Estado da Arte e Divulgação do Plantio Direto em 2011
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- Ana Luísa Cerveira Jardim
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1 Estado da Arte e Divulgação do Plantio Direto em 2011 FLORIANÓPOLIS SC Maio, 2011
2 INTEGRANTES DAS EQUIPES E EMPRESAS PARTICIPANTES: COORDENADOR DA PESQUISA: André Souto Maior Pessôa, Eng. Agr., MSc. Agroconsult: André Pessôa, Alan Malinski, André Debastiani, Cleber Vieira, Dayana Laurindo, Débora Simões, Douglas Nakazone, Egon Luís Schaden Jr., Fábio Meneghin, Felipe Oliva, Giseli Brüggemann, Heloisa Melo, Ione Correa, Jailton Pereira, Leila Vieira, Leon Bizzocchi, Marcos Rubin, Rodrigo Cruz, Rodrigo Oshima e Valmir Assarice. Impar Agrícola: André De Martini de Nadai, André Froes, Diego Boareto Moreno, Giuliano Fernandes, Raphael Gregolin Abe e Tiago Lima Ferreira. Banco do Brasil: Álvaro Rojo Santamaria Filho, João Alaor Santana da Silva, Sérgio Quadros Moreira, Marcelo Gonçalves Chaves, Marcos Paulo Vicente de Carvalho, Mariana Cappellari Chiarello, Rossano Calatrone Paiva, Antônio Carlos Magalhães, Débora Teixeira, Jefferson Piccini de Lima Silva. Monsanto: Charlston Pessoa, Alexandre de Paula, José Henrique Spricio, Fabiano Brill, Rafael de Toni, Márcio Neiva Batista. DVA: Helton Vitali, Jorge Viana Júnior, Carlos Cezar Bilha Balan, Volnei de Medeiros, Dailson César Alves, Marcelo Pessanha, Adriana Oliveira, Giuliano André Villa, Eduardo Décimo, Rafael Arantes, Ramiro Vieira. Heringer: Leopoldo Vigano, Leonardo, Diógenes, Arnaldo Lima de Castro, Paulo Augusto Resende da Silva Laércio Oliveira Amado, Rodrigo Chiarini, Leonardo Campos Faria, Tiago Menezes. Vale: João Queiroz Pessoa, Veríssimo Cuba, Carlos Baracat, Cristiano Diamond, Fábio Fernandes, Adriano Pioker. Case:.Fernando, Henrique Elmar Netzlaff. Esalq-Log: Murilo José Rosa, Henrique Rosa Antunes, Ana Luiza Lima Defilippi, Thiago Guilherme Péra, Priscilla Biancarelli Nunes, Pedro Paulo de Carvalho Teixeira, André Araújo, Matheus Santos Bueno, Emília Nogueira Marinho, Jéssica Eveline Arthuso. Aprosoja: Rodrigo Ferner, Liliane Rocha. Jotnalistas: Tomas Okuda (Agência Estado), Alastair Stewart (DTN), Ana Cristina da Conceição (Agência Estado), Fernando Lopes (Valor Econômico), Marcelo Rodrigues Teixeira (Reuters), Luiz Silveira (Brasil Econômico). Fotógrafos: Marcos Campos e Hudson Goether. ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO: Giseli Brüggemann APOIO REALIZAÇÃO 2
3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO METODOLOGIA Avaliações de campo Produtividade Plantio direto Questionários RESULTADOS Avaliações de Campo Sobre o percentual de cobertura do solo Sobre o tipo de resíduo Sobre as condições do terreno Questionários Estatísticas gerais Sobre as Técnicas de Manejo na Propriedade Adoção do sistema de plantio direto (SPD) Motivos para adoção de Sistema de Plantio Direto Tempo de adoção do SPD Principais culturas para formação de palhada Redução de adubação fosfatada AVALIAÇÃO DO PERCENTUAL DE SOLO COBERTO COM RESÍDUOS NO BRASIL CONCLUSÃO REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ANEXOS ÍNDICE DE FIGURAS E TABELAS Tabela 1 - Municípios e datas de realização dos eventos do Rally da Safra Tabela 2 - Representatividade dos municípios das coletas de campo em cada região climática Tabela 3 - Estatísticas Gerais da Amostragem de Campo Tabela 4 - Percentual de cobertura do solo por região climática em lavouras de soja Tabela 5 - Percentual de cobertura do solo por região climática em lavouras de milho Tabela 6 - Tipos de resíduos mais freqüentes nas amostras de lavouras de soja Tabela 7 - Tipos de resíduos mais freqüentes nas amostras de lavouras de milho Foto 1 - Coberturas de solo em lavouras de milho (Guarapuava/PR) e soja (Chapadão do Sul/MS) Tabela 8 - Declividade do terreno das lavouras de soja Tabela 9 - Declividade do terreno das lavouras de milho Tabela 10 - Presença de sinais de erosão em lavouras de soja Tabela 11 - Presença de sinais de erosão em lavouras de milho Foto 2 - Sinais de erosão em Campos de Júlio/MT Tabela 12 - Municípios de realização dos eventos do Rally da Safra Tabela 13 - Número de questionários respondidos