o Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro, que estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de REEE, transpõe para a legislação nacional as Directivas 2002/95/CE e 2002/96/CE do Parlamento Europeu e do Conselho. Este Decreto-Lei estabelece as regras para a criação de locais de recepção de REEE, assim como para o seu transporte e encaminhamento para destino adequado. No seguimento da transposição da Directiva dos REEE, em Portugal foram licenciadas duas entidades gestoras, a Amb3E e a ERP Portugal, com o objectivo de desenvolver, monitorizar e gerir o percurso de fim de vida dos EEE. 1 Também conhecida como Directiva RoHS (Restriction of the use of certain Hazardous Substances in EEE). 2 Também conhecida como Directiva REEE. 1

12 Uma das competências da entidade gestora é organizar uma rede de centros de recepção, de operadores de transporte e de operadores de tratamento devidamente autorizados e decidir sobre o destino a dar a cada lote de REEE, tendo em conta os objectivos de gestão definidos no Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro, nomeadamente as taxas de valorização e de reutilização/reciclagem definidas para cada categoria de REEE. A elevada diversidade de EEE implica diferenças significativas de massa, volume e materiais constituintes dos equipamentos em fim de vida, condicionando a sua gestão. Por esta razão, a componente logística e a definição de circuitos de encaminhamento de resíduos para tratamento e valorização representam um dos principais desafios da gestão de REEE. Por outro lado, a diversidade de canais de entrada de REEE no sistema integrado e os variados circuitos logísticos existentes actualmente exigem uma análise técnico-económica e ambiental com vista à melhoria dos mesmos e ao aumento da sua eficácia e eficiência. O impacte económico para uma entidade gestora de resíduos reflecte, principalmente, dois tipos de custos, os custos operacionais e os custos adicionais. Os custos operacionais ou técnicos compreendem os custos de recolha, de transporte e de tratamento, enquanto os custos adicionais incluem os custos relacionados com as restantes actividades da entidade gestora, como custos administrativos, garantias financeiras, monitorização do sistema, fiscalização, comunicação e Investigação e Desenvolvimento (I&D). Analisando a distribuição dos impactes económicos ao longo da cadeia operacional, pode-se verificar que a fase que acarreta mais despesa à entidade gestora é a de fragmentação, triagem, desmantelamento e pré-tratamento, seguida da recolha e transporte (ver Figura 1). 30% 20% 18% 10% 0% -10% -20% -30% -20% -11% -2% -1% -40% -50% Recolha e transporte Outros custos -48% Fragmentação, triagem, desmantelamento e pré-tratamento Incineração e aterro Processos de reciclagem Processos de valorização Figura 1 - Distribuição dos impactes económicos ao longo da cadeia operacional dos REEE (adaptado de UNU 2007). Avaliando o impacte ambiental da recolha e tratamento/valorização de REEE comparado com a alternativa de não acção (ver Figura 2), é possível concluir que os processos de valorização têm um grande impacte positivo, a incineração, aterro e processos de reciclagem não apresentam impacte significativo, e as emissões antes e durante o pré-tratamento e a recolha e o transporte apresentam impactes negativos. 2

13 90,0% 94,4% 70,0% 50,0% 30,0% 10,0% 0,2% -10,0% -4,2% -0,7% -0,4% Recolha e transporte Emissões antes e durante o pré-tratamento Incineração e aterro Processos de reciclagem Processos de valorização Figura 2 - Distribuição dos impactes ambientais ao longo da cadeia operacional dos REEE (adaptado de UNU 2007). O gráfico acima foi adaptado do estudo UNU 2007, no qual o impacte ambiental foi determinado com base no Eco-Indicador 99, método para avaliação de impactes ao longo do ciclo de vida de produtos ou processos/serviços. Os resultados do eco-indicador permitem identificar as áreas para melhoria e correcção. As actividades relacionadas com o transporte produzem numerosos impactes no ambiente, sendo os mais negativos a contribuição para as alterações climáticas e para a poluição do ar local. No entanto, existem outros factores negativos atribuídos a este sector como o aumento dos níveis de ruído, acidificação e eutrofização, perda de habitats, poluição da água e geração de resíduos (CEU, 2002). Os combustíveis fósseis continuam a ser a principal fonte de energia para os transportes, resultando na libertação para a atmosfera de substâncias como o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO 2 ), óxidos de azoto (NOx) e compostos orgânicos voláteis (COVs) entre outros. Investigadores da Espanha e Alemanha analisaram o impacte ambiental do encaminhamento final de REEE e concluíram que a distância às instalações de tratamento/valorização tem um papel muito importante na determinação se a reciclagem é mais amiga do ambiente do que a deposição em aterro. O estudo realizado estabelece ainda recomendações acerca da distância máxima de encaminhamento de alguns tipos de REEE (máquinas de lavar roupa, frigoríficos, televisores e computadores pessoais) para evitar impactes ambientais negativos, estabelecendo uma distância máxima de 200 a 300 km. Para distâncias acima da indicada os impactes negativos ultrapassam os benefícios ambientais da reciclagem (Barba-Gutiérrez et al, 2008). O estudo concluiu também que veículos de maiores dimensões, como semi-reboques e camiões, tornam o transporte menos poluente que veículos mais pequenos. Outro estudo, que analisou os dois sistemas integrados para a gestão de REEE na Suiça (SWICO e S.E.N.S) para avaliar as consequências ambientais de diferentes opções de tratamento de REEE, verificou que os impactes ambientais da análise total dos sistemas eram dominados pelas diversas actividades de transporte compreendidas na fase de recolha de REEE (Hischier, R, 3

14 2005). Não foram encontrados, para além dos dois estudos mencionados, outros artigos relacionados com os impactes económicos e ambientais do transporte de REEE. De acordo com os dados apresentados acima, o transporte implica custos económicos e impactes ambientais significativos, que podem e devem ser minimizados, devendo por essas razões ser uma área de atenção por parte dos sistemas integrados de gestão de REEE Âmbito e Objectivos O principal objectivo deste estudo prende-se com a análise ambiental, técnica e económica de um conjunto de soluções logísticas já existentes e implementadas no âmbito do sistema integrado de REEE. Com base nessa análise, pretende-se optimizar os circuitos logísticos existentes, de forma a reduzir os custos de transporte e a permitir um encaminhamento mais correcto e ambientalmente responsável dos resíduos para tratamento e valorização. Por outro lado, e atendendo à diversidade de canais de entrada de REEE no sistema integrado, pretende-se estudar alternativas logísticas às já existentes. No sentido de analisar dados reais e tirar proveito da experiência de trabalho na Amb3E (Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos), o estudo aqui apresentado prevê o tratamento de informação documental do trabalho que tem sido desenvolvido na Amb3E, licenciada a 13 de Março de 2006, como Entidade Gestora de REEE. Com este estudo espera-se analisar e contribuir para a melhoria da eficácia ambiental e da eficiência económica do sistema integrado de gestão de REEE, nomeadamente no que respeita aos circuitos logísticos. Com um maior nível de detalhe, os resultados esperados com o desenvolvimento do estudo são: Uma caracterização dos locais de recepção, destinos finais e circuitos logísticos existentes no âmbito do sistema integrado de gestão de REEE da Amb3E; Uma análise comparativa, técnico-económica, dos circuitos logísticos já existentes e implementados; Uma análise ambiental dos circuitos logísticos já existentes; Propostas para optimização dos circuitos logísticos existentes e novas estratégias de logística de REEE. 4

15 1.3. Metodologia No decurso do estudo foram desenvolvidas 5 actividades que se caracterizam em seguida: 1. Levantamento global dos locais de recepção e destinos finais, bem como da rede logística implementada que os interliga dentro do sistema integrado de gestão de REEE da Amb3E. Esta actividade inclui a análise de informação disponibilizada pela Amb3E para a caracterização da situação actual em termos logísticos. 2. Caracterização e análise técnico-económica dos circuitos logísticos existentes. Com base em dados quantitativos e financeiros relacionados com a logística, os circuitos existentes foram analisados e caracterizados em termos de custos. 3. Caracterização e análise ambiental, através da utilização do Simapro, programa desenvolvido pela empresa Pré Consultants, que permite avaliar o impacte ambiental dos diferentes processos logísticos. A avaliação de ciclo de vida (ACV) é uma técnica de avaliação do impacte ambiental associado a um produto ou serviço, durante o seu ciclo de vida. Neste caso específico, e uma vez que se estava apenas a analisar os circuitos logísticos, não se efectuou uma análise de ciclo de vida completa, mas apenas se definiram os processos relativos aos diferentes circuitos de forma a ser possível a sua comparação. 4. Elaboração de propostas para optimização dos circuitos logísticos existentes, permitindo aumentar a sua eficiência, com base nos resultados da análise anterior. 5. Definição de estratégias alternativas, tendo em conta o levantamento realizado e os resultados das análises, atendendo aos diferentes parceiros dentro do sistema integrado de gestão de REEE e aos fluxos operacionais de REEE já definidos pela Amb3E. 5

16 2. Enquadramento Legal 2.1. Legislação Europeia A 13 de Fevereiro de 2003, são publicadas no Diário Oficial da EU: a Directiva 2002/95/CE do Parlamento Europeu, que visa a restrição do uso de determinadas substâncias perigosas em EEE (Directiva RoHS); a Directiva 2002/96/CE do parlamento Europeu, relativa aos REEE, que determina as regras de gestão para aquele fluxo de resíduos (Directiva REEE). A Directiva REEE, baseada na responsabilidade do produtor, visa a prevenção de REEE e a reutilização, reciclagem e outras formas de valorização destes resíduos, reduzindo o depósito de REEE como resíduos sólidos urbanos (RSU). Ao realçar a responsabilidade do produtor, a directiva incentiva uma produção de EEE que também se preocupa com o fim de vida do equipamento, devendo facilitar a sua reparação, reutilização, desmontagem e reciclagem. Além dos produtores, a Directiva REEE atribui também deveres e responsabilidades a outras figuras, nomeadamente distribuidores, entidades gestoras e o próprio consumidor, cabendo a este último a responsabilidade de entregar, gratuitamente o seu EEE em fim de vida num local de recepção adequado. A Directiva REEE estabelece o prazo de 13 de Agosto de 2004 para a sua transposição para o direito legal de cada Estado Membro (EM) e o prazo de 31 de Dezembro de 2006 para os EM atingirem uma taxa mínima de recolha selectiva de 4kg por habitante e por ano, de REEE provenientes de particulares. Nos primeiros anos de aplicação da directiva tornaram-se aparentes algumas dificuldades técnicas, legais e administrativas, como diferenças de interpretação do âmbito da mesma e diferenças de registo e reporte de informação por parte dos EM, que levou a Comissão Europeia (CE) a incluir a Directiva REEE no seu programa para actualização e simplificação. Por outro lado, verificou-se que para a protecção do ambiente e da saúde humana as taxas de recolha e tratamento/valorização estabelecidas não eram suficientes. Apenas cerca de 33% dos REEE são reportados como tendo sido tratados de acordo com a legislação implementada, sendo a restante quantidade encaminhada para aterros (13%) e tratamento não adequado dentro ou fora da UE (54%) (EC 2005). Relativamente ao prazo para a transposição da directiva para o direito legal de cada EM, este não foi cumprido por todos os países, como se pode observar na Figura 3, apenas a Grécia e a Holanda, como EM, efectuaram a transposição da directiva no prazo previsto, enquanto a Itália, à data (Junho 2007), ainda não tinha transposto completamente a mesma. 6

17 Figura 3 - Ponto de situação da transposição da Directiva dos REEE, em Junho de 2007 (UNU 2007). No âmbito da revisão da Directiva REEE a CE encomendou três estudos, com vista a analisar o impacte e estado de implementação da directiva nos diferentes países, determinar as principais dificuldades e definir propostas de melhorias e alterações. Entre outras informações relevantes, os estudos elaborados revelaram que as metas estabelecidas na Directiva REEE podem ser facilmente cumpridas pelos países da UE15, representando no entanto um grande desafio para os novos EM. De forma a adaptar a meta de recolha à realidade de cada país as sugestões de alteração da Directiva REEE neste âmbito vão no sentido de estabelecer a meta em termos de proporção de recolha em relação à quantidade colocada no mercado. O estudo realizado pela European Electronics Recycling Association (EERA) propõe uma meta de 65% da quantidade colocada no mercado. Os estudos demonstraram ainda que as expectativas da Directiva para protecção do ambiente e da saúde humana não estavam a ser cumpridas nem podiam ser atingidas com as taxas de recolha e reciclagem/valorização actuais. Foram também detectados problemas relacionados com o âmbito da Directiva, que foi considerado pouco claro, provocando interpretações diferentes de algumas definições que podem comprometer o correcto funcionamento do mercado, resultando em problemas ambientais e encargos administrativos desnecessários. Com base nos estudos apresentados e em outras análises, a Comissão propôs algumas alterações à Directiva REEE, listadas de seguida, e que estão a ser analisadas (EC, 2008b): 7

18 Harmonização das obrigações de registo e reporte para produtores, tornando-os ao mesmo tempo inter-operacionais de modo aos produtores que têm actividades em vários EM apenas necessitarem de efectuar o registo num deles. Clarificação do âmbito e das definições. Alteração da meta de recolha de REEE dos actuais 4 kg/hab/ano para um mínimo de 65% da média do peso dos EEE colocados no mercado nos dois anos anteriores, para cada EM. Inclusão da reutilização de equipamentos completos e aumento das taxas de reciclagem e valorização em cerca de 5%. Definição de taxas de reciclagem e valorização para equipamentos médicos. Definição de requisitos mínimos para as entidades de inspecção, que permita os EM fortalecerem a aplicação da Directiva, incluindo requisitos mínimos para controlo dos REEE encaminhados para fora do país. Permissão para os produtores disponibilizarem aos consumidores, no momento da venda, os custos de recolha, tratamento e eliminação dos produtos, sem limites temporais e aplicável a todos os equipamentos Legislação Nacional Em Portugal, o Decreto-Lei nº 230/2004, que estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de REEE, transpôs para a legislação nacional as Directivas 2002/95/CE e 2002/96/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, em Dezembro de O objectivo prioritário do documento legal é a prevenção da produção de REEE e consequentemente, a promoção da reutilização, da reciclagem e de outras formas de valorização, de forma a reduzir a quantidade e a perigosidade dos resíduos a eliminar. Uma vez que transpõe também a Directiva RoHS, o diploma limita a utilização de substâncias ou componentes perigosos na concepção de EEE, proibindo a colocação no mercado nacional de produtos das categorias de 1 a 7 e 10 que contenham chumbo, mercúrio, cádmio, crómio hexavalente, polibromobifenilo (PBB) e ou éter de difenilo polibromado (PBDE). O Decreto-Lei baseia-se no princípio da extensão da responsabilidade do produtor, determinando que a responsabilidade pela organização e financiamento dos processos de gestão de REEE cabe aos produtores que colocam EEE no mercado nacional. O diploma considera como produtor qualquer entidade que produza e coloque no mercado nacional EEE sob marca própria, revenda sob marca própria EEE produzidos por outros fornecedores ou importe ou coloque no mercado nacional EEE com carácter profissional. Os produtores são responsáveis pelo financiamento da gestão dos resíduos provenientes dos seus próprios 8

19 produtos, podendo optar por implementar um sistema individual ou aderir a um sistema integrado de gestão de REEE. O diploma define EEE como equipamentos cujo funcionamento adequado depende de correntes eléctricas ou campos electromagnéticos para funcionar correctamente, bem como os equipamentos para geração, transferência e medição dessas correntes e campos, concebidos para a utilização com uma tensão nominal não superior a 1000V para corrente alterna e 1500V para corrente contínua. No Anexo I do Decreto-Lei é definida a lista dos produtos e funções que deverão ser considerados, divididos em 10 categorias legais. REEE são EEE que constituam um resíduo, incluindo todos os componentes, subconjuntos e materiais consumíveis que fazem parte integrante do equipamento no momento em que este é descartado. Relativamente à gestão de REEE, é estabelecido um conjunto de regras de gestão que deverão ser asseguradas pelos produtores individualmente ou pelas entidades gestoras: Organizar uma rede de centros de recepção e de operadores de transporte e de tratamento devidamente licenciados; Decidir sobre o destino a dar a cada lote de REEE, tendo em conta os objectivos de gestão fixados; Estabelecer contratos com os produtores e com outros operadores que exerçam a sua actividade na área da reutilização e da valorização de REEE para fixar as prestações financeiras ou os encargos determinados pelos destinos dados aos REEE; Monitorizar o sistema integrado, nomeadamente os fluxos de REEE, os operadores envolvidos e materiais resultantes do seu tratamento; Promover a investigação e desenvolvimento de novos métodos e ferramentas de desmantelamento, de separação de materiais e de soluções de reciclagem dos componentes e materiais de REEE; Promover a sensibilização e informação pública sobre os procedimentos a adoptar em termos de gestão de REEE. O objectivo de recolha definido no Decreto-Lei é de, no mínimo, 4kg por habitante por ano, de proveniência particular. O mesmo diploma escabele objectivos de gestão relacionados com a fase de tratamento e valorização de REEE, discriminados na Tabela 1. 9

20 Tabela 1 - Objectivos de gestão de REEE definidos no Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro, até Categorias Legais Taxa de Valorização Taxa de Reutilização e Reciclagem 3 1. Grandes electrodomésticos 10. Distribuidores automáticos 80% do peso médio por aparelho 75% do peso médio por aparelho 3. Equipamentos informáticos e de 75% do peso médio 65% do peso médio por telecomunicações por aparelho aparelho 4. Equipamentos de consumo 2. Pequenos electrodomésticos 5. Equipamentos de iluminação 50% do peso médio por aparelho 6. Ferramentas eléctricas e electrónicas 7. Brinquedos e equipamento de desporto e lazer 9. Instrumentos de monitorização e controlo 70% do peso médio por aparelho 80% do peso médio por aparelho para as lâmpadas de descarga de gás 8. Aparelhos médicos Até 31 de Dezembro de 2008 serão propostas metas 4 Sobre os utilizadores, ou consumidores, recai a obrigação de proceder à entrega de REEE que tenham na sua posse nas instalações de recolha selectiva disponíveis para o efeito. Uma vez que o consumidor tem um papel muito importante e indispensável para o sucesso da recolha de REEE, é imprescindível apostar na sensibilização do público em geral e divulgar a rede de recolha selectiva onde os REEE podem ser entregues gratuitamente. Na tabela seguinte é apresentado um resumo dos diversos intervenientes na gestão de REEE e as suas obrigações, estabelecidas no Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro. 3 Percentagem de reutilização e reciclagem de componentes, materiais e substâncias. 4 Prevê-se que estas metas serão definidas aquando da revisão da Directiva 2002/96/EC. 10

21 Tabela 2 Resumo das obrigações dos diferentes intervenientes no circuito de gestão de REEE, definidos no Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro. Entidade Produtor de EEE Distribuidor Utilizador Sistemas integrados de REEE Obrigações Conceber os EEE de forma a limitar a utilização de substâncias ou preparações perigosas e a facilitar o seu desmantelamento e valorização, não impedindo a sua reutilização ou reciclagem; Não colocar no mercado, a partir de 1 de Julho de 2006, EEE que contenham Pb, Hg, Cd, Cr(VI), PBB e ou PBDE; Financiar e organizar, directamente ou através de terceiros, os sistemas de recolha de REEE, assim como as operações de transporte e valorização. Assegurar a recolha de REEE sem encargos para o detentor, à razão de um por um, no âmbito do fornecimento de um novo equipamento, desde que os resíduos sejam de equipamentos equivalentes e desempenhem a mesma função; Nos casos em que a venda implique uma entrega de EEE ao domicílio os distribuidores são obrigados a garantir o transporte gratuito do REEE até aos locais de recolha. Não depositar os REEE como resíduos urbanos indiferenciados; Proceder à entrega gratuita dos REEE que detenham nas instalações de recolha selectiva a tal destinadas. Cumprir os objectivos de gestão, definidos no artigo 7º do Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro, relativos às taxas de valorização e de reutilização e reciclagem; Cumprir, no conjunto de entidades gestoras, o objectivo de recolha selectiva de 4kg/hab/ano 5 ; Definição e estruturação da rede de sistemas de recolha de REEE, de transporte e de tratamento e valorização; Monitorizar o sistema integrado; Promover a investigação e desenvolvimento; Promover a sensibilização e a informação pública no âmbito da gestão de REEE; Enviar a entidade responsável relatórios trimestrais e um relatório anual de actividade. 5 Objectivo definido no nº 10 do artigo 9º do Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro. 11

