ANEXO I. PROJETO DE CURTA DURAÇÃO
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- Maria Vitória Ribeiro di Azevedo
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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA REITORIA ANEXO I. PROJETO DE CURTA DURAÇÃO 1. IDENTIFICAÇÃO 1.1 Título do Projeto: Literatura Infantil e Raciocínio Lógico: Interdisciplinaridade na Educação Infantil 1.2 Câmpus de Origem: Panambi 1.3 Área: Projetos de Fomento à Educação Básica 1.4 Linha Temática: Formação de Professores 1.4 Outros Câmpus Envolvidos: Panambi 1.5 Outras Instituições Envolvidas: Secretaria Municipal de Educação de Panambi -RS 1.6 Público Beneficiado: Professores de Educação Infantil de Panambi- RS 1.7 N de Pessoas a serem Beneficiadas: Período de Realização: Abril a Agosto de Local a ser Realizado: IF Farroupilha- Câmpus Panambi 1.10 Carga Horária Total do Curso (somente para projetos de curta duração): 60 horas 1.11 Situação do Projeto: Projeto: Novo Relação com o Ensino: Graduação Relação com a Pesquisa: Não Coordenador do Projeto: Patricia Mallmann Schneiders 2. DADOS DO PROJETO: 2.1 Objetivos (Geral e Específicos máximo 4): Geral - Desenvolver atividades voltadas as diferentes áreas do conhecimento de maneira contextualizada por meio de textos de Literatura Infantil. Específicos - Embasar a formação docente através dos temas Interdisciplinaridade, Literatura Infantil, Raciocínio Lógico, Três Momentos Pedagógicos e conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. - Permitir aos docentes envolvidos na formação a vivência de atividades práticas que poderão usar/adaptar em sua prática docente. - Focar em práticas relacionadas ao desenvolvimento do raciocínio lógico, demanda solicitada pela
2 Secretaria Municipal de Educação- Panambi. 2.2 Justificativa: Observando diferentes espaços escolares, percebemos que muitas vezes o ensino nas séries iniciais e educação infantil se dão de forma descontextualizada e sem significado para os alunos. Neste modelo, tradicional de ensino, que é caracterizado pelo método expositivo, cabe ao professor transmitir os conhecimentos e os conteúdos pré-selecionados, e ao estudante cabe receber de forma passiva tudo que lhe é informado e determinado. Assim, o processo de ensinar e de aprender acontece em sentido unilateral, o professor é quem ensina e o aluno é quem aprende. Contrariando essa premissa, Paulo Freire acredita que: Não há docência sem deiscência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, nãos e reduzem a condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina a aprender. (FREIRE, 1996, P.23.) Desta forma, almeja-se desenvolver oficinas que vão de encontro ao modelo tradicional de ensino e que visem a construção do conhecimento pelo aluno a partir dos conhecimentos prévios destes e a contextualização dos conteúdos. Nessa perspectiva, o aluno passa a ser sujeito ativo no seu processo de aprendizagem, sendo considerados seus conhecimentos prévios, curiosidades e interesses. Para isso, encontramos respaldo nos pressupostos teóricos de Paulo Freire, que afirma: Não é possível respeito aos educandos, à sua dignidade, a seu ser formando-se, à sua identidade fazendo-se, se não se levam em consideração as condições em que eles vêm existindo, se não se reconhece a importância dos conhecimentos de experiência feitos com que chegam à escola. O respeito devido à dignidade não me permite subestimar, pior ainda, zombar do saber que ele traz consigo para a escola. (FREIRE, 1996, P. 71) Essa abordagem se dará por meio da elaboração e implementação de oficinas, que tenham como eixo organizador textos de Literatura Infantil. A escolha por trabalhar com esse gênero literário, se deu pela mesma despertar o interesse nessa faixa etária (educação infantil) e pelo importante papel dessa no processo de formação da criança, tanto em seu desenvolvimento intelectual, quanto com seu desenvolvimento emocional. Através dela, as inquietações que fazem parte do mundo infantil podem ser mais facilmente compreendidas. A presença do mágico, do fantástico, nos livros infantis faz com que a criança entre em contato com o real de uma forma sistemática, menos conflitante. Segundo Zilberman e Magalhães:...se a criança devido não só à sua circunstância social, mas também por razões existenciais se vê privada ainda de um meio interior para a experimentação do mundo, ela necessitará de um
