CRIANÇAS E JOVENS SOBREDOTADOS

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "CRIANÇAS E JOVENS SOBREDOTADOS"

Transcrição

1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CRIANÇAS E JOVENS SOBREDOTADOS INTERVENÇÃO EDUCATIVA ENSINO BÁSICO

2 Projecto, Elaboração e Organização: Jorge Senos Teresa Diniz Edição e Propriedade: Departamento de Educação Básica Execução Gráfica: Editorial do Ministério da Educação Tiragem: exemplares Depósito Legal: /98 Fevereiro,

3 ÍNDICE NOTA DE ABERTURA 4 1. A CRIANÇA E O JOVEM SOBREDOTADO Características das crianças e jovens sobredotados 6 2. INTERVENÇÃO EDUCATIVA COM ALUNOS SOBREDOTADOS Identificação da sobredotação Necessidades educativas dos alunos sobredotados 13 a) Necessidades psicológicas 16 b) Necessidades sociais 18 c) Necessidades cognitivas Organização geral da intervenção educativa Pistas processuais para o 1., 2. e 3. Ciclos de Escolaridade INTERACÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA Razões para que se estabeleça a cooperação entre a escola e a família Estruturação da cooperação entre a escola e a família 30 CONCLUSÃO 33 Pág. 3

4 NOTA DE ABERTURA Este documento, em versão original, foi publicado pela antiga DGEBS em Consideramos ser importante voltar novamente a publicá-lo em edição revista e alargada. Se a aposta deste Departamento é, conforme o Pacto Educativo para o Futuro, na escola como local privilegiado das políticas educativas, será na escola para todos, na escola inclusiva, que se devem colocar os problemas das crianças precoces e com capacidades acima da média. Todos temos direito a uma educação com qualidade, aferida às nossas capacidades individuais e colectivas, ao nosso ser único mas, também, solidário com outros seres. Todas as crianças e jovens têm direito a uma flexibilização das respostas educativas produzidas pela escola de maneira a respeitar as características individuais de cada criança, bem como o seu universo de relações e as circunstâncias próprias do seu desenvolvimento" (Maria de Lurdes Paixão). Jacques Delors, no relatório da UNESCO "Educação para o Século XXI" refere: "Os sistemas educativos formais são muitas vezes, acusados e com razão, de limitar o desenvolvimento pessoal, impondo a todas as crianças o mesmo modelo cultural e intelectual sem ter em conta a diversidade dos talentos individuais. Tendem cada vez mais, por exemplo, a privilegiar o desenvolvimento do conhecimento abstracto, em detrimento doutras qualidades humanas como a imaginação, a aptidão para comunicar, o gosto pela animação do trabalho em equipa, o sentido do belo, a dimensão espiritual e a destreza manual (pág. 48). " Penso que Delors aponta para alguns dos dilemas com que nos debatemos ao pensar numa educação de qualidade para as nossas crianças e jovens: ter em conta a diversidade dos talentos individuais mas, igualmente, ter em conta a diversidade dos meios de acesso ao conhecimento, de acordo com a multiplicidade de modelos culturais, sociais ou intelectuais das nossas sociedades. Assim, considero que todos aprendemos uns com os outros e todos nos podemos interpelar uns aos outros no sentido de irmos mais longe na nossa capacidade de conhecer e intervir activa e positivamente, como cidadãos, no mundo que nos rodeia. Com Delors, afirmo: "assim se escapará ao dilema que marcou profundamente as políticas de educação: seleccionar multiplicando o insucesso escolar e o risco de exclusão, ou nivelar por baixo, uniformizando os cursos em detrimento da formação dos talentos individuais (... ). Contribuiremos assim para que a escola se transforme em factor de coesão social e seja a instituição chave para a integração ou a reintegração, podendo assim a educação básica tornar-se passaporte para a vida para todas as crianças e jovens. " A Directora do Departamento da Educação Básica (Teresa Vasconcelos) 4

5 1. A CRIANÇA E O JOVEM SOBREDOTADO A problemática da sobredotação tem suscitado atenção e interesse ao longo dos tempos, particularmente no que respeita aos aspectos e episódios mais ou menos extraordinários das realizações de sobredotados célebres. A sedução que esses episódios sempre exerceram contribuiu para que se criassem e generalizassem ideias mais ou menos fantasiosas em torno da sobredotação sem que, todavia, fosse possível estabelecer uma definição consensual de sobredotação e, menos ainda, sem que fosse possível estabelecer um modelo de intervenção educativa geralmente aceite com reconhecida eficácia. De um modo geral, o sobredotado é visto como alguém que revela um desempenho saliente em todas as suas actividades, alguém que revela um talento especial para uma ou várias expressões artísticas (música, pintura, etc.) ou como alguém que, no domínio do seu desempenho académico, está sempre bem preparado para os exames, que é um estudante entusiasta e sem dificuldades, ou, enfim, à falta de melhor definição, alguém que possui uma inteligência superior devidamente atestada por resultados obtidos em testes de inteligência. Visto deste modo, não haveria razão para se tomar um cuidado particular relativamente à escolarização destes alunos. Dir-se-ia que estes alunos aprendem sempre bem, sejam quais forem as circunstancias, boas ou más, que compõem o seu ambiente de estudo. Todavia, entre os profissionais da educação, bem como na comunidade científica, sabese que isto não corresponde à realidade. Designadamente entre os professores, existe a convicção de que estas crianças experimentam dificuldades várias durante a sua escolaridade, pese embora a relevância das suas qualidades particulares. Por outro lado, múltiplos estudos têm demonstrado que existem crianças com potencialidades extraordinárias que passam totalmente despercebidas aos olhos dos professores e que, por vezes, são mesmo identificadas por estes como sendo alunos problemáticos, com dificuldades relacionadas com o seu comportamento nas aulas, atenção, interesse pelas tarefas escolares, desempenho social, etc. Torna-se, portanto, necessário procurar uma definição para a sobredotação que possibilite uma intervenção educativa bem sucedida, quer no que diz respeito à criação de condições para a expressão e desenvolvimento de qualidades excepcionais, quer para a resolução de eventuais situações educativas problemáticas relativamente a estes alunos. 5

6 1.1. Características das crianças e jovens sobredotados O desempenho em provas destinadas a determinar a inteligência (Q.I.), foi considerado no passado o indicador mais fiel da existência de qualidades excepcionais ou de sobredotação. De acordo com este critério, o sobredotado seria aquele que nos testes de inteligência obtinha, por referência a uma norma estatística, resultados significativamente acima da média. Assim, os sobredotados corresponderiam apenas a cerca de 2% de sujeitos com os resultados mais altos obtidos em provas de inteligência. Os modelos estatísticos utilizados para a identificação da sobredotação, a partir dos testes de Q.I., têm vindo a sofrer uma crescente contestação, sobretudo porque estes testes revelam uma evidente fragilidade para determinar o potencial desempenho dos sujeitos em áreas tradicionalmente consideradas relevantes na sobredotação como, designadamente, a criatividade, a persistência, a concentração nas tarefas. Com efeito, as características gerais destes testes tornam-nos pouco fiáveis relativamente à problemática da sobredotação, por duas razões fundamentais: a) Por um lado, estes testes são excessivamente permeáveis a aspectos culturais e linguísticos, permitindo que o nível sociocultural dos sujeitos interfira demasiado nos resultados obtidos. Desta forma, uma criança ou jovem potencialmente sobredotado de meios socioculturais desfavorecidos pode, muito simplesmente, não ser detectado através destes testes; b) Por outro lado, a pontuação obtida nos testes e que pretende traduzir um determinado nível intelectual, corresponde ao conjunto de respostas "certas" fornecidas pelos sujeitos, num determinado lapso de tempo: quando o teste define uma instrução está a antecipar uma resposta determinada. Assim, ao enfatizar a obtenção de respostas "correctas", rejeitam-se respostas que, por resultarem de pensamento ou associação de ideias divergente se revelam originais e criativas. Deste modo, um sujeito potencialmente sobredotado com, por exemplo, uma capacidade criativa excepcional, corre o risco de obter resultados muito baixos nestes testes. Em síntese, os resultados obtidos traduzem prioritariamente a capacidade de os sujeitos responderem a testes, ou de fornecerem respostas "desejáveis", reflectindo o seu nível sociocultural no resultado final obtido. Deste modo, os testes de Q.I., para além de não disponibilizarem informação relevante para a organização da intervenção educativa, nem sempre conseguem identificar a sobredotação, uma vez que não dão conta das características do desempenho e níveis de excelência intelectual dos sujeitos em múltiplas áreas da sua actividade não contempladas pelos testes. Por esta razão, procura-se hoje encontrar uma definição de sobredotação que seja mais compreensiva, isto é, que seja apoiada sobretudo nas características do desempenho manifestado pelos sujeitos nas situações da interacção que estabelecem com os outros, os objectos e os conceitos. 6

7 Esta nova perspectiva de abordagem tem vindo a produzir dois efeitos que importa sublinhar: O primeiro diz respeito ao entendimento que hoje é feito da sobredotação. Independentemente dos factores genéticos que possam influenciar o desempenho dos sujeitos, entende-se hoje que a sobredotação constitui a expressão de um conjunto de factores interactuantes que resultam na manifestação de um desempenho saliente. Deste modo, o ambiente educativo em que se processa o desenvolvimento das crianças e, particularmente, a escola, joga um papel decisivo na sobredotação, cabendo-lhe a responsabilidade de criar oportunidades e experiências de aprendizagem favoráveis ao desenvolvimento e expressão de sobredotação; Por outro lado, tem sido possível identificar, a partir desta perspectiva, um conjunto de factores relevantes para a orientação dos educadores relativamente à organização das respostas educativas mais ajustadas e que os testes de Q.I. não possibilitam. No quadro desta abordagem mais compreensiva, destaca-se o contributo de Joseph Renzulli (Instituto de Investigação para a Educação de Alunos Sobredotados, Universidade de Connecticut, USA). Para este autor, existe um conjunto básico de características que distingue os sujeitos sobredotados. Assim, estas crianças e jovens revelam: 1. Uma capacidade intelectual superior à média, ainda que não tenham forçosamente que ser extraordinariamente inteligentes. Aquilo que os distingue, neste aspecto, é sobretudo a facilidade com que obtêm êxito em determinadas matérias, ou a facilidade que revelam na aquisição de determinados conhecimentos ou competências em áreas específicas. 2. Uma grande capacidade de trabalho, dedicando uma invulgar quantidade de energia à resolução de problemas concretos ou de uma actividade específica. A extraordinária perseverança na resolução de uma tarefa tem sido apontada como a mais incontroversa característica no conjunto das tentativas de definição da sobredotação. Sublinha-se, no entanto, que esta característica está intimamente associada à natureza dos interesses desenvolvidos pela criança ou jovem e à motivação que a tarefa ou problema específico lhe suscitam. 3. Níveis superiores de criatividade, manifestada na frequência e na natureza das perguntas, jogos e associações de conceitos que produzem. Esta característica torna estes alunos frequentemente desconcertantes, surpreendendo os adultos com a qualidade das suas produções, quando o ambiente educativo é facilitador da expressão de pensamento divergente e inovador. 7