22 3. Gestão de REEE 3.1. Gestão de REEE na UE No âmbito da revisão da Directiva 2002/96/CE, dos REEE, a CE encomendou três estudos, com vista a analisar o impacte e estado de implementação da Directiva nos diferentes países, determinar as principais dificuldades e definir propostas de alterações. Com base em dados de vendas de equipamentos e informação disponibilizada pelas entidades de registo nacionais, o estudo desenvolvido pela UNU (United Nations University) estima que a quantidade de EEE colocada no mercado, na UE 27 é de 9,3 milhões de toneladas por ano (UNU 2007). De seguida apresenta-se a distribuição, em peso, por categoria legal de EEE, onde se pode verificar que a categoria com maior peso colocada no mercado europeu é a Categoria 1, grandes electrodomésticos, seguida da Categoria 4, equipamentos de consumo, e da Categoria 3, equipamentos informáticos e de telecomunicações, estas últimas devido aos computadores que rapidamente se tornam ultrapassados e aos muitos televisores substituídos todos os anos. Por outro lado, a categoria 5, equipamentos de iluminação, embora tenha uma grande representação no que respeita a unidades colocados no mercado, traduz-se numa pequena fracção em termos de peso. 6. Ferramentas eléctricas e electrónicas; 4,0% 7. Brinquedos e equipamento de desporto e lazer; 2,2% 8. Aparelhos médicos; 0,5% 9. Instrumentos de monitorização e controlo; 0,4% 10. Distribuidores automáticos; 0,3% 5. Equipamentos de iluminação; 3,4% 4. Equipamentos de consumo; 12,1% 3. Equipamentos informáticos e de telecomunicações; 12,0% 2. Pequenos electrodomésticos; 9,3% 1. Grandes electrodomésticos; 55,8% Figura 4 - Estimativa da distribuição por categoria legal dos EEE colocados no mercado, na UE27 (adaptado de UNU 2007). O mesmo estudo aponta para uma produção de REEE, de proveniência particular, para a UE 27, de cerca de 7,2 milhões de toneladas. Se aos REEE de origem doméstica se juntar os REEE de proveniência não particular, os quantitativos estimados são entre 8,3 e 9,1 milhões de toneladas. È também previsto que até 2020 a produção de REEE irá aumentar entre 2,5% a 2,7% atingindo 12,3 milhões de toneladas em 2020, incluindo também os REEE provenientes do circuito B2B (proveniência não particular) (UNU 2007). A Figura 5 apresenta a evolução estimada da produção de REEE, de origem particular, até ao ano de 2020, para a UE 27, UE 15 e Portugal. 12

23 Estimativa de produção de REEE (ton) Portugal Total UE 15 Total UE Figura 5 - Previsão da produção de REEE de proveniência privada até 2020 (adaptado de UNU 2007). Relativamente à recolha de REEE, os diferentes estudos verificaram que esta fica bastante aquém das quantidades que efectivamente chegam a resíduo, isto é, EEE que chegam ao seu fim de vida. A tabela seguinte apresenta a distribuição por categoria legal da estimativa da quantidade de REEE recolhida e tratada em 2005, como relação da quantidade de REEE produzida. Tabela 3 - Estimativa da quantidade de REEE recolhida e tratada em 2005, como % da quantidade de REEE produzida 2005 (UNU 2007). Categoria % recolhida em peso 1A. Grandes electrodomésticos sem frio 16,3% 10. Distribuidores automáticos 59,4% Quant. recolhida e tratada 2005 (kton) 348 1B. Grandes aparelhos de arrefecimento 27,3% 362 1C. Grandes electrodomésticos de pequenas dimensões (ex. microondas) 2. Pequenos electrodomésticos 5A. Outros equipamentos de iluminação excepto lâmpadas 3A. Equipamentos informáticos e de telecomunicações excepto monitores 40,0% ,6% ,8% 288 4A. Equipamento de consumo excepto televisores 40,1% Ferramentas eléctricas e electrónicas 20,8% Brinquedos e equipamento de desporto e lazer 24,3% Aparelhos médicos 49,7% 9. Instrumentos de monitorização e controlo 65,2% 3B. Monitores CRT 35,3% 150 3C. Monitores de ecrã plano 40,5% 7 4B. Televisores CRT 29,9% 236 4C. Televisores de ecrã plano 40,5% 7 5B. Lâmpadas 27,9% 28 13

24 3.2. Gestão de REEE em Portugal Em Portugal, o Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro, que estabelece o regime jurídico a que fica sujeita a gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE), transpôs para a legislação nacional as Directivas 2002/95/CE e 2002/96/CE do Parlamento Europeu e do Conselho. A aplicação das medidas e acções identificadas no Decreto-Lei traduziu-se no licenciamento das entidades gestoras AMB3E - Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos e ERP Portugal - Associação Gestora de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos, em Março de 2006, com o objectivo primordial de organizar e gerir o SIGREEE (Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos). Foi ainda licenciada a ANREEE, para efeitos de registo dos produtores de EEE, com o objectivo de acompanhar e fiscalizar o cumprimento das responsabilidades dos mesmos. Assim, de acordo com a legislação em vigor, os produtores de EEE são obrigados a proceder ao registo na ANREEE e posteriormente aderir a uma entidade gestora, se não adoptarem um sistema individual para gerir os seus produtos em fim de vida. A ANREEE é uma entidade autónoma, sem fins lucrativos, constituída pelos próprios produtores de EEE, através das suas associações, e pelas entidades gestoras do sistema integrado de gestão dos REEE. O seu papel é controlar as quantidades de EEE que cada produtor coloca no mercado anualmente e acompanhar, através da informação recebida dos sistemas de gestão de REEE, o ciclo de vida de cada EEE. As duas entidades gestoras licenciadas para a gestão dos REEE iniciaram as suas operações de gestão em Novembro de 2006, um pouco tarde face ao previsto, não só devido a atrasos na atribuição da licença, mas também porque foi necessário garantir primeiro a adesão de produtores de EEE e o financiamento das operações. A Amb3E é uma entidade sem fins lucrativos, de direito privado, cuja primeira prioridade é gerir os REEE, e subsequentemente fomentar a sua reutilização, reciclagem e outras formas de tratamento, contribuindo assim, para a sua redução e também para que a respectiva deposição se faça de uma forma correcta, cooperando para a melhoria do desempenho ambiental de todos os agentes económicos envolvidos durante o ciclo de vida dos EEE. Esta entidade gestora tem vindo a alargar progressivamente a sua rede de locais de recepção de REEE, contabilizando no final de 2008 cerca de 300 locais. Em 2008 foram recolhidas pela Amb3E cerca de 33 mil toneladas de REEE. A ERP Portugal é uma associação privada sem fins lucrativos, que pertence a uma plataforma pan-europeia, a European Recycling Platform, fundada em Dezembro de Em 2008 a ERP Portugal recolheu cerca de 19 mil toneladas de REEE. 14

25 A Amb3E é o principal interveniente com cerca de 70% de quota de mercado em termos de adesão de produtores, que se traduz também na quota em termos de objectivos de recolha de REEE. Quanto à evolução do número de EEE colocados no mercado português, de acordo com os dados disponibilizados pela ANREEE, verificou-se um acentuado crescimento de 2006 para 2007, tendo depois decrescido ligeiramente em 2008 (ver Figura 6). A evolução da quantidade de EEE colocados no mercado, em peso, tem um traçado semelhante ao descrito anteriormente , , , ,00 Unidades colocadas no mercado , , , , , , , ,00 Peso (toneladas) , Nº de Equipamentos Peso dos Equipamentos 0,00 NOTA Inclui apenas os produtores registados na ANREEE. Figura 6 - Evolução da quantidade e peso de EEE colocados no mercado, em Portugal (adaptado de ANREEE 2009). Relativamente à recente crise económica que se vive em Portugal, assim como nos restantes países do mundo, e à sua interferência na quantidade de EEE colocados no mercado nacional, a diferença entre 2007 e 2008 não é muito significativa, apenas se verifica diminuição face a 2007 nas Categorias 1, 6 e 7, tendo as restantes apresentado ligeiros aumentos. No entanto, para 2009, e derivado da diminuição do consumo, a ANREEE prevê um abrandamento do fabrico e importação pelo que pode existir uma diminuição das quantidades de EEE colocados no mercado, assim como abrandamento no registo de empresas novas e um aumento de pedidos de anulação devido a empresas que encerram a sua actividade (ANREEE 2009b). Analisando a distribuição da quantidade em peso colocada no mercado nacional em 2008, por categoria legal, verifica-se que a Categoria 1 representa cerca de metade dos EEE, seguindose a Categoria 3 com 13% e a Categoria 4 com 11% (ver Figura 7). 15

26 4. Equipamentos de consumo 11% 5. Equipamentos de iluminação 8% 6. Ferramentas eléctricas e electrónicas 4% 7. Brinquedos e equipamentos de desporto e lazer 1% 8. Aparelhos médicos 1% 3. Equipamentos informáticos e de telecomunicações 13% 9. Instrumentos de monitorização e controlo 0% 2. Pequenos electrodomésticos 7% 10. Distribuidores automáticos 2% 1. Grandes electrodomésticos 53% Figura 7 - Distribuição por categoria legal da quantidade em peso dos EEE colocados no mercado, em Portugal, no ano de 2008 (adaptado de ANREEE 2009). Quanto às quantidades de REEE produzidas, de seguida apresenta-se a comparação (Figura 8) entre as estimativas efectuadas pela UNU, no seu recente estudo, e pelos Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e da Economia e da Inovação. Pela análise da figura verifica-se que as estimativas estão bastante próximas, embora a estimativa nacional aponte para um crescimento mais acentuado a partir de Quantidade (toneladas) Portugal (estimativa UNU 2007) Portugal (estimativa nacional) Figura 8 - Comparação entre as estimativas da quantidade produzida de REEE da UNU 2007 e do Ministério do Ambiente (adaptado de UNU 2007 e Despacho conjunto nº 353/2006 e 354/2006). De acordo com as licenças das entidades gestoras que operam em Portugal 6, que incluem uma estimativa da produção nacional de REEE e definem objectivos de recolha para cada entidade gestora (ver Tabela 4), a meta de recolha para Portugal representa apenas uma recolha de cerca de 39% da produção de REEE, embora a partir de 2007 seja superior a 4kg/hab/ano 7. 6 Despacho conjunto nº 353/2006 e 354/2006, Diário da República n.º 82, Série II de 27 de Abril de 2006, Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e da Economia e da Inovação. 7 Objectivo de recolha para Portugal, estabelecido no Decreto-Lei nº 230/2004 de 10 de Dezembro. 16

27 Estes dados indicam que aproximadamente 60% dos REEE produzidos a nível nacional não são tratados correctamente, sendo encaminhados juntamente com os resíduos indiferenciados ou para tratamentos não adequados. Tabela 4 Produção nacional de REEE e metas de recolha para Portugal (adaptado de Despacho conjunto nº 353/2006 e 354/2006) Produção nacional REEE (kg) Meta recolha ERP Portugal (kg) Meta recolha Amb3E (kg) Meta recolha Portugal (kg) Meta recolha Portugal (kg/hab) 8 3,8 4,0 4,4 4,7 4,9 4,9 Taxa de Recolha 38,85% 39,00% 39,00% 39,00% 39,00% 39,00% A evolução da recolha de REEE em Portugal, nos primeiros anos, não correspondeu exactamente aos objectivos de recolha estabelecidos nas licenças das entidades gestoras, no entanto, em 2008 a meta de 4kg/hab/ano foi claramente ultrapassada (ver Figura 9). Não foi contabilizado o ano de 2005 pois as entidades gestoras não tinham ainda iniciado a sua actividade e o ano de 2006 corresponde a apenas 2 meses de actividade uma vez que as entidades gestoras iniciaram as operações em Novembro de Como é possível verificar no gráfico seguinte, em 2008 foram recolhidas e encaminhadas para tratamento/valorização cerca de 52 mil toneladas de REEE o que corresponde a aproximadamente 5,2 kg/hab/ano, o que significa que Portugal ultrapassou a meta estabelecida no Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro, de 4kg/hab/ano Quantidade recolhida (x 1000 toneladas) Meta Portugal 4kg/hab/ano Figura 9 Evolução da quantidade de REEE recolhida em Portugal (adaptado de Amb3E 2009 e meios de comunicação social). 8 Para o cálculo da meta foram utilizados dados de população nacional do INE (INE, Estimativas Anuais da População Residente). 17

28 Comparando a quantidade estimada de produção de REEE para Portugal, para o ano de 2008, retirada das licenças das duas entidades gestoras, e a quantidade efectivamente recolhida em 2008, verificamos que, apesar de cumprida a meta de recolha estabelecida no Decreto-Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro, existe ainda uma grande quantidade (cerca de 67 mil toneladas de REEE) que não estão a chegar aos locais de recepção disponibilizados para o efeito (ver Figura 10). 140 ~ 11,9 kg/hab Quantidade REEE (x 1000 toneladas) ~ 5,2 kg/hab mil toneladas Meta Portugal 4kg/hab/ano 0 Estimativa Produção REEE 2008 Recolha de REEE 2008 Figura 10 Comparação entre a quantidade de REEE produzida e efectivamente recolhida em 2008 (adaptado de Despacho conjunto nº 353/2006 e 354/2006). 18

29 4. A Amb3E 4.1. Constituição da Amb3E A Amb3E foi licenciada pelo Estado ado português em Março de 2006, sendo uma associação de direito privado, de âmbito nacional e sem fins lucrativos. De início a sua operação centrou-se centrou na angariação de produtores para o seu sistema integrado, criando uma rede de associados e aderentes. Os produtores de EEE são legalmente responsáveis pela gestão dos produtos que colocam no mercado quando estes chegam ao seu fim de vida, ficando obrigados a aderir a um sistema integrado de gestão de REEE ou a implementar um sistema individual, de acordo com o estabelecido pelo Decreto-Lei Lei nº 230/2004, de 10 de Dezembro. Os produtores aderentes da Amb3E transferem essa responsabilidade responsabil para a entidade gestora e trimestralmente reportam a quantidade de novos equipamentos colocados no mercado nacional de forma a determinar a compensação financeira a pagar. Os produtores de EEE podem aderir à Amb3E em duas formas distintas, como empresas utentes, que beneficiam das condições de gestão de REEE providenciadas pela Amb3E, ou como empresas associadas, que adicionalmente adicionalmen detêm presença e direito de voto na Assembleia-Geral Assembleia e Assembleias de Fileiras. A Amb3E gere as 10 categorias legais de EEE identificadas no Anexo I do Decreto-Lei Decreto nº 230/2004, de 10 de Dezembro, listadas na figura seguinte. Figura 11 Categorias de EEE geridos pelo SIGREEE da Amb3E. Amb3E. As principais actividades a desenvolver pela Amb3E, enquadradas pelo Decreto-Lei D n.º 230/2004, de 10 de Dezembro, são: Organizar uma rede de recolha selectiva de REEE e também de operadores logísticos e de instalações de tratamento e valorização; Estabelecer contratos com SMAUTs e OPGR com vista à recolha e posterior tratamento; 19

30 Garantir o fluxo de recolha e de valorização; Desenvolver campanhas de comunicação que incrementem a sensibilização e as taxas de recolha; Promover projectos de I&D visando a optimização do SIGREEE e as melhores práticas; Gerir e monitorizar o SIGREEE Sistema Integrado de Gestão de REEE da Amb3E O esquema apresentado na figura seguinte mostra os diferentes intervenientes do SIGREEE da Amb3E, que integram três processos operacionais distintos, a recolha/transporte, a triagem e o tratamento. Figura 12 Esquematização da actividade operacional da Amb3E (Amb3E 2009). Os utilizadores particulares e não particulares têm à sua disposição diferentes tipos de locais de recepção onde podem entregar os seus EEE em fim de vida, gratuitamente, contando já com os pontos electrão, equipamentos destinados à recepção de REEE de pequenas dimensões, incluindo lâmpadas, e que se encontram em variadas superfícies comerciais do país. Em alternativa, quando compra um equipamento novo, o utilizador pode entregar o velho, troca do novo por velho se este cumprir a mesma função e sempre na razão de um para um. Algumas autarquias dispõem também de um sistema de recolha de electrodomésticos usados de grandes dimensões, que o consumidor pode utilizar. No fim da linha de recepção encontram-se os centros de recepção, onde é efectuada a triagem e acondicionamento dos REEE em 5 fluxos operacionais, de acordo com o destino de tratamento/valorização, sendo posteriormente os REEE transportados pelos operadores logísticos até às unidades de tratamento e valorização. 20

31 Locais de recepção No final de 2008 a rede de locais de recepção da Amb3E contabilizava cerca de 300 locais, espalhada por todo o território nacional, incluindo as regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Na figura seguinte podemos observar a evolução da rede de locais de recepção da Amb3E, que tem vindo a aumentar desde o início da actividade, alcançando um total de 315 locais no final de 2008, ultrapassando o objectivo estabelecido pela própria Amb3E. Objectivos de crescimento Nº Locais de Recepção % Dez-07 Mar-08 Jun-08 Out-08 Nov-08 Dez-08 Objectivo 2008 Objectivo 2009 Objectivo 2010 Figura 13 Evolução da rede de locais de recepção da Amb3E (Amb3E 2009). Os locais de recepção podem ser de diferentes tipos, de acordo com as funções que desempenham, e ser constituídos por diferentes tipos de parceiros: Centros de recepção: Os centros de recepção (CR) são instalações onde os utilizadores particulares e não particulares podem entregar gratuitamente os seus REEE. Após a recepção os REEE são pesados, triados nos 5 fluxos operacionais definidos pela Amb3E, e acondicionados para posterior transporte. Pelos serviços prestados os CR recebem uma contrapartida financeira, paga pela Amb3E, indexada às toneladas de REEE que saem das suas instalações para unidades de tratamento e valorização (UTV). Os CR têm de cumprir os requisitos para armazenagem temporária especificados no Anexo III do Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de Dezembro, e podem ser constituídos por Operadores Privados de Gestão de Resíduos (OPGR), SMAUT e distribuidores. Os CR têm ainda de disponibilizar informação em tempo real da movimentação de REEE nas suas instalações e estar disponíveis para a realização de auditorias e acções de verificação por parte da Amb3E. 21

32 Os fluxos operacionais em que são triados e posteriormente processados os REEE englobam todos os equipamentos das 10 categorias legais em que são classificados os equipamentos novos (ver Figura 14) Fluxo A Grandes equipamentos Categoria Fluxo B Equipamentos de arrefecimento e refrigeração Categorias 1, 8 e Fluxo C Equipamentos diversos Categorias 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e Fluxo D Lâmpadas fluorescentes tubulares e de geometria diversa Categoria 5 Fluxo E Monitores e equipamentos de televisão (CRT) Categorias 3 e 4 Figura 14 Fluxos operacionais de REEE definidos pela Amb3E (adaptado de Amb3E 2009). Os locais de recepção em instalações de SMAUT constituem uma oportunidade para o alargamento da capacidade de recolha e gestão de REEE pela Amb3E, uma vez que as infra-estruturas existentes que se encontram licenciadas para a gestão de resíduos permitem uma adaptação para a correcta recepção de REEE. Actualmente a rede de locais de recepção da Amb3E inclui 24 sistemas multimunicipais ou intermunicipais de gestão de RSU (ver Figura 15). Figura 15 SMAUT com parceria com a Amb3E para a recolha de REEE (Amb3E 2009). 22

33 Locais de Recolha: São instalações onde os utilizadores podem entregar gratuitamente os seus REEE e onde é efectuado o seu armazenamento até expedição. Quando os seus meios de acondicionamento se encontram completos solicitam a recolha do material à Amb3E. São constituídos por SMAUT (especialmente ecocentros e estações de transferência), grandes produtores de REEE (distribuidores, produtores de EEE, etc.) ou entidades localizadas perto da população, por exemplo Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários (AHBV). De seguida apresentam-se alguns tipos de acondicionamento disponibilizado pela Amb3E para o armazenamento de REEE nestes locais. Figura 16 Tipo de acondicionamento para REEE disponibilizados pela Amb3E aos seus pontos de recolha. Pontos Electrão: O projecto Ponto Electrão teve início no final de 2007 com o principal objectivo de chegar mais perto do cidadão consumidor. Os contentores denominados Pontos Electrão (ver Figura 17) são disponibilizados pela Amb3E para colocação em locais com grande afluência de público, como grandes superfícies comerciais e distribuição, e destinam-se à deposição de REEE de pequena e média dimensão. Figura 17 Imagens de diferentes tipos de pontos electrão (Amb3E 2009). 23

