LUCIENE ALVES MOREIRA MARQUES
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1 22 a 25 de maio de 2013 Sobre o Docente LUCIENE ALVES MOREIRA MARQUES Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal de Alfenas (1996) e mestrado em Farmacologia pela Universidade Estadual de Campinas (1999). Doutora em psicobiologia pela Universidade Federal Paulista (UNIFESP), com o tema: Atenção Farmaceutica a portadores de depressão. Atualmente é professor adjunto nível I da Universidade Federal de Alfenas. Tem experiência na área de Farmacologia, com ênfase em Farmacologia Geral, atuando principalmente nos seguintes temas: Atenção Farmacêutica, Farmacologia clínica e Deontologia e Legislação Farmacêutica. Coordenadora do evento. Coordenadora da Pós Lato Sensu em Atenção Farmacêutica da UNIFAL de Autora dos Livros: Atenção Farmacêutica em Distúrbios Menores. 2ª ed., 2008 e Atenção Farmacêutica em Distúrbios Maiores, 1ºed.,
2 Atenção Farmacêutica para pacientes com Transtorno bipolar Dra. Luciene Alves Moreira Marques Transtornos de Humor Os mais frequentes TH são: Distimia Depressão Ciclotimia Transtorno bipolar 2
3 Tipos de Transtorno do Humor Transtorno bipolar tipo I Psicose maníaco-depressiva Prevalência 1,5%, Cerca de 25% dos pacientes tentam suicídio e, destes, cerca de 11% completam este objetivo. Trata-se de uma doença recorrente e incurável que afeta igualmente homens e mulheres. 3
4 Episódio Maníaco: Sintomas Humor: Expansivo Melhor que o normal Irritável Euforia, Depressão, Labilidade Variação circadiana piorando ao entardecer e à nopite Sentimentos: Colorido positivo ou intempestivo Grandiosidade Otimismo exagerado Destemor Auto-estima aumentada Impaciência Domínio Paixão Riqueza Desconfiança Erotismo Espirituais Episódio Maníaco: Sintomas Processos Cognitivos - Ficam ativados Pensamentos se aceleram Logorréia ou verborragia Fuga de idéias Confusão mental Atenção dispersa Distraibilidade, concentração memória Fixação Evocação distorcida Hiperminésia (raro) Idéias se distorcem para o positivo Mais, muito, melhor Conteúdo: Religioso Erotizado Desconfiado Coerentes com os sentimentos patológicos - grandioso Perda da capacidade de planejar e organizar a vida Dificuldade de hierarquizar 4
5 Episódio Maníaco: Sintomas Atividade e Comportamento Energizado, desinibido, capaz Hiperatividade Impaciente, Inquieto, Agitado Inconveniente, Provocativo Fala alto, xinga, gargalhadas, piadas, interrompe os outros Extravagância atividades Trabalhar Começa muitas coisas e não termina impulsividade Beber, usar drogas, Jogar, comprar, presentear, Dirigir em alta velocidade, Assumir riscos Comportamentos de risco Esportes, Negócios Atos delinqüentes Sexo sem precaução Episódio Maníaco: Sintomas Psicóticos: Falta de crítica do estado patológico Distorção da realidade (Grandiosidade) Auto-centrado Acha-se na razão e intimida os outros Cria uma realidade própria Supervalorização de habilidades pessoais Qualquer delírio Ser injustiçado, Perseguido, Agredido Qualquer alucinação 5
6 Episódio Maníaco: Sintomas Funções Vegetativas: necessidade de sono Privação de sono exacerba mania Raro - Queixas físicas Aceleração interna ou insensibilidade à dor Perda de peso apetite, cigarro, álcool, drogas, cafeína libido Expressado por idéias ou comportamentos Hipomania (bipolar tipo II) Forma atenuada da mania Sem psicose ou delírios Humor anormal Sintomas leves a moderados de mania Duração de dias a meses Duração de pelo menos 4 dias* Difere do normal da pessoa Sem prejuízo marcado no funcionamento** 6
7 Estados Mistos Os estados mistos são caracterizados por sintomas simultâneos de depressão e mania. Seu diagnóstico é bastante complicado e por vezes o diagnóstico é confundido com transtorno de personalidade borderline. O transtorno de personalidade borderline: Medo de ser abandonada Dificuldade de lidar com as emoções Muito impulsivas Instabilidade de humor com oscilações de minutos, horas, dias. Essas oscilações de humor incluem depressões, ataques de ansiedade, irritabilidade, ciúme patológico, hetero- e auto-agressividade. Comportamento auto-destrutivo Tentativas de suicídio, mais frequentemente as de impulso do que as planejadas. Baixa auto-estima Suscetíveis a qualquer sensação de rejeição. Os sintomas psicóticos são menos freqüentes. 7