8 Na sequência dos trabalhos de Renzulli, é possível estabelecer um conjunto de características comportamentais dos alunos sobredotados ou potencialmente sobredotados, facilitando deste modo a sua identificação no contexto de realização escolar, bem como a organização da intervenção educativa com estas crianças e jovens. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE COMPORTAMENCTO DAS CRIANÇAS E JOVENS SOBREDOTADOS CARACTERÍSTICAS NO PLANO DAS APRENDIZAGENS a) Vocabulário avançado para a idade e para o nível escolar; b) Hábitos de leitura independente (por iniciativa própria); preferência por livros que normalmente interessam a crianças ou jovens mais velhos; c) Domínio rápido da informação e facilidade na evocação de factos; d) Fácil compreensão de princípios subjacentes; capacidade para generalizar conhecimentos, ideias, soluções; e) Resultados e/ou conhecimentos excepcionais numa ou mais CARACTERÍSTICAS MOTIVACIONAIS áreas de actividade ou de conhecimento. a) Tendência a iniciar as suas próprias actividades; b) Persistência na realizarão c finalização elas tarefas; c) Busca da perfeição; CARACTERÍSTICAS NO PLANO DA CRIATIVIDADE CARACTERÍSTICAS DE LIDERANÇA CARACTERÍSTICAS NOS PLANOS SOCIAL E DO JUÍZO MORAL d) Aborrecimento face a tarefas de rotina. a) Curiosidade elevada perante um grande número de coisas; b) Originalidade na resolução de problemas e relacionamento de ideias; c) Pouso interesse pelas situações de conformismo. a) Autoconfiança e sucesso com os pares; b) Tendência a assumir a responsabilidade nas situações; c) Fácil adaptação às situações novas e às mudanças de rotina. a) Interesse e preocupação pelos problemas do mundo; b) Ideias e ambições muito elevadas; c) Juízo crítico face às suas capacidades e às dos outros; d) Interesse marcado para se relacionarem com indivíduos mais velhos e/ou adultos. 8

9 Chama-se a atenção para o facto de estas características serem apenas identificativas e, por isso, formuladas de maneira geral e bastante aberta. Na próxima secção, veremos como estas características deverão ser tidas em conta no quadro da intervenção educativa com crianças e jovens sobredotados. 9

10 2. INTERVENCÃO EDUCATIVA COM ALUNOS SOBREDOTADOS De uma maneira geral, as investigações realizadas com alunos sobredotados concluíram que estes alunos são mais auto-confiantes, mais perseverantes nos seus esforços, revelam maior autonomia e uma maior prudência nas relações sociais que estabelecem. No entanto, estas características não constituem nenhum dado adquirido à partida, pelo contrário, revelam-se sempre na dependência da natureza da organização ambiente e das oportunidades educativas que lhes são proporcionadas. Com efeito, muitos alunos que em determinados ambientes revelam características de sobredotação, podem manifestar dificuldades no seu desempenho escolar, em resultado de falta de motivação e desencanto perante as tarefas que a escola lhes propõe. Regra geral, estes alunos chegam à escola desejosos de novas experiências, conhecimentos e desafios, prontos para progredir e para desenvolver rapidamente aquisições importantes se lhes forem proporcionadas oportunidades de desempenho ajustadas. Quando isso não acontece, sentem-se frustradas, aborrecidas e desinteressadas das actividades escolares. Estes resultados da investigação permitiram concluir que estas crianças e jovens passam frequentemente despercebidos ou revelam mesmo dificuldades, em ambientes educativos que enfatizam a realização de tarefas excessivamente dirigidas pelo professor, rotineiras, apoiadas na memória e no pensamento convergente (reprodutivo mais do que criativo), ao mesmo tempo que secundarizam o pensamento divergente (criação de novas ideias, conceitos e relações originais entre ideias e conceitos apoiados na descoberta e na experimentação), a tomada de iniciativa e a partilha de responsabilidades. A organização de uma intervenção educativa eficaz exige portanto que o professor: possa identificar as crianças e jovens potencialmente sobredotados, a partir de determinados indicadores comportamentais, simultaneamente, conheça as suas necessidades educativas, adeqúe as suas praticas a essas necessidades e, avalie se as metodologias escolhidas contribuem para o "crescimento" efectivo destes alunos. No ponto seguinte será descrito um modelo organizador da observação do comportamento orientado para a identificação das características assinaladas por Renzulli (inteligência, criatividade e dedicação ao trabalho), como constituindo indicadores da sobredotação. 10

11 2.1. Identificação da sobredotação A observação do comportamento dos alunos relativamente à forma como a actividade da sala de aula é gerida, constitui uma componente fundamental da avaliação formativa, permitindo identificar os efeitos e a eficácia das estratégias e metodologias utilizadas pelo professor na dinamização do espaço de interacção educativa. A identificação de alunos sobredotados ou potencialmente sobredotados poderá beneficiar de uma observação conduzida a partir dos seguintes indicadores: 1. A utilização da linguagem: amplitude do vocabulário, precisão na sua utilização, complexidade da estrutura das frases A observação deste indicador só é possível quando aos alunos é facultada a oportunidade de produzir enunciados verbais não determinados, isto é, quando se organiza o clima de participação dos alunos a partir das suas vivências e interesses, permitindo-lhes contar experiências, discutir planos de trabalho diário e estratégias de resolução de tarefas, partilhar desejos, etc. A prática regular e frequentemente utilizada por muitos professores que consiste, no início de cada dia de aulas, discutir com a turma o plano de trabalho diário, combinar tarefas, acordar regras, inventariar necessidades para a concretização de actividades, etc., constitui um momento privilegiado para a realização da observação deste indicador. 2. A natureza das perguntas formuladas pelos alunos: se são inusitadas, oportunas, etc. A observação deste item requer um clima favorável à participação dos alunos. Um clima de participação que, por exemplo, apenas permita colocar perguntas para esclarecer instruções, não facilita, obviamente, a observação compreensiva deste item. Por outro lado, um clima de participação que facilite a expressão da curiosidade, da perplexidade e da investigação sobre os múltiplos objectos de conhecimento e sobre os múltiplos modos de fazer, constituirá certamente um meio de observação rigoroso desta questão, pelo que deverá ser objecto particularmente cuidado do esforço de organização da actividade pedagógica. 3. Utilização de materiais A realização de tarefas, que façam apelo a múltiplos materiais e permitam soluções diversas, constitui uma estratégia educativa particularmente eficaz para a detecção de crianças e jovens sobredotados ou potencialmente sobredotados. A forma como o aluno estabelece estratégias de resolução das tarefas, selecciona materiais e os utiliza, constitui um indicador orientado no sentido da criatividade tal como Renzulli a entende. Desta forma, é desejável que a instrução fornecida sobre a tarefa seja pensada de 11

12 maneira a não excluir opções quer ao nível das estratégias de resolução, quer ao nível dos materiais que poderão ser utilizados. 4. Conhecimentos: profundidade dos conhecimentos destes alunos em diversas áreas A valorização de experiências e conhecimentos exteriores à escola constitui uma forma de valorização do universo de significações do aluno e uma importante estratégia de motivação, sustentando actividades a realizar na sala de aula integradas nesse universo. Invariavelmente esta iniciativa pedagógica produz um efeito facilitador da expressão e participação dos alunos, fornecendo importantes indicadores do conhecimento (natureza e extensão), adquirido pela criança e jovem fora da escola, sobre as diferentes áreas que formam os seus interesses. 5. Persistência A observação deste item requer que aos alunos seja facultado o tempo necessário para que concluam as tarefas em que se envolvem. A definição antecipada de um limite temporal para a realização de uma determinada actividade, encerra riscos de viciamento sobre os processos que conduzem à sua execução, nomeadamente no que respeita ao rigor e ao modo de conclusão. Por falta de tempo, um aluno poderá ser compelido a acabar precipitadamente uma tarefa, sacrificando a qualidade do trabalho. Por outro lado, o investimento num maior rigor, poderá fazer com que o aluno sinta que não concluiu o seu trabalho. Esta interrupção súbita da actividade do aluno, determinada por uma gestão do tempo que lhe é totalmente exterior, poderá criar-lhe a ilusão de incapacidade para realizar o trabalho que lhe é distribuído, com efeitos negativos sobre a sua motivação e participação futuras. Num e noutro caso, não será possível observar até onde um aluno persiste na concretização de uma tarefa, correndo-se ainda o risco deste seleccionar estratégias de resolução que, embora mais ajustadas ao tempo de que antecipadamente dispõe, poderão ocultar a capacidade de o aluno elaborar estratégias mais eficazes, eventualmente mais exigentes e demoradas. Neste sentido, é desejável que o professor organize a sua intervenção educativa de maneira a permitir que cada aluno disponha do tempo necessário, até que dê por concluída (com ou sem sucesso objectivo) cada tarefa e exprima livremente a forma mais ou menos persistente com que se envolve na resolução do seu trabalho. 6. Juízo crítico A forma como o aluno se critica poderá ser um indicador de sobredotação, designadamente quando essa crítica é realizada de maneira exigente e rigorosa consigo mesmo. Naturalmente, a observação deste item requer a criação regular de espaços de 12

