UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO TECTOS PORTUGUESES DO SEC. XV AO SEC.XIX

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1 UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO TECTOS PORTUGUESES DO SEC. XV AO SEC.XIX João Carlos Sarrazola Martins (Licenciado) Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Recuperação e Conservação do Património Construído Orientador: Doutor António Manuel Candeias de Sousa Gago Presidente: Vogais: Júri: Doutora Ana Paula Patrício Teixeira Ferreira Pinto França de Santana Doutor José Manuel Marques Amorim de Araújo Faria Doutor António Manuel Candeias de Sousa Gago Setembro 2008

2 Resumo: O objectivo deste trabalho consiste no estudo da evolução, desde o Século XV até ao Século XIX, das estruturas de tectos de madeira e estuque, bem como da sua decoração. São também estudadas as principais patologias nos tectos de madeira e as metodologias de conservação e restauro mais correntemente aplicadas. Não tendo sido encontrado na bibliografia consultada outro estudo sobre o tema, foi feito um levantamento de vários tipos de estruturas de tectos através de desenhos e fotografias existentes no arquivo da Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais. Conjugando este levantamento com as informações recolhidas nos antigos tratados de construção e com a experiência prática e conhecimentos adquiridos pelo autor em obra, foi possível propor uma classificação para as estruturas de tectos portugueses do Séc. XV ao Séc. XIX. Através da informação recolhida estudaram-se as estruturas de tectos mudéjares, a sua evolução e características construtivas e a sua possível influencia nos tectos posteriores. Também se abordaram os tectos surgidos na renascença, nomeadamente os de caixotões, e a difusão de abóbadas, com o surgimento dos tectos decorados com pintura de perspectiva arquitectónica durante o período barroco e posteriormente os revestidos por estuque. Por fim são abordados os factores de degradação, destacadas algumas técnicas de restauro e formulada uma metodologia de intervenção. Palavras Chave: Estruturas de madeira, tectos, restauro, coberturas, história, construção I

3 Title : Portuguese ceilings from the XV Century until the XIX Century. Abstract: The aim of this work is to study the history and evolution of wood and gypsum plaster ceilings roofing structures on the period between the fifteenth century and nineteenth century, its decoration, pathologies and methods of conservation and restoration usually used. As, on the consulted bibliography, it was not found any previous similar study about this subject, a research study was carried out over several structures using drawings and photographs belonging to the archive of the Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais. Comparing them with ancient European construction manuals and practical experience acquired during conservation and restoration works, it was possible to propose a classification for Portuguese ceiling structures from the XV Century until The XIX Century. With this research, existent Mudejar structures had been studied, their evolution and main constructive characteristics and possible influence on the subsequent ceilings. It was also studied the ceilings that appeared during the renaissance, especially the coffered ceilings and the diffusion of vaults during the baroque period decorated with architectonic perspective paintings and later the ones covered by gypsum plaster.. At last the degradation factors are studied, restoration techniques are described and intervention methodologies are proposed. Key Words: Wood structures, ceilings, restoration, roofing structures, history, construction II

4 Agradecimentos Começo por agradecer ao meu orientador, Professor Doutor António Sousa Gago, que apesar de saber que o tema não era fácil, por ser pioneiro, nunca me deixou desistir, acreditando sempre que deste esforço sairia uma dissertação. À minha família pelo apoio prestado, em especial ao meu pai que muito me auxiliou, à minha mulher que durante este período me aturou e aos meus filhos João e Catarina que prescindiram da minha companhia, sempre com boa cara, porque o pai tinha que escrever um livro III

5 ÍNDICE GERAL RESUMO:... I ABSTRACT:... II AGRADECIMENTOS... III ÍNDICE GERAL... IV ÍNDICE DO TEXTO... V ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES... VIII 1. INTRODUÇÃO TECTOS EM MADEIRA EVOLUÇÃO HISTÓRICA ESTRUTURAS DE COBERTURA E TECTOS EM MADEIRA - SISTEMAS CONSTRUTIVOS TECTOS TÉCNICAS DECORATIVAS CAUSAS DE DEGRADAÇÃO METODOLOGIAS DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE TECTOS CONCLUSÃO E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS BIBLIOGRAFIA IV

6 ÍNDICE DO TEXTO 1. INTRODUÇÃO JUSTIFICAÇÃO DO TEMA OBJECTIVO DO TRABALHO ESTRUTURA DO TRABALHO TECTOS EM MADEIRA EVOLUÇÃO HISTÓRICA INTRODUÇÃO O CASO DE PORTUGAL OS TRATADOS DE CARPINTARIA ESTRUTURAS DE COBERTURA E TECTOS EM MADEIRA - SISTEMAS CONSTRUTIVOS INTRODUÇÃO ESTRUTURAS DE COBERTURA E DE TECTOS MUDÉJARES Alfarges Alfarges de uma ordem de vigas Alfarges de duas ordens de vigas Taujeles ( alfarges ataujerados) Armações sobre Arcos Diafragma Perna e fileira (Parhilera) Perna e nível (Par y Nudillo) Armações de Asna de Nível com Rincão Singelo (Lima bordon) Armações de Asna de Nível com Rincão Duplo (Limas moamares) Tectos de cinco panos Tectos de sete panos Resumo / Conclusão ESTRUTURAS DE COBERTURA A DUAS ÁGUAS COM TECTOS ADOSSADOS Estruturas de Cobertura com asna de nível simples Asna de nível com redução do Pé direito Asna de nível com cinco panos Asna de Nível com sete panos ESTRUTURAS SEMELHANTES ÀS DE COBERTURA MAS SEM FUNÇÃO RESISTENTE Estrutura para tectos de masseira quadrangulares ou a quatro águas Estrutura para tectos derivadas dos de masseira quadrangulares ou a quatro águas Estruturas para tectos de masseira oitavados ABÓBADAS E CÚPULAS Abóbadas de Berço ou de arco perfeito (180º) Abóbadas de arco abatido Abóbadas de falso arco abatido Abóbadas de aresta Cúpulas ESTRUTURAS DE ESTEIRA Esteira Simples Esteira Encabeirada Esteira de Masseira Esteira Sanqueada Esteiras sanqueadas circulares Estruturas Mistas TECTOS INTRODUÇÃO MADEIRA Tipos de Forros Forro de junta Forro chanfrado Forro de meio-fio V

7 Forro de macho e fêmea Forro Sobreposto Tectos Planos de Esteira Simples Tectos Planos Encabeirados Tectos moldurados Tectos apainelados Tectos de masseira Tectos Sanqueados Tectos Artesoados ESTUQUE Tectos Estucados TÉCNICAS DECORATIVAS INTRODUÇÃO TÉCNICAS DECORATIVAS PARA TECTOS DE MADEIRA Douramento Pintura Pintura a Têmpera Pintura a Óleo TÉCNICAS DECORATIVAS PARA TECTOS DE ESTUQUE Pintura a fresco Pintura pela encáustica MARROUFLAGE CAUSAS DE DEGRADAÇÃO INTRODUÇÃO DEGRADAÇÃO DO SUPORTE DE MADEIRA DEGRADAÇÃO DA PINTURA E DO DOURAMENTO DEGRADAÇÃO DOS ESTUQUES METODOLOGIAS DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE TECTOS INTRODUÇÃO PRINCÍPIOS PARA INTERVENÇÃO NAS MADEIRAS Reparação e reforço da estrutura Reparação de elementos não estruturais Consolidação através da impregnação por resinas acrílicas Consolidação através da utilização de cola de madeira com serrim Reparação por placagem Reparação por placagem e parquetagem Desinfestação PRINCÍPIOS DE INTERVENÇÃO EM DOURAMENTO E POLICROMIA Pré-fixação e limpeza superficial Aplicação de Facing Limpeza e Fixação Nivelamento de Lacunas Reintegração cromática Retoque por mancha ou neutral Retoque a Tratteggio Retoque normal Retoque Total Outras Técnicas Aplicação de camada de protecção PRINCÍPIOS PARA INTERVENÇÃO EM ESTUQUES Consolidação dos estuques Restauro dos estuques CONCLUSÃO E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS INTRODUÇÃO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS TECTOS DE MADEIRA SISTEMAS CONSTRUTIVOS TÉCNICAS DECORATIVAS VI