3 suporte fora de si que lhe sirva de auxiliar. É este lugar que a literatura infantil preenche de modo particular, porque, ao contrário da pedagogia ou dos ensinamentos escolares, ela lida com dois elementos que são especialmente adequados para a conquista desta compreensão do real: - com uma história que apresenta, de maneira sistemática, as relações presentes na realidade, que a criança não pode perceber por conta própria; [...]. ( ZILBERMN E MAGALHAES, 1987, p.13) Para a elaboração das oficinas, primeiramente selecionaremos um texto de Literatura Infantil, que funcionará como eixo organizador do trabalho interdisciplinar e também dará nome a oficina. Em seguida, destacaremos os conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais a serem desenvolvidos/trabalhados nas oficinas. Zabala (1998:42-48) coloca que os conteúdos conceituais referem-se à construção ativa de capacidades intelectuais para operar símbolos, imagens, ideias e representações que permitam organizar as realidades. Os conteúdos procedimentais referem-se ao fazer com que os alunos construam instrumentos para analisar, por si mesmos, os resultados que obtém e os processos que colocam em ação para atingir as metas que se propõem e os conteúdos atitudinais referem-se à formação de atitudes e valores em relação à informação recebida, visando a intervenção do aluno em sua realidade. Sendo analisado por este caminho podemos nos organizar da seguinte maneira: Aprender a conhecer o quê? Aprender a fazer o quê? Aprender a viver juntos para quê? Aprender a ser porquê? Todas estas perguntas são respondidas respectivamente com os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. Após elencados os conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais serão selecionadas as atividades a serem desenvolvidas e os materiais necessários para a realização das mesmas. O passo seguinte é a estruturação das oficinas na dinâmica dos Três Momentos Pedagógicos, propostos por Delizoic e Angotti (1994). Nessa dinâmica, o Primeiro Momento também denominado de Problematização Inicial, caracteriza-se pelo estímulo a curiosidade e a motivação dos alunos. É desenvolvido através de questionamentos ou dinâmicas/atividades que permitem ao professor ter acesso as ideias e conhecimentos prévios dos alunos a respeito do tema a ser tratado. Observamos, nas palavras de Delizoicov & Angotti (1994, p ) que: Nesse momento, caracterizado pela compreensão, apreensão da posição dos alunos frente ao assunto, é desejável que a postura do professor sejas mais de questionar e lançar dúvidas do que responder e favorecer explicações. O Segundo Momento ou Organização do conhecimento caracteriza-se pelo desenvolvimento de atividades que auxiliem o aluno a compreender e partilhar os conhecimentos sistematizados. De acordo com os autores: O conteúdo é programado e preparado em termos instrucionais para que o aluno o aprenda de forma a, de um lado, perceber a existência de outras visões e explicações para as situações e fenômenos problematizados e, de outro, a comparar esse conhecimento com o seu, para usá-lo para melhor interpretar aqueles fenômenos e situações (Delizoicov
4 & Angotti, 1994, p. 55) O Terceiro Momento ou Aplicação do Conhecimento é o momento de retomada das questões iniciais e da proposição de novos questionamentos e situações problemas que possibilitem ao aluno a utilização dos conhecimentos adquiridos, e ao professor um acompanhamento do processo de ensino e de aprendizagem. Desta forma, ao mesmo tempo em que o aluno estará construindo conhecimentos, o professor estará avaliando o resultado de seu trabalho. Para Delizoicov & Angotti (1994, p. 50) esse momento destina-se a: Abordar sistematicamente o conhecimento que vem sendo incorporado pelo aluno, para analisar e interpretar tanto as situações iniciais que determinam seu estudo, como outras situações que não estejam diretamente ligadas ao