13 auto-avaliação e auto-responsabilização, cujo sentido é determinado pelo grau de participação e decisão permitido ao aluno durante a actividade escolar. Em situações educativas excessivamente dirigidas ou estruturadas pelo professor, será mais difícil para o aluno, apreciar a qualidade da sua participação e emitir juízos críticos sobre si mesmo. 7. Preferências por actividades Regra geral, os alunos sobredotados tendem a preferir actividades complexas, novas e mais difíceis. A observação deste critério apoia-se numa organização do trabalho escolar que, naturalmente permite espaços de livre escolha de actividades, ainda que, por vezes, estas actividades possam parecer de certa maneira marginais ao trabalho escolar regular e exijam um maior esforço do professor para conseguir a sua integração no quadro do desenvolvimento curricular Necessidades educativas dos alunos sobredotados Tal como foi referido, a intervenção educativa com crianças e jovens sobredotados ou potencialmente sobredotados deverá ter em conta as suas necessidades específicas, de maneira a que seja possível o desenvolvimento das suas competências e se evitem situações de subaproveitamento, desinteresse ou dificuldades relativamente à actividade escolar. Estas situações caracterizam-se pela emergência de um conjunto de características comportamentais frequentemente perturbadoras da acção educativa. Do mesmo modo que a natureza do envolvimento educativo poderá fazer surgir e desenvolver um conjunto de características comportamentais tipicamente associadas à sobredotação (altos níveis de desempenho cognitivo, criatividade, capacidade de trabalho e de concentração excepcionais), também é verdade que, na dependência de um envolvimento educativo que não valorize as necessidades educativas destes alunos, poderá surgir um conjunto de comportamentos marcados pela resistência à participação produtiva no trabalho escolar. É neste sentido que a literatura refere com alguma frequência, quando procura fazer o inventário de características de sobredotação, aspectos potencialmente facilitadores, ao lado de aspectos potencialmente inibidores do trabalho educativo. Assim, Martinson 1 bem como o projecto ACCORD 2 procuram dar conta simultaneamente das características facilitadoras do desenvolvimento no contexto escolar e dos aspectos que poderão constituir inibições ao desempenho das crianças e jovens sobredotados. 1 Martinson, R. A. (1981). The identification of the gifted and talented. The Council for Excepcional Children. Association Drive, Reston Virginia Able Children: Clwyd and Oxfordshire Research and Development. A development project looking at appropriate classroom provision for more able children in key stage 1, May 1991, Oxfordshire Conty Council. 13

14 Estes aspectos inibidores concorrem frequentemente para que, tal como é referido pela literatura especializada, muitos alunos sobredotados passem despercebidos aos olhos dos professores e constituam, por vezes, casos problemáticos. EXEMPLOS DE CARACTERÍSTICAS POTENCIAIS DO ALUNO SOBRE DOTADO (Martinson) CARACTERÍSTICAS POTENCIAIS FACILITADORAS Aprecia os conceitos abstractos, resolve os seus próprios problemas e tem uma forma de pensar muito independente. Revela muito interesse nas relações entre conceitos. É muito crítico consigo mesmo e com os outros. Gosta de criar e inventar novas formas para realizar alguma coisa. Tem uma grande capacidade de concentração, alheando-se dos outros quando está ocupado nas suas tarefas. É persistente na prossecução dos seus objectivos. É enérgico e activo. CARACTERÍSTICAS POTENCIAIS INIBIDORAS Mostra grande resistência às instruções dos outros. Pode ser bastante desobediente. Dificuldade em aceitar o que não é lógico aos seus olhos. Exige demasiado de si e dos outros. Pode estar sempre insatisteito. Absorve-se a criar e a descobrir coisas por si mesmo, recusando os procedimentos habitualmente aceites. Resiste fortemente a ser interrompido. Pode ser muito rígido e inflexível. Sente-se frustrado com a inactividade e a falta de progressos. 14

15 As características identificadas pelo projecto ACCORD complementam o quadro elaborado a partir dos trabalhos de Martinson. CARACTERÍSTICAS POTENCIAIS DO ALUNO SOBREDOTADO (Projecto ACCORD) 1. Pode mostrar capacidades artísticas ou intelectuais superiores. 2. Pode mostrar um elevado nível de curiosidade 3. Pode preferir trabalhar autonomamente. 4. É capaz de se concentrar por longos períodos de tempo. POSITIVAS 5. É capaz de trabalhar sobre problemas até à sua resolução. 6. É criativo ou inventivo. 7. É capaz de generalizar ideias através de um conjunto de circunstâncias. 8. Aprecia jogos de palavras e "puzzles". 9. Pode mostrar qualidades de chefia 1. Pode mostrar-se intolerante, para com os outros. 2. Pode mostrar um comportamento irregular - facilmente perturbável. 3. Pode manifestar dificuldades em integrar-se com os outros. NEGATIVAS 4. Pode manifestar desinteresse na realização de tarefas escritas. 5. Pode parecer aborrecido. 6. Pode exigir muito tempo de atenção ao professor. 7. Pode revelar-se dominador na relação com os colegas O conjunto de características inibidoras listadas nos quadros anteriores permite identificar com facilidade a possibilidade de, em determinados ambientes educativos, estes alunos virem a experimentar importantes dificuldades na sua escolarização. O facto destes alunos poderem revelar, na sala de aula, comportamentos problemáticos como, por exemplo, má relação com os companheiros, desatenção, desobediência, etc., 15

16 deverá chamar a atenção para a necessidade de, relativamente a todos os alunos, se procurar cuidadosamente as causas de tais comportamentos, no quadro das iniciativas de gestão pedagógica seleccionadas pelo professor. Esta é, de resto, uma função fundamental da avaliação formativa. De acordo com estas características potenciais, torna-se possível definir um conjunto de necessidades educativas dos alunos sobredotados, agrupadas em necessidades psicológicas, sociais e cognitivas. a) Necessidades psicológicas 1. Sentimento geral de sucesso num ambiente intelectual estimulante Uma primeira e insubstituível condição de sucesso de todos os alunos prende-se com o facto de os professores deverem traduzir nas suas práticas e nas interacções que estabelecem, uma convicção de sucesso. Todos os alunos necessitam de um ambiente educativo positivo, onde o sucesso constitua a consequência natural da sua presença na escola, isto é, em que o professor acredite que todos os alunos são capazes de obter sucesso e lhes faça sentir essa convicção. Esta convicção de sucesso exprime-se no quadro da intervenção pedagógica do professor, na medida em que valoriza positivamente todos (pequenos e grandes) ganhos conseguidos na construção do conhecimento e das experiências de aprendizagem. Afirma-se no pressuposto pedagógico de que a concretização de cada tarefa não constitui um fim em si mesma, mas antes, um momento de um percurso de aprendizagem, cuja valorização indicará ao aluno uma medida da sua capacidade para aprender novos motivos de interesse e motivação para futuras tarefas de aprendizagem. Os alunos sobredotados não constituem, neste caso, excepção. A experimentação sistemática de situações de sucesso é condição indispensável de motivação e progresso de todos os alunos. Por outro lado, a grande exigência e capacidade crítica que, como vimos, são características destes alunos, tornam por vezes difícil o auto-reconhecimento de sucesso nas tarefas que desenvolvem, particularmente quando a concretização dessas tarefas não traduz, do seu ponto de vista, ganhos significativos. Cada tarefa que a criança ou jovem sobredotado concretiza é considerada, por si, como estando resolvida com sucesso quando percepciona progressos reais. O exercício repetitivo e rotineiro de determinadas tarefas de aperfeiçoamento técnico (da leitura, por exemplo) é sentido por estes alunos de uma forma penosa e desmotivante. Aquilo que estes alunos procuram, neste caso, na leitura, não é tanto a correcção técnica, mas a correcção na descodificação do escrito, que lhes permita obter informações pertinentes para a construção de conhecimentos gratificantes e significativos. 16

17 2. Flexibilidade nos tempos atribuídos para a realização das tarefas A dedicação em esforço e concentração, que os alunos sobredotados dispensam às tarefas em que se envolvem, conforma-se mal com uma gestão pedagógica em que a distribuição do tempo de realização é pré-determinada. Tal como já foi referido, as interrupções obrigatórias, sem razão aceitável para o aluno, podem provocar interferências ao seu envolvimento em tarefas posteriores. A frustração provocada pelo impedimento à conclusão de uma tarefa, que o aluno considera inacabada, tem por vezes um impacto negativo sobre a auto-confiança do aluno, podendo esta interrupção injustificada ser ressentida como indicador de incapacidade e dar origem a comportamentos de rejeição e desmotivação relativamente a novas propostas de trabalho. Embora a flexibilização dos tempos atribuídos às tarefas possa constituir uma dificuldade acrescida para o professor na gestão da sala de aula, é sempre desejável evitar situações do tipo "acaba de fazer o texto, está na hora da matemática" ou "faltam 5 minutos para acabar esse trabalho". Sempre que possível, deve permitir-se ao aluno que continue o seu trabalho numa determinada tarefa até que se sinta satisfeito e consciente de que acabou, de facto, com sucesso o seu trabalho. 3. Clima de participação e partilha de responsabilidades Em conformidade com as características anteriormente identificadas nos alunos sobredotados, a possibilidade de assumir responsabilidades e participar na planificação do trabalho constituem dois factores fundamentais de motivação e de sustentação das aprendizagens. Sempre que possível, o professor deverá permitir e estimular a intervenção dos alunos na organização da actividade da sala de aula e na planificação e avaliação do seu próprio trabalho, partilhando deste modo a responsabilidade necessária a uma cuidada utilização de materiais, respeito por regras sociais no espaço escolar e cumprimento autónomo de tarefas. 4. Suporte emocional para o fracasso O facto de estes alunos mostrarem, regra geral, um desempenho satisfatório nas actividades que realizam, cria por vezes uma pressão excessiva sobre eles, para quem o insucesso na concretização de uma determinada tarefa pode constituir uma grave ameaça. Esta pressão é sentida pelo aluno através das altas expectativas que se organizam em torno do seu desempenho. Deste modo, o insucesso pode representar, para estes alunos, um risco de perda da confiança e do afecto dos outros, bem como de diminuição da sua auto-confiança básica. Não poderemos esperar que os alunos sobredotados mantenham o mesmo nível de desempenho de maneira constante e em todas as tarefas, devendo evitar-se comentários 17

18 do tipo "mas o que é isto!?...", "não sei o que é que se passa hoje contigo que estás tão mal comportado" ou "vá lá, eu sei que consegues fazer isso num instante". Este tipo de expressões, embora não possua nenhum vínculo de causa-efeito determinado, poderá gerar no aluno uma ansiedade excessiva perante a possibilidade do fracasso, e manter uma pressão emocionalmente perturbadora traduzida no receio em desapontar o professor. É sempre preferível ter uma atitude positiva perante o erro/insucesso, ou seja, descentrando-o do aluno, analisando a sua natureza bem como discutindo as formas para o eliminar. Uma boa estratégia consistirá em elogiar de forma ajustada, sublinhando as aprendizagens positivas, tendo sempre presente que o elogio é uma fonte imprescindível para reforçar a auto-estima e auto-confiança de todos os alunos. Apesar destes alunos nos surgirem, por vezes extraordinariamente pertinentes, responsáveis, informados, etc., deverá sempre ter-se em conta a faixa etária a que pertencem e não nos esquecermos que são crianças e jovens como os outros, com equilíbrios emocionais delicados e próprios da idade. Deve-se ter sempre presente que os alunos sobredotados, não têm uma idade diferente. b) Necessidades sociais Os desempenhos excepcionais destes alunos, bem como a natureza das suas características comportamentais, poderão resultar, como vimos anteriormente, na preferência pelo trabalho individual, numa participação social desajeitada com os pares, parecendo por vezes intolerantes e dominadores. Estas características poderão convergir para uma situação de isolamento social a que o professor deverá estar particularmente atento, no sentido de facilitar as trocas sociais e a construção de um sentimento de pertença ao grupo. Neste sentido, o professor poderá: ajudar o aluno a perceber o efeito social de determinadas atitudes e comportamentos; estimular a participação em tarefas de grupo; clarificar e discutir regras de conduta e as consequências da sua violação; estimular a prática da auto-crítica bem como de exercícios de dinâmica de grupos, do tipo "ganhar-ganhar". Por exemplo com crianças, pode-se pedir para que cada uma escreva "uma coisa boa" sobre cada um dos seus colegas, oferecendo-a ao respectivo destinatário. Já com os jovens, poder-se-à estimular a cooperação, dentro ou fora da sala de aula, entre um aluno que saiba determinada matéria e outro que não esteja tão seguro e vice-versa, de modo a que os dois ganhem quer cognitivamente, quer na relação estabelecida; 18