34 A tabela seguinte apresenta uma comparação entre os diferentes tipos de locais de recepção disponibilizados pela Amb3E para a entrega de REEE. Tabela 5 Comparação entre os tipos de locais de recepção disponibilizados pela Amb3E. Tipo de Local de Recepção Centro de Recepção Local de Recolha Ponto Electrão Local de Recolha Distribuição Entidades constituintes OPGR, SMAUT, distribuidores SMAUT, distribuidores, entidades privadas Superfícies comerciais, áreas de abastecimento, outras Efectua triagem? Sim Amb3E disponibiliza acondicionamento? Apenas para lâmpadas. Contrapartida financeira? Sim Destino dos REEE UTV Não Sim Não CR ou UTV Não Sim Não CR Distribuidores Não Sim Não CR AHBV AHBV Não Sim Sim CR Rede de Operadores Logísticos Os REEE que dão entrada no SIGREEE através dos locais de recepção da Amb3E são posteriormente transportados até às UTV pelos operadores logísticos (OL). A rede nacional de OL da Amb3E efectua o transporte dos REEE para os destinos definidos e indicados pela Amb3E, assegurando desta forma o adequado e eficiente tratamento dos resíduos e sua valorização. A rede de OL da Amb3E aumentou em 2008, para um total de 49 transportadores (ver Figura 18), o que representa um reforço da capacidade de movimentação das crescentes quantidades de REEE geridos no âmbito do sistema da Amb3E e também dos diferentes tipos de circuitos que exigem veículos e transportes diferenciados. + 69% Nº Operadores Logísticos Figura 18 Evolução do número de operadores logísticos da rede da Amb3E. 24

35 Rede de Tratamento e Valorização As UTV com parceria com a Amb3E garantem o tratamento e valorização de todos os REEE recolhidos, de todas as categorias legais. As UTV podem ser constituídas por SMAUT e OPGR e têm de cumprir os seguintes requisitos: Pré-tratamento, isto é, remoção de componentes e substâncias perigosas, como condensadores com PCB, pilhas e baterias entre outros, de acordo com os requisitos previstos no Anexo II do Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de Dezembro; Desmantelamento manual e/ou tratamento mecânico; Encaminhamento dos materiais resultantes do desmantelamento tendo sempre em vista o aumento do potencial de valorização; Recurso às Melhores Tecnologias Disponíveis (MTD). Em 2008 a Amb3E aumentou a sua rede para 12 UTV, continuando a assegurar o tratamento adequado de todos os REEE geridos no âmbito do sistema (ver Figura 19) % Nº UTV Figura 19 Evolução do número de unidades de tratamento e valorização da rede da Amb3E Cooperação internacional A Amb3E é membro do WEEE Forum desde 27 de Novembro de 2006, sendo a única entidade gestora nacional que integra esta associação europeia de entidades gestoras de REEE. O WEEE Forum integra 39 entidades gestoras de 25 países europeus e tem como objectivo promover a eficiência na gestão de REEE através dos seus membros, num esforço de partilhas de informação em diversos campos como veículo de promoção de um desempenho de excelência em matéria de recolha e tratamento de REEE. A Amb3E é também parceiro activo da European Lamp Companies federation (ELC), organização que reúne os 6 mais importantes fabricantes mundiais de lâmpadas e equipamentos de iluminação. 25

36 4.3. Resultados da actividade da Amb3E O número de produtores de EEE aderentes ao SIGREEE da Amb3E tem vindo a aumentar desde o início da actividade. No final de 2008 a Amb3E contabilizava 642 produtores de EEE aderentes (ver Figura 20). Nº de Produtores % Figura 20 Evolução do número de produtores de EEE aderentes da Amb3E (Amb3E 2009). Durante o ano de 2008, a quantidade de equipamentos novos colocados no mercado nacional por produtores de EEE aderentes da Amb3E ultrapassou os 30 milhões, com um peso total superior a toneladas, como é possível observar nos gráficos seguintes. Figura 21 Evolução do número e peso dos EEE colocados no mercado nacional por produtores aderentes da Amb3E (Amb3E 2009). Relativamente a recolhas, no ano de 2008 a Amb3E recolheu e encaminhou para tratamento/valorização kg de REEE, o que equivale a aproximadamente 3,11 kg/hab/ano. Tendo em conta a meta nacional de recolha de REEE de 4kg/hab/ano que Portugal tem de cumprir, e a quota de mercado da Amb3E 9, o objectivo daquela entidade 9 Quota de mercado da Amb3E fornecida pela ANREEE, com base nos produtores de EEE registados e aderentes a cada uma das entidades gestoras (1º semestre ,78%). 26

37 gestora era de kg, correspondendo a 2,79 kg/hab/ano, o que significa que a Amb3E superou a meta de recolha (ver Figura 22). 50,0 Quantidade (x 1000 ton) 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 20,4 + 62% 33,0 Meta 29,6 kg/hab/ano 10,0 5,0 3,7 0, Figura 22 Evolução da quantidade de REEE recolhida na Amb3E (Amb3E 2009). A figura seguinte apresenta a distribuição por categoria legal das quantidades de REEE recolhidas em 2008 pela Amb3E. É possível verificar que a categoria com maior recolha em peso foi a categoria 1, dos grandes electrodomésticos, seguindo-se a categoria 3, dos equipamentos informáticos e de telecomunicações. As categorias com menos representação em peso são a categoria 7 (brinquedos e equipamento de desporto e lazer) a categoria 8 (aparelhos médicos) e a categoria 9 (instrumentos de monitorização e controlo). As diferenças significativas entre a quantidade de equipamentos colocados no mercado e a quantidade de equipamentos recolhidos para as categorias 6 (ferramentas eléctricas e electrónicas) e 7 (brinquedos e equipamentos de desporto e lazer) devem-se ao facto de muitos destes equipamentos em fim de vida serem eliminados juntamente com os resíduos sólidos urbanos. Cat. 2 7,1% Cat. 3 31,8% Cat. 4 4,5% Cat. 5 1,1% Cat. 6 0,7% Cat. 7 0,2% Cat. 1 51,4% Cat. 10 3,0% Cat. 8 0,1% Cat. 9 0,0% Figura 23 Distribuição da quantidade de REEE recolhida em 2008 por categoria legal (Amb3E 2009). Quanto ao tratamento e valorização dos REEE recolhidos, como foi focado no ponto 2.2 deste trabalho, a legislação define objectivos concretos para as taxas de valorização e para as taxas 27

38 de reciclagem e reutilização (ver Tabela 1). De seguida apresenta-se as metas e os resultados alcançados para os REEE tratados pela Amb3E em 2008, onde se pode verificar que as metas foram todas cumpridas, com excepção da taxa de valorização para a categoria 10 (distribuidores automáticos). Performace de Reutilização/Reciclagem, por Categoria Legal 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Total Amb3E 79,9% 90,2% 91,8% 90,1% 74,6% 95,0% 91,5% 85,0% 93,5% 87,4% 78,1% Meta 75,0% 50,0% 65,0% 65,0% 50,0% 80,0% 50,0% 50,0% 50,0% 75,0% Figura 24 Taxas de reutilização e reciclagem alcançadas pela Amb3E, por categoria legal, para os REEE tratados em 2008 (Amb3E 2009). Performance de Valorização, por Categoria Legal 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Total Amb3E 85,2% 91,8% 92,2% 91,6% 80,2% 95,0% 92,5% 86,3% 95,7% 94,0% 78,3% Meta 80,0% 70,0% 75,0% 75,0% 70,0% 95,0% 70,0% 70,0% 70,0% 80,0% Figura 25 Taxas de valorização alcançadas pela Amb3E, por categoria legal, para os REEE tratados em 2008 (Amb3E 2009). 28

39 5. Circuitos logísticos definidos pela Amb3E 5.1. Análise Global A diversidade de canais de entrada de REEE no sistema integrado da Amb3E levou à existência de diferentes tipos de circuitos logísticos. A figura seguinte esquematiza os vários circuitos da Amb3E. 2b Local de Recolha 2a R 3 Local de Recolha - Distribuição 1 R 5 4 Centro de Recepção Unidade de Tratamento e Valorização 6 Local de Recolha - AHBV Aderente Amb3E Legenda: 1. Circuito CR UTV 2a. Circuito LR CR 2b. Circuito LR - UTV 3. Circuito LR Distribuição 4. Circuito Ponto Electrão 5. Circuito Bombeiros 6. Recolha Especial R Circuito de rota Figura 26 Esquema dos circuitos logísticos da Amb3E, para REEE excepto lâmpadas. Como é possível observar na figura acima, actualmente o consumidor dispõe de variados locais para depositar os seus EEE em fim de vida, desde pontos electrão que se encontram nas superfícies comerciais, locais da distribuição 10, locais de recolha (ex. ecocentros), Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários (AHBV) e CR. Para os REEE de grandes dimensões a maior parte das Câmaras Municipais disponibiliza a recolha dos mesmos, em dias específicos definidos localmente. Os REEE que dão entrada pelos locais de recepção mencionados no parágrafo anterior são posteriormente encaminhados para os CR, onde são pesados, triados nos 5 fluxos operacionais definidos pela Amb3E e acondicionados para posterior transporte. Quando a quantidade o justifica os REEE são encaminhados dos CR para as UTV, onde são removidos os componentes e substâncias perigosas dos equipamentos, numa fase de pré-tratamento, e são desmantelados sendo as fracções resultantes encaminhadas para valorização e eliminação. 10 Na compra de um novo equipamento o consumidor pode entregar o velho na loja onde compra o novo, desde que este cumpra a mesma função, e sempre na razão de 1 para 1. Nos casos em que a venda implique uma entrega ao domicílio os distribuidores são obrigados a garantir o transporte gratuito do REEE até aos locais de recolha. 29

40 Quando os REEE recepcionados num local de recolha são apenas de um único fluxo operacional, por exemplo distribuidor de EEEE específicos, os resíduos não necessitam de triagem e, caso a distância o justifique, podem ser encaminhados directamente para uma UTV para tratamento/valorização (Figura 26, circuito 2b). A Amb3E disponibiliza ainda um serviço específico de recolha aos produtores seus aderentes, denominado Recolha Especial. Estas recolhas estão associadas a operações esporádicas e estão sujeitas ao cumprimento de determinados requisitos para a sua realização, como quantidade mínima, características do espaço envolvente de armazenamento dos REEE e acondicionamento, entre outros. Estas recolhas, por se tratar de quantidades elevadas de resíduos e por muitas vezes estarem associadas a processos de abate fiscal, são encaminhadas directamente para as UTV (Figura 26, circuito 6). Actualmente os circuitos logísticos utilizados pela Amb3E podem-se classificar de dois modos, de acordo com o tipo de deslocação e o número de locais de recolha transportes ponto a ponto e transporte por rotas. Os transportes ponto a ponto caracterizam-se por ter um ponto de origem e um destino final perfeitamente definidos, sendo o transporte directo, normalmente associado a um custo de transporte expresso em frete, isto é, um valor fixo por viagem. Os transportes CR UTV, LR CR/UTV e Recolhas Especiais são exemplos de circuitos deste tipo. Pelo contrário, os transportes por rotas, como o próprio nome indica, pressupõem a recolha de REEE em mais do que dois locais, percorrendo o OL uma rota, recolhendo os REEE em cada local, e entregando o total de resíduos num único destino final. Os transportes em Pontos Electrão, LR Distribuição e recolha de lâmpadas fluorescentes e de descarga são exemplos de circuitos deste tipo. De seguida caracterizam-se os diferentes tipos de circuitos utilizados pela Amb3E Circuito CR UTV Este é o circuito principal da logística da Amb3E através do qual os REEE são encaminhados dos CR para as UTV. Uma vez que nos CR os REEE recepcionados são triados nos 5 fluxos operacionais definidos pela Amb3E, os resíduos que saem dos CR estão devidamente acondicionados por fluxo (ver Figura 27). Preferencialmente os transportes CR UTV devem ser de apenas um fluxo de REEE, no entanto acontece por vezes, por motivos de falta de espaço de armazenamento nos CR, o transporte ser multifluxo, isto é, são transportados no mesmo veículo mais do que um fluxo. Neste último caso os REEE devem estar devidamente acondicionados por fluxo de forma a facilitar a identificação dos mesmos nas UTV. 30

41 Fluxo C Fluxo B Unidade de Tratamento e Valorização Fluxo E Fluxo A Figura 27 Esquema do circuito logístico CR UTV para REEE excepto lâmpadas. Neste circuito são transportadas grandes quantidades de REEE uma vez que a Amb3E exige que o transporte seja efectuado em TIR, semi-reboque, galera ou em veículo de contentores mas transportando sempre 2 contentores, pelo que em volumetria o transporte varia entre 60m 3 e 90m 3. Através do SIGMA, o sistema informático da Amb3E para a monitorização do SIGREEE, o CR solicita a recolha quando atinge carga suficiente para o transporte. Após a recolha o CR fecha o respectivo mapa de saída no SIGMA, confirmando o peso e identificando a(s) Guia(s) de Acompanhamento de Resíduos (GAR). Quando os resíduos chegam à UTV esta fecha o respectivo mapa de entrada, confirmando o peso e identificando a existência, ou não, de não conformidades e material mal triado. O transporte entre o CR e a UTV é efectuado por um dos OL da rede da Amb3E. Por vezes o próprio CR tem capacidade logística, especialmente quando se trata de um operador privado de gestão de resíduos, e contrato com a Amb3E para transporte, o que facilita o agendamento da recolha de REEE. Quando o CR não tem contratualizada a operação logística com a Amb3E, a Amb3E providencia a recolha dos REEE no CR através de um OL da rede. O preço de transporte para este circuito fica estabelecido em contrato com o OL em frete ( /transporte) ou em /km, estabelecendo-se o valor do frete no primeiro transporte, após aferição dos quilómetros percorridos. A UTV de destino para cada CR, e para cada fluxo de REEE, é seleccionada e comunicada ao CR pela Amb3E. Esta selecção tem por base os fluxos de REEE a ser transportados, a distância das UTV e os preços de tratamento/valorização praticados por cada UTV. Normalmente um CR encaminha os seus REEE para mais do que uma UTV Circuito LR CR e LR - UTV Como foi descrito no capítulo 4.2.1, os locais de recolha são pontos para recepção de REEE onde é apenas efectuado o seu armazenamento, não sendo os REEE triados. Na maior parte dos casos a Amb3E disponibiliza um contentor metálico de cerca de 30 m 3, onde os REEE são acondicionados, a 31

42 granel. Quando o contentor está cheio o Local de Recolha comunica ao Operador Logístico e agenda a recolha. A maioria dos locais de recolha recepciona REEE de todos os fluxos, especialmente os constituídos por ecocentros dos sistemas inter e multimunicipais, sendo necessário encaminhar os REEE para um centro de recepção onde são triados e devidamente acondicionados para transporte. Nos casos em que se trata de apenas um fluxo de REEE, e caso o local de recolha se encontre próximo de uma UTV, os REEE são encaminhados directamente para tratamento/valorização. Neste circuito as quantidades transportadas são inferiores às do circuito CR-UTV, pois apenas é transportado um contentor de 30m 3. O transporte entre o LR e o destino é efectuado por um dos OL da rede da Amb3E, muitas vezes o CR de destino dos REEE, especialmente quando se trata de ecocentros. O preço de transporte para este circuito fica estabelecido em contrato com o OL, normalmente em /km, sendo apresentado um valor de quilómetros percorridos em cada Ordem de Recolha. Neste circuito as distâncias a percorrer podem não ser significativas pelo que foi implementado um valor de transporte fixo, para distâncias percorridas inferiores a um determinado número de quilómetros, de forma a justificar a mobilização do veículo Circuito Lâmpadas A recolha de lâmpadas fluorescentes e de descarga, por se tratar de um resíduo frágil e ser difícil armazenar grandes quantidades nos locais de recepção, dispõe de um circuito próprio. Em 2008, período de análise deste trabalho, existia apenas uma UTV em Portugal que efectuava o tratamento das lâmpadas 11. Uma vez que essa UTV é também um operador logístico da rede da Amb3E, é esta entidade a responsável pela recolha das lâmpadas nos diferentes locais de recepção, à excepção dos pontos electrão e AHBV 12. A recolha de lâmpadas fluorescentes e de descarga é efectuada através de circuitos de rotas, onde o OL passa por vários locais numa mesma viagem recolhendo as lâmpadas, sendo estas encaminhadas para a UTV de lâmpadas (ver Figura 28). 11 Desde início de 2009 a Amb3E tem contrato com outra entidade que efectua também o tratamento/valorização de lâmpadas fluorescentes e de descarga. 12 Nestes casos existem circuitos de recolha estabelecidos e o OL recolhe as lâmpadas, juntamente com os restantes REEE, sendo todos encaminhados para CR. 32

43 Local de Recolha Centro de Recepção R Unidade de Tratamento e Valorização Centro de Recepção R Local de Recolha R Circuito de rota Figura 28 Esquema do circuito logístico da Amb3E para lâmpadas fluorescentes e de descarga. Uma vez que as lâmpadas são resíduos frágeis e a sua quebra pode provocar a libertação de mercúrio, metal tóxico com grande perigosidade para a saúde e o ambiente, a Amb3E disponibiliza meios de acondicionamento para as mesmas, adequados aos diferentes locais de recepção - caixas de cartão canelado e contentores metálicos de dois tamanhos que permitem a separação no local de lâmpadas fluorescentes tubulares e lâmpadas de geometria diversa (ver Figura 29). Figura 29 Meios de acondicionamento disponibilizados pela Amb3E para o armazenamento de lâmpadas fluorescentes e de descarga. Quando os seus meios de acondicionamento se encontram completos, os diferentes locais de recepção solicitam recolha das lâmpadas directamente ao OL responsável. O OL analisa os pedidos de recolha e programa rotas que são colocadas à aprovação da Amb3E. Após aprovação por parte 33

44 da Amb3E o OL, na data agendada, efectua a recolha das lâmpadas nos diversos locais, encaminhando-as para a UTV onde são registadas, através do SIGMA, por proveniência Circuito Ponto Electrão e LR Distribuição De acordo com o Decreto-Lei n.º 230/2004, de 10 de Dezembro, os distribuidores têm a obrigação de assegurar a recolha de REEE, sem encargos para o detentor, à razão de um para um, no âmbito do fornecimento de um novo equipamento, desde que cumpra a mesma função. Esses resíduos devem posteriormente ser encaminhados para destino adequado, nomeadamente centros de recepção. De forma a controlar um pouco mais o destino desses resíduos e garantir que entram na rede do SIGREEE, a Amb3E celebrou protocolos com algumas entidades da distribuição, comprometendo-se a disponibilizar meios de acondicionamento para os REEE nas lojas e garantir a sua recolha. Nos locais onde existem condições e espaço são disponibilizados pontos electrão, caso tal não seja possível são colocadas no local grades para acondicionamento dos REEE (ver Figura 30), juntamente com caixas de cartão canelado para o acondicionamento de lâmpadas fluorescentes e de descarga. Ponto Electrão LR Distribuição Figura 30 Tipo de material de acondicionamento disponibilizado pela Amb3E para pontos electrão e LR distribuição. Com a campanha ponto electrão a Amb3E procurou chegar mais perto do cidadão, do consumidor, disponibilizando locais próximos onde pode ser feita a deposição dos REEE, aumentando assim a capilaridade da rede de recepção. No final de 2008 a Amb3E contava com cerca de 65 locais com ponto electrão e cerca de 35 locais de recepção da distribuição. A recolha de REEE nestes locais era efectuada por 6 operadores logísticos. Os OL estabeleceram rotas regionais e frequências de recolha que iam sendo ajustadas à medida que iam aparecendo novos locais. Os LR Distribuição, uma vez que o material de acondicionamento se encontra dentro da loja e é facilmente monitorizado pelos empregados, contactam o OL quando os meios de acondicionamento se encontram completos e solicitam a recolha. Os pontos electrão, na sua maioria, encontram-se colocados em superfícies comerciais, por norma em parques de estacionamento perto dos acessos, não sendo viável controlar o seu estado de enchimento. 34

