Douglas Carvalho de Moraes Mayana Kellen Ribeiro Brito
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- Gabriel Henrique Filipe Belmonte
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1 UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CCBS CURSO DE FISIOTERAPIA Douglas Carvalho de Moraes Mayana Kellen Ribeiro Brito AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FÍSICA FUNCIONAL DE IDOSOS RESIDENTES NA ASSOCIAÇÃO DA PIA UNIÃO DO PÃO DE SANTO ANTÔNIO BELÉM-PA 2008
2 Douglas Carvalho de Moraes Mayana Kellen Ribeiro Brito AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FÍSICA FUNCIONAL DE IDOSOS RESIDENTES NA ASSOCIAÇÃO DA PIA UNIÃO DO PÃO DE SANTO ANTÔNIO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade da Amazônia para a obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Orientador(a): Profª Mestre Carla Cristina Alvarez Serrão Co-orientador(a): Fisioterapeuta Rozi Rocha de Almeida. BELÉM-PA 2008
3 Moraes, C. Douglas Avaliação da capacidade física funcional de idosos residentes na associação da Pia União do Pão de Santo Antônio / Douglas Carvalho de Moraes; Mayana Kellen Ribeiro Brito. _ Belem, f. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduacao) Universidade da Amazonia, Curso: Fisioterapia. Orientador (a): Prof.a Carla Cristina Alvarez Serrão 1. Envelhecimento. 2.Atividade Física. 3. Teste da caminhada de seis minutos. I. Brito, R. K. Mayana. II. Avaliação da capacidade física funcional de idosos residentes na Associação da Pia União do Pão de Santo Antônio.
4 Douglas Carvalho de Moraes Mayana Kellen Ribeiro Brito AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FÍSICA FUNCIONAL DE IDOSOS RESIDENTES NA ASSOCIAÇÃO DA PIA UNIÃO DO PÃO DE SANTO ANTÔNIO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade da Amazônia para obtenção do grau de Graduação em Fisioterapia. Orientador(a): Profª Mestre Carla Cristina Alvarez Serrão. Co-orientador(a): Fisioterapeuta Rozi Rocha de Almeida. BANCA EXAMINADORA Prof.ª Fisioterapeuta Fisioterapeuta Apresentado em: / / Conceito:. BELÉM-PA 2008
5 9 RESUMO Grande parte das alterações decorrentes do processo de envelhecimento é associada ao estilo de vida sedentário. A atividade física tem se mostrado um fator importante para diminuição do processo de envelhecimento para todas as idades, e mesmo um idoso que nunca praticou exercícios também pode ser beneficiado. Além da melhoria na aptidão física, a atividade física também contribui para a redução das taxas de morbimortalidade nos idosos. O estudo teve como objetivo verificar por meio da aplicação do teste da caminhada de seis minutos a capacidade física funcional dos idosos da Associação da Pia União do Pão de Santo Antônio. Teve como amostra 23 idosas, com idades entre 60 e 94 anos. Foi aplicado o Mini Mental e uma Ficha de Avaliação para os critérios de inclusão e exclusão, em seguida foi aplicado o teste da caminhada de seis minutos, onde as idosas tiveram que percorrer a máxima distância durante seis minutos. Antes e após o teste foi verificado a FR, FC, SPO2, PA e somente ao final do teste verificou-se a distância máxima percorrida. Foram utilizados os testes: t de Student para avaliar a FR, FC e SPO2, o teste G de Williams para avaliar a PAS e PAD e o teste de Shapiro-Wilk para avaliar a DP, onde constatou-se alteração significativa apenas na FC, PAS e DP, ao passo que a FR, SPO2 e a PAD não sofreram variações significativas. Por meio deste estudo, pode-se concluir que a grande maioria das idosas residente na Associação da Pia União do pão de Santo Antônio apresentam capacidade física funcional diminuída, levando em conta a distância por elas percorrida ter sido inferior ao esperado durante o teste. PALAVRAS-CHAVE: envelhecimento, atividade física e teste da caminhada de seis minutos.
6 10 ABSTRACT Great part of the alterations resulting from the process of aging is associated to the sedentary way of life. The physical activity has if when an important factor was shown for reduction of the process of aging for all the ages, and even an old one that never practiced exercises also can be benefited. Besides the improvement in the physical fitness, the physical activity also contributes to the reduction of the taxes of morbimortalidade old us. The study had how I aim to check through the application of the test of the walk of six minutes the physical functional capacity of the old ones of the Association of Pia União of the Saint's Bread Antônio. It took 23 old ones as a sample, with ages between 60 and 94 years. There was apicado the Mental Mini thing and a Token of Evaluation for the criteria of inclusion and exclusion, next there was applied the test of the walk of six minutes, where the old ones had to go through the very distance during six minutes. Before and after the test was checked the FR, FC, SPO2, SHOVEL and only to the end of test happened the very passed distance. The tests were used: t of Student to value the FR, FC and SPO2, the test G of Williams to value the SHOVEL and the test of Shapiro-Wilk to value the DP, where significant alteration was noted only in the FC, SHOVELS and DP, while the FR, SPO2 and the PAD they did not suffer significant variations. Through this study, it is possible to end that the great majority of old resident in the Association of Pia União of the Saint's bread Antônio they present physical functional reduced capacity, taking into account the distance for them when to have been an inferior to the waited one during the test was passed. KEY WORDS: aging, physical activity and test of the walk of six minutes.