motivo inicial mas que são explicadas pelo mesmo conhecimento. Após serem elaboradas, as oficinas serão desenvolvidas com professores que no ano de 2015 estarão atuando em turmas de educação infantil, preferencialmente pré -escola, no município de Panambi R/S. Como a solicitação apresentada por esse público é com relação a atividades que visem o desenvolvimento do raciocínio logico de seus alunos, dar-se-á ênfase a atividades, dinâmicas, situações que vem ao encontro destes anseios. Como já destacado, a proposta das oficinas é trabalhar de forma interdisciplinar, contudo de vido a demanda solicitada a ênfase se dará em práticas que visem o desenvolvimento do raciocínio logico dos alunos. O raciocínio lógico está ligado a conceitos capazes de organizar e clarear as situações cotidianas, preparando-os para circunstâncias mais complexas. De acordo com o Construtivismo (Piaget), a Matemática ensinada através da imposição de fórmulas, exercícios repetitivos e conceitos limitados, impossibilitam o aprendizado, gerando alunos passivos, desinteressados e com falta de criatividade. Piaget (2005, p.56) preocupava-se com a construção psicológica real das operações matemáticas nas crianças. Ele acreditava que o desenvolvimento da inteligência matemática na criança pode ocorrer, primeiramente, quando ela aprende conceitos matemáticos sem perceber que se trata de matemática, resolvendo-os em função de sua inteligência geral, onde todo aluno normal é capaz de um bom raciocínio matemático desde que se apele para a sua atividade e se consiga assim remover as inibições afetivas que lhe conferem com bastante frequência um sentimento de inferioridade nas aulas que versam sobre essa matéria (PIAGET, 2005, p.57). A utilização do raciocínio lógico contribui para que se desenvolva alunos capazes de criar, interpretar, responder e explicar situações problemas envolvendo Matemática. A utilização desse recurso metodológico influi em resultados positivos, contribuindo em três aspectos básicos: ler, escrever e resolver problemas. Diante disso, ao propormos essa metodologia, almejamos também a sensibilização dos professores em exercício. Para que esse objetivo seja alcançado, será oportunizado ao mesmo tempo que
5 reflexões teóricas a vivência das atividades que posteriormente poderão ser desenvolvidas em suas salas de aula. Destacamos a relevância deste trabalho frente a possibilidade de existir uma ruptura com a prática que vise a simples memorização e repetição de conceitos por parte dos alunos, de forma que esses possam ser o centro no processo de ensino, ou seja, tenham espaço para questionamentos, para expor suas dúvidas e concepções a respeito de determinado assunto, bem como desenvolvam questões que contribuam para o desenvolvimento lógico infantil. 2.3 Resultados esperados: - Propiciar reflexão quanto á prática docente na Educação Infantil. - Suprir dúvidas e dificuldades dos docentes em relacionar diferentes áreas do conhecimento em sua prática docente, principalmente relacionadas a atividades e vivências que se relacionem ao desenvolvimento do raciocínio lógico dos alunos. 2.4 Métodos: Pesquisa bibliográfica sobre os temas Interdisciplinaridade, Literatura Infantil, Raciocínio Lógico Três Momentos Pedagógicos e conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, a fim de embasar os encontros inicias. A Elaboração e o desenvolvimento das oficinas seguirão a proposta dos Três Momentos Pedagógicos de Delizoicov & Angotti (1994). (Explicitados no item 2.2 justificativas) Para os primeiros encontros, destinados a embasamentos teóricos, serão utilizados slides e material impresso com os temas abordados. Durante a implementação dos roteiros relacionados aos textos de Literatura Infantil (histórias A, B e C) serão disponibilizadas as participantes os materiais necessários para a realização prática das atividades. Como já mencionado, as oficinas terão caráter interdisciplinar, contudo o desenvolvimento de atividades que visem o desenvolvimento do raciocino lógico terão destaque devido a solicitação recebida, via oficio da Secretaria Municipal de Educação de Panambi e dada a importância do assunto para o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Em dois encontros, em grupos os participantes deverão elaborar um roteiro, com a metodologia dos Três Momentos Pedagógicos, identificando conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, pra posterior apresentação. Por fim, cada participante avaliará os encontros (ficha de avaliação) tendo espaço para elogiar, criticar e sugerir. 2.5 Ações previstas: Juntamente com a divulgação do Projeto junto a Secretaria Municipal de Educação do município de Panambi, instituição que apresentou a solicitação para tal formação, se dará a elaboração dos