8 8.4 CAUSAS DE DEGRADAÇÃO E METODOLOGIAS DE INTERVENÇÃO DESENVOLVIMENTOS FUTUROS BIBLIOGRAFIA VII

9 ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES 1 Fig. 1 Tecto de vigas à vista, Torre da Ucanha (tecto refeito pela DGEMN, fotografia do autor)... 4 Fig. 2 Tecto de viga à vista medieval (desenho de Viollet-le-Duc)... 5 Fig. 3 Tecto de viga à vista do Séc.XIV (desenho de Viollet-le-Duc)... 6 Fig. 4 Tecto de caixotões do Séc. XV (desenho de Viollet-le-Duc)... 7 Fig. 5 Cúpula de caixotões (Le Muet, 1547)... 7 Fig. 6 Cobertura sobre arcos diafragma, refeita em 2005, Igreja de Santa Maria do Castelo Pinhel (fotografia Tacula)... 9 Fig. 7 Estrutura de par y nudillo, capela-mor da Igreja de São Vicente de Castelo Mendo (fotografia DGEMN, adaptada pelo autor) Fig. 8 Estribado da Igreja de N. Sra. da Oliveira, Guimarães (fotografia DGEMN, adaptada pelo autor) Fig. 9 Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, tecto de estuque (fotografia DGEMN) Fig. 10 Estrutura subjacente (fotografia DGEMN) Fig. 11 Aspecto da decoração dos tirantes e cachorros, da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, Guimarães (fotografia DGEMN) Fig. 12 Decoração dos aliceres, da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, Guimarães (fotografia DGEMN) Fig. 13 Tecto da Capela-mor do Palácio da Vila, Sintra (fotografia DGEMN) Fig. 14 Taugel da Sé Velha de Coimbra (1477), actualmente no Museu Machado de Castro (fotografia Tacula) Fig. 15 Tecto mudéjar da Igreja de Escarigo (fotografia DGEMN) Fig. 16 Estrutura da igreja de Santa Leocádia, Chaves (fotografia Tacula) Fig. 17 Pormenor de garganta e decoração graminhada, igreja de Santa Leocádia, Chaves (fotografia Tacula) Fig. 18 Cachorro mudéjar da Igreja de Santa Leocádia (fotografia Tacula) Fig. 19 Outro pormenor da viga durante o restauro (fotografia Tacula) Fig. 20 Tecto da Sé do Funchal (fotografia DGEMN) Fig. 21 Tecto de caixotões ou artesões (Sérlio, S. 1552) Fig. 22 Tecto da Igreja de São Roque (fotografia DGEMN) Fig. 23 Painel com brutescos, Igreja de São João das Lampas (fotografia Tacula) Fig. 24 Painel com brutescos, Igreja de São Miguel de Alfama (fotografia Tacula) Fig. 25 Capela-mor da Igreja do Senhor das Barrocas, Aveiro (fotografia Tacula) Fig. 26 Pormenor do tecto da Igreja de Nossa Senhora da Esperança, Sátão (fotografia Tacula) Fig. 27 Abóbada de arestas (desenho de Philibert Delorme, 1561) Fig. 28 Proposta de classificação das coberturas e tectos mudéjares em Portugal, tendo em conta a sua evolução em termos de complexidade Fig. 29 Igreja de Dois Portos, pormenor da estrutura, em que são visíveis as pernas da estrutura primitiva, serradas (fotografia DGEMN) Fig. 30 Alfarge de uma ordem de vigas (adaptado de El mudéjar en Granada, op.cit.) Fig. 31 Tecto da Loggia do Museu Machado de Castro, que não sendo Mudéjar segue a técnica construtiva de um alfarge (fotografia Tacula) Fig. 32 Alfarge de duas ordens de vigas (adaptado de El mudéjar en Granada, op.cit.) Fig. 33 Exemplo da estrutura de um alfarge com duas ordens de vigas, Mosteiro de Santa Clara, Funchal, (fotografia DGEMN) Fig. 34 Pormenor do alfarge da Igreja Matriz da Ermida, Castro de Aire (fotografia DGEMN) Fig. 35 Outro pormenor do mesmo alfarge (fotografia DGEMN) Fig. 36 Taujel do Convento do Varatojo, Torres Vedras (Fotografia DGEMN) Fig. 37 Taujel da Igreja da Madre de Deus, Lisboa (fotografia do autor) Fig. 38 Taujel do Museu Machado de Castro (fotografia Tacula) Fig. 39 Armação sobre arcos diafragma, em que as vigas mestras são substituídas por arcos de alvenaria (Diaz, 2001) Fig. 40 Armação de Parhilera, Igreja de San Cipriano, Oquillas, Espanha (fotografia de Díez, 1999) Todas as fotografias referenciadas como fotografia Tacula, pertencem ao arquivo da empresa Tacula - Marcenaria e Restauro, Lda, da qual o autor é sócio. Referem-se a trabalhos de diagnóstico, projecto, orçamento e obras de conservação e restauro, em que o autor participou. Os desenhos sem referência foram executados pelo autor. VIII

10 Fig. 41 Esquema de Asna de perna e fileira (parhilera) (desenho do autor) Fig. 42 Asna de perna e fileira (Arenas, 1633) Fig. 43 Cartabón de 5 ( Desenho de Nuere, 2001) Fig. 44 Utilização do cartabón para medir as peças (adaptado de Nuere 2001) Fig. 45 Utilização do cartabón para cortar as peças (Nuere, 2001) Fig. 46 Corte e planta da armação de par y nudilho Fig. 47 Elementos básicos da armação de par y nudillo Fig. 48 Níveis e soleira (Nuere 2008) Fig. 49 Montagem dos cachorros e aliceres (Nuere 2008) Fig. 50 Construção da Arquitrave (Nuere 2008) Fig. 51 Assentamento dos tirantes e respectivos aliceres (Nuere 2008) Fig. 52 Assentamento do estribo (frechal) (Nuere 2008) Fig. 53 Pormenor do estribado de armação mudéjar, Igreja Matriz da Calheta (adaptado de fotografia DGEMN) Fig. 54 Armação de Asna de Nível, elementos constituintes (adaptado de Diaz, 2001) Fig. 55 Armação de asna de nível, (par y nudillo) (desenho de Nuere 2008) Fig. 56 Representação de um nível típico, com respigas para a aplicação de pequenas vigas, os peinazos, que ligavam os vários níveis, formando decoração de laçaria ( adaptado de Nuere, 1994) Fig. 57 Pernas (adaptado de de Nuere, 1994) Fig. 58 Montagem da Asna (adaptado de Nuere, 1994) Fig. 59 Armação de Perna e Nível, Convento de Santa Clara, Funchal (DGEMN) Fig. 60 Exemplo de decoração gramilhada, Igreja de São Miguel, Funchal (fotografia DGEMN) Fig. 61 Policromia da armação da Igreja de São Vicente de Castelo Mendo (fotografia DGEMN) Fig. 62 Pormenor de laço apeinazado, Sé do Funchal (fotografia Tacula) Fig. 63 Laços de 8 e de Fig. 64 Laços de 12 e de Fig. 65 Laços de 16 e de Fig. 66 Laço de 8 (fotografia Tacula) Fig. 67 Pormenor de Roda de 16 (fotografia Tacula) Fig. 68 Armação de asna de nível com rincão singelo (desenho de Nuere, 2008) Fig. 69 Armação de par y nudillo de base quadrangular, Santa Maria de Castelo Mendo (fotografia DGEMN) Fig. 70 Armação de par y nudillo de base rectangular, Igreja Matriz de Proença-a-Velha, intervencionada profundamente nos anos 90 (fotografia DGEMN) Fig. 71 Tecto oitavado do Convento de Santa Clara (fotografia DGEMN) Fig. 72 Estrutura de cobertura a quatro águas, sobre tecto oitavado (fotografia DGEMN) Fig. 73 Armação rectangular de rincão duplo (desenho Nuere, 2008) Fig. 74 Elementos constituintes de armação de par y nudillo de rincão duplo sobre planta rectangular (adaptado de Diaz 2001) Fig. 75 Armação mudéjar lisa, de rincão duplo, Convento de Santa Clara, Funchal (fotografia DGEMN) Fig. 76 Armação mudéjar de laço apeinazado de rincão duplo, Escarigo (fotografia DGEMN) Fig. 77 Armação oitavada de rincão duplo (desenho de Nuere, 2008) Fig. 78 Tecto de laço apeinazado, oitavado, de rincão duplo, com trompas cónicas, Transepto da Sé do Funchal (fotografia DGEMN) Fig. 79 Armação a cinco panos, Rodrigo Alvarez (Diaz 2001) Fig. 80 Tecto a cinco panos (adaptado de El mudéjar en Granada, op.cit.) Fig. 81 Representação esquemática Fig. 82 Tecto da Capela-Mor do Palácio da Vila de Sintra (fotografia extraída de O Paço de Sintra, 1903) Fig. 83 Planta dos tectos da Capela-Mor do Palácio da Vila de Sintra (adaptado da existente em O Paço de Cintra, 1903) Fig. 84 Tecto da Sala das Pegas (fotografia DGEMN) Fig. 85 Tecto da Igreja de Nossa Senhora do Loureto (fotografia DGEMN) Fig. 86 Tecto da Matriz de Caminha (fotografia DGEMN) Fig. 87 Cobertura com asna de nível simples Fig. 88 Tecto da Igreja de S. Pedro da Ericeira, Séc. XVIII (fotografia Tacula) Fig. 89 Representação esquemática Fig. 90 Estrutura do tecto da Capela da Misericórdia de Vila de Rei, reconstruído em 2004 copiado do anterior (fotografia Tacula) IX

11 Fig. 91 A mesma estrutura durante a construção (fotografia Tacula) Fig. 92 O tecto após a montagem (fotografia Tacula) Fig. 93 Esquema de tecto de cinco panos, Igreja paroquial de Vinhó (fotografia DGEMN) Fig. 94 Vista do tecto de Vinhó (fotografia DGEMN) Fig. 95 Tecto de sete panos, Igreja de São Martinho de Mouros (desenho DGEMN) Fig. 96 Estrutura com dupla curvatura, abóbada central e sancas Fig. 97 Fotografias da estrutura referida anteriormente (fotografias DGEMN) Fig. 98 Montagem da estrutura de apoio (desenho do autor) Fig. 99 Pormenor da união (desenho do autor) Fig. 100 Estrutura de apoio completa (desenho do autor) Fig. 101 Esquema de estrutura de tecto de masseira oitavado (desenho do autor) Fig. 102 Fotografia de estrutura de tecto de masseira oitavado (fotografia Tacula) Fig. 103 Pormenor do topo da estrutura (fotografia Tacula) Fig. 104 Pormenor dos quadrais duplos e frechais (fotografia Tacula) Fig. 105 Representação esquemática de abóbada de berço (desenho do autor) Fig. 106 Tecto em abóbada de berço com forro de tábua corrida. Neste tecto, são visíveis dois tirantes mudéjares, o que parece indiciar a existência de uma estrutura subjacente não referenciada anteriormente, Igreja de Seixo Amarelo (fotografia Tacula) Fig. 107 Esquema da cobertura de Santo António de Penamacor (C.M. de Penamacor) Fig. 108 Tecto de Santo António de Penamacor (fotografia Tacula) Fig. 109 Abóbada de arco abatido, Igreja de N. Senhora da Esperança, Sátão (fotografia Tacula) Fig. 110 Esquema de abóbada de falso arco abatido (90º) (desenho do autor) Fig. 111 Abóbada de falso arco abatido, Matriz de Sortelha (fotografia DGEMN) Fig. 112 Ligação das pernas à extremidade das vigas curvas (fotografia DGEMN) Fig. 113 Ligação das vigas curvas aos níveis (fotografia DGEMN) Fig. 114 Pormenor do empalme à meia madeira das vigas curvas (fotografia DGEMN) Fig. 115 Abóbada de arestas, Igreja Matriz de Ponte da Barca (DGEMN) Fig. 116 Cúpula circular de arco perfeito (Rondelet) Fig. 117 Cúpula circular de arco abatido (Rondelet) Fig. 118 Cúpula octogonal, palácio de Monserrate, Sintra (fotografia do autor) Fig. 119 Cúpula hexagonal do Santuário do Senhor da Pedra, Óbidos (fotografia do autor) Fig. 120 Cúpula octogonal com lanternim, Palácio de Monserrate, Sintra (fotografia do autor) Fig. 121 Pormenor das pernas do tecto anterior (fotografia do autor) Fig. 122 Lanternim da mesma estrutura (fotografia do autor) Fig. 123 Pormenor das vigas de sustentação do lanternim (fotografia do autor) Fig. 124 Esteira Simples (P. da Costa) Fig. 125 Tecto com tarugos cruzados (fotografia do autor) Fig. 126 Fotografia de estrutura de esteira simples, Convento do Sacramento, Lisboa (fotografia do autor) Fig. 127 Esteira Encabeirada (Pereira da Costa 1955) Fig. 128 Cortes da estrutura de esteira para tectos de masseira (Pereira da Costa 1955) Fig. 129 Esquema de esteira para tecto sanqueado (Pereira da Costa 1955) Fig. 130 Uniões entre as três peças da cambota, Palácio Nacional da Ajuda ( adaptado de fotografia de Arq. Luís Marreiros) Fig. 131 Pormenor das cambotas secundárias (Fotografia de Arq. Luís Marreiros) Fig. 132 Esboço da estrutura do tecto, com os elementos constituintes (desenho do autor) Fig. 133 Esteira para tecto sanqueado (Rondelet) Fig. 134 Tecto circular segundo Rondelet Fig. 135 Corte do tecto (desenho do autor) Fig. 136 Construção do vigamento para a esteira plana (desenho do autor) Fig. 137 Aplicação do forro (desenho do autor) Fig. 138 Construção das asnas para suporte da esteira superior (desenho do autor) Fig. 139 Aplicação das cambotas (desenho do autor) Fig. 140 Tecto completo (desenho do autor) Fig. 141 Cambotas e esteira plana inferior (fotografia Tacula) Fig. 142 Pormenor da esteira superior (fotografia Tacula) Fig. 143 Vista das cambotas e fixação das asnas (fotografia Tacula) Fig Pormenor do sistema de asnas (fotografia Tacula) Fig. 145 Corte de forro de junta Fig. 146 Corte de forro chanfrado com tábuas a encher X

