Avaliação da Qualidade da Água Superficial Utilizada no Sistema de Abastecimento Público do Município de Belém (PA)

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL JAQUELINE PORTAL DA SILVA Avaliação da Qualidade da Água Superficial Utilizada no Sistema de Abastecimento Público do Município de Belém (PA) BELÉM/PA SETEMBRO/2010

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL JAQUELINE PORTAL DA SILVA Avaliação da Qualidade da Água Superficial Utilizada no Sistema de Abastecimento Público do Município de Belém (PA) Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará, para obtenção de grau de Mestre em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental. Área de concentração: Saneamento Ambiental e Infra - Estrutura Urbana. Orientadora: Dra. Maria de Lourdes Souza Santos. BELÉM/PA SETEMBRO/2010

3 JAQUELINE PORTAL DA SILVA Avaliação da Qualidade da Água Superficial Utilizada no Sistema de Abastecimento Público do Município de Belém (PA) Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará, para obtenção de grau de Mestre em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental. Área de concentração: Saneamento Ambiental e Infra - Estrutura Urbana. Orientadora: Dra. Maria de Lourdes Souza Santos. Data: / / Banca examinadora: Profa. Maria de Lourdes Souza Santos - Orientadora Doutora em Oceanografia Universidade Federal Rural da Amazônia Prof. Nuno Filipe Alves Correia de Melo - Membro Doutor em Oceanografia Universidade Federal Rural da Amazônia Prof. Rui Guilherme Cavaleiro de Macêdo Alves - Membro Doutor em Engenharia Ambiental Universidade Federal do Pará

4 Dedico este trabalho a minha mãe Luzia que em muitos momentos supriu minha ausência na vida de minha filha dando a ela atenção, carinho e amor permitindo assim que eu concluísse este trabalho. A minha filha Letícia e meu marido Izaelson pela compreensão e apoio incondicional recebidos. Jaqueline Portal da Silva

5 AGRADECIMENTOS vida. Agradeço a Deus, por sua presença em todos os momentos de minha A meus pais Agenor (in memorian) e Luzia, pelo amor e apoio incondicional a mim dedicado ao longo de minha vida. Aos meus familiares que direta ou indiretamente me ajudaram para que pudesse chegar a este momento. A professora Dra. Maria de Lourdes pela confiança depositada em mim desde o primeiro momento, ensinamentos e paciência ao longo desses três anos de convívio. Ao professor Dr. José Almir Pereira coordenador do Grupo de Pesquisa de Hidráulica e Saneamento GPHS. A Fundação de Amparo a Pesquisa FAPESPA, pela concessão da bolsa de estudo. Aos amigos do Laboratório de Controle de Resíduos - LCR (Rosiane, Marcus, Luciano, Igor, André, Aldenor, Rodrigues, Sá e Rafael) pela troca de conhecimentos, pela convivência e apoio durante este período de quase três anos. Aos amigos do Grupo de Pesquisa de Hidráulica e Saneamento - GPHS da graduação, mestrado e doutorado pelo apoio nunca negado. A todas as pessoas não mencionadas, porém não esquecidas, que, de alguma maneira, contribuíram para a realização deste trabalho, meus sinceros agradecimentos.

6 RESUMO Os mananciais do Utinga, formados pelos lagos Bolonha e Água Preta, estão contidos em uma Área de Proteção Ambiental - APA e são utilizados pela Companhia de Saneamento do Pará - COSANPA, para abastecer de forma indireta aproximadamente 2 milhões de pessoas, correspondente a 65% da população da RMB. Esse sistema de abastecimento tem início com a captação de água do rio Guamá, que tem o objetivo de manter os níveis de água dos lagos, a qual é lançada através de adutoras no lago Água Preta, sendo interligada ao lago Bolonha por meio de um canal artificial, e segue em direção a ETA. O estudo avaliou qualidade da água de novembro de 2008 a outubro 2009 em cinco pontos distribuídos ao longo do sistema de captação de água. A análise de componentes principais explicaram cerca de 45% da variância original. A primeira componente (PC1) explicou 28% e apresentou como principais elementos o ph (-0,62), a turbidez (-0,79), o coliforme termotolerantes (-0,45), o fósforo total (-0,64), o sólidos totais (-0,76) em contraste com a temperatura (0,54). A segunda componente (PC2) explicou cerca de 17% da variância total apresentando um contraste entre DBO (0,54), ph (0,48), nitrogênio total (0,44) e o OD (-0,68). A avaliação do IQA classificou a qualidade das águas em aceitável e o IET classificou todas as estações de amostragem como eutróficas. O fósforo total foi principal nutriente responsável pelo enriquecimento dessas águas. Palavras - chave: Mananciais do Utinga; Índice de Qualidade de Águas; Índice de Estado Trófico.

7 ABSTRACT The springs of Utinga, formed by lakes Bolonha and Água Preta, are contained in an environmental protection area (APA Área de Proteção Ambiental) and are used by the water supply company COSANPA (Companhia de Saneamento do Pará) to indirectly supply about 2 million people, which corresponds to 65% of the metropolitan region of Belém. This supply system starts with the abstraction of water from the Guamá river through pipelines to lake Agua Preta. Lake Bolonha is connected to lake Agua Preta by a canal. The water flows from there to ETA. They study evaluated the water quality of samples collected at five points along the water collection system from November 2008 to October The analysis of main components explained about 45% of the original variance. The first component (PC1) explained 28% and represented as key elements ph (-0.62), turbidity (-0.79), thermotolerant coliform (-0.45), total phosphorus (- 0.64), total solids (-0.76) in contrast to the temperature (0.54). The second component (PC2) explained about 17% of the total variance presenting a contrast between DBO (0.54), ph (0.48), total nitrogen (0.44) and OD (-0.68). The Water Quality Index evaluation classified the water quality as acceptable and the Trophic State Index classified all sampling points as eutrophic. The total phosphorus was the main nutrient responsible for the enrichment of the water. Key words: Springs of Utinga, Water Quality Index, Trophic State Index.

8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Ciclo do nitrogênio (ESTEVES, 1998) Figura 2: Ciclo do fósforo (SILVA, 2006) Figura 3: Localização geográfica da Região Metropolitana de Belém Figura 4: Canalização das águas do Utinga Figura 5: Canal Yuna Figura 6: Canal de ligação Água Preta Bolonha Figura 7: Limites da Área de Proteção Ambiental e Parque Ambiental de Belém Figura 8: Fluxograma do sistema de captação de água Figura 9: Mapa de localização da área de estudo Figura 10: Pesos das variáveis nas duas primeiras componentes principais com os dados obtidos durante os períodos de estiagem e chuvoso, nos cinco pontos de estudo... Figura 11: Escores nas duas primeiras componentes principais, na análise feita com os dados obtidos durante os períodos de estiagem e chuvoso, nos cinco pontos de estudo... Figura 12: Distribuição dos valores de oxigênio dissolvido (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo Figura 13: Média anual de OD (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo Figura 14: Distribuição dos valores de ph nos cinco pontos de estudo Figura 15: Média anual de ph nos cinco pontos de estudo Figura 16: Distribuição dos valores de DBO (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo Figura 17: Média anual de DBO (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo Figura 18: Distribuição dos valores de nitrogênio total (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo... Figura 19: Média anual de nitrogênio total (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo 74 75

9 Figura 20: Distribuição dos valores de fósforo total (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo Figura 21: Média anual de fósforo total (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo 77 Figura 22: Distribuição dos valores de temperatura ( C) nos cinco pontos de estudo Figura 23: Média anual de tempertura ( C) nos cinco pontos de estudo Figura 24: Distribuição dos valores de turbidez (UNT) nos cinco pontos de estudo Figura 25: Média anual de turbidez (UNT) nos cinco pontos de estudo Figura 26: Distribuição dos valores de sólidos totais (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo... Figura 27: Distribuição dos valores de sólidos totais fixos (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo... Figura 28: Distribuição dos valores de sólidos totais voláteis (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo... Figura 29: Média anual de sólidos totais, fixos e voláteis (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo... Figura 30: Distribuição dos valores de sólidos totais dissolvidos (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo.... Figura 31: Distribuição dos valores de sólidos totais dissolvidos fixos (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo... Figura 32: Distribuição dos valores de sólidos totais dissolvidos voláteis (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo... Figura 33: Média anual de sólidos totais dissolvidos, fixos e voláteis (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo... Figura 34: Distribuição dos valores de sólidos sedimentáveis (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo... Figura 35: Média anual de sólidos sedimentáveis (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo... Figura 36: Distribuição dos valores de coliformes fecais (NMP/100 ml) nos cinco pontos de estudo... Figura 37: Média anual de coliformes fecais (NMP/100 ml) nos cinco pontos de estudo

10 Figura 38: Distribuição dos valores de clorofila a (mg.m -3 )nos cinco pontos de estudo Figura 39: Média anual de clorofila a (mg.m -3 ) nos cinco pontos de estudo 98 Figura 40: Distribuição dos valores do IET nos cinco pontos de estudo Figura 41: Média anual do IET nos cinco pontos de estudo Figura 42: Distribuição dos valores do IQA no ponto P Figura 43: Distribuição dos valores do IQA no ponto P Figura 44: Distribuição dos valores do IQA no ponto P Figura 45: Distribuição dos valores do IQA no ponto P Figura 46: Distribuição dos valores do IQA no ponto P Figura 47: Média anual do IQA nos cinco pontos de estudo

11 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Classificação das águas doces e tratamento requerido segundo o CONAMA Tabela 2 - Limites estabelecidos para águas Classe Tabela 3 - Peso dos parâmetros que compõe o IQA Tabela 4 - Classificação da qualidade das águas Tabela 5 - Classificação do Estado Trófico da água Tabela 6 - Dados meteorológicos (média mensal do período de )... Tabela 7 - Dados meteorológicos (média anual do período de ) Tabela 8 - Identificação e localização dos pontos de coleta Tabela 9 - Parâmetros determinados, princípios do método e referências Tabela 10 - Pesos e variância explicadas pelas duas primieiras componentes principais da análise dos dados obtidos, durante os períodos de estiagem e chuvoso nos cinco pontos de estudo... 64

12 LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS Am ABNT APA APHA ATP Aw BASA BPA CETESB C CODEM C CONAMA COSANPA DBO DNER EMBRAPA ETA GPHS GPS IDESP IET Clima Tropical Monçônico Associação Brasileira de Normas Técnicas Área de Proteção Ambiental American Public Health Association Adenosina Trisfofato Clima Tropical Banco da Amazônia Batalhão de Polícia Ambiental Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém Conselho Nacional do Meio Ambiente Companhia de Saneamento do Pará Demanda Bioquímica de Oxigênio Departamento Nacional de Estradas de Rodagens Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Estação de Tratamento de Água Grupo de Pesquisas de Hidráulica e Saneamento Sistema de Posicionamento Global Instituto de Desenvolvimento Econômico Social Índice de Estado Trófico

13 Inmet IQA LCR mg.l- 1 Instituto Nacional de Meteorologia Índice de Qualidade da Água Laboratório de Controle de Resíduos Miligrama por litro µm Micrômetro µg.l -1 nm OD OMS ph PAB PMB Micrograma por litro Nanometro Oxigênio Dissolvido Organização Mundial da Saúde Potencial Hidrogênionico Parque Ambiental de Belém Prefeitura Municipal de Belém PROSANEAR Programa de Saneamento para População de Baixa Renda RMB Região Metropolitana de Belém

14 SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES... 7 LISTA DE TABELAS LISTA DE ABREVIATURAS,SIGLAS E SÍMBOLOS INTRODUÇÃO OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS QUALIDADE DA ÁGUA PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA PADRÕES E CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA IQA Oxigênio Dissolvido Potencial Hidrogeniônico Demanda Bioquímica de Oxigênio Nitrogênio Total Fósforo Total Temperatura Turbidez Sólido Total Coliformes Termotolerantes ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO - IET Clorofila a ÁREA DE ESTUDO REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM CLIMA GEOLOGIA GEOMORFOLOGIA VEGETAÇÃO TOPOGRAFIA HIDROGRAFIA Baia do Guajará... 45

15 4.7.2 Rio Guamá Lago Água Preta Lago Bolonha HISTÓRICO DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE BELÉM SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA MATERIAL E MÉTODOS ATIVIDADES DE CAMPO TRATAMENTO DOS DADOS RESULTADOS E DICUSSÕES ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS OXIGÊNIO DISSOLVIDO POTENCIAL HIDROGENIÔNICO DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO NITROGÊNIO TOTAL FÓSFORO TOTAL TEMPERATURA TURBIDEZ SÓLIDOS TOTAIS, FIXOS E VOLÁTEIS SÓLIDOS TOTAIS DISSOLVIDOS, FIXOS E VOLÁTEIS SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS COLIFORMES TERMOTOLERANTES CLOROFILA a ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA CONCLUSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

16 15 1 INTRODUÇÃO O homem sempre se preocupou com o problema da obtenção e, conseqüentemente, da qualidade da água destinada ao seu consumo. Também muito cedo, e isto devido ao aumento do consumo pelas comunidades, o homem aprendeu a melhorar a qualidade da água e à medida que as aglomerações humanas foram se tornando mais densas, com a formação das cidades, a necessidade de grandes volumes de água passou a constituir um problema que obrigou os antigos a executarem obras destinadas à captação, transporte e armazenamento desse líquido. Assim, estas etapas surgiram como conseqüência do aumento do consumo, resultante do desenvolvimento das comunidades, enquanto que o tratamento, embora incipiente, nasceu da repulsa do homem pelo aspecto estético da água e se desenvolveu em decorrência do crescimento da poluição (LEME, 1990). Além das preocupações com a qualidade da água, acrescentam-se as de ordem econômica, visto que, com a crescente demanda de recursos hídricos, motivada pelo crescimento dos centros urbanos e pela industrialização de diversas áreas, a água destinada ao seu abastecimento necessita ser buscada a distâncias cada vez maiores de forma a alcançar mananciais que tenham bacias de contribuição de dimensões adequadas e que estejam a salvo da crescente poluição que se vem verificando em todo o planeta (VIANNA, 1992). A poluição hídrica exige graus de tratamento da água cada vez mais sofisticados e onerosos para sua potabilização. É certo que existem possibilidades amplas, praticamente ilimitadas do ponto de vista técnico, para a potabilização de águas poluídas. Entretanto, o custo desse tratamento, e a possibilidade de ocorrência de falhas operacionais nas estações de tratamento, de conseqüências imprevisíveis, quase sempre conduzem a escolha de um manancial mais distante e menos poluído. Normalmente, o corpo d água captado é selecionado de forma que, suas características indesejáveis a serem removidas não excedam as limitações naturais das chamadas estações convencionais de tratamento de água (isto é: que tratam a água através de sua