por região climática Tabela 14 - Distribuição dos produtores por classe de área total cultivada (%) Tabela 15 - Distribuição dos produtores segundo a adoção das técnicas de plantio direto Tabela 16 - Principais motivos para a adoção do SPD Tabela 17 - Distribuição dos produtores segundo o tempo de adoção do SPD Tabela 18 - Freqüência das principais culturas para formação de palhada, por região climática Tabela 19 - Redução de adubação fosfatada Tabela 20 - Uso de fósforo apenas de arranque Tabela 21 - Estimativa do percentual de solo coberto com resíduos para as lavouras de soja Tabela 22 - Estimativa do percentual de solo coberto com resíduos para as lavouras de milho
4 1. INTRODUÇÃO Conforme os anos anteriores, este relatório foi elaborado com o objetivo de divulgar os resultados dos levantamentos relacionados ao Sistema de Plantio Direto realizados durante o Rally da Safra. As avaliações são solicitadas e financiadas desde 2006 a pedido da Fundação Agrisus. O Rally da Safra completou sua oitava edição em Com a abrangência das principais regiões produtoras de grãos do Brasil, o Rally da Safra avalia as condições de colheita das safras de soja e milho, eficiência logística e de infra-estrutura, transgenia, plantio direto entre outras avaliações. O levantamento da safra procura avaliar a produtividade a ser alcançada nas lavouras de soja e milho, além de relacionar essas estimativas com as observações de campo quanto ao uso de tecnologia, comportamento do clima, ocorrências de pragas e doenças, como também, com as condições de transporte/escoamento, armazenagem e com a expectativa dos produtores e demais agentes da cadeia de valor sobre os resultados a serem alcançados no ano agrícola. Em 2011, a edição do Rally da Safra reuniu 10 (dez) equipes formadas por agrônomos, técnicos e convidados, coordenadas pela Agroconsult para percorrer os principais pólos de produção de grãos do País, passando por RS, SC, PR, MS, MT, GO, DF, MG, BA,TO, MA e PI. As equipes realizaram levantamentos qualitativos e quantitativos. O levantamento quantitativo foi obtido a partir de amostragens aleatórias das lavouras de soja e de milho realizadas ao longo do trajeto definido para o Rally. Já o qualitativo, foi executado por meio de questionários aplicados durante os eventos aos produtores realizados em 8 (oito) municípios. 2. METODOLOGIA As informações sobre o plantio direto foram coletadas a partir das avaliações de campo e da aplicação dos questionários. 4
5 2.1. Avaliações de campo As lavouras são selecionadas aleatoriamente ao longo do trajeto. Com a utilização de um aparelho de GPS (Sistema de Posicionamento Global) é realizado o geo-referenciamento de cada lavoura avaliada. Foram registradas as coordenadas (altitude, latitude e longitude) e o nome do município. As informações são coletadas com intuito de estimar a produtividade. Além das informações referentes à produtividade, avalia-se percentual de cobertura do solo com palhada e identificação da cultura usada na formação desta. Também foi verificada a declividade do terreno e a presença de sinais de erosão Produtividade Seguindo a metodologia, caminhou-se para dentro da lavoura para evitar o efeito de bordadura. Mediu-se o espaçamento entre linhas e contou-se o número de plantas em 3 metros de 5 (cinco) fileiras (no caso do milho, número de plantas e de espigas em 10 metros de 3 (três) fileiras). Em seguida, foram selecionadas cinco plantas de soja ou cinco espigas de milho. Para soja, foram contados o número de vagens e o número de grãos por planta; e para milho foram contados o número de fileiras de grãos na espiga e o número de grãos numa fileira. Além disso, foram anotadas observações gerais sobre as condições da lavoura tais como: umidade do solo, estádio de desenvolvimento, existência de irrigação e outras observações relevantes como incidência de pragas, doenças e plantas daninhas, aspecto visual das lavouras etc Plantio direto A cada parada para avaliação de campo foram coletadas também informações sobre o plantio direto: percentual e tipo de resíduo utilizado de cobertura do solo (ver modelo da planilha de campo utilizada no anexo 1). Para a determinação do percentual de cobertura morta, aplicou-se uma metodologia sugerida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e adaptada pelo Rally da Safra. No quadrante marcado para avaliação da produtividade das 5