45 O OL na sua rota de recolha pode recolher REEE em locais com pontos electrão e LR distribuição, encaminhando os mesmos para o centro de recepção, onde são registados e pesados por proveniência, triados e acondicionados para transporte (ver Figura 31). ROTA 1 Centro de Recepção Unidade de Tratamento e Valorização ROTA 2 Figura 31 Esquema do circuito logístico da Amb3E para pontos electrão e locais de recepção distribuição. A quantidade transportada em cada rota é muito variável, dependendo do número de locais de recolha e do tipo de locais de recolha. Existem também alguns locais, nomeadamente centros comerciais, que apresentam condicionalismos para a recolha dos resíduos, por exemplo o acesso ao parque de estacionamento estar limitado a veículos de altura inferior a 2 metros. Nestes casos a recolha dos resíduos é mais complicada, sendo necessário o veículo aguardar junto ao cais de cargas e descargas e transportar os REEE desde o ponto electrão até ao veículo Circuito AHBV Com a criação de pontos de recepção em Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários (AHBV) a Amb3E procurou aumentar a capilaridade da rede de recepção, especialmente em locais com poucos ou nenhuns locais de recepção, como é o caso do distrito de Évora, onde tiveram início os locais de recepção AHBV. A Amb3E disponibiliza os meios de acondicionamento adequados, contentores fechados com volume de 18 m 3, que podem ficar ao ar livre, dentro dos quartéis (ver Figura 32). Nos casos em que não existe espaço suficiente para os contentores a Amb3E disponibiliza grades/cestos para o acondicionamento dos REEE. Para efeitos de acondicionamento das lâmpadas fluorescentes e de descarga a Amb3E disponibiliza também caixas de cartão canelado, que devem ser armazenadas em ambiente seco. 35

46 Figura 32 Acondicionamento disponibilizado pela Amb3E para os Pontos de Recolha AHBV. Quando os contentores estão quase cheios, o LR comunica ao OL que os meios de contentorização estão a atingir a carga limite e combina os pormenores da recolha. Uma vez que se trata de contentores de dimensão inferior aos do circuito PR-CR/UTV, a recolha deve ser efectuada numa rota de 2 locais, isto é, transportando 2 contentores (ver Figura 33). Os resíduos são posteriormente encaminhados para um centro de recepção onde são pesados, triados e acondicionados para transporte. LR- AHBV Centro de Recepção Unidade de Tratamento e Valorização LR- AHBV Figura 33 Esquema do circuito logístico da Amb3E para locais de recepção AHBV. Neste circuito a Amb3E suporta os custos de transporte, os custos de aluguer de meios de acondicionamento no local e também um custo de aluguer de espaço nas AHBV Circuito Recolhas Especiais As Recolhas Especiais são recolhas esporádicas que a Amb3E disponibiliza a produtores seus aderentes, ou entidades idóneas, que cumprem os requisitos exigidos para a realização das mesmas: 36

47 Volume de REEE não inferior a 30m 3 ; Espaço para manobra de veículos pesados; Acesso da viatura aos resíduos a carregar (piso térreo); Meios de movimentação de cargas humanos e mecânicos (ex. empilhador); Os REEE devem estar devidamente acondicionados, por fluxo, para transporte (ex. paletizados, big bags). O detentor do resíduo é responsável pelo carregamento do carro e é também responsável por qualquer custo adicional resultante da gestão de material que não constitua REEE que integre o lote. O detentor solicita à Amb3E a recolha dos REEE através do Formulário de Requisição de Recolha Especial, disponível na extranet de Aderentes do SIGMA. A Amb3E analisa as condições de recolha solicitadas, considerando a quantidade de resíduos, local e condições necessárias ao transporte, e aprova ou não a recolha. Quando a recolha é aprovada a Amb3E providencia a recolha dos REEE através de um OL da rede, sendo os resíduos encaminhados para a UTV. Este tipo de recolhas está muitas vezes associada à necessidade de as empresas efectuarem o abate fiscal dos equipamentos em fim de vida. O preço de transporte para este circuito é aferido caso a caso. Sempre que surge uma solicitação de recolha especial, a Amb3E solicita orçamento para o transporte a três OL da sua rede, seleccionado o preço mais baixo. 37

48 6. Análise técnico-económica e ambiental dos circuitos logísticos de recolha de REEE da Amb3E Na análise técnico-económica e ambiental dos circuitos logísticos de recolha de REEE da Amb3E utilizou-se valores reais relativos a 2008, pois este foi um ano em que a rede de locais de recepção se consolidou e em que os diferentes tipos de circuitos surgiram. Para a determinação da distância percorrida em Portugal Continental utilizou-se o programa Viamichelin que permite calcular a distância entre dois pontos, e assumiram-se os seguintes pressupostos: a distância foi calculada entre os dois pontos, origem e destino, independentemente do local de saída do veículo; assumiu-se o dobro da distância, isto é, contabilizou-se a ida e volta. Relativamente aos impactes ambientais, e com base na quantidade média transportada, distância média percorrida e tipo de viatura utilizada, estimaram-se os impactes relativamente a variadas categorias ambientais, com base no Eco-Indicador 99, utilizando o Simapro. O processo de transporte é especificado em tonelada-quilómetro (tkm), isto é, o transporte de 1 tonelada ao longo de 1 quilómetro. A unidade funcional utilizada nesta análise foi 1 tkm, tendo sido depois determinados os valores absolutos de impacte para cada circuito, com base na distância total percorrida e na quantidade total transportada durante o ano de O Eco-Indicador 99 considera 3 categorias de impacte saúde humana, qualidade do ecossistema e recursos. Dentro de cada uma destas categorias estão incluídas diversas sub-categorias (no Anexo 1 estão identificadas as categorias e subcategorias de análise do Eco-Indicador 99). O Eco-Indicador define factores de ponderação para os circuitos e apresenta os valores de cada tema ambiental em ecopontos. Por outro lado, a normalização permite analisar os contributos normalizados, para os diversos temas ambientais considerados no âmbito do indicador, permitindo relacioná-los de, em termos absolutos, que correspondem à média do contributo europeu para cada tema ambiental Circuito CR UTV Para a elaboração da análise deste circuito logístico utilizou-se um relatório, disponibilizado pela Amb3E, com todos os transportes efectuados durante o ano de Tendo por base esse relatório, acrescentou-se informação acerca do custo de cada transporte. Identificou-se também a origem dos REEE, isto é, o tipo de CR (CR SMAUT ou CR OPGR), e os tipos de carga possíveis (unifluxo e multifluxo). Para cada tipo de carga calculou-se a quantidade mínima, máxima e média transportada, assim como os custos relacionados. Para o circuito logístico foi calculado o custo por tonelada, assim como indicadores acerca das quantidades transportadas. Em alguns CR constituídos por SMAUT, por falta de espaço adequado para o armazenamento dos REEE, a Amb3E disponibiliza contentores de 30m 3 para o efeito, alugados a um OL da rede, suportando o custo de aluguer mensal. Estes custos foram também analisados nesta fase do trabalho. 38

49 As UTV que integram a rede de operadores da Amb3E são ao mesmo tempo CR, isto é, estão abertas ao público e empresas para a recepção de REEE. Por outro lado, as próprias UTV, como operadores de gestão de resíduos, têm clientes próprios que, entre outros resíduos, lhes entregam também REEE, que são canalizados para o SIGREEE da Amb3E através do CR. Neste caso, a passagem dos REEE do CR para a UTV não implica transporte, logo, não existe um custo financeiro nem ambiental associado. Por esta razão, foi necessário identificar esses casos específicos no relatório de transportes e atribuir-lhes um custo zero, não tendo também sido contabilizados para o número de transportes realizados, uma vez que efectivamente os REEE permaneceram no mesmo local. A Amb3E denomina estes operadores de CR/UTV. A tabela seguinte identifica os fluxos valorizados por cada UTV assim como a sua localização, para as UTV em actividade em Tabela 6 Listagem das UTV da rede da Amb3E e identificação dos fluxos valorizados. UTV Fluxos valorizados Localização UTV 1 A, B, C, E Tondela, Viseu UTV 2 D Setúbal, Setúbal UTV 3 A, C Loures, Lisboa UTV 4 A, C, E Canas de Senhorim, Viseu UTV 5 A, B, C, E Seixal, Setúbal UTV 6 A, C Avis, Portalegre UTV 7 A, C Carregado, Lisboa UTV 8 A, C Lagoa, São Miguel UTV 9 A, C Pedroso, Vila Nova de Gaia UTV 10 A, C Ponta Delgada, São Miguel UTV 11 A, C Angra do Heroísmo, Terceira UTV 12 A, C Rio Meão, Aveiro Da análise pormenorizada dos transportes efectuados neste circuito em 2008, verificou-se que algumas quantidades indicadas não faziam sentido, devendo-se muito provavelmente a enganos de preenchimento no SIGMA. Estes valores não foram contabilizados para os cálculos de quantidades mínimas, máximas e médias por tipo de carga. Na tabela seguinte são apresentados os resultados globais da análise técnico-económica para o circuito CR-UTV, para Portugal e apenas para o continente. Tabela 7 Resultados gerais da análise técnico-económica do circuito CR-UTV. PORTUGAL Nº total de transportes Custos totais Custo com transporte 87% Custo com aluguer de contentores 13% Quantidade média por transporte Custo por tonelada transportada 6,0 ton 54,4 /ton 39

50 PORTUGAL CONTINENTAL Nº de transportes Distância percorrida ,0 km Custo total Custo com transporte 85% Custo com aluguer de contentores 15% Quantidade média por transporte Custo por tonelada transportada Distância média por transporte Custo médio por quilómetro percorrido 5,8 ton 48,8 /ton 258,8 km 1,1 /km A quantidade de REEE transportada refere-se aos resíduos efectivamente transportados, isto é, não contabiliza os REEE que deram entrada nos CR/UTV. Os REEE que deram entrada nos CR/UTV, e passaram directamente para a UTV sem necessidade de transporte, representam cerca de 47% do total de REEE recepcionados. Deste modo, a quantidade total de REEE que foi encaminhada de CR para UTV, excluindo as lâmpadas, foi cerca de 53%. Foram efectuados, através deste circuito, transportes, incluindo 102 transportes provenientes da Região Autónoma da Madeira e da Região Autónoma dos Açores, onde a Amb3E está representada em todas as ilhas. Os REEE provenientes das regiões autónomas são encaminhados para as UTV do continente em contentores marítimos e a granel de forma a optimizar o espaço, por exemplo, monitores e pequenos electrodomésticos dentro de frigoríficos e arcas congeladoras. Os transportes efectuados em 2008 através do circuito CR-UTV resultaram numa distância percorrida de ,0 quilómetros, em Portugal Continental, o que traduz uma distância média por transporte de 258,8 quilómetros. Por outro lado, o custo de transportes efectuados em Portugal Continental foi de cerca de 82% dos custos totais, pelo que o custo médio por quilómetro percorrido foi de aproximadamente 1,1 /km. Relativamente a custos com aluguer de contentores em CR, o valor representou cerca de 15% dos custos totais do circuito logístico. Em 2008 a Amb3E disponibilizou contentores em 26 CR SMAUT, tendo, no final do ano, 86 contentores colocados (o número de contentores alocados a cada CR varia consoante a quantidade de REEE recepcionada e vai sendo alterada ao longo do ano consoante as necessidades). Está definido em contrato de CR que os contentores disponibilizados pela Amb3E têm de rodar, em média, uma vez por mês, de forma a rentabilizar o aluguer. Uma análise mais cuidada permitiu verificar que em 13 CR (50% dos CR onde estão colocados contentores) não foi efectuada, em média, uma recolha por mês, pelo que os custos com o aluguer dos contentores não foram compensados pela recolha de resíduos, resultando em custos extra para a Amb3E. 40

51 Da análise dos transportes efectuados em 2008 neste circuito, e dos pesos registados pelo CR e UTV nas diferentes fases do transporte, verificou-se que para alguns transportes existem diferenças significativas entre o peso indicado pelo CR aquando do pedido de recolha (Ordem de Recolha) e o peso registado pela UTV à entrada das suas instalações. Dos transportes efectuados, em cerca de 730 transportes assinalou-se uma diferença das quantidades indicadas na Ordem de Recolha e no mapa de entrada na UTV superior a 500kg, quer para cima quer para baixo. Analisando todas as diferenças existentes, determinou-se que em 640 transportes não se registou qualquer diferença, a diferença mínima registada foi de 7kg enquanto a diferença máxima foi de 8.960kg, tendo a média rondado os 1.000kg. Analisando melhor os dados, comparando as diferenças entre a quantidade registada na Ordem de Recolha e a quantidade registada no mapa de saída, ambas pelo CR, verificase que mesmo assim existiram 214 transportes com diferenças superiores a 500kg. No momento de solicitação de recolha o CR indica no mapa de Ordem de Recolha, no SIGMA, uma estimativa da quantidade que quer transportar, podendo consultar, também no SIGMA, o stock de REEE das suas instalações. Quando os REEE chegam à UTV são pesados na sua totalidade e por fluxo. Embora se admita a existência de algumas diferenças de peso mínimas, diferenças superiores a 1000kg (média indicada no parágrafo acima) são inaceitáveis. Erros no reporte de pesos por parte dos CR resultam em aprovações de Ordens de Recolha por parte da Amb3E que sub-optimizam a capacidade de transporte disponível, pelo que esta situação tem de ser corrigida. Foram também identificados neste circuito em 2008 os CR de origem SMAUT e de origem OPGR, tendo-se verificado que do total de REEE que deram entrada nas UTV, a maioria, cerca de 82%, foi proveniente de CR OPGR, e cerca de 18% teve proveniência em CR SMAUT. Quanto a transportes efectivamente realizados, excluindo os CR/UTV, a tabela seguinte apresenta os principais resultados comparando os CR de origem SMAUT e de origem OPGR. Tabela 8 Resultados gerais da análise técnico-económica comparativa entre transportes provenientes de CR SMAUT e CR OPGR. CR OPGR CR SMAUT Nº de transportes efectuados Quantidade média transportada (kg) 5.958, ,9 Percentagem do custo de transporte total (%) Percentagem do custo total (%) Custo por tonelada transportada ( /ton) 45,8 72,0 1 Inclui custos de transporte e de aluguer de material de acondicionamento. Pela análise da tabela é possível verificar que os CR de origem privada, OPGR, efectuaram um maior número de transportes e encaminharam mais resíduos para as UTV, no entanto, a quantidade média por transporte é ligeiramente inferior, donde se conclui que os CR SMAUT optimizam mais as cargas. Tal acontece porque a maioria dos SMAUT que trabalha com a Amb3E, em 2008 efectuava o 41

52 acondicionamento e transporte dos REEE em contentores de aproximadamente 30m 3 transportados 2 contentores em cada frete), onde os REEE eram colocados a granel. (sendo O acondicionamento dos REEE em contentores a granel permite optimizar a carga uma vez que o volume disponível é todo aproveitado, no entanto nestes casos a descarga dos resíduos na UTV de destino é muito difícil e demorada uma vez que os REEE não podem ser basculados 13, tendo os mesmos de ser retirados dos contentores manualmente, muitas vezes um a um, o que acarreta custos de mão-de-obra e de imobilização das viaturas, assim como aumenta os riscos de segurança dos operadores 14. Se por um lado o acondicionamento a granel reduz os custos de REEE transportados, por outro aumenta os custos totais relacionados com o transporte e provoca congestionamentos para a descarga dos resíduos nas UTV, pelo que não é aconselhado pela Amb3E. Os transportes CR-UTV podem ser de apenas um fluxo, transporte unifluxo, ou de vários fluxos, transporte multifluxo. Da análise dos dados de 2008 conclui-se que do total de transportes realizados, cerca de 65% foram transportes unifluxo, sendo os restantes 35% transportes multifluxo. A quantidade transportada em cada tipo de transporte tem distribuição semelhante, isto é, aproximadamente 62% da quantidade total transportada foi através de transportes unifluxo e 38% através de transportes multi-fluxo (ver Tabela 9). Tabela 9 Resultados gerais da análise técnico-económica comparativa de cargas unifluxo e cargas multifluxo. Cargas Unifluxo Cargas Multifluxo Nº de transportes efectuados Quantidade média transportada (kg) 5.692, ,3 Percentagem do custo de transporte (%) Custo por tonelada transportada ( /ton) 44,7 70,1 Pela análise da tabela é ainda possível verificar que os transportes com cargas multifluxo optimizam melhor o transporte pois a quantidade média transportada é cerca de 1 tonelada superior à quantidade média transportada em cargas unifluxo. Esta diferença depende também do tipo de fluxo que está a ser transportado, por exemplo, cargas unifluxo de REEE dos fluxos A e B são necessariamente cargas menos optimizadas pois os resíduos têm uma grande volumetria que dificulta o manuseamento e o acondicionamento em altura na viatura. Relativamente a custos, os custos totais com cargas unifluxo foram ligeiramente superiores aos custos com cargas multifluxo, resultado da diferença do número de transportes efectuados. Por outro 13 Os REEE não podem ser basculados pois ficariam danificados, dificultando a correcta e adequada separação material para reciclagem. 14 De forma a incentivar o correcto acondicionamento dos REEE e diminuir os tempos de imobilização e dificuldades de descarga dos resíduos nas UTV de destino, a Amb3E implementou, desde Abril de 2009, um incentivo ao bom acondicionamento, através do qual os CR que efectuam um acondicionamento adequado, de acordo com os requisitos da Amb3E, são premiados. 42

53 lado, o custo médio por tonelada transportada para cargas unifluxo é significativamente mais baixo (44,7 /ton) do que o custo médio por tonelada transportada em cargas multifluxo (70,1 /ton), o que se poderá dever a dois factores custos de transporte mais elevados nesses casos ( /km superior) e distância percorrida para cargas multifluxo superior. As cargas multifluxo, uma vez que têm uma mistura de fluxos, têm de ser encaminhadas para uma das duas UTV disponíveis na rede da Amb3E que valorizam todos os fluxos excepto as lâmpadas, enquanto as cargas unifluxo, especialmente se forem do fluxo A ou C, podem ser encaminhadas para uma das UTV que tratam esse tipo de resíduos, mais espalhadas pelo país, reduzindo assim a distância percorrida. Deste modo, o transporte de cargas unifluxo, além de facilitar o controlo e monitorização por parte da Amb3E, permitindo seleccionar mais facilmente a UTV preferencial de destino, apresenta também as vantagens de diminuir as pesagens a efectuar no CR à saída e na UTV de destino e permite diminuir a distância percorrida. Com os dados disponibilizados pela Amb3E foram analisadas mais a fundo as cargas unifluxo e multifluxo efectuadas durante o ano de Relativamente aos transportes unifluxo, como se pode observar na tabela seguinte, em termos de número de transportes efectuados o fluxo C foi o predominante, com 543 transportes, seguindo-se o fluxo E, com 337 transportes, o fluxo B com 296 transportes e por último o fluxo A com apenas 72 transportes. Tipo de carga unifluxo Tabela 10 Análise pormenorizada dos transportes unifluxo do circuito CR-UTV. Percentagem da quantidade total transportada Nº de transportes Percentagem do Custo Custo por tonelada ( /ton) Quantidade por transporte (kg) Mínima Máxima Média Fluxo A 6 % 72 8 % 53, , , ,3 Fluxo B 17 % % 84, , , ,0 Fluxo C 46 % % 33, , , ,6 Fluxo E 31 % % 38, , , ,4 Total 100 % % 44,7 Quanto à quantidade transportada, verifica-se que é proporcional ao número de transportes efectuado, representando o fluxo C cerca de 46% do total de REEE transportados em cargas unifluxo, e o fluxo A apenas 6% (ver Figura 34). 43