7 11 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuição das faixas etárias dos participantes...25 Figura 2 - Distribuição da freqüência respiratória em idosos (n=23) antes e após a intervenção...26 Figura 3 - Distribuição da frequência cardíaca (bpm) em idosos (n=23)...27 Figura 4 - Distribuição da SP02 (%) em idosos (n=23)...28 Figura 5 - Variação da Pressão Arterial em 23 idosos antes e após a intervenção...29 Figura 6: Distribuição da Pressão Arterial em n=23 idosos antes (a cima) e após (a abaixo) a intervenção...30 Figura 7: Distância percorrida (metros) por n=23 idosos...31 Figura 8: Desempenho obtido pelos idosos (n=23), considerando-se a Distância Percorrida e a Distância Prevista...32
8 12 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Distribuição das faixas etárias dos participantes...25 Tabela 2 - Distribuição da frequência respiratória (irpm) em idosos (n=23)...26 Tabela 3 - Distribuição da freqüência cardíaca (bpm) em idosos (n=23)...27 Tabela 4 - Distribuição da SP02 (%) em idosos (n=23)...28 Tabela 5 - Variação da Pressão Arterial em n=23 idosos antes e após o teste...29 Tabela 6 - Descrição da distância percorrida (metros) por n=23 idoso...31 Tabela 7 - Diferença entre a distância Percorrida e o Esperado (metros)...32
9 13 LISTA DE ABREVIATURAS AF - Atividade física AIVD - Atividades instrumentais de vida diária AVD - Atividades de vida diária Bpm - Batimentos por minuto DMP - Distância Máxima Percorrida DP - Distância Percorrida DP6 - Teste da distância percorrida em 6 minutos FC - Frequência Cardíaca FR - Frequência Respiratória Irpm - Incursões respiratórias por minuto Mmhg - Milímetros de mercúrio PA - Pressão arterial PAD - Pressão Arterial Diastólica PAS - Pressão Arterial Sistólica SPO2 - Saturação Periférica de Oxigênio TC6 - Teste da Caminhada de seis minutos
10 14 SUMÁRIO Pág. 1. INTRODUÇÃO 9 2. OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVO ESPECÍFICO REFERENCIAL TEÓRICO O PROCESSO DO ENVELHECIMENTO CAPACIDADE FÍSICA E PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO TESTE DA CAMINHADA DE SEIS MINUTOS METODOLOGIA ANÁLISE ESTATÍSTICA RISCOS BENEFÍCIOS RESULTADOS ESTUDO DA IDADE DAS IDOSAS DO PÃO DE SANTO ANTÔNIO ESTUDO DA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA ESTUDO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA ESTUDO DA SATURAÇÃO PERIFÉRICA DE OXIGÊNIO ESTUDO DA PRESSÃO ARTERIAL DISTÂNCIA PERCORRIDA E DISTÂNCIA PREVISTA DISCUSSÃO CONCLUSÃO 37 REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS 38 APÊNDICE 1 46 APÊNDICE 2 47 APÊNDICE 3 48 APÊNDICE 4 49 APÊNDICE 5 50 APÊNDICE 6 53 ANEXO 1 55
11 9 1. INTRODUÇÃO Atualmente 15 milhões de pessoas têm mais de 60 anos; o Brasil é considerado o 6º país no mundo com o maior número de idosos, em torno de 32 milhões, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a OMS, em 2025 serão dois bilhões de pessoas com mais de 60 anos em todo o mundo (Jornal Gazeta do Povo, 2004). O processo de envelhecimento inicia-se ao nascer, e segundo GUCCIONE (2002) aproximadamente ao final da segunda década de vida ocorre precocemente o processo de declínio de funções dos nossos órgãos de forma linear em função do tempo, e ainda que não possamos definir um ponto exato dessa transição, assim como as demais fases, observa-se que ao final da terceira década evidenciam-se as alterações anatomofuncionais atribuídas ao envelhecimento. O envelhecimento traz para os indivíduos alterações progressivas, quer nos aspectos funcionais, quer nos motores, psicológicos e sociais. Estas alterações variam de um indivíduo para outro e são influenciadas, tanto pelo estilo de vida quanto por fatores genéticos. Dentre as modificações provenientes do envelhecimento destaca-se a diminuição da capacidade funcional do indivíduo ocasionada principalmente, pelo desuso físico e mental (NIEMAN, 1999). A capacidade funcional pode ser definida como a capacidade do indivíduo de realizar as atividades da vida diária de forma independente, incluindo atividades ocupacionais e recreativas, ações de deslocamento e auto cuidado (WENGER et al., 1984). À medida que aumenta a idade cronológica, as pessoas tornam-se menos ativas e a sua capacidade funcional diminui; após os 75 anos há grande incidência de doenças crônicas, o que contribui para o processo degenerativo, e assim, a aptidão dos idosos para a vida independente é reduzida (ROSENBERG; MOORE, 1998). A participação em exercícios físicos regulares fornece um número de respostas favoráveis que colaboram para o envelhecimento saudável, melhorando a qualidade de vida, pois é uma modalidade de intervenção efetiva para reduzir e prevenir inúmeros declínios psicológicos e funcionais associados ao envelhecimento (TURAN et al.,1995).
12 10 O teste de caminhada de seis minutos (TC6) tem sido muito utilizado como forma de avaliar a aptidão física em indivíduos pouco condicionados fisicamente que não realizam, por motivos variados, o teste ergométrico. O TC6 possui boa correlação com o VO2 (consumo de oxigênio máximo), além de ser facilmente aplicado, melhor tolerado e melhor refletir atividades de vida diária (ENRIGHT, 2004; SOARES et al, 2004). Além disso, é uma forma prática, de baixo custo, de avaliar a capacidade física em indivíduos com limitação funcional, que ganhou grande importância tanto na prática clínica quanto em pesquisa nos últimos anos (SOARES et al., 2004). O TC6 tem como objetivos: avaliar a capacidade aeróbica para a prática de esportes e outras atividades; avaliar o estado funcional do sistema cardiovascular e/ou respiratório na saúde e doença; avaliar programas de prevenção, terapêuticos e de reabilitação e predizer morbidade e mortalidade em candidatos a transplantes (CAHALIN et al., 1996; ENRIGTH; SHERRILL, 1998). Assim, buscou-se, a partir do resultado desta pesquisa converter esses indicadores em instrumentos auxiliares no direcionamento da montagem, do plano e objetivo do tratamento fisioterapêutico, além de contribuir para o diagnóstico da capacidade funcional do idoso residente no abrigo, associando-se a um plano de prevenção por meio da detecção de sinais precoces de riscos para a qualidade de vida do avaliado.