12 Fig. 147 Corte de forro chanfrado com tábuas de espera e de cobrir Fig. 148 Corte de forro de meio-fio com tábuas a encher Fig. 149 Corte de forro meio-fio com tábuas de espera e de cobrir Fig. 150 Corte de Forro de macho e fêmea Fig. 151 Corte de forro de tábuas sobrepostas (Pereira da Costa 1955) Fig. 152 Tecto plano de esteira simples com forro sobreposto (Pereira da Costa 1955) Fig. 153 Tecto encabeirado, sacristia da Capela de Nª Sra. de Monserrate, Óbidos (fotografia Tacula) 95 Fig. 154 Tecto encabeirado, sendo na zona central forrado com tábuas sobrepostas (Pereira da Costa 1955) Fig. 155 Corte do tecto anterior (Pereira da Costa 1955) Fig. 156 Tecto moldurado (Pereira da Costa 1955) Fig. 157 Tecto encabeirado apainelado (Pereira da Costa 1955) Fig. 158 Tecto de masseira rectangular, apainelado, com forro sobreposto, Convento do Sacramento, Lisboa (fotografia do autor) Fig. 159 Tecto de masseira oitavado, apainelado, com forro sobreposto e painéis separados por molduras de grande espessura, Paços do Concelho, Góis (fotografia Tacula) Fig. 160 Tecto sanqueado, apainelado com forro a encher, Igreja de São Miguel de Alfama (fotografia Tacula) Fig. 161 Tectos de caixotões, aplicado usando o vigamento do piso superior e independente, isto é, um tecto falso ( Pereira da Costa) Fig. 162 Tecto de caixotões, sacristia da Capela de Nª. Sra. da Esperança, Sátão (fotografia Tacula). 101 Fig. 163 Tecto de caixotões em abóbada de berço, capela-mor da Capela de Nª. Sra. da Esperança, Sátão (fotografia Tacula) Fig. 164 Estuques da Charola do Convento de Cristo em Tomar (fotografia Tacula) Fig. 165 Tecto estucado antes e após a aplicação do estuque, cortes transversal e longitudinal (P.da Costa) Fig. 166 Pormenor de Taugel do Museu Machado de Castro com douramento (fotografia Tacula) Fig. 167 Pormenor da pintura a têmpera da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, Guimarães (fotografia DGEMN) Fig. 168 Tecto pintado a óleo, Paços do Concelho, Góis (fotografia Tacula) Fig. 169 Abóbada da capela-mor da Igreja Matriz de Beja (fotografia Tacula) Fig. 170 Tecto marrouflado da sala anexa ao coro-alto da capela do Colégio do Bom Sucesso (fotografia Tacula) Fig. 171 Pormenor de juntas forradas com tiras de tecido (em destacamento), Igreja de São Pedro da Ericeira (fotografia Tacula) Fig. 172 Tecto revestido a papel de parede, Palácio de Monserrate, Sintra (fotografia Tacula) Fig. 173 Fenda de retracção em painel decorativo (fotografia Tacula) Fig. 174 Acumulação de lixo (fotografia Tacula) Fig. 175 Apodrecimento generalizado (fotografia Tacula) Fig. 176 Pormenor de podridão cubicular associada a ataque de caruncho (fotografia Tacula) Fig. 177 Reaproveitamento de tecto policromo para execução de guarda-pó, Igreja de Santa Maria do Castelo, Pinhel (fotografia Tacula) Fig. 178 Construção de novo tecto ocultando o anterior, de que ainda são visíveis os tirantes mudéjares, Igreja de Marmeleiro (fotografiadgemn) Fig. 179 Perda de painéis decorativos, Igreja Matriz de Loures (fotografia Tacula) Fig. 180 Pormenor de várias patologias: destacamento da camada cromática, escorridos devido a infiltrações, apodrecimento da madeira e fendas provocadas pela oxidação dos cravos (fotografia Tacula) Fig. 181 Perda do douramento por degradação do mordente (fotografia Tacula) Fig. 182 Perda de estuque por apodrecimento do fasquiado. É também observável a perda de elementos decorativos (fotografia Tacula) Fig. 183 Queda de estuque por perda de coesão entre camadas, causada por sais. É visível, do lado esquerdo da imagem o desaparecimento da policromia pela mesma causa (fotografia Manuela Rocha) 121 Fig. 184 Fissuração do estuque (fotografia Tacula) Fig. 185 Destacamento da policromia por efeito de sais (fotografia Tacula) Fig. 186 Pulverulência da superfície por efeito de sais, conduzindo à perda de policromia e elementos decorativos (fotografia Tacula) Fig. 187 Reparação da entrega à parede de uma viga através de enxertos de madeira sã (fotografia Tacula) Fig. 188 Colagem de viga, Coro da Igreja de Santa Leocádia, Chaves (fotografia Tacula) XI

13 Fig. 189 Reparação de viga através de enxertos de madeira nas zonas apodrecidas. É visível um enxerto para prolongamento e dois para reposição da secção (fotografia Tacula) Fig. 190 Tábuas consolidadas através da impregnação de resinas acrílicas (fotografia Tacula) Fig. 191 Madeira consolidada com cola de marceneiro e serrim, as lacunas de grande dimensão, encontram-se preenchidas com madeira nova (fotografia Tacula) Fig. 192 Aplicação de resina epóxida para reconstituição de volumes no tardoz das tábuas (fotografia Tacula) Fig. 193 Várias tábuas durante o processo de restauro (fotografia Tacula) Fig. 194 Pormenor da colagem das placas (fotografia Tacula) Fig. 195 Vista geral do painel em reparação (fotografia Tacula) Fig. 196 Painel reforçado com placagem e parquetagem (fotografia Tacula) Fig. 197 Exemplo de zona em que por falta de referência, se optou por não efectuar a integração, capela-mor da Igreja Matriz de Beja (fotografia Tacula) Fig. 198 Painel com facing sobre a policromia para permitir a desmontagem, capela-mor da Igreja Matriz de Trevões (fotografia Tacula) Fig. 199 Limpeza química, tecto da Sacristia da Capela de Nossa Senhora de Monserrate, Óbidos (fotografia Tacula) Fig. 200 Aplicação de preparação nas zonas de lacunas, tecto da Sacristia da Capela de Nossa Senhora de Monserrate, Óbidos (fotografia Tacula) Fig. 201 Painel completo após o preenchimento de lacunas (fotografia Tacula) Fig. 202 Reserva reconstituída por mancha. Na ausência de referência, só foram reconstituídas as formas das figuras humanas e não os seus pormenores. Capela-mor da Igreja Matriz de Bucelas (fotografia Tacula) Fig. 203 Pormenor de integração a tratteggio (fotografia Tacula) Fig. 204 Lançamento do desenho a carvão (fotografia Tacula) Fig. 205 Inicio da reintegração a tratteggio (fotografia Tacula) Fig. 206 Aspecto final da tela (fotografia Tacula) Fig. 207 Lançamento do desenho com bases de aguarela em tecto de madeira, tecto da Sacristia da Capela de Nossa Senhora de Monserrate, Óbidos (fotografia Tacula) Fig. 208 Aspecto final, sendo visíveis as zonas refeitas em tom mais claro, tecto da Sacristia da Capela de Nossa Senhora de Monserrate, Óbidos (fotografia Tacula) Fig. 209 Lançamento do desenho a carvão em tecto de estuque, capela-mor da Igreja matriz de Beja (fotografia Tacula) Fig. 210 Pormenor do tecto anterior, com as zonas figurativas novas com tom mais claro (fotografia Tacula) Fig. 211 Aplicação de linhadas para consolidação os estuques, tecto da biblioteca do Palácio de Monserrate (fotografia Tacula) Fig. 212 Zona consolidada com injecção de caldas, sendo ainda visíveis os orifícios de injecção, tecto da biblioteca do Palácio de Monserrate (fotografia Tacula) Fig. 213 Reposição de fasquiado, tecto da biblioteca do Palácio de Monserrate (fotografia Tacula) Fig. 214 A lacuna anterior após a aplicação do reboco (fotografia Tacula) Fig. 215 Molde, contra-molde e peça decorativa (fotografia Tacula) Fig. 216 Ferramenta para correr moldados (fotografia Tacula) Fig. 217 Aplicação de gesso sobre a mesa (fotografia Tacula) Fig. 218 Estucador a correr o molde (fotografia Tacula) Fig. 219 Moldado pronto ( fotografia Tacula) Fig. 220 Aplicação dos moldados e peças decorativas (fotografia Tacula) Fig. 221 Zona de lacuna após a reconstituição dos estuques (fotografia Tacula) XII