17 16 floculação, decantação e filtração) que em geral conseguem apenas eliminar os colóides e materiais em suspensão nela presentes, que arrastam consigo, em conseqüência, os organismos patogênicos a eles associados. Os organismos remanescentes, desprovidos de possíveis barreiras protetoras, são submetidos em seguida à ação de desinfetantes (normalmente o cloro) durante certo tempo, sendo então destruídos (VIANNA, 1992). As técnicas de captação-transporte e tratamento não se desenvolveram no mesmo ritmo. Inicialmente, foi à captação-transporte que se desenvolveu, mantendo-se durante muito tempo o tratamento na linha clássica, constituído de sedimentação e filtração. O tratamento sofreu grande impulso a partir de 1908, com o emprego de substâncias como o hipoclorito de cálcio, para desinfecção da água. É a partir dessa época que se obtém a máxima eficiência na defesa da saúde das comunidades, com a eliminação das doenças de veiculação hídrica (LEME, 1990). Ainda no que se refere à poluição das águas, Zagatto e Bertoletti (2006) descreve que as fontes de poluição pontuais (efluentes líquidos) e difusas (lixiviação dos terrenos agrícolas, sedimentos e águas subterrâneas contaminadas, acidentes ambientais, águas pluviais e etc...) têm contribuído significativamente para as modificações ambientais, reduzindo a diversidade de espécies autóctones e aumentando desordenadamente a densidade de determinadas espécies indesejáveis. As freqüentes florações de algas são exemplos típicos dessas modificações, o significativo decréscimo da qualidade das águas, as freqüentes mortandades de peixes e, até mesmo, a morte de rios. Nesse contexto destaca-se que um dos grandes problemas ambientais brasileiro é a deterioração dos rios que atravessam as localidades povoadas. Essa deterioração ocorre porque a maioria das cidades brasileiras não possui coleta e tratamento de esgotos doméstico, sendo estes jogados in natura nos rios (TUCCI et al., 2001). No Brasil, vários lagos foram afetados com a dinâmica da urbanização em suas bacias de drenagem. As lagoas Rodrigo de Freitas, Araruama e Saquarema, no Rio de Janeiro, a lagoa da Conceição, em Florianópolis, as

18 17 lagoas de Mandaú e Manguaba, em Maceió, e lago Paranoá em Brasília são alguns exemplos, dentre muitos outros, de ecossistema lacustre que sofrem a pressão da ocupação urbana (RIBEIRO, 1992). Como resultado, os recursos hídricos poluídos por descargas de resíduos humanos e de animais transportam grande variedade de patógenos, entre eles bactérias, vírus, protozoários ou organismos multicelulares, que podem causar doenças de veiculação hídrica (TUNDISI, 2005). As substâncias químicas também são consideradas outro tipo de contaminação para águas superficiais, ocasionando doenças hídricas. Essas substâncias podem ser inorgânicas (como os metais pesados e os nitratos) e orgânicas (como os pesticidas, trihalometanos) de toxicidade adversa à saúde dos seres humanos. Os problemas ocasionados pelos contaminantes químicos na água estão relacionados com os efeitos cumulativos das microdoses quando ingeridas por tempo prolongado. De acordo com Ribeiro (2004), essas substâncias podem estar presentes naturalmente no manancial ou ser proveniente de poluição. Na população, os efeitos se refletem no aumento da incidência de câncer, defeitos congênitos perduráveis por diversas gerações, alterações genéticas e neurológicas. Em função, da poluição a que os corpos d água estão sujeitos, causadas por diferentes fontes de origem urbana, rural e industrial, há a necessidade de planos de prevenção e recuperação ambiental, a fim de garantir condições de usos atuais e futuros, para diversos fins. Esses planos, além de medidas de acompanhamento de suas metas, através de fiscalização, requerem para sua proposição e efetiva implementação, dados que indiquem o estado do ambiente aquático. Para esse fim, são estabelecidos programas de monitoramento da qualidade da água para avaliar as substâncias presentes na água, avaliadas sob os aspectos físicos, químicos e biológicos (SANTOS e FLORÊNCIO 2001). Neste sentido, os índices ambientais nasceram como resultado da crescente preocupação social com os aspectos ambientais do

19 18 desenvolvimento, processo que requer um número elevado de informações em graus de complexidade cada vez maiores (CETESB, 2006). O Índice de Qualidade da Água IQA é empregado como uma metodologia integradora, por converter várias informações em um único resultado numérico. Este índice foi desenvolvido para avaliar a qualidade da águas, tendo como determinante principal a sua utilização para abastecimento público, considerando aspectos relativos ao tratamento dessas águas. Entre as vantagens do índice estão a facilidade de comunicação com o público leigo e o fato de representar uma média de diversos parâmetros em um único número, combinando unidades de medidas diferentes em uma única unidade. No entanto, sua principal desvantagem está na perda de informação dos parâmetros individuais e da sua interação (CETESB, 2006). Outro índice utilizado é o Índice do Estado Trófico - IET que tem por finalidade classificar os corpos da água em diferentes graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo das algas ou ao aumento da infestação de macrófitas aquáticas. Nesse índice, os resultados correspondentes ao fósforo, devem ser entendidos como uma medida do potencial de eutrofização, já que este nutriente atua como o agente causador do processo. A avaliação correspondente à clorofila a, por sua vez, deve ser considerada como uma medida da resposta do corpo hídrico ao agente causador, indicando de forma adequada o nível de crescimento de algas que tem lugar em suas águas. Assim, o índice médio engloba, de forma satisfatória, a causa e o efeito do processo (CETESB, 2006). As informações adquiridas com o emprego do IQA e do IET servem para descrever o grau de poluição hídrica de um determinado ecossistema aquático. No que se refere a poluição hídrica, a cidade de Belém, localizada no estado do Pará, não é uma exceção ao descrito por Ribeiro (1992). Nessa cidade encontram-se os mananciais do Utinga, formados pelos lagos Bolonha e Água Preta, que são administrados pela Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA) para servirem como fonte de abastecimento de água para parte da população da Região Metropolitana de Belém, englobando os bairros da

20 19 Marambaia, São Brás, Cidade Nova, Pedreira, Terra Firme, Jurunas e Guamá, produzindo atualmente quatro mil litros por segundo (PEREIRA, 2004). Dentro desse contexto o objetivo deste trabalho foi monitorar a qualidade da água ao longo do Sistema de Captação de Água do Município de Belém (PA), com base em dados abióticos e bióticos, em períodos sazonais distintos da região (de menor e de maior precipitação), durante um ano, a fim de diagnosticar a atual situação das características desse ecossistema.

21 20 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Avaliar a qualidade da água do sistema de captação utilizado para o abastecimento público da Região Metropolitana de Belém, com base em dados abióticos e bióticos, em períodos sazonais distintos da região, ou seja, o período de menor precipitação (junho a novembro) e o período de maior precipitação pluviométrica (dezembro a maio). 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Avaliar a influência das águas oriundas do rio Guamá na distribuição dos parâmetros abióticos e bióticos, nos lago Bolonha e Água Preta. Aplicar o Índice de Estado Trófico no sistema de captação de água do município de Belém; Aplicar o Índice de Qualidade da Água no sistema de captação de água utilizado para o abastecimento público da Região Metropolitana de Belém.

22 21 3 QUALIDADE DA ÁGUA 3.1 PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA A água contém diversos componentes, os quais provêm do próprio ambiente natural ou foram introduzidos a partir de atividades humanas. Para caracterizar uma amostra de água, são determinados diversos parâmetros, que representam as suas características físicas, químicas e biológicas. Esses parâmetros são indicadores da qualidade da água e constituem impurezas quando alcançam valores superiores aos estabelecidos para determinado uso (VON SPERLING, 1996). Entre esses parâmetros podem ser citados: coliformes, demanda bioquímica de oxigênio, turbidez, oxigênio dissolvido, temperatura, sólidos totais, fósforo, nitrogênio, demanda química de oxigênio e condutividade. 3.2 PADRÕES E CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS A água destinada a consumo humano deve preencher condições mínimas para que possa ser ingerida ou utilizada para fins higiênicos, o que se consegue por meio das estações de tratamento quando a água do manancial oferece riscos à saúde pública (DI BERNARDO, 1995). A Organização Mundial da Saúde OMS considera prioritária a proteção da saúde pública e recomenda aos países em geral, em função das sugestões apresentadas, o estabelecimento dos parâmetros de qualidade e os valores limites a serem fixados, especialmente aqueles que podem causar dano ao ser humano, levando em conta as condições locais, uma vez que a adoção de parâmetros muito exigentes limita o emprego de alguma tecnologia econômica. No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA publicou a Resolução n 357/05, que classifica as águas doces, salobras e salinas,

23 22 estabelecendo o tipo de tratamento requerido para as águas destinadas ao abastecimento público, conforme mostra a Tabela 1. Tabela 1 Classificação das águas doces e tratamento requerido segundo a Resolução do CONAMA nº 357/05. Classificação Classe especial Classe 1 Classe 2 Classe 3 Tratamento requerido ao abastecimento para consumo humano Desinfecção Tratamento simplificado Tratamento convencional Tratamento convencional ou avançado Fonte: (Di Bernardo, 1995). Para cada classe são estabelecidos limites dos parâmetros de qualidade física, química, biológica e radiológica associados à classificação da Tabela 1. A Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT através da NB 592 Projeto de Estação de Tratamento de Água para Abastecimento Público, considera os seguintes tipos de águas naturais: Tipo A: águas subterrâneas ou superficiais, provenientes de bacias sanitariamente protegidas, de acordo com o padrão de potabilidade. Tipo B: águas subterrâneas ou superficiais, provenientes de bacias não protegidas, que possam atender parâmetros de qualidade de acordo com o padrão de potabilidade com tecnologias de tratamento que não exijam coagulação química.

24 23 Tipo C: águas subterrâneas ou superficiais, provenientes de bacias não protegidas e que exijam a coagulação química para atender o padrão de potabilidade. Tipo D: águas subterrâneas ou superficiais, provenientes de bacias não protegidas sujeitas a poluição e que requerem tecnologias de tratamento especiais para atender ao padrão de potabilidade. As características das tecnologias de tratamento recomendadas para cada tipo de água são: Tipo A: desinfecção e correção do ph; Tipo B: desinfecção, correção do ph e: 1 - decantação simples para água contendo sólidos sedimentáveis, de modo a tender ao padrão de potabilidade; 2 - filtração, precedida ou não da decantação, quando a turbidez e a cor a parente forem inferiores a, respectivamente, 40 UNT e 20 UH; Tipo C: coagulação, seguida ou não de decantação, filtração rápida, desinfecção e correção de ph; Tipo D: tratamento mínimo de água Tipo C e tratamento complementar para cada caso. A Tabela 2 mostra os limites que a Resolução CONAMA n 357/05, estabelece, aos parâmetros avaliados, para águas doces de Classe 2.

25 24 Tabela 2 Limites estabelecidos para águas doces de Classe 2. Parâmetros Limites estabelecidos Oxigênio Dissolvido não inferior a 5 mg.l -1 Coliformes Fecais 1000 /100ml ph 6,0 a 9,0 Demanda Bioquímica de Oxigênio até 5 mg.l -1 Fósforo Total até 0,030 mg.l -1 Temperatura - Nitrogênio Total - Turbidez até 100UNT Sólidos Totais - Clorofila a até 30 mg.m ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA - IQA Para facilitar a interpretação das informações sobre qualidade da água de forma abrangente e útil, para especialistas ou não, a partir de um estudo feito em 1970 pela National Sanitation Foundation dos Estados Unidos, na Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) foi adaptado e desenvolvido o Índice de Qualidade das Águas (IQA), que é determinado pelo produto ponderado das qualidades de água correspondentes aos parâmetros de temperatura da amostra, ph, oxigênio dissolvido, DBO, coliformes fecais, nitrogênio total, fósforo total e sólido total. A cada parâmetro foi atribuído um peso, listados na Tabela 3, de acordo com sua importância relativa no cálculo do IQA (ROCHA et al., 2004).

26 25 Tabela 3 Pesos dos Parâmetros que compõe o IQA Parâmetro Peso Relativo - w i Oxigênio Dissolvido (% OD) 0,17 Coliformes Fecais (NPM/100 ml) 0,15 ph 0,12 Demanda Bioquímica de Oxigênio DBO (mg.l -1 ) 0,10 Fósforo Total (mg.l -1 ) 0,10 Temperatura ( C) 0,10 Nitrogênio Total (mg.l -1 ) 0,10 Turbidez (UNT) 0,08 Sólidos Totais (mg.l -1 ) 0,08 Fonte: CETESB, Os parâmetros de qualidade, que fazem parte do cálculo do IQA refletem, principalmente, a contaminação dos corpos hídricos ocasionada pelo lançamento de esgotos domésticos. É importante também salientar que este índice foi desenvolvido para avaliar a qualidade das águas, tendo como determinante principal a sua utilização para o abastecimento público, considerando aspectos relativos ao tratamento dessas águas (CETESB, 2006). O IQA é calculado pela fórmula: IQA = p. q i. w i onde:

27 26 IQA= índice de qualidade da água (varia de 0 e 100); p = número "pi" (3,14...); q i = qualidade do i-ésimo parâmetro (entre 0 e 100); obtido da respectiva "curva de qualidade", em função de sua concentração ou medida. w i = peso correspondente ao i-ésimo parâmetro; atribuído por sua importância para a conformação global da qualidade, um número entre 0 e 1. Os valores do índice variam entre 0 e 100. A Tabela 4 mostra a classificação da qualidade das águas conforme o especificado: Tabela 4 - Classificação da qualidade das águas. Valor Qualificação 0 19 Imprópria Imprópria para tratamento convencional Aceitável Boa Ótima Fonte: CETESB, Oxigênio Dissolvido Dentre os gases dissolvidos na água, o oxigênio (O 2 ) é um dos mais importantes na dinâmica e na caracterização dos ecossistemas aquáticos. Esse gás é considerado como moderadamente solúvel, sendo este fator diretamente dependente da temperatura e pressão (ESTEVES, 1998). As principais fontes de oxigênio para a água são: a atmosfera e a fotossíntese. Por outro lado, as perdas são o consumo pela decomposição da

28 27 matéria orgânica (oxidação), perdas para a atmosfera, respiração de organismos aquáticos e oxidação de íons metálicos, como ferro e manganês (ESTEVES, 1998). Segundo Esteves (1998), durante o período de chuva há um aumento da concentração de matéria orgânica dissolvida e particulada, que se origina pela própria ressuspensão de sedimento ou a partir de águas tributárias e águas superficiais (escoamento superficial). Esta matéria orgânica é formada por inúmeros compostos em diferentes graus de decomposição. Durante a estabilização da matéria orgânica, as bactérias utilizam o oxigênio nos seus processos respiratórios, podendo vir a causar uma redução da sua concentração no meio, que dependendo da magnitude desse fenômeno, pode causar a morte de diversos organismos aquáticos, inclusive os peixes. Caso o oxigênio seja totalmente consumido, têm-se condições anaeróbias (ausência de oxigênio), com geração de maus odores (VON SPERLING, 1996) Potencial Hidrogênionico O ph da água representa as condições de acidez ou alcalinidade em que mesma se encontra, pois expressa a concentração de íons de hidrogênio, ou mais precisamente a atividade do íon hidrogênio, na água. Nas águas naturais o ph varia de acordo com o terreno atravessado pela mesma. Áreas ricas em calcários conferem a água elevados valores de ph, enquanto que, as águas poluídas apresentam baixos valores, devido a decomposição de matéria orgânica (BRAZ, 1985). O ph fica entre 4 e 9 em águas naturais na maioria das vezes são ligeiramente alcalinos, devido a presença de carbonatos e bicarbonatos Do ponto de vista ambiental é um parâmetro que determina o desenvolvimento aquático pois os organismos aquáticos estão geralmente adaptados às condições de neutralidade e, em conseqüência, alterações bruscas do ph de

29 28 uma água podem acarretar o desaparecimento dos seres nela presentes (CETESB, 2005) Demanda Bioquímica de Oxigênio A demanda bioquímica de oxigênio (DBO) representa a quantidade de oxigênio que é consumido pela respiração aeróbia na oxidação da matéria orgânica existente no meio aquático. Corresponde, na prática, a quantidade de oxigênio necessária à estabilização das matérias presentes oxidáveis bioquimicamente (BRANCO, 1978). Quando a DBO é alta o oxigênio rarefaz-se, e daí resulta condições anaeróbicas que retardam a decomposição de matéria orgânica, produzindo odores desagradáveis, além de eliminar peixes e destruir inúmeros microorganismos, cujas ausências por serem menos visíveis do que a dos peixes, são pouco sentidas, apesar de não menos importantes para o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos (PROCHNOW, 1981; MOTA, 1999) Nitrogênio Total O nitrogênio é um dos elementos mais importantes no metabolismo de ecossistemas aquáticos. Esta importância deve-se principalmente à sua participação na formação de proteínas, um dos componentes básicos da biomassa. O ciclo do nitrogênio em águas continentais é mostrado na Figura 1, destacam-se as formas de nitrogênio orgânico, amoniacal, nitrito e nitrato. As duas primeiras chamam-se formas reduzidas e as duas últimas formas oxidadas. Pode-se associar a idade da poluição com relação as formas de nitrogênio (ESTEVES, 1998).

