Conteúdo da Aula. Restos a Pagar.
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- Mauro Ramires Rodrigues
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1 Conteúdo da Aula Restos a Pagar. 1
2 Restos a Pagar Conceito: Despesas EMPENHADAS, mas NÃO PAGAS até 31/12. Lei nº 4.320/64: Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas. 2
3 Restos a Pagar Classificação: Restos a Pagar PROCESSADOS (LIQUIDADOS) Restos a Pagar NÃO PROCESSADOS (NÃO LIQUIDADOS) 3
4 Estágios, Etapas, Fases da Despesa Orçamentária Fixação Empenho Liquidação Pagamento 4
5 Restos a Pagar Estágios RPP RPNP Fixação Fixação Fixação Empenho Empenho Empenho Liquidação Liquidação Pagamento
6 Restos a Pagar Exemplo: Execução Orçamentária de 2007 F = 900 E = 700 L = 500 P = 400 6
7 Restos a Pagar Cálculo: RP = E P RPP = L P RPNP = E - L 7
8 Restos a Pagar Exemplo: Execução Orçamentária de 2007 F = 900 E = 700 L = 500 P = RPNP 100 RPP 300 RP Obs.: Ocorreu, durante o ano de 2007, arrecadação, no valor de R$ 1.000,00. O saldo inicial da conta BANCOS era de zero. 8
9 Balanço Patrimonial ATIVO Ativo Financeiro (AF): PASSIVO Passivo Financeiro (PF): (Dívida Flutuante) Bancos 1.000,00 Referente à arrecadação de R$ 1.000,00, durante o ano de
10 Balanço Patrimonial ATIVO Ativo Financeiro (AF): PASSIVO Passivo Financeiro (PF): (Dívida Flutuante) Bancos 1.000,00 Fornecedores 500,00 Referente à liquidação de R$ 500,00, durante o ano de 2007, isto é, o reconhecimento da obrigação de pagar ao fornecedor que entregou à Administração o material, o serviço ou a obra. 10
11 Balanço Patrimonial ATIVO Ativo Financeiro (AF): Bancos 1.000,00» (400,00) 600,00 PASSIVO Passivo Financeiro (PF): (Dívida Flutuante) Fornecedores 500,00» (400,00)» 100,00 Referente ao pagamento, no valor de R$ 400,00, isto é, a quitação de parte da obrigação da Administração junto ao fornecedor, durante o ano de
12 Restos a Pagar Inscrição: 31/12/2007 RPP = 100 RPNP = 200 RP (total) = No Balanço Financeiro: = Receita Extraorçamentária (Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64) No Balanço Patrimonial: = Passivo Financeiro (Dívida Flutuante)
13 Balanço Patrimonial 31/12/2007 ATIVO Ativo Financeiro (AF): Bancos 600,00 PASSIVO Passivo Financeiro (PF): (Dívida Flutuante) RPP (Fornecedores) 100,00 RPNP 200,00 Referente à Inscrição dos restos a pagar (processados e 31/12/2007. SF = AF (-) PF SF = 600 (-) 300 (dinheiro em caráter temporário) SF = 300 (dinheiro descomprometido) não processados), em 13
14 Restos a Pagar Pagamento: durante o ano de 2008 (ano seguinte ao da inscrição) RPNP = 200 (após a devida liquidação da despesa) No Balanço Financeiro: = Despesa Extraorçamentária No Balanço Patrimonial: = Baixa do Ativo Financeiro (saída do dinheiro) e Baixa do Passivo Financeiro (baixa da obrigação)
15 Balanço Patrimonial em 2008 ATIVO Ativo Financeiro (AF): Bancos 600,00» (200,00) 400,00 PASSIVO Passivo Financeiro (PF): (Dívida Flutuante) RPP (Fornecedores) 100,00 RPNP 200,00 (após a devida liquidação) Referente pagamento de Restos a Pagar Não-Processados, no valor de R$ 200,00, após a devida liquidação, durante o ano de Foi desembolsado dinheiro que estava em caráter temporário. SF = AF (-) PF SF = 400(-) 100 (dinheiro em caráter temporário referente ao RPP) SF = 300 (dinheiro descomprometido) 15
16 Cancelamento: 31/12/2008 (final do ano seguinte ao da inscrição. Decreto /86) Restos a Pagar RPP = 100 (Variação Ativa Independente da Execução Orçamentária) Obs.: A STN dispõe que não deve haver cancelamento de RPP: Os Restos a Pagar Processados não podem ser cancelados, tendo em vista que o fornecedor de bens/serviços cumpriu com a obrigação de fazer e a Administração não poderá deixar de cumprir com a obrigação de pagar. 16
17 Balanço Patrimonial 31/12/2008 ATIVO Ativo Financeiro (AF): Bancos 400,00 PASSIVO Passivo Financeiro (PF): (Dívida Flutuante) RPP (Fornecedores) 100,00 Patrimônio Líquido (PL): 100,00 Referente ao cancelamento do RPP, em 31/12/2008, gerando uma Variação Ativa em virtude do aumento do Patrimônio Líquido. Obs.: Vale lembrar que de acordo com a STN, não deve haver cancelamento de RPP. 17
18 Restos a Pagar Prescrição: 31/12/ anos após a data da INSCRIÇÃO Exemplo: O credor reclamou em 2012 o não recebimento do fornecimento feito em Como o RP já foi cancelado deveremos quitar esta obrigação utilizando a dotação orçamentária denominada D.E.A. Despesas de Exercícios Anteriores, conforme o artigo 37 da Lei nº 4.320/64. 18
19 Lei nº 4.320/64: Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. 19
20 Decreto /86: Art. 22. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria. [...] 2º - Para os efeitos deste artigo, considera-se: [...] b) Restos a Pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como Restos a Pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor; [...] 20
