RAE DE MACAU. Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP. Maio de Parceiro estratégico:

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1 RAE DE MACAU Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP Maio de 2014 Parceiro estratégico:

2 Índice 1. China Macroeconomia PIB da economia chinesa Orçamento Geral do Estado de 2013 e Dívida Pública Taxa de Câmbio Reservas de moeda estrangeira Estrutura Produtiva PIB por setor Zonas Económicas Especiais (ZEE) Retrato do setor empresarial do Estado China por províncias Caracterização económica das províncias e municípios Caracterização das províncias e cidades administrativas por setor económico Províncias que mais bens importam Províncias que mais atraem IDE Províncias que mais contribuem em % para o PIB (2013) Análise das províncias quatro províncias com maior relevância económica Guangdong Jiangsu Shandong Zhejiang Ranking das 25 maiores cidades chinesas por setores Política Económica Perspetivas futuras Infraestruturas Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas Abertura da economia e relações comerciais Relações comerciais da China com os seus principais parceiros Relações comerciais da China Continental com a CPLP Investimento direto estrangeiro de e para a China Principais Setores de Oportunidade Industrias abertas e restritas ao investimento externo na China Financiamento à economia Principais bancos presentes Bancarização da população Taxas de juro Bolsa de valores

3 2. Região Autónoma Especial de Macau Macroeconomia PIB da economia Macaense Orçamento geral do Estado para Dívida Pública Reservas de moeda estrangeira Taxa de Câmbio Estrutura produtiva PIB por setor Estrutura setorial de Macau por ramos de atividade económica Retrato do setor empresarial do Estado Política Económica Perspetivas futuras Prioridades estratégicas do Governo O estado das infraestruturas e energia em Macau Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas Abertura da economia e relações comerciais Relações comerciais da REA de Macau com a China Continental, com a RAE de Hong Kong e com os principais países parceiros Relações comerciais de Macau com a CPLP Investimento direto estrangeiro na RAE de Macau Principais setores de oportunidade Turismo Potencialidades no âmbito da cooperação regional Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa Linhas Gerais do Planeamento para a Reforma e Desenvolvimento da Região do Delta do Rio das Pérolas Financiamento à economia Principais bancos presentes Bancarização da população Taxas de juro Região Administrativa Especial de Hong Kong Macroeconomia PIB da economia de Hong Kong, Região Administrativa Especial da República Popular da China Estrutura produtiva PIB por setor Política Económica Perspetivas futuras Prioridades estratégicas para Abertura da economia e relações comerciais Relações comerciais de Hong Kong com os principais parceiros

4 Relações comerciais da RAE Hong Kong com a CPLP Investimento direto estrangeiro na RAE de Hong Kong Investir na RAE de Macau Breve descrição do mercado de trabalho e do regime de Segurança Social População Ativa Desemprego Breve descrição do regime de Segurança Social Como investir na RAE de Macau? Estabelecimento de empresas Incentivos e benefícios ao investimento Incentivos Fiscais Incentivos à diversificação de exportações Regime offshore Principais mecanismos de financiamento Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau Fundo de Cooperação China-Países de Língua Portuguesa Incentivos Financeiros Competitividade da RAE de Macau Principais constrangimentos ao IDE e Exportação Exportações/Importações Barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros impedimentos Entrada e saída de capitais Estabilidade legal e fiscal - Barreiras legais, fiscais e regulamentares Obtenção de vistos, disponibilidade de mão-de-obra Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade Sistema jurídico e judiciário Resolução extrajudicial de litígios Principais características dos Acordos da RAE de Macau no domínio do comércio e investimento Protocolos existentes na região Acordos essenciais de Macau na área do comércio (ACI, APPRI, ADT) Atratividade da RAE de Macau no contexto CPLP

5 Acrónimos ADT Acordo para a evitar a Dupla Tributação APPRIS Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos BD Barris (de petróleo) por dia BDI Burundi BIT Bilateral Investment Treaty BM Banco Mundial BNT Barreiras Não Tarifárias BTA Bilateral Trade Agreements BT Barreiras Tarifárias CCI Câmara de Comércio Internacional CEDEAO Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental CEEAC Comunidade Económica dos Estados de África Central CMR Camarões CPLP Comunidade dos Países de Língua Portuguesa DB Ranking Doing Business EM Estados Membros EUA Estados Unidos da América FMI Fundo Monetário Internacional GATT General Agreement on Tariffs and Trade GNL Gás Natural Liquefeito IDE Investimento Direto Estrangeiro IDH Índice de Desenvolvimento Humano 5

6 INE Instituto Nacional de Estatística IPA Investment Promotion Agency MERCOSUL Mercado Comum do Sul OEM Original Equipment Manufacturer OMC Organização Mundial do Comércio OPEC Organização dos Países Exportadores de Petróleo PE Projetos Estruturantes PIB Produto Interno Bruto PPPs Parcerias Público-Privadas PTAs Preferential Trade Arrangements SADC Southern African Development Countries TBI Tratado Bilateral de Investimento TIC Tecnologias de Informação e Comunicação UE União Europeia UNCTAD United Nations Conference for Trade and Development USAID United States Agency for International Development WTTC World Travel & Tourism Council ZCL Zona de Comércio Livre 6

7 Nota prévia 7

8 Nota prévia O presente documento constitui resultado de um trabalho de pesquisa e análise que decorreu entre 1 de julho e 31 de Dezembro de 2013, ao abrigo de contrato celebrado entre a AIP Associação Industrial Portuguesa ( AIP ) e a PricewaterhouseCoopers&Associados Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. ( PwC ). Os elementos estatísticos, dados e informação constantes do presente documento e que serviram de base à análise e conclusões obtidas, têm por base informação pública disponível, como referenciado ao longo do documento, as quais foram alvo de apreciação quanto à sua materialidade e aplicabilidade à análise, tendo presente critérios de razoabilidade e aderência às realidades locais e regionais, e que sejam do nosso conhecimento. Foram integrados alguns dados e elementos adicionais que foram publicados após a fase de pesquisa e análise dada a sua relevância para o estudo. Esta comunicação é de natureza geral e meramente informativa, não se destinando a qualquer entidade ou situação particular, e não substitui aconselhamento profissional adequado ao caso concreto. As conclusões obtidas e os cálculos efetuados estão dependentes da qualidade da informação obtida em todos os aspetos materialmente relevantes, sendo que a informação recolhida foi considerada como adequada, não tendo sido realizada qualquer forma de auditoria ou certificação, para além do referido, que não as de consistência com fontes concorrentes ou complementares, salvo indicação expressa em contrário. Os valores e as conclusões apresentados só terão sustentabilidade caso se verifiquem os pressupostos considerados, não podendo este estudo ser entendido como uma garantia ou confirmação de que esses pressupostos se verificarão. Desta forma, as nossas conclusões devem ser analisadas em função das limitações referidas. A PwC e a AIP, não se responsabilizarão por qualquer dano ou prejuízo emergente de decisão tomada com base na informação aqui descrita. Em nenhuma circunstância, assumiremos qualquer responsabilidade relativamente a terceiros que tenham acesso ao presente documento. Projeto Co-Financiado: 8

9 Sumário Executivo 9

10 Sumário Executivo A redefinição das centralidades de dinamismo económico, a par da relativa contração das economias desenvolvidas, confere uma nova relevância às economias emergentes. Entre estas, os países da CPLP e a Região Administrativa Especial de Macau (RAE Macau) assumem um papel relevantíssimo, não só pelo seu potencial intrínseco, mas também por se encontrarem inseridas em comunidades económicas regionais em crescente integração económica. Constituem, assim, um incontornável desafio e uma oportunidade única para os empresários nacionais. Com efeito, os países da CPLP e a RAE de Macau encontram-se integrados em sete espaços regionais económicos distribuídos por quatro continentes. Estima-se que o espaço lusófono tenha cerca de 258 milhões de habitantes e as regiões económicas que integram cerca de 1.8 mil milhões de habitantes. Os estados membros da CPLP e a RAE de Macau apresentam, no seu conjunto, potencialidades e características próprias que podem permitir aumentar as exportações das empresas portuguesas, potenciar novas parcerias para a sua internacionalização e atrair investimento direto estrangeiro. CPLP Características % Comércio CPLP (% Quota Mundial) % - Valor População CPLP 2012, % da população mundial 3,68% CPLP - Total do comércio mundial 3,9% - US$ 706 mil milhões PIB 2012, % do PIB mundial 3,67% Exportações totais CPLP 2,1% - US$ 379 mil milhões Água disponível na CPLP 2012, % mundo 13,53% Importações totais CPLP 1,8% - US$ 327 mil milhões Terra arável disponível na CPLP, % mundo Fonte: Banco Mundial, FAO e UNCTADstat 5,86% Acresce que muito embora os países da CPLP apresentem uma dinâmica de crescimento relevante, quando comparados com o resto do mundo, verificamos a existência de um gap. Ora, este gap deverá poder ser minimizado ou revertido, através do incremento da cooperação e da integração da CPLP, assente na proximidade cultural e na complementaridade de competências. 10

11 Taxa de crescimento estimada 5% 4.37% 4.46% 4.51% 4.49% 4.04% 4% 3.31% 3.24% 3.40% 3.38% 3.54% 3% 2.35% 2.60% 2% CPLP Mundo Fonte: FMI e análise PwC que primeiro acedam ao mercado. O reforço da integração no espaço comum lusófono e o estabelecimento de players regionais e de redes de empresas oriundas desse espaço facilitarão o acesso a novos consumidores, com preferências tendencialmente convergentes, e a mercados com elevadíssimo potencial de desenvolvimento e forte necessidade de investimento. Por outro lado, o desenvolvimento será exponenciado com o desenvolvimento dos grandes projetos de infraestruturas regionais, aumentando ainda o grau de integração de cada uma das comunidades económicas regionais. Adicionalmente, grandes áreas dessas regiões não apresentam, ainda, um nível de concorrência particularmente elevado, podendo conferir uma vantagem relevante (first mover) aos investidores As comunidades económicas regionais a que pertencem os demais países da CPLP e a RAE de Macau, são constituídas por 53 países, aos quais acrescem ainda os EM da União Europeia e do Espaço Económico Europeu. Apesar de Timor-Leste ainda só ser membro observador da ASEAN já apresentou o pedido formal de adesão à ASEAN. Comunidades económicas regionais* SADC Estados Membros: Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Maláui, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seicheles, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e MERCOSUL Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. CEEAC Estados Membros: Angola, Burundi, Camarões, República Centro - Africana, Chade, Congo, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Gabão e São Tomé e Príncipe. ASEAN Estados Membros: Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei Darassalam, Vietname, Laos, Myanmar e Camboja. Membros observadores: Papua Nova Guiné e Timor-Leste. CEDEAO Estados Membros: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. *RP China e RAE Macau * A RAE Macau apesar de não se encontrar numa comunidade económica regional foi analisada enquanto plataforma para a China e RAE Hong-Kong. 11

12 O presente guia procura, portanto, enfatizar como os países da CPLP e a RAE de Macau podem contribuir para as exportações portuguesas e o IDE nacional, enquanto plataformas de acesso àqueles mercados de integração regional. E, reciprocamente, enfatizar ainda como Portugal pode tornar-se uma plataforma de acesso do resto do mundo àqueles mercados e, simultaneamente, promover também as exportações e o IDE oriundos daquelas regiões, enquanto plataforma de acesso à União Europeia e ao Espaço Económico Europeu. Conhecer a estratégia regional comum e o nível de integração dos países permitirá antecipar as tendências de desenvolvimento da economia, o comportamento dos mercados e a sua futura evolução que será sempre reforçada pelo processo de integração destas regiões e consequente convergência económica. RAE de Macau, China Continental e RAE de Hong Kong No presente estudo procurou-se analisar em que medida a relação da RAE de Macau, com a China Continental e com a RAE de Hong Kong, poderá dinamizar a RAE de Macau enquanto plataforma para as trocas de bens e serviços para a região. Apesar da RAE de Macau (Macau) não ser membro ou observador associado da CPLP tem sido apontado como um dos futuros observadores a integrar a comunidade. Acresce que, a China Continental tem procurado dinamizar as relações com os países da CPLP, em particular com os PALOP s, por via de Macau. A China divide-se comummente em grandes blocos: as 7 grandes regiões geográficas onde se inserem as 23 províncias, 5 regiões autónomas e as 2 regiões administrativas especiais. Para os EM da CPLP explorarem as potencialidades da China Continental por via da RAE Macau deverão ter em consideração as características comuns como sejam, a mesma língua (apesar de pouco falada, não deixa de ser uma das línguas oficiais), a partilha de uma base legal comum e uma estratégia de atração de IDE que poderá criar novas oportunidades para investimentos (quer seja do lado do país investidor, quer do país recetor). Macau dispõe de uma economia com elevado potencial dado o seu equilíbrio macroeconómico, a sua estrutura de especialização e a localização geográfica: Crescimento médio do PIB entre 2010 e 2013 acima dos 10%, com uma estimativa de crescimento médio do PIB para 2014 e 2015 de 10.6%; Um excedente nas contas públicas para 2014 de US$ 9.5 mil milhões. Um aumento exponencial das receitas públicas para 2014, por via dos impostos sobre o jogo (o que revela um crescimento da atividade do jogo e dos setores conexos, nomeadamente, do turismo, transportes, restauração, vendas de produtos de luxo e serviços associados). A estratégia de desenvolvimento económico do Governo da RAE de Macau passa pela: 1. Dinamização da sua economia através da contínua melhoria do posicionamento de Macau enquanto polo mundial do setor do jogo. 2. Atração IDE para os setores conexos, nomeadamente para o setor do turismo e as atividades relacionadas com convenções e exposições internacionais. 3. Dinamização da indústria do vestuário, dos produtos de luxo e do setor logístico, diversificando a sua economia, e potenciando a localização geográfica de Macau enquanto plataforma regional de serviços para a China Continental, nomeadamente para a província de Guangdong e para o Delta do Rio das Pérolas. 12

13 RAE de Macau, o Acordo CEPA e Guangdong As relações comerciais entre a RAE e Macau e a China Continental estão a ser dinamizadas por via do acordo CEPA e do Acordo-Quadro de Cooperação Guangdong-Macau. No âmbito do acordo CEPA foram identificados pelo Governo da República Popular da China e pelo Governo de Macau setores específicos a dinamizar, entre outros: arquitetura, informática e serviços conexos, serviços do sector imobiliário, testes e análises clinicas, limpeza de edifícios, fotográficos, impressão, convenções e exposições, reprodução (impressão), tradução e interpretação, telecomunicações, audiovisuais, serviços de construção e de engenharia, distribuição, gestão do ambiente, serviços hospitalares, serviços sociais, turísticos, recreativos e culturais, desportivos, transportes marítimos, transportes aéreos, transporte rodoviário, agenciamento de transporte de mercadorias e agenciamento de marcas. Esta abertura gradual que tem vindo a ser realizada permite a consolidação das transações e das redes de distribuição que foram criadas com a sua ampliação futura. A RAE de Macau encontra-se numa zona geográfica privilegiada, inserida no Delta do Rio das Pérolas, com ligações áreas e marítimas a Hong Kong, futuramente, com uma ligação rodoviária, e com ligações à província de Guangdong, que tem cerca de105 milhões de habitantes e que, em 2013, atingiu um PIB de US$ 998 mil milhões, atraiu investimentos de US$ 23.5 mil milhões e importou US$ 454 mil milhões. Comércio internacional da RAE Macau A dimensão geográfica da RAE de Macau e consequente especialização em setores específicos tornam a sua economia muito aberta e integrada regionalmente, (atendendo a que Macau é uma região aduaneira autónoma). As suas principais relações comerciais são com a China Continental e com a RAE de Hong Kong, que representam no conjunto cerca de 43% das importações totais de Macau. As importações de Macau ascendem a um total anual de US$ 8.9 mil milhões. Do total dos produtos importados pela RAE de Macau aos seus parceiros comerciais, US$ milhões identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 77% das importações, no montante de US$ milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Joias e artigos de matérias preciosas; Equipamento de telecomunicação; Relógios; Artigos de viagem, bolsas e artefactos semelhantes; Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos > óleo de 70%; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Energia; Bebidas alcoólicas; Máquinas de processamento de dados; Perfumaria; Carrinhos de bebé, brinquedos, jogos e artigos de desporto; Calçado; Produtos comestíveis e preparações; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Roupa para Mulher, de tecidos têxtil; Aparelho para circuitos elétricos; Roupas de tecidos homem; Tabaco; Bebidas não alcoólicas; Artigos de vestuário, de tecidos têxteis; Outras carnes e miudezas comestíveis; Gravadores de som ou de reprodução; Mobiliário e peças; Papel e cartão, cortados em forma ou tamanho. Fonte: UNCTADStat, dados de 2012 Portugal tem uma fraca representatividade nas importações de Macau, com um total de cerca de US$ 30 milhões. Os produtos mais importados pela RAE de Macau a Portugal são as bebidas alcoólicas, nomeadamente o vinho, que tem tido uma evolução muito positiva nos últimos anos, o equipamento para distribuição de energia elétrica, componentes e máquinas de energia, aparelhos para circuitos, artigos de vestuário e peixe congelado ou conservado. Além dos produtos que a indústria portuguesa produz e poderá exportar, as empresas portuguesas poderão criar parcerias com empresas de outros países que tenham a capacidade de suprir as necessidades de importação de Macau e atuar como representante ou distribuidor dos respetivos produtos, como poderá suceder com os bens mais importados relacionados com artigos de luxo (joias, relógios, malas, perfumaria e roupa de marca). Em 2013, o vice-ministro do Comércio chinês, Wang Chao afirmou que o investimento de empresas chinesas em Macau, ao abrigo do Acordo CEPA, ultrapassou US$ 3 biliões 13

14 Para se ter uma ideia do montante das importações, em 2012, o valor total das importações da RAE de Macau, foram importados US$ 1.1 mil milhões em joias ascendeu, US$ 655 milhões em relógios, US$ 518 milhões em malas e artigos de viagem e US$ 365 milhões em bebidas alcoólicas. Além das relações comerciais, a RAE de Macau está a procurar dinamizar a setor dos serviços para a região pretendendo, também, afirmar-se como um centro de excelência regional na educação através da nova universidade de Hengqin. Do total dos produtos importados pela China aos seus parceiros comerciais identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 50 principais produtos que representam 73% das importações, no montante US$ mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos, materiais em bruto; Válvulas e tubos catódicos; Minério de ferro e seus concentrados; Instrumentos óticos e aparelhos; Equipamento de telecomunicação; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Cobre; Aparelho para circuitos elétricos; Tabuleiro, painéis; Sementes e frutos oleaginosos (excluindo farinha); Máquinas de processamento de dados; Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos > óleo de 70%; Instrumentos de medição, análise e controle de aparelhos; Peças, acessórios para máquinas; Carvão, mesmo em pó, não aglomeradas; Máquinas e aparelhos elétricos; Hidrocarbonetos, halogenados; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Peças e acessórios dos veículos; Base de resíduos de metais não ferrosos e de sucata; Aeronaves e equipamentos associados; Minérios de cobre e seus concentrados; Celulose e desperdício de papel; Outras matérias plásticas em formas primárias; Gás natural, (com ou sem liquefeito); Álcoois, fenóis, outros; Produtos diversos das indústrias químicas; Polímeros de etileno, em formas primárias; Máquinas de energia elétrica, e suas partes; Minérios e concentrados de metais básicos; Algodão; Chapas, filmes, papel alumínio e lâminas, de plásticos; Artigos de ótica; Máquinas- ferramentas que trabalhem por eliminação de material; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Gravadores de som ou de reprodução de som; Produtos residuais de petróleo; Motores de pistão de combustão interna, peças; Bombas (excluindo líquido), compressores de gás e ventiladores; Ácidos carboxílicos, anidridos, halogenetos; Poliésteres de resinas de epóxido. Fonte: UNCTADStat, dados de 2012 Do total dos produtos importados pela China Continental a Portugal identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 91% das importações, no montante de US$ 1.5mil milhões, sendo que as exportações de veículos correspondem a 40% do total das importações: Veículos automóveis para transporte de pessoas; Válvulas e tubos catódicos; Minérios de cobre e concentrados; Pedra, areia e cascalho; Celulose e desperdício de papel; Aparelho para circuitos elétricos; tabuleiro, painéis; Artigos de vestuário, de tecidos têxteis; Base de resíduos de metais não ferrosos e de sucata; Calçado; Resíduos e aparas de plásticos; Cortiça; Máquinas e aparelhos elétricos; Roupas de tecidos de homem; Hidrocarbonetos; Bebidas alcoólicas; Peixe fresco ou congelado; Fibras sintéticas adequadas para a fiação; Mobiliário e peças; Roupa para mulher; Equipamento de telecomunicação e partes; Peças e acessórios dos veículos; Pneus de borracha, bandas de rodagem ou abas e câmara-de-ar; Fios têxteis; Aparelhos para canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas, etc.; Aparelhos de medição, análise e controle. Fonte: UNCTADStat, dados de 2012 China Continental Como potência mundial e regional a China Continental apresenta um papel determinante na dinâmica económica da região. A estrutura política e o modelo de desenvolvimento da China Continental estabelece indústrias e setores abertos e restritos ao investimento externo, com base no Guia Industrial para o Investimento Externo. As indústrias incentivadas incluem os setores de alta tecnologia, proteção ambiental e o sector das energias renováveis. Em 2013, o Governo Chinês alargou os setores de indústrias abertas ao investimento externo, em particular na área da formação profissional, das empresas de capital de risco e algumas atividades específicas, nomeadamente a construção e operação de estações de carregamento de veículos elétricos e estações de mudança de bateria, a construção e operação de estações de tratamento de água e a instalação de unidades industriais que produzam vidro de alta tecnologia e produtos de ótica. 14