13 11 2. OBJETIVOS 2.1. GERAL Verificar por meio da aplicação do teste da caminhada de seis minutos a capacidade física funcional dos idosos da Associação da Pia União do Pão de Santo Antônio ESPECÍFICO - Aplicar o teste de mini exame do estado mental - Aplicar o teste da caminhada de seis minutos - Avaliar freqüência respiratória, freqüência cardíaca, pressão arterial, saturação periférica de oxigênio. - Avaliar a distância percorrida durante os seis minutos - Orientar os idosos sobre sua condição física
14 12 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 O PROCESSO DO ENVELHECIMENTO O envelhecimento se refere a um fenômeno fisiológico de comportamento social ou cronológico. É um processo biossocial de regressão, observável em todos os seres vivos expressando-se na perda de capacidade ao longo da vida, devido à influência de diferentes variáveis, como as genéticas, danos acumulados e estilo de vida, além de alterações psicoemocionais (GUEDES, 2001). Definido como um fenômeno altamente complexo e variável, comum a todos os membros de uma determinada espécie, progressivo envolvendo mecanismos deletérios que afetam a capacidade de desempenhar um grande número de funções. Trata-se de um processo multidimensional e multidirecional, pois há uma variabilidade na taxa e direção das mudanças (ganhos e perdas) em diferentes características em cada indivíduo e entre indivíduos (HEIKKINEN, 1998). O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos senescência - o que, em condições normais, não costuma provocar qualquer problema. No entanto, em condições de sobrecarga como, por exemplo, doenças, acidentes e estresse emocional, pode ocasionar uma condição patológica que requeira assistência - senilidade. Cabe ressaltar que certas alterações decorrentes do processo de senescência podem ter seus efeitos minimizados pela assimilação de um estilo de vida mais ativo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, Caderno de atenção básica nº 19, p.08). As alterações da função respiratória conforme aborda Moriguchi e Jeckel Neto (2003) são importantes e envolvem uma atividade vital para o organismo. De acordo com Gallahue e Ozmun (2001), a função dos pulmões tende a aumentar durante a adolescência, estabilizar-se por volta dos 30 anos e declinar gradualmente depois disso. Este declínio segue um padrão relacionado à idade, porém a redução entre os 40 e 50 anos de idade tende a estar ligada a fatores, como, por exemplo, o aumento no peso corporal, ao invés de estar ligada a alterações reais nos tecidos. Existe uma diminuição da elasticidade e complacência dos pulmões pelas modificações nos tecidos colágenos e elásticos; dilatação dos bronquíolos, ductos e sacos alveolares; atrofia dos músculos esqueléticos acessórios na respiração; redução da caixa
15 13 torácica e diminuição da ventilação pulmonar (MAZO, LOPES E BENEDETTI, 2004). Outras variáveis relacionadas à idade, que influenciam a função pulmonar, incluem níveis reduzidos de força muscular nos grupos musculares que auxiliam na respiração e problemas posturais, freqüentemente experimentados por adultos mais velhos, que podem restringir anatomicamente a capacidade de expansão dos pulmões. Curvaturas da coluna podem comprimir o tórax e pressionar os pulmões contra órgãos internos, prejudicando o trabalho dos pulmões e de outros órgãos comprimidos (GALLAHUE E OZMUN, 2001). O pulmão diminui de tamanho, aumentando em 30% o esforço para respirar e o diafragma torna-se mais achatado. Há perdas de elasticidade nos alvéolos, levando a contrações musculares menos eficientes; os músculos acessórios diminuem de tamanho e força, diminuindo assim a capacidade de reserva inspiratória (DA CRUZ E MORIGUCHI, 2002). Gorzoni e Russo (2002) destacam as seguintes alterações no pulmão: aumento do espaço morto alargamento e calcificação das cartilagens traqueais e brônquicas; redução da área de superfície de volume aumento do diâmetro dos ductos alveolares, achatamento dos sacos alveolares, redução da superfície alveolar; na parede torácica (aumento da rigidez calcificação das cartilagens costais e das superfícies articulares das costelas, redução do espaço intervertebral; aumento da sensibilidade à pressão intra-abdominal; redução da mobilidade do gradeado costal) e nos músculos respiratórios (relação da força e massa muscular). O envelhecimento também promove alterações no sistema cardiorrespiratório, que vão desde alterações nos vasos, nos músculo cardíaco, nas válvulas cardíacas, bem como na caixa torácica e no próprio pulmão. Os vasos, especialmente a aorta, apresentam alta densidade de fibras elásticas nas sua parede em meio a fibras musculares e colágenas. A senescência leva a uma diminuição no numero de fibras elásticas na parede da aorta, em quanto há um aumento das fibras colágenas e deposições de sai de cálcio. Vale ressaltar que a aorta tem seu diâmetro interno aumentado compensatoriamente ao enrijecimento de sua parede arterial, pois assim poderá reduzir os efeitos hemodinâmicos da textura de sua parede. Esses processos arterioscleróticos também atingem artérias e arteríolas de menor calibre, como as carótidas, as coronárias e as arteríolas renais e outras. As modificações citadas terão como conseqüência a diminuição da elasticidade da parede arterial levando a alterações do funcionamento da bomba cardíaca. (REBELATTO J. & MORELLI J.,2004, p. 75)
16 14 A função cardíaca não decai, mas sim ocorre um estreitamento na parede cardíaca, aumentando a incidência de doenças cardiovasculares como arritmias e cardiopatia isquêmica e, além disso, a pressão sistólica tende a aumentar. O débito cardíaco em repouso, de acordo com Leite (1996), cai com a idade aproximadamente na proporção da redução no consumo de oxigênio basal, de maneira a ficar inalterada a diferença média de oxigênio artério-venoso. Para Matsudo e Matsudo (1992) com o envelhecimento ocorre diminuição do gasto cardíaco, da freqüência cardíaca, do volume sistólico, da utilização de oxigênio pelos tecidos. Nessa fase, ainda pode ser considerado o aumento da pressão arterial, aumento na diferença artério-venosa de oxigênio, na concentração de ácido lático e no débito cardíaco. Segundo Leite (1996) a pressão arterial sistêmica média aumenta na maioria dos indivíduos, mas não pode estar associada verdadeiramente com a idade e o sistema está continuamente respondendo às variações externas, sejam aquelas relativas à atividade física exercida pelo indivíduo, ou aquelas impostas pelas condições nutricionais. Neste sentido, Moriguchi e Jeckel Neto (2003), observam que existe uma estreita relação entre as condições ambientais e o estilo de vida das pessoas, e que as mudanças ocorridas com o processo de envelhecimento não são apenas de ordem fisiológica, mas decorrentes também dos hábitos alimentares, da rotina de atividade física diária e de algumas características individuais como a tendência a obesidade ou a hábitos que aumentam o risco do aparecimento de patologias e disfunções como o consumo de álcool e tabagismo. Grande parte das alterações decorrentes do processo de envelhecimento é associada ao estilo de vida sedentário (RIKLI; JONES, 1999). A atividade física tem se mostrado um fator importante para diminuição do processo de envelhecimento para todas as idades, e mesmo um idoso que nunca praticou exercícios também pode ser beneficiado (PICKLES et al., 2000). O envelhecimento populacional é, hoje, um proeminente fenômeno mundial. Isto significa um crescimento mais elevado da população idosa com relação aos demais grupos etários. No caso brasileiro, pode ser exemplificado por um aumento da participação da população maior de 60 anos no total da população nacional de 4% em 1940 para 8% em Além disso, a proporção da população mais idosa, ou seja, a de 80 anos e mais, também está aumentando, alterando a composição etária dentro do próprio grupo, isto é, a população considerada idosa também está envelhecendo (CAMARANO et al, 1997).
