ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA AGRAVO DE INSTRUMENTO N /001.

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1 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA AGRAVO DE INSTRUMENTO N /001. O RELATOR Desembargador João Machado de Souza. AGRAVANTE : Sistema Educacional Genius LTDA - (Adv. Ricardo Tadeu Feilosa Bezegra e Leonardo Carlos Benevides). AGRAVO DE INSTRUMENTO Assistência judiciária.gratuita - Pessoa jurídica com fim lucrativo - Necessidade de comprovação da escassez de recursos para arcar com as despesas processuais - Inexistência de elementos indicativos - Decisão interlocutória incensurável -. Precedente Superior Tribunal de Justiça - Inteligência do art. 557, cama, do Código de, Processo Civil - Negado seguimento ao recurso. - -Consoante entendimento firmado pela Corte Especial de Justiça, a assistência judiciária gratuita 'pode ser concedida à pessoa jurídica com finalidade lucrativa, desde que comprove a escassez de recursos para arcar com as despesas processuais. Não havendo) provas suficientes para a demonstração das dificuldades financeiras, a gratuidade deve ser indeferida. Vistos, etc. Trata-e de agravo de instrumento com pedido liminar de efeito ativo interposto por SISTEMA EDUCACIONAL GENIUS LTDA, insurgindo-se contra decisão inte-locutória proveniente do Juízo de Direito da 9' Vara Cível da Comarca da Capital, indeferindo pedido de gratuidade processual Souza seg3nrgad ac cud-' o

2 formulado pela aludida agravante nos autos da AÇÃO DE COBRANÇA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO, tendo como réu SÉRGIO FIGUEIREDO BARBOSA. Em verdade, o julgador singular, em despacho liminar na aç() ordinária, fls. 10, ao denegar o citado pleito, ressaltou que "a _jurisprudência do ST) já pacificou o entendimento acerca da possibilidade de concessão dos benefícios da justiça gratuita às pessoas j1117-llicas, desde que reste sobejamente comprovada a situação de incapacidade de pagar as custas judiciais sem prejuízo do próprio sustento do negócio. Na hipótese dos autos, as custas judiciais do presente processo, por se basearem no valor atribuído à causa (R$ 4.648,66) não são suficientes a prejudicar a economia da empresa, que, conforme se observa do capital social da empresa no contrato de constihiição, às fls. 09". Deveras, inconformada, a pessoa jurídica em tela lançou mão do presente instrumental, requerendo, initio litis, a antecipação do. provimento recursal, aduzindo, para tanto, os fundamentos de fls. 03/08. É o relatório. DECIDO: A controvérsia recursal centra-se em saber se às pessoas '}Uridicas são extensíveis os benefícios da assistência judiciária gratuita. De acordo com a reiterada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, as pessoas jurídicas podem gozar das benesses da gratuidade processual, prevista na lei n. " 1.060/50. Contudo, faz-se imprescindível a comprovação da escassez de recursos para arcar com as despesas processuais. Veja-se: "PROCESSUAL CIVIL - ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA - PESSOA JURÍDICA COM FIM LUCRATIVO - POSSIBILIDADE - NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA ESCASSEZ DE RECURSOS PARA ARCAR COM AS DESPESAS PROCESSUAIS - PRECEDENTES DA CORTE ESPECIAL. Consoante entendimento,f rmado pela cg. Corte Especial, a assistência judiciária ;gratuita pode ser concedida à pessoa jurídica com _fins lucrativos QUE COMPROVE A ESCASSEZ DE RECURSOS PARA ARCAR COM AS DESPESAS PROCESSUAIS. Recurso Especial conlwcido,»ias provido" (Recurso Especial n. " /RS, Relator: Ministro Francisco Peçanha Martins, 2a Turma, DJU de 06/03/2006, p. 301) - (Grifei).

3 ,"-PROCESSUAL CIVIL. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. PESSOA JURÍDICA, ENTIDADE FILANTRÓPICA SEM FINS LUCRATIVOS. ALEGAÇÃO DE DIFICULDADE FINANCEIRA NÃO COMPROVADA. NÃO CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. 1. O beneficio de assistência judiciária gratuita, tal como disciplinado na Lei 1.060/50, destina-se essencialmente 17 pessoas físicas. 2. A ampliação do beneficio às pessoas jurídicas deve limitar-se àquelas que não persegliem fins lucrativos e se dedicam a atividades beneficentes, filantrópicas, pias, ou morais, bem como às microempresas nitidamente familiares ou artesanais. Em TODOS AS HIPÓTESES É INDISPENSÁVEL A COMPROVAÇÃO DA SITUAÇÃO DE NECESSIDADE. 3. Recurso especial a que se dá provimento" (Recurso Especial n. " / RS, 'Relator: Ministro Teori Albino Zavascki, 1 4 Turma, MU de 07/03/2005, p. 169) - (Destaquei). "AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL NÃO ADMITIDO. JUSTIÇA GRATUITA. PESSOA JURÍDICA COM FINS LUCRATIVOS. NECESSIDADE DE PROVA DO ESTADO DE POBREZA. PRECEDENTES DA CORTE. 1. TRATANDO-SE DE PESSOA JURÍDICA COM FINS LUCRATIVOS, HIPÓTESE DESTES AUTOS, A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA DEPENDE DA PROVA DA NECESSIDADE, OU SEJA, 1)0 ESTADO DE POBREZA. 2, Agravo regimental desprovido" (Agravo Regimental no Agravo n. " /SP, Relator: Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, 3" Turma, DIU de 11/10/2004, p. 318) - (sem grifos no original). Nessa ordem de idéias, com relação às pessoas jurídicas com finalidade lucrativa, para que lhes sejam franqueados os benefícios da justiça gratuita, mostra-se indispensável a demonstração, de modo satisfatório, que a situação econômico-financeira as impossibilita de arcar com as despesas decorrentes do acionamento da máquina judiciária, sem prejuízo da própria manutenção. Portanto, a empresa exploradora de atividade rentável deve comprovar analiticamente os fatores de despesa que concorreram para tornar precária a sua saúde financeira, desfrutando, assim, das vantagens estabelecidas na Lei n." 1.060/50. Na espécie, o indeferimento do pleito, em primeiro grau, encontra respaldo no fato da agravante não ter demonstrado, satisfatoriamente, os h, o de SOuza joa " Gt1/400

4 requisitos para obtenção da justiça gratuita, pois a simples afirmação do estado de pobreza, in CaSll, não é suficiente para lastrear o deferimento do beneficio perseguido. Demais disso, Os documentos acostados pela recorrente, fls. 12/13, não demonstram, de plano, a sua impossibilidade de arcar com os encargos do processo, porquanto tais documentos registram, tão-somente, a quantidade de ações de cobrança intentadas pela insurgente, possivelmente contra outros devedores, fato este incapaz de,. per si, autorizar o acolhimento da pretensão - recursal. Logo, diante da palidez probatória e dos precedentes jurisprudenciais pacíficos do Superior Tribunal de Justiça em torna da matéria, emerge a aplicabilidade do art. 557, capta, do Código de Processo Civil. AGRAVO DE INSTRUMENTO. Diante do exposto, NEGO SEGUIMENTO AO PRESENTE singular. Comunique-se o inteiro teor desta decisão ao magistrado f Cumpra-se., João Pessoa, -12 de julho de e Desembarga(' oi brao Machado de Souza E 1, A '1 O R 11

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