14 1. Introdução 1. INTRODUÇÃO 1.1 Justificação do Tema Com a evolução dos critérios que definem o que se deve considerar como património, tem-se vindo a observar um maior interesse pelas técnicas construtivas ancestrais e pela sua preservação. As estruturas e os elementos estruturais das construções, quer se trate de grandes elementos das construções em alvenaria ou de pequenos sistemas de apoio e suporte de elementos decorativos, como é o caso dos tectos, são hoje considerados como partes da construção a preservar. De facto, segundo os critérios gerais de restauro de estruturas de património arquitectónico definidas pelo comité cientifico internacional do ICOMOS, para análise e restauro de estruturas, o valor de cada construção histórica, não está apenas na aparência dos elementos isolados, mas também na integridade de todos os seus componentes como um produto único da tecnologia de construção específica do seu tempo e do seu local. Desta forma, a remoção das estruturas internas mantendo apenas as fachadas não se adequa aos critérios de conservação. Estas recomendações surgem na sequência da Carta de Cracóvia de 2000, em que se define que a intenção de conservação de edifícios históricos e monumentos, estando estes em contextos rurais ou urbanos, é manter a sua autenticidade e integridade, incluindo os espaços internos, o mobiliário e a decoração de acordo com a sua configuração original as obras em edifícios históricos devem prestar total atenção a todos os períodos históricos presentes e também que a decoração arquitectónica, esculturas e elementos artísticos, que são uma parte integrante do património construído, devem ser preservados mediante um projecto específico vinculado ao projecto geral. Isto supõe que o restaurador tem conhecimento e formação adequados, para além da capacidade cultural, técnica e prática, para interpretar as diferentes análises dos campos artísticos específicos. O projecto de restauro deve garantir uma relação correcta com o conjunto do que está em redor e do ambiente, da decoração e da escultura, respeitando as artes e os ofícios tradicionais do edifício e a sua necessária integração como uma parte substancial do património construído. Isto só é possível através do estudo das técnicas utilizadas, o que atendendo a que as mesmas passavam normalmente de pais para filhos, ou de mestre para aprendiz, torna extremamente difícil o estudo das mesmas. 1

15 1. Introdução Em Portugal, não foi até agora feito qualquer estudo que documentasse a evolução dos sistemas construtivos de tectos em madeira e estruturas de cobertura mudéjares, a sua inventariação, técnicas decorativas, patologias e técnicas de conservação e restauro. No caso dos tectos, este estudo é de fundamental importância, pois peças simultaneamente da construção civil, enquanto estrutura, e da arte, enquanto peça decorativa, acabam por cair na terra de ninguém. Se por um lado, os seus sistemas de apoio não comprometem nem melhoram a segurança estrutural dos edifícios, não sendo por isso alvo de estudos por parte da engenharia de estruturas, por outro, os estudos levados a cabo por historiadores de arte e conservadores-restauradores apenas têm em conta os seus aspectos decorativos. Perante esta lacuna, o presente estudo pretende ser uma primeira tentativa, em Portugal, de levar o tema das estruturas de tectos a ser encarado com a relevância que merece. Com o incremento da utilização da internet, começou também a digitalização de tratados de construção antigos, que se encontravam ao dispor de alguns, e que agora começam a ficar disponíveis para todos. Com isto, pode-se agora conseguir aceder a inúmeros documentos que se encontravam dispersos e reconstituir as antigas técnicas da construção civil. Dentro dos modernos conceitos éticos e técnicos do restauro, esta disponibilização de conhecimento é de primordial importância, pois permite o estudo de técnicas construtivas ancestrais e da sua influência na história da construção, que com o advento do betão se perderam. 1.2 Objectivo do trabalho Dentro do espírito enunciado no ponto anterior, pretende-se com este trabalho, dar uma panorâmica geral da construção de tectos de madeira em Portugal, abordando a sua evolução histórica, a sua estrutura, os vários tipos de forros e as técnicas usadas para a sua decoração. Abordam-se também as suas causas de degradação, no intuito de conseguir estabelecer uma metodologia e técnicas de intervenção adequadas para a preservação deste património, respeitando os princípios éticos actualmente aceites. 1.3 Estrutura do trabalho Este trabalho encontra-se dividido em duas partes independentes, mas que se complementam: uma primeira parte, do capitulo 2 ao capitulo 5, e a segunda parte, 2

16 1. Introdução composta pelos capítulos 6 e 7. Juntam-se a estes um primeiro capítulo introdutório e um oitavo de conclusões. Na primeira parte, começa-se por analisar a evolução histórica dos tectos de madeira em Portugal (capitulo 2). Esta abordagem, embora apoiada na história da arte, não a segue linearmente. De facto, sendo o objectivo do trabalho o estudo dos sistemas construtivos (e não o estilístico em termos decorativos), considera-se, por exemplo, que um tecto plano com decoração maneirista é semelhante a um outro construído numa época posterior, com decoração barroca, caso a sua técnica de construção seja idêntica. Inclui-se também neste 2º capítulo de estudo da evolução histórica de tectos e suas estruturas, um subcapítulo sobre os tratados de carpintaria ao longo dos tempos, como meio auxiliar de estudo desta temática. Seguidamente, nos capítulos 3 e 4, é apresentada uma descrição dos vários sistemas construtivos de estruturas para tectos de madeira (capitulo 3) e dos tectos propriamente ditos, isto é, da sua face visível (capitulo 4). A opção de dividir este tema em dois capítulos independentes, deriva da organização proposta para a classificação das estruturas por tipos construtivos. Para finalizar a parte da dissertação centrada na construção, abordam-se ainda as várias técnicas decorativas usualmente empregues nos tectos tradicionais. A segunda parte do trabalho consiste numa breve abordagem às causas de degradação dos tectos (capitulo 6) e numa proposta de metodologia para a intervenção neles (capitulo 7). Nesta parte, são também enunciadas algumas técnicas de conservação e restauro utilizadas em obra, que permitem a manutenção do máximo possível de substância e autenticidade históricas. 3

17 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica 2. TECTOS EM MADEIRA EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2.1 Introdução A madeira é um dos mais antigos materiais de construção, utilizado há já milhares de anos. Com a evolução dos sistemas construtivos das coberturas dos edifícios, cedo se começaram a fazer tectos, tendo provavelmente os mais antigos sido, os de vigas à vista (Fig. 1). Fig. 1 Tecto de vigas à vista, Torre da Ucanha (tecto refeito pela DGEMN, fotografia do autor) Infelizmente, em virtude de a madeira ser um material perecível, não nos chegaram quaisquer exemplares destes antigos tectos. Já nos tratados Romanos de arquitectura e construção, eram mencionados tectos em madeiras preciosas e ricamente decorados, sendo o do pórtico do Panteão em Roma decorado com embutidos de madeiras coloridas, de marfim, de madrepérola e utilizando também lâminas de bronze 2. 2 Enciclopédia de Diedrot & Alembert, citando Vitruvio, Vol 12, pág.677, op.cit. 4

18 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Após o período romano, muito pouco se sabe acerca destas estruturas, uma vez que aos nossos dias, só chegaram exemplares construídos a partir do Séc. XIII/XIV. De acordo com Viollet-le-Duc, no seu Dictionnaire raisonné de l architecture française du XIe au XVIe siècle, no período medieval, os tectos como os conhecemos hoje não existiam. Confundiam-se com a própria estrutura de cobertura ou dos pavimentos, tendo todo o vigamento à vista. Eram assim constituídos por vigas mestras, sobre as quais se assentavam vigas secundárias perpendiculares e sobre esse vigamento era aplicado o soalho do piso superior (Fig. 2). Este tipo construtivo, é muito semelhante ao que na Península Ibérica foi utilizado na carpintaria mudéjar com a denominação de alfarge. Fig. 2 Tecto de viga à vista medieval (desenho de Viollet-le-Duc) Posteriormente, esta solução evoluiu para outra mais elaborada, em que o vigamento é constituído por vigas mestras, mas deixando de existir o segundo nível de vigas, que é substituído por vigas pequenas que encaixam nas principais através da abertura de 5

19 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica caixas nas vigas mestras por meio de respigas (Fig. 3). Estas pequenas vigas, denominam-se tarugos ou chincareis, e destinam-se a manter a estabilidade dimensional do conjunto, evitando movimentos horizontais e empenos. Fig. 3 Tecto de viga à vista do Séc.XIV (desenho de Viollet-le-Duc) Com o surgimento do movimento renascentista e o gosto pela arquitectura clássica, foi adaptada a estrutura anterior à construção de tectos de caixotões, artesoados ou artesonados. A grande diferença para o anterior, é a de que o espaço entre as vigas, passou a ser preenchido com painéis decorativos (Fig. 4). 6

20 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Fig. 4 Tecto de caixotões do Séc. XV (desenho de Viollet-le-Duc) Passaram a ser utilizadas as formas curvas, arcos e abóbadas, também artesoadas, como é visível na ilustração seguinte (Fig. 5), extraída do tratado de Le Muet, Maniere de bien bastir pour tutes sortes de personnes, editado em Paris em 1547 Fig. 5 Cúpula de caixotões (Le Muet, 1547) 7

21 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Este tipo de estrutura perdurou até ao Século XIX, tendo sofrido alterações ao nível decorativo, em que com o surgimento do barroco, os caixotões vão sendo progressivamente abandonados, dando lugar a decorações de perspectiva arquitectónica e, posteriormente, aos tectos estucados. Surgiram também os tectos sanqueados, que serão abordados em pormenor nos capítulos seguintes. A Península Ibérica, surge como um caso especial dentro do panorama europeu. Se por um lado, absorveu todas estas influências, por outro a ocupação árabe, de vários séculos, deixou marcas profundas no modo de construir e na decoração. Os tectos de viga à vista, medievais, derivaram para os alfarges mudéjares, construídos com madeira perfeitamente esquadrilhada 3 e de menor secção. Destes tectos, numerosos apresentam decoração gótica ou renascentista, pelo que são em Espanha classificados como gótico-mudejares ou no segundo caso como mudéjares renascentistas. Também as armações de cobertura sofreram alterações construtivas tão profundas, que podem ser consideradas como completamente independentes das restantes correntes europeias. Este tipo de estruturas ibéricas, atingiu o seu apogeu a nível decorativo após a reconquista, em que a carpintaria ibérica, incorporou a decoração geométrica tipicamente árabe, produzindo autênticas obras-primas. Este tipo construtivo, influenciou de forma decisiva o gosto em termos de forma dos tectos, tendo sido o precursor dos tão típicos tectos de masseira e dos tectos de três panos que forram asnas de nível e que se constroem até hoje 2.2 O caso de Portugal Em Portugal, é de supor que durante o período em que vigoraram os estilos arquitectónicos românico e gótico, em que a maioria dos edifícios tinha coberturas de madeira, se utilizassem estruturas de cobertura, que pelas características dos edifícios, seriam sobretudo a duas águas. As mais antigas estruturas que chegaram aos nossos dias, são exemplares datáveis do início do Século XV, durante o reinado de D. João I. 3 Esquadrilhada cortada à esquadria. 8