21 SLIDES PARA LEITURA Restos a Pagar, de acordo com o MCASP Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, da STN Parte I Procedimentos Contábeis Orçamentários: 21
22 Restos a Pagar No fim do exercício, as despesas orçamentárias empenhadas e não pagas serão inscritas em Restos a Pagar e constituirão a dívida flutuante. Podem-se distinguir dois tipos de Restos a Pagar: os Processados e os Não Processados. Os Restos a Pagar Processados são aqueles em que a despesa orçamentária percorreu os estágios de empenho e liquidação, restando pendente apenas o estágio do pagamento. Os Restos a Pagar Processados não podem ser cancelados, tendo em vista que o fornecedor de bens/serviços cumpriu com a obrigação de fazer e a Administração não poderá deixar de cumprir com a obrigação de pagar. 22
23 Restos a Pagar Serão inscritas em restos a pagar as despesas liquidadas e não pagas no exercício financeiro, ou seja, aquelas em que o serviço, obra ou material contratado tenha sido prestado ou entregue e aceito pelo contratante. Também serão inscritas as despesas não liquidadas quando o serviço ou material contratado tenha sido prestado ou entregue e que se encontre, em 31 de dezembro de cada exercício financeiro, em fase de verificação do direito adquirido pelo credor ou quando o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor estiver vigente. A inscrição de despesa em restos a pagar não processados é procedida após a anulação dos empenhos que não podem ser inscritos em virtude de restrição em norma do ente, ou seja, verificam-se quais despesas devem ser inscritas em restos a pagar e anulam-se as demais para, após, inscrevem-se os restos a pagar não processados do exercício. 23
24 Restos a Pagar No momento do pagamento de restos a pagar referente à despesa empenhada pelo valor estimado, verifica-se se existe diferença entre o valor da despesa inscrita e o valor real a ser pago; se existir diferença, procede-se da seguinte forma: - Se o valor real a ser pago for superior ao valor inscrito, a diferença deverá ser empenhada a conta de despesas de exercícios anteriores; - Se o valor real for inferior ao valor inscrito, o saldo existente deverá ser cancelado. 24
25 Restos a Pagar A inscrição de restos a pagar deve observar as disponibilidades financeiras e condições de modo a prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, conforme estabelecido na LRF. Assim, observa-se que, embora a Lei de Responsabilidade Fiscal não aborde o mérito do que pode ou não ser inscrito em restos a pagar, veda contrair obrigação no último ano do mandato do governante sem que exista a respectiva cobertura financeira, eliminando desta forma as heranças fiscais, conforme disposto no seu art. 42: 25
26 Restos a Pagar Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício. Portanto, é necessário que a inscrição de despesas orçamentárias em restos a pagar observe a legislação pertinente. 26
27 Restos a Pagar INSCRIÇÃO EM RESTOS A PAGAR NÃO PROCESSADOS A norma estabelece que, no encerramento do exercício, a parcela da despesa orçamentária que se encontrar empenhada mas ainda não foi paga será considerada restos a pagar. O raciocínio implícito na lei é de que a receita orçamentária a ser utilizada para pagamento da despesa empenhada em determinado exercício já foi arrecadada ou ainda será arrecadada no mesmo ano e estará disponível no caixa do governo ainda neste exercício. Logo, como a receita orçamentária que ampara o empenho pertence ao exercício e serviu de base, dentro do princípio orçamentário do equilíbrio, para a fixação da despesa orçamentária autorizada pelo Poder Legislativo, a despesa que for empenhada com base nesse crédito orçamentário também deverá pertencer ao exercício. 27
28 Restos a Pagar Supõe-se que determinada receita tenha sido arrecadada e permaneça no caixa, portanto, integrando o ativo financeiro do ente público no fim do exercício. Existindo, concomitantemente, uma despesa empenhada, deverá ser registrada também um passivo financeiro; caso contrário o ente público estará apresentando em seu balanço patrimonial, sob a ótica da Lei nº 4320/64, ao fim do exercício, um superávit financeiro (ativo financeiro passivo financeiro) indevido, que poderia ser objeto de abertura de crédito adicional no ano seguinte na forma prevista na lei. Assim, a receita que permaneceu no caixa na abertura do exercício seguinte já está comprometida com o empenho que foi inscrito em restos a pagar e, portanto, não poderia ser utilizada para abertura de novo crédito. 28
29 Restos a Pagar Dessa forma, o registro do passivo financeiro é inevitável, mesmo não se tratando de uma obrigação presente, pois falta o cumprimento do implemento de condição, mas por força do art. 35 da Lei nº 4.320/1964 e da correta apuração do superávit financeiro, tem de ser registrado. 29