30 29 Figura 1: Ciclo do nitrogênio (ESTEVES, 1998). Ainda segundo Esteves (1998), o nitrogênio está presente nos ambientes aquáticos sob várias formas, por exemplo: nitrato (NO - 3 ), nitrito (NO - 2 ), amônia (NH 3 ), íon amônio (NH + 4 ), óxido nitroso (N 2 O), nitrogênio molecular (N 2 ), nitrogênio orgânico dissolvido (peptídeos, purinas, aminas, aminoácidos, etc.), nitrogênio orgânico particulado (bactérias, fitoplâncton, zooplâncton e detritos), etc. O nitrogênio é um indicador de poluição por matéria orgânica, esgotos, despejos industriais, fertilizantes, etc. A maior parte do nitrogênio originalmente presente encontra-se na forma de nitrogênio orgânico. Este é gradualmente convertido a nitrogênio amoniacal e, posteriormente, se condições aeróbicas estão presentes, ocorre a oxidação da amônia a nitritos e nitratos. Assim, águas que contém maiores quantidades de nitrogênio orgânico e amoniacal

31 30 são consideradas como recentemente poluídas e apresentam-se potencialmente perigosas. Águas que contém nitrogênio na forma de nitratos são consideradas como tendo sido poluídas há longo tempo e oferece pequeno risco a saúde pública (SAWYER e MCCARTY, 1978 apud MENEZES, 1985). O nitrogênio total é o resultado da amônia livre e nitrogênio orgânico, sendo que o nitrogênio orgânico é definido como aquele nitrogênio organicamente ligado e no estado de oxidação (CETESB, 2000) Fósforo Total O fósforo é um constituinte importante nos sistemas biológicos. Esta importância deve-se à participação deste elemento em processos fundamentais do metabolismo dos seres vivos, tais como: armazenamento de energia (forma uma fração essencial da molécula de ATP) e estruturação da membrana celular (através dos fosfolipídios) (ESTEVES, 1998). Em águas naturais este elemento pode ter a seguinte nomenclatura, de acordo com Chapra (2003) apud Silva (2006): a) P orgânico particulado: presentes nos seres vivos e nos detritos orgânicos; b) P inorgânico particulado: fosfatos minerais e fosfatos complexados a materiais sólidos; c) P orgânico dissolvido: presentes em colóides de compostos orgânicos que contenham fósforo. São originados pela decomposição do fósforo orgânico particulado; d) P inorgânico dissolvido: ortofosfatos ou fósforo reativo dissolvido. Representados por: H 2 PO 4, HPO -2 4, PO -3 4 ; e) Fósforo total: representa a soma das formas orgânicas e inorgânicas, particuladas e dissolvidas.

32 31 O ciclo do fósforo é relativamente simples quando comparado ao do nitrogênio. As principais formas de fósforo são: fosfato, o qual é assimilado pelas algas e bactérias dentro da matéria orgânica celular; fósforo orgânico particulado, excretado na forma de fosfato ou como fósforo orgânico dissolvido, este último pode ser decomposto pela ação da bactéria liberando fosfato (DAY,1989 apud SANTOS, 2004). Na Figura 2 é representado o ciclo do fósforo sem a influência da cadeia alimentar segundo Silva (2006) fica resumido aos seguintes processos: 1) Absorção: nutrientes inorgânicos dissolvidos são utilizados pelos produtores primários para formação de sua biomassa; 2) Adsorção: fósforo dissolvido adsorvido pelos sólidos suspensos; 3) Excreção: processo de excreção pelo fitoplâncton; 4) Morte: nutrientes tornam-se disponíveis após a morte dos produtores primários (autólise e decomposição da matéria orgânica morta); 5) Decomposição: a decomposição da matéria orgânica morta (particulada e dissolvida) libera nutriente inorgânico dissolvido; 6) Sedimentação: matéria orgânica particulada e sólidos suspensos podem sedimentar; 7) Ressuspensão: retorno do fósforo do sedimento para a coluna de água. Figura 2: Ciclo do fósforo (SILVA, 2006).

33 Temperatura A temperatura é uma variável de grande importância no meio aquático, pois influencia no metabolismo das comunidades, como produtividade primária, respiração dos organismos e decomposição da matéria orgânica (SANTOS et al., 2003). Em lagos tropicais outro fator a ser considerado é o fenômeno de estratificação da massa d água. Segundo Esteves (1998), existe a presença de três camadas de diferentes gradientes de temperatura: uma camada superior chamada de epilímio, caracterizada por uma temperatura uniforme e quente, e uma camada inferior, o hipolímio, mais fria e mais densa. Entre as duas existe uma camada com uma marcada descontinuidade de temperatura, chamada metalímio. A grande maioria dos lagos de regiões tropicais, devido aos processos geológicos que os originaram, apresenta profundidades reduzidas. Além disso, nestas regiões a variação sazonal da temperatura é pouco acentuada em relação à variação diária. Na região amazônica, por exemplo, a amplitudes de variação diária de temperatura da atmosfera é maior do que a amplitude sazonal. Assim, devido a estes dois fatores, observam-se normalmente, em lagos tropicais, estratificações e desestratificações diárias da coluna d água, ou seja, estratificação que se desenvolve durante o período do dia, culminando com o máximo de estabilidade térmica por volta das 16 e 17 horas e desestratificação noturna, devido à perda de calor para a atmosfera. Este processo de desestratificação diária, nestes lagos, é facilitado pela pouca diferença de temperatura entre o epilímio e o hipolímio (ESTEVES, 1998) Turbidez É o grau de atenuação de intensidade que um feixe de luz sofre ao atravessá-la (e esta redução se dá por absorção e espelhamento, uma vez que as partículas que provocam turbidez nas águas são maiores que o

34 33 comprimento de luz branca), devido à presença de sólidos em suspensão, tais como partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e de detritos orgânicos, algas e bactérias, plâncton em geral, etc. (CETESB, 2005). A erosão das margens dos rios em estações chuvosas é um exemplo de fenômeno que resulta em aumento da turbidez das águas, que pode decorrer do mau uso do solo em que se impede a fixação da vegetação. Este exemplo mostra também o caráter sistêmico da poluição, ocorrendo interrelações ou transferência de problemas de um ambiente (água, ar ou solo) para outro (CETESB, 2005). Alta turbidez reduz a fotossíntese de vegetação enraizada submersa e algas. Logo a turbidez pode influenciar nas comunidades biológicas aquáticas. Além disso, afeta adversamente os usos domésticos, industrial e recreacional de uma água (SOUZA; LIMA, 2003) Sólido Total Os sólidos presentes na água podem ser classificados em sólidos dissolvidos, que são capazes de atravessar papel de fibras de vidro e sólidos em suspensão que são retidos pelo papel de fibras de vidro de 0.45 µm. Os sólidos dissolvidos e em suspensão, por outro lado, diferenciam-se em fixos, que são as substâncias inorgânicas e em voláteis, que compreendem a matéria orgânica e os compostos transformáveis em vapor quando aquecidos a 600 C (BATALHA, 1998). As operações de secagem, calcinação e filtração são as que definem as diversas frações de sólidos presentes na água em sólidos totais, suspensão, dissolvidos, fixos e voláteis, com exceção dos sólidos sedimentáveis que são a porção dos sólidos em suspensão que sedimenta sob a ação da gravidade durante um período de uma hora, a partir de um litro de amostra mantida em repouso em um cone Imhoff (PIVELI, 2005).

35 34 Sob o ponto de vista do tratamento, os sólidos em suspensão (partículas com diâmetro médio superior a 1µm), são os mais fáceis de serem separados da água, pois prevalecem sobre eles os fenômenos de massa (gravitacionais), e geralmente são removidos por sedimentação simples. Os sólidos presentes no estado coloidal (diâmetro médio na faixa de 1nm - 1µm), já são suficientemente pequenos sendo removíveis por sedimentação, desde que precedida do processo de coagulação e floculação. Os flocos que apresentam baixas velocidades de sedimentação nos decantadores podem ser separados em filtros de areia ou filtros de camada dupla de areia e carvão antracito. A dificuldade maior sob o ponto de vista do tratamento consiste na separação de moléculas muito pequenas e íons dissolvidos na água. Nestes casos, apenas processos especiais de tratamento apresentam uma boa capacidade de remoção. Dentre estes processos, destacam-se aqueles que têm como princípio os fenômenos de adsorção, troca- iônica, precipitação químico e osmose reversa (PIVELI, 2005) Coliformes Termotolerantes A preservação da qualidade das águas, particularmente em relação aos mananciais e águas de consumo humano, visto que sua contaminação por excretas de origem humana ou animal pode torná-las veículo na transmissão de agentes de doenças infecciosas e parasitárias, impõe a necessidade de exames para avaliação de sua qualidade do ponto de vista bacteriológico (CETESB, 1995). A identificação completa dos microrganismos patogênicos não se faz necessária, bastando à determinação de grupos de significado higiênico e sanitário. Para tanto se utiliza organismos indicadores de contaminação fecal. Na seleção deste indicador microbiológico têm-se como requisitos sua ocorrência em grande número nas fezes humanas, não se multiplicar no ambiente aquático e ser quantificável por métodos laboratoriais rápidos e simples (CETESB, 1995).

36 35 O grupo coliforme é um bom indicador porque aparece em grande quantidade nas fezes humanas. Cada pessoa pode eliminar até 100 bilhões deles num único dia, com isso a possibilidade deles serem encontradas é muito grande. Por serem exclusivos das fezes de animais homeotérmicos, uma vez identificada sua presença, pode-se afirmar que a água teve contato com as excretas desses animais. São tão resistentes quanto os patogênicos e sua identificação, do ponto de vista laboratorial, requer técnicas simples (JOHNSON & ROSENBERG, 1993). Este grupo abrange espécies que integram a família das enterobactérias, incluídos os gêneros: Klebsiella, Citrobacter, Enterobacter e Escherichia, sendo este último típico da flora intestinal, mas podendo ser a maioria deles encontradas em outros locais, como solo e vegetais (BRASIL, 2004b). É interessante ressaltar, que na maioria das águas brutas com que o sanitarista trabalha, os organismos patogênicos costumam, quase sempre, estar associados a partículas responsáveis pela turbidez, que parecem utilizálas como substrato e forma de proteção. Assim sendo, quando se promove a redução da turbidez da água bruta, são também removidos os patogênicos a ela associados. Além disto, os organismos que porventura atravessem essa fase do tratamento ficam expostos a ação dos compostos desinfetantes, sendo por eles eliminados (VIANNA, 1992). 3.4 ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO - IET Um dos principais processos causadores da degradação da qualidade das águas em ambientes lênticos tem sido a eutrofização que consiste no enriquecimento excessivo de nutrientes, tais como fósforo e nitrogênio, provocando o crescimento descontrolado da vegetação. Gera-se então uma biomassa superior àquela que o sistema poderia naturalmente controlar. O aumento excessivo na população e sua posterior degradação no corpo aquático geram uma demanda de oxigênio grande, a qual pode então provocar

37 36 a morte de animais aquáticos (peixes) e também a proliferação de organismos anaeróbios (GRASSI, 2001). O Índice do Estado Trófico - IET tem por finalidade classificar os corpos da água em diferentes graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo das algas ou ao aumento da infestação de macrófitas aquáticas, a Tabela 5 mostra a classificação do Estado Trófico segundo o Índice de Carlson modificado (CETESB, 2006). O índice de trofia empregado neste trabalho foi o de Carlson (1977) modificado por Tolledo et al. (1983), sugerido para regiões de clima tropical: IET (PT) = 10 x {6 - [ln (80, 32/PT) / ln2)]} IET (CL) = 10 {6 - [(2, 04 0,695 ln * CL) / ln2] Onde: CL: concentração de clorofila a medida à superfície da água, em µl -1 ; PT: concentração de fósforo total medida à superfície da água, em µl -1 ; ln: logaritmo natural. Nos meses em que estejam disponíveis dados de ambas variáveis, o resultado será a média aritmética simples dos índices relativos ao fósforo total e clorofila a, segundo a equação: IET = [IET (PT) + IET (CL)] / 2

38 37 Tabela 5 Classificação do Estado Trófico da água. Valor Estado Trófico Classes do IET IET 44 Oligotrófico 1 44 < IET 54 Mesotrófico 2 54 < IET 74 Eutrófico 3 IET > 74 Hipereutrófico 4 Fonte: CETESB, Clorofila a A clorofila a é um tipo de pigmento encontrado em parte dos cloroplastos nas células vegetais que captam seletivamente fótons de comprimento de onda definidos e utilizam essa energia para desencadear o processo fotossintético (BRANCO, 1993). Existem vários tipos de clorofila, porém as mais conhecidas são as clorofilas a, b e c. A clorofila a, é a mais comum e o principal pigmento da maioria dos vegetais e algas superiores. A clorofila b é particularmente abundante nos vegetais terrestres (CLAYTON, 1974). As concentrações de clorofila têm sido medidas em ecossistemas aquáticos, pois permitem abordagem sobre a ocorrência de microorganismos fitoplanctônicos e fornecem informações úteis sobre a qualidade da água, principalmente em processos de eutrofização. A determinação da clorofila nas águas pode avaliar a capacidade de reoxigenação do corpo d água e também de sua população de algas (ESTEVES, 1998). Segundo Esteves (1998), a classificação de ambientes aquáticos utilizando o critério de clorofila a, associada à questão da produtividade, é a seguinte:

39 38 a) Oligotróficos: lagos claros e baixa produtividade e teores máximos de clorofila a de 2 µg.l -1 ; b) Mesotróficos: lagos com produtividade intermediária e teores de clorofila a na faixa de 2 a 6 µg.l -1 ; c) Eutróficos: lagos com elevada produtividade comparada ao nível natural básico e teores de clorofila a na faixa de 6 a 18 µg. L -1 ; d) Hipertróficos: enriquecimento máximo de nutrientes; número excessivo de algas e plantas aquáticas ao ponto de impedir ou dificultar a navegação com teores de clorofila a acima de 18 µg. L -1.