22 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Estes, encontram-se já imbuídos de características da carpintaria mudéjar, seguindo as técnicas empregues à data na península Ibérica, e denotando uma construção bastante sofisticada. É possível, por analogia com os exemplares existentes em Espanha, que os primeiros fossem constituídos apenas por uma fileira com as pernas entre esta e os paramentos laterais do edifício assentes em frechais, o que se designa na carpintaria mudéjar como armações de perna e fileira (par hilera); ou por uma questão de economia de madeira, coberturas sobre arcos-diafragma (Fig. 6), sendo estes uma variação dos alfarges, isto é, dois tectos planos, assentes sobre planos inclinados. Será também possível que fossem utilizadas estruturas de cobertura de tesoura. Qualquer destes tipos constituía tectos de viga à vista, uma vez que eram forrados pelo extradorso. Fig. 6 Cobertura sobre arcos diafragma, refeita em 2005, Igreja de Santa Maria do Castelo Pinhel (fotografia Tacula) Posteriormente, estas armações vieram a sofrer uma evolução, com a introdução de uma peça a dois terços da altura da asna, o nudilho ou nível, que travava as pernas, reduzindo a transmissão de impulsos horizontais às paredes de apoio (Fig. 7). Em simultâneo, desenvolveu-se um sistema de assentamento da cobertura, denominado estribado, de estribo, frechal em espanhol, em que passam a existir tirantes que travam os frechais e que vão reduzir a zero os impulsos horizontais transmitidos às paredes. Esta importante característica da carpintaria mudéjar, fez com que as linhas, até então parte integrante das asnas, deixassem de existir. 9

23 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Nudillhos ou níveis Fileira Pernas ou Pares Fig. 7 Estrutura de par y nudillo, capela-mor da Igreja de São Vicente de Castelo Mendo (fotografia DGEMN, adaptada pelo autor) Em 1967, foi descoberto o mais antigo estribado 4 (Fig. 8), até agora conhecido em Portugal, que se encontrava oculto por um tecto de estuque do século XIX (Fig. 9 e Fig. 10). Este achado, deu-se na Igreja de Nossa Senhora da Oliveira em Guimarães, sendo a sua decoração datável de acordo com o relatório do Instituto José de Figueiredo, publicado do boletim da DGEMN de 1981, como pertencendo á campanha de obras feita por D. João I (1402/1420). Estribo ou frechal Tirante Tirantes duplos Cachorros Fig. 8 Estribado da Igreja de N. Sra. da Oliveira, Guimarães (fotografia DGEMN, adaptada pelo autor) 4 O estribado, é a estrutura de apoio sobre a qual assenta a armação de cobertura, o seu nome deriva da palavra estribo, frechal em espanhol. 10

24 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Fig. 9 Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, tecto de estuque (fotografia DGEMN) Fig. 10 Estrutura subjacente (fotografia DGEMN) Todo o estribado, que se encontrava integralmente pintado (Fig. 11 e Fig. 12) a têmpera 5, no que constitui o exemplo mais antigo desta técnica aplicado à decoração de tectos 6, apresenta decorativamente características góticas, sendo no entanto, a nível construtivo, um excelente exemplo de carpintaria mudéjar. Fig. 11 Aspecto da decoração dos tirantes e cachorros, da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, Guimarães (fotografia DGEMN) Fig. 12 Decoração dos aliceres 7, da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, Guimarães (fotografia DGEMN) Refere Alexandre Herculano, na revista Panorama, em 1893, o seguinte: «A Igreja da Colegiada de Guimarães, alevantada por D. João I, era um dos mais belos monumentos da arquitectura gótica. O seu tecto de grossas vigas, lavradas primorosamente, 5 Pintura a têmpera, é uma técnica decorativa em que os pigmentos são aglutinados com um ligante orgânico, normalmente ovo ou cola animal. 6 In Boletim da DGEMN de Aliceres, são as tábuas aplicadas na parede entre os cachorros e os tirantes, que escondem a estrutura subjacente. No caso de não existirem tirantes e cachorros, deixam de ter este nome, sendo utilizado um friso contínuo, o arrocabe. 11

25 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica constituía, com a Sé do Funchal, todas as riquezas por nós conhecidas e que Portugal possuía, deste género de tectos» 8. Alexandre Herculano, afirma assim haver semelhanças entre o tecto desta igreja e o da Sé do Funchal, o que parece indiciar, estarmos na presença dos restos do mais antigo tecto mudéjar português conhecido, talvez anterior aos do palácio da Vila, em Sintra. Podendo assim ser considerado como um exemplar gótico-mudéjar. Em Portugal, os tectos mais antigos, conservando as características construtivas originais, e que subsistem até aos nossos dias, são os da Sala das Pêgas, da Sala dos Cisnes e os mudéjares da Capela, no Palácio da Vila de Sintra, os dois primeiros, tectos de masseira 9 a quatro águas, atribuídos como a estrutura anteriormente referida, ao período de D. João I, na primeira metade do Séc. XV, e os da capela de datação incerta, mas que poderão ser deste período, havendo referência ao seu restauro em A existência destes exemplares em época tão recuada, demonstra já nesta época um grande desenvolvimento das técnicas da carpintaria mudéjar e inclusivamente já algumas alterações. Os dois primeiros podem ser considerados variações de madeiramentos de par y nudillo, isto é, constituídos por asnas em que a dois terços da altura é aplicado um nível, com rincões, evolução dos anteriores a duas águas, forrados pelo intradorso, o que os torna já tectos de masseira apainelados. Quanto aos tectos da capela, são tectos a sete panos (Fig. 13), formando uma falsa abóbada de berço, variação já bastante sofisticada das armaduras de par y nudilho. Fig. 13 Tecto da Capela-mor do Palácio da Vila, Sintra (fotografia DGEMN) 8 In Boletim da DGEMN de Tecto de masseira, é aquele em que existe um plano horizontal central, rodeado por quatro ou oito planos oblíquos. Aparentemente o nome deriva das masseiras, recipientes em que se amassava o pão, daí também serem referidos por vezes como tectos de gamela. 10 Livro Truncado da Receita e Despeza de André de Gonçalves, transcrito em O Paço de Sintra op.cit. 12

26 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Deste século, mas já posteriores, existem dois tectos planos e um fragmento de outro, que fazem parte do espólio do Museu Machado de Castro, ambos Mudéjares datados de 1473, os dois provenientes do sub-coro da Sé Velha de Coimbra e o fragmento do próprio museu, antigo paço episcopal. Estes são exemplares de alfarges cobertos com painéis revestidos de laço (Fig. 14), Taujeles, escondendo a estrutura de sustentação subjacente. Fig. 14 Taugel da Sé Velha de Coimbra (1477) 11, actualmente no Museu Machado de Castro (fotografia Tacula) Surgem no final do Século XV, inicio do XVI outros tectos mudéjares de que restam alguns exemplares, sobretudo no distritos da Guarda e Castelo Branco, como por exemplo os de Escarigo (Fig. 15), Sortelha, Vilar Formoso, Castelo Mendo, etc. que deverão ter surgido por influência espanhola, dada a sua relativa proximidade com a fronteira. Fig. 15 Tecto mudéjar da Igreja de Escarigo (fotografia DGEMN)

27 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica No entanto, verifica-se a existência de uma tão grande diversidade de estruturas de cobertura mudéjar, par y nudilho a duas águas, par y nudilho a quatro águas sobre planta rectangular e quadrada, rincão singelo (limabordon), rincão duplo (limas moamares) 12, com laço 13, com policromia, etc. que é extremamente provável que esta técnica construtiva tenha sido vulgar e que tenham existido outras, dos quais estão documentadas nesta região, por exemplo as de Almofala e Castelo Bom. Para além destes existem seguramente outros, como por exemplo o da capela-mor da Igreja de Santa Leocádia em Chaves, posto a descoberto durante os trabalhos de restauro de 1998 (Fig. 16), que se encontra coberto por outro, datado de A estrutura mudéjar, embora tenha sido alterada para sustentar o novo tecto através da alteração dos níveis (nudilhos) mantém todos os encaixes das pernas, sendo ainda visível, alguma decoração graminhada 14 (Fig. 17). Em 2004, durante a intervenção de conservação e restauro do coro desta igreja, foi encontrada a primitiva estrutura, em que as pontas de algumas vigas tinham cachorros mudéjares entalhados (Fig. 18 e Fig. 19). Fig. 16 Estrutura da igreja de Santa Leocádia, Chaves (fotografia Tacula) Fig. 17 Pormenor de garganta e decoração graminhada, igreja de Santa Leocádia, Chaves (fotografia Tacula) 12 O rincão singelo, ou limabordom, ainda hoje utilizado, é a viga obliqua que liga a fileira aos cantos das divisões, permitindo a construção de telhados a quatro águas. Na carpintaria mudéjar, grande parte do trabalho era feito em oficina, isto levou a que as águas da estrutura de cobertura fossem feitas separadamente. Na montagem surgiu assim uma duplicação de rincões, os rincões duplos ou limas moamares. 13 O laço, laçaria ou decoração de laço, é um dos elementos característicos da decoração mudéjar. É constituído por figuras geométricas que formam um padrão de estrelas ou rodas. 14 Decoração graminhada ou gramillada, consiste no entalhe de linhas paralelas no sentido longitudinal das vigas. O nome deriva da ferramenta com que era feita, o graminho ou gramillo, uma ferramenta de marcar, ainda hoje utilizada em marcenaria. 14

28 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Fig. 18 Cachorro mudéjar da Igreja de Santa Leocádia (fotografia Tacula) Fig. 19 Outro pormenor da viga durante o restauro (fotografia Tacula) Nesta região, distrito de Vila Real, existe também documentado o da Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe em Mouçós, que ruiu. 15 Existem também fotografias antigas 16 da Igreja de Nossa Senhora da Azinheira em Outeiro Seco, que aparentam também ser de uma estrutura mudéjar. Estas evidências denotam a existência de uma outra zona em que este tipo de cobertura foi aplicado em igrejas românicas. Fig. 20 Tecto da Sé do Funchal (fotografia DGEMN) 15 Informação de 16 Idem 15