8 Cicladores rápidos O transtorno bipolar cicla no máximo até quatro episódios maníacos num ano. Quando o paciente apresenta mais que 4 episódios, ele é chamado de ciclador rápido. O ciclador rápido não se trata de um subtipo de transtorno bipolar. Geralmente, o ciclador rápido é refratário ao tratamento com lítio. Tratamento medicamentoso Estabilizadores do Humor Indicações: Carbonato de Lítio - Carbolitium Distúrbio depressivo maníaco (bipolar), Mania aguda, Depressão resistente. Farmacocinética: Bem absorvido, Meia vida de horas Eliminação: urina, suor e fezes 8
9 Mecanismo de ação Reações adversas: Aumento do volume de urina, boca seca, Diarréia, dor de cabeça, falta de apetite, Náuseas, hipotensão, sonolência, Tontura, fraqueza generalizada. Verificar funções renais e tireoidianas. 9
10 Orientação Farmacêutica: Não ingerir café, chá ou outra bebida que contenha cafeína, Ingerir muito líquido, Não diminuir a ingestão de sal, Fazer monitorização terapêutica, Evitar longa exposição ao sol, sauna ou banhos muito quentes. Fonte: Demétrio, F.N.,
11 Ácido Valpróico - Valpakine, Depakene Mecanismo de ação: Aumenta a concentração de GABA central. Inibe fracamente as duas vias de inativação do GABA: GABA transaminase e semialdeído succínico desidrogenase. Contra-indicações: Gravidez/lactação e insuficiência hepática. 11
12 Carbamazepina - Tegretol Mecanismo de ação: Bloqueia os canais de Na+, inibe a transmissão excitatória Contra-indicações: Lactação, hipersensibilidade aos Antidepressivos tricíclicos, depressão da medula óssea. T1/2: 48 h, caindo para 16 h Distúrbios afetivos: associado ao lítio Efeitos adversos: Sonolência, tontura, diplopia, diarréia, náuseas, vômitos, retenção hidríca. 12
13 Antipsicóticos atípicos Não causa SEP, Não eleva a prolactina, Pode causar agranulocitose, Ganho de peso, Efeito sedativo, Podem ocorrer convulsões. 13
14 Não causa SEP, Mais potente, Tratamento muito caro, Ganho de peso, Menor efeito sedativo, Melhora o humor. Não causa SEP (qualquer dose), Não eleva a prolactina, Algum ganho de peso, Efeito sedativo, Pode melhorar o humor e a função cognitiva, 14
15 Não causa SEP depende da dose, Eleva a prolactina, Menor ganho de peso, Melhora o humor e a função cognitiva, Possui baixos SEP, Não eleva a prolactina, Pouco ou nenhum ganho de peso, Efeito sedativo, Pode melhorar a função cognitiva 15
16 Outros anticonvulsivantes Topiramato, Lamotrigina, Benzodiazepínicos Antidepressivos Orientações ao paciente Auxiliar o paciente e os familiares a reconhecer os primeiros sinais de descompensação do paciente. A ausência de sono, alterações na comunicação, na sensação de energia, em relação às preocupações são os primeiros sinais. Fornecer recomendações ao paciente e familiares: o paciente deve evitar a utilização de substâncias tóxicas ou estimulantes, evitar alterações significativas no ritmo de sono (por exemplo: não frequentar baladas, não mudar o turno de trabalho), situações de alto estresse devem ser evitadas. 16
17 Esclarecer o paciente sobre a importância de realizar a monitorização terapêutica e os exames periódicos de função hepática, renal, tireoidiana, etc. Orientar o paciente sobre os possíveis efeitos secundários do medicamento e sobre possíveis interações que podem levar a intoxicações involuntárias. Para monitorar a adesão do paciente ao tratamento pode-se usar algumas escalas. 17