15 A dinamização desses setores concretiza uma política de substituição dos produtos importados por produção interna. Os setores com maior potencial de crescimento na China Continental são: o setor alimentar e bebidas, o setor da saúde, o setor das novas energias, o setor automóvel, o setor químico, o setor da construção, o setor da agroindústria e o setor das telecomunicações. Estas oportunidades poderão ser exploradas no eixo de integração regional de Guangdong, RAE de Macau e RAE de Hong Kong. As nossas recomendações resultam da compreensão dos principais eixos de desenvolvimento económico da China Continental, do estado das infraestruturas, dos principais projetos de investimento e visa posicionar aos agentes económicos da CPLP uma indicação prospetiva sobre os setores que poderão crescer mais rapidamente e para os quais poderão ter competências específicas. RAE de Hong Kong Hong Kong é uma das principais plataformas da região Ásia-Pacífico e um importante centro financeiro e comercial a nível mundial. Utilizada pela China como plataforma logística de acesso aos mercados externos (especialmente nas províncias situadas nas regiões sudeste cidades de Shenzhen, Dongguan e Guangzhou), foi, em 2012, o 9º maior exportador mundial de mercadorias. O porto da Hong Kong é um dos maiores portos de contentores do mundo (o terceiro porto de contentores do mundo em 2012), impondo-se como uma placa giratória a nível mundial. Esta posição dominante é atestada pelo facto de, em 2013, a economia de Hong Kong ter sido novamente considerada a mais livre do mundo, pelo Índice de Liberdade Económica da Heritage Foundation. O setor dos serviços é o principal motor da economia de Hong Kong, juntamente com o setor financeiro. Do total dos produtos importados pela RAE de Hong Kong aos seus parceiros comerciais identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 73% das importações, no montante de US$ 553 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Válvulas e tubos catódicos; Equipamento de telecomunicação; Ouro, não monetário (excluindo minérios de ouro e seus concentrados); Peças, acessórios para máquinas; Máquinas de processamento de dados; Aparelho para circuitos elétricos; Pérolas, pedras preciosas e semipreciosas; Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Joias e artigos de matérias preciosas; Máquinas e aparelhos elétricos; Relógios; Carrinhos de bebé, brinquedos, jogos e artigos de desporto; Máquinas de energia elétrica, e suas partes; Artigos de vestuário, de tecidos têxteis; Gravadores de som ou de reprodução; Artigos de viagem, bolsas e artefactos semelhantes; Instrumentos óticos; Instrumentos musicais, peças; Registros, fitas e semelhantes; Motores e motores, não elétricos; Calçado; Aparelhos de medição, análise e controle de aparelhos; Artigos de ótica; Outras carnes e miudezas comestíveis; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Prata, platina, outros metais do grupo da platina. Fonte: UNCTADStat, dados de 2012 As prioridades estratégicas para a RAE de Hong Kong passam pela consolidação das suas competências core no setor do comércio e logística, no turismo, no desenvolvimento da indústria. É considerado, igualmente, prioritário dar apoio às pequenas e médias empresas, ao desenvolvimento do capital humano e à melhoria de infraestruturas. O modelo de desenvolvimento da China Continental, bem como a conjuntura mundial, poderão confluir no sentido de reduzir a abertura do mercado Chinês à entrada de bens e serviços com origem externa (e.g. através da imposição de tarifas aduaneiras, restrições quantitativas ou equivalente, acréscimo de tributação, reforços das autorizações prévias, etc.). Neste cenário, quer a RAE de Macau quer RAE de Hong Kong poderão enfrentar novos desafios e ajustar o seu papel como plataformas privilegiadas para a entrada de bens e serviços para a China Continental. 15

16 Relativamente às importações, os principais parceiros comerciais da RAE de Hong Kong são a China Continental, o Japão e Singapura. As exportações de Portugal para a RAE de Hong Kong, em 2012, totalizaram $ 131 milhões. Os principais produtos de exportação foram relógios, aparelhos para circuitos elétricos, equipamento de telecomunicação e máquinas e aparelhos elétricos, num total de US$ 80 milhões. Do total dos produtos importados pela RAE de Hong Kong a Portugal identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 91% das importações, no montante de US$ 131 milhões: Relógios; Aparelho para circuitos elétricos; tabuleiro, painéis; Equipamento de telecomunicação, partes; Máquinas e aparelhos elétricos; Roupas de tecidos de homem; Resíduos e aparas de plásticos; Válvulas e tubos catódicos; Tecidos de algodão; Carne, miudezas, comestíveis, preparados, conservados; Mobiliário e peças; Bebidas alcoólicas; Couro; Obras de arte, peças de coleção e antiguidades; Roupa para mulher; Tecidos e tecidos artificiais; Roupas para homens e crianças; Pigmentos, tintas, vernizes e materiais relacionados; Peças, acessórios para máquinas; Papel e cartão; Artigos de vestuário, de tecidos têxteis; Gravadores de som ou de reprodução; Peles, cru, para além dos couros; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Outras carnes e miudezas comestíveis; Couros e peles em matéria-prima. Fonte: UNCTADStat, dados de 2012 Atendendo aos valores indicados, à relação de proximidade com a RAE de Macau e à abertura da futura ponte que irá unir os dois territórios, é forte a possibilidade do aumento do volume de transações, o aprofundamento das relações com este território e o aumento da prestação de serviços entre RAE. Financiamento à internacionalização e acordos com Portugal Compreender os mecanismos de financiamento, o regime tributário e da segurança social, os acordos internacionais existentes e como os mesmos poderão ser uma oportunidade para a internacionalização das empresas são igualmente questões que deverão ser devidamente acauteladas. Na RAE de Macau, a Banca Comercial, em particular a Banca com maior experiência do mercado como sucede com o BNU, os fundos locais de apoio ao desenvolvimento, como o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau e o Fundo de Cooperação China-Países de Língua Portuguesa, as instituições de apoio ao desenvolvimento, incluindo instituições financeiras multilaterais como o Banco Mundial dispõem de fundos avultados. Uma das prioridades desses fundos são os investimentos nas infraestruturas regionais, constituindo, dessa forma potenciais fontes de financiamento. Relativamente aos acordos de Portugal com a RAE de Macau salientam-se os seguintes: Acordos Bilaterais de Macau Tipo de Acordos Acordos assinados, mas não em vigor Acordos em vigor Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos Não Holanda, Portugal Acordos para Evitar a Dupla Tributação Bélgica Cabo Verde, China, Moçambique, Portugal 16

17 Conclusão Por um vasto conjunto de motivos, que garantem uma posição competitiva privilegiada a Portugal, as empresas portuguesas poderão beneficiar destas relações económicas e plataforma de acesso a todos estes mercados. A RAE de Macau apresenta um conjunto de potencialidades que vão muito além do jogo e do turismo. O aumento do volume das exportações centradas na área da construção civil e de produtos relacionados com a cultura portuguesa, (vinho, azeite, sapatos, têxtil) é uma realidade potencial a médio prazo. No entanto, dado que o perfil das importações da RAE de Macau está orientado para os produtos de luxo, a possibilidade de uma abordagem conjunta ao mercado com empresas (portuguesas ou estrangeiras) que detenham marcas consagradas é uma outra via que poderá ser explorada com sucesso. O crescimento do jogo, do turismo, da educação e do hub de serviços para a região do delta das pérolas, associado à facilidade de investir e à futura abertura da ponte que liga a RAE de Macau à RAE de Hong Kong apresentam boas perspetivas para as empresas exportadoras e para os investidores. Por outro lado, a abertura que a China tem vindo a realizar anualmente permitindo que novos setores da economia possam ser detidos por investidores privados bem como a possibilidade de se utilizar o acordo CEPA como mecanismo facilitador da entrada das empresas na China Continental via RAE de Macau, a necessidade de mão-de-obra especializada, o crescimento dos serviços médicos e de apoio social, o aumento do consumo interno e o interesse Chinês nos países de língua oficial portuguesa são fatores que contribuem para uma maior proximidade entre os empresários portugueses e chineses. São muitos os fatores a considerar num mercado que tem inúmeras oportunidades por explorar e onde a RAE de Macau pode funcionar como plataforma de bens e serviços para a uma região. É nosso entendimento que os pontos críticos a considerar se podem sintetizar no seguinte quadro: 17

18 Forças Português é uma das línguas oficiais da RAE de Macau. Macau tem a mesma base legal que Portugal Macau tem uma política de porto franco e um sistema económico de mercado livre Sector de Atividades de Offshore de Macau Desenvolvimento da indústria de serviços para a região Formalidades simplificadas para investimento e negócio, para investimentos em Macau As importações de Macau têm um forte potencial de crescimento A China é o principal importador mundial A China tem implementado uma estratégia de abertura aos mercados e aos investidores privados A China será em breve uma das maiores economias mundiais, a RAE de Macau já é capital mundial do jogo Potencial de crescimento do PIB acima de 7% Proximidade geográfica a Hong Kong, uma das maiores praças financeiras mundiais Os investimentos anunciados nas novas infraestruturas e a necessidade de know how especializado Capacidade de alavancar o investimento com fundos locais e internacionais - Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa USD milhões Portugal poderá servir de plataforma para os interesses chineses na UE e nos países da África lusófona S W Fraquezas Conhecimento das potencialidades do mercado de Macau e Chinês A língua oficial na China Continental O valor e tempo de investimento necessário A distância geográfica As restrições existentes em certos setores ainda limitados ao investimento privado Nível elevado de burocracia em alguns procedimentos de licenciamento das atividades na China O monopólio de empresas estatais Chinesas As limitações à livre circulação de pessoas e bens na China Continental A falta de mão-de-obra especializada em alguns setores O nível de poluição em algumas cidades Oportunidades O T Ameaças O Acordo CEPA que permite através de Macau a prestação de serviços ou exportação de produtos para a China Continental, e o Acordo de Cooperação Regional do Pan-Delta do Rio das Pérolas para dinamização de atividade regional O crescimento das importações de bebidas alcoólicas e dos produtos de luxo Estagnação da economia asiática O elevado nível de concorrência internacional em alguns setores específicos A defesa dos direitos de propriedade intelectual em alguns produtos de IT A intenção do Governo Chinês de investir em Macau e de dinamizar a economia noutros serviços além do jogo e do turismo, na área dos congressos e da educação O investimento em novos casinos em Cotai irá dinamizar o setor da construção A abertura gradual ao investimento privado pelo Governo Chinês a novos setores e indústrias, como sucede com os cuidados de saúde e o setor financeiro O crescimento exponencial de todas as atividades conexas com o jogo A possibilidade de criação de parcerias com empresas que pretendam investir na China através de Macau em contrapartida do know how que Portugal pode disponibilizar nos países da CPLP 18

19 1.República Popular da China 19

20 1. China Figura 1 - Mapa da República Popular da China A República Popular da China, ( China ), é o maior país da Ásia Oriental e o mais populoso do mundo, com mais de 1,3 biliões 1 de habitantes. A China tem a segunda maior economia do mundo com um PIB superior a 8 mil milhões de USD, em 2013, é membro da Organização Mundial do Comércio (OMC), é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, bem como membro de várias outras organizações multilaterais, incluindo a APEC, G20 e o BRICS. O país é, ainda, reconhecido como uma potência nuclear, além de possuir o maior contingente militar do mundo e o segundo maior orçamento de defesa. Em termos de divisão Administrativa a China está dividida em 34 divisões administrativas a nível provincial, incluindo, 23 províncias, 5 regiões autónomas, 4 municípios centrais (que dispõem do estatuto de província) e 2 regiões administrativas especiais (RAE). As duas Regiões Administrativas Especiais (RAE), Hong Kong e Macau, de acordo com a constituição Chinesa têm um alto nível de autonomia, com poder executivo, legislativo e judiciário autónomos, sob a égide do princípio um país, dois sistemas. Dispõem de economias abertas, com políticas monetárias e financeiras próprias, com moedas distintas e definindo as políticas das regiões em várias áreas como a educação, cultura e o desporto. As relações externas e a defesa são áreas que são da responsabilidade da China. Ainda assim, as RAE podem participar em organizações internacionais limitadas a Estados quando atuem na defesa dos interesses da região e sobre a qual disponham autonomia de regulação. Nesse sentido, Hong Kong e Macau são membros da OMC. Com uma estratégia política e económica de longo prazo, a China tem vindo gradualmente a abrir a sua economia ao exterior. Nessa linha de atuação, o Governo criou quatro zonas económicas especiais ao longo da costa litoral, no sul da China, com a finalidade de atrair o investimento estrangeiro, aumentando as exportações e importação de produtos de alta tecnologia para a China, nomeadamente em Shenzhen, perto da fronteira com Hong Kong, em Guangdong (Shantou e Zhuhai esta última com fronteira com Macau) e Fujian (Xiamen), no estreito de Taiwan. A China nos últimos anos tem sido um dos maiores recetores de Investimento Direto Estrangeiro tendo ficado em 2º lugar, em 2012, como o maior recetor de IDE no mundo e estimando-se que, em 2013 e 2014, 1 Biliões = milhares de milhão 20

21 mantenha a mesma posição. A China tem apresentado um crescimento médio do seu produto interno bruto acima dos 7%. Reformas adicionais, em diferentes etapas, procuraram descentralizar a política económica em diversos setores, especialmente o comércio. A China tornou-se numa das economias com um crescimento mais rápido no mundo, sendo o segundo maior exportador e o terceiro maior importador de mercadorias do planeta. 21

22 1.1. Macroeconomia PIB da economia chinesa A China é uma das maiores potências mundiais, tendo sido a 2ª maior economia mundial em termos de PIB no ano de 2012 e 2013, depois dos EUA. Em comparação com os restantes países da região da Ásia Oriental, a China representa mais de metade do total do PIB da região. O PIB da economia chinesa em 2012 foi de cerca de mil milhões de US$, cerca de 2/3 do tamanho da economia dos EUA, e estima-se que tenha crescido 7.7% em 2013 para cerca de mil milhões de US$ prevendo-se que em 2014 mantenha este crescimento atingindo mil milhões de US$ e em 2015 e 2016 cresça 7.5%/ano para e mil milhões de US$, respetivamente. Gráfico 1 - Representação da percentagem do PIB dos países na região da Ásia Oriental Japão 36.93% Coreia do Sul 7.16% Taiwan 2.93% Outros. 2.04% Hong Kong 1.63% Macau 0.27% Mongólia 0.06% Coreia do Norte 0.08% China 50.94% A sua população representa cerca de 19% da população mundial. De acordo com os últimos dados oficiais a população total da china é de milhões de habitantes, sem contabilizarmos a população das regiões especiais administrativas de Hong Kong e Macau. Destaca-se a concentração do PIB na zona Este da China, onde as Províncias de Guangdong, de Jiangsu, de Hebei, de Shandong, de Zhejiang, de Henan, de Shanghai, concentraram, no 3º trimestre de 2012, 48,5% do PIB do país. A concentração em áreas urbanas densamente povoadas é uma característica do país dado que, cerca de metade da população chinesa vive hoje em áreas urbanas, estimando-se que esta percentagem atinja os 70% até A maioria concentra-se no leste da China, em cidades costeiras. Este é uma matéria que tem vindo a ser alvo de amplo debate atendendo aos elevados índices de concentração de poluição que alguns centros populacionais atingem e o impacto futuro que o mesmo poderá vir a ter nos cuidados de saúde. O crescimento populacional e a qualidade de vida nas cidades é uma matéria que tem vindo a ser objeto de um conjunto de medidas restritivas da utilização, posse e até de propriedade de veículos automóveis. Assim, a título exemplificativo, desde 2012, que o governo municipal de Guangzhou, terceira maior cidade da China, restringiu a posse de veículos automóveis através da atribuição de licenças por sorteio ou leilão. O problema 22

23 da mobilidade urbana tem sido uma das principais preocupações do Governo central e dos municípios que têm vindo a apostar na construção de sistemas públicos de transportes elétricos, como o metro (link). A rápida ascensão da China como grande potência económica nas últimas três décadas é frequentemente descrita pelos analistas como uma das maiores histórias de sucesso económico dos tempos modernos. Desde o início das reformas (1979) até 2012, o PIB da China cresceu a uma taxa média anual de quase 10%. Gráfico 2 - Crescimento anual do PIB Chinês (últimos 5 anos) 9,000,000 8,000,000 7,000,000 6,000,000 5,000,000 4,000,000 3,000,000 2,000,000 1,000,000-8,358, % 7,314, % 9.3% 9.2% 5,949,786 4,991, % 4,521, PIB (M USD) Crescimento do PIB (em %) 12.0% 10.0% 8.0% 6.0% 4.0% 2.0% 0.0% Fonte: Banco Mundial Como resultado da reestruturação económica e da sua inserção no contexto internacional, de acordo com o Banco Mundial, a China é uma das economias que mais tem crescido nos últimos anos, tendo registado, em 2012, uma taxa de crescimento do PIB de 7,8%, e um estimado ligeiro abrandamento do crescimento em 2013 e 2014 para 7.7%, e perspetiva de manutenção do abrandamento em 2015 e 2016 para 7.5%. A evolução do PIB de Hong Kong (link) e de Macau (link) encontra-se analisado adiante. Estima-se que, até à data, 500 milhões de pessoas na China tenham saído da situação de pobreza extrema. A China emergiu como grande potência económica global e é hoje a maior fabricante, exportadora de mercadorias e detentora de reservas cambiais do mundo. É atualmente a segunda maior economia seguir aos Estados Unidos, prevendo alguns analistas que possa tornar-se a maior até Embora a diminuir (em 2009 era de 19,2% e em 2013 de 8,4%), o investimento tem contribuído de uma forma bastante relevante para o crescimento económico chinês 2. Em 2012, o crescimento económico baixou para 7,8% devido, sobretudo, ao menor ritmo de crescimento das exportações e à desaceleração do investimento no desenvolvimento do setor imobiliário. Gráfico 3 Evolução do Consumo, Investimento e Exportações na China 25% 20% 19.2% O comércio externo da China cresceu a um ritmo acentuado até Apesar de em 2009 se ter verificado uma redução das exportações e das importações, estas voltaram a aumentar consideravelmente em 2010 e Em 2012, as exportações cresceram 8% e as importações 4,2%. 15% 10% 5% 0% (5%) 10.8% 12.0% 9.5% 8.4% 8.1% 11.0% 8.6% 9.4% 9.2% 8.4% 8.5% 0.9% 0.4% -0.4% -0.2% -0.2% % Consumo Investimento Exportações Liquidas 2 AICEP Ficha de mercado 23 Fonte: FMI

24 A China passou a ser, em 2009, o primeiro exportador mundial, logo seguido dos Estados Unidos da América, da Alemanha e do Japão, posição que se confirma em 2012 e 2013, e o segundo maior importador a nível mundial, a seguir aos Estados Unidos e à frente da Alemanha e do Japão. Uma parte significativa das importações da China consiste em componentes para produtos que se destinam à exportação. Contudo, tem vindo a crescer o peso das importações que têm em vista a elaboração de produtos que são consumidos internamente. As exportações e as importações representaram 46,3% do PIB em 2012; nesse ano, a China representou 9,8% do total das importações a nível mundial (link) Orçamento Geral do Estado de 2013 e 2014 O Orçamento Geral do Estado Central da China é apresentado em Março, cerca de um mês e meio depois do início do ano Chinês e é aprovado na segunda sessão da Assembleia Popular Nacional (APN) ou Congresso Nacional do Povo (National People's Congress), de acordo com as resoluções que resultam da primeira sessão da APN que decorre, normalmente, em Dezembro. A sessão é composta por deputados da APN que são eleitos a partir de 35 unidades eleitorais de congressos de províncias, regiões autónomas e grandes municípios (equiparados a províncias). Cada congresso é eleito para um mandato de cinco anos. Os orçamentos são apresentados em números macroeconómicos e podem conter importantes indícios sobre como Pequim estima o crescimento da economia Chinesa. Assim em Março de 2013 foi apresentado o Orçamento para 2013 que teve como prioridades manter a intensidade necessária de gastos, continuar a reforma do sistema fiscal e melhorar a política estrutural de redução de impostos, melhorar a estrutura de gastos do Governo para manter e melhorar a qualidade de vida e impulsionar uma mudança no modelo de crescimento da China para elevar a qualidade e desempenho do crescimento económico, ainda que tenha como impacto o aumento do défice fiscal e da dívida pública. Em Março de 2014 foi apresentado o Orçamento para 2014, que apresenta um deficit de 2.1% em 2013, e o resultado do impacto de um conjunto de medidas que foram adotadas em 2013 para promover o desenvolvimento dos negócios, nomeadamente, o aumento dos limiares mínimos de sujeição ao IVA chinês para micro e pequenas empresas, beneficiando mais de 6 milhões de empresários, bem como alargamento das isenções ou a eliminação de um alargado conjunto de taxas administrativas, 34 taxas do Governo Central e 314 taxas dos Governos Locais. Na proposta de orçamento para 2014 é realçada a importância do projeto-piloto que está a decorrer com a finalidade de substituir o Imposto sobre as Empresas pelo IVA no setor dos transportes e em algumas indústrias de serviços, reduzindo assim a carga fiscal sobre empresas em mais de 140 bilhões de yuans (cerca de 24.5 biliões de US$). Em 2013 foram abolidas um alargado número de obrigações sujeitas a revisão ou aprovação administrativa e implementados princípios comuns para compras governamentais e de serviços públicos de setores não-governamentais. De acordo com o Governo Chinês, o ano de 2014 será um ano de desenvolvimento económico complexo atendendo ao abrandamento da economia e à necessidade de continuar a 24 Prioridades fiscais do Orçamento Chinês para 2014: Substituição do imposto sobre as empresas pelo IVA, a título experimental no setor ferroviário e nos serviços postais e, posteriormente, no setor das telecomunicações. Dinamização duma política de benefícios fiscais para estimular o desenvolvimento de planos de pensões em empresas e instituições pública. Reforma do imposto aplicado ao preço do carvão. Alargamento dos limiares de isenção às pequenas empresas com lucros reduzidos. Reforma e melhoria do imposto alfandegário. Aceleração da nova legislação relativa ao imposto sobre imóveis e sobre proteção ambiental