6 lavouras, foi estendida uma trena formando-se um ângulo de aproximadamente 45, atravessando duas fileiras de plantas (ver Fig ura 1 ). Foram contados, ao longo de um metro de trena, os números de marcações (de 10 cm) que coincidem com o resíduo de solo. A porcentagem de cobertura morta é o número de marcas contadas multiplicado por 10. Para cada parada, o procedimento foi repetido por duas vezes e anotada a média da leitura. Figura 1 - Esquema ilustrativo para determinação do percentual de cobertura morta no solo 2.2. Questionários Os questionários foram distribuídos aos produtores rurais durante os eventos do Rally da Safra 2011, realizados em 8 (oito) municípios (Tabela 1). Os questionários foram aplicados sem o auxílio de entrevistador, com perguntas fechadas. As perguntas eram referentes a Plantio Direto, Insumos, Comercialização e Logística (ver modelo do questionário utilizado no anexo 2). Tabela 1 - Municípios e datas de realização dos eventos do Rally da Safra Evento Município Data 1 Cascavel - PR 07/fev 2 Rio Verde - GO 10/fev 3 Guarapuava - PR 22/fev 4 Passo Fundo - RS 14/mar 5 Rondonópolis - MT 15/mar 6 Unaí - MG 16/mar 7 Luis Eduardo Magalhães - BA 21/mar 8 Balsas - MA 25/mar 6
7 3. RESULTADOS Para avaliação dos resultados de campo e dos questionários, os dados foram agrupados em quatro regiões segundo a classificação por regiões climáticas sugerida pelo Engenheiro Agrônomo Fernando P. Cardoso (CARDOSO, 2005) (ver Figura 2). Região 1: caracterizada por inverno frio e úmido, propicia o plantio de trigo e de aveia no inverno (RS, SC e parte do PR). Região 2: caracterizada por inverno ameno e úmido com variação imprevisível de temperatura e de umidade. Propicia, no inverno, o plantio de trigo, de aveia, de milho safrinha e de sorgo (parte dos Estados do MS, PR e SP). Região 3: caracterizada pelo inverno quente e semi-úmido. Milho e sorgo são as principais culturas utilizadas como safrinha (Estado do MT e partes dos Estados do MS, SP, MG e GO). Região 4: caracterizada pelo inverno quente e seco. O plantio de culturas no inverno é dificultado pela escassez de chuvas (Estado do TO e partes dos Estados de MG, BA, MA, PI e GO). Figura 2 - Representação esquemática das regiões climáticas. R3 R4 R2 R1 7
8 Encontra-se no anexo 3 a relação de municípios com lavouras amostradas. A relação completa dos municípios que estão em cada região climática, com o seu respectivo código do IBGE, está no anexo 4. Dez equipes tiveram o roteiro programado de acordo com o calendário de colheita das regiões produtoras, com o objetivo de avaliar as lavouras nos últimos estágios de desenvolvimento, inclusive as lavouras de ciclo precoce. O período de realização das amostras foi de 31 de janeiro a 27 de março de Na tabela 2, nota-se que a área amostral é bem significativa em todas as regiões. O roteiro elaborado teve como objetivo abranger as principais regiões produtoras de grãos em todo o Brasil. Tabela 2 - Representatividade dos municípios das coletas de campo em cada região climática. *Área Plantada com Soja + Milho 1ª Safra (1.000 ha) **Participação em relação à área total da Região Climática (Soja + Milho 1ª Safra) Fonte: PAM 2009/IBGE e Rally da Safra Avaliações de Campo Em 366 municípios foram realizadas amostras de campo, deste total 83% foram amostras realizadas em lavouras de soja (Tabela 3) Tabela 3 - Estatísticas Gerais da Amostragem de Campo. *Área Plantada com Soja + Milho 1ª Safra (1.000 ha) Fonte: PAM 2009/IBGE e Rally da Safra