29 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Com o período Manuelino, assistiu-se em Portugal, a um incremento do gosto pelo exótico, nomeadamente pela arquitectura mudéjar, com várias aplicações, ao nível arquitectónico, na azulejaria e também ao nível dos tectos, datando desse período os tectos da Matriz de Caminha, da Sé do Funchal (Fig. 20), da antiga Alfandega do Funchal, actual parlamento, etc. Ocorreu nesta altura um grande desenvolvimento das técnicas decorativas, nomeadamente na elaboração da pintura e da decoração de laço. Começam a ser também utilizados os tirantes em ferro, que substituem a construção dos estribados com tirantes de madeira. Data desta época, a primeira utilização documentada da técnica de pintura a óleo 17, para decorar a estrutura primitiva do coro da Igreja do Salvador em Coimbra, um alfarge 18, de acordo com análises efectuadas pelo Departamento de Conservación y Restauración da Universidad Politécnica de Valência 19. Esta estrutura, construtivamente um alfarge de duas ordens de vigas, foi descoberta em Em 1435 é publicado o tratado de pintura de Leon Baptista Alberti e em 1452 o seu tratado de arquitectura, que se tornaram populares no espaço europeu. Em 1488 (Serrão. V 2002) o Bispo D. Jorge da Costa trouxe para Portugal o primeiro exemplar de Vitruvio e, posteriormente em 1552 é publicado o tratado de Sebastiano Serlio 20. Com estas publicações, começa a surgir em Portugal o conhecimento da arquitectura clássica, o que também terá influenciado a construção de tectos, em virtude da divulgação dos desenhos de Sérlio dos tectos de caixotões ou artesões à italiana (Fig. 21). O renascimento, irá dar início à utilização de tectos de caixotões, tipo que perdurará durante vários séculos, e em vários formatos (planos, abóbadas, etc.). A construção do tecto plano da nave da Igreja de São Roque (Fig. 22), terminado em 1584, constituiu uma inovação a nível construtivo, devido a ser feita com a utilização de peças de madeira pequenas, interligadas, em vez dos travejamento unitário com grandes 17 Pintura a óleo, é uma técnica decorativa em que os pigmentos são aglutinados com um óleo, sendo o mais frequentemente utilizado, o óleo de linhaça, extraído das sementes do linho. 18 No âmbito deste trabalho, foram analisados três alfarges (eventualmente Manuelinos) dos coros das seguintes igrejas: Igreja da Ermida em Castro de Aire, Igreja do Salvador em Coimbra e Igreja de Santa Leocádia em Chaves. Os dois últimos, estruturas primitivas, actualmente parcialmente ocultas. 19 O resultado das análises foi consultado no caderno de encargos do concurso lançado pela DREMC. 20 A grande maioria destes tratados de construção, encontra-se hoje facilmente disponível aos investigadores, conforme bibliografia anexa. 16

30 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica vigas que se usava anteriormente 21. Infelizmente em virtude das campanhas de restauro efectuadas, já não é possível actualmente saber como foi feita. Fig. 21 Tecto de caixotões ou artesões (Sérlio, S. 1552) Fig. 22 Tecto da Igreja de São Roque (fotografia DGEMN) 21 Em O tecto da Igreja de São Roque - História, Conservação e Restauro, op.cit. 17

31 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Durante os Séculos XVII e XVIII, a nível decorativo, dá-se uma explosão da decoração com brutescos (Fig. 23 e Fig. 24), em virtude do baixo custo da mão-de-obra pouco qualificada, que eram os brutescadores que pintavam a têmpera. A pintura a óleo, era sobretudo utilizada para pintura figurativa que tirou grande partido dos espaços delimitados pelos tectos de caixotões. Fig. 23 Painel com brutescos, Igreja de São João das Lampas (fotografia Tacula) Fig. 24 Painel com brutescos, Igreja de São Miguel de Alfama (fotografia Tacula) 18

32 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Com o advento do período barroco assiste-se a incremento da utilização da talha com grande difusão, surgindo igrejas completamente decoradas com esta técnica, os tectos foram uma manifestação desta tendência, apresentando molduras e motivos decorativos de grande dimensão e exuberância (Fig. 25). Fig. 25 Capela-mor da Igreja do Senhor das Barrocas, Aveiro (fotografia Tacula) Entre 1702 e 1718, Vincenzo Bacchereli, permaneceu em Portugal, tendo dado inicio à pintura de perspectiva arquitectónica de tectos (Fig. 26), que veio finalmente acabar com a hegemonia da pintura de brutescos em caixotões, que durava já desde seiscentos. Este novo estilo, necessitava de grandes superfícies, que eram obtidas principalmente com a construção de abóbadas de berço 22 ou arco abatido 23, ou então por tectos sanqueados Abóbada de berço, é a abobada gerada por uma semicircunferência. 19

33 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Fig. 26 Pormenor do tecto da Igreja de Nossa Senhora da Esperança, Sátão (fotografia Tacula) É durante o século dezoito, que o marquês de Pombal institui a aula do risco e do estuque, dirigida pelo milanês Giovanni Grossi. Isto vai, em pleno período barroco, dar origem a uma explosão na produção de tectos de estuque. No entanto, esta nova técnica vai aproveitar os sistemas construtivos existentes, alterando apenas o tipo de forro. Nesta época, já todos os sistemas construtivos que perduraram até ao início do século XX, estavam definidos. Excepção apenas, para tectos do Palácio Nacional de Queluz, nomeadamente da sala do trono e de musica, que aparentam ter importado técnicas francesas, análogas às utilizadas em Versailles, que representam variações construtivas dos tectos sanqueados, e que tiveram muito pouca difusão entre nós. 2.3 Os Tratados de Carpintaria Até ao Século XVI, a tradição construtiva, era passada oralmente, não tendo chegado até nós qualquer tratado específico sobre este tema. Só em 1561, surge o primeiro 23 Abóbadas de arco abatido surgem em dois tipos fundamentais, as de falso arco abatido, quando são geradas por um arco inferior a 180º e as verdadeiras quando são geradas com um arco abatido, normalmente de três centros. 24 Tecto sanqueado, é o tecto com uma esteira central plana e em que a ligação desta é feita para as paredes através de superfícies curvas, as sancas. 20

34 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica livro 25 sobre este tema da autoria de Philibert Delorme, Nouvelles inventions pour bien bastir et à petits fraiz, que na realidade não era uma compilação dos conhecimentos de carpintaria da época, mas sim a explicação de como construir madeiramentos de cobertura e abóbadas através da união de pequenos elementos de madeira interligados (Fig. 27). Fig. 27 Abóbada de arestas (desenho de Philibert Delorme, 1561) A partir de 1613, Diego Lopes de Arenas, mestre carpinteiro em Sevilha começa a compilar as regras do seu oficio, que em 1619, já tinham capa e introdução, sendo chamadas, Primera y segunda parte de las reglas de carpinteria, que tomam forma de livro e são publicadas em Sevilha em 1633, denominando-se o seu compendio, Breve Compendio de la Carpintería de lo Blanco y Tratado de Alarifes,con la conclusión de la regla de Nicolas Tartaglia, y otras cosas tocantes a la iometría y puntas del compás. Neste compêndio, Lopes de Arenas, sistematiza e explica a construção das armações mudéjares, assim como a elaboração da decoração de laço. 25 Diaz,

35 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Na primeira metade do Século XVII, Fray Andrés de San Miguel, monge Carmelita, escreve no México um tratado de arquitectura em que dedica um capítulo à construção de armações mudéjares. Não sendo carpinteiro, este tratado parece demonstrar que poderiam existir manuscritos anteriores sobre o tema, hoje perdidos. Em 1699, Rodrigo Alvarez, escreve um tratado em Salamanca, Breve compendio de la carpinteria y tra(ta)do de lo Blanco, con Algunas cosas tocantes a la Iometría y Puntas del compas, em que copia grande parte do manuscrito de Lopes de Arenas, acrescentando no entanto as instruções de como fazer o estribado, isto é, a estrutura em que assentam as armações e a construção de armações de cinco panos. Mathurin Jousse, edita em 1702 o seu tratado L Art de Charpenterie de Mathurin Jousse, que se pode considerar o primeiro, dedicado à construção em madeira, de raiz europeia. Em 1747, Juan GarciaBerruguilla, no seu tratado Verdadera Practica de la geometria, dedica todo o seu quinto capítulo à construção de armações. Inicia-se em 1802 a publicação do tratado de Jean Rondelet, Traité Theorique et Pratique de L Art de Bâtir. Esta obra em sete volumes, constitui uma monumental compilação sobre a arte de construir, nesta época, abarcando todas as suas vertentes. Rondelt dedica um volume às técnicas de construção em madeira, compilando os métodos descritos por autores anteriores, nomeadamente franceses incluindo Delorme e Jousse. Também no Século XIX, surge o compêndio Carpinteria Antigua y Moderna Tratado General Teórico-Prático para uso de Carpinteros, Ingenieros, Arquitectos, Maestros de Obras, Dibujantes, Pintores, Constructores, Alumnos de Escuelas y Academias Especiales, etc, etc. Redactado en vista de las obras de Adhemar, Diego Lopez de Arenas, Cabanié, Douliot, Emy, Fourneaux, Frezier, Hassenfratz, Krafft, Merly, Riddel y otros, comprendiendo los trabajos y conocimientos más modernos sobre el arte, de D. Federico de Árias y Scala, editado em Barcelona. Este tratado, composto de dois volumes de texto (1893 e 1895) e dois de atlas de ilustrações (1895), totalizando um total de 1294 páginas, é provavelmente o mais importante e completo estudo editado na 22