19 recorrer a jogos de expressão dramática sobre aspectos da vida social do grupo turma, que ajude o professor a percepcionar melhor o estatuto social do aluno sobredotado e a descobrir soluções educativas integradoras. c) Necessidades cognitivas As características dos alunos sobredotados anteriormente assinaladas traduzem-se, no plano da intervenção educativa, num conjunto de necessidades cognitivas, cuja inventariação, ainda que sumária e a título meramente indicativo, poderá ajudar a estruturar o conhecimento que o professor tem destes alunos e, consequentemente, ajudar à estruturação das oportunidades educativas. De um modo geral, sublinha-se que estes alunos necessitam que: se lhes permita um ensino individualizado nos conteúdos específicos que melhor dominam, devendo para isso usar-se da flexibilidade dos novos programas para os adaptar a ritmos de aprendizagem mais rápidos, para estruturar tarefas especiais ou opções alternativas; se lhes facilite o acesso a recursos adicionais de informação, designadamente em áreas de conhecimento que definem o seu universo de interesses. Uma das características destes alunos diz respeito ao interesse inusitado que desenvolvem sobre várias áreas de conhecimento e a que os conteúdos regulares não respondem. Um esforço da escola, no sentido da disponibilização de recursos adicionais, contribuirá seguramente para manter o aluno interessado na actividade escolar, bem como para ajudar à expressão e desenvolvimento das características potenciais destes alunos. Neste sentido, a organização de trabalhos de projecto contextualizados no quadro dos objectivos curriculares e situados na comunidade educativa, poderá revelar-se extremamente útil. No âmbito destes trabalhos, poderão proporcionar-se a visita e consulta a bibliotecas, visitas a instituições recreativas e culturais, exposições, etc., envolvendo-se, sempre que possível, outros agentes educativos da comunidade; se lhes dê a oportunidade de desenvolver e partilhar com os outros os seus interesses e competências. Como vimos, estes alunos têm tendência a isolar-se no cumprimento das suas tarefas, revelando-se, por vezes, bastante desajeitados socialmente. A oportunidade de construir socialmente o conhecimento contribuirá não só para promover o seu desenvolvimento, mas também para o desenvolvimento dos outros alunos; se lhes proporcione estímulos para a expressão criativa, nomeadamente através da facilitação das comunicações livres nas aulas e da expressão de ideias e projectos diferentes e pouco comuns. A organização de momentos, em que todos os alunos participam na planificação de tarefas, propicia a expressão de ideias e projectos em torno de temas de aprendizagem. As diferentes alternativas deverão ser, sempre que 19

20 possível, estimuladas e ajustadas pelo professor, de acordo com critérios de exequibilidade e de respeito pela dimensão criativa original; se lhes dê oportunidades para utilizarem as suas competências na resolução de problemas e efectuar investigações. A realização de experiências de aprendizagem activas e orientadas no sentido da resolução de problemas, constitui um factor determinante e insubstituível no percurso de aprendizagem e de desenvolvimento global. De uma maneira complementar Van Tassel (1980) propõe um inventário de necessidades educativas de alunos sobredotados que, pela sua natureza marcadamente orientada no sentido da clarificação das oportunidades educativas facilitadoras de desenvolvimento, valerá a pena registar: OS ALUNOS SOBREDOTADOS NECESSITAM DE OPORTUNIDADES EDUCATIVAS QUE LHES PERMITAM pensar a níveis conceptuais elaborados; produzir trabalhos diferentes do habitual; trabalhar em equipa; apreciar e discutir questões de natureza moral e ética; realizar tarefas específicas nas suas áreas de maior esforço e interesse; estudar temas novos, dentro e fora do programa escolar habitual; aplicar as suas competências na resolução de problemas estruturados a partir da vida real. 20

21 2.3. Organização geral da intervenção educativa Regra geral, na literatura especializada sobre a escolarização de alunos sobredotados, são identificados três tipos de soluções ou de programas educativos, designados por aceleração, grupos de competência ou de nível e enriquecimento. a) Aceleração Esta solução traduz-se na possibilidade de permitir às crianças iniciar precocemente, ou cumprir em menos tempo, o programa de um determinado ciclo de estudos. Em Portugal esta medida foi tornada possível no 1. ciclo do ensino básico no quadro normativo estabelecido conjuntamente pelo Despacho n. 6/SERE/88 de 6 de Abril, pelo Dec. Lei n. 319/91, de 23/8 e pelo Despacho n. 173/ME/91 de 23 de Outubro, prevendo-se a possibilidade de cumprimento acelerado do programa do 1. Ciclo, assim como o ingresso no 1. ano do ensino básico a crianças que completem 5 anos até ao início do ano escolar e cuja avaliação psico-pedagógica conclua pela existência de precocidade excepcional a nível do desenvolvimento global. b) Grupos de Competência Consiste em constituir turmas, ou mesmo escolas, só para alunos sobredotados. Esta solução, que pretende obviar quer ao desfasamento verificado relativamente ao desenvolvimento cognitivo da criança sobredotada integrada numa turma do seu grupo etário, quer ao desfasamento quanto ao desenvolvimento afectivo da criança sobredotada integrada numa turma de alunos mais velhos, tem vindo a ser progressivamente abandonada com fundamento nos riscos de estigmatização social e exclusão, inerentes à formação de espaços educativos segregados. De resto, a ideia de formação de grupos de competência homogéneos só encontra expressão na realidade artificial constituída pelos testes de inteligência. Excluído o indicador fornecido pelos testes de Q.1. que, como se sabe, não permite determinar por si só procedimentos de natureza pedagógica, todas as crianças são diferentes, revelando interesses, capacidades e desempenhos diferenciados, facto que torna virtualmente impossível, no plano pedagógico, organizar grupos de competência homogéneos. Neste sentido, a solução definida pela formação de "grupos de competência" revelou-se, além de perigosa no plano do desenvolvimento social e emocional dos alunos, falaciosa no plano da intervenção pedagógica. c) Enriquecimento Consiste na integração da criança sobredotada no sistema regular de ensino, operando alterações nas oportunidades educativas devidas à especificidade das suas necessidades. 21

22 Esta solução é, de longe, a mais comum e que envolve menos riscos, recorrendo-se sobretudo à adaptação dos conteúdos curriculares e à mobilização de recursos educativos orientados para a diversificação da oferta de oportunidades educativas no contexto da sala de aula regular Pistas processuais para o 1., 2. e 3. Ciclos de Escolaridade Ao longo deste texto foram fornecidos alguns exemplos de intervenção educativa cujo principal propósito era tornar mais clara a natureza das características e necessidades educativas das crianças e jovens sobredotados. Neste ponto será feita uma síntese de orientações educativas bem como algumas actividades adequadas ao l., 2. e 3. Ciclos de escolaridade, que poderão contribuir para ajudar os professores de crianças e jovens sobredotados, a organizar um espaço educativo facilitador da expressão e progressão do desempenho destes alunos. Esta síntese, inspirada nas conclusões do projecto ACCORD anteriormente citado, constitui, na realidade um conjunto de regras básicas de procedimento educativo cuja aplicação deverá, naturalmente conformar-se às condições reais em que se desenrola o trabalho pedagógico. Pretende-se, assim, fornecer um quadro de pistas processuais de utilização flexível que, em todo o caso, deverão merecer a cuidada reflexão de cada professor. 1. Aceitar que as crianças e jovens são capazes de exprimir competências específicas excepcionais e proporcionar um clima de sala de aula que traduza expectativas favoráveis de sucesso A valorização das produções dos alunos e de diferentes formas de excelência constitui o factor preponderante na definição pedagógica de um clima facilitador. Inversamente, uma excessiva orientação da actividade educativa no sentido da reprodução de respostas conformistas, respostas "certas", relativamente a um padrão pré-estabelecido de conhecimentos, poderá limitar severamente as possibilidades de desempenho excepcional. Poder-se-ia dizer que é necessário que o professor mantenha em aberto a possibilidade de se deixar surpreender com o desempenho dos seus alunos, à semelhança, de resto, com o que habitualmente acontece relativamente a todas as crianças, familiares ou não, fora do contexto da sala de aula. Regra geral, todos os adultos que se relacionam de perto com crianças, conhecem alguns episódios de desempenho surpreendente (perguntas originais, observações, jogos de palavras, invenções, etc.) que, estranhamente, parecem bastante mais raros no contexto da sala de aula. É esta valorização, através da procura e estimulação activa de caminhos alternativos, ideias diferentes e soluções originais, que mais contribui para gerar um espaço propício à expressão e desenvolvimento de qualidades excepcionais. 22