9 Sobre o percentual de cobertura do solo Considerações sobre as avaliações de campo: 1. O levantamento realizado em 2006 tinha como objetivo testar a metodologia de avaliação, servindo de projeto piloto para a metodologia adotada nos anos seguintes. Os percentuais de cobertura do solo apresentaram valores muito elevados em relação aos anos seguintes, sendo assim, os dados referentes às amostras de campo deste ano não serão apresentados neste relatório. 2. No ano de 2010, foram apresentados apenas os resultados referentes às amostras de soja, pois o número de amostras de milho foi baixo e concentrado em poucas regiões. 3. Em muitas áreas percorridas, as lavouras já se encontravam em estádio avançado de maturação, por conseguinte com a colheita próxima a ser realizada. Conseqüentemente, os resíduos de cobertura já estavam decompostos ou muito misturados com as folhas mortas da cultura. 4. O trajeto percorrido, bem como o período de avaliação, sofreram alterações nas edições do Rally da Safra, interferindo nas comparações dos resultados. 5. As amostras de campo avaliam apenas a presença e o percentual de cobertura de solo e portanto não permitem uma interpretação precisa sobre a adoção do Sistema de Plantio Direto. 6. A divisão das regiões climáticas foi revisada e municípios do noroeste do estado de Minas Gerais foram incluídos na Região 4. Mesmo assim, 38 amostras deste estado foram descartadas por não pertencerem a nenhuma das quatro regiões climáticas. Portanto, todos os dados dos anos anteriores foram revisados e quando necessário houve alteração em relação aos dados já divulgados nos relatórios anteriormente. 9
10 As tabelas a seguir trazem uma análise de distribuição das amostras de acordo com três classificações de cobertura de resíduo no solo (Pouco resíduo, Médio resíduo e Muito resíduo). No Brasil houve redução de 44% para 35% das lavouras de soja avaliadas com cobertura de solo entre 40% e 100%. A região 2, foi a que apresentou maior percentual para esta categoria (54%) (Tabela 4). Tabela 4 - Percentual de cobertura do solo por região climática em lavouras de soja. Fonte: Rally da Safra 2007, 2008, 2009, 2010 e
11 Para a cultura de milho, conforme os anos anteriores, destaca-se a região 1, com 59% das lavouras avaliadas com mais de 40% do solo coberto por palhada. Na média Brasil, este percentual foi de 50%, o que evidencia o aumento da utilização de técnicas conservacionistas pelos produtores rurais (Tabela 5). Tabela 5 - Percentual de cobertura do solo por região climática em lavouras de milho. Fonte: Rally da Safra 2007, 2008, 2009 e
12 Sobre o tipo de resíduo O milho, plantado na segunda safra, foi a cultura de cobertura encontrada em todas as regiões nas lavouras de soja. Com destaque para as regiões 2 e 3 que tiveram mais de 50% das amostras com esta cobertura. Na região 4, 46% das lavouras de soja avaliadas estavam sob cobertura de milho e/ou milheto. A região 1, típica por seu inverno frio, apresentou 70% das suas lavouras de soja com cobertura de trigo e/ou triticale, cultura de inverno muito comum nesta região (Tabela 6). Tabela 6 - Tipos de resíduos mais freqüentes nas amostras de lavouras de soja. 12
13 Fonte: Rally da Safra 2007, 2008, 2009, 2010 e (1) O número total de observações pode ser maior que o número de lavouras amostradas, pois em alguns casos constatou-se a existência de mais de um tipo de resíduo na cobertura do solo. (2) Outros: amendoim, azevém, nabo, cana-de-açúcar, feijão e soja safrinha, mato e armagoso. A palhada de aveia foi encontrada com maior frequência nas regiões 1 e 2, enquanto, nas regiões 3 e 4 foi verificado que anteriormente ao cultivo de milho a área estava em pousio (Tabela 7). 13
14 Tabela 7 - Tipos de resíduos mais freqüentes nas amostras de lavouras de milho. 14
15 Fonte: Rally da Safra 2007, 2008, 2009 e (1) O número total de observações pode ser maior que o número de lavouras amostradas, pois em alguns casos constatou-se a existência de mais de um tipo de resíduo na cobertura do solo. (2) Outros: amendoim, azevém, nabo, cana-de-açúcar, feijão e soja safrinha, mato e armagoso. Foto 1 - Coberturas de solo em lavouras de milho (Guarapuava/PR) e soja (Chapadão do Sul/MS). 15