25 implementar a reforma fiscal. A conjugação destes dois, previsivelmente, fará com que não se verifique um aumento das receitas. Todos estes elementos revelam a preocupação do Governo Chinês de dinamizar o tecido empresarial, simplificar procedimentos e atrair investimento. Além dos objetivos macro, é essencial compreender as áreas onde o Governo tem mais despesa. No ano de 2013 as despesas do Estado concentraram-se no Orçamento do Ministério da Defesa, com cerca de 17% do total da despesa. Em 2014 o Orçamento do Ministério da Defesa terá um aumento de 12%. Outras quatro áreas sociais terão um aumento da despesa: Saúde, Educação, Habitação e Segurança Social. Gráfico 4 - Despesas de natureza funcional do OGE 2013 % Educação 17.38% 9.59% 5.07% 3.26% 9.97% 4.90% 14.95% 5.38% 6.11% 1.30% 6.28% 15.81% Ciencias e Tecnologia Cultura e Desporto Saúde Segurança Social e Emprego Habitação Agricultura, Silvicultura e Gestão de Recursos Hidricos Energia e Proteção Ambiental Transportes Defesa Nacional Segurança Pública Serviços Públicos Gerais Se compararmos os dados evolutivos com os elementos do OE de 2013 e a proposta de OE para 2014 e atendendo à importância do Governo e dos serviços públicos Chineses como elementos centrais da economia Chinesa ficamos com uma ideia concreta sobre os setores em que o Governo Chinês irá ter mais despesa nos próximos anos e algumas oportunidades que os mesmos poderão criar. Assim temos que em 2014, as rúbricas das despesas do Orçamento que terão crescimento serão: Saúde Com um aumento de 15.1% Defesa Com um aumento de dotação de 12.2%; Cultura e Desporto Com um aumento de 9.2%; Educação Com um aumento de dotação de 9.1%; Habitação Social Com um aumento de dotação de 9.1%; Ciência e tecnologia Com um aumento de dotação de 8.9%; Segurança pública Com um aumento de 6.1%; Aquisição de óleos alimentares e cerais de armazenamento Com um aumento de 10.1%. 25

26 Dívida Pública Segundo o FMI, e de acordo com os últimos dados oficiais de 2013 a dívida pública da China é de 22,4% do PIB, menor do que a registada em 2012 (26,1%) e 2011 (28,7%). Gráfico 5 - Dívida Pública em % do PIB % 30.0% 33.5% 28.7% 26.1% 25.0% 20.0% 17.0% 17.7% 22.4% 19.9% 15.0% 10.0% p 2014p Fonte: FMI Taxa de Câmbio A China tem apresentado uma taxa de câmbio relativamente estável, sendo no entanto normalmente considerada demasiado depreciada perante a sua real economia. Com uma inflação controlada (fruto das fracas pressões do consumo interno) o país enfrenta alguma estabilidade monetária. O CNY é o código da divisa chinesa transacionada dentro do país. A principal característica do CNY é ser fixado contra o dólar, pelo Banco Central da China. Para além de fixo, o sistema cambial chinês era, propositadamente, desvalorizado. Para a China a política cambial é um instrumento de desenvolvimento, que favorece a produção local e as exportações e permite à China expandir as suas exportações e acumular reservas cambiais crescentes. Em Julho de 2005, a China criou um novo regime cambial. O renminbi passaria a ser administrado em função da flutuação de um cabaz composto por 11 moedas, com destaque para o dólar, o euro, o iene japonês e o won coreano. Com esta medida, o renminbi obteve uma valorização imediata face ao dólar de 2%. Todavia, tem-se constatado que se tratou de uma mudança meramente teórica, uma vez que, na prática, tudo tem permanecido como antes, continuando a China a exercer um controlo efetivo sobre o renminbi. O programa piloto de liquidação de operações comerciais em renminbi foi alargado em Março de 2012, por forma a incluir todas as empresas com licenças para exportar e importar. No entanto, pagamentos transfronteiriços em renminbi entre particulares não são permitidos Reservas de moeda estrangeira As reservas de moeda estrangeira da China são maioritariamente constituídas por dólares americanos. No final de 2012, o valor total das reservas atingiu os US$ 3.3 biliões 3 (+700% que em 2004), excluindo as reservas detidas por Hong Kong e Macau, fazendo destas as maiores reservas de moeda estrangeira do mundo. As reservas são geridas pela Administração Central das Reservas Estrangeiras e pelo Banco Popular da China, estimando-se que cerca de 2/3 destas sejam detidas em US$ e ¼ em EUR. 3 Fonte: SAFE 26

27 Unidade: 100 milhões USD RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 6 Reservas de moeda estrangeira na China ( ) 40,000 35,000 31, , , ,000 25,000 20,00018, , , ,000 Junho 2008 Junho 2009 Junho 2010 Junho 2011 Junho 2012 Junho 2013 Fonte: FMI 27

28 1.2. Estrutura Produtiva PIB por setor A China é o maior produtor mundial de vários produtos agrícolas, nomeadamente, cereais, arroz, trigo, chá, algodão e tabaco, e o 2º maior importador do mundo de produtos agrícolas (depois dos EUA). Atualmente, a agricultura ocupa um papel determinante na economia chinesa. Apesar de representar 10% do PIB, cerca de 40% da população ativa concentrada neste setor. A indústria e a construção representam cerca de 45% do PIB, com destaque para os minérios, o alumínio, o carvão, a maquinaria, os têxteis, o petróleo, os químicos, os fertilizantes e os produtos de consumo como o calçado, os brinquedos e a eletrónica. A China é o principal fabricante mundial de fertilizantes químicos, de cimento e de aço. A produção automóvel também tem crescido fortemente, tendo atingido os 19,3 milhões em 2012, o que posiciona a China como maior produtor mundial de veículos. O fornecimento de energia é um dos maiores desafios para a China, devido ao rápido crescimento económico e crescente exigência em termos energéticos, ao que acresce as necessidades petrolíferas do país: em 2012, o petróleo era o produto mais importado, totalizando EUR 171 mil milhões. O carvão é a principal fonte energética utilizada pela China, representando mais de 70% dos consumos energéticos. A necessidade de redução da dependência destas fontes energéticas (carvão e petróleo) tem conduzido a que o país esteja a diversificar para outras fontes, como as energias renováveis e a energia nuclear. Gráfico 7 Contribuição para o PIB dos setores de atividade na China Agricultura, Florestação e Pesca 17% 10% 7% Construção Comércio 2% 6% 5% 10% 5% Serviços Financeiros Indústria Transportes e Logistica Hotelaria e Restauração 38% Imobiliária Outros serviços Fonte: UNCSTAT, FMI e Bank of China Zonas Económicas Especiais (ZEE) As Zonas Económicas Especiais da China são áreas nas quais as empresas nacionais e estrangeiras podem negociar e investir sem estarem sujeitas ao controlo e regulamentação existente noutras regiões. Estas áreas têm como objetivo estimular o investimento estrangeiro na China e impulsionar o crescimento económico do país. Shenzhen, no sul da China, perto da fronteira com Hong Kong, foi um dos primeiros quatro locais a ter o estatuto de ZEE. Na altura uma pequena cidade, Shenzhen é agora um centro de comércio em expansão e uma das maiores cidades do país. As outras três ZEE s situam-se também no sul da China, em Guangdong (Shantou e Zhuhai esta última com fronteira com Macau) e Fujian (Xiamen). 28

29 Figura 2 Zonas Económicas Especiais da China O passo seguinte para o desenvolvimento das ZEEs foi a criação de Zonas de Comércio Livre (ZCL). Nos últimos anos, várias cidades da China, incluindo Shenzhen e Xangai, têm disputando a oportunidade de se tornarem zonas francas. Estas novas ZCL apresentam regras menos rigorosas, não só sobre a troca de moeda, mas também quanto aos tipos de sociedades que podem ser aí constituídas. Pequim também afirmou a possibilidade de terminar com a proibição de acesso a sites como o Twitter e Facebook nas ZCL para incentivar empresas estrangeiras a estabelecerem-se na China, e facilitando a entrada das empresas chinesas em mercados estrangeiros. Desde Outubro de 2013, Xangai foi a primeira cidade a poder negociar numa ZCL. Abrangendo 28,78 km 2, a nova zona foi constituída a partir de zonas francas já existentes Zona Franca de Waigaoqiao, Zona Franca Logística de Waigaoqiao, Zona Franca Portuária de Yangshan e Zona Franca do Aeroporto de Pudong. A zona piloto é um movimento fundamental na adaptação ao desenvolvimento económico e comércio global e impõe uma estratégia de abertura mais pró-ativa, que ajudará a China a acelerar a transformação das funções do Governo e promover a reestruturação Figura 3 Zona de Comércio Livre de Xangai económica. A novidade fundamental é a liberalização do setor dos serviços da região, incluindo a sua abertura a empresas estrangeiras. Este foco na liberalização dos serviços representa uma diferença fundamental face às Zonas Económicas Especiais (ZEE), criadas na década de 1980, tendo sido propostos três conjuntos de reformas: Abolição dos controlos sobre os investimentos em setores de serviços, incluindo a saúde, educação e os transportes (em toda a China, estes setores permanecem dominados por empresas 29

30 estatais e são em grande parte protegidos da concorrência); O Governo considera aliviar o controlo de capitais nas empresas que operam na ZCL (permitindo a conversão do renminbi e o acesso aos mercados financeiros globais), para remover restrições sobre as taxas de juros bancários, e para permitir que tanto os bancos nacionais como os estrangeiros possam oferecer um leque mais amplo de serviços financeiros; Redução do papel do Estado na gestão da ZCL - todos os tipos de investimento serão permitidos, a menos que sejam explicitamente proibidos pela "lista negativa" (investimentos que são só permitidos aos estado) (link). A criação das ZCL é o mais recente esforço do novo Governo para promover o papel do setor dos serviços, que permanece relativamente pequeno, tendo em conta o nível de desenvolvimento do país. As inovações bem-sucedidas em Xangai deverão ser adotadas pela zonas francas noutras cidades e, posteriormente, lançadas em todo o país. Este processo tem potencial para transformar a China através da redução do papel do Estado e da abertura de uma grande parte da economia à concorrência e ao setor privado não estatal. Para se compreender a importância desta Zona de Comércio livre, e a título exemplificativo, de acordo com dados de 2014, para as importações de vinho, Xangai é o porto mais importante de distribuição no país, que corresponde a 45% das importações de vinho, referiu recentemente um responsável da Shanghai Wine Monopoly Bureau. Com a abertura da zona livre de comércio, ela deve tornar-se o maior centro de vinho internacional em breve. A abertura deve facilitar os investimentos internacionais. Porém indicam que, Os investimentos em vinho tiveram um crescimento nos últimos anos, mas muitos investidores sabem pouco sobre a indústria na China. Então, há muitos players que não são profissionais ou então buscam o lucro a curto prazo. Segundo um recente estudo da Vinexpo, a China destronou a França e assume, agora, a liderança dos maiores consumidores de vinho tinto do mundo, constituindo uma boa oportunidade para os países exportadores Retrato do setor empresarial do Estado A reforma do Setor Empresarial do Estado (SEE) da China foi imposta ao governo pelo colapso iminente da economia nacional, após o fim da desastrosa "revolução cultural", no final de A reforma, inicialmente destinada a aumentar a produtividade e vitalidade das empresas públicas, começou a um ritmo lento, principalmente porque as ideologias de então não permitiam alterações de propriedade em setores nãoagrícolas da economia. Foi apenas no início dos anos 90, quando a falência de inúmeras empresas públicas ameaçava a sustentabilidade e da própria economia nacional, que a reforma da propriedade foi finalmente desencadeada com o intuito de reforçar as grandes empresas do Estado e libertar as mais pequenas. Hoje em dia, o objetivo do Governo é tornar o SEE da China maior e mais forte, de modo a criar uma estrutura ótima, reforçando a capacidade de inovação nacional, a competitividade internacional e apoiando o desenvolvimento de outros tipos de empresas. De acordo com o Banco Mundial, estas empresas representam cerca de 50% do PIB não-agrícola e dominam vários setores da economia, como o setor petrolífero e extrativo, telecomunicações e transportes. Estima-se que em 2008 existiam empresas detidas pelo Estado na China, 3,1% do total das empresas do país. 30

31 Em 2011, 35% da atividade empresarial e 43% das receitas do Governo resultaram de empresas nas quais o Estado detinha participações maioritárias. Em 2012, o SASAC 4 supervisionava 117 das grandes empresas detidas pelo Estado. Com base no plano de reestruturação do SEE, o número de empresas públicas diretamente supervisionadas pelo SASAC diminuiu, enquanto inúmeras pequenas empresas foram fundidas em grandes empresas públicas. As seguintes empresas são algumas das empresas participadas pelo Estado: - China National Nuclear Corporation; - China Aerospace Science and Technology Corp; - Aviation Industry Corporation of China; - China Shipbuilding Industry Corporation; - China North Industries Group Corporation; - China South Industries Group Corporation; - China National Petroleum Corporation; - China Petrochemical Corporation; - China National Offshore Oil Corporation; - State Grid Corporation of China; - China National Aviation Holdings Company; - China Eastern Airlines Corporation Limited; - Sinochem Group; - State Grid Corporation of China; - China Power Investment Corporation; - China Telecommunications Corporation; - China Mobile Communications Corporation; - Harbin Electric Corporation; - Dongfang Electric Corporation; - Anshan Iron & Steel Group Corporation; - Wuhan Iron and Steel (Group) Corporation; - Aluminum Corporation of China; - China Ocean Shipping (Group) Company; - China Shipping (Group) Company; - China Southern Air Holding; 4 State-owned Assets Supervision and Administration Commission 31

32 1.3. China por províncias Caracterização económica das províncias e municípios Conforme atrás indicado (link), a China encontra-se dividida em 34 divisões administrativas, porém, para melhor podermos compreender e analisar as várias realidades económicas presentes na China, em termos geográficos podemos dividir a China em 7 grandes regiões: Este, Sul, Central, Norte, Noroeste, Sudoeste e Nordeste. Cada uma destas regiões apresentam dados específicos de população, de IDE e de PIB. A região Este da China - que abrange a maior costa leste da China e inclui as províncias de Anhui, Fujian, Jiangsu, Shandong e Zhejiang, e o município de Xangai (Shangai). A região Sul da China que abrange as províncias de Guangdong 5, Guangxi e Hainan, sendo um dos principais destinos turísticos do país e sede de algumas das mais importantes indústrias da China. 5 Conhecida pelos portugueses como Cantão. 32

33 A região Central da China que abrange as províncias de Hubei, Hunan, Henan e Jiangxi, uma das principais regiões agrícolas da China e também uma importante base industrial. A região Norte da China que abrange as províncias de Hebei, Shanxi, e a região autónoma do Interior da Mongólia (Inner Mongolia) bem como os municípios de Pequim (Beijing) e Tianjin. É a região onde se situa a capital da China, possuindo algumas das mais importantes reservas de recursos naturais da China, um dos principais destinos para o investimento estrangeiro e algumas das províncias economicamente mais desenvolvidas. A região Noroeste da China que abrange as províncias de Qinghai e Gansu e as regiões autónomas de Ningxia e Xinjiang. É uma importante região para os setores da indústria da energia e da mineração com uma relevância estratégica para o plano de desenvolvimento para o ocidente Western Development Strategy. 33

34 A região Sudoeste da China que abrange as províncias: Guizhou, Sichuan, Yunnan, o município de Chongqing e a região autónoma do Tibete. A região Nordeste da China que abrange as províncias de Liaoning, Jilin e Heilongjiang. 34

35 Caracterização das províncias e cidades administrativas por setor económico % do PIB do setor primário por província, regiões autónomas e cidades administrativas em Da análise realizada verifica-se que o setor primário tem uma maior preponderância na economia das províncias das regiões do Noroeste, Nordeste, Sul e Sudeste As cinco províncias ou cidades administrativas que apresentam uma maior percentagem do PIB no setor primário são as províncias de Hainan (1) com 24%, Xinjiang (2) com 17.6%, Heilongjiang (3) com 17.5%, Guangxi (4) com 16.3%, e Yuannan (5) 16.2%. As cinco províncias ou cidades administrativas que apresentam que apresentam uma menor percentagem do seu PIB no setor primário são Shangai com 0.6%, Beijing com 0.8%, Tianjin com 1.3%, Zhejiang com 4.8% e Guangdong com 4.9%. % do PIB do setor secundário por província, regiões autónomas e cidades administrativas em Da análise realizada verifica-se que o setor secundário tem uma maior preponderância na economia das províncias das regiões do Centro, Este e Norte. As cinco províncias ou cidades administrativas que apresentam uma maior percentagem do PIB no setor secundário são Qinhai (1) com 57.3%, Shaanxi (2) com 55.5%, Henan (3) com 55.4%, Anhui (4) com 54.6% e Mongólia (5) com 54%, constituindo uma cintura industrial à região Este e a Xangai. As cinco províncias ou cidades administrativas que apresentam uma menor percentagem do PIB no setor secundário são Pequim, Hainan, Tibet, Xangai e Guizhou. Por um lado cidades pouco industrializadas e com mais serviços e, por outro, províncias com economias menos desenvolvidas. Fontes: CEIC, China Statistical Yearbooks, Deutsche Bank Research 35

36 % do PIB do setor terciário província, regiões autónomas e cidades administrativas em No setor terciário verifica-se a uma dispersão da contribuição do setor terciário em % do PIB entre as várias províncias, desde os 32% de Henan aos 48.3% de Hainan. Destacam-se das demais entidades as cidades administrativas de Pequim (1) com 76.9% e de Xangai (2) com 62.2%, e ainda Hainan (3) com 48.3%, Tianjin (4) com 48.1% e Guandong com 47.8%. Fontes: CEIC, China Statistical Yearbooks, Deutsche Bank Research O valor do Tibete deverá ser considerado de forma autónoma tendo em atenção que é uma economia menos desenvolvida e com o menor PIB, cerca de US$ 13 M milhões Províncias que mais bens importam Valor das Importações Chinesas US$ por província, regiões autónomas e cidades administrativas em A província que mais bens importou em 2013 foi a província de Guandong (1), com um valor acumulado de US$ de mil milhões, seguido de Pequim, com US$ de mil milhões, Xangai (3) com US$ mil milhões, Jiansu (4) com US$ 222 mil milhões e Shandong (5) com US$ mil milhões. As importações para a China são realizadas essencialmente por 8 províncias ou municípios. Fontes: CEIC, China Statistical Yearbooks, Deutsche Bank Research 36

37 Províncias que mais atraem IDE Investimento Direto Estrangeiro por província em As províncias que mais IDE atraíram em 2012, foram as províncias que ficam situadas nas regiões Este e Sul, nomeadamente as províncias de Jiangsu (1) com US$ 35.8 mil milhões, Liaoning (2) com US$ 26.8 mil milhões, Guangdong (3) com US$ 23.5 mil milhões e as cidades administrativas de Shangai (4) com US$ 15.2 mil milhões e Tianjin (5) com US$ 15 mil milhões. Fontes: CEIC, China Statistical Yearbooks, Deutsche Bank Research Verifica-se uma maior concentração de IDE em 16 províncias, sendo reduzido o valor das demais províncias. 37

38 Províncias que mais contribuem em % para o PIB (2013) Da análise das províncias que mais contribuem para o PIB em 2013 verificamos que estas se situam no litoral próximas dos centros portuários, logísticos, financeiros e políticos. Províncias que mais contribuem em % do PIB Guangdong 10.9% Jiangsu 10.4% 3. Shandong 9.6% 1 4. Zhejiang 6.6% Evolução da % do PIB Chinês das províncias que mais contribuem para o PIB ( ) Evolução da % do setor Primário das províncias que mais contribuem para o PIB ( ) Evolução da % do setor Secundário das províncias que mais contribuem para o PIB ( ) Evolução do setor Terciário das províncias que mais contribuem para o PIB ( ) Fontes: CEIC, China Statistical Yearbooks, Deutsche Bank Research Numa análise a 10 anos verifica-se uma clara transformação da atividade económica destas províncias do setor primário para o setor terciário. Verifica-se igualmente um crescimento progressivo da província de Jiangsu como a província que mais contribui para o PIB Chinês. O crescimento do PIB destas províncias tem sido suportado essencialmente pelo crescimento do setor terciário e serviços. 38