18 Questionário de atitudes em relação aos medicamentos usados no tratamento do THB Esta escala permite avaliar: oposição em relação ao tratamento de manutenção (4 questões), negação de efetividade terapêutica (2 questões), opinião sobre os efeitos adversos (2 questões), dificuldade em tomar rotineiramente os comprimidos (4 questões), negação da gravidade da doença (3 questões), atitudes negativas do paciente em relação ao uso de medicamentos (3 questões) e falta de conhecimento sobre o medicamento (1 questão) Marque um X nas respostas que o(a) Sr(a) considerar correta 1. O(a) Sr(a). acha perfeitamente aceitável tomar o medicamento por vários anos? (1) sim (2) não 2. O(a) Sr(a). toma o medicamento apenas quando sente necessidade? (1) sim (2) não 3. O(a) Sr(a). acha que vale a pena tomar o medicamento, apesar dos efeitos colaterais? (1) sim (2) não 4. Tomar o medicamento como receitado pelo seu médico é fácil no diaa-dia? (1) sim (2) não 5. É melhor aliviar o stress do que tomar o medicamento para ficar bem (estável)? (1) sim (2) não 6. O(a) Sr(a). considera que o medicamento é uma necessidade atual (1) sim (2) não para o seu bem-estar? 7. O(a) Sr(a). se preocupa com os efeitos colaterais do medicamento, mesmo quando se sente bem? (1) sim (2) não 8. A maioria das pessoas que o(a) Sr(a). conhece acha necessário que tome o (1) sim (2) não medicamento? 9. O(a) Sr(a). às vezes tenta esquecer que está doente, e, por isso, para de tomar (1) sim (2) não os seus comprimidos? (1) sim (2) não 10. O(a) Sr(a). confia tanto nos seus comprimidos que, se por algum motivo, fosse interrompido o seu tratamento o(a) Sr(a). ficaria preocupado? 11. As pessoas precisam lhe lembrar de tomar o medicamento? (1) sim (2) não 12. O(a) Sr(a). aceita bem o medicamento, mesmo sabendo que se deve fazer (1) sim (2) não exames de sangue e check up regulares? 13.O(a) Sr(a). às vezes pensa que o medicamento é uma maneira artificial de (1) sim (2) não lhe manter bem e que deveria conseguir viver bem sem ele? 14. É fácil lembrar as horas certas de tomar o medicamento? (1) sim (2) não 15. O(a) Sr(a). frequentemente duvida que a sua condição de saúde seja tão (1) sim (2) não séria que justifique o uso do medicamento por vários anos? 16. O(a) Sr(a). tem um conhecimento adequado sobre os efeitos do medicamento? (1) sim (2) não 17. Se o(a) Sr(a). ficasse bem por vários meses, deixaria de tomar o medicamento? (1) sim (2) não 18. Se a sua rotina diária mudar por alguma razão, o(a) Sr(a). terá dificuldades (1) sim (2) não de tomar seus comprimidos? 19. O(a) Sr(a). está convencido(a) dos efeitos benéficos do medicamento baseado na sua própria experiência? (1) sim (2) não 18
19 Escala de Adesão a medicação - EAM (Rosa et al.) Marque um X nas respostas que o(a) Sr(a). Considerar corretas. 1. O(a) Sr(a). Alguma vez já se esqueceu de tomar sua medicação? (1) sim (2)não 2. Às vezes, o(a) Sr(a). Esquece o horário de tomar sua medicação? (1) sim (2)não 3. Quando o(a) Sr(a). Se sente melhor, às vezes para de tomar seu remédio? (1) sim (2)não 4. Às vezes, quando o(a) Sr(a). Se sente pior, para de tomar seu remédio? (1) sim (2)não 5. o(a) Sr(a). Só toma seu remédio quando está doente? (1) sim (2)não 6. o(a) Sr(a). Acha normal ser controlado pelo remédio? (1) sim (2)não 7. Seus pensamentos são mais claros quando está medicado? (1) sim (2)não 8. Por estar tomando remédio, o(a) Sr(a). Acha que se previne de ficar doente? (1) sim (2)não 9. o(a) Sr(a). Se sente estranho(a), assim "como um zumbi", quando usa o (1) sim (2)não remédio? 10. O remédio faz o(a) Sr(a). Sentir-se cansado(a) e lento(a)? (1) sim (2)não Referências Bibliográficas Marques, LAM. e col. Atenção Farmacêutica nos transtornos de Humor. Pharmabooks, São Paulo, Demétrio, F.N., Minatogawa, T.M., Rocco, P.T.P. Psicofarmacologia dos transtornos depressivos. In: Teng, C.T., Demétrio, F.N. Psicofarmacologia aplicada. Manejo prático dos transtornos mentais. São Paulo: Atheneu, Mari, J.J; Razzouk, D.; Peres, M.F.T.; Del Porto, J.A. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar. Psiquiatria. Barueri: São Paulo, Manole, Rosa AR et al. Monitoramento da adesão ao tratamento com lítio. Rev. psiquiatr. clín., 2006, vol.33, no.5, p Harvey SN. The development and descriptive use of the lithium attitudes questionnaire. J Affect Disord 22: ,
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