23 Uma estratégia fundamental para a montagem das várias actividades possíveis, é a de fomentar na sala de aula um espaço aberto, para que as ideias surjam, criando um clima onde os alunos sintam que podem correr riscos, partilhar e desenvolver novas ideias, sem que sejam inibidos ou se sintam ridicularizados. Com os alunos do 1. ciclo, uma vez que as crianças destas idades têm preferência por actividades curtas, variadas e que envolvam algum tipo de movimento, o professor poderá desenvolver na sala de aula, situações de jogo dramático e cooperativo a propósito das matérias escolares, em que a criança depois de ter adquirido alguns conhecimentos, possa expressar a sua opinião, ou desenvolver novas ideias. É importante que neste processo o professor deixe fluir as várias produções da criança, sem as corrigir e depois com o que surge, lance o debate acerca da sua pertinência ou não. Já com os alunos mais velhos (2. e 3. ciclos), os professores podem criar situações de debate e brainstorm, podem também pedir aos jovens que vejam um filme, ligado ao conteúdo programático do momento, e apelar para os seu espírito crítico sobre o mesmo, criando posteriormente um momento dentro da sala de aula onde os alunos partilhem as suas ideias sobre o filme. Em regra, as crianças e jovens sobredotados ou não, interessam-se mais pelas aprendizagens escolares, se elas tiverem uma ligação ao seu quotidiano. Com alunos do 1. ciclo, o professor poderá sempre que possível aproveitar as produções dos alunos. Por exemplo para trabalhar as questões da leitura e da escrita, seria interessante partir do relato que as crianças fazem de um acontecimento importante na sua família (casamento, baptizado, nascimento), de como passou o seu domingo, ou mesmo partindo da descrição do bairro onde moram. Também ao trabalhar as competências para a resolução de problemas estruturados, podem montar-se actividades neste domínio que se "encaixem" na vida real. Por exemplo organizar uma ida à praça do bairro para fazer compras e a partir dela, trabalhar os problemas matemáticos. Esta é uma forma de os alunos contextualizarem no seu dia a dia, as aprendizagens que fazem na escola. Já com jovens do 2. e 3. ciclos, o professor de cada disciplina e de acordo com o conteúdo programático em estudo, poderá proporcionar a ida de profissionais às turmas para fazer a ponte de ligação entre as aprendizagens escolares e a vida activa, contribuindo assim, para que os jovens desde cedo, além de interiorizarem o papel da escola, possam ir construindo o seu próprio projecto de carreira e de vida. Ainda na sequência do que atrás foi referido, sobre a valorização do aluno, na expressão e desenvolvimento de qualidades excepcionais através da abertura, por parte da escola, a caminhos alternativos, ideias diferentes, etc., sabe-se que as crianças e jovens sentem-se mais motivados e entusiasmados a desenvolver os seus trabalhos, se estes puderem ser dirigidos para uma audiência que não só o professor ou os colegas da turma, mas que possam os seus sucessos e progressos ser partilhados com outras pessoas. 23

24 Assim, seguem-se uma série de pistas que podem ser adaptadas a qualquer dos três ciclos de ensino e que favorecem não só a aprendizagem, mas a motivação para o trabalho escolar e desenvolvimento de novas ideias: ler uma história na biblioteca da escola ou na sala de aula, numa sessão organizada para o efeito, aberta a todos os alunos do mesmo ano (alunos do 1. ciclo); gravação feita pelos alunos, em cassetes áudio, de excertos de obras de autores que fazem parte dos programas, para ficarem disponíveis ao uso de alunos e professores (alunos do 2. e 3. ciclos); escrever cartas a jornais para serem publicadas em espaços de opinião abertos a leitores (todos os ciclos de ensino); escrever artigos sobre temas específicos, bem como inventar passatempos matemáticos para o jornal da escola ou jornais locais (todos os ciclos de ensino); exposição de trabalhos artísticos ou temáticos, no centro comercial do bairro ou na Junta de Freguesia (todos os ciclos de ensino); organização de debates na escola com intervenções de elementos da comunidade local - Presidente da Junta de Freguesia, empresário, elemento da Associação de pais, etc. - (alunos do 3. ciclo). 2. Construir um clima de sala de aula no qual as crianças e jovens sintam que podem manifestar as suas diferentes capacidades Complementar ao ponto anterior, esta ideia remete fundamentalmente para a gestão dos procedimentos de avaliação. A inibição sentida em manifestar as suas capacidades, conhecimentos, ideias, opiniões, resulta muitas vezes de uma precipitada sanção avaliativa que destaca o erro, deixando cair as possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento que o "erro" pode encerrar. Desta maneira, aquilo que poderia constituir um ponto de partida para a construção de novas aprendizagens e reajustamento de metodologias e técnicas pedagógicas, constitui um fim irremediável com consequências graves sobre a capacidade de participação e empenhamento nas actividades da sala de aula. Um aluno a quem uma opinião, por exemplo, foi reprovada poderá sentir-se inseguro em manifestar-se posteriormente. Do mesmo modo, um aluno que, ao tentar resolver uma tarefa utiliza por sua iniciativa uma estratégia inapropriada, poderá não compreender a avaliação de fracasso que lhe é atribuída, inibindo a sua iniciativa futura para o trabalho independente. A iniciativa do aluno deve ser sempre valorizada quer o produto seja positivo ou negativo. Naturalmente, estes exemplos apenas pretendem chamar a atenção para a necessidade de fazer compreender (partilhar) aos alunos, os procedimentos de avaliação, para que se sintam seguros na abordagem que fazem às propostas de trabalho na sala de aula. Os procedimentos e regras de avaliação devem ser claras para os alunos desde o início do ano e sempre que possível, principalmente os alunos do 2. e 3. ciclos, devem ter um papel activo no seu estabelecimento. Os professores podem com estes alunos encetar um debate, ficando abertos a sugestões e ideias que surjam por parte dos alunos acerca da avaliação, incentivando também deste modo a que elas sejam ajustadas à realidade, bem como possam os alunos sentir-se responsáveis pelo seu processo avaliativo, desmistificando a ideia de que a avaliação é uma "arma" do professor, mas pelo contrário uma ferramenta útil para o desenvolvimento do processo de aprendizagem do aluno. 24

Criatividade e Inovação Organizacional: A liderança de equipas na resolução de problemas complexos

Criatividade e Inovação Organizacional: A liderança de equipas na resolução de problemas complexos Criatividade e Inovação Organizacional: A liderança de equipas na resolução de problemas complexos Dizer que o grande segredo do sucesso das empresas, especialmente em tempos conturbados, é a sua adaptabilidade

Leia mais

AVALIAÇÃO EFECTUADA PELO COORDENADOR DE DEPARTAMENTO. A - Preparação e organização das actividades N A

AVALIAÇÃO EFECTUADA PELO COORDENADOR DE DEPARTAMENTO. A - Preparação e organização das actividades N A AVALIAÇÃO EFECTUADA PELO COORDENADOR DE DEPARTAMENTO Nome do Docente: Período de Avaliação:200 / 2009 Grupo de Recrutamento: Departamento: A - Preparação e organização das actividades N A A.1 Correcção

Leia mais

ÁREAS DE CONTEÚDO: O QUE SÃO? COMO SE DEFINEM?

ÁREAS DE CONTEÚDO: O QUE SÃO? COMO SE DEFINEM? ÁREAS DE CONTEÚDO: O QUE SÃO? COMO SE DEFINEM? As Áreas de Conteúdo são áreas em que se manifesta o desenvolvimento humano ao longo da vida e são comuns a todos os graus de ensino. Na educação pré-escolar

Leia mais

O que fazer para transformar uma sala de aula numa comunidade de aprendizagem?

O que fazer para transformar uma sala de aula numa comunidade de aprendizagem? Rui Trindade Universidade do Porto Portugal trindade@fpce.up.pt I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DA UNDIME/MG Belo Horizonte 11 de Abril de 2012 O que fazer para transformar uma sala de aula numa comunidade de

Leia mais

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOÃO VILLARET

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOÃO VILLARET AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOÃO VILLARET Escola E.B. 2/3 João Villaret Tão importante quanto o que se ensina e se aprende é como se ensina e como se aprende. (César Coll) O Agrupamento de Escolas João Villaret

Leia mais

Indicadores Gerais para a Avaliação Inclusiva

Indicadores Gerais para a Avaliação Inclusiva PROCESSO DE AVALIAÇÃO EM CONTEXTOS INCLUSIVOS PT Preâmbulo Indicadores Gerais para a Avaliação Inclusiva A avaliação inclusiva é uma abordagem à avaliação em ambientes inclusivos em que as políticas e

Leia mais

Matemática Aplicada às Ciências Sociais

Matemática Aplicada às Ciências Sociais DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA Matemática Aplicada às Ciências Sociais Ensino Regular Curso Geral de Ciências Sociais e Humanas 10º Ano Planificação 2014/2015 Índice Finalidades... 2 Objectivos e competências

Leia mais

1. Motivação para o sucesso (Ânsia de trabalhar bem ou de se avaliar por uma norma de excelência)

1. Motivação para o sucesso (Ânsia de trabalhar bem ou de se avaliar por uma norma de excelência) SEREI UM EMPREENDEDOR? Este questionário pretende estimular a sua reflexão sobre a sua chama empreendedora. A seguir encontrará algumas questões que poderão servir de parâmetro para a sua auto avaliação

Leia mais

A Gestão, os Sistemas de Informação e a Informação nas Organizações

A Gestão, os Sistemas de Informação e a Informação nas Organizações Introdução: Os Sistemas de Informação (SI) enquanto assunto de gestão têm cerca de 30 anos de idade e a sua evolução ao longo destes últimos anos tem sido tão dramática como irregular. A importância dos

Leia mais

Avaliação da Aprendizagem

Avaliação da Aprendizagem Avaliação da Aprendizagem A avaliação constitui um processo regulador do ensino, orientador do percurso escolar e certificador dos conhecimentos adquiridos e capacidades desenvolvidas pelo aluno. A avaliação

Leia mais

Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento. (2010-2015) ENED Plano de Acção

Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento. (2010-2015) ENED Plano de Acção Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento (2010-2015) ENED Plano de Acção Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento (2010-2015) ENED Plano de Acção 02 Estratégia Nacional de

Leia mais

O Que São os Serviços de Psicologia e Orientação (SPO)?

O Que São os Serviços de Psicologia e Orientação (SPO)? O Que São os Serviços de Psicologia e Orientação (SPO)? São unidades especializadas de apoio educativo multidisciplinares que asseguram o acompanhamento do aluno, individualmente ou em grupo, ao longo

Leia mais

PROGRAMA DE METODOLOGIA DO ENSINO DE EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA

PROGRAMA DE METODOLOGIA DO ENSINO DE EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA PROGRAMA DE METODOLOGIA DO ENSINO DE EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA 11ª, 12ª e 13ª classes Formação de Professores do 1º Ciclo do Ensino Secundário Ficha Técnica TÍTULO: Programa de Metodologia do Ensino de Educação

Leia mais

Protocolo de Acordo entre o Ministério da Educação e o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Secundário

Protocolo de Acordo entre o Ministério da Educação e o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Secundário Protocolo de Acordo entre o Ministério da Educação e o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Secundário Secundário reconhecem que a melhoria da educação e da qualificação dos Portugueses constitui

Leia mais

As parcerias e suas dinâmicas: considerações a ter em conta para a promoção da mudança

As parcerias e suas dinâmicas: considerações a ter em conta para a promoção da mudança Centro de Recuperação de Menores D. Manuel Trindade Salgueiro Assumar 26 e 27 de Abril de 2013 As parcerias e suas dinâmicas: considerações a ter em conta para a promoção da mudança João Emílio Alves ESE-IPP

Leia mais

GUIA PRÁTICO PARA PROFESSORES

GUIA PRÁTICO PARA PROFESSORES GUIA PRÁTICO PARA PROFESSORES (Des)motivação na sala de aula! Sugestões práticas da: Nota introdutória Ser professor é ter o privilégio de deixar em cada aluno algo que este possa levar para a vida, seja