40 39 4 ÁREA DE ESTUDO 4.1 A REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM A Região Metropolitana de Belém - RMB (Figura 3) é constituída pelos municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara. Abrange uma área de aproximada km 2, correspondendo a 0,1 % da superfície do Estado do Pará (OLIVEIRA, 2002). Nela residem cerca de de pessoas, aproximadamente, 30% da população do Estado (IBGE, 2010). Fisiograficamente está localizada na Zona Guajarina, entre as coordenadas geográficas 01º 03 e 01º 32 de latitudes sul e 48º 11 e 48º 39 de longitudes oeste de Greenwich. Limita-se ao sul com o rio Guamá, ao norte com a Baia de Marajó, a oeste com a Baia do Guajará e a leste com o município de Santa Isabel do Pará (OLIVEIRA, 2002).

41 40 Figura 3: Localização geográfica da Região Metropolitana de Belém. Fonte: Universidade Federal do Pará (2004). 4.2 CLIMA A Região Guajarina, onde se localiza a área estudada, é caracterizada por um clima, quente e úmido, em virtude, também, de sua baixa altitude, da topografia plana e da vegetação densa. O tipo climático atual, de acordo com a classificação de Köppen, varia entre Am e Aw tropical úmido de floresta. É uma região chuvosa, com período de chuvas de dezembro a abril, enquanto de agosto a outubro registra-se a menor pluviosidade (OLIVEIRA, 2002). O regime térmico se caracteriza pela temperatura elevada em todos os períodos, resultando na média anual de 26,9 º C (Inmet, 2009). Os ventos alcançam a velocidade média mensal calculada para uma série de 2 anos ( ) é 1,6 m/s, notando-se que são mais fortes no verão do que no inverno. Sobre a pressão atmosférica média mensal e anual

42 41 calculadas para uma série de 2 anos ( ), os valores são muito próximos em quase todos os meses (Inmet, 2009). A umidade do ar, no transcorrer do ano, acompanha de perto o regime pluviométrico, ocorrendo os maiores valores no período de dezembro a junho, atingindo marcas de até 90%, e valores médios anuais de 70% (IDESP, 1991) As médias anuais de temperatura, precipitação pluviométrica, umidade relativa, vento, pressão e evaporação calculadas para uma série de 2 anos ( ), estão representadas nas Tabelas 6 e 7 respectivamente, segundo os dados do Instituto Nacional de Meteorologia Belém (Inmet, 2009). Tabela 6 Dados meteorológicos (média mensal do período de ). Temperatura C Precipitação Pluviométrica (mm) Umidade Relativa (%) Velocidade Vento (m/s) Evaporação (mm) Pressão (atm) Janeiro 25,95 443,35 90,0 0,95 29, Fevereiro 25,70 436,40 91,0 0,95 22, Março 25,90 519,85 89,5 0,95 24, Abril 26,10 487,50 89,5 0,95 27, Maio 26,25 382,35 88,5 0,85 22, Junho 26,75 308,15 84,5 1,15 36, Julho 27,20 151,00 79,5 1,65 64, Agosto 27,75 122,10 77,5 1,80 76, Setembro 27,55 121,85 77,5 1,90 84, Outubro 27,70 126,45 77,0 2,0 77, Novembro 27,90 90,15 77,5 2,0 61, Dezembro 27,30 212,45 83,0 1,35 55, Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia Inmet / Belém.

43 42 Tabela 7 Dados meteorológicos (média anual do período de ). Dados Meteorológicos / Ano Total Temperatura C 25,13 25,20 25,16 Precipitação Pluviométrica (mm) ,63 283,4 Umidade Relativa (%) 83,25 83,91 83,58 Velocidade Vento (m/s) 1,39 1,35 1,37 Evaporação (mm) 48,45 49,99 49,22 Pressão (atm) Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia Inmet / Belém. 4.3 GEOLOGIA A área da RMB está representada geologicamente, em sua quase totalidade, por sedimentos arenosos da unidade Pós-Barreiras constituídos por latossolos amarelos e, ainda, por sedimentos do Grupo Barreiras e sedimentos Holocênicos e, em subsuperfície, sedimentos pertencentes à Formação Pirabas (MATTA, 2004). Matta (2004) ressalta que as principais unidades lito-estratigráficas que ocorrem na região de Belém e Ananindeua são os do Grupo Barreiras, a unidade Pós-Barreiras e os Sedimentos Holocênicos.

44 GEOMORFOLOGIA Segundo Dias (1991), os lagos do Utinga estão inseridos numa grande região morfológica, a dos baixos platôs amazônicos e planícies litorâneas caracterizada pelas suas cotas altimétricas mais baixas, variando de 3 a 8 m, onde é possível distinguir vários elementos que participam da estrutura morfológica da região dos baixos platôs: a) Plataformas intermediárias, correspondendo ao nível altimétrico de 10 a 15 m do patamar terciário, representando os rebordos das cabeceiras dos cursos de água. Contornadas por encostas e escarpas, tem topo aplainado tabuliforme e solos predominantemente arenosos e concrecionários característicos do Grupo Barreiras. Apresenta pontos de estrangulamento, provenientes dos processos de erosão, remontando às nascentes dos aqüíferos, de superfície; b) Níveis de terraços escalonados em altitudes inferiores com cotas variando de 5 a 10 m - baixos patamares; c) Baixadas inundáveis correspondentes ao 4 nível geral do terraço, apresentam-se esculpidas sobre terrenos recentes, em sedimentos do quaternário. 4.5 VEGETAÇÃO Segundo Moreira (1996), no município de Belém ocorre três tipos principais de vegetação: a) de várzea típica de áreas inundáveis, sobre influência periódica das marés; b) de floresta densa, associadas aos terrenos mais elevados (terra firme) e c) florestas secundárias, em áreas uma vez desmatadas. Dentro do espaço, urbano nada mais resta da floresta tropical que existiu originalmente. A cobertura vegetal predominante na área do Utinga foi originalmente à floresta Tropical Úmida Perenifólia, apresentando uma grande heterogeneidade

45 44 na composição de espécies dicotiledôneas de porte médio a alto e, grandes variações na densidade. A variação do porte e da freqüência de determinadas espécies em ocorrências localizadas, vem em função da inundação de áreas florestais, provocada pela barragem dos cursos d água do Água Preta e Bolonha, pelo desmatamento para ocupação agrícola e urbana (DIAS, 1991). Devido à interferência dos solos e dos principais processos modificadores como inundação e desmatamento, a floresta primitiva foi sendo alterada na sua cobertura original. Atualmente as áreas desmatadas ou alteradas diretamente pela ação antrópica existem em maior proporção, comparadas às áreas contendo florestas primitivas (DIAS, 1991). 4.6 TOPOGRAFIA O relevo de Belém apresenta-se de plano a suavemente ondulado na forma de baixos platôs, sem escarpamentos, exceto no litoral. É caracterizado por um conjunto de canais recentes, furos, igarapés, paranás, meandros abandonados e lagos, marcado por um complexo sistema de terra e água, com partes submetidas a inundações freqüentes, tanto pelas águas das chuvas, como pelas águas das marés ou de equinócio. A topografia da cidade é pouco variável e baixa, variando de 25 m na ilha de Mosqueiro (parte mais alta) a 4 m nas cotas mais baixas. Esta região apresenta-se constituída por solos tipo concrecionário laterítico, amarelos e nas margens do rio Guamá, o tipo Gley pouco úmido (MERCÊS,1997). 4.7 HIDROGRAFIA O sistema hidrográfico de Belém é constituído por duas grandes bacias: a baia de Guajará e o rio Guamá.

46 Baia do Guajará O Estuário Guajarino é parte integrante de outro maior, o Estuário Amazônico ou Golfão Marajoara, situado na foz do rio Amazonas, um ambiente fluvial com influências marítimas, forma-se nas confluências dos rios Pará, Acará e Guamá (PARÁ,1990). A baía situa-se a oeste da cidade de Belém e recebe as águas do rio Guamá e Acará. Possui forma alongada e estreita, e está comprimida entre as terras continentais e as ilhas fluviais da Onça, Arapiranga, Cotijuba, Jararaca, Mirim, Paquetá Açu e Jutuba. Comunica-se com a baia do Marajó e sofre diretamente a influência das marés oceânicas Rio Guamá O rio Guamá, afluente do rio Pará, tem 700 km de extensão. Nasce na Serra dos Coroados, correndo em direção Sul Norte até a cidade de Ourém, situada em sua margem direita. Seguindo para Oeste, encontra-se com o rio Capim. É navegável por pequenas embarcações até sua primeira cachoeira, a 225 km de Belém. Na foz, na Baia do Guajará, atinge 900 km de largura. O rio Guamá também é de fundamental importância, não somente no abastecimento de água para esta cidade como também no seu aspecto hidrológico (RIBEIRO, 1992). O rio Guamá e seus afluentes sofrem influências de marés e recebe constantemente sedimentos da baía do Guajará, esta que possui suas águas barrentas e, temporariamente, salobras no ápice do verão. A oscilação de suas águas, provocando variações sazonais, chegam a alagar parte das dezenas de ilhas e elevam o nível d água dos inúmeros canais, inclusive de alguns setores da Região Metropolitana de Belém. Essa situação, aliada a outros parâmetros ambientais, é prejudicial ao abastecimento público, pois grande parte da água distribuída à população de Belém é aduzida do rio Guamá para o lago Água

47 46 Preta e daí, passando pelo lago Bolonha, transportada para a Estação de Tratamento de Água do Utinga (OLIVEIRA, 2002) Lago Água Preta O lago Água Preta apresenta um volume de aproximadamente m 3 e uma área de m 2 (JUNIOR, M. I; COSTA, F. R, 2003), é formado pelas bacias hidrográficas dos igarapés Catu e Água Preta, do qual recebe o nome, encontra-se em grande parte nas terras do Utinga, as quais pertencem a COSANPA, em terras da EMBRAPA, e em áreas pertencentes a terceiros (CENSA/COSANPA, 1983). Considerado como principal lago que serve como fonte de abastecimento da cidade de Belém e com obras na barragem do lago em 1973, o lago Água Preta inicialmente com 6,0 x 10 6 m 3 de água acumulada foi ampliado a fim de permitir uma reserva de 10,55 x 10 6 m 3 de água acumulada, m 2 de área de lâmina d água (CENSA/COSANPA, 1983). A carta batimétrica do lago Água Preta registra uma profundidade máxima de 4,4 m na porção central da bacia e profundidade mínima de 0,50 m na área próxima a do rio Guamá (SODRÉ, 2007). Apresenta uma larga faixa de vegetação e proteção. Possui três nascentes designadas como nº 3; nº 4 e nº 5. A nascente conhecida como n 3 encontra-se localizada nos fundos de um conjunto habitacional Tropical, área onde estão instaladas indústrias, clubes recreativos e imóveis de ocupação residencial, a área é de terceiros, penetrando cerca de m além dos limites das terras do Utinga. A nascente n 4 localiza-se fora dos limites do Utinga e a nascente nº 5 penetra cerca de 750 m em terras de terceiros, ou seja, fora dos limites do Utinga, que são propriedades da COSANPA.

48 Lago Bolonha O lago Bolonha apresenta uma forma alongada, com 2,10 x10 6 m 3 de água acumulada, m 2 de lâmina d água e profundidade máxima em torno de 7,64 m, é um dos mananciais que vem contribuindo ao longo do tempo, como fonte de água para o abastecimento da cidade de Belém (COSANPA, 1983). Possui duas nascentes designadas com o n 1 e n 2, a de n 1 encontra-se nos fundos da Granja Santa Lúcia, do Ministério da Agricultura, e se localiza nas terras do Utinga, de propriedade da COSANPA, a nascente n 2 encontra-se fora de suas propriedades, suas margens estão totalmente ocupadas, o qual direta ou indiretamente são lançados detritos no próprio manancial (CENSA/COSANPA apud RIBEIRO, 1992). A bacia hidrográfica do lago Bolonha encontra-se localizada na região metropolitana de Belém, entre a BR 316 e o limite da bacia hidrográfica do lago Água Preta, limitando-se ao Norte e a Leste: com terras do Hospital da Aeronáutica, da Assembléia Paraense, da fundação Pestalozzi, da Tuna Luso Brasileira, do Conjunto BASA, do DNER e cerca de 300 outros lotes pertencentes a terceiros; ao Sul com os terrenos da bacia do lago Água Preta e a Oeste com a barragem do Bolonha (CENSA/COSANPA, 1983).

49 HISTÓRICO DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE BELÉM Dentro da história do abastecimento de água da cidade de Belém é possível observar que, os habitantes da cidade no período colonial, encontravam muitas dificuldades para obter água em quantidade e qualidade satisfatória. Os registros históricos revelam que os portugueses construíram poços e bicas públicas, para o uso de todos os moradores (RIBEIRO, 2002). No Ensaio Corográfico sobre o Pará, Baena (apud CRUZ, 1944) relata a existência de um igarapé no sítio Tapanã, denominado Domingos, nome de um antigo morador o índio Domingos -, de águas cristalinas, do qual bebiam os capitães generais, bispos, capitalistas e altos funcionários públicos. A água era transportada em barris colocados nas canoas que faziam o transporte diuturnamente entre Fortaleza da Barra e a cidade. Em 1801, os governantes portugueses mandaram construir para uso dos moradores e áreas adjacentes, na Travessa Piedade, um chafariz enterrado de pedra, para o qual havia uma descida feita de duas escadas laterais de cinco degraus de ladrilho. Além dessa fonte de água outros dez poços públicos foram construídos, sendo seis de pedra e quatro de madeira. Existiam também poços particulares que eram franqueados pelo público. Também por essa época existia um alagadiço que mais tarde foi transformado em manancial (Paúl d Água), que instituiu um rendoso comércio de venda de água para a população. Entretanto, esse manancial se encontrava em precárias condições de conservação e utilização, devido à intensa exploração e a falta de recursos financeiros do governo da província para realização de obras de proteção e recuperação (FEITOSA, 1994). Assim, em 1854, o presidente da Província, Sebastião do Rêgo Barros, sancionou a primeira lei para construção do sistema de abastecimento de água da cidade de Belém, com o objetivo de proteger a qualidade da água oriunda do manancial Paul D Água e sua distribuição à população. No entanto, só foram realizados os estudos preliminares (FEITOSA, 1994). No governo do presidente Francisco Araújo Brusque, em 1862, a fim de melhorar o abastecimento de água da cidade de Belém, foi firmado contrato

50 49 com a empresa Mediclott & Cia. que propôs a utilização dos mananciais do Una como fonte de abastecimento, sem, no entanto, ter sido executado, pois, segundo Feitosa (1994), em 1864, havia divergências contratuais com a referida firma, pelo então Presidente Couto de Magalhães, o que contribuiu para que os serviços de distribuição de água continuassem a cargo dos aguadeiros. Em julho de 1865, o serviço passou à responsabilidade do Tesouro Provincial. Quatro anos mais tarde, em 1869, foi firmado entre o Presidente Conselheiro João Bento da Cunha Figueiredo e o Coronel João Augusto Corrêa, o primeiro contrato para o fornecimento de água canalizada da cidade de Belém. Toda via esse contrato foi reincidido sem que as obras tivessem sido iniciadas. A essa altura, dois mananciais, de Ananindeua e Marituba, já haviam sido objeto de estudos e concluída a aprovação dos mesmos para o abastecimento de Belém (IDESP, 1991). A poluição desses mananciais devido aos dejetos urbanos determinou a transferência das fontes de abastecimento de água para as novas estradas paralelas as de São Bráz e Constituição. Somente com a criação da Companhia das Águas do Grão Pará, em 1881 é que finalmente foram demarcados os terrenos que deviam ser desapropriados no Utinga, como necessários à conservação dos mananciais. De acordo com o Dr. Souza Dantas Filho, essa fonte poderia produzir, no inverno, nove milhões de litros de água e no verão cerca de quatro milhões, pelo que foi logo aceito como principal manancial aqüífero da Companhia (DIAS, 1991). A Figura 4, mostra em 1883 as obras de canalização das águas do Utinga.