39 Análise das províncias quatro províncias com maior relevância económica As províncias de Guangdong, Jiangsu, Shandong e Zhejiang foram as que mais contribuíram para o PIB da China em 2013, posição que mantêm nos últimos anos. Esta capacidade económica é igualmente demonstrada pela importância que apresenta os indicadores de importação, pelo que procederemos à sua análise segregada Guangdong Guangdong é a província com o maior PIB da China e a segunda província chinesa que mais IDE atraiu em 2013, tendo só ficado atrás de Liaoning e Jiangsu. Algumas das indústrias de maior crescimento da China estão sedeadas nesta província. Os setores-chave desta província incluem um alargado número de indústrias, inclusive de energia e de transformação dos recursos naturais. Desde 2010 tem vindo a ser recetora de investimento de várias empresas europeias no setor da construção de automóveis, nomeadamente na cidade de Guangzhou. Investimento Os locais de investimentos mais comuns na província incluem as cidades de Guangzhou e Shenzhen. Shenzhen e Guangzhou, conforme adiante indicamos (link) são dois pilares industriais da zona industrial do Delta do Rio das Pérolas. Guangdong tem vindo a beneficiar de ter sido a primeira província a abrir as suas portas ao investimento externo, com o início das reformas de mercado aberto da China, com índices de abertura de mercado muito elevados, perspetivando-se como uma das zonas de maior desenvolvimento futuro. Atual rede de transportes Em construção (ano estimado de conclusão) Fonte: Investment Hotspots in Southern China Qianhai, Hengqin and Nansha, 2013, PwC Zonas de Desenvolvimento de Guangdong incluem Foshan, Guangzhou, Huizhou, Shantou, Shatoujiao, Shenzhen, Yantian, Zhanjiang, Zhonghan e Zhuhai, num total de 20 zonas de desenvolvimento. 39

40 Situa-se igualmente no Delta do Rio das Pérolas as Regiões Administrativas Especiais de Macau e de Hong Kong. Sendo uma zona com uma forte integração regional e com ampla rede de infraestruturas de transportes, como poderemos confirmar no mapa supra Jiangsu Jiangsu é uma das províncias mais desenvolvidas da China, com fortes infraestruturas que beneficiam e dinamizam o seu setor agrícola e das indústrias ligeiras, incluindo os setores de alimentos e têxteis. Há um conjunto alargado de fatores que têm vindo a beneficiar Jiangsu e a contribuir para o seu forte crescimento, nomeadamente, o seu forte setor energético e os seus recursos naturais que incluem, petróleo, carvão e gás natural. A província tem igualmente vindo a incentivar a investigação científica. Nesse sentido, o plano de desenvolvimento quinquenal previu o investimento de US$ 3.2 mil milhões em fundos do Estado para investimentos em I&D. O ambiente para a realização de negócios é aberto a empresas estrangeiras contendo um vasto conjunto de Zonas de Desenvolvimento Económico e Tecnológico Shandong Shandong é uma das maiores potências económicas da China, com um forte setor agrícola, de produção de vinho e da agroindústria. Shandong tem uma elevada importância no setor da energia especialmente nas áreas da energia nuclear e da produção de petróleo. Das várias cidades em expansão da província destacam-se as cidades de Yantai, que tem vindo a ter uma forte expansão por via do desenvolvimento da indústria automóvel e Qingdao que é um forte produtor de bens para exportação, incluindo várias instalações de refinação de petróleo. Shandong é uma das províncias com maior PIB da China, sendo um dos principais destinos do IDE na China, possuindo um alargado número de Zonas de Desenvolvimento Económico e Tecnológico, em Jinan, Qingdao, Weifang, Weihai, Yantai, e Zibo Zhejiang Zhejiang é uma das províncias com maior número de produtores agrícolas da China detendo vastos arrozais, bem como outras culturas, nomeadamente, de juta e algodão. É igualmente produzido na província de Zhejiang o famoso "Dragon Well" chá verde da China. Outros setores importantes da província de Zhejiang incluem as indústrias têxteis e de fabricação. Investimento Das cidades com maior potencial de atração de investimento incluem a sua capital e Ningbo, cidade pioneira na indústria do aço na China. 40

41 Ranking das 25 maiores cidades chinesas por setores Compreender a extensão e dimensão da China é uma das maiores dificuldades que os empresários têm apresentado nos Surveys internacionais quando questionados sobre como investir na China. Ter uma perceção das oportunidades que as cidades apresentam constitui uma mais valia essencial na abordagem do mercado. De seguida apresenta-se um quadro resumo, por setor, das 25 maiores cidades chinesas e dos respetivos setores de oportunidade em cada uma delas. No quadro não se encontram identificadas as cidades administrativas e as regiões administrativas especiais atendendo a que as mesmas apresentam potencialidades próprias analisadas separadamente. Rank Economia Consumo Logístico IT Educação Saúde 1 Suzhou (Jiangsu) 2 Guangzhou Shanghai Shantou Huaian Qiqihar Changzhou Suzhou (Jiangsu) Guangzhou Suzhou (Jiangsu) Zhanjiang Baoding 3 Yangzhou Hangzhou Beijing Wenzhou Shantou Xingtai 4 Wuxi Shanghai Chengdu Hangzhou Xiangfan Hengyang 5 Dalian Wenzhou Chongqing Dongguan Zaozhuang Changde 6 Zhenjiang Beijing Shenzhen Shanghai Nanning Jining 7 Hangzhou Wuxi Wuhan Zhanjiang Chongqing Tangshan 8 Tianjin Dongguan Tianjin Changzhou Jinan Xianyang 9 Daqing Shenzhen Qingdao Zhongshan Tai'an Xiangfan 10 Ningbo Ningbo Dalian Guangzhou Harbin Huaian 11 Zhuhai Changzhou Nanjing Wuxi Mianyang Zhanjiang 12 Dongying Zhuhai Hangzhou Tianjin Guiyang Mianyang 13 Shenyang Zhongshan Ningbo Xiamen Hohhot Jilin 14 Yantai Baotou Xi'an Ningbo Haikou Datong 15 Zhongshan Nanjing Jinan Beijing Hangzhou Zaozhuang 16 Shanghai Xiamen Haikou Yangzhou Tangshan Suzhou(Jiangsu) 17 Tangshan Hohhot Xiamen Changchun Yinchuan Yangzhou 18 Anshan Jinan Yantai Zhuhai Xianyang Yantai 19 Xiamen Fuzhou (Fujian) Changsha Zaozhuang Xi'an Urumqi 20 Maanshan Dalian Daqing Dalian Changchun Linyi 21 Dongguan Shenyang Zhengzhou Huaian Zunyi Handan 22 Wuhu Yantai Shenyang Linyi Linyi Tai'an 23 Baotou Shantou Baotou Shenzhen Zhuhai Weifang 24 Huaian Taizhou (Zhejiang) Zhanjiang Shenyang Nanjing Jiaozuo 25 Shenzhen Qingdao Wuxi Anshan Changzhou Harbin Fontes: The Economist Intelligence Unit,

42 1.4. Política Económica Perspetivas futuras De acordo com dados do Banco Mundial, FMI e da OCDE, a China deverá ultrapassar os EUA tornando-se a maior economia do mundo em 2020, podendo apenas ser ultrapassado pela Índia em 2050, incluindo-se assim no grupo designado como Global Growth Generators 6. Prevê-se que até 2015, a China cresça a uma taxa média anual de 7,5% por ano, e que a taxa de crescimento anual do PIB per capita se mantenha nos 5% no período entre 2010 e Esta taxa de crescimento, apesar de inferior às registadas no passado, continua a ser elevada. Apesar das condições económicas globais fracas e incertas, nomeadamente com o abrandamento das economias asiáticas e europeias, o FMI prevê que a economia chinesa cresça cerca de 7,6% em 2013 e 7,4% em Quanto à inflação, espera-se que continue moderada, prevendo-se que atinja os 3,5% em 2013 e os 2,9% em Gráfico 8 Crescimento anual do PIB 11.0% 10.5% 10.0% 9.5% 9.0% 10.40% 9.30% Quanto à OCDE, que prevê para 2013 um crescimento do PIB de 7,8%, 8.5% 8.4% semelhante ao previsto pelo FMI, 8.0% 7.8% 7.8% prevê para 2014 um crescimento de 7.5% 7.7% 8,4%, superior em 1 pp às previsões 7.5% do FMI. Este aumento justifica-se pela perspetiva de aceleração da economia 7.0% 7.6% 7.3% mundial, que permitirá impulsionar a economia chinesa Banco Mundial FMI OCDE O Governo chinês reconhece que os desafios enfrentados pela economia do país são difíceis: a procura externa tem vindo a diminuir, há excesso de capacidade de produção e os governos locais estão bastante endividados. A previsão do Governo para 2013 mantém-se em linha com as restantes, não ultrapassando os 7,5%. Inflação PIB ,5% 7,7% % 7.5% Prioridades estratégicas 7 De futuro, as autoridades chinesas deverão manter a consistência e estabilidade das políticas macroeconómicas, com reajustes preventivos sempre que necessário, a fim de criar condições financeiras e monetárias estáveis para os ajustamentos estruturais No plano monetário, será dada continuação a uma política monetária prudente. 6 Global Growth Generators: Bangladesh, China, Egito, Índia, Indonésia, Iraque, Mongólia, Nigéria, Filipinas, Sri Lanka, Vietname 7 FMI e Orçamento do Estado da China para

43 No plano fiscal, a orientação da política continuará a ser pró-ativa e de apoio ao crescimento com medidas específicas, continuando a transparência, a eficiência e a sustentabilidade das operações fiscais do governo local a ser salvaguardadas. As autoridades chinesas continuarão a fortalecer a infraestrutura financeira e a manter uma estreita coordenação em relação às negligências de fiscalização, a fim de proteger contra riscos financeiros sistemáticos e regionais. Embora mantendo a estabilidade macroeconómica, as autoridades continuarão a desenvolver reformas para melhorar a qualidade e a eficiência do desenvolvimento económico. As autoridades chinesas continuam também empenhadas na reforma da taxa de câmbio. Para garantir o crescimento sustentável, a proteção ambiental será reforçada através da reforma de preços, enquanto a inovação e a modernização estrutural continuarão a ser facilitadas. A participação do setor privado na economia continuará a ser incentivada e as autoridades estão fortemente determinadas a promover a urbanização e reforçar a proteção social. Entre os objetivos estabelecidos no Orçamento de Estado para 2014 destacam-se o aumento do PIB em cerca de 7,5%, a manutenção do Índice de Preços do Consumidor nos 3,5%, e da taxa de desemprego abaixo dos 4,6%, a criação de mais de 1 milhão de postos de trabalhos urbanos e um défice de 2.1% do PIB. O Governo apresenta igualmente todos os anos um documento, designado por Plano para o Desenvolvimento Nacional Económico e Social, que apresenta em conjunto com o Orçamento de Estado e que define as prioridades estratégicas para cada ano. As prioridades de 2014 com reflexos até 2015, dado o plano quinquenal, são: 1. Manutenção do crescimento económico em níveis adequados - Alinhar o crescimento conjunto entre as diferentes organizações administrativas que compõem o Estado Chinês ao crescimento previsto de 7.5% do PIB evitando a competitividade pela atração de investimento para conseguir uma taxa de crescimento maior. 2. Foco no aumento da qualidade e do retorno no desenvolvimento económico e no desenvolvimento industrial - Redução do consumo de energia de 3,9%por unidade do PIB, redução de 4% por unidade do PIB das emissões de dióxido de carbono por unidade do PIB, redução do consumo de oxigénio liquido e nitrogénio amoniacal em 2% e redução das emissões de óxidos de nitrogénio de 5%. 3. Manutenção da estabilidade dos preços - Manutenção do consumo interno em 3.5%, em linha com o ano de 2013, contabilizado o impacto da inflação, a capacidade da população de suportar os aumentos e deixando alguma margem para o ajustamento estrutural. 4. Bem-estar da população - Serão criados mais de dez milhões de empregos urbanos em 2014, a taxa de desemprego urbano registrado será mantido em 4,6%. É assim previsto um valor de criação de empregos urbanos superior a 1 milhão, face a 2013, dadas as necessidades crescentes e o número de novos licenciados que culminarão os seus estudos. Esta meta será atingida em grande medida devido ao crescimento exponencial que se tem vindo a registar no setor dos serviços. 43

44 - O sistema de segurança social será melhorado e o crescimento da população será mantido a um nível inferior a 6.5%. - Serão concluídas mais de 4.8 milhões de habitações sociais em áreas urbanas, subsidiadas pelo Governo, e serão iniciados os trabalhos de construção de mais 7 milhões de casas. 5. Manutenção da estabilidade da balança comercial - O total das importações e exportações irá crescer cerca de 7,5%, e o comércio de serviços para exterior irá ter uma forte expansão. - O investimento no exterior irá crescer de forma gradual. - As políticas para a promoção da importação e das exportações serão mantidos em níveis semelhantes aos de 2013, apesar do aumento da concorrência no mercado internacional continua a forte pressão interna para consolidar e aumentar as exportações. 6. Aposta em nove medidas essenciais para o desenvolvimento económico 6.1 Reforma do sistema administrativo - Serão abolidos ou delegados para níveis administrativos mais baixos um alargado número de autorizações administrativas que requerem a revisão e aprovação do Governo Central, e será criada um sistema para identificação e divulgação de todos os itens para os quais são necessários a autorização do Governo. - Continuação da promoção da alteração do sistema de registo comercial e industrial em que a prática de emissão de uma autorização de funcionamento e posterior licenciamento é substituído pela prática de licenciamento seguida de autorização de funcionamento. 6.2 Reforma das empresas públicas (SOE reform) - Serão definidas as funções de diferentes empresas estatais e reformadas as indústrias de monopólio natural. - Serão incentivadas as empresas privadas chinesas a participar na reforma das empresas públicas e desenvolver estruturas de propriedade mista. 6.3 Reforma orçamental e fiscal - Reforço do controlo orçamental e implementação das medidas de reforma fiscal. 6.4 Reforma do sistema financeiro - Será criado um sistema de seguro de depósitos. - Será incentivado a criação de bancos privados de média e pequena dimensão e outras instituições financeiras e desregulada a fixação das taxas de juros. 6.5 Reforma dos preços dos recursos naturais - Serão ajustados os preços da energia eólica e implementadas reformas sobre os preços de distribuição de energia elétrica. 6.6 Reforma do sistema de investimento - Serão introduzidas novas regras sobre os investimentos do governo e revistos os métodos de análise e aprovação de financiamento a projetos internos e internacionais. 44

45 6.7 Reforma do sistema de terras rurais - Será realizada, de forma gradual, a reforma do sistema de terras rurais de modo a que possam ser determinados, registrados e certificados os direitos de uso da terra rural contratados e direitos de uso da terra para as construções coletivas. 6.8 Reforma de programas sociais e inovações - Serão realizadas reformas na educação profissional e incentivado o investimento privado na educação. - Será dinamizada a reforma do sistema de saúde através da reorganização dos cuidados primários prestados pelos hospitais públicos e a respetiva articulação com as unidades de saúde mais básicas. - Serão incentivadas as aquisições e reorganizações das empresas culturais em todas as regiões, indústrias e formas de propriedade, de modo a permitir que empresas privadas possam controlar o capital de empresas ligadas a estúdios de cinema, televisão estatais e companhias de teatro. 6.9 Continuação da estratégia de abertura ao exterior (win-win strategy) Importações Serão aumentadas as importações de tecnologia, de recursos e produtos em falta no mercado interno. Será promovido, de forma prioritária, o comércio de serviços Redução do controlo sobre acesso ao mercado Chinês por parte de investidores estrangeiros - Será dinamizada a reforma do sistema de avaliação do investimento externo na China de acordo com a lista negativa (atividades que são monopólio do estado e de capitais chineses). - Abertura ao investimento externo a setores da economia chinesa, como seja o bancário, educação, cultura, assistência médica. - A Zona Franca de Xangai vai servir como projeto-piloto para avaliar e explorar novos caminhos na reforma Apoiar a internacionalização das empresas Chinesas O plano de internacionalização inclui a aquisição de novas empresas em setores estratégicos, nomeadamente, nos setores da energia e agrícolas Reforço da cooperação económica bilateral, multilateral e regional. Da análise dos objetivos supra indicados podemos ficar com uma ideia concreta dos objetivos do Governo Chinês não só para 2014, como também, para os próximos anos. Dos objetivos centrais constata-se a progressiva abertura ao mercado e ao investimento externo. É igualmente indicado um conjunto de elementos que nos indicam a prioridade nas importações Chinesas nomeadamente de tecnologia e de produtos em falta no mercado interno, identificados na caracterização das suas importações. É igualmente de salientar a abertura ao capital externo a setores como o bancário, educação e cultura. Salienta-se a forte vontade de aumentar o comércio de serviços de modo a ajustar a oferta educativa e a criação de novos empregos ao crescimento demográfico e à qualificação dos seus recursos humanos. Identifica-se, igualmente, a Zona Franca de Xangai como o polo dinamizador das futuras reformas de abertura a capitais estrangeiros, o que potenciará o seu crescimento exponencial. 45

46 1.5. Infraestruturas O desenvolvimento das infraestruturas continua a ser uma prioridade para o Governo chinês. Para se ter uma ideia da dimensão do impacto do crescimento, entre 1990 e 2005, 100 milhões de chineses beneficiaram de melhorias nos acessos à energia e telecomunicações. Entre 2001 e 2004, o investimento em estradas rurais aumentou em mais de 50% por ano. O stock total de infraestruturas da China em percentagem do PIB está acima da média mundial. No entanto, as infraestruturas do país ocupam ainda o 48º lugar no ranking do World Economic Forum. De acordo com uma série de estudos que avaliam a penetração das infraestruturas, as principais forças do país são os sistemas energéticos e as telecomunicações. No que respeita ao uso do telefone e internet, a China não só está acima da média dos países em desenvolvimento, como ainda se aproxima dos níveis dos países mais desenvolvidos. Gráfico 9 Stock total de infraestruturas 2012 (% do PIB) Fonte: Ministério das Infraestruturas Infraestruturas e setores relacionados na China: link link link link link link link 46

47 Transportes Rodoviários Anos de crescimento contínuo na construção de estradas dotaram o país com uma vasta rede de autoestradas e rodovias, especialmente nas regiões do leste do país. Desde 2000, a rede rodoviária chinesa cresceu, anualmente, mais de 16%, sendo hoje a maior do mundo ( km em 2013). Só no ano de 2012 foram construídos km de estadas. O 11º Plano Quinquenal ( ) previu um aumento na Rede Nacional de Autoestradas - National Trunk Highway System (NTHS) para km até No entanto, ajudado pelo pacote de estímulos do Governo em 2008, no final de 2010, este sistema já tinha cerca de km. O 12º Plano Quinquenal definiu uma maior expansão tendo como meta um aumento da rede para os km até 2015, meta essa que também já foi atingida. Apesar do crescimento do setor e do número de investimentos verificados, vários fatores mostram que ainda é necessário construir mais nos próximos anos: Crescimento no consumo interno, que leva ao aumento do transporte de mercadorias e logística e à necessidade de redução dos custos de transportes; Previsão de um crescimento anual do PIB superior a 7% a partir de 2013 e perspetiva de manutenção até 2020; A procura de veículos estima-se elevada: a China é já o maior mercado automóvel mundial; O investimento em autoestradas é um fator importante de suporte ao sucesso da política Go West. Do lado da oferta, o plano nacional de autoestradas está estruturado numa rede de 34 troços: 7 autoestradas desde Pequim, 9 vias rápidas norte-sul e 18 autoestradas horizontais. O sistema irá ligar mais de mil milhões de pessoas em toda a China, bem como os principais portos e infraestruturas ferroviárias. Está também planeada a construção de estradas rurais menores com o 12º Plano Quinquenal. É intenção do Governo que, até 2015, de todos os municípios, pelo menos 90% estejam acessíveis por estrada. Gráfico 10 Crescimento da extensão total das estradas na China (em km) 110, ,000 97,355 90,000 84,946 80,000 74,113 70,000 60,000 50,000 40,000 34,300 41,005 45,339 53,913 60,436 65,055 30,000 20, Fonte: National Bureau of Statistics of China 47

48 Transportes Ferroviários O transporte ferroviário é um modo fundamental de transporte de longa distância na República Popular da China, que possui uma das maiores redes ferroviárias do mundo. Quase todas as operações do setor são tratadas pela China Railway Corporation, que serve todas as províncias, com a exceção da Região Administrativa Especial de Macau. Até ao final de 2012, a rede ferroviária convencional cobria uma extensão total de km e a rede ferroviária de alta velocidade cobria km. O volume de transporte ferroviário na China, além de ser o maior do mundo, em termos de crescimento é também o mais elevado. O 12º Plano Quinquenal do Governo coloca as ferrovias no centro da estratégia de desenvolvimento das infraestruturas. Em 2009, foram feitos investimentos significativos nos comboios de alta velocidade e estabeleceu-se uma meta de atingir os km de linha até O 12º Plano Quinquenal manteve esta estratégia, tendo como objetivo o atingir em 2015 uma linha de alta velocidade de km e antecipando o objetivo dos km para Por forma a atingir estes ambiciosos objetivos, foram previamente anunciados investimentos de US$ 130 mil milhões em infraestruturas ferroviárias. Um aspeto vital da rede de transporte ferroviário de mercadorias é o transporte de carvão e minerais. Em 2010, o carvão representou 50,6% do total do tráfego de mercadorias, e o metal cerca de 12%. Estes valores são suscetíveis de ser afetados pelos objetivos de sustentabilidade estabelecidos do 12º PQ e pela redução da dependência do país à produção de energia elétrica a partir do carvão. No entanto, verificar-se-á um aumento no consumo interno e nas necessidades de transporte de mercadorias. Go West A campanha Go West foi lançada pelo Governo chinês em janeiro de 2000, com o objetivo de solucionar o crescente desequilíbrio regional e de atrair maiores fluxos de investimento para as regiões interiores da China. Esta campanha formula uma série de políticas preferenciais para promover o desenvolvimento nestas regiões. Estas incluem o aumento do investimento do governo nas regiões centrais e ocidentais da China. Também dá prioridade à construção de infraestruturas e instalações na área da energia, dos transportes, dos recursos e das novas e altas tecnologias, etc. As medidas fiscais também fazem parte deste plano, alargando o reembolso central de transferências fiscais e dando prioridade às regiões centrais e ocidentais da China para a atribuição de fundos especiais. Outra política essencial consiste no incentivo à deslocação racional de pessoal para estas regiões, nomeadamente no que toca a mão-de-obra qualificada. 48