Leia mais

Oficina de Formação Educação Sexual e Violência (Data de início: 28/011/2015 - Data de fim: 15/04/2015)

Oficina de Formação Educação Sexual e Violência (Data de início: 28/011/2015 - Data de fim: 15/04/2015) Oficina de Formação Educação Sexual e Violência (Data de início: 28/011/2015 - Data de fim: 15/04/2015) I - Autoavaliação (formandos) A- Motivação para a Frequência da Ação 1- Identifique, de 1 (mais importante)

Leia mais

24 O uso dos manuais de Matemática pelos alunos de 9.º ano

24 O uso dos manuais de Matemática pelos alunos de 9.º ano 24 O uso dos manuais de Matemática pelos alunos de 9.º ano Mariana Tavares Colégio Camões, Rio Tinto João Pedro da Ponte Departamento de Educação e Centro de Investigação em Educação Faculdade de Ciências

Leia mais

Gestão de Resíduos e Empreendedorismo nas Escolas. - Ano Lectivo 2010/2011 -

Gestão de Resíduos e Empreendedorismo nas Escolas. - Ano Lectivo 2010/2011 - Gestão de Resíduos e Empreendedorismo nas Escolas - Ano Lectivo 2010/2011 - Empreendedorismo como ensiná-lo aos nossos jovens? Contudo, e mesmo sendo possível fazê-lo, o espírito empresarial não é normalmente

Leia mais

APPDA-Setúbal. Educação

APPDA-Setúbal. Educação APPDA-Setúbal Educação Enquadramento Constitui desígnio do XVII Governo Constitucional promover a igualdade de oportunidades, valorizar a educação e promover a melhoria da qualidade do ensino. Um aspeto

Leia mais

OS DESAFIOS DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI

OS DESAFIOS DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI OS DESAFIOS DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI Maria de Lurdes Rodrigues Em matéria de educação, em quase todo o mundo, foram definidas regras que consagram o objetivo de proporcionar a todas as crianças

Leia mais

ÍNDICE ENQUADRAMENTO... 3 1- CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO... 4

ÍNDICE ENQUADRAMENTO... 3 1- CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO... 4 ÍNDICE ENQUADRAMENTO... 3 1- CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO... 4 1.1- DOCENTES:... 4 1.2- NÃO DOCENTES:... 5 1.2.1- TÉCNICAS SUPERIORES EM EXERCÍCIO DE FUNÇÕES... 5 1.2.2- ASSISTENTES OPERACIONAIS EM EXERCÍCIO

Leia mais

A leitura, um bem essencial

A leitura, um bem essencial A leitura, um bem essencial A leitura, um bem essencial A leitura é uma competência básica que todas as pessoas devem adquirir para conseguirem lidar de forma natural com a palavra escrita. Mas aprender

Leia mais

SENTE FAZ PARTILHA IMAGINA. Kit do Professor

SENTE FAZ PARTILHA IMAGINA. Kit do Professor Kit do Professor A Associação High Play pretende proporcionar a crianças e jovens um Projecto Educativo preenchido de experiências positivas que permitam o desenvolvimento de competências transversais

Leia mais

Critérios Gerais de Avaliação

Critérios Gerais de Avaliação Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha - Fundão Ano Lectivo 2010/2011 Ensino Básico A avaliação escolar tem como finalidade essencial informar o aluno, o encarregado de educação e o próprio professor,

Leia mais

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO 9000. As Normas da família ISO 9000

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO 9000. As Normas da família ISO 9000 ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário Gestão da Qualidade 2005 1 As Normas da família ISO 9000 ISO 9000 descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e especifica

Leia mais

ACTIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR ANO LECTIVO 2011 / 2012 TIC@CIDADANIA. Proposta de planos anuais. 1.º Ciclo do Ensino Básico

ACTIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR ANO LECTIVO 2011 / 2012 TIC@CIDADANIA. Proposta de planos anuais. 1.º Ciclo do Ensino Básico ACTIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR ANO LECTIVO 2011 / 2012 TIC@CIDADANIA Proposta de planos anuais 1.º Ciclo do Ensino Básico Introdução O objetivo principal deste projeto é promover e estimular

Leia mais

COMPETÊNCIAS CHAVE PARA O EMPREENDEDORISMO

COMPETÊNCIAS CHAVE PARA O EMPREENDEDORISMO COMPETÊNCIAS CHAVE PARA O EMPREENDEDORISMO DEFINIÇÕES OPERACIONAIS E INDICADORES COMPORTAMENTAIS Pag. 1 Elaborada por Central Business Abril 2006 para o ABRIL/2006 2 COMPETÊNCIAS CHAVE PARA O EMPREENDEDORISMO

Leia mais

Objetivos do Seminário:

Objetivos do Seminário: O Ano Internacional da Estatística -"Statistics2013"- é uma iniciativa à escala mundial que visa o reconhecimento da importância da Estatística nas sociedades. Com este objetivo o Conselho Superior de

Leia mais

Empreendedorismo De uma Boa Ideia a um Bom Negócio

Empreendedorismo De uma Boa Ideia a um Bom Negócio Empreendedorismo De uma Boa Ideia a um Bom Negócio 1. V Semana Internacional A Semana Internacional é o evento mais carismático e que tem maior visibilidade externa organizado pela AIESEC Porto FEP, sendo

Leia mais

. evolução do conceito. Inspecção 3. Controlo da qualidade 4. Controlo da Qualidade Aula 05. Gestão da qualidade:

. evolução do conceito. Inspecção 3. Controlo da qualidade 4. Controlo da Qualidade Aula 05. Gestão da qualidade: Evolução do conceito 2 Controlo da Qualidade Aula 05 Gestão da :. evolução do conceito. gestão pela total (tqm). introdução às normas iso 9000. norma iso 9000:2000 gestão pela total garantia da controlo

Leia mais

ÍNDICE PATRONATO DE SANTO ANTÓNIO INTRODUÇÃO... 2 I - OPÇÕES E PRIORIDADES... 3

ÍNDICE PATRONATO DE SANTO ANTÓNIO INTRODUÇÃO... 2 I - OPÇÕES E PRIORIDADES... 3 ÍNDICE INTRODUÇÃO... 2 I - OPÇÕES E PRIORIDADES... 3 1.1. PRIORIDADES A NÍVEL DA ACTUAÇÃO EDUCATIVA... 4 1.2. PRIORIDADES A NÍVEL DO AMBIENTE EDUCATIVO... 4 II APRENDIZAGENS ESPECÍFICAS... 5 2.1. SENSIBILIZAÇÃO

Leia mais

Guia de orientação Criação do Próprio Emprego

Guia de orientação Criação do Próprio Emprego B- Criação do próprio emprego pag. 57 Para quem deseja ter uma actividade independente, por conta própria, a criação do seu próprio emprego é uma via alternativa para ingressar no mundo do trabalho. Criar

Leia mais

Nota: texto da autoria do IAPMEI - UR PME, publicado na revista Ideias & Mercados, da NERSANT edição Setembro/Outubro 2005.

Nota: texto da autoria do IAPMEI - UR PME, publicado na revista Ideias & Mercados, da NERSANT edição Setembro/Outubro 2005. Cooperação empresarial, uma estratégia para o sucesso Nota: texto da autoria do IAPMEI - UR PME, publicado na revista Ideias & Mercados, da NERSANT edição Setembro/Outubro 2005. É reconhecida a fraca predisposição

Leia mais

Empreender para Crescer

Empreender para Crescer Empreender para Crescer R. Miguel Coelho Chief EntusiastPersonalBrands Caros Pais e Encarregados de Educação, este ano lectivo, por iniciativa da Assoc. Pais do Colégio, vai iniciar-se em Novembro uma

Leia mais

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias outubro/2007 página 1 EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO Moysés Kuhlmann :A educação da criança pequena também deve ser pensada na perspectiva de

Leia mais

Liderança. www.propeople-brasil.com.br

Liderança. www.propeople-brasil.com.br P Liderança para Chefias ara que as organizações subsistam no contexto atual é necessário que possuam colaboradores motivados, pró-ativos, dinâmicos, capazes de trabalhar em equipe e com elevado grau de

Leia mais

Tipos e áreas de igualdade na educação

Tipos e áreas de igualdade na educação A Igualdade em Educação, João Formosinho (pp.169-185) Tipos e áreas de igualdade na educação Há dois tipos de igualdade presentes nas filosofias educacionais: Igualdade de acesso preocupa-se com o acesso

Leia mais

1) Breve apresentação do AEV 2011

1) Breve apresentação do AEV 2011 1) Breve apresentação do AEV 2011 O Ano Europeu do Voluntariado 2011 constitui, ao mesmo tempo, uma celebração e um desafio: É uma celebração do compromisso de 94 milhões de voluntários europeus que, nos

Leia mais

ESCOLA SECUNDÁRIA MARIA AMÁLIA VAZ DE CARVALHO PLANO DE MELHORIA

ESCOLA SECUNDÁRIA MARIA AMÁLIA VAZ DE CARVALHO PLANO DE MELHORIA ESCOLA SECUNDÁRIA MARIA AMÁLIA VAZ DE CARVALHO PLANO DE MELHORIA 2012-2015 PLANO DE MELHORIA (2012-2015) 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROCESSO Decorreu em finais de 2011 o novo processo de Avaliação Externa

Leia mais

Relatório Final de Avaliação. Acção n.º 8A/2010. Quadros Interactivos Multimédia no Ensino/ Aprendizagem das Línguas Estrangeiras Francês/Inglês

Relatório Final de Avaliação. Acção n.º 8A/2010. Quadros Interactivos Multimédia no Ensino/ Aprendizagem das Línguas Estrangeiras Francês/Inglês Centro de Formação de Escolas dos Concelhos de Benavente, Coruche e Salvaterra de Magos Relatório Final de Avaliação Acção n.º 8A/2010 Quadros Interactivos Multimédia no Ensino/ Aprendizagem das Línguas

Leia mais

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS E DE PROJECTOS PEDAGÓGICOS

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS E DE PROJECTOS PEDAGÓGICOS AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS E DE PROJECTOS PEDAGÓGICOS Prof. Domingos Fernandes/Portugal* A avaliação é uma prática social cuja presença é cada vez mais indispensável para caracterizar, compreender, divulgar

Leia mais

OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS (OBMEP): EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS A PARTIR DO PIBID UEPB MONTEIRO

OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS (OBMEP): EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS A PARTIR DO PIBID UEPB MONTEIRO OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS (OBMEP): EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS A PARTIR DO PIBID UEPB MONTEIRO Cícero Félix da Silva; Izailma Nunes de Lima; Ricardo Bandeira de Souza; Manoela

Leia mais

FUNDAÇÃO MINERVA CULTURA ENSINO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA NOTA EXPLICATIVA

FUNDAÇÃO MINERVA CULTURA ENSINO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA NOTA EXPLICATIVA NOTA EXPLICATIVA DA AQUISIÇÃO DE COMPETÊNCIAS NO ÂMBITO DO 1º CICLO DE ESTUDOS DO CURSO DE LICENCIATURA/MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA, CONDUCENTE AO GRAU DE LICENCIADO EM CIÊNCIAS DA ARQUITECTURA.