17 15 Em relação ao exercício regular, conforme aborda Leite (1996), não há evidencias que o mesmo consiga neutralizar o envelhecimento no sistema respiratório, porém idosos treinados em endurance apresentam maior capacidade pulmonar funcional que seus pares sedentários. Há atletas com mais de 60 anos de idade que apresentam valores para capacidade vital, capacidade pulmonar total, volume residual e ventilação voluntária máxima superiores que os esperados com base em sua dimensão corporal e maiores que aqueles de seus congêneres sadios, porém sedentários de idade equivalente. 3.2 CAPACIDADE FÍSICA E PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Evidências atuais indicam claramente que a participação em exercícios regulares é um efetivo caminho para reduzir ou prevenir o número de declínios associados ao envelhecimento. Os idosos têm habilidades para se adaptar e responder a treinamentos de força e resistência. Estudos epidemiológicos e clínicos têm demonstrado efeitos benéficos da prática de atividade física sobre a pressão arterial em indivíduos de todas as idades. Alto nível de atividade física diária está associado a menores níveis de pressão arterial em repouso (WAREMAN et al, 2000). A prática regular de exercício físico tem demonstrado prevenir o aumento da pressão arterial associado à idade, mesmo em indivíduos com risco aumentado de desenvolvê-la (WHELTON et al, 2002). Programas de atividade física têm demonstrado diminuir a pressão arterial sistólica e diastólica, tanto de indivíduos hipertensos como de normotensos (PAFFENBARGER et al, 1991; GUIMARÃES et al, 2003; CIOLAC et al, 2003). Esses benefícios da atividade física sobre a pressão arterial fazem dela uma importante ferramenta na prevenção e tratamento da hipertensão (PAFFENBARGER et al, 1991). O treinamento aeróbico/resistência pode auxiliar na manutenção e na melhora de vários aspectos do funcionamento do coração e pulmão e tais exercícios podem aumentar a resistência. O treinamento de força e resistência poderá auxiliar na diminuição na perda de massa e resistência tipicamente associada com o envelhecimento, bem como na melhora da capacidade funcional (Disponível em
18 16 A capacidade funcional tem sido definida como grau de preservação do indivíduo na capacidade de realizar atividades básicas de vida diária (ABVDS) como banhar, vestir, higiene, transferência, continência e alimentação e também para desenvolver atividades instrumentais de vida diária (AIVDS) como cozinhar, arrumar a casa, telefonar, lavar roupa, ir às compras, cuidar das finanças domésticas e tomar remédios. A prática de exercício físico, além de combater o sedentarismo, contribui de maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso, seja na sua vertente da saúde como nas capacidades funcionais (VUORI, 1995). Entretanto, os exercícios físicos podem apresentar algumas limitações para os idosos, devido às modificações fisiológicas impostas com o processo de envelhecimento (SHELDAHL & TRISTANI, 1986). Nos últimos anos, estudos comprovam que a atividade física regular melhora consideravelmente toda atividade vascular de um indivíduo. Os exercícios aeróbios são sem dúvida os mais indicados, devido ao fácil monitoramento das funções vitais, baixa intensidade de esforço, sendo esta satisfatória para a melhora do condicionamento físico, podendo influenciar a atividade de enzimas envolvidas no metabolismo das lipoproteínas, aumentando os níveis de HDL e diminuindo os níveis de LDL, aumentando a tolerância ao estresse, retorno venoso e a eficiência cardíaca (FONSECA, et al., 1999). Os diversos sistemas do organismo humano funcionam em conjunto e harmoniosamente para manter o ambiente interno estável. Durante o exercício físico, o equilíbrio é alterado e os sistemas precisam adequar-se para tentar reestabelecê-lo. Por isso, testes de exercício físico são usados para avaliar as respostas integradas de controle da homeostasia, quantificando a capacidade funcional do indivíduo, o que não pode ser obtido pela avaliação de órgãos ou sistemas individualmente (AMERICAN THORACIC SOCIETY; AMERICAN COLLEGE OF CHEST PHYSICIANS, 2003). A queda da aptidão física com o envelhecimento é um fato inexorável, que se inicia de maneira gradativa, ao redor da quinta década de vida. Entretanto, vários outros estudos, como o Matsudo (2000), apontam para os benefícios dos programas de exercícios físicos para idosos, como medida profilática importante no sentido de preservar e retardar ao máximo os efeitos do envelhecimento sobre a aptidão física. Além da melhoria na aptidão física, a
19 17 atividade física também contribui para a redução das taxas de morbimortalidade nos idosos (BRAVO et al, 1996; SCHWARTZ, 1995). A atividade física (AF) regular pode contribuir muito para evitar as incapacidades associadas ao envelhecimento. Seu enfoque principal deve ser na promoção de saúde, mas em indivíduos com patologias já instaladas a prática de exercícios orientados pode ser muito importante para controlar a doença, evitar sua progressão, e/ou reabilitar o paciente (MIRANDA, 2004). Há algumas décadas, têm sido estabelecidas as diferenças entre aptidão física relacionada ao desempenho atlético e a aptidão física relacionada à saúde, sendo esta última reconhecida como a habilidade do indivíduo realizar as atividades de vida diária de forma vigorosa, somada a um conjunto de características e capacidades associadas a um baixo risco de se desenvolver, prematuramente, doenças ligadas à inatividade (VANHEES et al, 2005). As habilidades que integram a aptidão física são: a aptidão cardiorrespiratória (expressa tradicionalmente pelo consumo máximo de oxigênio), a aptidão musculoesquelética (força, resistência e flexibilidade muscular), a composição corporal e o metabolismo (MATSUDO et al,2001; WARBURTON et al, 2006). Outros autores, contudo, destacam a capacidade funcional como uma importante habilidade da aptidão física e a definem como a capacidade de realizar tarefas que garantam uma vida independente e o bem estar global (MALMBERG et al, 2002). Assim, a recomendação de programas de atividade física e exercícios é importante como hábito de vida saudável e precisa ser quantificada para o entendimento de sua contribuição para a saúde e para a capacidade funcional da população idosa. Uma forma segura, simples e de baixo custo, para se avaliar a capacidade funcional é o teste de caminhada de seis minutos (TC6), introduzido em 1968 como um guia da aptidão física. Este teste não é específico para nenhum dos vários sistemas envolvidos diretamente durante o exercício, limitando-se a fazer uma avaliação global e integrada de todos estes sistemas (MALMBERG et al, 2002; BARATA et al, 2005).