16 Sobre as condições do terreno Em relação a declividade do terreno das lavouras de soja, os números mantiveram-se alinhados com os do ano passado. A Região 1, com relevo mais acidentado, apresentou 73% das lavouras em terreno inclinado. Na Região 2 são encontradas lavouras em terrenos planos (43%) e um número também considerável em terrenos inclinados (41%). Nas Regiões 3 e 4, mais de 75% das amostra foram em terrenos considerados planos. Corroborando com estes dados, os resultados das amostras nas lavouras de milho foram semelhantes aos resultados nas de soja (Tabelas 8 e 9). Tabela 8 - Declividade do terreno das lavouras de soja. Fonte: Rally da Safra 2010 e Tabela 9 - Declividade do terreno das lavouras de milho. Fonte: Rally da Safra Em geral, o número de lavouras com sinais de erosão foi baixo tanto para soja quanto para milho, 2 e 3% respectivamente. Sendo que para milho, apenas na região 1 foi verificado sinais de erosão (4%) (Tabelas 10 e 11). Tabela 10 - Presença de sinais de erosão em lavouras de soja. Fonte: Rally da Safra 2010 e
17 Tabela 11 - Presença de sinais de erosão em lavouras de milho. Fonte: Rally da Safra Foto 2 - Sinais de erosão em Campos de Júlio/MT 17
18 3.2. Questionários Durante a expedição do Rally da Safra 2011 foram realizados 8 (oito) eventos para produtores rurais. Cada uma das sete empresas patrocinadoras convidou até 70 (setenta) produtores para cada evento. Nestes eventos foram distribuídos os questionários contendo 21 questões, sendo elas referentes à área cultivada, técnicas de manejo na propriedade, uso de insumos, comercialização, terras, armazenagem e logística. Neste relatório serão discutidos os dados referentes às técnicas de manejo na propriedade. Em geral, os produtores convidados pelas empresas são aqueles de maior relacionamento com estas. Portanto, é importante ressaltar que o preenchimento dos questionários é realizado a partir de uma amostra contendo um grupo de grandes produtores que, além de empregarem maior nível de tecnologia na produção agropecuária, são também líderes locais. Conforme já citado, os eventos foram realizados nos seguintes municípios: Tabela 12 - Municípios de realização dos eventos do Rally da Safra Evento Município 1 Cascavel - PR 2 Rio Verde - GO 3 Guarapuava - PR 4 Passo Fundo - RS 5 Rondonópolis - MT 6 Unaí - MG 7 Luis Eduardo Magalhães - BA 8 Balsas - MA Diferente dos anos anteriores, em 2011 não foi realizado nenhum evento no estado do Mato Grosso do Sul, isso afetou os resultados da região 2. 18
19 Estatísticas gerais Foram respondidos 339 questionários durante os oito eventos, sendo 51% oriundos dos eventos realizados nas Regiões Climáticas 3 e 4 (Tabela 13). Tabela 13 - Número de questionários respondidos por região climática. Fonte: Rally da Safra A Região Climática 1, que compreende os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte do Paraná, tem a estrutura fundiária caracterizada por propriedades menores. Segundo os dados obtidos, 80% das propriedades dessa região possui área até ha. Nas Regiões 3 e 4 66% das propriedades possuem mais de 1000 ha (Tabela 14). Os dados apresentados a seguir caracterizam o público dos eventos do Rally da Safra, conseqüentemente, dos respondentes dos questionários. Tabela 14 - Distribuição dos produtores por classe de área total cultivada (%) 19
20 Fonte: Rally da Safra 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e Sobre as Técnicas de Manejo na Propriedade Adoção do sistema de plantio direto (SPD) Apenas 2% dos respondentes declararam não utilizar o Sistema de Plantio Direto. Na região 4 foi onde ocorreu o maior número de respostas negativas à esta questão, que foi de 4%, mesmo assim ainda é um número baixo. É importante salientar que os elevados percentuais de utilização do SPD nos questionários respondidos reforçam a hipótese que esta amostra de produtores é viesada, e inclui produtores que adotam nível de tecnologia mais elevado em suas 20
21 propriedades. Lembrando que algumas diferenças entre os anos também se devem à região de realização dos eventos (Tabela 15). Tabela 15 - Distribuição dos produtores segundo a adoção das técnicas de plantio direto. Fonte: Rally da Safra 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e
22 Motivos para adoção de Sistema de Plantio Direto Dos 333 respondentes, 63% citaram o aumento da produtividade, 88% a conservação do solo e 49% a redução de custos como motivos para a adoção do SPD. Deve-se salientar que houve a possibilidade de optar por mais de uma alternativa como resposta, desse modo há a intersecção de respostas entre alternativas (Tabela 16). Tabela 16 - Principais motivos para a adoção do SPD. 22