51 50 Figura 4: Canalização das águas do Utinga. Fonte: COSANPA (2009). O serviço de abastecimento pela Companhia das Águas do Grão-Pará foi inaugurado em 1883, com captação de águas dos mananciais do Utinga (FEITOSA, 1994). Entre 1901 e 1907, quando o Utinga já se mostrava insuficiente para atender a demanda de água potável na cidade de Belém, foi determinada a captação de suas águas por meio de galerias subterrâneas filtrantes e a construção de uma represa em toda sua bacia. Nesta ocasião, foi também determinada a construção de muros ao longo de um pequeno canal ( rego ) que conduzia as águas de três nascentes (Utinga, Buiussuquara e Catu) para um poço de acumulação, evitando assim o seu contato com as áreas inundáveis (CODEM, 1987). Os lagos formadores dos mananciais de Belém foram criados na década de 30, a partir de barragens de cursos d água. O primeiro a ser represado foi o rio Catu e os igarapés Buiussuquara e Utinga e, o segundo foi o rio Água Preta (SILVA, 1999). Em 1932 houve a construção do Canal Yuna (Figura 5), pelo qual as águas dos rios Água Preta e Catu eram desviadas para o Buiussuquara para que juntas chegassem até as bombas do Utinga (SILVA, 1999).

52 51 Figura 5: Canal Yuna. Fonte: COSANPA (2009). Em 1945, houve a reconstrução da barragem do lago Água Preta, elevando a sua altura em aproximadamente 0,8 m e também da barragem do lago Bolonha, elevada em aproximadamente 2,3 m. Deu-se também o inicio da construção de um novo canal que remanejava as águas do canal do Yuna e do igarapé Buiussuquara, finalizado em 1949 (SILVA, 1999). Em 1955, iniciou-se a construção da Estação de Tratamento de Água e a estabilização da barragem do lago água Preta. Após a conclusão destas obras, em 1957, foi instalada uma bomba de recalque para captar água do rio Guamá e, assim, complementar o abastecimento de água potável para a cidade de Belém, pois o sistema de lagos do Utinga não atendia a demanda da cidade durante o período de estiagem. Em 1968, procedeu-se a ampliação da capacidade de bombeamento (CODEM, 1987; FEITOSA, 1994). Na década de 80 houve a construção do atual canal de interligação entre os lagos Água Preta e Bolonha (Figura 6), como forma de manutenção de seus níveis. Apesar de receber as águas drenadas de suas bacias, o volume destes lagos é mantido pela captação de água do rio Guamá (SILVA, 1999).

53 52 Figura 6: Canal de ligação Água Preta - Bolonha Novas medidas no sentido de desapropriação da área de proteção sanitária e de preservação dos mananciais foram tomadas em abril de 1984 quando o Governador Jader Fontenelle Barbalho baixou dois decretos: n.º em seu Art. 1º declara de utilidade pública para fins de desapropriação a área de proteção sanitária, os lagos Bolonha e Água Preta, no Utinga, com dimensão de 1.598,10 ha, alcançando parte dos municípios de Belém e Ananindeua; e o decreto n , que define em seu Art. 1, como área de proteção especial para fim de preservação dos mananciais da Região Metropolitana de Belém, os terrenos que integram as Bacias Hidrográficas e a área de proteção sanitária dos lagos Bolonha e Água Preta, no Utinga, com áreas de aproximadamente 1.825,20 ha e 1.598,10 ha, respectivamente, alcançando também parte dos municípios de Belém e Ananindeua (DIAS, 1991). Na década de 90, com o agravamento do problema de captação de águas destinadas ao abastecimento da cidade, houve a necessidade de se aprimorar os instrumentos legais para que fossem preservadas as florestas marginais na área de entorno dos lagos. Portanto, amparada pelo Decreto n.º de 03 de maio de 1993, foi criada a Área de Proteção Ambiental (APA) dos mananciais de abastecimento de água de Belém, com ha, a qual objetiva assegurar a potabilidade da água dos mananciais através da restauração e da manutenção da qualidade ambiental dos lagos Água Preta e

54 53 Bolonha, do rio Aurá e respectivas bacias hidrográficas, ordenando, com base em critérios urbanísticos e ecológicos, o uso do solo, com proposta de promover a recuperação das áreas degradadas, incluindo o seu reflorestamento (PARÁ, 1993). O Decreto N /84 dispõe sobre a criação do Parque Ambiental de Belém, objetivando reavaliar e redimensionar para possível mudança de categoria de manejo a proteção sanitária dos lagos Bolonha e Água Preta, passando a ter a área de ha e perímetro de m. O Utinga ocuparia, a partir de então, uma área total de 8.989,500 m 2, conforme representado na Figura 7 (PARÁ, 1993). Figura 7: Limites da Área de Proteção Ambiental e Parque Ambiental de Belém. Fonte: Batalhão de Policia Ambiental (2010). O Projeto Belém 2000 foi desenvolvido pela COSANPA com o apoio do BNH, tendo como objetivo melhorar o abastecimento de água no município de Belém e previa a implantação de novas unidades de captação, adução,

55 54 tratamento, recalque de água tratada, reservação e redes de distribuição assim como o aproveitamento, recuperação e ampliação das unidades existentes atendendo além de Belém, as localidades de Marituba, Ananindeua e Icoaraci. Esse projeto dividia a Região Metropolitana de Belém em duas zonas de abastecimento de água: (i) Zona central: o projeto abrangeria todos os bairros da área central de Belém; (ii) Zona de expansão: previa o atendimento dos bairros das áreas mais afastadas (MERCÊS, 1997). Em 1987 foi elaborado o Programa de Recuperação das Baixadas de Belém (Projeto UNA), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e executada pelo Governo do Estado do Pará e pela Prefeitura Municipal de Belém, com o propósito de expandir a cobertura do sistema de abastecimento de água e recuperação das baixadas das Bacias de Belém (SILVA, 2001). Em 1993, foi elaborado o Programa de Saneamento para População de Baixa Renda (PROSANEAR) que visava promover a melhoria das condições de saúde e de qualidade de vida da população, por meio de ações de saneamento, integradas e articuladas com outras políticas setoriais (PEREIRA, 2003). O Programa de Ação Social em Saneamento PROSEGE foi um projeto apresentado em 1993 tendo como objetivos a melhoria das condições sanitárias em dois bairros (Marambaia e Guanabara) e a proteção sanitária dos lagos Bolonha e Água Preta, localizados na área do Utinga e utilizado como reservatórios naturais do sistema de abastecimento de água da RMB. O projeto prevê a coleta de esgoto através de rede convencional e tratamento em encaminhamento a duas estações de tratamento de esgoto localizadas na rua da Mata e na Avenida Tavares Bastos, as quais, após a conclusão das obras, lançaram seus efluentes no canal água Cristal com previsão de atendimento de habitantes (PEREIRA, 2003).

56 SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA O sistema de abastecimento da Companhia de Saneamento do Pará COSANPA tem início com a captação de água através da estação elevatória de produção de água bruta à margem do rio Guamá, onde funcionam quatro conjuntos motor-bomba de eixo vertical, que produzem m 3 /hora, aduzidas por meio de duas adutoras de aço com diâmetro de mm e mm e uma de concreto com diâmetro de 800 mm. Essa água é lançada no lago Água Preta, e este por sua vez esta ligado ao lago Bolonha através do canal Água Preta - Bolonha, de concreto armado com extensão de m (AGUIAR, 2004). No lago Bolonha existe uma tomada d água, cuja função é controlar o fluxo de água para o canal a céu aberto denominado Yuna, que por sua vez, conduz a água por gravidade, até a estação elevatória do Utinga (AGUIAR, 2004). A estação elevatória do Utinga consiste de cinco conjuntos motor-bomba de eixo vertical, sendo que três conjuntos recalcam água para a estação de tratamento de São Braz e dois conjuntos para a estação de tratamento do 5º setor, com vazões de m 3 /hora e m 3 /hora, respectivamente. Na Figura 8 é representado o fluxograma do sistema de captação de água da RMB (AGUIAR, 2004).

57 56 Ponto 3 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 4 Ponto 5 Figura 8: Fluxograma do sistema de captação de água. Fonte: Universidade Federal do Pará (2004). A Estação de Tratamento de Água São Braz é a mais antiga, localizada na sede da COSANPA, e é responsável pelo tratamento e distribuição de água à população dos bairros de São Braz, Umarizal, Comércio e Batista Campos. Tem capacidade para tratar até litros por segundo (COSANPA, 2004). A segunda ETA funciona no 5º Setor Operacional, no bairro do Marco, sendo responsável pelo tratamento e distribuição de água para a população dos bairros do Marco e parte do Souza, e produz 700 litros por segundo (COSANPA, 2004). A terceira, a ETA Bolonha, fica localizada próximo ao lago Bolonha, no Utinga, e é responsável tanto pelo tratamento quanto pela distribuição de água a população e adjacências da Marambaia, São Braz, Cidade Nova, Pedreira, Terra Firme, Jurunas e Guamá, produzindo atualmente quatro mil litros por segundo (COSANPA, 2004). A capacidade de produção na ETA do Bolonha está sendo quase que duplicada passará de para litros por segundo de água e praticamente dobrará a captação de água bruta do Guamá para os lagos

58 57 Bolonha e Água Preta. O volume captado, que hoje é de cinco mil será de nove mil litros por segundo de água. Atualmente existem apenas quatro motores de 200 cavalos que fazem o bombeamento de água, com a conclusão do projeto, serão oito motores, sendo que dois ficarão para a reserva e seis ficarão funcionando permanentemente. Com isso, espera-se garantir o abastecimento de água para os próximos 20 anos e beneficiar até 3,2 milhões de pessoas. A capacidade atual de abastecimento é de 1,2 milhões de pessoas (COSANPA, 2009).

59 58 5 MATERIAL E MÉTODOS 5.1 ATIVIDADES DE CAMPO Para o desenvolvimento da pesquisa foram definidos cinco pontos de coleta de água superficiais distribuídos ao longo do sistema de captação de água (Figura 9) utilizado para o abastecimento da Região Metropolitana de Belém pela COSANPA. Figura 9: Mapa de localização da área de estudo. Fonte: Adaptado do Google Earth, As coletas foram iniciadas em novembro de 2008, tiveram a duração de um ano, sendo realizadas mensalmente, de maneira a obter dados do período de maior precipitação pluviométrica (dezembro a maio) e período de estiagem (junho a novembro).

60 59 No mês de março, em função do período chuvoso, não foi possível realizar a coleta no ponto P1, devido às condições da estrada que dá acesso ao rio Guamá. As coletas hidrológicas foram realizadas com garrafa de Van-Dorn e armazenadas em dois frascos de polietileno de 1000 ml cada, devidamente identificados de acordo com o ponto de coleta, resfriadas e acondicionadas. Para as análises de coliformes termotolerantes as amostras de água foram coletadas em frascos estéreis preenchidos até 2/3 da capacidade volumétrica total, vedados e identificados. Todos os procedimentos de coleta, conservação e transporte das amostras de água superficial seguiram as recomendações do American Public Health Association (APHA, 1998). As amostras foram levadas ao Laboratório de Controle de Resíduos LCR da Universidade Federal do Pará - UFPA. No local de coleta foram realizadas as leituras dos valores de ph das amostras, com um phmetro portátil da marca phteck; verificada a temperatura com um termômetro digital modelo TE-300, feita a fixação do oxigênio dissolvido para posterior análise. Os pontos foram georeferenciados com o auxilio do GPS (Sistema de Posicionamento Global ) da marca Garmin Plus (Tabela 8).

61 60 Tabela 8 Identificação e localização dos pontos de coleta. Pontos de coleta Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Coordenadas Geográficas S W S W S W S W S W Descrição Captação de água do rio Guamá Ponto de transição Água Preta Bolonha Entrada da ETA No Laboratório foram realizadas as análises de turbidez, DBO, oxigênio dissolvido, sólidos totais, fixos e voláteis, sólidos dissolvidos totais, fixos e voláteis; sólidos sedimentáveis, nitrogênio total, fósforo total e clorofila a. A Tabela 9 apresenta os parâmetros determinados, o princípio do método e referências das análises.

62 APHA, Tabela 9 - Parâmetros determinados, princípios do método e referências. Parâmetros Método/Equipamento Referência DBO Incubação por 5 dias APHA, 1976 Clorofila a Espectrofotométrico APHA, 1976 Coliformes Fecais Tubos Múltiplos APHA, 1976 Oxigênio Dissolvido Método de Winkler APHA, 1976 ph Temperatura Turbidez phmetro (phteck) Termômetro digital modelo TE-300 Turbidimetro 2100P HACH _ Sólidos Sedimentáveis Método Gravimétrico Sólidos Totais (Fixos e Voláteis) Método Gravimétrico Sólidos Dissolvidos (Fixos e Voláteis) Método Gravimétrico Fósforo Total Oxidação com persulfato de potássio Nitrogênio Total Oxidação com persulfato de potássio

63 TRATAMENTO DOS DADOS Os dados dos parâmetros abióticos foram analisados através de métodos de estatística descritiva e de análise de componentes principais. Na análise de componentes principais as variáveis originais são linearmente combinadas com o objetivo de projetar o máximo de informação no menor número de dimensões. A informação total contida no conjunto de dados de partida é quantificada pela matriz de covariância. A primeira componente principal (PC1) é a direção de máxima variância e, portanto, de máxima informação no espaço multidimensional original. A segunda componente (PC2) é ortogonal a PC1 e corresponde ao eixo que explica o máximo possível da informação que não pôde ser representada pela primeira componente. Juntas, PC1 e PC2 definem o plano de máxima informação no espaço multidimensional. Se as variáveis apresentarem muitas correlações significativas, é possível que esse plano já contenha informação suficiente para permitir inferir os padrões de associação existentes nos dados de partida (MASSART et al., 1998).