54 Nº Transportes Quantidade Nº de Transportes % 72 17% % % % 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% Quantidade transportada (%) 0 Fluxo A Fluxo B Fluxo C Fluxo E 0% Figura 34 Relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada em cargas unifluxo. Verifica-se também que as cargas de fluxo A e B acarretam um maior custo por tonelada transportada relativamente aos restantes fluxos, de 53 /ton e 84 /tonelada, respectivamente. Tal deve-se ao facto de os equipamentos pertencentes a estes dois fluxos terem uma grande volumetria, o que implica uma menor quantidade transportada em número de transportes equivalente. Um facto que ressalta também da Tabela 10 é a diferença significativa entre quantidades mínimas, máximas e médias por transporte para todos os fluxos. Como se pode ver melhor na figura seguinte, existe uma grande diferença entre as quantidades mínimas e máximas para cada tipo de fluxo, assim como entre estas e a quantidade média. 16,0 15,2 14,0 13,1 13,7 Quantidade transportada (ton) 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 1,1 6,3 1,8 4,1 8,3 1,0 6,1 1,6 6,4 Mínimo Médio Máximo 0,0 Fluxo A Fluxo B Fluxo C Fluxo E Figura 35 Diferenças entre as quantidades mínimas, médias e máximas de REEE transportadas em cargas unifluxo. Uma análise mais pormenorizada permite verificar que os mínimos e máximos identificados se tratam de extremos esporádicos, pois a maioria dos transportes comporta-se como a média. Analisando o gráfico seguinte, que apresenta a dispersão das quantidades transportadas para os 72 transportes do 44

55 fluxo A, verifica-se que os valores identificados como mínimo e máximo se encontram isolados, dispondo-se os restantes valores em torno da média. Verifica-se também que no decorrer do tempo os transportes se foram tornando mais homogéneos. Os gráficos que ilustram a dispersão das quantidades transportadas nas cargas dos restantes fluxos encontram-se no Anexo 2. A dispersão dos transportes unifluxo dos fluxos C e E é idêntica à do fluxo A, enquanto a dispersão dos transportes do fluxo B é mais significativa, situando-se as quantidades transportadas dentro de um intervalo de 1 tonelada, acima e abaixo da média, o que sugere pouca homogeneidade no acondicionamento de equipamentos de arrefecimento e refrigeração para transporte. Transportes Fluxo A 16 Quantidade transportada (ton) Máximo Mínimo Média Transportes efectuados do Fluxo A Figura 36 Dispersão das quantidades transportadas nas cargas de fluxo A. Analisando agora os transportes multifluxo, como se pode observar na tabela seguinte, que apresenta um resumo de informação para as diferentes combinações de cargas multifluxo, em termos de número de transportes efectuados a carga predominante foi a mistura total de fluxos (A+B+C+E), com 205 deslocações, seguindo-se a carga B+E com 171 deslocações. As cargas menos frequentes foram as cargas A+E e A+C+E com 9 deslocações. Tipo de carga multifluxo Tabela 11 Análise pormenorizada dos transportes multifluxo do circuito CR-UTV. Percentagem da quantidade total transportada Nº de transportes Percentagem do custo Custo por tonelada ( /ton) Quantidade por transporte (kg) Mínima Máxima Média A+B 6 % 55 6 % 68, , , ,8 A+C 5 % 31 3 % 47, , , ,0 A+E 2 % 9 1 % 50, , , ,4 B+C 7 % 43 5 % 55, , , ,8 B+E 24 % % 57, , , ,4 C+E 7 % 50 6 % 58, , , ,2 A+B+C 2 % 14 1 % 49, , , ,9 A+B+E 2 % 13 1 % 57, , , ,7 A+C+E 1 % 9 1 % 42, , , ,8 B+C+E 8 % 60 9 % 78, , , ,8 A+B+C+E 37 % % 87, , , ,6 Total 100 % % 70,1 45

56 Relativamente à quantidade total transportada em cada tipo de carga mista, verifica-se que é proporcional ao número de transportes efectuados, sendo as cargas A+B+C+E e B+E as com maior quantidade de REEE transportada (ver Figura 37). Os tipos de carga com menos quantidade transportada são as cargas A+C+E e A+B+E, e não a carga A+E como esperado, uma vez que os equipamentos dos fluxos A e B apresentam grande volumetria que limita a quantidade de carga transportada. Um gráfico com a relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada em cargas multifluxo, do circuito logístico CR-UTV, é apresentado no Anexo 2. B+C 7% A+C 5% A+B+C 2% A+B+E 1% A+C+E 1% A+E 2% A+B+C+E 37% C+E 7% A+B 6% B+C+E 8% B+E 24% Figura 37 Distribuição da quantidade de REEE transportada pelos diferentes tipos de carga multifluxo, circuito CR-UTV. À semelhança das cargas unifluxo, também as cargas multifluxo apresentam diferenças significativas entre quantidades mínimas, máximas e médias transportadas para todos os tipos de carga mista (ver Figura 38). Como se pode ver melhor na figura seguinte, existe uma grande diferença entre as quantidades mínimas e máximas para cada tipo de fluxo, assim como entre estas e a quantidade média. Estas diferenças sugerem que a optimização da carga nem sempre é conseguida e que o acondicionamento dos resíduos varia bastante de CR para CR. Quantidade transportada (ton) 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 5,0 1,2 10,0 6,8 12,0 7,7 11,8 1,9 2,6 Mínimo Médio Máximo 11,0 12,1 6,7 9,9 6,1 6,2 5,5 8,0 5,2 6,9 3,7 3,1 1,6 3,0 3,0 6,4 7,3 6,0 15,6 7,9 13,7 4,9 2,8 2,8 0,0 A+B A+C A+E B+C B+E C+E A+B+C A+B+E A+C+E B+C+E A+B+C+E Figura 38 Diferenças entre as quantidades mínimas, médias e máximas de REEE transportadas em cargas multifluxo. 46

57 Os gráficos que ilustram a dispersão das quantidades transportadas nas diferentes cargas multifluxo encontram-se no Anexo 2. Os tipo de carga que apresentam maior dispersão de valores são as cargas C+E, B+C+E e A+B+C+E. O fluxo C, Equipamentos Diversos, apresenta uma grande variedade de equipamentos, desde o pequeno telefone à grande fotocopiadora, o que implica uma grande variedade de formatos, volumetrias e pesos, pelo que o tipo de equipamentos presente no fluxo C a transportar condiciona a quantidade a transportar. Quanto à análise ambiental, considerando uma viatura de 28 toneladas (tipo TIR, semi-reboque), e a quantidade média de REEE por transporte e distância média por transporte determinadas acima, calcularam-se os impactes nas diferentes categorias ambientais, para 1 tkm, cujos resultados se apresentam de seguida. O veículo é a diesel, estando a produção do combustível também incluída no processo e nos impactes. Considerou-se que o veículo tem uma ocupação média de 50%, isto é, vai vazio e volta cheio. 0,0055 0,005 0,0045 0,004 0,0035 0,003 0,0025 0,002 0,0015 0,001 0, Carcinogens Resp. organics Resp. inorgani cs Climate change Ozone layer Ecotoxicity Acidification / Eutrophicati Analyzing 1 tkm CR-UTV Circuit ; Method: Eco-indicator 99 (I) V2.02 / Europe EI 99 I/I / normalization Figura 39 Análise de impacte ambiental do circuito CR UTV. Verifica-se que as categorias onde este circuito logístico tem impacte mais significativo são alterações climáticas e efeitos nocivos para o sistema respiratório (derivado de substâncias inorgânicas), que pertencem à categoria de saúde humana, e acidificação/eutrofização, que pertence à categoria de qualidade do ecossistema. Avaliando o total de quilómetros percorridos e a quantidade total de REEE transportada neste circuito, para Portugal Continental, apurou-se que o valor de impacte total é de 2,09x10 7 ecopontos. Resumindo, da análise dos transportes do circuito CR-UTV, resultou que foram efectuados no total transportes. Em Portugal Continental, a quantidade média de REEE por transporte foi de aproximadamente 6 toneladas, a distância média percorrida por transporte foi de 258,8 km e o custo por tonelada ficou pelos 48,8 /tonelada 15. Verificou-se uma predominância de transportes unifluxo, 15 Os custos apresentados referem-se apenas aos custos de transporte, não incluindo custos de imobilização de viaturas, não conformidades ou penalização por REEE mal triados. 47

58 sendo o fluxo C o mais frequente. Quanto aos transportes multifluxo o maior número de transportes verificou-se nas cargas mistas de todos os fluxos, isto é, A+B+C+E. Desta análise ressaltou ainda a diferença significativa entre quantidades mínimas, médias e máximas transportadas para todos os tipos de carga analisados. Tal depende do tipo de equipamentos que está a ser transportado, mas sugere também que o acondicionamento dos REEE para transporte nos CR não é homogéneo. Sobressaiu também a necessidade de controlar mais o registo de pesos por parte dos CR, pois registam-se diferenças significativas entre o peso indicado nas Ordens de Recolha e o peso que efectivamente chega às UTV, o que resulta em aprovações de Ordens de Recolha que sub-optimizam a capacidade de transporte disponível. Por último refere-se o custo adicional com o aluguer de contentores em CR onde estes não rodam de forma a rentabilizar o aluguer, resultando em custos extra para a Amb3E Circuito LR CR e LR UTV Para a elaboração da análise deste circuito logístico foi utilizado um relatório, disponibilizado pela Amb3E, com todos os transportes efectuados durante o ano de 2008, com origem em Locais de Recolha (LR). Tendo por base esse relatório, acrescentou-se informação acerca do custo e da distância de cada transporte. Identificou-se também os tipos de carga possíveis unifluxo e multifluxo. Para o circuito logístico foi calculado o custo por tonelada, assim como indicadores acerca das quantidades transportadas. Na tabela seguinte são apresentados os resultados globais da análise técnico-económica para o circuito LR CR/UTV. Tabela 12 Resultados gerais da análise técnico-económica do circuito LR-CR/UTV. Nº total de transportes 611 Distância total percorrida km Custo total Custo com transporte 41 % Custo com aluguer de contentores 59 % Quantidade média por transporte Custo médio por tonelada transportada Distância média por transporte Custo médio por quilómetro percorrido 2,7 ton 42,5 /ton 102 km 1,1 /km 48

59 Pela análise da tabela anterior observa-se que em 2008 foram efectuados 611 transportes neste circuito, equivalendo a uma média de 2,7 toneladas por transporte, isto é, por contentor de aproximadamente 30 m 3. Só é possível atingir essas quantidades porque os REEE se encontram a granel dentro do contentor, optimizando ao máximo o transporte. Foram percorridos cerca de quilómetros no total, o que resulta numa distância média por percurso de aproximadamente 100 km. Analisando os custos, um resultado que sobressai é o elevado custo com aluguer de contentores, que chega a ser superior ao custo do próprio transporte, representando cerca de 59% dos custos totais. Em 2008 a Amb3E tinha alocados a LR 110 contentores, variando o preço do aluguer mensal de acordo com a tipologia do contentor. Confrontando as recolhas de REEE nesses locais com contentores, verificou-se que apenas 34 % dos contentores circula, em média, uma vez por mês, isto é, a recolha de REEE é efectuada pelo menos uma vez por mês. Nos restantes locais a recolha é efectuada com menor frequência, existindo mesmo locais em que, durante o ano de 2008, foi efectuada apenas 1 recolha. Estes custos de aluguer de contentores elevados em locais com baixos níveis de recolha aumenta o custo total, assim como o custo por tonelada transportada incluindo os custos de aluguer de contentores o custo médio por tonelada sobe para 102,5 /tonelada. Da quantidade total de REEE transportada, a maior percentagem pertence ao fluxo B, embora os restantes fluxos, com percentagens mais semelhantes, não fiquem muito distantes (ver Figura 40). Fluxo E 23% Fluxo A 22% Fluxo C 19% Fluxo B 36% Figura 40 Distribuição por fluxo dos REEE transportados através do circuito LR CR/UTV em Analisando o tipo de cargas transportadas, verificou-se que a maior parte dos transportes, cerca de 530 (aproximadamente 86%), foram transportes multifluxo, isto é, com todos os fluxos misturados no mesmo contentor, como era de esperar uma vez que os LR têm apenas um contentor para o acondicionamento dos REEE sem triagem prévia. A quantidade transportada em cargas unifluxo e multifluxo é proporcional ao número de transportes de cada tipo efectuado (ver Figura 41). 49

60 Nº transportes Quantidade transportada 87% % 90% 80% Nº de transportes % 60% 50% 40% 30% Quantidade (%) % 83 20% 10% 0 0% Transp. Unifluxo Transp. Multifluxo Figura 41 Relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada em cargas unifluxo e multifluxo, circuito LR-CR/UTV. Os REEE recolhidos em LR são normalmente encaminhados para CR, onde são pesados, triados e acondicionados para transporte, mas por vezes, quando se trata de apenas um fluxo e as distâncias justificam, podem ser encaminhados directamente para uma UTV. Em 2008 apenas 16 transportes, cerca de 3%, foram encaminhados directamente para UTV. A figura seguinte apresenta a relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada de acordo com o destino, CR ou UTV % Nº transportes Quantidade transportada % 100% Nº de transportes % 60% 40% Quantidade (%) % 16 20% 0% LR CR LR UTV Figura 42 Relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada, por destino, circuito LR-CR/UTV. Quanto à análise ambiental, considerou-se uma viatura de 16 toneladas (de contentor, de volumetria aproximada de 30m 3 ), a diesel, em que não apenas o uso mas também a produção do combustível está incluído no impacte, e média de ocupação 50%, isto é, o veículo vai vazio e volta cheio. Para a determinação dos impactes, que se apresentam no gráfico seguinte, foram utilizadas a quantidade média de REEE por transporte e distância média por transporte determinadas acima (os resultados dizem respeito a 1 tonelada de REEE transportada ao longo de 1 quilómetro através do circuito LR- CR/UTV). 50

61 0,0015 0,0014 0,0013 0,0012 0,0011 0,001 0,0009 0,0008 0,0007 0,0006 0,0005 0,0004 0,0003 0,0002 0, Carcinogens Resp. organics Resp. inorgani cs Climate change Ozone layer Ecotoxicity Acidification / Eutrophicati Analyzing 1 tkm LR-CR/UTV Circuit ; Method: Eco-indicator 99 (I) V2.02 / Europe EI 99 I/I / normalization Figura 43 Análise de impacte ambiental do circuito LR CR/UTV. Á semelhança do circuito anterior, os impactes mais significativos registam-se nas subcategorias de alteração climática, acidificação/eutrofização e nocivo para o sistema respiratório (derivado de substâncias inorgânicas), embora os valores sejam inferiores, isto é, o impacte é inferior. Avaliando o total de quilómetros percorridos e a quantidade total de REEE transportada neste circuito, apurou-se que o valor de impacte total é de 6,48x10 5 ecopontos Circuito Lâmpadas Para a elaboração da análise deste circuito logístico foram utilizados dois relatórios, disponibilizados pela Amb3E, com todos os transportes efectuados durante o ano de 2008, com origem em LR e em CR. Tendo por base estes relatórios, foram estudados os percursos efectuados neste circuito, que juntam LR e CR, com base nas Ordens de Recolha de Lâmpadas solicitadas pelo OL e aprovadas pela Amb3E. Foi acrescentada informação acerca da distância percorrida e do número de locais visitados em cada rota efectuada. À semelhança do circuito CR-UTV, onde se identificaram os CR/UTV, também a UTV de lâmpadas é um CR e uma UTV simultaneamente, isto é, está aberta ao público e empresas para a recepção de lâmpadas fluorescentes e de descarga. Neste caso, a passagem das lâmpadas do CR para a UTV não implica transporte, logo, não existe um custo financeiro nem ambiental associado. Por esta razão, identificaram-se estes casos específicos no relatório de transportes e atribui-se-lhes um custo zero, não tendo também sido contabilizados para o número de transportes realizados, uma vez que efectivamente os REEE permaneceram no mesmo local. Da análise resultou que a maior parte das lâmpadas transportadas, cerca de 80%, pertence ao fluxo D1 lâmpadas fluorescentes tubulares, enquanto aproximadamente 20% pertence ao fluxo D2 lâmpadas de geometria diversa. As lâmpadas fluorescentes tubulares são mais comuns em 51

62 empresas, escritórios, comércio e serviços, enquanto as lâmpadas de geometria diversa são predominantemente de origem doméstica (no Anexo 4 pode-se observar o tipo de lâmpadas incluído em cada um destes sub-fluxos). Esta diferença de quantidades indica que o consumidor ainda não está a cumprir bem o seu papel de depositar as lâmpadas usadas em locais adequados ou não está sensibilizado. Analisando as facturas mensais do OL responsável pela recolha de lâmpadas foi calculado o custo de transporte para este circuito, sendo posteriormente determinados vários indicadores, apresentados na tabela seguinte. Tabela 13 Resultados gerais da análise técnico-económica do circuito Lâmpadas. Nº total de transportes (rotas) 147 Distância total percorrida km Custo com transporte (do custo total) 100 % Quantidade média por transporte Custo médio por tonelada transportada Distância média por transporte Custo médio por km percorrido 1,3 ton 717,9 /ton 496 km 1,85 /km Da análise da tabela acima retira-se que, durante o ano de 2008, foram efectuados 147 transportes, sendo que cada transporte pode incluir a recolha em vários locais. Dos indicadores determinados verifica-se que a quantidade média por transporte é de 1,3 toneladas, o que fica aquém da quantidade que o veículo pode transportar, indicando que a média dos transportes efectuados não foi em viatura completa, isto é, não se ocupou completamente a capacidade do veículo 16. Embora o OL esteja dependente dos pedidos de recolha de lâmpadas emitidos pelos CR e LR, deve estudar as rotas que vai efectuar, verificando se é possível passar por outros locais perto que tenham já acumulado alguma quantidade de lâmpadas, de forma a optimizar o transporte. A distância média por transporte determinada foi de cerca de 496 km, o que indica que foram percorridos muitos quilómetros neste circuito. Tal era esperado uma vez que a UTV lâmpadas, durante o ano de 2008, era o único OL para transporte de lâmpadas, tendo que se deslocar a partir de Setúbal, onde se localizam as suas instalações, para todos os recantos do país. Este elevado número de quilómetros percorridos, aliado a um preço por quilómetro contratado superior ao verificado nos restantes circuitos, e a um equipamento eléctrico com pouco peso, como é o caso das lâmpadas, resulta em custos elevados para este circuito, cifrando-se o custo médio por tonelada transportada em 717,9 /ton e o custo médio por quilómetro percorrido em 1,85 /km. 16 A viatura para transporte de lâmpadas adquirida pelo OL, veículo pesado com plataforma elevatória, tem capacidade para 18 contentores metálicos grandes de acondicionamento de lâmpadas (cada contentor leva aproximadamente 180kg), logo a sua capacidade em peso é cerca de 3.240kg. 52

63 Analisando o número de locais visitados em cada transporte, dividiu-se os transportes por tipo de rotas rota com 1 local, rotas com 2 locais, rota com 3 locais e rotas com 4 locais visitados, tendo-se verificado que o número de transportes em que foram visitados 2 locais foi o mais significativo, com cerca de 35% dos transportes efectuados, seguindo-se o transporte com visita em apenas 1 local. O transporte com visita em 4 locais foi o menos frequente, como é possível observar na figura seguinte. Rotas com 3 locais 22% Rotas com 4 locais 10% Rotas com 1 local 33% Rotas com 2 locais 35% Figura 44 - Distribuição do número de rotas efectuadas neste circuito logístico por tipo de rota. De referir que além da recolha de lâmpadas fluorescentes e de descarga, o OL em 2008 estava também encarregue da distribuição de caixas de cartão canelado para acondicionamento de lâmpadas, pelo que em alguns transportes aproveitava para efectuar essas entregas em CR. Comparando o número de transportes efectuados, para cada tipo de rota identificado acima, e a quantidade de lâmpadas recolhida, verifica-se que a rota com 2 locais visitados, mais representativa em termos de transporte, é também a que recolheu mais quantidade de lâmpadas (ver Figura 45). Curiosamente verifica-se também que a rota com 1 local e a rota com 3 locais recolheram aproximadamente a mesma quantidade de lâmpadas em 2008, cerca de 25%. Tal explica-se por os locais incluídos nas rotas com 1 local produzirem grandes quantidades de lâmpadas usadas, estando alocados a estes locais o maior número de contentores para acondicionamento de lâmpadas. Nº transportes % Nº rotas efectuadas Quantidade transportada 52 35% 25% 32 15% 14 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% Quantidade transportada (%) 0 Rotas com 1 local Rotas com 2 locais Rotas com 3 locais Rotas com 4 locais 0% Figura 45 - Relação entre o número de transportes e a quantidade de lâmpadas recolhida. 53