23 *Outros: economia, praticidade, aumento da matéria-orgânica e controle de plantas daninhas. **Houve a possibilidade de optar por mais de uma alternativa. Fonte: Rally da Safra 2007, 2008, 2009, 2010 e Tempo de adoção do SPD De acordo com as tabelas seguintes, nas Regiões 1 e 2 o SPD é adotado há mais de 10 anos por 81 e 77% dos respondentes, respectivamente. Nas Regiões 3 e 4, observou-se que a adoção do SPD é mais recente, no entanto, observa-se que a técnica tem-se consolidado ano a ano como pode ser observado na Tabela 17. Tabela 17 - Distribuição dos produtores segundo o tempo de adoção do SPD. 23
24 Fonte: Rally da Safra 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e Principais culturas para formação de palhada A formação de palhada pode ser obtida por meio do plantio de uma cultura de safrinha ou do plantio de espécies que atendam bem a esta finalidade. As principais culturas utilizadas - segundo os produtores que responderam ao questionário do Rally da Safra são milho (28%) e aveia (20%), o que não difere de anos anteriores. A aveia e o trigo são as culturas de outono/inverno freqüentemente utilizadas para formação de palhada na Região Climática 1, segundo os dados. Na Região Climática 2, nas respostas deste anos destaca-se o milho, seguido da aveia e trigo. Em outros anos a braquiária tinha destaque entre as culturas de formação de palhada, sendo que neste não foi citada. Enquanto nas regiões 3 e 4, 24
25 a braquiária, o milheto e o milho são as culturas mais utilizadas para este fim (Tabela 18). Tabela 18 - Freqüência das principais culturas para formação de palhada, por região climática. 25
26 Outras: azevém, nabo, crotalária, cevada, feijão, ervilhaca e algodão. Fonte: Rally da Safra 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e Redução de adubação fosfatada Conforme o ano passado, perguntou-se ao produtor se já havia observado ou ouvido alguma notícia sobre redução de adubação fosfatada com sucesso, dos 307 respondentes, 40% respondeu negativamente, no ano passado foram 60%. Observou-se que em todas as regiões houve redução deste número (Tabela 19). Tabela 19 - Redução de adubação fosfatada. Fonte: Rally da Safra 2010 e Em 2011 foi acrescentada uma questão sobre a formação de pastagem após o cultivo de cereais. Das 299 respostas, 66% foi de que não formaram pastagem após o cultivo de cereais. 14% responderam que formaram pastagem após o cultivo de soja (Tabela 20). Tabela 20 - Uso de fósforo apenas de arranque. Fonte: Rally da Safra
27 4. AVALIAÇÃO DO PERCENTUAL DE SOLO COBERTO COM RESÍDUOS NO BRASIL A partir das avaliações de campo do percentual de cobertura morta encontrado nas lavouras de soja e de milho e das estimativas de área colhida da Agroconsult para a safra 2010/11, extrapolou-se para o país a área estimada coberta com resíduo nessas duas lavouras. Tabela 21 - Estimativa do percentual de solo coberto com resíduos para as lavouras de soja. Tabela 22 - Estimativa do percentual de solo coberto com resíduos para as lavouras de milho. 27
28 5. CONCLUSÃO Este relatório teve como objetivo a divulgação dos resultados das avaliações relacionadas ao Sistema de Plantio Direto (SPD) que são realizadas anualmente pelo Rally da Safra. Ao longo dos anos, tem-se aprimorado a metodologia de avaliação e análise dos resultados para que estes possam se aproximar da realidade praticada no campo. Desse modo, com o aumento da utilização do SPD, verifica-se que a conservação do solo tem ganhado novos adeptos por meio deste sistema, o que confirma que a agricultura brasileira tem buscado o aumento da produção também por meio da conservação de seus recursos naturais. 28
29 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 1. CARDOSO, F. P. Direto no Cerrado, Ano 10, n 44, p. 4,
30 ANEXOS 30
31 ANEXO 1 - Planilhas de campo de milho e soja. 31
32 ANEXO 2 - Questionário distribuído aos produtores nos eventos do Rally da Safra
33 33
34 ANEXO 3 - Relação dos municípios com lavouras amostradas durante o Rally da Safra
35 ANEXO 4 - Relação dos municípios das regiões climáticas 35
36 36
37 37
38 38
39 39
40 40
41 41
42 42
43 43
44 44
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