64 63 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES 6.1 ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS A análise de componentes principais com os dados para os períodos chuvoso e de estiagem nos cinco pontos de estudo, explicaram cerca de 45% da variância original (Figura 10 e Tabela 10). A primeira componente (PC1) explicou 28% e apresentou como principais elementos o ph (-0,62), a turbidez (-0,79), o coliforme fecal (-0,45), o fósforo total (-0,64), o sólidos totais (-0,76) em contraste com a temperatura (0,54). A correlação positiva entre a concentração do fósforo total e a turbidez, os sólidos totais e o coliforme fecal indica a presença de fontes difusas de poluição e a correlação negativa entre o ph e a temperatura, mostra que durante o período de estiagem foram encontrados os menores valores do ph. A segunda componente (PC2) explicou cerca de 17% da variância total apresentando um contraste entre DBO (0,54), ph (0,48), nitrogênio total (0,44) e o OD (-0,68). A correlação negativa entre o OD e o DBO decorre do fato da demanda biqouímica de oxigênio afetar diretamente os níveis de oxigênio dissolvido no ambiente aquático, ou seja, quanto maior a DBO maior foi o consumo de oxigênio dissolvido do sistema, e uma menor quantidade deste gás estará disponível no ambiente aquático (Figura10).

65 64 0,6 0,4 ph Fósf oro total DBO Nitrogênio total 0,2 Pesos em PC2 (17%) 0,0-0,2 Sólidos Turbidez totais Colif orme f ecal Clorof ila a Temperatura -0,4-0,6 OD -0,8-1,0-0,8-0,6-0,4-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 Pesos em PC1 (28%) Figura 10: Pesos das variáveis nas duas primeiras componentes principais com os dados obtidos, durante os períodos de estiagem e chuvoso, nos cinco pontos de estudo. Tabela 10 - Pesos e variância explicadas pelas duas primieiras componentes principais da análise dos dados obtidos, durante os períodos de estiagem e chuvoso, nos cinco pontos de estudo. Os valores mais significativos estão em negrito. VARIÁVEL PC1 PC2 DBO -0,04 0,54 OD -0,30-0,68 ph -0,62 0,48 Turbidez -0,79-0,33 Coliforme fecal -0,45-0,08 Temperatura 0,54-0,31 Fósforo total -0,64 0,33 Nitrogênio total 0,13 0,44 Clorofila a 0,33 0,30 Sólidos totais -0,76-0,32 Variância explicada (%) 28 17

66 65 A Figura 11 apresenta os escores nas duas primeiras componentes principais, estratificados de acordo com o período de coleta. Os dados apresentaram uma separação entre os períodos de coletas ao longo da PC1, com os escores mais positivos para o período de estiagem, indicando os maiores valores de temperatura, enquanto no período chuvoso os escores foram mais negativos indicando maiores valores de ph, turbidez, sólidos totais, coliforme fecal e fósforo total. Na PC2 os escores mais positivos durante o período chuvoso indica maiores valores de DBO, nitrogênio total e ph Período chuvoso Período de estiagem Pesos em PC2 (17%) ,0-2,5-2,0-1,5-1,0-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 Pesos em PC1 (28%) Figura 11: Escores nas duas primeiras componentes principais, na análise feita com os dados obtidos, durante os períodos de estiagem e chuvoso, nos cinco pontos de estudo.

67 OXIGÊNIO DISSOLVIDO A determinação do teor de oxigênio dissolvido é um dos ensaios mais importantes no controle de qualidade da água. Águas superficiais relativamente límpidas geralmente são saturadas de oxigênio dissolvido, porém, caso ocorra uma entrada de esgoto doméstico este pode ser rapidamente consumido. O conhecimento da concentração desse gás em mananciais utilizados para abastecimento de água é preponderante para avaliar a qualidade da água, uma diminuição acentuada em sua concentração pode acarretar problemas em uma Estação de Tratamento de Água - ETA devido à redução da qualidade da água bruta. O menor (0,2 mg.l -1 ) e o maior (8,0 mg.l -1 ) teor de oxigênio dissolvido do período de estudo foram detectados nos pontos P3 (janeiro, chuvoso) e P4 (junho, estiagem), respectivamente (Figura 12). Figura 12: Distribuição dos valores de oxigênio dissolvido (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo. O presente estudo detectou valores mínimos e máximos de oxigênio dissolvido nos pontos P1 (4,8 mg.l -1 em abril - 7,4 mg.l -1 em outubro) e P2 (3,1

68 67 mg.l -1 em abril - 7,3 mg.l -1 em dezembro). Mazzeo (1991) encontrou na baía do Guajará e no rio Guamá valores de oxigênio dissolvido entre 6,5 mg.l -1 e 8,0 mg.l -1. O ponto P3 teve valores (0,2 mg.l -1 em janeiro - 7,0 mg.l -1 em maio) de oxigênio dissolvido próximo aos descritos por Ribeiro (1992) que registrou valores na faixa de 0 mg.l -1 a 8,9 mg.l -1. Sodré (2007) encontrou valores de 3,1 mg.l -1 a 5,1 mg.l -1. No ponto P4 e P5 os menores valores (P4-1,2 mg.l -1, P5-1,5 mg.l -1 ) de oxigênio dissolvido foram registrados no mês de fevereiro e os maiores em junho (P4-8,0mg.L -1, P5-7,2 mg.l -1 ), os resultados ficaram abaixo aos obtidos por Ribeiro (1992) que registrou no lago Bolonha valores entre 2,5 mg.l -1 a 9,2 mg.l -1. Com relação à média anual da concentração de oxigênio dissolvido, esta oscilou de 3,1 mg.l -1 a 6,5 mg.l -1, detectados nos pontos P4 e P2, respectivamente (Figura13). Figura 13: Média anual de OD (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo. A avaliação da média anual do teor de oxigênio dissolvido mostra um padrão na distribuição desse gás, com uma tendência dos maiores valores

69 68 estarem situados nos pontos P1 e P2. No ponto P1 (6,4 mg.l -1 ) os valores mais elevados da média anual deste gás podem ser explicados pela maior velocidade que as águas dos rios possuem em relação velocidade das águas de lagos o que provoca uma maior movimentação da massa d água. No ponto P2 (6,5 mg.l -1 ) os maiores valores da média anual de oxigênio dissolvido podem ser atribuídos à intensa agitação que a água apresenta neste ponto o que favorece a distribuição desse gás. A média anual da concentração de oxigênio dissolvido nos pontos P4 (3,1 mg.l -1 ) e P5 (3,7 mg.l -1 ) foram inferiores quando comparadas com a média anual do valor obtido no ponto P3 (4,8 mg.l -1 ), fato que pode ser atribuído a diferença de volume de água entre os lagos (Bolonha e Água Preta), como também pelo bombeamento das águas do rio Guamá que provoca, uma maior movimentação da massa d água tornando uma fonte geradora de oxigênio dissolvido no lago Água Preta, ou ainda, pela grande quantidade de vegetação no lago Bolonha que acarreta uma redução da penetração de energia solar reduzindo o processo fotossintético que é um dos responsáveis pela entrada de oxigênio no meio aquático. De modo geral o oxigênio dissolvido apresentou significativa variação de concentração em todos os pontos estudados, entre de valores relativamente baixos a elevados, mas compatíveis quando comparados com dados da literatura para os mesmos pontos avaliados. 6.3 POTENCIAL HIDROGENIÔNICO O ph é outro parâmetro considerado importante na caracterização de ambientes aquáticos. Von Sperling (1996) ressalta que o ph é importante em diversas etapas do tratamento da água, sendo que ph baixo (ph<7 condições

70 69 ácidas) ocorre corrosividade e agressividade ph elevado (ph>7 condições básicas) a possibilidade de incrustações nas águas de abastecimento. O menor (3,7) e o maior (6,9) valor de ph foram detectados nos pontos P5 em agosto (estiagem) e P2 em março (chuvoso), respectivamente (Figura 14). Figura 14: Distribuição dos valores de ph nos cinco pontos de estudo. No ponto P1 os valores de ph oscilaram entre 4,2 em junho e 6,6 em fevereiro, os quais estão dentro do esperado para as águas do rio Guamá, onde Pereira (2007) encontrou ph de 6,2; Ramos (2004) entre 6 e 7; e Menezes (1999) de 6,0 a 6,3. Os valores obtidos no ponto P2 de 4,3 em junho e 6,9 em março foram próximos aos encontrado no ponto P1. Neste local, Pereira (2007) encontrou ph na faixa de 6,9. Em P3 o ph ficou entre 4,0 em agosto e 6,8 em janeiro e março, com valor máximo (6,8) igual ao descrito por Pereira (2007).; e próximo aos valores encontrados por Braz (1985) de 6,8; Ribeiro (2005) de 5,9 a 6,8 e Ribeiro (1992) de 4,9.

71 70 No ponto P4 a variação do ph foi entre 4,0 em outubro e 6,7 em março, na faixa dos valores descritos por Pereira (2007) para o mesmo ponto (6,9), e por Sodré (2007) de 6,2. No ponto P5 foi detectado menor valor de ph que oscilou de 3,7 em agosto e 6,5 em março. Neste ponto o valor (6,5) verificado por Pereira (2007) foi igual ao máximo encontrado, e abaixo ao encontrado por Braz (1985) de 7,8. Ou seja, os menores valores de ph foram detectados durante o periodo de estiagem e no período chuvoso os maiores valores. Quanto à média anual o menor e o maior valor de ph foram detectados, respectivamente, nos pontos P5 (5,0) e P2 (5,4) (Figura 15). Os resultados obtidos de ph em todos os pontos e em ambos períodos conferem características ácidas a água. Figura 15 : Média anual de ph nos cinco pontos de estudo.

72 DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO Para avaliar a poluição orgânica a análise da DBO é utilizada como indicadora das condições de poluição do meio. Quando se mede a DBO não se determina qual a principal fonte consumidora de oxigênio: se são as algas vivas que consomem oxigênio pela respiração ou se são as bactérias que consomem pela decomposição da matéria orgânica. No entanto, sabe-se que há um grande predomínio deste último processo sobre o primeiro quando se considera a demanda em um dado instante ou em certo espaço de tempo, significando, talvez, que a respiração das algas deva consumir oxigênio muito lentamente que a decomposição por atividade bacteriana (SAWYER & McCARTY,1978 apud RIBEIRO,1992). Ao comparar os pontos estudados, observa-se que no ponto P2 (junho, estiagem) a DBO teve o menor valor (0,5 mg.l -1 ) e no ponto P4 (dezembro, período chuvoso) o maior valor (11,5 mg.l -1 ) (Figura 16). Os dados de DBO nos pontos P1, P2 e P3 apresentaram os valores mínimos (P1-1,2 mg.l -1, outubro; P2-0,5 mg.l -1, junho; P3-0,5 mg.l -1, outubro) e máximos (P1-8,0 mg.l -1, novembro; P2-8,1 mg.l -1,agosto; P3-7,9 mg.l -1, novembro) durante o período de estiagem. Em águas poluídas como o igarapé Mata Fome, Lopes (2007) encontrou o valor máximo no período chuvoso de 10,2 mg.l -1 e de 12,1 mg.l -1 no período de estiagem. Cunha (2003) registrou no lago Água Preta concentrações de DBO entre 1,3 mg.l -1 e 4,0 mg.l -1, no período de estiagem, e entre 3,3 mg.l -1 e 8,6 mg.l - 1, no período chuvoso. Ao comparar esses valores com os dados obtidos no ponto P3 no presente estudo observa-se que o mínimo obtido está abaixo ao descrito por Cunha em ambos os períodos. No ponto P4 o menor valor (0,9 mg.l -1 ) foi registrado em outubro (período de estiagem), e o maior (11,5 mg.l -1 ) em dezembro (período chuvoso). Para o ponto P5 o mínimo (1,6 mg.l -1 ) foi detectado em junho

73 72 (período de estiagem) e o máximo (8,3 mg.l -1 ) em novembro (período de estiagem). Souza e Lima (2003) em estudo realizado no lago Bolonha, no período de estiagem, encontraram em um ponto a 50 m da entrada da ETA valor máximo DBO de 24,0 mg.l -1, o que confirma a depreciação na qualidade da água dentro desse lago. Figura 16: Distribuição dos valores de DBO (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo. O menor valor da média anual de DBO foi de (4,1 mg.l -1 ) encontrado no ponto P3 e o maior de (6,0 mg.l -1 ) no ponto P5 (Figura17). A média anual nos pontos P4 (6,0 mg.l -1 ) e P5 (6,5 mg.l -1 ) mostra que foram encontrados os maiores valores de DBO entre as estações de amostragem em oposição a baixos teores de OD (P4-3,1 mg.l -1, e P5-3,7 mg.l -1 ), que mostra o maior consumo desse gás devido ao processo de decomposição da matéria orgânica. Esse processo ocorrente pode ser atribuído ao modelo de urbanização sem planejamento nos limites do Parque Ambiental, que aumentam a entrada de carga orgânica na área em estudo. Essa relação negativa entre a DBO e o OD foi confirmada pela análise de componentes principais ao longo da PC2.

74 73 Figura 17: Média anual de DBO (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo. 6.5 NITROGÊNIO TOTAL Dentre os nutrientes responsáveis pela perda da qualidade da água, destacam-se o nitrogênio e o fósforo, ambos são relacionados diretamente com o processo de eutrofização, que acarreta na proliferação de macrófitas aquáticas. Em lagos essa proliferação pode afetar, por exemplo, o nível de oxigênio dissolvido, temperatura, passagem da luz ou ainda produzir toxinas. Os teores de nitrogênio total variaram entre 0,2 mg.l 1 e 2,9 mg.l 1. No mês de junho (período de estiagem) no ponto P1 foi registrada a menor concentração e no ponto P4 o maior valor no mês de dezembro (período chuvoso), conforme Figura 18. No ponto P1, a menor (0,2 mg.l -1, junho) e a maior (1,4 mg.l -1, outubro) concentração de nitrogênio total foram detectadas no período de estiagem. Para os demais pontos foi observada uma variação sazonal, com as menores concentrações (P2-0,2 mg.l -1, junho; P3-0,2 mg.l -1, outubro; P4 -

75 74 0,3 mg.l -1, junho; P5-0,3 mg.l -1, junho) detectadas durante o período de estiagem, e as maiores (P2-1,1 mg.l -1 ; P3-2,2 mg.l -1 ; P4-2,9 mg.l -1 ; P5-1,0 mg.l -1 ) no mês de dezembro, durante o período chuvoso. Observa-se ainda que no ponto P1 no mês de outubro, nos pontos P2, P3 e P4 em dezembro e o ponto P4 em julho, os valores registrados foram superiores aos demais encontrados. Essas exceções no mês de dezembro podem ter relação com o carreamento de materiais para os corpos d água através de escoamento superficial decorrente do período chuvoso, conforme verificado na análise de componentes principais. Nos meses de julho e outubro, nos pontos P4 e P1, respectivamente, podem ser resultado de descargas difusas de esgoto doméstico e industrial. Figura 18: Distribuição dos valores de nitrogênio total (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo. A média anual da concentração de nitrogênio total teve o menor valor (0,4 mg.l -1 ) no ponto P2, e o maior (0,7 mg.l -1 ) no ponto P4 (Figura 19).