49 Mapa 1 Principais linhas ferroviárias da China (em km) Fonte: Ministry of Railways Metro O metro e o metro ligeiro são essenciais para atenuar o congestionamento do tráfego urbano, que tem aumentado cada vez mais nas grandes cidades. Em 2011, cerca de 2 mil milhões de pessoas passaram por Xangai e Pequim, colocando os sistemas de metro destas cidades no top 6 dos mais movimentados do mundo. Devido ao constante aumento da procura, o 12º PQ definiu novas extensões para os sistemas de metro de Pequim, Guangzhou, Shenzhen e Xangai, bem como planos para novos sistemas noutras cidades. Estima-se que em 2015 existam cerca de km de linha de metro. Transportes Marítimos O porto de Xangai é o mais movimentado terminal de contentores do mundo. Existem ainda duas cidades chinesas entre os 5 terminais mais movimentados do mundo e nove entre os 20 mais movimentados. 49

50 Tabela 1 Terminais de contentores mais movimentados do mundo 8 Ranking Cidade Volume de contentores em 2011 (milhões TEU) 1 Xangai 31,74 2 Singapura 29,94 3 Hong Kong 24,38 4 Shenzhen 22,57 5 Busan 16,17 Os principais portos estão localizados nas proximidades dos 3 principais eixos industriais: Delta do Rio das Pérolas, próximo de Macau, Hong Kong e Guangdong, Delta do Rio Yangtze, próximo de Shanghai e o Bohai Rim, perto de Pequim. Com a economia mundial ainda a enfrentar diversos desafios, também os portos da China viram o seu crescimento abrandar, com o fluxo de passageiros nos portos nacionais a diminuir em 6,1 pp em relação ao ano anterior. Também o fluxo total de contentores nos portos nacionais diminui 4,3% em Apesar da fraca atividade e das taxas de crescimento instáveis, as perspetivas de longo-prazo para o setor são positivas, sendo este um setor bastante destacado no 12º Plano Quinquenal do Governo. O 12 º Plano Quinquenal destaca também a necessidade de melhores sistemas de transportes terrestres no país, prevendo um conjunto de obras de melhoramento e expansão de alguns canais de navegação interiores. Prevê-se que a extensão de canais do estuário de Yangtze e o projeto de melhoria do canal de Beijing- Hangzhou canal estejam concluídos até Tabela 2 Principais portos da China 1 Cidade Volume de contentores em 2011 (milhões TEU) Ranking Mundial Xangai 31,74 1 Shenzhen 22,57 4 Ningbo-Zhoushan 14,72 6 Guangzhou 14,26 7 Qingdao 13,02 8 Tianjin 11,59 11 Xiamen 6,47 19 Dalian 6,40 20 Lianyungang 4,85 26 Suzhou 4,69 28 Transporte Aéreo O aumento do PIB ao longo dos últimos 10 anos tem contribuído para o aumento do tráfego aéreo. O volume de passageiros nos aeroportos da China aumentou 12,4% em 2011 (570 milhões), apesar de representar um decréscimo face ao crescimento verificado em 2010, de 16,1%. Apesar disso, as receitas dos aeroportos do país aumentaram 16,7%, para US$ 8 mil milhões. Em 2011 a China tinha mais de 180 aeroportos, comparando com os 147 existentes em 2007 estimando-se que atinja os 230 aeroportos em 2015/ Fonte: World Shipping Council 50

51 Adicionalmente, por forma a assegurar a capacidade de tráfego, o Governo anunciou planos de construir mais 50 aeroportos até Gráfico 11 Tráfego de passageiros dos 10 maiores aeroportos da China ( ) % 57.9% % % % 54.0% % 59% 58% 57% 56% 55% 54% 53% 52% 51% Numero total de passageiros Passageiros que usam os 10 aeroportos principais Os 5 maiores aeroportos da China Pequim, Guangzhou, Xangai Pudong, Xangai Hongqiao e Chengdu representavam 36,6% do tráfego aéreo de passageiros em Em 2007 existiam apenas 10 aeroportos com um tráfego de passageiros superiores a 10 milhões. Em 2011 passaram pelo aeroporto da Capital (Pequim), Beijing Capital Airport, cerca de 78 milhões de passageiros, tendo crescido 6,3%, e sendo hoje o maior aeroporto da Ásia em termos de tráfego de passageiros. O aeroporto de Shanghai Pudong é o maior em termos de transporte de carga, tendo registado um movimento de 3,1 milhões de toneladas em 2011, 1/3 do total. Figura 4 Principais aeroportos da China Passageiros por ano: 25 milhões milhões 5 15 milhões 5 milhões Fonte: CAA Relatório estatístico 51

52 Entre 2011 e 2015, 50 novos aeroportos vão ser abertos, passando o número de aeroportos a ser de 230, em linha com os objetivos de longo prazo estabelecidos em 2008 de atingir os 244 aeroportos em O elemento central do plano de desenvolvimento do setor é o novo Aeroporto de Pequim, que irá ajudar a fazer face ao rápido crescimento de passageiros domésticos e internacionais. Em setembro de 2012, a Comissão Nacional da Reforma e Desenvolvimento (NDRC) aprovou a proposta de expansão do aeroporto da província de Gansu Dunhuang. As principais construções compreendem um novo terminal de m 2, a expansão do parque de estacionamento em m 2, bem como m 2 de instalações comerciais. A NDCR também aprovou um novo projeto de viabilidade do aeroporto Holingol na região interior da Mongólia. As principais construções são uma nova pista de 2,7 km de comprimento, um novo terminal de m 2, estacionamento para três aeronaves e novas instalações comerciais. Além disso, a NDRC aprovou também o novo aeroporto de Shanxi Linfen, projeto de reconstrução imposto pelo ocidente, que compreende a construção de uma nova pista de 2,6 km de comprimento, m 2 de terminal, estacionamento para quatro aeronaves e novas instalações comerciais. De acordo com o anúncio da NDRC, prevê-se que estas obras estejam concluídas e operacionais até Energia A acompanhar um crescimento económico contínuo, a procura de produção energética e redes de transmissão tem vindo a aumentar na China. Atualmente o país tem uma capacidade energética instalada de cerca de 900 GW, e planeia atingir os GW. Apesar de ser expetável que grande parte deste crescimento e da maior parte da produção energética do país permaneçam dependentes da produção de energia derivada do carvão, o 12 º Plano Quinquenal estabeleceu metas ambiciosas para a redução da dependência da China do carvão e de outras fontes derivadas de combustíveis fósseis. Cerca de 90% da energia da China provém de combustíveis intensivos em carbono, como o carvão, petróleo e gás natural. O governo tem a intenção de aumentar o uso de combustíveis não-fósseis no consumo de energia primária para 11,4% em 2015 e 15% até 2020, aliado a uma redução de 16% no consumo global de energia por unidade do PIB e a uma redução de 17% nas emissões de dióxido de carbono. Gráfico 12 - Estrutura de consumo de energia % 5% 18% Carvão Gás Natural Petróleo Outros 72% Fonte: National Energy Administration, China 52

53 Carvão Gráfico 13 - Capacidade total instalada (GW) - Carvão O carvão continua a ser a principal fonte geradora de energia do país, representando quase 66% da energia produzida. Atualmente, 49,5% do carvão mundial queimado para produzir eletricidade é proveniente da China, mas apesar de possuir mais de 13% das reservas mundiais de carvão, este continua a ter um peso significativo nas importações do país. Em 2011, as emissões da China aumentaram 9,3%, impulsionadas pelo aumento do uso do carvão, reafirmando assim a sua posição como maior emissor mundial de dióxido de carbono. 1, Fonte: National Energy Administration, China Espera-se que em 2030 a China seja responsável por 52% das emissões produzidas pelas centrais a carvão. No entanto, devido às enormes necessidades energéticas do país, ao custo relativamente baixo deste tipo de energia e às suas elevadas reservas de carvão, é pouco provável que esta fonte energética venha a ser substituída de forma significativa. De acordo com o 12º Programa Quinquenal de desenvolvimento da indústria do carvão para 2015, a capacidade instalada do carvão deverá atingir os 960 GW. Petróleo e Gás Ao longo dos últimos 10 anos a quantidade de petróleo bruto produzido na China tem crescido a um ritmo lento, apesar da crescente procura que tem vindo a Gráfico 14 - Capacidade total instalada (GW) ser respondida por crescentes volumes de petróleo Petróleo e Gás Natural importado A capacidade de refinação, por seu lado, tem crescido a um ritmo mais forte desde 2002, tendo 50 aumentado de 5,9 milhões de barris por dia para cerca de 11 milhões em 2011, sendo marginalmente superavitária no presente (a procura de petróleo atingiu os 9,8 milhões de barris por dia, em 2011) O gás natural é um recurso natural cada vez mais importante para a China, devido ao seu baixo custo Com o Governo central empenhado em reduzir a intensidade das emissões de dióxido de carbono do Fonte: National Energy Administration, China país enquanto procura assegurar um futuro energético seguro, atingir os 3,1 biliões de metros cúbicos de reservas de gás natural é cada vez mais importante. Com a produção a atingir os 107 mil milhões de m 3 em 2011, um aumento de 8% face a 2010, e um consumo de 130,7 mil milhões de m 3 (+20,5%), o investimento em gás natural a partir da exploração de gasodutos tem vindo a crescer. Na 1ª metade de 2012 registou-se um crescimento homólogo de 89% em investimentos na extração de petróleo e gás. 53

54 De acordo com o atual Plano Quinquenal, a China vai continuar a construção da segunda fase do oleoduto China-Cazaquistão, do gasoduto China-Mianmar, bem como continuar a investir noutros gasodutos. O objetivo é ter cerca de km de gasodutos e oleodutos até Energia Nuclear Com uma base energética estável, limitações às emissões de carbono e uma localização costeira, a energia nuclear assume-se como um método atrativo capaz de alimentar as crescentes cidades do leste da China. Gráfico 15 - Capacidade total instalada (GW) Energia Nuclear Fonte: National Energy Administration, China Após um impasse em todo o país na construção de energia nuclear, na sequência do acidente nuclear de Fukushima, a construção foi retomada. No final de 2011, com um aumento de 16,9% no consumo de energia nuclear, a China tinha 7 centrais nucleares em funcionamento, atingindo 13, com uma meta de produção de 80 GW até Atualmente, estão a ser construídas ou expandidas 13 centrais nucleares, ocupando a China o 1º lugar no ranking mundial de construção de centrais energéticas nucleares. Em 2015, espera-se que o país ultrapasse os 40 GW de capacidade nuclear e, em 2020, os 80 GW. Com 100 novas centrais projetadas, a China será provavelmente o maior produtor mundial de energia nuclear. Figura 5 Centrais Nucleares na China (2012) Devido à sensibilidade e importância da energia nuclear, o governo estabeleceu normas rígidas para as empresas do setor. Atualmente, apenas três empresas (China National Nuclear Corporation, China Guangdong Nuclear Power Holding e China Power Investment Corporation) podem realizar investimentos e desenvolvimentos na área. Fonte: National Energy Administration, China 54

55 Energias Renováveis A China é atualmente o maior produtor mundial de energia renovável. O principal foco do 12º Plano Quinquenal do Governo é a sustentabilidade. O desenvolvimento e expansão das indústrias de novas energias e da conservação energética são temas centrais para o rumo da nação. A energia hidroelétrica é a fonte de energia renovável dominante na China. Atualmente, a capacidade instalada de energia hidroelétrica é de 249 GW, o que faz da China o maior produtor deste tipo de energia no mundo. O Governo tem como objetivo aumentar a capacidade da energia hidroelétrica para 290 GW até Gráfico 17 - Capacidade total instalada (GW) Energia Hidroelétrica Gráfico 17 - Capacidade total instalada (GW) Energia Eólica Fonte: National Energy Administration, China A energia eólica é uma das maiores fontes de energia renovável da China. Os recursos eólicos do país são vastos e concentram-se principalmente nas províncias da região norte. De acordo com os mais recentes números da European Wind Energy Association, a capacidade instalada atual é de 63 GW. O Governo tem como objetivo atingir os 100 GW de energia eólica até 2015, e 200 GW até Grande parte dos recursos eólicos do país concentram-se no interior da Mongólia, que detém cerca de 50% das reservas de vento exploráveis na China. A energia solar tem ganho importância no setor das energias renováveis, tendo tido um crescimento exponencial nos últimos anos. Gráfico 18 - Capacidade total instalada (GW) Energia Solar Fonte: National Energy Administration, China Existem cerca de 400 empresas de sistemas fotovoltaicos na China. Em 2012, foram instalados painéis com uma capacidade de 5 GW, aumentando a capacidade instalada para 7 GW. No entanto, o peso desta fonte de energia é ainda bastante pequeno quando comparados com as energias acima mencionadas (solar e hidroelétrica). Água e saneamento Os recursos hídricos na China têm sido severamente afetados, não só pela escassez de água, como também pela crescente poluição do país. A população em crescimento e o rápido desenvolvimento económico, bem como a fraca fiscalização ambiental, têm aumentado a procura de água e a poluição do ambiente. Para responder a estes problemas, o Governo chinês foi obrigado a construir infraestruturas bem como recorrer à exploração de novas soluções tecnológicas. 55

56 O acesso a fontes de água de melhor qualidade e a saneamento básico melhorou significativamente nas últimas duas décadas, tendo acompanhado o crescimento económico do país. Em 2011, 92% da população tinha acesso a fontes de água melhorada e 65% a saneamento básico (em 1990, estas percentagens eram de 67% e 24%, respetivamente). No entanto, ter acesso a fontes de água melhoradas não significa ter acesso a água potável. Muitas destas fontes têm água de fraca qualidade, com elevada presença de substâncias indesejadas como o flúor, arsénio e sal, devido à contaminação fecal e à poluição química agrícola. Tabela 3 Acesso a fontes de água melhoradas e saneamento básico Ano Acesso a fontes de água melhoradas Saneamento básico % 24% % 34% % 45% % 55% % 65% % 65% Segundo dados do Banco Mundial, cerca de 60% das 661 cidades chinesas sofre de escassez de água sazonal e cerca de 100 cidades têm graves restrições hídricas. A contaminação de água potável a partir de fezes é um problema crítico de saúde na China, assim como em outros países em desenvolvimento, que provoca graves doenças. Uma pesquisa recente da UNICEF em 11 províncias descobriu que mais de metade do total das amostras de água potável continha níveis inaceitavelmente altos de bactérias. Factos A procura de água triplicou desde o ano 2000, sendo expectável que atinja os 320 mil milhões de toneladas em 2019; A maior parte da procura decorre das famílias e do consumo urbano, apesar de ter aumentado a procura para uso industrial. Problema Ineficiência no uso da água pelos habitantes decorrente da falta de incentivos para limitar o consumo - o preço é muito baixo; Poucos investimentos no sentido de tornar mais eficiente a indústria de fornecimento de água e diminuir as perdas, estimadas em 20% em Consequências Falta de água: o limite no acesso à mesma tem levado à migração das populações das áreas rurais. Estima-se que em 2013 existirão 30 milhões de refugiados ambientais na China; O governo tem desviado mais água para satisfazer a crescente procura nas áreas urbanas: existem hoje 500 cidades na China com mais de um milhão de habitantes. No entanto, o processo é lento; Têm surgido tensões entre as cidades que têm mais água e as que menos têm. Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) O setor das TIC espelha as enormes transformações ocorridas na indústria e economia do país. Desde a reforma económica da China (1978) que o setor industrial das TIC tem crescido rapidamente, tendo-se tornado num pilar da economia do país. O setor conheceu um crescimento muito rápido entre 2000 e 2004, com uma taxa de crescimento anual de 45%. Entre 2005 e 2007, esta taxa abrandou, situando-se nos 20%. No entanto, desde 2008 que o setor tem visto a sua taxa de crescimento diminuir, atingindo os 5%. A 56

57 produção domina a indústria das TIC, sendo 80% das receitas do setor provenientes de sistemas operativos, componentes eletrónicos, equipamento de comunicação e home-video. A China é o maior mercado de comunicações móveis, tendo atingido os 900 milhões de clientes em abril de 2011, no entanto, as receitas têm vindo a diminuir. As principais empresas do setor das TIC são a China Mobile Communications Corporation, a China Telecom Corporation Ltd, a Hongfujin Precision Industry (Shenzhen) Co., Ltd, a China Unicom Ltd e a Motorola (China) Electronics Ltd. 9 No final do ano de 2012, a China tinha 564 milhões de utilizadores de internet com cerca de 51 milhões novos utilizadores. A taxa de penetração da internet atingiu os 42,1%, um aumento de 3,8% face ao ano de Gráfico 19 Número de utilizadores de internet na China ( ) 10 60,000 50,000 40,000 30,000 20,000 10, % 38.30% 34.30% 56,400 51, % 45, % 38,400 16% 29, % 10.50% 21,000 13,700 11, Número de utilizadores da internet Taxa de penetração da internet (%) 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Em 2012, o Governo chinês formulou uma série de políticas para a investigação, desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias, que incentivam a inovação constante da internet. No que respeita ao acesso à internet através de telefones móveis, no final de 2012 existiam na China mais de 422 milhões de utilizadores, tendo aumentado de 69,3% (2011) para 74,5% em Quanto ao acesso à internet a partir de meios rurais, este representava, no final de 2012, 27,6% do total, atingindo os 156 milhões, mais 19,6 milhões que em The ICT Landscape in BRICS Countries, Jean-Paul Simon 10 CNNIC Statistical Survey on Internet Development in China 57

58 1.6. Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas O Governo chinês estabeleceu metas agressivas para muitos setores de infraestruturas, prevendo cerca de 70 novos aeroportos, 43 mil km de novas vias rápidas, e uma grande expansão das instalações portuárias até 2020, bem como o aumento em 22 mil km dos caminhos-de-ferro existentes até Os grandes projetos são determinados pelo Governo Chinês, acompanhados pela Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (NRDC). Numa análise mais prospetiva, e de acordo com o Banco Mundial, estima-se que o país irá gastar cerca de US$ 16 mil milhões (6,4% do PIB) nestes projetos até Energia, estradas, telecomunicações e água continuarão a ser domínios principais. Gráfico 20 Extensão dos caminhos-de-ferro (em milhares de km) % Gráfico 21 Extensão das vias rápidas (em milhares de km) % Gráfico 23 Número de aeroportos % % 150 Em 150 grande parte, o financiamento continuará a ser público. O Governo chinês financia cerca de 96% dos projetos de 102 infraestruturas: 99% dos projetos de transporte público urbano e aeroportos e 80 a 85% dos projetos de energia, água e expansão portuária. O restante é financiado por privado. Como a despesa subiu de US$ 116 mil milhões por ano em 2001 para 50mais de US$ 500 mil milhões em 2010, o número de empresas de 50engenharia e construção cresceu de para mais 0de Não surpreende, por isso, que cinco das dez maiores empresas de construção e engenharia mundiais 0 sejam chinesas Tabela 4 Projetos previstos por região Gráfico 22 Capacidade dos terminais de contentores (em milhões de TEU) Indústrias Este Centro Oeste Total Proteção ambiental Construção de portos e reconstrução de canais Construção de autoestradas Caminhos-de-ferro Total Fonte: Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (NDRC) 58

59 Tabela 5 Projetos Transporte marítimo Custo Data prevista de conclusão Fujian Meizhou Bay Navigation Improvement Project 129,39 30-Jun-2018 China Jiangxi Shihutang Navigation and Hydropower Complex Project n/a 30-Jun-2015 Anhui Shaying River Channel Improvement Project 274,58 31-Dez-2016 Tabela 6 - Projetos Transporte ferroviário Custo Data prevista de conclusão ZhangHu Railway 199,50 30-Jun-2018 JiTuHun Railway 5.436,9 31-Dez-2016 NanGuang Railway Project Dez-2014 Guiyang Guangzhou Railway Dez-2015 ShiZheng Railway Project 278,5 31-Dez-2013 Tabela 7 - Projetos Setor energético Custo Data prevista de conclusão China Jiangxi Shihutang Navigation and Hydropower Complex Project US$ 5,84 Milhões Junho 2015 CN-PCF Jincheng Coal Bed Methane Project US$ 84,60 Milhões Junho 2014 China Power Sector Transformer Efficiency Program n/a 31-Dez-2014 China Technology Needs Assessment (TNA) Nov-2015 CN-PCF Xiaogushan Hydropower Project n/a 31-Dez-2013 Jiangxi Shihutang Navigation and Hydropower Complex Project 290,60 30-Jun-2014 Tabela 8 Projetos Transporte aéreo Custo Data prevista de conclusão Jiangxi Shangrao Sanqingshan Airport Project 102,72 31-Dec-2018 Tabela 9 Projetos - Água e saneamento Custo Data prevista de conclusão Guangxi Laibin Water Environment Project 126,28 31-Jan-2019 Bayannaoer Water Reclamation and Environment Improvement Project 160,5 31-Dez-2017 Sustainable Development in Poor Rural Areas 158,86 31-Dez-2015 Sichuan Wudu Irrigated Agriculture Development Project 696,96 31-Dez-2017 Xinjiang Turfan Water Conservation Project 186,61 31-Mar-2017 Water Conservation Project II 138,34 30-Jun-2017 Han River Urban Environment Improvement Project 160,25 30-Jun-2014 Fonte: Banco Mundial 59