6 encontros/oficinas a serem desenvolvidos com os inscritos (15). Após estas etapas, serão previstos 10 encontros: 1º Encontro: Embasamento teórico sobre Interdisciplinaridade, Literatura Infantil, Raciocínio Lógico, Três Momentos Pedagógicos e conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. 2º Encontro: Aplicação do roteiro (história A), usando os Três Momentos Pedagógicos e os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. 3º Encontro: Aplicação do roteiro (história B), usando os Três Momentos Pedagógicos e os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. 4º Encontro: Continuação da aplicação do roteiro referente à história B. 5º Encontro: Aplicação do roteiro (história C), usando os Três Momentos Pedagógicos e os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. 6º Encontro: Os participantes deverão elaborar um roteiro, com a metodologia dos Três Momentos Pedagógicos, identificando conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, pra posterior apresentação. Farão em grupos de 3 pessoas. 7º Encontro: Confecção dos materiais a serem usados na apresentação do seu roteiro. 8º Encontro: Apresentação dos roteiros. 9º Encontro: Apresentação dos roteiros. 10º Encontro: Encerramento e avaliação da formação. 2.6 Disciplinas / Ementas / Conteúdos Programáticos/ Avaliação: Disciplinas: Português, matemática, ciências, artes e ed. Física. Conteúdos Programáticos: leitura, escrita, interpretação, formas geométricas, tamanhos, sequências, noções espaciais, cálculo mental, noções de frações, interpretação de dados e informações, diferenças e semelhanças, raciocínio lógico, cores, texturas, motricidade ampla e fina.. Avaliação: A avaliação se dará pelo envolvimento que os participantes demonstrarão no decorrer das situações propostas, sejam práticas ou teóricas. Por fim, cada participante avaliará as oficinas individualmente (ficha de avaliação) tendo espaço para elogiar, criticar e sugerir. 2.7 Referências: ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, BONALS, Joan. O trabalho em pequenos grupos na sala de aula. São Paulo: Artm ed, BRASIL. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, DELIZOICOV, Demétrio; ANGOTTI, José. A. Metodologia do Ensino de Ciências. 2 a Ed. São Paulo: Cortez, 1994.
7 FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler- em três artigos que se completam. 4ª Ed.. São Paulo: Cortez, Pedagogia da Autonomia. Saberes Necessários à Prática Educativa. Paz e Terra: São Paulo, LÜCK, Heloísa. Pedagogia Interdisciplinar. Fundamentos Teóricos Metodológicos. Petrópolis: Vozes, PIAGET, Jean. Para onde vai a educação? Trad. Ivette Braga. 17ª ed. RJ: José Olympio, ZABALA, Antônio. A prática educativa como ensinar. Porto Alegre: Artmed, Pré-Requisitos para o público beneficiado: Docentes do município de Panambi- RS que no ano de 2015 estarão atuando em turmas de Educação Infantil, preferencialmente pré-escola. 2.9 Operacionalização: Cronograma: Etapas de JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Execução Preparação x x Execução x x x x Avaliação x Certificados: Para o Coordenador do Projeto Para os Instrutores do Projeto Para os Alunos Para os Servidores de Apoio 3. DECLARAÇÃO DE CEDÊNCIA DE DIREITOS AUTORAIS Eu, Patrícia Mallmann Schneiders, Autorizo a destinação desse Projeto ao Banco de Projetos de Extensão, de forma que possa ser utilizado por outros servidores, sem restrições de qualquer natureza, desde que citada a autoria.
ANEXO III. PROJETO DE LONGA DURAÇÃO
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