64 Para a determinação dos impactes ambientais associados a este circuito, foi adoptado o transporte em veículo de cortinas, de 28 toneladas, a diesel, e foram utilizados os indicadores calculados acima relativamente a quantidade média transportada e distância média por rota. À semelhança dos circuitos anteriores, os impactes determinados incluem não só a utilização do combustível mas também a sua produção, e assumiu-se capacidade de carga a 50% (veículo vai vazio e retorna cheio). O resumo dos resultados apresenta-se na figura seguinte, para 1 tonelada transportada por 1 quilómetro neste circuito. 0,0024 0,0022 0,002 0,0018 0,0016 0,0014 0,0012 0,001 0,0008 0,0006 0,0004 0, Carcinogens Resp. organics Resp. inorgani cs Climate change Ozone layer Ecotoxicity Acidification / Eutrophicati Analyzing 1 tkm Lamps Circuit ; Method: Eco-indicator 99 (I) V2.02 / Europe EI 99 I/I / normalization Figura 46 Análise de impacte ambiental do circuito Lâmpadas.. Como seria de esperar, as subcategorias ambientais com impacte mais significativo são as alterações climáticas, acidificação/eutrofização e nocivo para o sistema respiratório (devido a substâncias inorgânicas), no entanto o valor dos impactes normalizados são significativamente superiores aos dos dois circuitos anteriores. Avaliando o total de quilómetros percorridos e a quantidade total de REEE transportada neste circuito, apurou-se que o valor de impacte total é de 5,83x10 4 ecopontos Circuito Ponto Electrão e LR Distribuição Na análise deste circuito logístico foram utilizados os relatórios, disponibilizados pela Amb3E, com todas as entradas nos CR provenientes de locais pontos electrão e LR distribuição. Não foi possível analisar as rotas efectuadas pois o SIGMA ainda não está preparado para o controlo e monitorização das recolhas por rotas, excepto no caso das lâmpadas fluorescentes e de descarga. Está no entanto prevista a implementação do controlo destas rotas através do SIGMA, assim, os resultados da análise não estão apresentados por número de transportares ou número de rotas efectuadas mas sim por número de locais visitados. Durante o ano de 2008 estavam alocados 6 OL a este tipo de recolhas, embora um deles apenas tenha efectuado transportes durante o mês de Janeiro e um outro apenas tenha iniciado as 54

65 operações em Outubro. A distribuição das recolhas pelos OL não segue uma lógica geográfica, isto é, não está destinada uma área geográfica a cada OL, mas sim uma lógica de cliente, cada OL é responsável pelas recolhas em locais do mesmo cliente. Relativamente aos LR distribuição, estes por vezes incluem lojas com armazéns, que centralizam REEE de lojas mais pequenas, armazenando grandes quantidades. Normalmente estes locais não estão incluídos nas rotas uma vez que a quantidade elevada de resíduos exige um transporte individual. A tabela seguinte apresenta os principais resultados da análise técnico-económica deste circuito. Tabela 14 Resultados gerais da análise técnico-económica do circuito PE e LR distribuição. Nº total de visitas Distância total percorrida km Quantidade recolhida em locais PE 33% Quantidade recolhida em locais LR distribuição 7% Quantidade recolhida em armazéns 60% Quantidade média por local visitado em locais PE em locais LR Distribuição em Armazéns Distância média por local visitado Custo médio por tonelada transportada Custo médio por km percorrido 0,72 ton 0,47 ton 0,27 ton 1,37 ton 90,9 km 245,9 /ton 1,9 /km Como é possível observar na tabela, a maior percentagem de quantidade de REEE recolhida é proveniente de armazéns, sendo também nesses locais que se verifica a maior quantidade média por local visitado. Para o circuito completo, a quantidade média recolhida, por local visitado, é 0,72 toneladas e a distância média percorrida por local é 90km. Neste circuito percorrem-se muitos quilómetros para recolher quantidades pouco significativas, pelo que, como era de esperar, o custo médio por tonelada transportada é bastante elevado, sendo o segundo maior de todos os circuitos analisados (o maior valor pertence ao circuito lâmpadas). O custo médio por quilómetro percorrido, de 1,9 /km, é mesmo o mais elevado dos circuitos analisados. Relativamente ao tipo de fluxos transportados, a distribuição apresenta-se na figura seguinte, onde se pode observar que as lâmpadas não têm ainda significado neste circuito. No entanto, com a 55

66 colocação de pontos electrão específicos para lâmpadas, que já teve início em 2009, é previsível que esta quantidade aumente significativamente. Fluxo D 0,3% Fluxo E 11,6% Fluxo A 38,4% Fluxo C 24,3% Fluxo B 25,4% Figura 47 Distribuição da quantidade total de REEE recolhida no circuito PE e LR Distribuição por fluxos operacionais. A Figura 48 apresenta a distribuição da quantidade de REEE recolhida no circuito por proveniência e por fluxo operacional. É possível observar que o fluxo A e o fluxo B, como seria de esperar, provêm dos armazéns da distribuição, principalmente da troca do novo por velho. Por outro lado, os locais pontos electrão, mais vocacionados para a deposição de REEE de pequena e média dimensão, recolhem mais equipamentos dos fluxos C (equipamentos diversos) e E (monitores e televisores CRT). Os LR distribuição recolhem um pouco mais de equipamentos dos fluxos A e B do que os locais PE, no entanto em termos globais, a quantidade recolhida em locais PE é superior. 70,0% Locais PE Locais Dist Armazéns Dist Quantidade recolhida (%) 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Fluxo A Fluxo B Fluxo C Fluxo D Fluxo E Figura 48 Distribuição da quantidade de REEE recolhida por proveniência e por fluxo operacional. Para a análise do impacte ambiental deste circuito considerou-se os 3 tipos diferentes de transporte: Armazéns distribuição: veículo de 16 toneladas, a diesel (com produção do combustível a contribuir para o impacte) e ocupação média de carga de 50%, isto é, em metade da viagem vai apenas com meia carga. 56

67 Locais PE: veículo de 16 toneladas, a diesel e ocupação média de carga de 50%, isto é, em metade da viagem vai apenas com meia carga. Como a recolha passa por vários locais, os OL preferem levar um veículo com maior capacidade 17, para transportar toda a quantidade recolhida nos vários locais. Locais LR Distribuição: veículo tipo IVECO Daily (<3,5t), que pode ser a diesel ou a gasolina (20% utilização de diesel), com ocupação média de carga de 50%. A recolha nestes locais normalmente é feita por solicitação, deslocando-se o OL a 1 ou 2 locais, pelo que não necessita de um carro de grandes dimensões. A produção do combustível está incluída na avaliação de impacte ambiental. A figura seguinte apresenta uma comparação entre os impactes ambientais originados por estes 3 tipos de transporte, com base no método Eco-Indicador 99, para a unidade funcional de 1 tkm. No Anexo 5 apresenta-se o gráfico dos resultados da análise de impacte ambiental normalizados. 2,6 2,4 2,2 2 1,8 1,6 Pt 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Armz Dist Circuit LR Dist Circuit PE Circuit Comparing 1 tkm Armz Dist Circuit, 1 tkm LR Dist Circuit and 1 tkm PE Circuit ; Method: Eco-indicator 99 (I) V2.02 / Europe EI 99 I/I / single score. Figura 49 Comparação do impacte ambiental médio gerado para cada tipo de transporte no circuito PE e LR distribuição. Pela análise do gráfico verifica-se que o transporte LR distribuição tem um valor de impacte ambiental superior aos restantes tipos de transporte, sendo a recolha nos armazéns menos poluente, também devido ao facto de as quantidades transportadas serem superiores. Avaliando o total de quilómetros percorridos e a quantidade total de REEE transportada neste circuito, e apurou-se que o valor de impacte total é de 3,58x10 7 ecopontos (média ponderada para os 3 tipos de transporte). 17 Uma vez que os veículos de maiores dimensões não conseguem chegar perto dos PE em alguns locais, nomeadamente parques de estacionamento de centros com limite máximo de altura, estes encostam junto ao cais de cargas e descargas e os REEE são transportados até ao local. 57

68 6.5. Circuito AHBV O circuito logístico AHBV é um circuito muito recente, tendo as recolhas tido início em Agosto de 2008, pelos que os dados disponíveis ainda não são suficientes para uma análise completa e para se tirarem conclusões significativas. Esta campanha teve início com a Federação de Évora, tendo-se entretanto estendido a outras Federações de Bombeiros do país, incluindo as ilhas dos Açores. Foram analisados os 8 transportes efectuados através deste circuito durante o ano de 2008, o que equivale a uma recolha em 16 locais, uma vez que cada recolha tem de passar obrigatoriamente em 2 locais. A estes transportes foi associada uma distância e um custo, a partir da análise das facturas do operador logístico responsável, tendo-se posteriormente determinado o tipo de fluxos transportados, a frequência de recolha e outros indicadores, listados na tabela seguinte. Tabela 15 Resultados gerais da análise técnico-económica do circuito LR AHBV. Nº total de transportes 8 Nº locais visitados 16 Distância total percorrida km Custo total Custo de transporte 9 % Custo de aluguer de meios de acondicionamento 45 % Custo de aluguer de espaço (AHBV) 46 % Quantidade média por transporte Quantidade média por local visitado Custo médio total por tonelada Custo médio por tonelada transportada Distância média por transporte Custo médio por km percorrido 2,1 ton 1,1 ton 726,2 /ton 65,6 /ton 138 km 1,0 /km Pela análise da tabela verifica-se que a distância percorrida não é muito elevada, assim como a distância média por transporte (138 km), tal deve-se a que as operações apenas dizem respeito a metade do ano e o centro de recepção para onde são encaminhados os REEE ser central relativamente aos locais visitados, todos pertencentes à Federação de Évora. Relativamente aos custos, sobressai que o custo efectivo de transporte foi insignificante, cerca de 9%, em relação ao custo total, que inclui além do custo de transporte os custos adicionais com aluguer de meios de contentorização e no caso específico das AHBV, os custos com aluguer de espaço. Estes custos adicionais aumentam significativamente os custos médios totais por tonelada, 58

69 que ascendem aos 726 /ton, enquanto o custo médio por tonelada transportada é apenas de 65,6 /ton. Quanto aos fluxos de REEE recolhidos neste circuito, como é possível observar na figura seguinte, à excepção do fluxo D, os restantes fluxos estão igualmente repartidos, o que indica que os cidadãos e empresas que entregam os EEE em fim de vida nas AHBV analisadas entregam equipamentos de todos os fluxos operacionais. Fluxo E 26% Fluxo A 23% Fluxo D 1% Fluxo C 27% Fluxo B 23% Figura 50 Distribuição das recolhas em locais AHBV por fluxo de REEE. Todos os transportes analisados incluíram mais do que um fluxo de REEE, isto é, foram transportes multifluxo, sendo o tipo de carga predominante a mistura de todos os fluxos (ver Figura 51). A+C+E 7% C+D+E 5% A+B+C+D+E 11% A+C+D+E 15% A+B+C+E 62% Figura 51 - Distribuição das recolhas por local visitado por tipo de carga multifluxo. Em 2008 foram disponibilizados pela Amb3E meios de acondicionamento para REEE em 18 locais AHBV, desde contentores de 18m 3, contentores marítimos de 20 pés (nas ilhas) a grades/cestos nos locais que não tinham espaço suficiente para contentores. Destes 18 locais em 11 não foi efectuada qualquer recolha de REEE durante o ano de 2008, o que significa que se suportaram os custos de aluguer de contentores e aluguer de espaço mas não houve retorno em termos de resíduos recolhidos. Analisando a frequência de recolha nos 7 locais onde efectivamente foram recolhidos 59

70 resíduos, verifica-se que em apenas 1 local foi efectuada uma recolha em média por mês. Nos restantes locais a recolha foi efectuada de 3 em 3 meses, de 4 em 4 meses ou com uma frequência superior (ver Figura 52). Sem recolhas 61% 1 vez por mês 5% De 2 em 2 meses 0% De 3 em 3 meses 11% De 4 em 4 meses 17% Mais de 4 em 4 meses 6% Figura 52 - Frequência de recolha de REEE nos locais AHBV. Embora este circuito esteja ainda no início e o número limitado de recolhas não permita tirar conclusões significativas, verifica-se que a Amb3E está a suportar custos de aluguer de contentores, e neste caso também aluguer de espaço, elevados em LR com baixos níveis de recolha, pelo que este factor deve ser monitorizado e extensivamente analisado no decorrer das operações. Por outro lado verificou-se também uma grande dispersão no que se refere às quantidades recolhidas em cada local (ver Figura 53), o que pode indicar que os transportes não estão a ser optimizados. 3,0 Quantidade por local (ton) 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 Máximo Média Mínimo Figura 53 - Dispersão das quantidades transportadas, por local, no circuito LR AHBV. Analisando agora o impacte ambiental deste circuito, determinado com base na quantidade média de REEE transportada e distância média por transporte, para a unidade funcional de 1 tkm, verifica-se que as subcategorias com maior impacte, isto é, impacte mais negativo, são as mesmas identificadas nos circuitos anteriores. A análise teve por base um veículo de 16 toneladas, de contentor, a diesel (está incluída na análise a produção do combustível) e ocupação média da viatura de 50 %, isto é, o 60

71 veículo vai vazio e volta cheio. Avaliando o total de quilómetros percorridos e a quantidade total de REEE transportada neste circuito, apurou-se que o valor de impacte total é de 119 ecopontos. 0,0016 0,0015 0,0014 0,0013 0,0012 0,0011 0,001 0,0009 0,0008 0,0007 0,0006 0,0005 0,0004 0,0003 0,0002 0, Carcinogens Resp. organics Resp. inorgani cs Climate change Ozone layer Ecotoxicity Acidification / Eutrophicati Analyzing 1 tkm AHBV Circuit ; Method: Eco-indicator 99 (I) V2.02 / Europe EI 99 I/I / normalization Figura 54 - Análise de impacte ambiental do circuito LR AHBV Circuito Recolhas Especiais Para o estudo do circuito logístico das Recolhas Especiais foram analisados todos os transportes efectuados durante o ano de 2008 neste circuito, tendo-se determinado e acrescentado os fretes para cada transporte, assim como a distância percorrida. Identificou-se também os tipos de carga transportada unifluxo e multifluxo e o destino dos REEE, CR ou UTV. Na tabela seguinte são apresentados os resultados globais da análise técnico-económica para o circuito Recolhas Especiais. Tabela 16 Resultados gerais da análise técnico-económica do circuito Recolhas Especiais. Nº total de transportes 71 Distância total percorrida km Custo de transporte (do custo total) 100 % Quantidade média por transporte 5,8 ton Custo médio por tonelada transportada 40,2 /ton Distância média por transporte 133 km Custo médio por km percorrido 1,8 /km 61

72 Durante o ano de 2008 foram efectuados 71 transportes no circuito Recolhas Especiais, percorrendose um total de quilómetros. A quantidade média por transporte foi cerca de 6 toneladas, o que indica que a maior parte das Recolhas Especiais foram recolhas de grande quantidade, e a distância média por transporte foi de 133 km. O custo médio por tonelada transportada cifrou-se nos 40,2 /ton e o custo médio por quilómetro percorrido foi de 1,8 /km. O custo médio por quilómetro percorrido apresenta-se um pouco elevado, superior ao custo médio dos restantes circuitos que ronda os 1,1 /km. Embora a quantidade média por transporte seja semelhante à do circuito CR-UTV (cerca de 5,8 ton/transporte) e o custo médio por tonelada transportada seja significativamente inferior, o custo por quilómetro é superior, o que indica que os preços de transporte aplicados a este circuito são superiores. Analisando a distribuição da quantidade total transportada por fluxo de REEE (ver Figura 55), verificase que 62% corresponde a fluxo C, maioritariamente material informático resultante de remodelações de empresas, seguindo-se o fluxo A, com 21%, sendo o fluxo D o menos representativo. Fluxo D 2% Fluxo E 3% Fluxo A 21% Fluxo B 12% Fluxo C 62% Figura 55 Distribuição da quantidade transportada em Recolha Especial por fluxo de REEE. Da análise do tipo de carga transportada resultou que 39 transportes, cerca de 55 % do total de transportes, foram cargas unifluxo, sendo os restantes 32 transportes, 45%, cargas multifluxo. As quantidades transportadas nestes dois tipos de cargas reflecte o número de transportes, como é possível observar na figura seguinte. 62

73 Nº Transportes Quantidade Nº de Transportes % 32 37% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% Quantidade (%) 0 0% Transportes Unifluxo Transportes Multifluxo Figura 56 Relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada em cargas unifluxo e multifluxo. No Anexo 3 é possível analisar com mais pormenor a relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada em cargas unifluxo e multifluxo, sobressaindo o fluxo C nas cargas unifluxo, com cerca de 72% dos transportes unifluxos realizados, e a carga mista A+B+C, com 31% dos transportes multifluxos realizados, seguindo-se a carga mista C+E e A+B. Relativamente às quantidades transportadas, nas cargas unifluxo o fluxo C continua a ser o mais representativo, com cerca de 84%, sendo o menos representativo o fluxo E. Quanto às cargas multifluxo as cargas A+B+C e A+B são as mais representativas, resultado em parte de os equipamentos dos fluxos A e B serem os que apresentam mais peso. Os REEE recolhidos através de Recolhas Especiais são na sua maioria encaminhados para UTV, por se tratar de quantidades significativas e por muitas vezes estarem associados a Abate Fiscal em que é necessário avisar as Finanças do início das operações de desmantelamento. No entanto, quando as quantidades não ultrapassam os 30 m 3 e os REEE estão a granel ou a distância a uma UTV ainda é significativa, os REEE são encaminhados para o CR mais próximo. Analisando o destino dos REEE transportados em Recolha Especial em 2008 verificou-se que 21 transportes, cerca de 30 % do total de transportes, foram encaminhados para CR, enquanto os restantes 50, cerca de 70%, foram encaminhados directamente para UTV. Quanto às quantidades transportadas, cerca de 87% da quantidade total transportada foi encaminhada para UTV e 13% foi encaminhada para CR (ver Figura 57). A reduzida quantidade encaminhada para CR deve-se a algumas cargas serem do fluxo D, cujos equipamentos apresentam menor peso, e a serem cargas com volume aproximadamente de 30m 3. 63

74 Nº Transportes Quantidade % 100% 90% 80% Nº de Transportes % 60% 50% 40% 30% Quantidade (%) 10 13% 20% 10% 0 Destino CR Destino UTV 0% Figura 57 Relação entre o número de transportes e a quantidade de REEE transportada com destino CR e com destino UTV. Quanto à análise ambiental, a mesma foi realizada tendo por base um veículo de 28 toneladas, a diesel (estando o impacte de produção do combustível incluído) e a quantidade média por transporte e distância média por transporte calculados acima (unidade funcional 1 tkm). Assumiu-se uma ocupação de carga média de 50% uma vez que se considera o transporte de ida e volta e para lá o veículo vai vazio. Os resultados apresentados no gráfico seguinte, de normalização, são relativos a 1 tonelada de REEE transportada neste circuito. 0,0028 0,0026 0,0024 0,0022 0,002 0,0018 0,0016 0,0014 0,0012 0,001 0,0008 0,0006 0,0004 0, Carcinogens Resp. organics Resp. inorgani cs Climate change Ozone layer Ecotoxicity Acidification / Eutrophicati Analyzing 1 ton Recolhas Especiais Circuit ; Method: Eco-indicator 99 (I) V2.02 / Europe EI 99 I/I / normalization Figura 58 - Análise de impacte ambiental do circuito Recolhas Especiais. Analogamente aos circuitos anteriores, também as subcategorias de alteração climática, acidificação/eutrofização e nocivo para o sistema respiratório (devido a substâncias inorgânicas) são as que apresentam maior impacte. Avaliando o total de quilómetros percorridos e a quantidade total de REEE transportada neste circuito, apurou-se que o valor de impacte total é de 1,67x10 4 ecopontos. 64