36 2. Tectos em Madeira Evolução Histórica Península Ibérica. Abrangendo a carpintaria desde a idade média até ao final do século XIX, estuda-a também nas suas três vertentes, a carpintaria de armar ou carpinteria de lo blanco, usada na construção de edifícios, a carpintaria de oficina, como por exemplo a construção de escadas e portas e a ebanisteria, usada para a decoração. Em Espanha, assiste-se durante o Século XX a um aumento do interesse sobre a carpintaria de inspiração árabe, tendo, em 1904, Prieto Vives escrito um estudo denominado, l arte de la lacer a, que abordava o tema do traçado geométrico e do laço na carpintaria mudéjar. Outros autores se dedicaram a este tema. Em 1975, realiza-se em Teruel o 1ª Simpósio Internacional de Mudejarismo, que teve posteriormente outras edições, em que foram apresentadas bastantes comunicações com estudos sobre esta área. Não pode deixar de ser referido o trabalho de Enrique Nuere Matauco, que escreve em 1989 o tratado La carpinter a de armar espa ola, que tem vindo a ser actualizado, sendo a ultima edição de Janeiro de 2008, em que efectua um levantamento exaustivo da carpintaria de armar espanhola, especialmente a construção de estruturas de cobertura e tectos. Destacam-se também deste autor dois livros em que são explicados os tratados de Lopez de Arenas e de Fray Andrés de San Miguel, denominados a carpinter a de lo lanco, lectura di ujada del primer manuscrito de Diego pe de Arenas de 1985, actualizado em 2001 com o nome de Nuevo Tratado de la Carpinteria de lo Blanco e a carpinter a de la o, lectura di ujada del manuscrito de ra ndrés de San Miguel de De referir ainda o livro os carta ones como instrumento e clusivo para el tra ado de lacer as la reali aci n de sistemas decorativos geométricos hispano-musulmanes de Em Portugal, no âmbito deste tema quase nada foi encontrado, exceptuando-se os livros Trabalhos de Carpintaria Civil de João Emílio dos Santos Segurado e da Enciclopédia Prática da Construção Civil de F. Pereira da Costa. Ambos abordam a construção de tectos, e no caso de Pereira da Costa um dos fascículos é dedicado a este tema. No entanto neste fascículo, só são estudados os tipos ainda utilizados no século XX. 23

37 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos 3. ESTRUTURAS DE COBERTURA E TECTOS EM MADEIRA - SISTEMAS CONSTRUTIVOS 3.1 Introdução No âmbito deste trabalho, importa começar por conseguir sistematizar a classificação dos tectos existentes quanto aos seus sistemas estruturais e construtivos. Normalmente, apenas se classificam os tectos através da forma, surgindo as seguintes denominações: Tectos planos, os que apenas se desenvolvem num plano horizontal; Tectos de masseira, os que apresentam uma zona plana central e panos inclinados a fazerem a ligação às paredes; Tectos sanqueados, com a zona central plana e curvas a fazerem a ligação para as paredes; Tectos em abóbada ou abobadados, os que são gerados por uma curva; Quanto à estrutura, surge a diferenciação entre tectos de esteira, aqueles em que se constrói um vigamento próprio para os sustentar e tectos sob sobrados, os que partilham a estrutura com a do piso superior. É também dada uma classificação, levando em conta o tipo de construção do forro, surgindo assim os tectos apainelados, encabeirados, de caixotões, etc. Afiguram-se, no âmbito deste trabalho, estas classificações como demasiado vagas e por vezes contraditórias entre si, quando o que se pretende é fazer a integração do sistema construtivo e obter uma sistematização compreensível do mesmo. Assim, tenta-se neste capítulo, sistematizar uma classificação, com a correspondente descrição de cada tipo de estrutura, e no capítulo seguinte será efectuada a sua classificação através da forma e tipo de forro. Pelo que, como primeira tentativa de sistematização, se propõe a seguinte classificação tendo em conta o tipo construtivo da estrutura: a) Estruturas de Cobertura e Tectos Mudéjares; b) Outros tipos de tectos, nomeadamente: 24

38 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos Tectos com estrutura resistente: aqueles que partilham a estrutura com a armação da cobertura ou são construídos sob sobrados, usando a sua estrutura; Tectos com estrutura própria, semelhante a uma estrutura de cobertura, mas apenas com função de suporte do tecto; Abóbadas e cúpulas; Tectos de esteira, que são os que têm uma estrutura de vigas própria; Em virtude da sua especificidade, serão abordados em primeiro lugar as estruturas de cobertura e os tectos mudéjares, e só depois os restantes. Em Novembro de 1981, na Mesa Redonda sobre restauro de estruturas de cobertura mudéjares, que decorreu no âmbito do II Simpósio Internacional de Mudéjarismo, em Teruel, a historiadora Martínez Caviró, usando os critérios da história de arte, e o arquitecto Enrique Nuere Matauco, usando critérios estruturais, propuseram para Espanha a seguinte classificação 26 : I. Estruturas Resistentes I.1 Alfarges I.2 Coberturas a duas águas I.2.1 Sobre Arcos Diafragma I.2.2 Par hillera I.2.3 Par y nudillho I.3 Coberturas a quatro águas I.3.1 Lima bordón (rincão singelo) I.3.2 Limas moamares (rincão duplo) * Com relação à sua planta: Rectas ou Rectangulares Quadradas * Com relação ao numero de panos interiores: Normal ou de três panos 26 TODA, 2004, (61-62), Tese de doutoramento citada 25

39 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos Cinco panos Oitavadas I.4 Coberturas de planta poligonal I.4.1 Lima bordón (rincão singelo) I.4.2 Limas moamares (rincão duplo) * Com relação à sua planta: hexagonais ou oitavadas II Estruturas não resistentes * Com relação à sua planta: Rectangulares Quadradas Poligonais (oitavadas, etc.) Circulares * Com relação ao numero de panos interiores: Normal ou de três panos Cinco panos Sete panos De mocárabes 27 III Derivações Renascentistas No caso português, não foram encontradas todas estas tipologias, pelo que a classificação tem naturalmente que ser adaptada. Acresce, que o tipo de levantamento efectuado, sobretudo baseado em fotografias, não permite estabelecer para muitos dos exemplares, se estes mantêm funções resistentes, se foram alterados ou se na sua concepção já não teriam este fim. Do descrito no parágrafo anterior, para as estruturas de cobertura mudéjares, serão incluídas todas as que pertençam a este tipo, independentemente de estarem a cumprir essa função ou não. Adaptando e simplificando a classificação de Nuere e Caviró, às tipologias encontradas em Portugal, retirando os tipos não encontrados no nosso território (durante este estudo), poderemos fazer a seguinte classificação, tendo em conta a evolução de complexidade dos sistemas construtivos: 27 Os mocárabes são peças decorativas, feitas com pequenas peças de madeira coladas entre si ou então de gesso, que formam elementos decorativos. 26

40 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos Alfarges (tectos planos horizontais de uma e duas ordens de vigas) Armações sobre arcos diafragma (duas águas) Armações de perna e fileira (duas águas) Armações de asna de nível (duas águas) Armações de asna de nível a quatro águas Armações de Asna de nível de rincão singelo (quadradas, rectangulares e oitavadas) Armações de Asna de nível de rincão duplo (quadradas, rectangulares e oitavadas) Tectos de cinco e sete panos (estas estruturas não desempenham função resistente) Fig. 28 Proposta de classificação das coberturas e tectos mudéjares em Portugal, tendo em conta a sua evolução em termos de complexidade As restantes estruturas, das quais os dois primeiros grupos se podem considerar como uma evolução das armações e tectos mudéjares e o terceiro e quarto como de influência europeia, serão classificadas da seguinte forma: Estruturas de cobertura a duas águas com tectos adossados: o Asna de nível simples; o Asna de nível com redução de pé direito; o Asna de nível com cinco panos; o Asna de nível com sete panos; Estruturas semelhantes às de cobertura sem função resistente: 27

41 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos o Estruturas para tectos de masseira quadrangulares; o Estruturas para tectos de masseira oitavados; Abóbadas e Cúpulas: o Abóbada de berço; o Abóbada de arco abatido, o Abóbada de falso arco abatido; o Cúpulas; Estruturas de esteira (possuem um vigamento horizontal de sustentação): o Esteira Simples; o Esteira Encabeirada; o Esteira de Masseira; o Esteira Sanqueada; o Esteira Sanqueada circular o Esteiras Mistas Estruturas de cobertura e de tectos Mudéjares Estas estruturas de cobertura e de tectos, merecem um subcapítulo especial, em virtude da sua especificidade, técnica e temporal, tendo na sua maioria, pelo menos os que subsistem até hoje, sido executados entre os Séculos XV e XVI. Existem ainda exemplares mais tardios, como o da Igreja de S. Bento em Bragança, já do Século XVII, e mesmo XVIII, embora só nas ilhas (Madeira e Açores). Na realidade, na sua grande maioria trata-se de madeiramentos de cobertura decorados, armações com função resistente, e não apenas tectos no sentido estrito. Verifica-se no entanto que ao longo dos tempos foram sendo desvirtuados da sua função inicial, tendo sido mutilados e transformados (Fig. 29), construindo-se uma nova estrutura de cobertura, passando assim a terem apenas função decorativa. 28

42 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos Pernas mudéjares serradas Fig. 29 Igreja de Dois Portos, pormenor da estrutura, em que são visíveis as pernas da estrutura primitiva, serradas (fotografia DGEMN) Em Portugal, costumam ser referidos indiferentemente como tectos mudéjares ou de alfarge, seguindo a nomenclatura dada por exemplo, por Eduardo Mariátegui, que define alfarge como: ALFARJE. Techumbre hecha de maderas labradas y colocadas en obra formando labores y lazos siguiendo el estilo de la arquitectura árabe ó Cristiano-Ulahometana. Cuando como generalmente sucede acusa en el interior de las estancias la forma de la armadura que las cubre, toma congran propiedad el nombre de ARTESONADO que se aplica tambien á los techos de madera adornados con casetones ó artesones á la italiana aunque sean planos. Cada una delas piezas que le forman. Del árabe al-farx, tapiz;' alfombra,todo lo que se extiende para cubrir ú ornar algo.-«y lo mismo al'acuesto de las tabicas de los suelos y alfarxes.» (L. Arenas. Carpint., cap. 16.) ALFARJE. Armação feita de madeiras trabalhadas e colocadas em obra formando trabalhos e laços seguindo o estilo da arquitectura árabe ou Cristiano-Maometana. Quando como geralmente sucede mostra no interior das salas a forma da armação que as cobre, toma com grande propriedade o nome de ARTESOADO que se aplica também aos tectos de madeira adornados com caixotões ou artesões à italiana mesmo que sejam planos. Cada uma das peças que o formam. Do árabe al-farx, tapeçaria, carpete, tudo o que se estende para cobrir ou ornar algo. «y lo mismo al'acuesto de las tabicas de los suelos y alfarxes.» (L. Arenas. Carpint., cap. 16.). 29