60 1.7. Abertura da economia e relações comerciais A intensidade das trocas comerciais da China teve um acentuado decréscimo em 2009, fruto da crise financeira que afetou os principais destinos das exportações chinesas. No entanto, regra geral, as trocas comerciais da China representam cerca de 60% do PIB do país. Sendo um país com um setor exportador forte e um consumo privado ainda pouco incentivado, as balanças corrente e comercial têm vindo a apresentar sucessivos resultados positivos, apesar do saldo ser tendencialmente menor. Tabela 10 - Abertura da economia da China China Abertura da Economia 11 62,24 49,02 57,13 58,71 - Taxa de câmbio (1US$=CNY) 6,948 6,831 6,770 6,461 6,312 Inflação (IPC, %) 5,86-0,70 3,31 5,41 2,65 Balança Comercial (em milhões US$) Balança Corrente (em % do PIB) 9,30 4,87 4,00 1,86 2,31 Fonte: World Bank O excedente comercial chinês tem vindo a diminuir, fruto do contínuo aumento das importações chinesas e da diminuição do ritmo de crescimento das exportações chinesas, como consequência da menor procura internacional desde o início da crise financeira em As RAE de Hong Kong e de Macau são regiões aduaneiras autónomas da China Continental e, como tal, as relações comerciais são indicadas como de exportação e importação Relações comerciais da China com os seus principais parceiros Importações As importações chinesas têm vindo a apresentar um forte crescimento anual, com exceção para o ano de 2009, quando as importações foram afetadas pela crise financeira internacional. Apesar de um ligeiro decréscimo em 2009 (consequência da crise financeira internacional), as importações chinesas têm apresentado um crescimento estável e constante. Os 4 principais mercados fornecedores da China mantiveram-se constantes ao longo dos últimos 5 anos, sendo o TOP 4 composto por Japão, Coreia, EUA, Taiwan. Nota-se, no entanto, a existência de uma diversificação e alteração no padrão dos países fornecedores da China, fruto também das alterações que a economia chinesa tem sofrido e do reposicionamento internacional com a aposta nos mercados emergentes para compra de matéria-prima e na europa para aquisição de grandes empresas de setores estratégicos, como energia. 11 [(Importações + Exportações)/PIB)]*100 60

61 Peso nas importações totais da China Importações (em milhões US$) RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP Assim, os mercados asiáticos tradicionais, Japão, Coreia e Taiwan têm vindo a perder algum do seu peso no total das importações chinesas, sendo que em 2008 estes 3 países representavam 35,2% do total das importações chinesas, contra apenas 28,69% em No entanto, não existe um padrão nos países que têm vindo a ganhar peso, sendo que estes são dispersos pelos vários países no mundo. Gráfico 24 - Evolução das importações da China Continental e principais países de origem, % 90% 1,743,395 1,818,199 2,000,000 1,800,000 80% 70% 1,396,002 1,600,000 1,400,000 60% 50% 40% 30% 20% 1,132, % 2.87% 2.96% 2.57% 2.98% 2.55% 3.52% 3.09% 3.92% 3.60% 4.29% 1,005, % 5.36% 6.07% 5.77% 9.94% 9.33% 8.99% 7.84% 8.46% 7.98% 10.78% 11.16% 10.74% 3.24% 3.13% 3.06% 3.29% 3.85% 3.49% 5.12% 5.07% 5.74% 5.51% 7.74% 7.92% 7.63% 8.01% 10.08% 10.11% 1,200,000 1,000, , , ,000 10% 14.48% 14.25% 13.72% 12.05% 10.66% 200,000 0% Japão Coreia EUA Taiwan Alemanha Austrália Malásia Arábia Saudita Brasil Fonte: UNCTAD, UNCTADstat A economia chinesa caracteriza-se pela forte industrialização e pelo elevado investimento, tanto público como privado, para a modernização da economia e a contínua industrialização do país, para além de possuir uma população ávida de consumo e uma taxa crescente de urbanização. Desta forma, é normal que umas partes significativas das importações chinesas concentrem-se em combustível e outras matérias-primas, representando em conjunto cerca de 32% das importações totais chinesas. As importações da China cresceram, em média, 12,56% por ano desde 2008, transformando o país no 2º maior importador do mundo, o que demonstra a importância deste mercado, o seu potencial e a resiliência apresentada à crise Adicionalmente, a China importa também maquinaria e equipamento de transporte, em particular da Coreia, Taiwan e Japão, representando este tipo de produtos 36% do total de importações chinesas. Nota-se ainda que não houve uma mudança significativa no período no tipo de produtos que a China importa, em termos relativos. 61

62 Gráfico 25 - Importações da China Continental Top Produtos, 2012 Alimentos e animais vivos 7% 4% 2% 15% Bebidas e tabaco Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras 36% 17% Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados 8% 10% 1% Maquinaria e equipamento de transporte Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 26 Evolução das importações chinesas, % 90% 80% 70% 60% 97,457,990 84,935, ,258, ,380, ,692, ,952, ,259, ,686, ,916, ,429,489 Commodities e transações n.e. Outros artigos manufaturados Maquinaria e equipamento de transporte Bens manufaturados 50% 40% 30% 20% 107,164, ,996, ,241, ,731, ,256, ,972, ,962, ,416, ,957, ,314, ,246, ,542, ,567, ,727, ,019,497 Químicos e produtos relacionados Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Matérias-primas (exceto combustíveis) 10% 166,695, ,821, ,975, ,915, ,564,239 Alimentos e animais vivos 0% Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 62

63 Importações da China Continental com proveniência do Japão Gráfico 27 - Importações da China Continental ao Japão (2012) 12% 3% 1% 14% Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Químicos e produtos relacionados 14% Bens manufaturados 56% Maquinaria e equipamento de transporte Outros artigos manufaturados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Mais de metade das exportações Japonesas para a China são maquinaria e equipamento de transporte, sendo que alguns bens manufaturados e químicos também apresentam valores relevantes Figura 6 Principais importações da China Continental ao Japão (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 63

64 Importações da China Continental com proveniência da Coreia Gráfico 28 - Importações da China Continental à Coreia (2012) Matérias-primas (exceto combustíveis) 16% 1% 7% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados 17% Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados 8% Maquinaria e equipamento de transporte 50% Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Tal como o Japão, e devido à sua estrutura produtiva, a Coreia exporta para a China maioritariamente maquinaria e equipamento de transporte, químicos e produtos relacionados, além de alguns bens manufaturados Figura 7 Principais importações da China Continental à Coreia (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 64

65 Importações da China Continental com proveniência dos EUA Gráfico 29 - Importações da China Continental aos EUA (2012) Alimentos e animais vivos 9% 4% 6% 26% Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Químicos e produtos relacionados 34% 2% Bens manufaturados Maquinaria e equipamento de transporte 5% 14% Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Apesar de 34% das exportações norte-americanas para a China serem em maquinaria e equipamento de transporte, os EUA diferenciam-se dos demais países desenvolvidos que compõem o top de mercados fornecedores da China por exportarem também elevados valores de matériasprimas, que não combustíveis, bem como alimentos Figura 8 Principais importações da China Continental aos EUA (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 65

66 Importações da China Continental com proveniência de Taiwan Gráfico 30 - Importações da China Continental a Taiwan (2012) 17% 0% 16% Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados 9% Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados Maquinaria e equipamento de transporte 57% Outros artigos manufaturados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Taiwan praticamente apenas exporta para a China maquinaria e equipamentos de transporte, produtos manufaturados e químicos e produtos relacionados Figura 9 Principais importações da China Continental a Taiwan (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 66

67 Peso nas exportações chinesas Exportações (milhões US$) RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP Exportações As exportações chinesas evoluíram de forma semelhante às importações do país e, assim, de acordo com o crescimento mundial. Em 2009 as exportações chinesas sofreram uma queda acentuada, fruto da crise financeira internacional, tendo desde então recuperado o seu crescimento. Os principais destinos das exportações chinesas são os EUA, Hong Kong, Japão e a Coreia, sendo que Hong Kong (enquanto REA e analisada de forma independente) tem vindo a ganhar peso na pauta de exportações chinesas. Gráfico 31 - Evolução das exportações da China Continental e principais países de destino, % 2,500,000 90% 2,048,782 80% 1,898,388 2,000,000 70% 60% 50% 1% 1% 1% 1% 2% 1% 1% 1% 2% 2% 1% 2% 1% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 1% 2% 1,577,764 2% 2% 2% 2% 3% 2% 2% 2% 2% 1% 2% 2% 1,430,693 2% 3% 3% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 3% 3% 3% 3% 3% 2% 1,201,647 4% 4% 3% 3% 4% 4% 3% 1,500,000 40% 5% 8% 4% 4% 4% 8% 8% 8% 4% 7% 1,000,000 30% 13% 14% 14% 14% 16% 20% 500,000 10% 18% 18% 18% 17% 17% 0% EUA Hong Kong Japão Coreia Alemanha Holanda Índia Reino Unido Rússia Singapura Austrália Taiwan Malásia Indonésia Vietname Brasil Fonte: UNCTAD, UNCTADstat As exportações chinesas cresceram, em média, entre 2008 e 2012, 9,39% por ano, sendo desde 2009 o maior exportador mundial. Prevê-se que mantenha uma percentagem de crescimentos superior a 9% 67

68 Gráfico 32 - Exportações da China Continental Top produtos (2012) Matérias-primas (exceto combustíveis) 26% 3% 1% 2% 6% 16% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados Maquinaria e equipamento de transporte Outros artigos manufaturados 47% Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 33 Evolução das importações chinesas, % 90% 80% 70% 60% 335, , , , ,788 Commodities e transações n.e. Outros artigos manufaturados Maquinaria e equipamento de transporte Bens manufaturados 50% 674, , , , ,288 Químicos e produtos relacionados 40% 30% 20% 262, , , , ,162 10% 79,313 62,008 87, , ,522 0% Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Matérias-primas (exceto combustíveis) Alimentos e animais vivos Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Sendo um país altamente industrializado, a China exporta maioritariamente produtos manufaturados, maquinaria e equipamento de transporte. Adicionalmente, a estrutura da pauta de exportações chinesa não sofreu alterações relevantes nos últimos 5 anos 68

69 Exportações da China Continental para os EUA Gráfico 34 - Exportações da China Continental aos EUA (2012) Alimentos e animais vivos 31% 2% 4% 12% Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados 50% Maquinaria e equipamento de transporte Outros artigos manufaturados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Concentrando-se largamente em produtos manufaturados, as exportações chinesas para os EUA destacam-se principalmente em maquinaria de escritório e equipamento informático, bem como aparelhos de gravação de som e aparelhos de telecomunicação Figura 10 Principais exportações da China Continental aos EUA (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 69

70 Exportações da China Continental para a REA de Hong Kong Gráfico 35 Exportações da China Continental para a REA de Hong Kong (2012) Alimentos e animais vivos 25% 2% 2% 6% Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados 63% Maquinaria e equipamento de transporte Outros artigos manufaturados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat A larga maioria dos produtos exportados pela China para Hong Kong são maquinaria e equipamento de transporte, com enorme destaque para aparelhos e equipamento elétrico Figura 11 Exportações da China Continental para a REA Hong Kong (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 70

71 Exportações da China Continental para o Japão Gráfico 36 - Exportações da China Continental ao Japão (2012) Alimentos e animais vivos 30% 7% 2% 6% 12% Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados Maquinaria e equipamento de transporte Outros artigos manufaturados 41% Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat As exportações chinesas para o Japão são ligeiramente mais heterogéneas, comparativamente com as exportações chinesas para os EUA ou para Hong Kong. No entanto existe ainda uma forte concentração em aparelhos e equipamento elétrico, e ainda em aparelhos de gravação de som e aparelhos de telecomunicação Figura 12 Principais exportações da China Continental ao Japão (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 71

72 Exportações da China Continental para a Coreia Gráfico 37 - Exportações da China Continental para a Coreia (2012) Alimentos e animais vivos 14% 4% 2% 2% 8% 22% Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados 48% Maquinaria e equipamento de transporte Outros artigos manufaturados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat A par dos demais países que representam o top dos destinos das exportações chinesas, a Coreia absorve maioritariamente produtos manufaturados e maquinaria, além de equipamento de transporte Figura 13 Principais importações da China Continental para a Coreia (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 72

73 Importações (milhõies US$) RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP Relações comerciais da China Continental com a CPLP Importações As importações chinesas dos países membros da CPLP sofreram uma evolução em linha com o total da evolução das importações chinesas, com decréscimo em 2009 e uma forte recuperação desde então. Na CPLP, os mercados fornecedores da China Continental mais relevantes são o Brasil e Angola, sendo que Portugal apresenta um valor reduzido de trocas comerciais, com perspetiva de crescimento dados os recentes investimentos da China em Portugal e o subsequente reforço das relações comerciais e o crescendo interesse nos demais países africanos de língua oficial portuguesa, além de Angola. No total, a CPLP representa mais de 5,25% das importações totais chinesas, sendo que o Brasil representa 3,13%, essencialmente respeitante a matérias-primas, Angola 2,01%, com predominância do petróleo e Portugal 0,09%, de veículos automóveis. Apesar da relevância do Brasil, o destaque no crescimento das exportações para a China vai para Portugal, que conseguiu aumentar as suas exportações para o gigante asiático em média 40,61% por ano, entre 2008 e 2012, valor que se estima ter uma ligeira quebra no crescimento em Em conjunto, as exportações dos países que compõem a CPLP para a China cresceram cerca de 14% por ano. Gráfico 38 - Importações da China à CPLP, ,000 90,000 80,000 70,000 1,162 1,515 60, ,281 50, ,387 40,000 29, ,099 30,000 28,281 20,000 10,000 22,383 14,676 22,815 24,922 33, Angola Brasil Brazil Portugal Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Apesar de pouco relevantes, as exportações portuguesas para a China cresceram a um ritmo médio de 40,61% por ano, entre 2008 e 2012, estimando-se um crescimento acima dos 30% em Com esses resultados Portugal passou a representar 0,09% das importações totais chinesas em 2012, contra apenas 0,03% em

74 Importações com proveniência do Brasil Gráfico 39 - Importações da China Continental ao Brasil (2012) 9% Alimentos e animais vivos 4% 1% 2% 1% 3% 3% Bebidas e tabaco Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras Químicos e produtos relacionados 77% Bens manufaturados Maquinaria e equipamento de transporte Fonte: UNCTAD, UNCTADstat O Brasil tem lugar de destaque nos mercados fornecedores da China, compondo ainda o Top10. Esta posição deve-se maioritariamente á exportação de matérias-primas, que não combustível, representando 77% das exportações brasileiras para este mercado Figura 14 - Principais importações da China Continental ao Brasil (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 74

75 Importações com proveniência de Angola Gráfico 40 - Importações da China Continental a Angola (2012) 0% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Químicos e produtos relacionados 99.9% Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Figura 15 - Principais importações da China Continental a Angola (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Quase a totalidade das exportações angolanas para a China são concentradas no petróleo, sendo o 2º maior fornecedor deste produto à China, atrás apenas da Arábia Saudita. Angola exporta mais de 12,5% de todo o petróleo que a China importa anualmente 75

76 Importações com proveniência de Portugal Gráfico 41 - Importações da China Continental a Portugal (2012) 8% 1% 1% 22% Alimentos e animais vivos Bebidas e tabaco Matérias-primas (exceto combustíveis) 4% 5% Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados 59% Maquinaria e equipamento de transporte Outros artigos manufaturados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Figura 16 Principais importações da China Continental a Portugal (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat As exportações de veículos automóveis têm sido um dos grandes motores de crescimento das exportações portuguesas para a China, representando já perto de 42% das exportações totais de Portugal para este mercado A Autoeuropa alterou o seu processo de distribuição durante o ano de 2011, passando a exportar a sua produção diretamente do porto de Setúbal para a China, em vez de exportar para a Alemanha que posteriormente exportava para a China 76

77 Exportações chinesas em milhões US$ RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP Exportações Apenas o Brasil, Angola e Portugal apresentam valores com relevância estatística relativamente à absorção das exportações chinesas. Novamente o Brasil apresenta-se como o maior parceiro da China no seio da CPLP. No entanto, o Brasil apresenta uma Balança Comercial superavitária com a China, absorvendo apenas um pouco mais de US$ 33 mil milhões em produtos chineses, contra mais de US$ 51 mil milhões que o Brasil exporta para a China. De referir que, não obstante, o Brasil figura no top20 de mercados destino das exportações chinesas. O Brasil foi ainda o país que mais aumentou as suas importações provenientes da China, com um crescimento médio entre 2008 e 2012 de 15,45% por ano, seguido por Angola com 8,24% e Portugal 1,93%, para o mesmo período. Gráfico 42 - Exportações da China Continental à CPLP (2012) 45,000 40,000 35,000 2,801 2,501 30,000 2,513 25,000 20,000 2,317 1,924 31,837 33,414 15,000 24,461 18,807 10,000 14,119 5,000 4,039 2,942 2,386 2,004 2, Angola Brasil Portugal Fonte: UNCTAD, UNCTADstat As exportações da China para os países membros da CPLP cresceram, em média, entre 2008 e 2012, mais de 13,5% por ano, principalmente impulsionadas pelas exportações chinesas para o Brasil, que passou a absorver em ,63% das exportações totais chinesas, contra apenas 1,31% em

78 Exportações da China Continental para o Brasil Gráfico 43 Exportações da China Continental ao Brasil (2012) Alimentos e animais vivos 21% 2% 1% 10% Matérias-primas (exceto combustíveis) 19% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados Maquinaria e equipamento de transporte 47% Outros artigos manufaturados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Figura 17 Principais exportações da China Continental ao Brasil (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 78

79 Exportações da China Continental para Angola Gráfico 44 - Exportações da China Continental a Angola (2012) 20% 2% 5% Alimentos e animais vivos Matérias-primas (exceto combustíveis) 34% Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados 40% Maquinaria e equipamento de transporte Outros artigos manufaturados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Figura 18 Principais exportações da China Continental a Angola (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 79

80 Exportações da China Continental para Portugal Gráfico 45 - Exportações da China Continental a Portugal (2012) 27% 5% 6% Alimentos e animais vivos Matérias-primas (exceto combustíveis) Químicos e produtos relacionados 24% Bens manufaturados Maquinaria e equipamento de transporte 37% Outros artigos manufaturados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Figura 19 Principais exportações da China Continental a Portugal (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Nos países da CPLP as exportações chinesas concentramse em produtos manufaturados, em maquinaria e equipamento de transporte. Há uma considerável diferença na pauta das importações, enquanto o Brasil e Portugal importam em larga escala aparelhos de gravação de som e aparelhos de telecomunicação, atendendo ao seu baixo preço, Angola importa maioritariamente veículos automóveis. 80

81 Fluxos de IDE (em milhões US$) RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP 1.8. Investimento direto estrangeiro de e para a China O investimento direto estrangeiro (IDE) na China tem-se apresentado bastante resiliente à crise financeira, com um decréscimo acentuado em 2009 e um pequeno recuo em 2012 novamente. No entanto, a 2ª maior economia mundial tem-se apresentado particularmente atrativa aos investidores externos. Em 2012 a China foi o 2º maior recetor de IDE no mundo, atrás apenas dos EUA, e foi ainda o 3º maior investidor externo, depois dos EUA e do Japão. Os dados relativos a 2013 indicam que a China irá aumentar novamente a sua capacidade de atração de IDE, apesar do abrandamento da economia chinesa. O investimento chinês em economias desenvolvidas tem vindo a alterar o panorama de negócios internacionais, havendo uma propensão para empresas em países desenvolvidos serem adquiridas por empresas estatais de países emergentes. A título de exemplo, pode-se indicar a aquisição em 2012 da EDP - Energias de Portugal S.A. pela China Three Gorges Corp, num investimento de 2.7 mil milhões de euros. Gráfico 46 Fluxos de IDE na China (2012) 140, , , , , ,080 95, ,000 80,000 68,811 74,654 84,220 55,910 56,530 60,000 40,000 20, Inward Outward Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Os principais países a investir na China têm o Japão, Singapura, Taiwan e os EUA, sendo que a maior parte do investimento externo tem-se concentrado na indústria, com cada vez maior ênfase na indústria de alta tecnologia e no setor dos serviços. Acrescem a estes países o investimento realizado por via da REA de Hong Kong. A China é atualmente o maior investidor estrangeiro no continente africano, além de ser o seu maior parceiro comercial, tendo ultrapassado os EUA em O comércio bilateral entre a China e África passou de 10,6 mil milhões em 2001 para mais de 160 mil milhões em 2011, sendo estimado que a China tenha absorvido cerca de 33,4% das exportações africanas destinadas a economias emergentes, no ano de