75 6.7. Análise comparativa dos diferentes circuitos logísticos Após a análise técnico-económica e ambiental efectuada a cada circuito individualmente, foram comparados os resultados obtidos de forma a determinar quais os circuitos mais eficientes e quais os mais prejudiciais para o ambiente, e em que medida podem ser melhorados. Os principais factores dos custos logísticos, além dos custos de transporte, são os custos com aluguer de material de acondicionamento que a Amb3E disponibiliza em alguns locais. Na figura seguinte, que apresenta a distribuição dos custos logísticos de 2008 por tipo de custo e por tipo de circuito, verifica-se que os custos com aluguer de material de acondicionamento correspondem a cerca de 15% dos custos totais, embora por exemplo no circuito LR CR/UTV os custos de aluguer de material de acondicionamento tenham sido superiores aos custos de transporte em Pela análise da figura retira-se ainda que o circuito com maior percentagem de custos de transporte foi o circuito CR UTV, correspondendo também ao circuito através do qual foi transportada maior quantidade de REEE (cerca de 77%). Por outro lado, o circuito PE e LR Distribuição, o segundo com maior percentagem de custos de transporte, corresponde a uma quantidade de REEE transportada inferior. Verifica-se também que o circuito lâmpadas tem custos bastante elevados (10%) para a quantidade de REEE recolhida (1,3%). % da Quantidade total transportada CR UTV 53 % CR UTV 76,5 % LR CR / UTV 12 % LR CR / UTV 10,8 % Custos de transporte 85 % Lâmpadas 10 % Lâmpadas 1,3 % Custos logísticos totais PE e LR Distribuição 23 % AHBV 1 % PE e LR Distribuição 8,6 % AHBV 0,1 % Custos com aluguer de contentorização e espaço 15 % Recolhas Especiais 1 % Recolhas Especiais 2,8 % Figura 59 Distribuição dos custos logísticos de 2008 por tipo de custo e por tipo de circuito. A Figura 60 apresenta uma comparação entre os diferentes circuitos analisados, relacionando os principais indicadores determinados anteriormente. Pela sua análise é possível verificar que o circuito CR-UTV é o circuito principal do sistema integrado de REEE, através do qual são encaminhadas as maiores quantidades de REEE para tratamento/valorização, com cerca de 1800 transportes realizados em É também um dos circuitos com maior quantidade de REEE transportada por 65

76 frete realizado, aproximadamente 5,8 toneladas por transporte. Comparativamente com os restantes circuitos, o custo logístico por tonelada está dentro da média, embora o impacte ambiental total produzido seja o maior dos circuitos analisados. Tal deve-se à quantidade transportada e à distância total percorrida, uma vez que o impacte ambiental associado ao transporte é calculado com base na distância. De acordo com o estudo realizado por Barba-Gutiérrez e outros investigadores (Barba- Gutiérrez, 2008), para evitar impactes ambientais negativos a distância a percorrer para encaminhar os REEE para reciclagem e valorização não deve ser superior a km, estando o circuito CR- UTV dentro dessa margem de distâncias (distância média por transporte 259km), pelo que a distância percorrida deve ser reduzida. O circuito com maior distância média por transporte percorrida é o circuito lâmpadas, com cerca de 496 km por viagem. Este facto, associado à reduzida quantidade de REEE transportada resulta num elevadíssimo custo por tonelada transportada assim como num impacte ambiental significativo. No circuito LR CR/UTV ressalta a diferença significativa entre o custo médio por tonelada transportada (42,5 /t) e o custo total por tonelada transportada, que inclui os custos com aluguer de material de acondicionamento (102,6 /t). 66

77 Circuito CR - UTV Circuito PR-CR/UTV Circuito PE e LR Dist Circuito Lâmpadas Circuito PR AHBV Circuito Recolhas Especiais Tipo de veículo TIR, semi-reboque, galera, de contentores Veículos de contentores Veículos de contentores ou Deliveryvan Galera, com plataforma elevatória e empilhador eléctrico Veículos de contentores TIR, semi-reboque, galera, de contentores Volumetria Mínimo 60 m3 Máximo 90 m3 Cerca de 30 m3 30 m3 Cerca de 53 m3 Cerca de 36 m3 Mínimo 30 m3 Máximo 90 m3 Nº transportes em transportes 611 transportes visitas efectuadas 147 transportes (que incluem vários locais) 8 transportes (16 locais visitados) 71 transportes Distância média por transporte 259 km 102 km 91 km (por visita efectuada) 496 km 138 km 133 km Quantidade média por transporte 5,8 toneladas 2,7 toneladas 0,72 toneladas 1,3 toneladas 2,1 toneladas 5,8 toneladas Custo total por tonelada 1 Custo por tonelada transportada 2 Custo médio por km percorrido 57,5 /tonelada 48,8 /tonelada 1,1 /km 102,6 /tonelada 42,5 /tonelada 1,1 /km 245,9 /tonelada Preço /km contratado elevado; 245,9 Reduzida /tonelada optimização da carga; Custo médio por 1,9 tonelada /km transportada muito elevado; 717,9 /tonelada 717,9 /tonelada 1,85 /km 726,2 /tonelada 65,6 /tonelada 1,0 /km Eco-Indicador 99 (single value) 3 6,4 1,76 1,47 4 2,75 1,85 3,29 40,2 /tonelada 40,2 /tonelada 1,8 /km Total Eco-Indicador 99 (single value) 2,09E7 6,48E5 3,58E7 4 5,83E ,67E4 Problemas detectados 50% dos CR com contentores não têm em média 1 recolha/mês. Diferenças significativas entre o peso na OR e o peso à entrada da UTV. Grande dispersão de quantidades transportadas, para cada tipo de fluxo e multifluxo. Custos de aluguer de contentores elevados em locais com baixos níveis de recolha. Custo médio por tonelada transportada muito elevado; Difícil estabelecer rotas (locais ainda não consolidados); Muitos OL a efectuarem recolhas em locais próximos. Preço /km contratado elevado; Reduzida optimização da carga; Custo médio por tonelada transportada muito elevado; Distâncias percorridas muito elevadas. Custos de aluguer de meios de acondicionamento elevados em locais com baixos níveis de recolha. Grande dispersão de quantidades transportadas. Custo médio por quilómetro percorrido elevado. 1 Inclui custos de transporte e custos de aluguer de contentores. 2 Apenas inclui os custos de transporte. 3 Valores para 1 t.km (1 tonelada transportada ao longo de 1 km). 4 Média ponderada das 3 diferentes subcategorias de transporte incluídas. Figura 60 - Comparação dos circuitos logísticos analisados,

78 O circuito PE e LR distribuição também apresenta custos por tonelada bastante elevados, derivado da reduzida quantidade recolhida durante o ano de 2008 e da distância percorrida, sendo este o circuito com maior custo médio por quilómetro percorrido, cerca de 1,9 /km. O impacte ambiental associado a este circuito também é elevado, sendo mesmo o mais elevado em termos absolutos, devido à distância percorrida mas também a alguns transportes serem efectuados em veículos do tipo IVECO Daily, que são mais poluentes. Outro circuito que apresenta valores elevados para o custo médio por REEE transportados é o circuito das AHBV. Neste caso os principais custos resultam do aluguer de meios de acondicionamento e do aluguer de espaço no local, que são sempre remunerados quer existam ou não recolhas de REEE durante aquele período. Na análise efectuada verificou-se que, durante o ano de 2008, existiram AHBV onde não foi recolhida qualquer quantidade de REEE. De forma a analisar mais a fundo os impactes ambientais gerados pelos circuitos logísticos estudados, estes foram comparados, com base no método do Eco-Indicador 99, apresentandose de seguida os gráficos resultantes. A Figura 61 apresenta os resultados da análise de comparação normalizada para as diferentes categorias de impacte, para 1 tonelada transportada ao longo de 1 quilómetro. A normalização apresenta a contribuição significativa de uma dada categoria de impacte ambiental para o problema ambiental global, calculada com base num valor normal, que corresponde à média do contributo europeu para aquele tema ambiental. 0,0055 0,005 0,0045 0,004 0,0035 0,003 0,0025 0,002 0,0015 0,001 0, Carcinogens Resp. organics Resp. inorgani cs Climate change Ozone layer Ecotoxicity Acidification / Eutrophicati AHBV Circuit Armz Dist Circuit CR-UTV Circuit Lamps Circuit LR Dist Circuit PE Circuit PR-CR/UTV Circuit Recolhas Especiais Circuit Comparing processes; Method: Eco-indicator 99 (I) V2.02 / Europe EI 99 I/I / normalization Figura 61 Comparação dos impactes ambientais para os diferentes circuitos logísticos analisados (normalização). A Figura 62 apresenta os resultados num valor único para cada categoria ambiental, com base no Eco-Indicador 99, atribuindo uma ponderação aos temas ambientais utilizados. O circuito PE e LR Distribuição foi subdividido nos 3 tipos de transporte diferentes utilizados. Pela análise da Figura 62 verifica-se que o circuito que apresenta maiores impactes ambientais é o circuito 68

79 CR-UTV, uma vez que é o circuito mais utilizado na rede da Amb3E, sendo através deste circuito que se percorrem mais quilómetros e se transporta maior quantidade de REEE. 6 5,5 5 4,5 4 3,5 Pt 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 AHBV Circuit Armz Dist CR-UTV Lamps LR Dist PE Circuit PR-CR/UTV Circuit Circuit Circuit Circuit Circuit Carcinogens Resp. organics Resp. inorganics Climate change Ozone layer Ecotoxicity Acidification/ Eutrophication Recolhas Esp eciais Circuit Comparing processes; Method: Eco-indicator 99 (I) V2.02 / Europe EI 99 I/I / single score Figura 62 Comparação dos impactes ambientais para os diferentes circuitos logísticos analisados (single value). Os circuitos recolhas especiais, lâmpadas, LR distribuição e PE apresentam também impactes ambientais elevados comparativamente com os restantes circuitos. O circuito com melhor desempenho a nível ambiental é o circuito dos armazéns distribuição, seguido do LR-CR/UTV. Tal deve-se às quantidades elevadas de REEE transportadas associadas a uma distância percorrida entre o ponto de origem e o ponto de destino mais reduzida. É importante realçar que embora estes circuitos tenham sido analisados individualmente, na prática eles estão todos relacionados, sendo portanto o impacte ambiental causado ainda superior. Os REEE recolhidos nos LR, PE, LR distribuição e LR AHBV são encaminhados para CR, sendo posteriormente transportados para as UTV, pelo que o impacte ambiental de toda a cadeia de transporte, desde a deposição do resíduo por parte do consumidor até dar entrada na UTV, é superior. Analisando agora as categorias ambientais afectadas pelos circuitos logísticos estudados, verifica-se que é nas categorias de alterações climáticas, resp. inorgânicos e acidificação/eutrofização que se focalizam os maiores impactes. O problema das alterações climáticas está relacionado com alterações na concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera, nomeadamente vapor de água, CO 2, metano, N2O e CFCs, que bloqueiam a radiação infravermelha que se reflecte da superfície da Terra causando o efeito de estufa (CUE, 2008). A acidificação é causada pela deposição de partículas ácidas, com origem em emissões de dióxido de enxofre (SO2), óxidos de azoto (NOx) e amónia (NH3), libertadas durante a queima de combustíveis fósseis (CUE, 2008). Por outro lado, os valores elevados para a subcategoria Resp. Inorganics estão relacionados com a poluição do ar devido à libertação de gases e partículas, que causam efeitos negativos na saúde humana. Algumas destas substâncias, como o dióxido de azoto, podem causar problemas nos pulmões e diminuir a resistência a infecções respiratórias. 69

80 7. Propostas de melhoria para os circuitos logísticos existentes e estratégias alternativas Durante o estudo dos circuitos logísticos da Amb3E e dos resultados para o ano de 2008 detectaram-se alguns problemas, resumidos na Figura 60. Por outro lado, os resultados obtidos da análise técnico-económica e ambiental sugerem que alguns circuitos necessitam de uma reestruturação de forma a tornarem-se mais eficientes e a originarem menores impactes no ambiente. Os subcapítulos seguintes apresentam sugestões de melhoria para os diferentes circuitos estudados Circuito CR-UTV Durante a análise efectuada a este circuito verificou-se a existência de um elevado número de transportes multifluxo, que condiciona a flexibilidade da Amb3E na selecção da UTV de destino para os REEE, uma vez que se a carga contiver REEE dos fluxos B e E tem de ser encaminhada para uma das duas UTV que tem condições para o tratamento daqueles fluxos. Por esta razão, a distância média por transporte neste circuito é elevada, originando custos por tonelada transportada mais elevados e impactes ambientais significativos. É necessário privilegiar o transporte de REEE por fluxos segregados de acordo com o correcto encaminhamento para UTV, reduzindo as distâncias percorridas e o impacte ambiental resultante. Deste modo, propõe-se que o transporte de REEE deva ser unifluxo ou, caso tal não seja possível por razões de espaço, segregado em fluxos perigosos e fluxos não perigosos, isto é, A+C e B+E. Deste modo, as cargas de fluxo A+C podem ser encaminhadas para UTV mais próximas, reduzindo-se o número de transportes para UTV mais distantes, reduzindo assim o impacte ambiental e o custo médio por tonelada transportada. Outro problema identificado durante a realização do estudo foi a existência de diferenças significativas entre as quantidades mínima, média e máxima para cada tipo de transporte, de cargas unifluxo e multifluxo, o que sugere que o acondicionamento dos REEE não é homogéneo entre os diversos operadores e que muitas vezes o transporte dos REEE não é optimizado. A não optimização do transporte gera um maior número de viagens e um aumento da distância percorrida, resultando em custos mais elevados e impactes ambientais que poderiam ser evitados. Por estas razões é necessário definir quantidades mínimas por tipo de transporte, que seriam aplicadas pela Amb3E no momento de aprovação da Ordem de Recolha de REEE, não permitindo assim a realização de transportes que não optimizam a carga. Neste sentido, foram analisadas as cargas efectuadas durante o ano de 2008, por tipo de carga transportada, de forma a identificar quantidades mínimas apropriadas. Assim, para cada tipo de carga determinou-se a quantidade mínima, média e máxima, e o percentil 25, que indica o valor 70

81 abaixo do qual estão 25% das cargas analisadas. Esse valor do percentil 25 serviu de base para a determinação das quantidades mínimas para cada tipo de carga. Em 2009, a partir do 2º trimestre, a Amb3E implementou uma campanha para incentivo ao bom acondicionamento dos REEE para transporte, que consiste na remuneração de um valor adicional aos CR que efectuem um bom acondicionamento, de acordo com uma tabela de acondicionamentos considerados adequados definida pela Amb3E. Embora o correcto acondicionamento dos REEE traga vantagens a nível de maior rapidez de carga e descarga, preservação do estado dos equipamentos e segurança dos operadores nos CR e UTV, diminui a carga útil transportada, uma vez que uma carga a granel consegue transportar maior quantidade de REEE. A análise das cargas realizadas neste circuito durante o ano de 2008 revelou que a maioria não apresentava um acondicionamento adequado, enquanto a partir de Abril de 2009 as cargas apresentam um acondicionamento mais correcto. Deste modo, para a quantidade mínima proposta para cada tipo de carga utilizou-se o valor do percetil 25, com uma redução de 10%, equivalente à redução de quantidade transportada quando a carga a granel passa a ser transportada bem acondicionada. Por outro lado foi também necessário determinar o tipo de cargas que seriam avaliadas. De acordo com a primeira proposta de melhoria para o circuito CR-UTV apresentada acima, as cargas definidas foram as cargas unifluxo, multifluxo A+C e B+E e multifluxo com mistura de vários fluxos. Para as cargas multifluxo, e uma vez que os fluxos A e B são os condicionantes devido ao seu volume, propõem-se quantidades mínimas para cargas em que estes fluxos representam quantidades superiores e inferiores a 50%. A tabela seguinte apresenta uma proposta de quantidades mínimas, por tipo de carga a transportar, a ser aplicada aquando da solicitação de ordens de recolha. Tabela 17 Proposta de quantidades mínimas para aprovação de Ordem de Recolha. Tipo de carga Quantidade mínima (kg) Fluxo A 5.200,0 Fluxo B 3.000,0 Fluxo C 5.000,0 Fluxo E 5.500,0 A+C (A 50%) 4.600,0 A+C (A<50%) 4.900,0 B+E (B 50%) 4.800,0 B+E (B<50%) 5.000,0 Misto (A+B 50%) 4.100,0 Misto (A+B<50%) 4.400,0 No Anexo 6 é possível analisar o efeito desta implementação de quantidades mínimas nas cargas efectuadas durante o ano de Foram analisados os tipos de cargas que seriam excluídos, verificados os operadores e para os operadores com mais do que uma carga excluída, as mesmas foram analisadas e reagrupadas de acordo com as quantidades mínimas. 71

82 A tabela seguinte apresenta um resumo da comparação das cargas analisadas em 2008 e das mesmas cargas se existisse uma quantidade mínima estabelecida. Tabela 18 Proposta de quantidades mínimas para aprovação de Ordem de Recolha. Sem quantidade mínima Com quantidade mínima Diferença Nº transportes % Distância (km) ,0-4% Custo por tonelada ( /ton) 48,82 47,38-3% Quant. média por transporte (kg) 5.822, ,9 4% Distância média por transporte % Impacte total (Eco-Indicador 99) 2,09x10 7 1,97x10 7 6% Verifica-se que a implementação de quantidades mínimas, nos dados relativos ao ano de 2008, resultaria numa redução do número de transportes assim como numa redução da distância total percorrida, por reajuste das quantidades transportadas e porque nem todos os transportes seriam realizados. A quantidade média transportada aumentaria cerca de 4%, para aproximadamente 6 toneladas por frete, reduzindo também o custo por tonelada transportada. A distância média por transporte subiria ligeiramente, uma vez que a redução do número de transportes seria superior à redução da distância percorrida, o que traria uma redução a nível de impacte ambiental, embora pouco significativa, uma vez que este está em grande medida associado à distância. As quantidades mínimas propostas têm uma base conservadora, pois quantificam-se bem abaixo da média transportada, no entanto, para uma fase inicial e para introdução do tema aos operadores, consideram-se adequadas. Durante a análise deste circuito verificaram-se também diferenças significativas entre a quantidade de REEE indicada pelo CR aquando da emissão da Ordem de Recolha e a quantidade registava pela UTV à entrada. Estes erros no reporte de pesos por parte dos CR resulta em aprovações de Ordens de Recolha, por parte da Amb3E, que sub-optimizam a capacidade de transporte disponível, resultando em custos acrescidos. Para este problema a solução proposta passa pela implementação de um sistema que penalize o CR quando este efectuar o reporte incorrecto do peso aquando das Ordens de Recolha. Estabelecendo uma margem de erro de 10%, por exemplo, qualquer transporte onde se verificasse uma diferença entre o peso da Ordem de Recolha e o peso do mapa de entrada da UTV superior a 10%, para baixo, o CR suportaria as despesas de transporte relativas à diferença de pesos, para além da margem estabelecida. Por exemplo, se o peso indicado na Ordem de Recolha fosse 5.000kg, e a UTV registasse no mapa de entrada 3.500kg, o CR seria responsável pelo pagamento de 33% do valor da despesa de transporte, equivalente à diferença de pesos (diferença 43%, tolerância 10%, 33% a assumir pelo CR). 72

83 Com base na margem limite para diferenças de 10%, foram analisados os transportes efectuados em 2008 com vista a avaliar a redução de custos caso os CR suportassem o valor do custo de transporte equivalente à diferença de pesos. Do total de transportes realizados em Portugal Continental em 2008, em 278 verificaram-se diferenças de pesos entre o peso registado na Ordem de Recolha e o peso indicado à entrada pela UTV em 278 cargas, o que equivale a 15% dos transportes realizados. Aplicando a repercussão dos custos extra de transporte derivados do erro de reporte de pesos por parte do CR ao CR o custo total com transporte deste circuito teria uma redução de 8%, passando o custo por tonelada transportada de 48,8 /tonelada para 45,1 /tonelada. De realçar que esta alteração apenas reduziria os custos logísticos da Amb3E, mantendo-se o impacte ambiental gerado pela sub-optimização dos transportes Circuitos LR CR/UTV e AHBV Da análise destes dois circuitos resultou que o principal problema é o custo de aluguer de contentores elevado em locais com baixos níveis de recolha, tendo-se verificado que, no circuito LR CR/UTV, em 52% dos locais onde estão colocados contentores não foi efectuada 1 recolha média mensal, em Nestes dois circuitos o custo com aluguer de meios de acondicionamento é superior aos custos de transporte. A solução proposta é o cumprimento de critérios mínimos de recolha para a colocação de contentores por parte da Amb3E - terá de ser efectuada, no mínimo, uma recolha por mês. O contentor seria colocado à experiência, durante 3 meses, findos os quais seria analisada a taxa de recolha. Se a taxa de recolha fosse superior a 1 recolha por mês o contentor permaneceria no local por mais seis meses, findos os quais seria novamente avaliado. Caso a taxa de recolha fosse inferior a 1 recolha por mês, a Amb3E poderia retirar o contentor do local e alocálo a outro operador. Desta forma a Amb3E poderá controlar os custos com aluguer de contentores. Caso a taxa de recolha fosse inferior à estabelecida para manutenção do contentor e o operador pretendesse manter o contentor, então seria o operador a suportar os custos de aluguer mensais do contentor, garantindo a Amb3E a recolha dos REEE quando os meios de acondicionamento se encontrassem cheios. O esquema seguinte apresenta um esboço do processo de avaliação de manutenção de contentor. 73