Leia mais

Curso de Formação Complementar. Apresentação

Curso de Formação Complementar. Apresentação Curso de Formação Complementar I Apresentação O curso de Formação Complementar destina-se a jovens titulares de cursos de Tipo 2, Tipo 3 ou outros cursos de qualificação inicial de nível 2, que pretendam

Leia mais

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA Diretoria de Políticas de Formação, Materiais Didáticos e Tecnologias para a Educação Básica Coordenação Geral de Materiais Didáticos PARA NÃO ESQUECER:

Leia mais

AUTO-DIAGNÓSTICO DE COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS

AUTO-DIAGNÓSTICO DE COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS D O S S I E R D O E M P R E E N D E D O R AUTO-DIAGNÓSTICO DE COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS PROJECTO PROMOÇÃO DO EMPREENDEDORISMO IMIGRANTE P E I AUTO-DIAGNÓSTICO DE COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS Competências

Leia mais

Rekreum Bilbao, Vizcaya, Espanha, www.rekreum.com

Rekreum Bilbao, Vizcaya, Espanha, www.rekreum.com Licenciada em Psicologia e com uma vasta experiência em formação e investigação na área do desenvolvimento de capacidades infantis, Adriana Támez é hoje gestora da. Professora da Universidad Autonoma del

Leia mais

GABINETE DA MINISTRA DESPACHO

GABINETE DA MINISTRA DESPACHO DESPACHO A concretização do sistema de avaliação do desempenho estabelecido no Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário (ECD), recentemente regulamentado,

Leia mais

PLANO ESTRATÉGICO DE ACÇÃO 2009/2013

PLANO ESTRATÉGICO DE ACÇÃO 2009/2013 ESCOLA SECUNDÁRIA DE VALONGO PLANO ESTRATÉGICO DE ACÇÃO 2009/2013 SALA DE ESTUDO ORIENTADO 2009/2013 ÍNDICE INTRODUÇÃO... 3 PRIORIDADES... 4 OBJECTIVOS DA SALA DE ESTUDO ORIENTADO... 5 Apoio Proposto...

Leia mais

Entrevista ao Professor

Entrevista ao Professor Entrevista ao Professor Prof. Luís Carvalho - Matemática Colégio Valsassina - Lisboa Professor Luís Carvalho, agradecemos o tempo que nos concedeu para esta entrevista e a abertura que demonstrou ao aceitar

Leia mais

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI Grupo Acadêmico Pedagógico - Agosto 2010 O Projeto Pedagógico Institucional (PPI) expressa os fundamentos filosóficos,

Leia mais

REDE TEMÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA

REDE TEMÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA REDE TEMÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA Patrocinada e reconhecida pela Comissão Europeia no âmbito dos programas Sócrates. Integração social e educacional de pessoas com deficiência através da actividade

Leia mais

yuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnm qwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxc

yuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnm qwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxc qwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwe rtyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyui opasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklçzxcvbnmqwertyuiopas

Leia mais

FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE

FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE PARTE A (a preencher pelo coordenador do departamento curricular ou pelo conselho executivo se o avaliado for coordenador de um departamento curricular)

Leia mais

PROPOSTA DE SERVIÇOS RECURSOS HUMANOS EXCELLING BUSINESSES THROUGH PEOPLE

PROPOSTA DE SERVIÇOS RECURSOS HUMANOS EXCELLING BUSINESSES THROUGH PEOPLE PROPOSTA DE SERVIÇOS RECURSOS HUMANOS SABIA QUE Organizações que contam com RH eficientes, têm resultados económicos 2 vezes superiores do que aquelas que praticam uma fraca gestão das pessoas? Creating

Leia mais

DESENVOLVER E GERIR COMPETÊNCIAS EM CONTEXTO DE MUDANÇA (Publicado na Revista Hotéis de Portugal Julho/Agosto 2004)

DESENVOLVER E GERIR COMPETÊNCIAS EM CONTEXTO DE MUDANÇA (Publicado na Revista Hotéis de Portugal Julho/Agosto 2004) DESENVOLVER E GERIR COMPETÊNCIAS EM CONTEXTO DE MUDANÇA (Publicado na Revista Hotéis de Portugal Julho/Agosto 2004) por Mónica Montenegro, Coordenadora da área de Recursos Humanos do MBA em Hotelaria e

Leia mais

Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro Padre Alberto Neto CÓDIGO 170318. Sub-departamento de Educação Especial

Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro Padre Alberto Neto CÓDIGO 170318. Sub-departamento de Educação Especial Sub-departamento de Educação Especial A deficiência mental interfere directamente no funcionamento intelectual do ser humano, sendo este abaixo da média. O aluno apresenta comprometidos, além das funções

Leia mais

Critérios de avaliação dos alunos abrangidos pela Educação Especial

Critérios de avaliação dos alunos abrangidos pela Educação Especial Critérios de avaliação dos alunos abrangidos pela Educação Especial ANO LETIVO 2015 / 2016 Departamento de Educação Especial Proposta para o Ano Letivo 2015 / 2016 Avaliação dos alunos com NEE de carácter

Leia mais

Controlo da Qualidade Aula 05

Controlo da Qualidade Aula 05 Controlo da Qualidade Aula 05 Gestão da qualidade:. evolução do conceito. gestão pela qualidade total (tqm). introdução às normas iso 9000. norma iso 9001:2000 Evolução do conceito 2 gestão pela qualidade

Leia mais

CIRCULAR. Assunto: Avaliação na Educação Pré- Escolar

CIRCULAR. Assunto: Avaliação na Educação Pré- Escolar CIRCULAR Data: 11/04/2011 Circular nº.: 4 /DGIDC/DSDC/2011 Assunto: Avaliação na Educação Pré- Escolar Para: Inspecção-Geral de Educação Direcções Regionais de Educação Secretaria Regional Ed. da Madeira

Leia mais

COMPETÊNCIAS E SABERES EM ENFERMAGEM

COMPETÊNCIAS E SABERES EM ENFERMAGEM COMPETÊNCIAS E SABERES EM ENFERMAGEM Faz aquilo em que acreditas e acredita naquilo que fazes. Tudo o resto é perda de energia e de tempo. Nisargadatta Atualmente um dos desafios mais importantes que se

Leia mais

Proposta para a construção de um Projecto Curricular de Turma*

Proposta para a construção de um Projecto Curricular de Turma* Proposta para a construção de um Projecto Curricular de Turma* Glória Macedo, PQND do 4º Grupo do 2º Ciclo do EB e Formadora do CFAE Calvet de Magalhães, Lisboa A Reorganização Curricular do Ensino Básico

Leia mais

2010/2011 Plano Anual de Actividades

2010/2011 Plano Anual de Actividades 2010/2011 Plano Anual de Actividades Cristiana Fonseca Departamento de Educação para a Saúde 01-07-2010 2 Plano Anual de Actividades Introdução Quando em 1948 a Organização Mundial de Saúde definiu a saúde

Leia mais

Experiências Pré-Profissionais. Na Direção Regional de Educação. Conceito de Experiências Pré-Profissionais

Experiências Pré-Profissionais. Na Direção Regional de Educação. Conceito de Experiências Pré-Profissionais Na Direção Regional de Educação As equipas de educação especial da Direcção Regional de Educação (DRE) atendem uma população variada, com diferentes problemáticas que determinam a necessidade de diferenciar

Leia mais

Autores: Adelaide Campos Adelina Figueira Anabela Almeida Esmeralda Martins Maria José Rodrigues Maria de Lurdes Amaral

Autores: Adelaide Campos Adelina Figueira Anabela Almeida Esmeralda Martins Maria José Rodrigues Maria de Lurdes Amaral «ÁREA DE PROJECTO COMO FAZER?» Autores: Adelaide Campos Adelina Figueira Anabela Almeida Esmeralda Martins Maria José Rodrigues Maria de Lurdes Amaral Centro De Formação Penalva e Azurara Círculo de Estudos

Leia mais

AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO-CURRICULAR, ORGANIZAÇÃO ESCOLAR E DOS PLANOS DE ENSINO 1

AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO-CURRICULAR, ORGANIZAÇÃO ESCOLAR E DOS PLANOS DE ENSINO 1 AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO-CURRICULAR, ORGANIZAÇÃO ESCOLAR E DOS PLANOS DE ENSINO 1 A avaliação da escola é um processo pelo qual os especialistas (diretor, coordenador pedagógico) e os professores

Leia mais

Agrupamento de Escolas de Arronches. Metas Estratégicas para a Promoção da Cidadania ACTIVA e do Sucesso Escolar

Agrupamento de Escolas de Arronches. Metas Estratégicas para a Promoção da Cidadania ACTIVA e do Sucesso Escolar Agrupamento de Escolas de Arronches Metas Estratégicas para a Promoção da Cidadania ACTIVA e do Sucesso Escolar João Garrinhas Agrupamento de Escolas de Arronches I. PRINCIPIOS, VALORES E MISSÃO DO AGRUPAMENTO

Leia mais

RELATÓRIO FINAL DO EVENTO

RELATÓRIO FINAL DO EVENTO RELATÓRIO FINAL DO EVENTO Outubro 2010 1. INTRODUÇÃO Uma vez terminado o evento Start Me Up Alto Minho, apresentam-se de seguida um conjunto de elementos que, em jeito de conclusão, se revelam oportunos

Leia mais

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS RESUMO Juliana Candido QUEROZ (Bolsista) 1 ; Natália SILVA (Bolsista) 2, Leila BRUNO (Supervisora) 3 ; Sinval Martins S. FILHO (Coordenador)

Leia mais

Considerações Finais. Resultados do estudo

Considerações Finais. Resultados do estudo Considerações Finais Tendo em conta os objetivos definidos, as questões de pesquisa que nos orientaram, e realizada a apresentação e análise interpretativa dos dados, bem como a sua síntese final, passamos

Leia mais

Departamento de Psicologia e de Educação Especial

Departamento de Psicologia e de Educação Especial Departamento de Psicologia e de Educação Especial 1- Avaliação e acompanhamento psicológico Avaliação e acompanhamento psicológico e psicopedagógico individual (promoção da autoestima e comportamentos

Leia mais

A emergência de novos conceitos e a implementação destas medidas vieram alterar algumas práticas e culturas dominantes nas. Manuel I.