82 1.9. Principais Setores de Oportunidade 12 Em 2011, foi aprovado pelo Governo Chinês o 12º Plano Quinquenal, para vigorar até 2015 ( ). O Plano tem como principal objetivo a reestruturação económica assente na qualidade e eficácia e define como meta um crescimento económico médio de 7% até 2015, abaixo da média de 10% alcançada nos últimos 30 anos. O país virou-se para dentro, está a tentar encontrar resposta para as exigências naturais de uma classe média cada vez mais reforçada e, para isso, precisa de ter acesso a recursos naturais e a competências técnicas de empresas estrangeiras para as poder aplicar no seu território Pedro Reis, AICEP, 2013 Caminho das Exportações PwC Esta medida vem no sentido de uma maior preocupação por parte do Governo Chinês sobre questões sociais, em detrimento de uma visão orientada apenas para o crescimento, no sentido de atenuar diferenças entre realidades socioeconómicas regionais e entre zonas urbanas e rurais, aumentar salários, melhorar o sistema de proteção social e conter a inflação. Tendo em conta esta visão, orientada para mais qualidade do que quantidade, são identificados alguns setores, e respetivas oportunidades, com elevado potencial nos próximos anos. Setor Alimentar e Bebidas As principais mudanças nos padrões de consumo da população chinesa incluem uma maior procura por alimentos, de uma gama mais diversificada e de qualidade superior. Os consumidores chineses, em particular os mais ricos, procuram cada vez mais por produtos importados, devido às preocupações crescentes com a segurança dos alimentos produzidos na China. Estima-se que em 2018 a China se venha a tornar no maior consumidor de comida importada a nível mundial. Por outro lado, o setor das bebidas tem cada vez mais expressão no mercado chinês. Segundo a Canadean, consultora internacional de estudos de mercado, muito focada em bebidas e produtos alimentares, a China está a tornar-se um gigante no vinho. Em termos internos, até 2017, espera-se que o mercado cresça em valor cerca de 7,6% e em volume cerca de 5,7%. Oportunidades Alimentos o o o o Azeite - Em 2012 a China foi um dos maiores importadores de azeite. O mercado de azeite está a crescer 100% anualmente, sendo que todas as marcas mais famosas de azeite na China são estrangeiras; Chocolate; Cereais; Biscoitos pré embalados. Bebidas o o Cerveja; Vinho - Nos últimos anos, o consumo de vinho importado tem crescido rapidamente. A China é hoje o principal mercado asiático de vinho em termos de volume, apresentando um consumo anual de cerca de 1,4 mil milhões de litros em 2011, o que representa em média um crescimento de 80% desde Este mercado é cada vez mais importante para Portugal. Segundo a Câmara de 12 EU SME Centre European Union e Sociedade Portuguesa de Inovação, China Desafios e Oportunidades 82

83 o o Comércio Luso-Chinesa, as exportações de vinhos portugueses para a China triplicaram nos últimos três anos, somando milhões de euros em A China atingiu recentemente o primeiro lugar mundial no ranking dos países que mais consomem vinho tinto; Café; Leite em pó. Setor da Saúde O aumento do rendimento disponível, o envelhecimento da população, e o crescente apoio do Governo são os principais fatores que potenciam o setor da saúde na China. O mercado chinês de saúde é o terceiro maior do mundo em termos de dispositivos médicos, o segundo em farmacêutica e um dos maiores ao nível de serviços médicos prestados. Oportunidades Dispositivos Médicos o Dispositivos médicos de uso doméstico. Farmacêutica o Medicamentos genéricos e inovadores; o Vacinas e bio farmacêuticas. Serviços de Saúde o Hospitais privados; o Gestão de saúde/estilo de vida; o Lares privados. Setor das Novas Energias O governo chinês tem vindo a implementar uma série de políticas para apoiar o desenvolvimento das novas energias (uma das metas do 12º Plano Quinquenal), tendo planos ambiciosos para reduzir as emissões de carbono e tornar a China numa economia mais verde. No entanto, esta indústria está ainda na fase inicial. No que respeita à energia eólica, quando comparada com países europeus como a Dinamarca e a Alemanha, esta energia não tem grande representatividade na China, havendo por isso grande espaço para o seu desenvolvimento no país. Oportunidades Tecnologia para obtenção de energia renovável; Inovação e know how. Setor Automóvel Nos últimos anos, a China transformou-se no maior mercado automóvel do mundo, não só a nível de consumo, ultrapassando os EUA, mas também ao nível da produção, ultrapassando o Japão. A previsão do Governo Chinês estima que, em 2013, sejam vendidos na China Continental 20,8 milhões de viaturas, contra as 19,3 milhões vendidas em 2012, o que significa uma previsão de crescimento do mercado em 7,8%. Por outro lado, internamente o setor automóvel chinês tem conhecido importantes progressos na sua estrutura rodoviária, e o rápido crescimento da população com interesse neste segmento constitui uma oportunidade. 83

84 Oportunidades E vehicles Veículos elétricos; Peças automóveis sobresselentes; Testes de equipamento especializados; Sistemas de eficiência de combustíveis; Pós tratamento das emissões automóveis; Tecnologias elétricas e híbridas; Novos materiais (por exemplo fibra de carbono). Setor Químico Embora este setor tenha uma evolução relativamente recente, fruto do aumento da procura por indústrias relacionadas, nomeadamente automóvel, construção naval e construção, a indústria química representa um dos setores de maior interesse económico na China. Com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade as empresas nacionais estão cada vez mais dispostas a criar relações com as empresas estrangeiras, formando parcerias e joint ventures. Oportunidades Agroquímicos; Expertise e R&D; Gases industriais; Ajuda às empresas nacionais no cumprimento das normas europeias (EU REACH standards); Tecnologias que poderão ajudar a reduzir o impacto ambiental deste setor. Setor da Construção Após alguma instabilidade, é esperado um crescimento deste setor, fruto dos investimentos locais do Governo, crescimento da urbanização, desenvolvimento das infraestruturas, aumento do rendimento per capita e, consequentemente, um fortalecimento das preferências dos consumidores no que respeita à aquisição de casa própria. Por outro lado, com o objetivo de alcançar as metas estabelecidas no 12º Plano Quinquenal relativas à conservação do meio ambiente, maior atenção será dada à construção sustentável e eficiência energética, criando oportunidades únicas para a construção de eco cidades em grande escala. Oportunidades Green Buildings o Financiamento concedido para construção ecológica e cooperação com as empresas locais; o Design para Green Buildings; o Eficiência energética nos edifícios e outras construções. Equipamentos para construção (como pás, escavadoras, etc.) Setor das Tecnologias e Telecomunicações O setor das TIC tem vindo a crescer bastante nos últimos anos. Não obstante, os 457 milhões de usuários de internet e os 859 milhões de usuários de telefone móvel representam apenas cerca de 30% do mercado, o que se traduz numa oportunidade para investir. 84

85 As oportunidades para as empresas estrangeiras surgem ao nível da inovação (produtos diferentes, cada vez mais inovadores), da qualidade e da especialização (nichos de elevado valor, e know how especializado). Oportunidades Software empresarial; Desenvolvimento web; Desenvolvimento de aplicações; Consultoria de IT e Outsourcing; Serviços financeiros de IT; E Governo; E Saúde; Cloud computing. 85

86 1.10. Industrias abertas e restritas ao investimento externo na China Existem oportunidades e restrições em diferentes indústrias para os investidores externos na China. Estes setores estão identificados no Catálogo do Guia Industrial para o Investimento Externo (Foreign Investment Industry Guidance Catalogue). Este é um documento atualizado anualmente pela Comissão Nacional para a Reforma e o Desenvolvimento (NDRC) e o Ministério do Comércio (MOFCOM). Em 2013 o NDRC e o MOFCOM propuseram revisões consideráveis às atividades que constavam no catálogo. O novo catálogo que irá impactar nos novos investimentos estrangeiros na China ao longo dos próximos anos apresentam mudanças na alta tecnologia, energia renovável, sustentabilidade ambiental, produção de valor acrescentado e educação. Este catálogo poderá ser uma interessante fonte de informação sobre as oportunidades de investimento na China. As diferentes categorias são: Incentivada As indústrias prioritárias que são incentivadas incluem a alta tecnologia, proteção ambiental e energia renovável. O investimento em atividades referidas nesta categoria está sujeita a requisitos administrativos menos exigentes e podem beneficiar, entre outros, de um regime fiscal mais favorável. Com as alterações de 2013 as novas atividades incentivadas são: i) formação profissional, ii) empresas de capital de risco, iii) construção e operação de estações de carregamento de veículos elétricos e estações de mudança de bateria, iv) construção e operação de estações de tratamento de água; v) novos tipos de vidro de alta tecnologia e produtos de ótica. A categoria standard. Atividades que não compreendidas mais nenhuma categoria. Sem tratamento restritivo ou favorável particular. Atividades que, desde 2013, se enquadram nesta categoria incluem: i) produção de refrigerantes, ii) construção e operação de refinarias de petróleo, com uma produção anual de oito milhões de toneladas ou menos, iii) vários tipos de empresas comerciais envolvidas no negócio de franchise, iv) retalho, logística e venda de automóveis, instituições médicas, empresas de leasing financeiro, distribuição e importação de livros, jornais e revistas, importação de produtos audiovisuais e periódicos eletrónicos, serviços de música internet. Permitida Restrita Proibida O investimento em atividades nesta categoria está sujeita a níveis mais elevados de controlo e de exigências administrativas mais rigorosas, e pode ser negado, a critério das autoridades de homologação. Incluem-se nesta categoria as atividades de alguns serviços financeiros e de media, de produtos de baixa tecnologia, de recursos intensivos e poluentes. São igualmente restritas a empresas chinesas a exploração de matériaprima. São específicas a algumas atividades culturais, desportivas e da indústria do entretenimento. Algumas atividades recentemente proibidas incluem serviços postais na entrega do correio expresso doméstico. 86 O investimento estrangeiro não é permitido.

87 1.11. Financiamento à economia Principais bancos presentes 13 Existem várias categorias de bancos na China, com diferentes estruturas e funções: 1. Policy Banks - Bancos totalmente detidos pelo Estado: China Development Bank (sustenta o desenvolvimento económico do país e direciona os investimentos estrangeiros); China EXIM Bank; Agricultural Development Bank of China (suporta o desenvolvimento do setor agrícola). 2. Bancos Comerciais equitizados Bancos que eram totalmente detidos pelo estado mas que foram transformados em sociedades anónimas, detidas maioritariamente pelo Governo: Agricultural Bank of China; Bank of China; Bank of Communications; China Construction Bank; Industrial and Commercial Bank of China. 3. Bancos Locais Detidos maioritariamente por governos locais e municipais 4. Bancos Privados Comerciais Criados após o início da reforma bancária da China e com pouca presença do Governo na estrutura acionista: 12 bancos comerciais chineses, sendo o China Minsheng Bank o maior e mais importante; Bancos estrangeiros. O setor bancário da China, altamente concentrado, totalizava em 2010 cerca bancos. Embora o sistema bancário chinês seja composto por vários tipos de bancos, o seu mercado é dominado pelos cinco bancos equitizados. Quase metade do total de ativos do setor bancário da China são detidos por estes cinco bancos. A segunda maior categoria de bancos é composta pelos 12 bancos comerciais chineses, que representam 15,6% do total do mercado. Já os 147 bancos privados comerciais detêm 8,2% dos ativos bancários. A terceira maior categoria é composta pelas instituições financeiras rurais (11,2%). Tabela 11 Valor dos Ativos e Quotas de Mercado conforme tipo de banco Tipo de Banco Valor dos Ativos (em biliões de yuans) Quota de Mercado Policy Banks 7,652 8% Bancos equitizados 46,894 49,2% Bancos Comerciais 7,853 8,2% Bancos Comerciais Rurais e Cooperativas 10,658 11,2% Bancos Comerciais Privados 14,904 15,6% Bancos Estrangeiros 1,742 1,8% Outros 5,602 5,9% O peso dos 5 maiores bancos tem vindo a diminuir nos últimos anos, o que reflete o rápido crescimento das outras instituições, não só em termos de número mas também em termos de ativos. Nos termos do sistema regulatório bancário da China, existem 4 entidades de reporte, cada qual com a sua área de responsabilidade. O Banco Central do país é o People s Bank of China (PBOC), responsável por formular e implementar a política monetária do país. Este juntamente com a Comissão Bancária Reguladora (CBRC) supervisiona as operações de todas as instituições bancárias da China. 13 Fonte: CBRC - Annual Report 2010 e China s Banking System: Issues for Congress 14 FSA Financial Sector Assessment 87

88 O Ministério da Finanças (MoF) é responsável pelas políticas fiscais do país e pelo Orçamento do Governo Central. A Administração do Estado da Moeda Estrangeira (State Administration of Foreign Exchange) é responsável pela supervisão e monitorização das transações com o exterior, bem como pela gestão das reservas cambiais do Governo Bancarização da população 15 Segundo dados do FMI, em 2012 existiam na China 9,17 sucursais de bancos comerciais e 44 caixas automáticas (ATM) por cada km 2. Quando relacionado com o número de habitantes, por cada adultos existiam 7,74 sucursais e 37,51 caixas automáticas (ATM). Nos gráficos abaixo apresentados, pode constatar-se esta evolução. Gráficos 47 Sucursais de bancos comerciais por 100,000 adultos e caixas automáticas por 100,000 adultos (FMI) Sucusais de bancos comerciais : adultos Caixas automáticas (ATM) : adultos Taxas de juro 16 Nos países mais desenvolvidos, as taxas de juro são muito baixas, próximas de zero em termos nominais e negativas em termos reais. Isto faz parte de uma política deliberada dos bancos centrais para desencorajar a poupança e incentivar os empréstimos. É também visto como uma forma de impulsionar o mercado acionista, criando um efeito de riqueza e reforçando a confiança dos indivíduos. Gráfico 48 Evolução das taxas de juro na China ( ) 8% 5.3% 6% 4% 2% 0% -2.3% (2%) Fonte: Banco Mundial 5.3% 5.9% 2.30% 2.30% 5.8% 2.80% 6.6% 3.50% 6.0% 3.00% -1.1% -0.7% 2.4% (4%) Taxa de Juro Real Taxa de Juro de Depósitos Taxa de Juro de Empréstimos 15 FAS Financial Access Survey 16 The economist e Analyzing China s External Imbalances Lardy, Nicholas (2012) 88

89 Até agora, o atual regime das taxas de juro do país colocava um limite máximo à taxa de juro de depósitos e um limite mínimo à taxa de juro de empréstimos. Os maiores beneficiários desta política eram os grandes bancos detidos pelo Estado, uma vez que a diferença entre as duas taxas de juro oferecia margens de lucro elevadas. Os maiores prejudicados eram os aforradores privados, que sofriam com as taxas implícitas nos depósitos, e as empresas do setor privado, que suportavam custos de capital mais elevados que o necessário. Em 2013, o Banco Central do país anunciou o fim das restrições às taxas de juro de empréstimos, procurando aumentar a competição entre os bancos e estimular a concessão de empréstimos. Com o abrandamento do crescimento económico, as empresas privadas passam assim a ter maior acesso ao crédito Bolsa de valores 17 Existem duas grandes bolsas de valores na China: Bolsa de Valores de Xangai (SHSE); Bolsa de Valores de Shenzhen (SZSE). Outra importante bolsa de valores do país está localizada em Hong Kong. A Região Administrativa Especial de Hong Kong dispõe de autonomia nesta área. Tradicionalmente, a Bolsa de Valores de Hong Kong (HKSE) estava focada nas ações das empresas sedeadas localmente. No entanto, expandiu-se e começou a negociar volumes consideráveis de ações de empresas chinesas (H-shares), maioritariamente detidas pelo Governo, que ganharam permissão para vender as suas ações na HKSE. Existem também outros tipos de ações cotadas nas bolsas de Xangai e de Shenzhen. As B-shares, por exemplo, são ações de empresas chinesas autorizadas a serem detidas por estrangeiros e são normalmente denominadas em moeda estrangeira. O número destas ações é muito inferior ao número de A-shares (ações de empresas nacionais cotadas em bolsa). Em 2012, existiam apenas 54 ações B-share na SHSE e 945 ações A-share. 17 The Chinese Financial System An introduction and overview 89

90 2.RAE de Macau 90

91 2. Região Autónoma Especial de Macau 18 Figura 20 Localização geográfica de Macau e distância aéreas das principais cidades Em 1999 a soberania de Macau, outrora uma antiga colónia portuguesa, foi transferida para a República Popular da China, tornando Macau numa Região Administrativa Especial (RAEM). Macau atua sob os princípios do Governo Popular Central (RPC) de um país, dois sistemas. Macau tem um estatuto especial semelhante ao existente em Hong-Kong, igualmente considerado Região Administrativa Especial (RAE), permitindo-lhe assim gozar de autonomia em diversas áreas com exceção da defesa do território e das relações externas. De acordo com a Lei Básica de Macau (Constituição), a RAEM usufrui de autonomia do poder executivo, legislativo e judicial, bem como para definição das suas políticas económicas. Geograficamente, Macau situa-se na costa sudeste da China Continental. Possui uma área total de cerca de 29,9 Km 2 e apresenta como limites fronteiriços o Cantão (145 Km) e Hong Kong (70 Km). Macau é constituído por uma península e duas ilhas, denominadas Taipa e Coloane, respetivamente. O seu posicionamento geográfico permite-lhe a ligação entre as Portas do Cerco e a Ponte Flor, que por sua vez permitem o favorecimento da ligação entre Macau e a Zona Económica Especial (ZEE) situada em Zhuhai. Estima-se que a população de Macau seja constituída por 591,900 habitantes, sendo já considerada uma das cidades com maior densidade populacional do mundo. A maioria da população reside no norte da península de Macau. A maioria da população é de etnia Chinesa (cerca de 94%), registando-se outras nacionalidades tais como a portuguesa e a filipina. Apesar de predominar na população a religião Budista, destacam-se outras religiões 18 Governo da Região Administrativa Especial de Macau 91

92 minoritárias tais como o catolicismo, o daoismo e o confucionismo, entre outras. As línguas oficiais são o Português e o Mandarim, o dialeto local é Cantonês que também é falado em Hong Kong e em Guangdong (Cantão). Destacam-se como setores primordiais da economia macaense o setor dos serviços, que se encontra relacionado com os casinos, nomeadamente rendimentos derivados dos jogos de fortuna e azar, assim como o setor do turismo. Existem ainda outros setores de relevo para a economia de Macau, dos quais se destacam a construção civil, a indústria têxtil, a produção de brinquedos, entre outros. A Região Administrativa Especial de Macau encontra-se integrada em alguns grupos internacionais, sendo membro da Organização das Nações Unidas (ONU), da Comissão Económica e Social para a Ásia-Pacífico das Nações Unidas e integra também a Organização Mundial de Comércio. Participou também em reuniões com a APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico/Asia-Pacific Economic Cooperation) e tem colaborado ativamente com a CPLP promovendo os contactos económicos e culturais entre os países lusófonos. A unidade monetária em Macau é Pataca (MOP), em Março de 2014, 1 = 0.09 patacas, tendo a evolução do seu valor monetário variado ao longo dos anos, como poderá ser verificado adiante (link) Macroeconomia PIB da economia Macaense 19 A economia de Macau tem registado, nos últimos anos, um notável desenvolvimento, consequência do bom desempenho da indústria do jogo e do turismo. A liberalização daquela indústria permitiu atrair elevados investimentos, maioritariamente oriundos dos EUA, da China e de Hong Kong, tendo possibilitado ainda a abertura das fronteiras da China. O PIB de Macau registou um crescimento real de 10% no segundo trimestre do 2013, face ao período homólogo de O crescimento registado é sustentado por: Um aumento na exportação de serviços do jogo; Um crescimento das despesas dos visitantes da região; Um aumento noutros serviços turísticos; Maior investimento privado. Embora a taxa de crescimento do PIB de 10% seja um dos melhores desempenhos registados a nível mundial em 2012, este valor pode ser considerado modesto apesar de mais sustentável em especial quando comparado com o crescimento de 22% registado em Na base deste abrandamento esteve uma desaceleração das exportações de serviços, tendo-se registado uma queda do número de visitantes no segundo semestre de A maior restritividade ao crédito na China condicionou, de modo significativo, os gastos dos clientes de luxo (dos quais cerca de 90% provêm da China Continental), sendo que estes visitantes continuam a ter o peso mais significativo nas receitas dos setores do jogo e do turismo macaense. Apesar do aumento do consumo privado e do investimento, em especial na construção, a desaceleração das exportações de serviços restringiu um melhor desempenho da atividade, conduzindo ao abrandamento da economia. 19 Governo da Região Administrativa Especial de Macau, Direção dos Serviços de Estatística e Censos; World Bank; FMI 92

93 Gráfico 49 Crescimento anual do PIB de Macau (últimos 5 anos) 20 50,000 45,000 40,000 35,000 30,000 28,359 27% 36,796 22% 43,582 30% 25% 20% 25,000 20,000 15,000 20,731 21,313 10% 15% 10% 10,000 5,000-3% 2% % 0% PIB (M USD) Crescimento anual PIB (%) No entanto, cumpre notar que no primeiro semestre de 2013 a taxa de crescimento económico foi de 10,5%. De abril a junho de 2013, o investimento privado cresceu 13,6%, tendo o investimento no setor da construção aumentado 21,1%. No entanto, o investimento no setor público decresceu cerca de 30% (devido, em grande medida, à entrada na fase final da construção da Universidade de Macau, na zona de Hengquin). Assim, o ano de 2014 deverá vir a assinalar uma maior orientação da economia para um crescimento mais robusto do que em 2013 e Embora tenham sido envidados esforços para a diversificação, Macau continua a ser bastante dependente do setor terciário, em especial do setor do jogo, constituindo este o principal suporte da sua economia. De facto, ao longo da última década a economia macaense tem vindo a ficar menos diversificada tornando a região mais vulnerável a eventuais choques externos. Macau tornou-se recentemente o centro da maior indústria do jogo de todo o mundo, ultrapassando Las Vegas. Macau recebeu, só em 2011, mais de 28 milhões de visitantes, dos quais 58% oriundos da China e 27% de Hong Kong, tendo gerado uma receita no setor do jogo que representou mais de 92% do PIB macaense. As receitas da concessão, por outro lado, representaram em 2011, mais de 88% das receitas públicas Orçamento geral do Estado para O Governo aprovou, em dezembro de 2013, o Orçamento Geral do Estado para 2014, no montante total de cerca US$ 19 mil milhões, com uma previsão de aumento das receitas de cerca 13.95%. As despesas previstas ascendem a apenas US$ 9.7 mil milhões o que resulta num excedente de US$ 9.5 mil milhões. O Executivo espera um crescimento nos impostos diretos de 24.16%, em grande medida sustentado por um aumento das receitas dos impostos sobre o jogo. Os casinos em Macau pagam 35% das suas receitas brutas sob a forma de impostos diretos sobre o jogo. O Governo estima que as suas receitas aumentem com o crescimento deste setor. Para se ter uma perceção do aumento das receitas dos impostos diretos sobre o jogo, o montante de receita cresceu de 13.7%, em 20 World Bank 21 Macau Hub; Governo da Região Administrativa Especial de Macau, Gabinete de Comunicação Social 93