76 75 Figura 19: Média anual de nitrogênio total (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo. Em termos de média anual as concentrações de nitrogênio total foram de 0,5 mg.l -1 e 0,4 mg.l -1 nos pontos P1 e P2, respectivamente. Fracaro (2005) analisou a qualidade rio Vitorino (PR) e encontrou valor mínimo de (0,02 mg.l -1 ) e valor máximo de (4,3 mg.l -1 ) de nitrogênio total e concluiu que os índices detectados não comprometem a qualidade da água. A média anual de nitrogênio total nos pontos P3 (0,6 mg.l -1 ), P4 (0,7 mg.l -1 ) e P5 (0,5 mg.l -1 ) foram menores aos valores detectados por Souza e Lima (2003) que registraram concentrações entre 4,3 mg.l -1 e 15,7 mg.l -1 no lago Água Preta, e no lago Bolonha concentrações entre 5,6 mg.l -1 e 7,6 mg.l - 1. A diferença nos resultados do presente estudo e os valores encontrados por Souza e Lima (2003) podem ser atribuídos à escolha de diferentes pontos de coletas dentro dos lagos, ou que apesar da forte influência antrópica, os lagos ainda passam por um processo de autodepuração e renovação de suas águas.

77 FÓSFORO TOTAL Os resultados obtidos de fósforo total não mostraram um padrão de distribuição claramente definido quanto às estações de amostragem. No que se refere à sazonalidade os meses de janeiro, fevereiro e março (período chuvoso) apresentaram certa elevação dos níveis de fósforo total em todos os pontos de coleta quando comparado aos demais meses, conforme verificado na análise das componentes principais ao longo da (PC1). A menor concentração de fósforo total (0,02 mg.l -1 ) foi detectada no ponto P3 (julho, período de estiagem) e a maior (0,46 mg.l -1 ) no ponto P2 (março, período chuvoso), conforme Figura 20. No ponto P1 a menor concentração de fósforo total (0,08 mg.l -1 ) foi detectada nos meses de novembro e junho (ambos período de estiagem) e a maior (0,35 mg.l -1 ) em fevereiro (período chuvoso). Nos demais pontos foram encontrados as menores concentrações (P2-0,06 mg.l -1 e P3-0,02 mg.l -1 em julho; P4-0,05 mg.l -1, novembro; P5 0,05 mg.l -1, junho) durante o período de estiagem e as maiores concentrações (P2 0,46 mg.l -1, março; P3 0,37 mg.l -1, fevereiro; P4 0,44 mg.l -1, março; P5 0,36 mg.l -1, fevereiro) no período chuvoso.

78 77 Figura 20: Distribuição dos valores de fósforo total (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo. A Figura 21 representa média anual de fósforo total, o menor valor foi de 0,14 mg.l -1 e o maior de 0,22 mg.l -1, encontrados nos pontos P5 e P2, respectivamente. Figura 21: Média anual de fósforo total (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo. No ponto P1 a avaliação do resultado obtido de fósforo total em termo de média anual foi de 0,17 mg.l -1, valor próximo ao encontrado por Pereira (2007)

79 78 no rio Guamá (0,1 mg.l -1 ). Fracaro (2005) detectou valores para fósforo total entre 0,03 mg.l -1 e 1,73 mg.l -1, o valor máximo registrado segundo este autor é relacionado a péssima qualidade da água, comprometida com excesso de fósforo. No ponto P2 a média anual (0,2 mg.l -1 ) da concentração de fósforo total foi a mais elevada, quando comparada as outras estações de amostragem. Esse valor foi próximo ao valor máximo (0,25 mg.l 1 ) descrito por Pereira (2007). Alves (2007) avaliou as diferentes formas de fósforo dentro do lago Água Preta, e encontrou para fósforo total valor mínimo de 0,057 mg.l -1 e máximo de 0,205 mg.l -1, e classificou o lago como eutrófico. Cunha (2003) obteve o valor mínimo de 0,01 mg.l -1 e máximo de 0,02 mg.l -1 ; Souza e Lima (2003) encontraram o mínimo de 0,0267 mg.l -1 e máximo de 0,140 mg.l -1. Ao comparar a média anual de fósforo total no ponto P3 (0,15 mg.l -1 ), observa-se que o valor ficou dentro da faixa descrita por esses autores. A média anual de fósforo total no ponto P4 (0,19 mg.l -1 ) foi maior ao valor obtido Pereira (2007) de 0,09 mg.l -1. Para o ponto P5 a média anual (0,14 mg.l -1 ) foi próxima ao encontrado por esse autor (0,13 mg.l -1 ), porém, menor ao detectado por Ribeiro (1992) no lago Bolonha (0,38 mg.l -1 ). De modo geral, as médias anuais de fósforo total entre as estações de amostragem eram esperadas, pois como já mencionando, o rio Guamá em função da deficiência do sistema de saneamento da cidade acaba sendo o destino final de grande parte de todo esgoto que é produzido na RMB, e dentro dos mananciais as concentrações de fósforo total podem ser associada a fontes difusas, provenientes das ocupações às margens dos lagos.

80 TEMPERATURA Nas regiões tropicais a temperatura apresenta valores elevados e um ciclo sazonal definido. A temperatura das águas superficiais resulta principalmente das condições climáticas da área, varia com a profundidade e à hora do dia e, afetam diretamente muitas características físicas, químicas e biológicas da água, influencia no retardamento ou aceleração da atividade biológica, na absorção de oxigênio, precipitação de compostos, formação de depósitos, desinfecção com cloro e também indiretamente, nos processos de mistura, floculação, sedimentação e filtração (WAICHAMAN, 2002). Segundo Rodier (1981) temperaturas acima de 33 C tornam a água imprópria para consumo público, pois nesta faixa, as reações químicas e bioquímicas se aceleram, e favorece o desenvolvimento de microrganismos nas próprias canalizações e intensifica ao mesmo tempo odores e sabores. A análise do perfil de temperatura ao longo do período de estudo mostrou que a mesma apresentou pequena variação entre os períodos sazonais (mínimo de 27,5 e máximo de 31,5 C) (Figura 22). No ponto P1 o menor valor (27,5 C) de temperatura foi registrado em setembro (período de estiagem) e o maior (31,5 C) no mês de janeiro (período chuvoso). Em P2 os meses de fevereiro e março (chuvoso) registraram os menores valores de temperatura (27,5 C) e o maior valor de (30,5 C) foi detectado no mês de novembro (estiagem). No ponto P3 o mês de março (chuvoso) registrou o menor valor de temperatura (27,5 C) e o maior valor de (30,5 C) foi detectado nos meses novembro (estiagem); dezembro e janeiro (chuvoso); julho, agosto e outubro (estiagem) No ponto P4 o mês de fevereiro (chuvoso) registrou o menor valor de temperatura (27,5 C) e o maior valor de (31,5 C) foi detectado nos meses de agosto e outubro (estiagem).

81 80 Em P5 os meses de fevereiro e março (chuvoso) registraram o menor valor de temperatura (27,5 C) e o maior valor de (30,5 C) foi detectado nos meses de novembro (estiagem); dezembro (chuvoso); julho, agosto e outubro (estiagem). Figura 22: Distribuição dos valores de temperatura ( C) nos cinco pontos de estudo. Observa-se que ao longo do espaço, P1 registra as maiores médias de temperatura (30,5 C) e P2 as menores (28,7 C). Porém, tanto ao longo do tempo quanto ao longo do espaço os resultados de temperatura demonstram certa homogeneidade ao longo do período de estudo e encontram-se bem próximos aos valores de temperatura ambiente local (Figura 23). A média anual de temperatura foi mais elevada no ponto P1 (30,5 C), o que pode ser atribuído ao fato de não existir nenhum tipo de cobertura vegetal próximo ao ponto de coleta, possibilita que a radiação solar direta promova um maior aquecimento destas águas. No ponto P2 (28,7 C) ao contrário, há pouco contato da radiação solar com a água devido à intensa cobertura vegetal local, o que explica as temperaturas mais amenas. Já os locais onde foram realizadas as coletas dos pontos P3 (29,5 C), P4 (29,4 C) e P5 (29,3 C) possuem características semelhantes com a

82 81 existência de grande quantidade de plantas aquáticas sobrenadantes que formam uma barreira e dificultam a entrada e propagação do calor nestas águas e explicam faixas de temperatura muito próximas nestes pontos de coleta. Figura 23: Média anual da tempertura ( C) nos cinco pontos de estudo. Segundo Sioli (1949) a temperatura dos grandes rios amazônicos é muito estável, entre 28 C e 30 C, valores que se assemelham à faixa de temperatura registrada neste estudo. 6.8 TURBIDEZ As águas dos rios Amazônicos também são caracterizadas com relação à turbidez. As medidas desse parâmetro são importantes na avaliação conjunta das propriedades das águas destinadas ao consumo humano. Em geral, localidades cujos mananciais para abastecimento são rios ou outras fontes superficiais, requerem floculação química devido à elevada turbidez, como é o

83 82 caso de Belém. Além dos prejuízos de natureza estética, a turbidez elevada pode funcionar como uma proteção física aos microrganismos, contra a ação do desinfetante (MENEZES,1985). Ao logo de todo período de estudo o menor valor de turbidez (2,5 UNT) foi registrado no ponto P4, no mês de julho (estiagem), e o maior (286 UNT) no ponto P2, no mês de fevereiro (chuvoso), conforme Figura 24. Em todas as estações de amostragem os menores valores de turbidez foram detectados no período de estiagem (P1-18,83 UNT em julho; P2-32,15 UNT em julho; P3-3,65 UNT em agosto; P4-2,5 UNT em julho; P5-2,25 em fevereiro UNT) e os valores mais elevados no período chuvoso (P1-276 UNT em janeiro; P2-286 UNT em fevereiro; P3-109 UNT em fevereiro; P5-25,4 UNT em março) com exceção de P4, com o maior valor (88,4 UNT) detectado no mês de novembro. Apesar de apresentar valores mais elevados no decorrer do período chuvoso, independente do período de coleta os valores de turbidez diminuem progressivamente do ponto P1 em direção ao ponto P5, o que revela que os lagos funcionam como pré-decantadores naturais. Figura 24: Distribuição dos valores de turbidez (UNT) nos cinco pontos de estudo.

84 83 A menor (9,22 UNT) e a maior média anual (137 UNT) de turbidez foram registradas em P5 e P2, respectivamente (Figura 25). Figura 25: Média anual da turbidez (UNT) nos cinco pontos de estudo. O valor da média anual da turbidez no ponto P1 (120 UNT) pode ser atribuído à influência das águas oriundas do rio Guamá. Pereira (2007) avaliou a qualidade das águas do rio Guamá, e encontrou valor máximo de 142 UNT, valor próximo ao detectado no presente estudo. Ribeiro (1992) encontrou no rio Guamá turbidez de 51 UNT, no período de estiagem, e de 20 UNT, no período chuvoso. Resultados que diferem aos encontrados neste trabalho no que se refere à influência da sazonalidade, uma vez que para esse autor o aumento da precipitação provocou a diluição das águas, e índices mais baixos de turbidez. No presente estudo os valores mais elevados de turbidez foram registrados no período chuvoso. Brigante et al. (2003) citam que, além da natureza geológica da bacia de drenagem dos rio brasileiros, a contribuição das fortes chuvas tropicais carreia componentes dos solos erodíveis ou agricultados, transportando partículas de argila, silte, fragmentos de rocha e óxidos metálicos do solo para dentro dos ambientes aquáticos, o que eleva a turbidez.

85 84 No ponto P2, ponto de transição de conduto fechado para conduto livre, que provoca intensa movimentação da água e dificulta a sedimentação dos sólidos em suspensão foi detectada a maior média anual de turbidez 137 UNT. Ao avaliar o mesmo ponto de estudo Pereira (2007) encontrou valor de turbidez de 95 UNT, próximo ao detectado no presente trabalho. A média anual de turbidez no ponto P3 foi de 31,4 UNT, resultado acima do encontrado por Sodré (2007) que registrou média anual de 21,9 UNT, para o referido lago. Nos pontos P4 (17,5 UNT) e P5 (9,2 UNT), Pereira (2007) encontrou para os respectivos pontos valores de 18 UNT e 15 UNT. A diminuição da turbidez do ponto P1 em direção ao ponto P5 pode ser explicada pelo fato de que à medida que se distancia do ponto de lançamento das águas do Guamá dentro do lago Água Preta ocorre uma menor movimentação das águas o que favorece a deposição dos sólidos. 6.9 SÓLIDOS TOTAIS, FIXOS E VOLÁTEIS Altos teores de sólidos totais podem resultar em problemas estéticos, depósitos de lodo, proteção a organismos patogênicos. Por incluir todos os tipos de sólidos (dissolvidos, em suspensão e sedimentáveis), os sólidos totais podem também apresentar concentrações elevadas, particularmente de sulfato e cloreto, os quais encontram-se associados à tendência a corrosão em sistemas de distribuição, formação de banco de lodo, além de conferir gosto as águas (WAICHMAN, 2002). Ao comparar os resultados dos sólidos totais e de turbidez, pode-se observar uma correlação entre ambos, que possibilita verificar que a oscilação de sólidos faz com que haja variação da turbidez. Essa correlação positiva entre os sólidos totais e turbidez também foi verificada na análise da primeira componente principal (PC1).

86 85 O menor valor de sólido total foi registrado no periodo de estiagem no ponto P3 (36 mg.l -1 ) em maio, e o maior no período chuvoso no ponto P1 (215 mg.l -1 ) em janeiro (Figura 26). Figura 26: Distribuição dos valores de sólidos totais (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo. A fração de sólidos totais fixos apresentou menor concentração no periodo de estiagem e maior período chuvoso. Sendo a menor concentração fixa no ponto P3 (10 mg.l -1 ) em setembro, e a maior concentração no ponto P2 (164 mg.l -1 ) em janeiro (Figura 27).

87 86 Figura 27: Distribuição dos valores de sólidos totais fixos (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo. A menor concentração da fração volátil (5,0 mg.l -1 ) foi nos pontos P3 e P5 em julho e outubro, respectivamente. E a maior concentração no ponto P1 (92 mg.l -1 ) em janeiro (Figura 28). Figura 28: Distribuição dos valores de sólidos totais voláteis (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo.