30 Restos a Pagar Assim, suponha os seguintes fatos a serem registrados na contabilidade de um determinado ente público: 1) Recebimento de receitas tributárias no valor de $1000 unidades monetárias; 2) Empenho da despesa no valor de $900 unidades monetárias; 3) Liquidação de despesa corrente no valor de $700 unidades monetárias; e 4) Inscrição de Restos a Pagar, sendo $700 de Restos a Pagar Processado e $200 de Restos a Pagar Não Processado ($ ). 30
31 Restos a Pagar O ingresso no caixa corresponderá a uma receita orçamentária. O empenho da despesa é um ato que potencialmente poderá afetar o patrimônio, criando passivo financeiro que comprometerá o ativo financeiro, diminuindo o valor do superávit financeiro. Após o cumprimento do implemento de condição e a verificação do direito adquirido pelo credor, o patrimônio sofrerá alteração qualitativa ou quantitativa. O reconhecimento da despesa orçamentária ao longo do exercício deve ser realizado no momento do empenho com a assunção de um passivo financeiro orçamentário. 31
32 Restos a Pagar Nesta situação, todas as despesas serão inscritas em restos a pagar, havendo segregação entre as liquidadas e não pagas e as não liquidadas. Assim, o total de restos a pagar inscrito será de $900, sendo $700 referentes a restos a pagar processados (liquidados) e $200 ($900-$700) referentes a restos a pagar não processados (não liquidados). Desta maneira, tem-se um superávit financeiro de $100, que corresponde à diferença entre a receita arrecadada de $1000 e a despesa empenhada de $
33 Restos a Pagar Dessa forma, para maior transparência, as despesas executadas devem ser segregadas em: a) Despesas liquidadas, consideradas aquelas em que houve a entrega do material ou serviço, nos termos do art. 63 da Lei nº 4.320/1964; e b) Despesas não liquidadas, inscritas ao encerramento do exercício como restos a pagar não processados. Despesas empenhadas, mas não liquidadas, inscritas no encerramento do exercício, correspondendo a restos a pagar não processados. O impacto da inscrição em restos a pagar no balanço patrimonial é mais detalhado na Parte V deste Manual Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público. 33
34 SLIDES PARA LEITURA Decreto nº /86, Seção VIII Restos a Pagar: Link: 34
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42 RESTOS A PAGAR EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
43 01. As despesas públicas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro denominam-se a) Restos a Pagar. b) Dívida Ativa. c) Despesas Pendentes. d) Despesas Complementares. e) Despesas Orçamentárias.
44 02. Constituem restos a pagar processados, as despesas que: a) foram empenhadas, realizadas e pagas no exercício. b) foram empenhadas, liquidadas e não pagas no exercício. c) foram empenhadas, mas não foram liquidadas e nem pagas no exercício. d) foram empenhadas e canceladas no exercício. e) não foram empenhadas no exercício.
45 03. Constituem restos a pagar não processados, as despesas que: a) foram empenhadas, realizadas e pagas no exercício. b) foram empenhadas, liquidadas e não pagas no exercício. c) foram empenhadas, mas não foram liquidadas e nem pagas no exercício. d) foram empenhadas e canceladas no exercício. e) não foram empenhadas no exercício.
46 04. Os restos a pagar não processados, caracterizam-se por não terem sido objeto de a) protocolização. b) licitação. c) liquidação. d) anulação de empenho. e) ordenação de pagamento quando empenhadas.
47 05. Restos a Pagar a) provêm do regime de caixa da despesa, integrando a dívida flutuante. b) advêm do regime de competência da despesa, compondo a dívida fundada. c) subdividem-se em liquidados e processados. d) decorrem do regime de competência da despesa, compondo a dívida flutuante. e) são despesas liquidadas e pagas no mesmo exercício de competência.
48 06. Analise os dados a seguir: Despesa Fixada Despesa Paga Despesa Liquidada Despesa Empenhada Pode-se afirmar que os valores de Restos a Pagar processados e não processados são, respectivamente, iguais a:
49 a) e b) e c) e d) e
50 07. De acordo com o artigo 36 da Lei 4.320/64, as despesas empenhadas, mas não pagas, até 31 de dezembro, serão inscritas em Restos a Pagar, distinguindo-se as processadas das não processadas, configurando, nessa data, um passivo do ente público. Sua prescrição ocorrerá: a) em 31 de dezembro do exercício subsequente b) após 5 anos, contados a partir da data de sua inscrição
51 c) após 5 anos, a partir da data da emissão do empenho que deu origem à despesa d) por emissão de Medida Provisória do chefe do Poder executivo, quando conveniente à Administração
52 GABARITOS EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO RESTOS A PAGAR QUESTÃO GABARITO QUESTÃO GABARITO QUESTÃO GABARITO 01 A 04 C 07 B 02 B 05 D 03 C 06 C
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