A emergência de novos conceitos e a implementação destas medidas vieram alterar algumas práticas e culturas dominantes nas. Manuel I. Nota Prévia Manuel I. Miguéns 1 O Conselho Nacional de Educação tem prestado uma atenção muito particular à educação das crianças nos primeiros anos a educação primária ou primeira, como refere amiúde

Leia mais

Dinamizar o Empreendedorismo e promover a Criação de Empresas

Dinamizar o Empreendedorismo e promover a Criação de Empresas Dinamizar o Empreendedorismo e promover a Criação de Empresas À semelhança do que acontece nas sociedades contemporâneas mais avançadas, a sociedade portuguesa defronta-se hoje com novos e mais intensos

Leia mais

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DO IMPACTO DAS ATIVIDADES DE PROMOÇÃO DO SUCESSO ESCOLAR

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DO IMPACTO DAS ATIVIDADES DE PROMOÇÃO DO SUCESSO ESCOLAR RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DO IMPACTO DAS ATIVIDADES DE PROMOÇÃO DO SUCESSO ESCOLAR 2012/2013 Julho de 2013 www.mosteiroecavado.net eb23@mosteiroecavado.net Página 1 de 10 INTRODUÇÃO Durante o ano letivo 2012/2013,

Leia mais

8. A Qualidade na Produção Vídeo/Áudio

8. A Qualidade na Produção Vídeo/Áudio Fghfg fghgfhfg fghfgh fghfghfg fghfgh fghfghfgh fgh ffghfgh fghfghf fghfgh fghfghfgh fghfghfgh fghfghfghf fghf ghfghgffggfhhgfhgghhg fgfgh 8. A Qualidade na Produção Vídeo/Áudio 8 128 8 - A Qualidade na

Leia mais

Começo por apresentar uma breve definição para projecto e para gestão de projectos respectivamente.

Começo por apresentar uma breve definição para projecto e para gestão de projectos respectivamente. The role of Project management in achieving Project success Ao longo da desta reflexão vou abordar os seguintes tema: Definir projectos, gestão de projectos e distingui-los. Os objectivos da gestão de

Leia mais

Avaliação De Desempenho de Educadores e de Professores Princípios orientadores

Avaliação De Desempenho de Educadores e de Professores Princípios orientadores Avaliação De Desempenho de Educadores e de Professores Princípios orientadores O Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário, recentemente aprovado,

Leia mais

r I MINISTÉRIOOAEDUCAÇAO

r I MINISTÉRIOOAEDUCAÇAO ti,. GOVERNO DE r I MINISTÉRIOOAEDUCAÇAO PORTUGAL ECI~NCIA Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares do Centro AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SANTA CRUZ DA TRAPA 330309 CONTRIBUINTE N.o600080102 AV. SÃO

Leia mais

Psicologia da Educação

Psicologia da Educação Psicologia da Educação A dimensão pessoal do ensinar PROFESSOR COMO PESSOA ATITUDES FACE AO ENSINO E APRENDIZAGEM ATITUDES FACE AOS ALUNOS ATITUDES FACE A SI PRÓPRIO Copyright, 2006 José Farinha, Prof.

Leia mais

Perguntas mais frequentes

Perguntas mais frequentes Estas informações, elaboradas conforme os documentos do Plano de Financiamento para Actividades Estudantis, servem de referência e como informações complementares. Para qualquer consulta, é favor contactar

Leia mais

PLANO DE ESTUDOS 2º CEB. Introdução

PLANO DE ESTUDOS 2º CEB. Introdução Introdução Entre os 10 e 12 anos, as crianças necessitam que lhes seja despertado e estimulado o seu desejo de aprender. No Colégio Pedro Arrupe pretendemos estimular e promover esse desejo, desenvolvendo

Leia mais

METAS DE APRENDIZAGEM (3 anos)

METAS DE APRENDIZAGEM (3 anos) METAS DE APRENDIZAGEM (3 anos) 1. CONHECIMENTO DO MUNDO Revelar curiosidade e desejo de saber; Explorar situações de descoberta e exploração do mundo físico; Compreender mundo exterior mais próximo e do

Leia mais

Parecer. Conselheiro/Relator: Maria da Conceição Castro Ramos

Parecer. Conselheiro/Relator: Maria da Conceição Castro Ramos Parecer Projeto de Decreto-Lei que procede à revisão do regime jurídico da habilitação profissional para a docência dos educadores e professores dos ensinos básico e secundário Conselheiro/Relator: Maria

Leia mais

ATIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR ANO LETIVO 2012/2013 TIC@CIDADANIA. Proposta de planos anuais. 1.º Ciclo do Ensino Básico IM-DE-057.

ATIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR ANO LETIVO 2012/2013 TIC@CIDADANIA. Proposta de planos anuais. 1.º Ciclo do Ensino Básico IM-DE-057. ATIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR ANO LETIVO 2012/2013 TIC@CIDADANIA Proposta de planos anuais 1.º Ciclo do Ensino Básico AEC TIC@CIDADANA Proposta de Plano Anual 2012/2013 1. Introdução A Divisão

Leia mais

O jardim de infância. Informações destinadas aos pais. na região de língua alemã do cantão de Berna. Direcção da Instrução Pública do Cantão de Berna

O jardim de infância. Informações destinadas aos pais. na região de língua alemã do cantão de Berna. Direcção da Instrução Pública do Cantão de Berna O jardim de infância na região de língua alemã do cantão de Berna Informações destinadas aos pais Direcção da Instrução Pública do Cantão de Berna Ficha técnica: Edição e Copyright: Direcção da Instrução

Leia mais

Relatório Final de Avaliação. Acção n.º 8B/2010. Quadros Interactivos Multimédia no Ensino/ Aprendizagem das Línguas Estrangeiras Francês/Inglês

Relatório Final de Avaliação. Acção n.º 8B/2010. Quadros Interactivos Multimédia no Ensino/ Aprendizagem das Línguas Estrangeiras Francês/Inglês Centro de Formação de Escolas dos Concelhos de Benavente, Coruche e Salvaterra de Magos Relatório Final de Avaliação Acção n.º 8B/2010 Quadros Interactivos Multimédia no Ensino/ Aprendizagem das Línguas

Leia mais

GESTÃO CURRICULAR LOCAL: FUNDAMENTO PARA A PROMOÇÃO DA LITERACIA CIENTÍFICA. José Luís L. d`orey 1 José Carlos Bravo Nico 2 RESUMO

GESTÃO CURRICULAR LOCAL: FUNDAMENTO PARA A PROMOÇÃO DA LITERACIA CIENTÍFICA. José Luís L. d`orey 1 José Carlos Bravo Nico 2 RESUMO GESTÃO CURRICULAR LOCAL: FUNDAMENTO PARA A PROMOÇÃO DA LITERACIA CIENTÍFICA José Luís L. d`orey 1 José Carlos Bravo Nico 2 RESUMO Resumo A Reorganização Curricular formalmente estabelecida pelo Decreto-lei

Leia mais

Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique

Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique Carlos Nuno Castel-Branco carlos.castel-branco@iese.ac.mz Associação dos Estudantes da Universidade Pedagógica Maputo, 21 de Outubro

Leia mais

Avaliação Interna e Qualidade das Aprendizagens

Avaliação Interna e Qualidade das Aprendizagens Avaliação Interna e Qualidade das Aprendizagens Perspectivas da OCDE www.oecd.org/edu/evaluationpolicy Paulo Santiago Direcção da Educação e das Competências, OCDE Seminário, Lisboa, 5 de Janeiro de 2015

Leia mais

Caracterização dos cursos de licenciatura

Caracterização dos cursos de licenciatura Caracterização dos cursos de licenciatura 1. Identificação do ciclo de estudos em funcionamento Os cursos de 1º ciclo actualmente em funcionamento de cuja reorganização resultam os novos cursos submetidos

Leia mais

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática Rene Baltazar Introdução Serão abordados, neste trabalho, significados e características de Professor Pesquisador e as conseqüências,

Leia mais

A Ponte entre a Escola e a Ciência Azul

A Ponte entre a Escola e a Ciência Azul Projeto educativo A Ponte entre a Escola e a Ciência Azul A Ponte Entre a Escola e a Ciência Azul é um projeto educativo cujo principal objetivo é a integração ativa de estudantes do ensino secundário

Leia mais

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE Maria Cristina Kogut - PUCPR RESUMO Há uma preocupação por parte da sociedade com a atuação da escola e do professor,

Leia mais

ROJECTO PEDAGÓGICO E DE ANIMAÇÃO

ROJECTO PEDAGÓGICO E DE ANIMAÇÃO O Capítulo 36 da Agenda 21 decorrente da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992, declara que a educação possui um papel fundamental na promoção do desenvolvimento

Leia mais

PROJECTO MAIS SUCESSO ESCOLAR A MATEMÁTICA

PROJECTO MAIS SUCESSO ESCOLAR A MATEMÁTICA PROJECTO MAIS SUCESSO ESCOLAR A MATEMÁTICA 2010/2011 Coordenadora Elvira Maria Azevedo Mendes Projecto: Mais Sucesso Escolar Grupo de Matemática 500 1 1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJECTO 1.1 Nome do projecto:

Leia mais

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SECRETARIA REGIONAL DA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO. Portaria n.º /2010

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SECRETARIA REGIONAL DA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO. Portaria n.º /2010 Portaria n.º /2010 Considerando a experiência obtida pela implementação do Programa Oportunidade, Sub- Programas Integrar e Profissionalizante, enquanto programas específicos de recuperação da escolaridade,

Leia mais

Educação para a Cidadania linhas orientadoras

Educação para a Cidadania linhas orientadoras Educação para a Cidadania linhas orientadoras A prática da cidadania constitui um processo participado, individual e coletivo, que apela à reflexão e à ação sobre os problemas sentidos por cada um e pela

Leia mais

Receitas para a Escola e Família na. ou provocação? Orlanda Cruz

Receitas para a Escola e Família na. ou provocação? Orlanda Cruz Receitas para a Escola e Família na melhoria do processo educativo: verdade ou provocação? Orlanda Cruz Promovendo a Parentalidade Positiva Cruz Orlanda Parentalidade (positiva) Criar as condições (necessárias,

Leia mais

Colaborar com as várias estruturas da escola nas tarefas inerentes ao cargo.

Colaborar com as várias estruturas da escola nas tarefas inerentes ao cargo. Atualizar e divulgar a composição da equipa. Divulgar as atividades. Atualizar e divulgar diversos materiais. ano lectivo Informação/divulgação dos serviços especializados na página da escola /EE Representar

Leia mais