20 TESTE DA CAMINHADA DE SEIS MINUTOS Em meados de 1960, foi desenvolvido um teste simples para avaliar a capacidade funcional mediante a mensuração da distância caminhada durante um período de tempo definido (BALKE, 1963). A proposta de fixar o tempo de teste e mensurar a distância percorrida foi então adaptada para avaliar o nível de aptidão física de indivíduos jovens saudáveis estabelecendo o teste de 12 minutos de corrida (COOPER, 1968). Posteriormente, o teste de 12 minutos de corrida foi adaptado para 12 minutos de caminhada para avaliar indivíduos com bronquite crônica (MCGAVIN; GUPTA; MCHARDY, 1976). Em 1982, Butland et al. estudaram a possibilidade de diminuir o tempo de teste e concluíram que a performance no teste com 2 ou 6 minutos era semelhante à do teste com 12 minutos. Entretanto, o teste da distância percorrida em 6 minutos (DP6) apresentou melhor correlação com o teste de 12 minutos. Desde então, o teste da DP6 vem sendo amplamente utilizado na avaliação da capacidade funcional. Em uma revisão sobre testes funcionais de caminhada, utilizados na área cardiorrespiratória, concluiu-se que a DP6 é o teste mais pesquisado e estabelecido e, por isso, atualmente deve ser o teste funcional de caminhada a ser utilizado com propósitos clínicos ou para pesquisa (SOLWAY et al., 2001). O teste da caminhada de seis minutos (TC6) apresenta-se como uma opção de baixo custo e bem mais tolerado, além de possibilitar ao paciente determinar a velocidade e a necessidade de realizar pausas, o que é uma vantagem adicional em idosos (PEETERS, 1996; GUYATT et al, 1984; WILLENHEIMER et al, 2000; LIPKIN, 1986). Outros autores, entretanto, mostraram que a padronização do TC6 com acompanhamento do examinador ao lado do paciente, impondo o ritmo da caminhada, além do estímulo verbal, melhora o desempenho do teste, refletido por uma maior distância caminhada, quando comparado ao TC6 sem acompanhamento, em indivíduos normais e em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (CAVALHEIRO, 1997). A partir de uma adaptação feita por Cooper (1968), o teste da caminhada passou a ser utilizado na medida do desempenho para exercícios, em programas de reabilitação. Há, todavia, necessidade de padronização na metodologia, especialmente quanto ao tipo e intensidade do incentivo dado ao paciente durante sua realização. Estudos têm demonstrado o
21 19 efeito do aprendizado em relação ao teste da caminhada, principalmente se repetidos em curto espaço de tempo. Por outro lado, se o teste é realizado incentivando-se o paciente, o resultado pode ser melhor. No teste da caminhada de seis minutos, a instrução é caminhar o mais rápido possível durante os seis minutos de teste e o avaliado é quem determina a velocidade de caminhada. Portanto, este teste é submáximo, a não ser que o avaliado não consiga caminhar por seis minutos. Como a maioria das atividades de vida diária é realizada em nível submáximo de exercício, acredita-se que a distância percorrida em seis minutos reflete melhor as atividades físicas diárias do que testes de exercício máximo (SOLWAY et al., 2001). O teste da à distância percorrida em seis minutos, ainda tem a vantagem de avaliar os indivíduos por uma forma comum de exercício que é a caminhada em uma superfície plana, já que muitas pessoas não conseguem realizar adequadamente um teste na esteira ou cicloergômetro por não estarem acostumadas a esta forma de exercício (SWERTS; MOSTERT; WOUTERS, 1990).
22 20 4. METODOLOGIA A pesquisa teve início após aprovação da instituição Universidade da Amazônia e pela orientadora da pesquisa (APÊNDICE 1), e co-orientadora da pesquisa (APÊNDICE 2). Todos os indivíduos/sujeitos da presente pesquisa foram estudados segundo os preceitos da Declaração de Helsinque e do Código de Nuremberg, respeitadas as Normas de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (Res. CNS 196/96) do Conselho Nacional de Saúde após a submissão e aprovação do projeto pelo Comitê de Ética da Universidade da Amazônia (APÊNDICE 3), autorizado pela Associação da Pia União do Pão de Santo Antônio (APÊNDICE 4) e pelos indivíduos/ sujeitos ou seus responsáveis legais, por meio de assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE 5). O estudo será do tipo quantitativo, analítico, descritivo e transversal. A amostra inicialmente foi composta de 110 idosos que responderam ao mini exame de estado mental e, após a verificação dos resultados obtivemos a amostra real do trabalho proposto com um total de 23 idosas. Como critérios de inclusão, foram aceitas idosas com idades entre 60 e 94 anos, residentes na Associação da Pia União do Pão de Santo Antônio. Foram excluídos do estudo idosos que não alcançaram a mínima pontuação do mini exame de estado mental, que se negaram a assinar o termo de consentimento livre e esclarecido, que apresentaram patologias cardiológicas, que tinham restrição à atividade física, idosos com hipertensão arterial não controlada, idosos que eram do sexo masculino. Inicialmente foi feito o Mini Exame do Estado Mental (ANEXO 1), que é o teste mais utilizado para avaliar a função cognitiva por ser rápido (em torno de 10 minutos), de fácil aplicação, não requerendo material específico. É um dos poucos testes validados e adaptados para a população brasileira. Tem com objetivo a avaliação da função cognitiva. A pontuação total é igual a 30 pontos. As notas de corte sugeridas são: Analfabetos = 19 pontos, 1 a 3 anos de escolaridade = 23 pontos, 4 a 7 anos de escolaridade = 24 pontos, > 7 anos de escolaridade = 28 pontos.