43 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos No entanto, mais recentemente, passou a adoptar-se o termo alfarge para definir apenas aqueles que sejam planos e dando aos outros as denominações estabelecidas nos tratados antigos, nomeadamente no de Diego Lopes de Arenas em Alfarges Os alfarges são tectos planos de viga à vista, ou mais exactamente chama-se alfarge ao vigamento do tecto, sem decoração de laço 28, podendo ser de uma ordem de vigas ou de duas ordens de vigas. Quando são recobertos com painéis com decoração de laço, denominam-se Taujeles. São tectos bastante simples a nível construtivo e que foram sobretudo usados para a construção de coros de igreja e coberturas horizontais para sustentação de pavimentos. Alfarges de uma ordem de vigas São considerados de uma ordem de vigas quando são apenas constituídos por um conjunto de vigas mestras, as jacenas, sobre as quais são pregadas as tábuas de sobrado do pavimento superior (Fig. 30 e Fig. 31). As vigas mestras, podem assentar sobre cachorros, ser encastradas na parede ou assentar sobre frechais que se encontram embutidos na parede. Fig. 30 Alfarge de uma ordem de vigas (adaptado de El mudéjar en Granada, op.cit.) Fig. 31 Tecto da Loggia do Museu Machado de Castro, que não sendo Mudéjar segue a técnica construtiva de um alfarge (fotografia Tacula) 28 TODA 1994 (pág.168) 30

44 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos Alfarges de duas ordens de vigas Quando sobre essas vigas mestras são aplicadas outras perpendiculares, as jaldetas, a que o pavimento é em seguida fixo, recebem o nome de alfarges de duas ordens de vigas (Fig. 32 e Fig. 33). Fig. 32 Alfarge de duas ordens de vigas (adaptado de El mudéjar en Granada, op.cit.) Fig. 33 Exemplo da estrutura de um alfarge com duas ordens de vigas, Mosteiro de Santa Clara, Funchal, (fotografia DGEMN) Em Portugal, poucos são os tectos deste tipo que ainda sejam originais e datáveis deste período. No entanto podem ser apontados, pelo menos, três exemplares Manuelinos, os sub-coros da Igreja do Salvador em Coimbra, da Igreja Matriz da Ermida (Fig. 34 e Fig. 35), em Castro de Aire e o de Santa Leocádia, já referido. Fig. 34 Pormenor do alfarge da Igreja Matriz da Ermida, Castro de Aire (fotografia DGEMN) Fig. 35 Outro pormenor do mesmo alfarge (fotografia DGEMN) 31

45 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos Taujeles ( alfarges ataujerados) O nome taujel deriva provavelmente da palavra Taugih, acto de apoiar. Neste tipo de tecto, as vigas são forradas por painéis de madeira com a aplicação de decoração de laço. Restam ainda três exemplares, bem conservados. No entanto, só o do Convento do Varatojo, em Torres Vedras (Fig. 36) e o da Igreja da Madre de Deus em Lisboa 29 (Fig. 37), este já bastante intervencionado, ainda se encontram no seu local original. Estes exemplares, executado no período Manuelino 30, apresentam decoração baseada em laço de oito, policromada e dourada. Fig. 36 Taujel do Convento do Varatojo, Torres Vedras (Fotografia DGEMN) Fig. 37 Taujel da Igreja da Madre de Deus, Lisboa (fotografia do autor) 29 De acordo com Pedro Dias, o Taujel da Igreja da Madre de Deus poderá ser um exemplar mais tardio. 30 Fonte : 32

46 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos Para além destes, pertencem ao Museu Machado de Castro em Coimbra outros três exemplares, dois completos provenientes do sub-coro da Sé Velha de Coimbra (Fig. 14 e Fig. 38) e um fragmento de outro, proveniente do sub-coro do antigo paço episcopal, actual museu. Fig. 38 Taujel do Museu Machado de Castro (fotografia Tacula) Armações sobre Arcos Diafragma As armações sobre arcos diafragma (Fig. 39), surgem como um modo de conseguir fazer estruturas de cobertura com vigas mais curtas e de menor secção. De acordo com Nuere, neste tipo de construção, que consiste em dois alfarges inclinados, a inclusão dos arcos substitui uma das ordens de vigas, as vigas mestras ou jacenas, dos alfarges. 33

47 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos Fig. 39 Armação sobre arcos diafragma, em que as vigas mestras são substituídas por arcos de alvenaria (Diaz, 2001) Perna e fileira (Parhilera) Fig. 40 Armação de Parhilera, Igreja de San Cipriano, Oquillas, Espanha (fotografia de Díez, 1999) 34

48 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos As armações a duas águas eram já utilizadas nos edifícios românicos, pelo que não são uma invenção da carpintaria muçulmana, nem mudéjar. Em Espanha, foram estudadas armações de tesoura (tijera), até ao século XII, sendo estas as precursoras das mudéjares na Península Ibérica. Mas, a procura de soluções, mais simples e leves, conduziu ao aparecimento das de parhillera e seguidamente à evolução para as de par y nudillo. As armaduras de parhilera (Fig. 40), ou perna e fileira, caracterizam-se por, entre as cabeças das pernas, no ângulo obtuso superior dos elementos triangulares, se interpor, ao longo de toda a armadura, um barrote de pequena esquadria, chamado fileira. As pernas ou alfardas, apoiam-se no estribo ou frechal, que por sua vez está apoiado sobre os tirantes (Fig. 41). A zona em que a perna se encontra com o tirante, está oculta por tábuas, geralmente decoradas, que formam um friso. Por sua vez, os tirantes apoiam-se sobre cachorros. Fig. 41 Esquema de Asna de perna e fileira (parhilera) (desenho do autor) Fig. 42 Asna de perna e fileira (Arenas, 1633) 35

49 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos A figura anterior (Fig. 42), extraída do tratado de Diego Lopes de Arenas de 1633, ilustra uma asna típica para a construção de uma armação de cobertura de perna e fileira. Embora em Portugal, aparentemente, já não existam destas estruturas mudéjares, continuaram a ser feitas estruturas deste tipo até data muito recente, existindo vários exemplares da autoria da DGEMN, como por exemplo as Igreja Matrizes de Azurara e Barcelos. Para a execução destas armações, eram construídas, conforme descrito por Lopez de Arenas, peças de madeira designadas por cartabones. Estes objectos eram esquadros em madeira, que representavam todo o madeiramento, à escala. Utilizando-os, era possível medir as peças e efectuar os cortes correctos. Para a armação de Parhillera, Arenas indicava que se deveria dividir o vão da dependência a cobrir em doze partes, sendo esta a medida que se utilizaria para raio da cambija, um molde semicircular. Para o traçado das armações usa-se o cartabón. Esta ferramenta marca a inclinação da cobertura e os cortes. O esquadro (cartabón) faz-se a partir da cambija. Os cartabones eram nomeados com números, sendo que quanto menor o numero, maior era a inclinação da cobertura. O cartabón de 4 obtinha-se partindo em quatro partes a circunferência, isto é dividindo em duas partes a cambija, obtendo-se assim um ângulo de 45º. Este, praticamente não era utilizado devido à sua grande inclinação. Os mais utilizados seriam os de cinco (inclinação de 36º) e os de seis. Para traçar um cartabón de cinco, divide-se o raio da cambija em três partes, e a partir da que se encontra mais perto do centro, levanta-se uma vertical cortando a cambija num ponto N, traçam-se as uniões com os arranques da cambija nos extremos do semicírculo A e B, encontrando que o tramo desde N até ao arranque mais perto é a quinta parte da circunferência. Outra forma de o fazer, é uma vez obtida a cambija ou semicírculo, tomam-se como centros os extremos B e C, com o raio igual ao semicírculo, obtendo-se os pontos D e E, e a partir destes pontos traçam-se novos arcos com igual raio que se cruzam em F. A partir deste ponto traça-se um novo arco que corta a linha AF no ponto G. Para finalizar, traça-se a recta com origem em C e que passa por G. Unindo o ponto H com B obtem-se o cartabón de 5. Na realidade, o triângulo que se usa é o AGC, que é proporcional à armação que se pretende construir., conforme se demonstra na figura seguinte (Fig. 43). 36

50 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos Fig. 43 Cartabón de 5 ( Desenho de Nuere, 2001) O cartabón de seis faz-se facilmente, usando o raio da cambija ou semicírculo, desde o centro e aplicando-o num extremo do semicírculo A ou B, obtendo assim a sexta parte da circunferência. Também se pode fazer partindo o raio em dois e levantando uma vertical, que cortará no mesmo ponto. Para a execução da armação, Arenas diz que se procedia do seguinte modo (Fig. 44 e Fig. 45): Uma vez obtida o comprimento da cambija, com um compasso marcava-se o comprimento das pernas, que seria de seis vezes o da cambija, seguidamente cortava-se com o ângulo certo o topo da perna, retirando-se em seguida metade da espessura da fileira. Para a extremidade que assentava sobre o frechal, era feito um encaixe em boca de lobo, denominado em espanhol de barbilha e patilla, em que a barbilha, isto é, o corte vertical tem 1/3 da secção da perna e o corte horizontal, a patilla, tem dois terços. Fig. 44 Utilização do cartabón para medir as peças (adaptado de Nuere 2001) 37

51 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos Fig. 45 Utilização do cartabón para cortar as peças (Nuere, 2001) Perna e nível (Par y Nudillo) As armações de asna de nível, ou traduzindo literalmente dos tratados da carpinteria de lo blanco, armações de perna e nível (par y nudillo), surgem como uma evolução das de perna e fileira. Surge uma nova peça, o nível, que colocado a dois terços da altura da armação, vai travar as duas pernas, impedindo a sua deformação. Com esta nova construção consegue-se uma grande redução das forças horizontais aplicadas aos frechais. A sucessão dos níveis com o tabuado que o recobre forma um plano, o almizate, que visto do interior do edifício transforma o perfil triangular num perfil trapezoidal (Fig. 46), típico deste sistema construtivo. Fig. 46 Corte e planta da armação de par y nudilho Imagem de 38

52 3. Estrutura de Cobertura e Tectos em Madeira Sistemas Construtivos Existe uma grande evolução neste esquema construtivo (Fig. 47), uma vez que as forças horizontais são grandemente reduzidas. Em simultâneo, implementa-se a construção de um novo sistema em que assenta a estrutura, que impede a transmissão de forças horizontais às paredes, possibilitando que estas possam ser construídas de forma mais esbelta. Fig. 47 Elementos básicos da armação de par y nudillo 32 O novo sistema, denominado estribado, de estribo, (frechal em espanhol, é descrito da seguinte maneira pelo texto de Fray Andrés de San Miguel 33 : 1. Sobre a coroação das paredes encastram-se níveis com as suas faces superiores bem niveladas, onde se assenta e prega a soleira com as molduras mais convenientes (Fig. 48). Fig. 48 Níveis e soleira (Nuere 2008) 32 Imagem de 33 Citada por Diaz

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