88 87 Semelhante a distribuição de turbidez os sólidos totais, fixos e voláteis apresentaram em todos os pontos de estudo menores valores no período de estiagem (P1-93 mg.l -1 em julho; P2-82 mg.l -1 em outubro; P3-36 mg.l -1 em maio; P4-47 mg.l -1 em junho; P5-38 mg.l -1 em julho) com predomínio da fração fixa (P1-51 mg.l -1 em agosto; P2-66 mg.l -1 em outubro; P3-10 mg.l -1 em setembro; P4-14 mg.l -1 em junho; P5-21 mg.l -1 em dezembro) sobre a fração volátil (P1-7,0 mg.l -1 em maio; P2-9,0 mg.l -1 em julho e agosto; P3-5,0 mg.l -1 em julho; P4-8,0 mg.l -1 em janeiro; P5-5,0 mg.l -1 em outubro). E valores mais elevados no período chuvoso (P1-215 mg.l -1 em janeiro; P2-199 mg.l -1 em fevereiro; P3-136 mg.l -1 em dezembro; P4-131 mg.l -1 em janeiro; P5-92 mg.l -1 em novembro) sendo novamente com fração fixa predominante (P1-163 mg.l -1 em fevereiro; P2-164 mg.l -1 em janeiro; P3-53 mg.l -1 em janeiro; P4-123 mg.l -1 em janeiro ; P5-66 mg.l -1 em novembro) sobre a fração volátil (P1-92 em janeiro; P2-40 mg.l -1 em dezembro; P3-87 mg.l -1 em setembro; P4-69 mg.l -1 em setembro; P5-32 mg.l -1 em abril). Na Figura 29 está representada a média anual de sólidos totais, fixos e voláteis do período estudado. No ponto P5 (55,7 mg.l -1 ) e no ponto P2 (132 mg.l -1 ) foram encontradas respectivamente a menor e a maior média anual de sólidos totais. No ponto P1 a média anual de sólidos totais foi de 126 mg.l -1, que pode ser atribuída à influência das águas oriundas do rio Guamá. No entanto, a maior média anual foi detectada no ponto P2 (132 mg.l -1 ), e pode ser explicada pela intensa movimentação da água neste ponto que não permite a deposição dos materiais em suspensão. Os resultados de sólidos totais nestes pontos apresentam-se compatíveis quando comparados com dados da literatura que segundo Pinheiro (1987) as águas do estuário Guajarino são turvas devido à quantidade de argila parda procedentes das regiões andinas e com características das águas do tipo águas brancas. Nos demais pontos houve decréscimo dos valores de sólidos totais (P3-66,8 mg.l -1 ; P4-72,0 mg.l -1 ; P5-55,7 mg.l -1 ) decorrente da menor movimentação das águas que favorece a deposição das partículas em

89 88 suspensão. Em estudo realizado no período de estiagem Souza e Lima (2003) encontraram concentrações de 0,2 mg.l -1 de sólidos totais no lago Bolonha, e de 10,10 mg.l -1 no lago Água Preta, valores que de modo geral são bem menores quando comparados com o presente trabalho, que pode ter relação com diferentes pontos e período de coleta. Em relação ao teor de sólido total fixo a menor média anual foi no ponto P3 (31,8 mg.l -1 ) e a maior no ponto P2 (111 mg.l -1 ), o que indica que no ponto P2 a maior fração corresponde à fração inorgânica de sólidos totais. No ponto P5 (21 mg.l -1 ) e no ponto P3 (35 mg.l -1 ) foram registrados o menor e maior valor de sólidos totais voláteis, o que indica que no ponto P3 a maior fração corresponde à fração orgânica de sólidos totais. Figura 29: Média anual de sólidos totais, fixos e voláteis nos cinco pontos de estudo. Na avaliação da média anual de sólidos totais a fração de sólidos totais fixos foi mais elevada que fração de sólidos totais voláteis em todas as estações de amostragem, o que sugere que a maior fração é composta por substâncias inorgânicas resultado que pode ser atribuído a influência das águas do rio Guamá a qual transporta quantidades significativas de partículas

90 89 inorgânicas (areia,silte,argila) ou ainda decorrente da erosão no entorno dos lagos provocadas por desmatamento. Em drenagens poluídas como o igarapé Mata Fome, Lopes (2007) encontrou no período chuvoso média de 237,8 mg.l -1 (ST), 70 mg.l -1 (STF) e 167,8 mg.l -1 (STV). E no período de estiagem a média foi de 99,1 mg.l -1 (ST), 63,7 mg.l -1 (STF) e 35,4 mg.l -1 (STV), valores semelhantes aos obtidos neste estudo. Porém, com predomínio de sólidos totais voláteis sobre os sólidos totais fixos evidenciando poluição por compostos orgânicos, fato não verificado no presente estudo SÓLIDOS TOTAIS DISSOLVIDOS, FIXOS E VOLÁTEIS Nas águas brutas, os sólidos dissolvidos estão constituídos principalmente por carbonatos, bicarbonatos, cloretos, sulfatos, fosfato e possivelmente nitratos de cálcio, magnésio, potássio, pequenas quantidades de ferro e outras substâncias. Os minerais contidos na água podem diminuir por diluição (água da chuva) ou aumentar pela adição de despejos industriais (BRANCO,1986). O excesso de sólidos dissolvidos na água pode provocar alterações no sabor e problemas de corrosão. Os sólidos totais dissolvidos são uma fração dos sólidos totais, e como era esperado também há uma correlação entre sólidos totais dissolvidos e turbidez, que possibilita verificar que a oscilação de sólidos faz com que haja variação da turbidez. A distribuição da média anual também acompanhou a distribuição da turbidez, com o maior valor detectado no ponto P2 (72,5 mg.l -1 ), e menores nos pontos P1(67,3 mg.l -1 ), P3 (39,8 UNT), P4 (40,0 UNT) e P5 (34,1 UNT). O menor valor de todo período de estudo de sólido total dissolvido foi registrado no periodo de estiagem no ponto P4 (18 mg.l -1 ) em julho, e o maior

91 90 no período chuvoso no ponto P2 (195 mg.l -1 ) em fevereiro, conforme a Figura 30. Figura 30: Distribuição dos valores de sólidos totais dissolvidos (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo. No ponto P2 foi detectado a menor e maior concentração de sólido total dissolvido fixo (3,0 mg.l -1 em dezembro, período chuvoso) e o maior (163 mg.l - 1 em fevereiro, período chuvoso), respectivamente (Figura 31). Figura 31: Distribuição dos valores de sólidos totais dissolvidos fixos (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo.

92 91 A menor concentração de sólido total dissolvido volátil encontrada foi em dezembro no ponto P5-2,0 mg.l -1 (período chuvoso). E a maior concentração no ponto P2-67 mg.l -1 em setembro no período de estiagem (Figura 32). Figura 32: Distribuição dos valores de sólidos totais dissolvidos volateis (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo. Com predomínio dos menores valores no período de estiagem (P1-37 mg.l -1 em maio; P2-25 mg.l -1 em maio; P3-19 mg.l -1 em outubro; P4-18 mg.l -1 em julho; P5-21 mg.l -1 em outubro) com fração fixa (P1-3,0 mg.l -1 em junho; P2-3,0 mg.l -1 em dezembro; P3-5,0 mg.l -1 em abril; P4-6,0 mg.l -1 em julho; P5-4,0 mg.l -1 em junho, julho e setembro) e fração volátil (P1-4,0 mg.l -1 em julho; P2-4,0 mg.l -1 em outubro e agosto; P3-3,0 mg.l -1 em outubro; P4-9,0 mg.l -1 em outubro; P5-2,0 mg.l -1 em dezembro). E valores mais elevados no período chuvoso (P1-174 mg.l -1 em fevereiro; P2-195 mg.l -1 em fevereiro; P3-75 mg.l -1 em novembro; P4-80 mg.l -1 em janeiro; P5-63 mg.l -1 em novembro) com fração fixa predominando (P1-134 mg.l -1 fevereiro; P2-163 mg.l -1 em fevereiro; P3-58 mg.l -1 em novembro; P4-69 mg.l -1 em janeiro; P5-40 mg.l -1 em fevereiro) sobre a fração volátil (P1-55 em novembro; P2-67 mg.l -1 em setembro; P3-44 mg.l - 1 em abril; P4-24 mg.l -1 em novembro; P5-48 mg.l -1 novembro)..

93 92 A Figura 33 representa a média anual de sólidos totais dissolvidos, fixos e voláteis do período de estudo. No ponto P5 foi encontrada a menor média anual (34,16 mg.l -1 ) e no ponto P2 foi encontrada a maior média anual (72,5 mg.l -1 ) de sólidos totais dissolvidos. A fração fixa acompanha a mesma tendência dos sólidos totais dissolvidos, com menor média em P5-16,41 mg.l - 1 e maior média em P2-41,16 mg.l -1. Para sólido total dissolvido volátil a menor média foi encontrada em P4-15,83 mg.l -1 e a maior média em P1-30,8 mg.l -1. Figura 33: Média anual de sólidos totais dissolvidos, fixos e voláteis nos cinco pontos de estudo.

94 SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS O menor valor (0,1 mg.l -1 ) de sólido sedimentável foi registrado no ponto P1 (agosto, estiagem), P3 (fevereiro e abril, período chuvoso), P4 e P5 (fevereiro, período chuvoso), ou seja, não apresentou um padrão sazonal definido. O maior valor (1,7 mg.l -1 ) foi detectado no ponto P2 (março, período chuvoso). Percebe-se novamente que ao longo do espaço os valores diminuiram de P1 em direção a P5. Os pontos P3, P4 e P5 predominou concentrações de sólidos sedementáveis iguais a 0 mg.l -1, conforme observa-se na Figura 34. Figura 34: Distribuição dos valores de sólidos sedimentáveis (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo. Na Figura 35 está representada a média anual de sólidos sedimentáveis no período de estudo. No ponto P5 foi encontrada a menor média anual (0,1 mg.l -1 ) e ponto P2 foi encontrada a maior média anual de sólidos sedimentáveis (0,55 mg.l -1 ).

95 94 Figura 35: Média anual de sólidos sedimentáveis (mg.l -1 ) nos cinco pontos de estudo COLIFORMES TERMOTOLERANTES As análises bacteriológicas visam estabelecer indicações a respeito do grau de contaminação da água por bactérias e interferem na escolha dos processos de tratamento, principalmente naquele que se relaciona com a desinfecção, que é a cloração (LEME, 1990). O valor mínimo de coliformes termotolerantes foi de 23 NMP/100 ml, detectado nos pontos P2 e P5 (novembro, período de estiagem) e no ponto P4 (abril, período chuvoso). E o valor máximo, acima de 1600 NMP/100 ml foi detectado no ponto P1 (dezembro, janeiro, fevereiro, julho, agosto e setembro), P2 (fevereiro e setembro), P4 (março), P5 (março e junho), o que indica não haver um padrão sazonal na distribuição deste parâmetro (Figura 36). No ponto P1 o menor valor 280 NMP/100 ml de coliformes termotolerantes foi de registrado no mês de junho (estiagem) e o maior valor, acima de 1600 NMP/100 ml, foi registrado nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro, julho, agosto, setembro e outubro.

96 95 De acordo o laudo técnico da COSANPA (2004) a média anual de coliformes termotolerantes, na captação de água do rio Guamá foi de 4100 NMP/100 ml, os altos valores confirmam a contaminação urbana destas águas. Para Ribeiro (2004) os índices de coliformes termotolerantes nas águas do rio Guamá são resultado da contaminação por esgoto doméstico e industrial. O ponto P2 registrou o menor valor (23 NMP/100 ml) em novembro (estiagem) e nos meses de agosto e outubro (período de estiagem) valores mais elevados (acima de 1600 NMP/100 ml). Em P3 o menor valor de coliformes termotolerantes (26 NMP/100 ml), registrado no mês de dezembro (chuvoso) e o maior valor foi 1600 NMP/100 ml, registrado nos meses de março (chuvoso), junho e julho (estiagem). O menor valor (23 NMP/100 ml) foi encontrado em P4 ro mês de abril (chuvoso) e o maior valor (acima de 1600 NMP/100 ml), registrado nos meses de fevereiro e março (chuvoso). No ponto P5 o menor valor de coliformes termotolerantes foi (23 NMP/100 ml) foi registrado em novembro (estiagem) e o maior valor, acima de 1600 NMP/100 ml, foi registrado em março (estiagem). Figura 36: Distribuição dos valores de coliformes termotolerantes (NMP/100ml) nos cinco pontos de estudo.

97 96 A média anual de coliformes termotolerantes (Figura 37) teve o menor valor no ponto P3 (708 NMP/100 ml) e a maior no ponto P1 (1190 NMP/100 ml). Figura 37: Média anual de coliformes termotolerantes (NMP/100ml) nos cinco pontos de estudo. A análise das médias anuais de coliformes termotolerantess ao longo do sistema de captação de água oscilou entre 708 a 1190 NMP/100 ml, média de 909 NMP/100 ml. As maiores concentrações foram detectadas no ponto P1, resultados que já eram esperados conseqüência da precariedade do setor de saneamento, onde aproximadamente 60% do esgoto da cidade são lançados in natura em vários pontos do rio Guamá e da baía do Guajará. Os altos índices de coliformes termotolerantes e a freqüência com que os mesmos foram encontrados, principalmente no ponto P5, merecem especial atenção, uma vez que se trata de um ponto na entrada da estação de tratamento. Os altos índices de coliformes fecais nas águas aduzidas do rio Guamá aliados a contaminação difusa por esgoto doméstico e industrial proveniente das ocupações às margens dos lagos podem ser fatores que contribuem para esses índices.

98 CLOROFILA a Outro problema nos mananciais utilizados para abastecer as estações de tratamento de água é a proliferação de algas. Di Bernardo (1995) afirma que a presença elevada de algas em mananciais afeta o desempenho das estações de tratamento, causa problemas operacionais, tais como aumento do consumo de produtos químicos, surgimento de sabor e odor, obstrução dos filtros, etc. Uma das formas de avaliar a densidade da população de algas é por meio da concentração de clorofila a (BRANCO, 1986). Ao longo do período de estudo a clorofila a teve menor valor encontrado em P2 (0,4 mg.m -3 ) e o maior valor (34,3 mg.m -3 ) em P3, ambos registrados em junho, período de estiagem (Figura 38). Em P1 a clorofila a teve valor mínimo de (1,10 mg.m -3 ) em junho (estiagem) e valor máximo de (7,70 mg.m -3 ) em setembro (estiagem). O menor valor registrado de clorofila a no ponto P2 foi de (0,4 mg.m -3 ) também em junho (estiagem) e maior valor de (11,3 mg.m -3 ) em fevereiro (chuvoso). No mês de abril (chuvoso) a clorofila a teve menor valor de (3,6 mg.m -3 ) e maior valor de (34,4 mg.m -3 ) no mês de junho (estiagem) no ponto P3. Em P4 o menor valor registrado de clorofila a foi de (1,1 mg.m -3 ) no mês outubro (estiagem) e maior valor de (10,3 mg.m -3 ) no mês de fevereiro (chuvoso). No ponto P5 a clorofila a o valor mínimo foi de (2,0 mg.m -3 ) em dezembro (chuvoso) e valor máximo de (16,7 mg.m -3 ) em junho (estiagem). Os resultados obtidos de clorofila a indicam não haver um padrão sazonal na distribuição deste parâmetro (figura 38).

99 98 Figura 38: Distribuição dos valores de clorofila a (mg.m -3 ) nos cinco pontos de estudo. A Figura 39 representa a média anual de clorofila a, observa-se no ponto P1 o menor valor (3,9 mg.m -3 ) e no ponto P3 o maior valor (10,6 mg.m -3 ). Figura 39: Média anual de clorofila a (mg.m -3 ) nos cinco pontos de estudo.

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