23 21 Após a aplicação do teste citado acima, foi aplicada uma ficha de avaliação (APÊNDICE 6) constando identificação, histórico de antecedência, histórico da doença pregressa, hábitos, etilismo, fumo, medicação, prática de atividade física, hipertensão arterial, estado mental, capacidade para ler, capacidade para comunicar-se, audição, visão e amplitude de movimento. Em seguida aos resultados obtidos desses dois testes aplicou-se o teste da caminhada de seis minutos, que consistiu na avaliação da distância máxima percorrida pelo paciente durante seis minutos. Esse procedimento foi realizado na Associação da Pia União do Pão de Santo Antônio, no turno da manhã, devido o serviço médico estar presente nesse turno da manhã, as idosas foram submetidas às mesmas condições de ambiente e temperatura, onde iniciaram o teste somente duas horas após o café da manhã. O teste foi feito em uma pista coberta com 40 metros de comprimento, em uma superfície plana e lisa, demarcada com pequenas marcas de fita adesiva, fixadas no solo transversalmente ao sentido da pista de 1 em 1 metro para facilitar a mensuração da distância percorrida durante os seis minutos. Orientou-se as idosas a percorrerem a maior distância tolerável durante 6 minutos, sendo autorizados a interromper o teste caso sentisse sintomas como dores em membros inferiores, taquicardia ou qualquer outro sintoma de desconforto, o oxímetro de pulso permaneceu no paciente durante todo o teste para monitorar a saturação periférica de oxigênio, caso ocorresse dessaturação para níveis muito baixos o teste seria interrompido. Foram orientados também a utilizarem vestuário e calçados adequados para a realização do teste. Durante o teste as idosas foram incentivados com duas frases de incentivo padronizadas segundo os autores Enright e Sherril, como você está indo bem ou continue fazendo um bom trabalho visando o aumento do seu rendimento físico. Aferiu-se antes e após o teste a freqüência respiratória, freqüência cardíaca, saturação periférica de oxigênio (SpO2), pressão arterial e a distância total percorrida.
24 22 O teste foi realizado uma única vez, com o auxílio de dois examinadores previamente treinados e familiarizados com o exame, o ritmo da caminhada foi determinado por cada indivíduo e os mesmos não poderiam correr. Os equipamentos utilizados para o teste foram: cronômetro (cronômetro Sport Timer ), trena, oxímetro de pulso (oxímetro de pulso TuffsatTM, São Paulo, Brasil), monitor de freqüência cardíaca (freqüencímetro Blitz, São Paulo, Brasil), esfigmomanômetro (esfigmomanômetro Diasyst, São Paulo, Brasil) e estetoscópio (Diasyst, São Paulo, Brasil). Todas as idosas realizaram o teste, e utilizou-se os resultados para cálculo do valor previsto ou de referência para distância no TC6, segundo as equações propostas por Enright e Sherril (1998). Homens: DP6 = (5,61 x IMC) - (6,94 x idade). Mulheres: DP6 = (6,24 x IMC) - (5,83 x idade). 4.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA O tratamento estatístico foi estruturado sob a forma de análise descritiva e comparativa, o que é comum para a análise de dados em pesquisas experimentais e quaseexperimentais (COSTA NETO, 2002). Possibilitando, com isto, avaliar os efeitos, em termos de eficácia, da variável independente, ou seja, uma caminhada de 6 minutos sobre a variável dependente, isto é, capacidade funcional em idosos com idade entre 60 e 94 anos. A variável dependente foi mensurada através de três instrumentos de avaliação. O primeiro método de avaliação foi a avaliação da freqüência cardíaca cujo resultado foi emitido no formato de uma variável quantitativa discreta: batimentos por minutos (bpm). O segundo método foi a avaliação da freqüência respiratória o qual resultou em uma variável quantitativa contínua mediada em IRPM. O terceiro método foi a avaliação da Pressão Arterial o qual resultou em duas variáveis quantitativas discretas: PAS e PAD medidas em mmhg, O quarto método foi a avaliação da saturação de Oxigênio (SP02) o qual resultou em uma variável quantitativa contínua mediada em pontos percentuais. Para se assegurar um padrão de cientificidade básico nesta pesquisa foram escolhidas algumas condições fundamentais advindas do tratamento estatístico sendo observadas as
25 23 recomendações para testes em amostras pareadas contidas em (Ayres, 2008, p ) e Kirkwood (1988, p.97). Foram empregadas técnicas advindas da Estatística Descritiva que possibilitaram, entre outros aspectos que sejam calculadas medidas de tendência central e variação, estas possibilitarão que seja demonstrada a distribuição amostral por meio de média aritmética, desvio padrão, erro padrão, mediana, primeiro quartil, terceiro quartil, máximo e mínimo. Foi utilizada a Estatística Inferencial para testar a hipótese nula, e conseqüentemente também foi possível avaliar a hipótese substantiva permitindo que se apure se houve real alteração da capacidade funcional após a intervenção. Para avaliação da normalidade nas variáveis Frequência cardíaca, Frequência respiratória e SPO2 foi aplicado o teste de Shapiro-Wilk (Ayres, 2008, p.206). A variável Pressão Arterial não foi avaliada por testes de normalidade pois foi tratada através de métodos não-paramétricos. A análise estatística da capacidade funcional dos idosos nos dois momentos de avaliação foi realizada através da aplicação de testes de hipóteses para amostras pareadas. Foi aplicado o teste t de Student para amostras pareadas (Ayres, 2008, p.147) para avaliar as variáveis: Freqüência cardíaca, Frequência respiratória e SPO2. Para avaliar a variável Pressão Arterial foi aplicado um método não-paramétrico, o Teste de Qui-Quadrado de Aderência com a correção de Yates conforme recomenda (Ayres, 2008, p.122). Ficou previamente estabelecido o nível de significância alfa = 0.05, portanto admite-se a margem de erro de 5% e a confiabilidade de 95% na tomada de decisão de rejeitar a hipótese de nulidade. 4.2 RISCOS Para os participantes da pesquisa acredita-se que o risco será a possibilidade de violação do sigilo de identidade contidos na ficha de avaliação, por isso com objetivo de garantir tal sigilo, buscou-se ter muito cuidado com os dados da identificação dos pacientes na referida ficha.