84 3 meses 1 semana 6 meses 1. Colocação de contentor 2. Análise de taxas de recolha Taxa de recolha 1 recolha por mês? SIM NÃO 3. Manutenção de contentor 5. Indicação para remoção de contentor 4. Nova análise de taxa de recolha Operador pretende suportar aluguer de contentor? SIM NÃO 6. Manutenção de contentor 7. Remoção de contentor Figura 63 Esquema da proposta de processo de avaliação de manutenção de contentor Circuito Lâmpadas Os principais problemas detectados no circuito das lâmpadas resultam das grandes distâncias percorridas, o que leva a um custo médio por tonelada transportada muito elevado. Em 2008 apenas uma UTV da rede da Amb3E efectuada o tratamento/valorização das lâmpadas fluorescentes e de descarga, sendo a mesma entidade a efectuar o transporte de lâmpadas em todo o país. Actualmente a Amb3E dispõe de uma outra UTV, localizada em Canas de Senhorim, com capacidade para o tratamento das lâmpadas, que irá permitir a reorganização das rotas de recolha de lâmpadas, diminuindo a distância percorrida. Deste modo, será possível organizar as rotas de recolha de lâmpadas por 2 OL, de forma geográfica, atribuindo a zona norte a um operador e a zona sul a outro. Foi testada a solução dos 2 OL, e 2 destinos finais, com os dados de 2008 relativos a este circuito. Para tal, foram considerados os seguintes pressupostos: Zona Norte distritos de Leiria, Castelo Branco, Coimbra, Aveiro, Viseu, Guarda, Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança. Zona Sul distritos de Lisboa, Santarém, Portalegre, Évora, Setúbal, Beja e Faro. Atribuição de zona norte a OL localizado em Canas de Senhorim e zona Sul a OL localizado em Setúbal. +/- 350 km de ida e volta para o OL localizado em Setúbal se deslocar até Santarém. Custo em /km percorrido do segundo OL idêntico ao primeiro. A solução testada resultou na redução de 44% da distância total percorrida, diminuindo o valor da distância média percorrida por rota de 495,6 km para 344,1 km. Consequentemente o custo 74

85 total do circuito sofreu também uma redução de 44%, passando o custo por tonelada transportada de 717,9 /t para 498,5 /t. Relativamente aos impactes ambientais gerados neste circuito, uma vez que a distância percorrida reduziu significativamente, também o valor do Eco-Indicador total (single value) passou de 2,75 para 1,87 apresentando uma diminuição de aproximadamente 47%. Outro problema detectado na análise deste circuito foi a reduzida optimização da carga. Os CR e LR, quando os seus meios de acondicionamento para lâmpadas estão a atingir o limite, solicitam a recolha ao OL. Analisando as recolhas solicitadas o OL planeia uma rota de recolha, que coloca a aprovação da Amb3E. No entanto, como não é possível guardar indefinidamente pela solicitação de recolha de um local próximo para o OL se dirigir a um local mais deslocado, por vezes as cargas não são optimizadas. Uma proposta de melhoria para este circuito é disponibilizar ao OL acesso, através do SIGMA, ao stock de lâmpadas de CR e LR, de forma a este incorporar nas suas rotas não só os locais que solicitam as recolhas, mas também outros locais, que se localizam no percurso da rota que irá efectuar, optimizando a capacidade do veículo Circuito PE e LR Distribuição Este circuito apresenta um dos valores de custo por tonelada de REEE transportada mais elevados, assim como um valor para o Eco-Indicador 99 elevado, derivado da grande distância percorrida e reduzidas quantidades recolhidas. Verificou-se também existirem vários OL a efectuar estas recolhas, com base na separação por cliente, o que implica a actuação de vários OL na mesma área geográfica. Em 2008 os locais PE e LR distribuição não estavam ainda consolidados, tendo o número aumentado significativamente ao longo do ano, como é possível observar nos mapas apresentados no Anexo 7. Desta forma era difícil estabelecer rotas pois o número de locais estava sempre a aumentar. Como já foi indicado na análise deste circuito, embora os locais PE não tenham condições para informar quando os meios de acondicionamento estão a atingir a capacidade limite, os LR distribuição podem fazê-lo, evitando-se assim visitas que não resultam na recolha de resíduos. À semelhança do que foi proposto para o circuito das lâmpadas, é muito importante o OL ter acesso ao stock dos meios de acondicionamento para poder ir consultando e combinar locais nas rotas de recolha. Outro factor importante é a regionalização das rotas. Enquanto estiverem vários OL a actuar nos mesmos locais não é possível reduzir o número de quilómetros efectuados, pelo que uma das propostas de melhoria para este circuito é distribuir os OL por área geográfica e não por 75

86 cliente, desta forma o OL pode desenhar rotas regionais, a partir do seu CR. A figura seguinte apresenta um esquema ilustrativo do arranjo de uma rota utilizada em 2008 para duas rotas regionais, onde é possível verificar que a criação de rotas regionais permite uma redução significativa das distâncias percorridas (no exemplo a redução é de aproximadamente 48%). CR (Loures) CR Local 2 (Leiria) 263 km Local 1 (Torres Vedras) (Loures) Local 4 (Porto) 650 km Local 1 (Torres Vedras) Local 3 (Aveiro) Local 2 (Leiria) CR (Porto) Local 2 (Aveiro) 175 km Local 1 (Porto) Figura 64 Esquema da proposta de criação de rotas regionais de recolha. Aquando da análise deste circuito, nomeadamente das recolhas efectuadas em locais PE, verificou-se que existem alguns locais onde a recolha não é significativa. Embora a Amb3E não tenha custos de aluguer para a colocação de PE, a produção de PE tem também um custo importante dentro dos custos operacionais, pelo que a sua colocação deve ser efectuada estrategicamente, seleccionando-se locais de grande afluência e bastante visíveis aos consumidores. Neste âmbito foi estudada a quantidade de REEE recolhida em cada local PE, o número de recolhas e a frequência de recolha, tendo-se determinado alguns indicadores. Dos indicadores determinados o melhor para analisar o desempenho de recolha de dado local é a recolha média mensal por módulo ponto electrão, pois entra em conta não só com o número de PE alocados ao local, mas também com o número de recolhas. Na análise verificou-se que a recolha média mensal por PE dos locais PE estudados se concentra em cerca de 860kg. A figura seguinte apresenta a análise, no final de 2008, dos locais com PE, a nível de recolha média mensal por PE. Verifica-se claramente que uns locais PE têm desempenho superior a outros. É importante avaliar o desempenho dos locais PE, por forma identificar aqueles que têm pior performance para se tomarem medidas adequadas. Assim, propõe-se para a análise do desempenho dos locais PE uma avaliação trimestral, por parte da Amb3E, na qual avaliaria o desempenho dos locais nos últimos 3 meses de trabalho. 76

87 Recolha média mensal por PE (ton) 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0, Locais com PE Média Limite definido 332kg Figura 65 Recolha média mensal por PE, para os locais PE em Nessa análise seriam identificados os PE que se localizassem dentro do percentil 25, como está indicado na Figura 65. Aos locais seleccionados seria colocada a hipótese de alteração da localização dos PE de forma a ficarem mais visíveis ao público, seria reforçada a comunicação/sensibilização no local e, se o local tivesse mais do que 1 PE, os restantes seriam retirados. Passados 3 meses, na altura de nova avaliação, estes locais seriam reavaliados, se as condições se mantivessem os módulos PE seriam retirados e alocados a outros locais. Uma outra questão que se coloca é a localização isolada de alguns locais com PE, que obrigam a um elevado número de quilómetros percorridos para a recolha dos REEE. Nestes casos sugere-se o reforço do número de módulos PE (talvez alguns que tenham sido retirados de algum local com desempenho baixo) por forma a diminuir a frequência de recolha nesses locais Circuito Recolhas Especiais O circuito das Recolhas Especiais não apresenta grandes problemas, sendo dos circuitos com melhor desempenho, quer a nível de quantidades médias transportadas quer a nível de distâncias médias percorridas. Verifica-se, no entanto, que o custo médio por quilómetro percorrido é um pouco elevado. Neste caso a redução de custos poderá passar pela consolidação de transportes. Uma vez que este tipo de transporte mantém normalmente as mesmas condições (volume mínimo de 30 m 3, encaminhamento directo para UTV) propõe-se a consolidação de transportes em apenas 2 OL, um que actuaria na zona norte do país e outro que actuaria na zona sul. Esta consolidação permitiria negociar melhor os preços com os OL, reduzindo-os para os valores de referência de mercado. 77

88 8. Conclusão Analisando a distribuição dos impactes económicos ao longo da cadeia operacional de um SIGREEE, verifica-se que os circuitos logísticos acarretam uma grande parcela da despesa. Por outro lado, as actividades relacionadas com o transporte produzem numerosos impactes no ambiente, sendo os mais significativos a contribuição para as alterações climáticas e para a poluição do ar local. Neste âmbito, o estudo realizado pretendeu analisar técnica, económica e ambientalmente o conjunto de soluções logísticas disponibilizadas pela Amb3E para a recolha de REEE, com vista a optimizar os circuitos, reduzir os custos de transporte e permitir um encaminhamento mais correcto a nível ambiental. A análise desenvolvida permitiu identificar os circuitos com melhor e pior desempenho, quer a nível económico, quer a nível ambiental, tendo sido realizada uma análise comparativa entre as diversas logísticas. Avaliando os resultados obtidos, foram propostas medidas para o aumento da eficiência e optimização dos transportes, de forma a reduzir os custos logísticos e aumentar a quantidade de REEE transportada. Verificou-se que durante o ano de 2008 os custos com aluguer de material de acondicionamento correspondem a cerca de 15% dos custos totais, embora por exemplo no circuito LR CR/UTV os custos de aluguer de contentores tenham sido superiores aos custos de transporte. O circuito com maior percentagem de custos de transporte foi o circuito CR UTV, correspondendo também ao circuito através do qual foi transportada maior quantidade de REEE. Comparativamente com os restantes circuitos, o custo logístico por tonelada está dentro da média, embora o impacte ambiental produzido seja o maior dos circuitos analisados. O circuito logístico da recolha de lâmpadas, assim como o de recolha em PE e locais da distribuição, apresentam maiores custos associados ao transporte, e apresentam também quantidades recolhidas reduzidas. No âmbito dos impactes ambientais gerados, conclui-se que o circuito que mais contribui para a negatividade dos impactes é o circuito CR-UTV, uma vez que é o circuito mais utilizado na rede da Amb3E, sendo através deste circuito que se percorrem mais quilómetros e se transporta maior quantidade de REEE. Os circuitos recolhas especiais, lâmpadas, LR distribuição e PE apresentam também impactes ambientais elevados comparativamente com os restantes circuitos. O circuito com melhor desempenho a nível ambiental é o circuito dos armazéns distribuição, seguido do LR-CR/UTV. Tal deve-se às quantidades elevadas de REEE transportadas associadas a uma distância percorrida entre o ponto de origem e o ponto de destino mais reduzida. Pela análise efectuada estima-se que é nas categorias de alterações climáticas, efeitos nocivos para o sistema respiratório (devido a substâncias inorgânicas) e acidificação/eutrofização que se focalizam os maiores impactes. Concluiu-se também que o impacte está associado à distância percorrida, pelo que circuitos com distâncias médias por recolha superiores apresentam valores maiores de impacte ambiental. Outra constatação prende-se com o veículo 78

89 utilizado para o transporte dos REEE pois para distâncias idênticas o transporte com viaturas mais pequenas, tipo IVECO Daily, causa maiores impactes. Convém realçar que os factores de ponderação para o cálculo do Eco-Indicador 99, utilizado neste estudo, são determinados por peritos, resultando de uma soma ponderada dos valores correspondentes a cada categoria ambiental considerada, pelo que a agregação de impactes é bastante subjectiva. Uma alternativa para a avaliação dos impactes sobre a saúde humana poderia ser o método DALY (Disability Adjusted Life Years) que mede simultaneamente o efeito da mortalidade e dos problemas de saúde que afectam a qualidade de vida dos indivíduos. Apesar dos desempenhos menos positivos de alguns circuitos logísticos estabelecidos, todos são necessários para o correcto funcionamento do SIGREE, pois um sistema de recolha selectiva implementado por entidades gestoras, para cumprir os objectivos de recolha estabelecidos, deve cobrir todo o território nacional, ter uma localização próxima do consumidor e ser de fácil acesso. Tal só será possível com a integração de locais de recolha como Pontos Electrão, LR distribuição e AHBV. Estes circuitos, por os locais serem muito dispersos e se recolher quantidades reduzidas, necessitam de uma constante monitorização e avaliação periódica de forma a optimizar os transportes e melhorar o seu desempenho. Durante a análise dos circuitos foram também detectados problemas, relacionados com os custos e com as quantidades transportadas e reportadas, que foram devidamente identificados e para os quais foram apresentadas propostas de melhoria, listadas de seguida: Circuito CR-UTV - Privilegiar o transporte de REEE em cargas unifluxo ou segregadas de acordo com o encaminhamento para UTV (A+C, B+E). Deste modo as cargas de REEE não perigosos (A+C) podem ser encaminhadas para UTV mais próximas, reduzindo-se o número de transportes e a distância percorrida, reduzindo-se consequentemente os impactes ambientais associados. Circuito CR-UTV - Definição de quantidades mínimas por tipo de transporte, a aplicar pela Amb3E aquando da aprovação de Ordens de Recolha, não permitindo assim a realização de transportes que não optimizam a carga útil do veículo. Circuito CR-UTV - Implementação de sistema de penalização ao CR quando existem diferenças significativas entre o reporte de quantidades na Ordem de Recolha e as quantidades registadas pela UTV à entrada. Circuito Lâmpadas Reorganização de rotas de recolha, para 2 OL, de acordo com a distribuição geográfica (atribuir a um OL a zona norte e a outro OL a zona sul do país). Circuito Lâmpadas Disponibilizar aos OL acesso, através do SIGMA, ao stock de lâmpadas nos diversos locais de forma a estes incorporarem nas suas rotas não só os locais que solicitaram recolhas mas também outros que o stock justifique, optimizando assim a capacidade do veículo. Circuitos LR CR/UTV e LR AHBV Cumprimento de critérios mínimos de recolha para a colocação de contentores por parte da Amb3E (mínimo 1 recolha por mês). O contentor 79

90 seria colocado à experiência, durante 3 meses, sendo posteriormente avaliado o desempenho de recolha de REEE do local. Se a taxa de recolha fosse inferior a 1 recolha por mês o contentor seria retirado e colocado noutro local. Circuito PE e LR distribuição - Disponibilizar aos OL acesso, através do SIGMA, ao stock de REEE nos diversos locais de forma a estes consultarem periodicamente a quantidade existente e incorporarem os diversos locais nas suas rotas, optimizando assim a capacidade do veículo. Circuito PE e LR distribuição Regionalização das rotas, isto é, passar da óptica de 1 OL por cliente para 1 OL por área geográfica, permitindo a redução significativa das distâncias percorridas, reduzindo também naturalmente o impacte ambiental gerado. Circuito PE e LR distribuição Avaliação periódica do desempenho dos locais PE, a nível de recolha de REEE. Nos locais com pior desempenho a Amb3E poderá diminuir o número de módulos PE, propor a alteração da localização dos PE para estes ficarem mais visíveis ao público e/ou aumentar a comunicação/sensibilização no local. Se com as medidas aplicadas o desempenho do local não apresentar evolução favorável, a Amb3E poderá então remover os módulos PE e colocá-los noutra entidade. Circuito Recolhas Especiais Consolidação de transportes em 2 OL, divididos por área geográfica, permitindo a renegociação dos preços de transporte para os valores de referência do mercado. A implementação das propostas apresentadas permitirá à Amb3E reduzir significativamente os seus custos logísticos, nomeadamente com alugueres de meios de acondicionamento, e ao mesmo tempo melhorar o seu desempenho ambiental, ao reduzir as distâncias percorridas Linhas futuras de pesquisa Os circuitos logísticos neste estudo foram analisados individualmente, isto é, foram determinados indicadores de desempenho e ambientais para cada tipo de circuito e apenas os resultados foram comparados. Na prática alguns destes circuitos estão relacionados, por exemplo, os REEE recolhidos no PE são encaminhados para um CR, onde são pesados, traídos e acondicionados, sendo posteriormente encaminhados para uma UTV. Neste sentido, torna-se importante a análise de ciclo de vida dos circuitos integrados, de forma a analisar os impactes ao longo da cadeia de transporte, desde a entrega/deposição dos REEE por parte do consumidor, até que estes dão entrada nas UTV. Seria também interessante, e uma mais-valia, a análise integral do ciclo de vida de todo o SIGREEE, incluindo a entrega dos REEE, encaminhamento para os CR, processo de triagem nos CR, encaminhamento para UTV e processos de tratamento e valorização nas UTV. Esta análise poderia ser efectuada para os cinco fluxos operacionais definidos pela Amb3E, com vista a avaliar o seu desempenho e a comparar os impactes ambientais positivos e negativos ao longo da cadeia. 80

91 9. Referências Bibliográficas Amb3E (2009). Relatório & Contas Amb3E Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos Eléctricos e Electrónicos. Julho de ANREEE (2008). Relatório de Actividade Associação Nacional para o Registo de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos. Março de ANREEE (2009a). Relatório de Actividade Associação Nacional para o Registo de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos. Maio de ANREEE (2009b). Mercado Nacional de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos. Ano de Maio de Arcadis Ecolas (2008). Study on RoHS and WEEE Directives N.º 30-CE /00-09 Final Report. European Commission: DG Enterprise and industry. March Barba-Gutiérrez, Y. (2008), et al, An analysis of some environmental consequences of European electrical and electronic waste regulation. Elsevier. Resources, Conservation & Recycling 52 (2008) CEU (2008). Environmental and regional transport planning Environmental Impacts of Transport. Central European University, Department of Environmental Sciences & Policy, Despacho conjunto n.º 353/2006. Diario da Republica n.º 82, Serie II de 27 de Abril de Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e da Economia e da Inovação. Despacho conjunto n.º 354/2006. Diario da Republica n.º 82, Serie II de 27 de Abril de Ministérios do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e da Economia e da Inovação. EC (2008a). Frequently Asked Questions on Directive 2002/95/EC on the Restriction of the Use of certain Hazardous Substances in Electrical and Electronic Equipment (RoHS) and Directive 2002/96/EC on Waste Electrical and Electronic Equipment (WEEE). European Comission DG Environment. (December 2008). EC (2008b). Proposal for a revised directive on waste electrical and electronic equipment. European Comission (December 2008). EC (2008c). Impact Assessment on the proposed directive on waste electrical and electronic equipment. European Comission (December 2008). 81

92 EERA (2008). Towards sustainable WEEE recycling. European Electronics Recyclers Association. The Netherlands. Ferrão, P. (1998). Introdução à Gestão Ambiental, a Avaliação do Ciclo de Vida de Produtos. IST Press, Hischier, R. (2005), et al, The environmental impacts of the Swiss take-back and recycling systems for waste electrical and electronic equipment (WEEE). Elsevier. Environmental Impact Assessment Review 25 (2005) IPTS (2006). Implementation of the Waste Electric and Electronic Equipment Directive in the EU25, Institute for Prospective Technological Studies. European Comission - DG Joint Research Centre. Luxembourg. PRé Consultants (2008). Introduction to LCA with SimaPro 7. Stock, J. (1998). Development and implementation of Reverse Logistics Programs. Council of Logistics Management. Oak Brook. IL, UNU (2007) Review of Directive 2002/96 on Waste and Electrical and Electronic Equipment (WEEE) Final Report. United Nations University. 5 August Bonn, Germany. WEEE Forum (2008) Key Figures on quantities of electrical and electronic equipment put on the market, of quantities of WEEE collected, and on costs related to WEEE management. European Association of Electrical and Electronic Waste Take Back Systems. 82

93 10. Anexos Anexo 1 Eco Indicador 99 Figura 66 Esquema das opções de categorias e subcategorias utilizado no método do Eco-Indicador 99 (Pré Consultant, 2008). 83

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