26 24 Durante o procedimento avaliativo (teste da caminhada de seis minutos) se o paciente apresentasse tontura e/ou cansaço, dispnéia excessiva, qualquer desconforto (como câimbras e distensões musculares) teste seria imediatamente interrompido e o Fisioterapeuta responsável tomaria as providências de acordo com as necessidades de atendimento da idosa como:posicioná-la adequadamente, verificar os sinais vitais, realizar atendimento fisioterapêutico ( se necessário) encaminharia ao ambulatório médico da instituição e/ou Unidade de Saúde mais próxima. Para os pesquisadores, acreditou-se que poderiam apresentar dificuldades em abranger número considerável de amostra para a coleta de dados, então visando amparar este risco todos os pesquisadores responsabilizaram-se pela procura minuciosa de pacientes e explicaram com cautela a importância da realização do teste para as idosas. Quanto aos riscos para comunidade científica referem-se à possibilidade dos dados coletados não serem fidedignos, então para minimizar tais riscos os pesquisadores se comprometeram a realizar a coleta de dados de forma minuciosa. 4.3 BENEFÍCIOS Quanto aos benefícios para os participantes, esta pesquisa poderá contribuir de forma direta para os pacientes visto que permitirá o conhecimento de sua capacidade física, e por meio disto buscar, juntamente com o Fisioterapeuta responsável, uma melhor atuação fisioterapêutica e preventiva, gerando benefícios tanto na qualidade de vida como financeiros, por o teste ser de baixo custo, além de contribuir, se possível, na identificação de fatores de riscos caso venham a ser constatados. Acredita-se também, que esta pesquisa poderá trazer relevantes contribuições para os pesquisadores, assim como para toda comunidade acadêmica, pois permitirá conhecer melhor a realidade da capacidade física das idosas que residem na Instituição Associação da Pia União do Pão de Santo Antônio, o que certamente trará subsídios para as intervenções junto a esta clientela, como também servirá de bases para outras pesquisas nesta área.
27 A imagem não pode ser exibida. Talvez o computador não tenha memória suficiente para abrir a imagem ou talvez ela esteja corrompida. Reinicie o computador e abra o arquivo novamente. Se ainda assim aparecer o x vermelho, poderá ser necessário excluir a imagem e inseri-la novamente RESULTADOS 6.1 ESTUDO DA IDADE DAS IDOSAS DO PÃO DE SANTO ANTÔNIO. As idosas participantes deste estudo apresentam idade média de 80.8±8.1 anos, a menor idade foi de 60 anos e a maior foi de 94 anos. A faixa etária mais freqüente foi de 77 a 82 anos o que apresentou 47% das ocorrências, ressalta-se o fato de que 86% dos idosos têm idade maior ou igual a 77 anos. Tabela 1: Distribuição das faixas etárias das participantes. Faixas Etárias Ponto Médio Frequência Percentual % % % % % % TOTAL % Fonte: Protocolo da Pesquisa. Figura 1: Distribuição das faixas etárias das participantes.
28 ESTUDO DA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA. Tabela 2: Distribuição da frequência respiratória (irpm) em idosas (n=23). Antes Depois Mínimo Média Aritmética Mediana Máximo Desvio Padrão Fonte: Protocolo da Pesquisa. p-valor = , teste t de Sudent A variação da freqüência respiratória foi avaliada pelo teste t de Student, onde se obteve p-valor = , o qual não é estatisticamente significante, portanto não podemos afirmar que há um aumento FC, ainda que a média tenha aumentado de 21 (antes) apara 22.8 (depois). Figura 2: Distribuição da freqüência respiratória em idosas (n=23) antes e após a intervenção.
29 ESTUDO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA. Tabela 3: Distribuição da freqüência cardíaca (bpm) em idosas (n=23). Antes Depois Mínimo Média Aritmética Mediana Máximo Desvio Padrão Fonte: Protocolo da Pesquisa. p-valor <0.0001*, teste t de Sudent, Média das diferenças = 19 bpm. A variação da freqüência cardíaca foi avaliada pelo teste t de Student, o qual obteve p- valor < * sendo estatisticamente significante, portanto constata-se que houve um real aumento FC e, em média, o acréscimo foi de 19 bpm na segunda avaliação. Figura 3: Distribuição da frequência cardíaca (bpm) em idosas (n=23).
30 ESTUDO DA SATURAÇÃO PERIFÉRICA DE OXIGÊNIO. Tabela 4: Tabela 3: Distribuição da SP02 (%) em idosas (n=23). Antes Depois Mínimo Média Aritmética Mediana Máximo Desvio Padrão Fonte: Protocolo da Pesquisa. p-valor teste t de Sudent A variação da SPO2 foi avaliada pelo teste t de Student, onde obteve-se p-valor = o qual não é estatisticamente significante, portanto não podemos afirmar que houve uma alteração da SPO2, ainda que a média tenha decrescido de 96.2% (antes) apara 96.0% (depois). Antes Depois SPO2 (%) Idosos participantes do estudo (n=23) Figura 4: Distribuição da SP02 (%) em idosas (n=23).
31 ESTUDO DA PRESSÃO ARTERIAL. Tabela 5: Variação da Pressão Arterial em 23 idosas antes e após o teste. Pressão Arterial Sistólica Diastólica n Percentual n Percentual Aumentou % % Diminuiu 1 4.3% 2 8.7% Não Alterou % % Total % % Fonte: Protocolo da Pesquisa. p-valor *, Qui-Quadrado com correção de Yates, GL=1, para PAS p-valor *, Qui-Quadrado com correção de Yates, GL=1, para PAD A variação da Pressão Arterial foi avaliada pelo teste G de Williams, o qual obteve p-valor = * (é estatisticamente significante), portanto constata-se que houve real alteração da PAS entre as avaliações. Notou-se que em 65% dos idosos ocorreu aumento da PAS. Na avaliação do comportamento da PAD observou-se que houve aumento em 21.7% e, em 69.6% das idosas a PAD permaneceu inalterada, logo podemos afirmar que a tendência da PAD foi manter-se inalterada (p-valor = *). Sistólica Diastólica Diminuiu 4.3% Não Alterou 30.4% Aumentou 65.2% Não Alterou 69.6% Aumentou 21.7% Diminuiu 8.7% Figura 5: Variação da Pressão Arterial em n=23 idosas antes e após a intervenção.
32 30 Ocorrências Antes /70 120/40 120/60 120/70 120/80 130/50 130/60 130/70 140/ /70 150/60 150/80 160/80 180/70 180/80 Ocorrências 3 2 Depois /60 110/70 120/60 120/70 120/80 130/60 130/70 140/60 140/80 140/90 150/70 150/90 160/60 160/70 160/80 170/40 180/70 180/80 200/100 Figura 6: Distribuição da Pressão Arterial em n=23 idosas antes (a cima) e após (a abaixo) a intervenção.
33 DISTÂNCIA PERCORRIDA E DISTÂNCIA PREVISTA Tabela 6: Descrição da distância percorrida (metros) por n=23 idosos. Estatísticas Mínimo Média e Mediana Máximo Desvio Padrão 85.5 Coeficiente de Variação 31.9% p-valor = , Teste de Shapiro-Wilk (normalidade). A distância percorrida pelos idosos apresentou distribuição normal (p-valor = ) indicando que a média foi 268 metros, que é o valor de tendência central do desempenho dos idosos neste teste e o coeficiente de variação foi de 31.9%. Pela observação do gráfico abaixo nota-se que apenas quatro idosas (17.4%) percorreram menos que 195 metros. Houve duas idosas (8.7%) que alcançaram desempenho mais elevado percorrendo distância superior a 379 metros. O desempenho mediano ficou entre 195 e 378 metros nesta faixa encontram-se 74% das idosas. A distância percorrida não apresentou correlação significante com a SPO2 (p-valor = ), nem com a freqüência cardíaca (p-valor = ) e nem com a freqüência respiratória (p-valor = ). Figura 7: Distância percorrida (metros) por n=23 idosos.
34 32 Tabela 7: Diferença entre a distância Percorrida e o Esperado (metros). Estatísticas Mínimo Mediana Média Aritmética Máximo 66.7 Desvio Padrão 78.7 Entre as 23 idosas 92.3% delas percorreram distâncias abaixo do esperado e ainda podemos afirmar que 75% das idosas percorreram pelo menos 82.8 metros a menos que o esperado. A média do grupo foi metros e o desvio padrão foi de 78.7 metros. Metros Percorrido Previsto Idosos Participantes do Estudo Figura 8: Desempenho obtido pelas idosas (n=23), considerando-se a Distância Percorrida (vermelho) e a Distância Prevista (azul).
35 33 7. DISCUSSÃO Recentemente, o TC6 tem sido reconhecido como um indicador de capacidade física geral e mobilidade nas populações idosas, e não apenas como uma mensuração do condicionamento cardiorrespiratório, como tradicionalmente divulgado (LORD et al, 2002; RUBIM et al, 2006 ). Na tabela 1 as idosas participantes deste estudo apresentaram idade média de 80.8±8.1 anos, onde a menor idade foi de 60 e a maior foi de 94 anos, a grande maioria das idosas apresentaram a faixa etária de 77 a 82 anos, o que significa 47,83% da amostra. Clênia A. et al (2006), em um estudo semelhante avaliaram 30 idosos com idades entre 65 e 87 anos, tendo como idade média 76,03 ± 4,75, onde foram realizados três testes e entre estes o teste da caminhada de seis minutos. Dado este que está de acordo com o valor da média de idade do presente trabalho. Diferentemente do sistema cardiovascular, o nível de reserva funcional do sistema respiratório não se constitui em fator limitante do desempenho durante exercícios máximos ou próximos do máximo (ASTRAND, 1992), exceto em situações nas quais a restrição ou a obstrução sejam severas, configurando quadro clinicamente patológicos. Dessa forma, as eventuais perdas da função respiratória decorrentes do envelhecimento, em condições normais, não comprometem o desempenho de idosos, principalmente durante exercícios submáximos. (REBELATTO J. & MORELLI J.,2004, p. 130). Corroborando com este estudo, que segundo dados da tabela 2 observou-se que não houve um aumento significativo da FR, que em média foi de 21 irpm antes do teste e 22,8 irpm depois do teste, tendo uma variação de 1,8 irpm do início para o final do teste. Durante a realização de um esforço físico, o padrão das respostas caridovasculares do idoso também difere em alguma instância daquele observado em adultos jovens. Segundo Spirduso (1995), durante a realização de exercícios submáximos, os idosos apresentam aumentos no débito cardíaco similares aos adultos jovens, porém por meios de mecanismos distintos. Rodeheffer (1984), observou que, nos idosos a elevação do débito cardíaco em exercícios submáximos devia-se aos maiores aumentos do volume diastólico final e do volume sistólico, em comparação aos adultos jovens. Assim como no repouso, este é um mecanismo de
36 34 compensação para uma frequência cardíaca também menor em exercícios submáximos (REBELATTO J. & MORELLI J, 2004, p. 128). Durante o exercício o aumento esperado da freqüência cardíaca necessário para aumentar o débito cardíaco, afim de suprir o consumo de oxigênio aumentado pelos músculos em exercício, é muito menor no idoso do que no jovem. (GUCCIONE A., 2002, p. 40). O débito cardíaco é a quantidade de sangue bombeado pelo coração em um minuto (5,5l/min.). Qualquer coisa que aumentar a freqüência cardíaca ou o débito sistólico aumentara o débito cardíaco e também a pressão arterial. Quando a freqüência cardíaca ou o débito sistólico diminui o debito cardíaco diminui, o que diminui a pressão arterial. (GUCCIONE A.,2002, p. 34). Neste estudo a freqüência cardíaca teve um aumento significativo de acordo com a velocidade da caminhada de cada idosa, o que sugere que a performance no teste é influenciada pela resposta cronotrópica cardíaca, o que leva ao aumento do ritmo cardíaco (frequência cardíaca), devido as idosas terem sido submetidas a um esforço físico submáximo. O que observa-se na tabela 3, onde se apresenta uma significante diferença na freqüência cardíaca, que teve um aumento de 19bpm depois do teste. O valor verificado antes do teste foi em média 75bpm e em média 92bpm ao término do teste. No estudo de Eliana L. et al que comparou parâmetros hemodinâmicos, dispnéia, esforço percebido e distância percorrida entre o teste de caminhada de seis minutos em solo e esteira em pacientes com DPOC, nos resultados ao final do TC6 em solo e em esteira, a SpO² alterou-se de forma pouco expressiva nos dois testes. Corroborando com este estudo, que mostra na tabela 4 que não houve alteração significativa da SPO2, que em média foi de 96,2% antes do teste e 96% depois do teste. As pressões arteriais sistólica e diastólica aumentam significativamente entre os 20 e 80 anos de idade. Especificamente, a pressão arterial sistólica tende a aumentar com a idade ao longo de toda a vida, enquanto a pressão diastólica aumenta até em torno dos 60 anos de idade e, então estabiliza-se ou até mesmo cai. (GUCCIONE A., 2002, p. 39) O aumento da PA sistólica é responsável pelo aumento da pós-carga, o que acarreta uma resposta adaptativa do coração, resultando em espessamento da parede
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