94 2012, para 18,5% em 2013, prevendo-se um novo crescimento de 24.16% em 2014, num total de US$ 15 mil milhões. A receita indicada como proveniente do imposto do jogo é composta por três componentes: imposto especial sobre o jogo, prémio e comissões dos promotores do jogo. Esta previsão aumenta a expectativa para as receitas dos setores ligados ao jogo, nomeadamente do turismo, dos transportes, da restauração, das vendas dos produtos de luxo e dos serviços associados Dívida Pública 22 As receitas geradas pelo turismo têm excedido o valor total das exportações desde Aliás, desde 2002, ano da liberalização da indústria do jogo, Macau tem atraído um investimento cada vez mais elevado, tornando a região um dos líderes mundiais de turismo, com o setor dos serviços representando quase 90% do PIB, sendo responsável por mais de 70% do emprego. Neste sentido, será de fácil apreensão o facto de Macau não ter, à data, dívida pública. Assim, e em termos das contas públicas, Macau continuará a apresentar um largo excedente orçamental, permitindo que o executivo macaense continue a investir na economia e na melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos. Na tabela abaixo apresentada, constata-se que no período entre 2008 e 2013 a receita pública foi bastante superior à despesa pública, explicando assim o excedente orçamental contínuo que Macau tem tido (bem como a ausência de dívida). Tabela 12 Contas públicas (últimos 5 anos) 23 Receita Ano 10 MOP mil Variação Homóloga Despesa 10 MOP mil Variação Homóloga ,6% ,3% ,0% ,8% ,9% ,5% % % Reservas de moeda estrangeira 24 A gestão macroeconómica em Macau tem sido, tradicionalmente, conduzida através de políticas conservadoras e prudentes, tendo resultado num sistema financeiro estável. 22 FMI; Autoridade Monetária de Macau 23 Governo da Região Administrativa Especial de Macau, Direção dos Serviços de Estatística e Censos 24 FMI; Autoridade Monetária de Macau; Governo da Região Administrativa Especial de Macau, Direção dos Serviços de Estatística e Censos 94

95 Neste sentido, as reservas de moeda estrangeira na região têm, por lei, que cobrir 100% da base monetária. Com uma cobertura a 100%, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) assegura a plena convertibilidade da MOP na moeda da reserva, isto é, em HK$ (Dólar Hong Kong, cerca de 1 = 10 HK$), tendo as duas moedas uma relação cambial fixa. Por outro lado, cumpre notar que estando o HK$ indexado ao US$, a MOP acaba por estar indiretamente indexada ao US$. Nos termos do Regime Jurídico da Reserva Financeira que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2012, a conta do saldo acumulado financeiro do Governo (onde se encontravam os saldos orçamentais de anos económicos anteriores), foi autonomizada da conta das reservas cambiais, estabelecendo-se assim uma conta própria da Reserva Financeira da região. O Executivo, ao garantir a estabilidade das receitas e despesas internacionais da região, recorre a vários instrumentos de investimento, tendo sempre em vista a assegurar a valorização da reserva cambial. Em setembro de 2013 a AMCM divulgou as estimativas das reservas cambiais à data, estimando-as em US$ 16,31 mil milhões, tendo caído 0,9% relativamente aos valores do mês anterior. Em comparação com os valores de setembro de 2012, as reservas diminuíram cerca de 1,9% Taxa de Câmbio 25 Na RAE de Macau os capitais podem circular livremente, sendo livre também o câmbio monetário. Tendo a política monetária do Governo macaense em vista a manutenção da estabilidade monetária e cambial, a AMCM dispõe de dois instrumentos para atingir este objetivo: A taxa de reserva legal (que incide em 3% sobre os depósitos correntes, 2% sobre os depósitos a prazo até três meses, e 1% sobre os depósitos a prazo com maturidade superior a três meses); A emissão de bilhetes monetários (um instrumento monetário de curto prazo dirigido aos bancos, que visam absorver os excessos de liquidez em MOP, detidos pelo setor bancário). A taxa de câmbio efetiva da MOP, que mede as paridades cambiais contra as divisas dos principais parceiros comerciais da região ponderadas pelas suas quotas relativas do comércio, foi de 97,47% em setembro de 2013, tendo diminuído 0,09 pontos e 0,08 pontos, respetivamente, sobre os valores do mês anterior e de setembro de Tabela 13 Taxas de câmbio médio da pataca (MOP) face às divisas dos principais parceiros comerciais da região 26 MOP por 100 unidades de moeda externa (1.º trimestre) 2012 (2.º trimestre) 2012 (3.º trimestre) US$ 798,42 880,22 801,86 799,31 799,46 798,82 EUR 1.113, , , , ,82 988,79 JPY 8,538 9, ,062 10,073 9,986 10,158 CNY 116, , , , , , Autoridade Monetária de Macau; Governo da Região Administrativa Especial de Macau, Gabinete de Comunicação Social 26 Governo da Região Administrativa Especial de Macau, Direção dos Serviços de Estatística e Censos 95

96 Gráfico 50 - Índice da taxa de câmbio efetiva (1.º trimestre) Taxa de Câmbio 2012 (2º trimestre) 2012 (3º trimestre) 2.2. Estrutura produtiva PIB por setor 28 Setor dos Serviços O setor dos serviços tem um peso preponderante na economia de Macau representando 93,6% do PIB do país. Nos últimos anos, registou-se uma evolução positiva da economia macaense, devido em grande parte ao crescimento do setor dos serviços, essencialmente relacionado com o desenvolvimento das indústrias do turismo e do jogo. Este resultado foi conseguido através da liberalização do mercado, em 2002, que facilitou o investimento estrangeiro, e com a abertura à circulação de pessoas das províncias confinantes em 2004, através do acordo de CEPA (link). No tocante ao setor do turismo, tem-se verificado um aumento ao nível da construção de hotéis e o desenvolvimento de projetos conexos com a atividade turística. No que toca ao setor do jogo, principal pilar da economia macaense, Macau tem assumido a posição de líder de mercado, tendo-se verificado um crescimento significativo desta indústria. Setor da Indústria O setor da indústria apresenta um peso diminuto no PIB (6,4%), realçando-se neste setor, a produção têxtil, a produção de brinquedos, a construção civil, entre outros. 27 Autoridade Monetária de Macau 28 Governo da Região Administrativa Especial de Macau Direção dos Serviços de Estatística e Censos 96

97 Estrutura setorial de Macau por ramos de atividade económica Gráfico 51 Estrutural setorial da RAE Macau por ramos de atividade (2011) A estrutura setorial por ramos de atividade revela a importância do jogo e do turismo como fator de dinamização de um conjunto de atividades conexas que o complementam, nomeadamente hotéis, transportes e restaurantes. A estratégia do Governo de dinamização de Macau enquanto plataforma de prestação de serviços encontra suporte nos vários ramos de atividade, nomeadamente, na construção, atividades imobiliárias e alugueres e serviços prestados às empresas. Fonte: Governo da Região Administrativa Especial de Macau Direção dos Serviços de Estatística e Censos Para se ter uma ideia do crescimento de Macau, de acordo com os dados publicados no final de 2013, pela Direção dos Serviços de Estatística e Censos de Macau, no ano de 2012 as remunerações dos empregados de todos os principais ramos de atividade económica indicados no gráfico 51 aumentaram em média 17% Retrato do setor empresarial do Estado 29 O Governo de Macau tem vindo a liberalizar o setor das telecomunicações, encontrando-se já liberalizado o mercado de telefones móveis e serviço de internet. Em 2011, foi anunciado um plano para a liberalização da linha fixa pública de telecomunicações detida pela Companhia de Telecomunicações de Macau, em regime de monopólio através de um contrato de concessão que terminou em O Governo de Macau prevê publicar uma nova regulamentação aplicável à exploração da rede fixa de telecomunicações. O setor do jogo representa em Macau uma parte significativa da economia, correspondendo a mais de metade do PIB de Macau. O Estado não detém nenhuma participação em empresas de jogo. Diversos setores da economia, incluindo televisão por cabo, telecomunicações registam participações privadas através de contratos de concessão do Governo de Macau. 29 U.S Department of State Diplomacy in action 97

98 2.3. Política Económica Perspetivas futuras 30 Apesar de se ter verificado um abrandamento da aceleração do desenvolvimento económico de Macau no ano de 2012, o PIB nesse ano registou um crescimento de 9,9%. O crescimento económico tem-se devido, em grande parte à exportação de serviços, consumo privado e investimento. De notar também um aumento ao nível das exportação de mercadorias e, apesar de menos significativo, um aumento ao nível das importações de mercadorias e serviços. Para 2014, estima-se um acelerar do crescimento. Gráfico 52 Crescimento anual do PIB % 25.0% 20.0% 27.5% 21.8% 15.0% 10.0% 9.9% 10.0% 13.5% 5.0% 0.0% Prioridades estratégicas do Governo 32 O Governo Macau apresenta anualmente um documento com as Linhas de Ação Governativa para o Ano Financeiro subsequente, que contém um conjunto de informação útil sobre os setores e os ramos de atividade em que pretende apostar, bem como um conjunto de investimentos que pretende realizar. Assim, em 2013, o documento tinha como objetivo estratégico a promoção e diversificação da economia e o aperfeiçoamento dos benefícios concedidos à população e em 2014, as prioridades económicas e financeiras são semelhantes, nomeadamente: Estabilização do crescimento, otimização das estruturas, promoção da reconversão e valorização industrial; Crescimento estável da economia, manutenção do pleno emprego, manutenção da solidez e salubridade dos sistemas financeiro e das finanças públicas, promoção da diversificação progressiva e adequada da economia e aperfeiçoamento do ambiente de negócios. Da conjugação da análise dos vários documentos, as prioridades a curto e médio prazo do Governo são: I) Promoção da diversificação adequada da economia 30 Direção dos Serviços de Economia de Macau 31 Economist Intelligence Unit 32 Relatório das Linhas de Ação Governativa para o Ano Financeiro de

99 1. Setor de convenções e exposições Captação para realização em Macau de feiras de marcas famosas do exterior e dinamização de feiras com impacto regional. 2. Reconversão e valorização industrial, especialmente da indústria do vestuário Apoio à reconversão da indústria do vestuário com o objetivo de aumentar a qualidade dos produtos e desenvolver a produção de artigos de alto valor acrescentado (luxury products), através da facilitação de serviços de apoio técnico e de apoio em design. Apoio ao desenvolvimento de marcas próprias. 3. Coordenação na promoção do desenvolvimento do sector logístico moderno e da indústrias cultural e de medicina tradicional chinesa - Desenvolver ações no sentido de reforçar os conhecimentos das empresas dedicadas ao comércio externo e às atividades logísticas quanto à gestão de riscos e do fornecimento em cadeia de modo a dinamizar Macau enquanto plataforma logística, incentivando os operadores do sector local a cooperarem com os congéneres das regiões vizinhas. 4. Promoção da diversificação adequada da economia através da utilização do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização (FDIC) para promover a diversificação adequada da economia, e na captação, através dos serviços aos investidores, de mais projetos favoráveis à diversificação adequada do tecido económico local (link). II) Apoio às pequenas e médias empresas 1. Implementação de um conjunto de medidas de apoio às PME - Implementação do Plano de Apoio a Pequenas e Médias Empresas, Plano de Garantia de Créditos a Pequenas e Médias Empresas, Plano de Garantia de Créditos a Pequenas e Médias Empresas Destinados a Projeto Específico, Bonificação de Juros de Créditos para Financiamento Empresarial, Incentivos Fiscais no âmbito da Política Industrial. 2. Incubação empresarial para elevação da sua competitividade: i. Dinamização da modernização da gestão empresarial, facultando às empresas cursos de formação sobre criação de negócios e capacidade empresarial; ii. Apoio às PMEs no reforço da cooperação externa, criação de plataformas de cooperação e prospeção de novos mercados; iii. Apoio às PMEs para a participação no desenvolvimento de Hengqin (Ilha de Montanha), através da Macau Investimento e Desenvolvimento, S.A. (link) e dos grupos de trabalhos desenvolvidos nesta matéria; iv. Apoio às PMEs na exploração e desenvolvimento dos produtos e serviços de marca de Macau; v. Apoio às PMEs no desenvolvimento do mercado da China Continental através da Semana Dinâmica de Macau. 5. Reforço e aperfeiçoamento dos serviços de apoio empresarial - Realização de workshops para os respetivos sectores e fornecimento de serviços de consultoria económica e comercial e melhoria dos serviços de bolsas de contacto prestados. III) Elevação da qualificação dos recursos humanos 1. Realização de cursos de formação profissional diversificados. 2. Apoio aos residentes locais na obtenção de certificação nacional ou internacional, co-organizando com associações e instituições profissionais, locais ou do exterior, com o objetivo dos formandos obterem uma certificação de qualificação profissional com reconhecimento da China Continental, local ou internacional. 3. Reforço da cooperação com a Província de Guangdong na área da avaliação técnico-profissional. IV) Aprofundamento da cooperação regional 1. Aprofundamento da implementação do CEPA, através da: i. Promoção da aplicação dos conteúdos do CEPA e seus suplementos, reforçando a divulgação e promoção dos novos conteúdos da liberalização constantes no Suplemento X ao Acordo 99

100 ii. iii. CEPA, apoiando o sector empresarial no aproveitamento das medidas preferenciais estabelecidas no CEPA para dinamizar a publicidade na China Continental de serviços e produtos Made in Macao e da Marca de Macau. Avaliação da revisão da aplicabilidade do atual critério de origem, aproveitando o Acordo CEPA para a captação de investimentos, a fim de fomentar a diversificação adequada da economia local e reforçando a cooperação com a China Continental no domínio da proteção da propriedade intelectual. Intensificação da parceria com a China Continental na área da segurança de produtos e impulsionando o intercâmbio e cooperação entre as empresas de Macau e da China Continental. 2. Implementação do Acordo-Quadro de Cooperação Guangdong-Macau (link), através da dinamização da cooperação económica e comercial bilateral. i. Implementação de políticas de liberalização do comércio de serviços entre Guangdong e Macau. ii. Promoção da participação do sector empresarial na exploração de Hengqin (Ilha de Montanha), incentivando, através da Macau Investimento e Desenvolvimento, S.A., o sector na participação da construção da Zona do Parque Industrial de Cooperação Guangdong-Macau (link). iii. A implementação eficaz do Acordo Guangzhou-Macau sobre a Promoção Conjunta da Zona Integrada de Nansha para a Implementação Piloto do CEPA. iv. Dinamização de projetos conjuntos para a exploração dos mercados dos Países de Língua Portuguesa, nomeadamente para a apresentação do ambiente de investimento da Região do Grande-Delta do Rio das Pérolas nos países lusófonos, impulsionando a cooperação entre Macau, as cidades chinesas e as zonas montanhosas de Guangdong. Promovendo, de forma global, a cooperação e intercâmbio Guangdong-Macau no domínio económico e comercial, fomentando, em coordenação com o Governo Provincial de Guangdong, a reconversão industrial e valorização das empresas com capitais de Macau e com sede na mesma província. 3. Fortalecimento da cooperação Hong Kong-Macau no domínio económico e comercial, com prioridade no reforço da cooperação bilateral nas áreas financeira, da proteção ambiental e do turismo. 4. Valorização do papel de Macau como plataforma de serviços para a cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa através, entre outras medidas, da realização de ações em coordenação com o funcionamento do Fundo da Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, dando acompanhamento aos projetos de investimento e de cooperação económica e comercial sino-lusófonos. 5. Dinamização da cooperação económica e comercial entre Macau e Taiwan,para efeitos de implementação do protocolo de cooperação celebrado com o Taipei World Trade Center em Expansão das ligações económicas e comerciais entre Macau e os países emergentes e outras regiões do mundo, em particular com os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). V) Melhoramento contínuo da qualidade de vida da população 1. Promoção do emprego dos residentes. 2. Garantia do direito ao emprego dos residentes. 3. Atenuação das dificuldades de sobrevivência dos residentes, lançando atempadamente cursos para atenuação das suas dificuldades. 4. Manutenção da estabilidade da oferta de produtos no mercado e acompanhamento dos efeitos da inflação sobre as condições de vida da população - Serão explorados mais canais de abastecimento de produtos alimentares, assegurando a quantidade de armazenamento, da oferta e da estabilidade dos preços de mercado dos artigos de primeira necessidade. 100

101 2.4. O estado das infraestruturas e energia em Macau 33 Energia No setor energético, o serviço de energia elétrica é prestado pela Companhia de Eletricidade de Macau (CEM), na sequência da assinatura de um contrato celebrado em 2010 com o Governo de Macau. A rede de energia elétrica apresenta uma extensão de 582 Km sendo constituída por 762 Km de cabos, possui dezanove subestações primárias, das quais se destacam as hiperligações entre as subestações de Zhuhai e Nanping e as subestações de Gongbei e Zhuhai. Água e saneamento 34 O desenvolvimento de infraestruturas para a manutenção da qualidade e abastecimento de água em Macau tem sido uma prioridade para o território, tendo sido desenvolvidos diversos projetos ao nível deste setor por forma a garantir o abastecimento de água aos residentes e turistas. Ao nível das infraestruturas, existe um reservatório principal de armazenamento denominado Estação de Tratamento de Água (MSR) detentor de uma capacidade de metros cúbicos por dia. Apesar disso, e face ao crescimento da população macaense, tem havido um aumento local ao nível da procura de água que se tem consubstanciado em novos projetos de expansão da rede de abastecimento de água previstos pela Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau, S.A. (SAAM). No que respeita ao saneamento, o sistema de rede de esgotos é constituído por três redes de esgotos independentes, da Península de Macau, e das ilhas da Taipa e de Coloane. O Departamento de Saneamento, Vias e Manutenção Urbana do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e mais especificamente, a Divisão de Saneamento Básico tem como principal função, limpar e dragar o sistema de rede de esgotos de Macau, fiscalizar e inspecionar o funcionamento do sistema e estudar e melhorar o sistema. Transportes As infraestruturas de transporte têm constituído uma das principais áreas de investimento de Macau, em grande parte impulsionadas pela crescente importância da atividade turística e hoteleira. O incremento ao nível do setor do turismo tem levado à necessidade de desenvolvimento de uma rede de transportes diversificada que permita a acessibilidade às diferentes cidades da região. No início de 2014 a rede viária de Macau era constituída por 480km. A RAE de Macau encontra-se munida de diversos transportes incluindo transportes rodoviários, marítimos e aéreos, que seguidamente se descrevem: 33 Governo da Região Administrativa Especial de Macau Transportes 34 Macao Water News 101

102 Vias e pontes As vias públicas de Macau dividem-se entre: a Península de Macau (180,5 Km), Taipa e COTAI (80,3 Km) e Coloane (40,6 Km). Três pontes permitem a ligação entre a Península de Macau e a Ilha da Taipa, sendo que esta se liga à ilha de Coloane por um aterro. A Ponte Governador Nobre de Carvalho (Macau-Taipa) possui 2,5 Km de extensão, a Ponte da Amizade possui 4,4 Km de extensão e a Ponte Sai Van apresenta uma extensão de 2,1 Km. Por sua vez, a Ponte Flor de Lótus com cerca de 900 metros permite efetuar a ligação entre o COTAI à ilha da Montanha, em Zhuhai e até à autoestrada Guangzhou-Zhuhai. Rodoviários Ao nível das infraestruturas rodoviárias, a região de Macau é dotada de 417 Km de estradas conforme indicado na tabela abaixo. Existem duas estradas principais que dão acesso a Macau, sendo respetivamente a Porta de Cerco, localizada no norte de Macau e permite a ligação com Gongbei (Zhuhai) e a Ponte Lotus que permite a ligação entre a Faixa de Cotei e Wanzai de Zhuhai. Destaca-se a existência de uma rede de autocarros, a Transporte Urbanos de Macau, S.A.R.L., que permite efetuar a ligação na península de Macau. A rede de autocarros permite a ligação de Macau entre as ilhas Taipa e Coloane. Importa ainda referir a existência de táxis e de uma rede de automóveis para aluguer em Macau. Tabela 14 Transportes Extensão das rodovias Extensão das rodovias Extensão total das rodovias (Km) 413,4 416,0 417,4 Fonte: Governo da Região Administrativa de Macau Direção de Serviços de Estatística e Censos Marítimo Macau tem três portos: o Porto Exterior, o Porto Interior e o Porto de Ká-Ho, que inclui um terminal de contentores e combustíveis. Macau conta também com um terminal provisório de passageiros na Taipa. Porto Exterior O porto exterior encontra-se localizado no este da Península de Macau. Este porto tem como principais funções o embarque e o desembarque de passageiros e permite a ligação por via marítima a diversas cidades apresentado como destinos de partida e chegada Hong Kong, She Kou, Kowloon e Fu Yang através da operadora TurboJet (através de Tricat, Catamaran, Jet Foil). O canal do porto apresenta uma dimensão de 120 metros de largura e encontra-se estabelecido a 4,4 metros abaixo do zero hidrográfico. Porto Interior O porto interior encontra-se localizado no oeste da Península de Macau. Este Porto tem como principais funções a carga e a descarga de mercadorias, sendo constituído por trinta e quatro pontes-cais passageiros e permite a ligação por via marítima a diversas cidades apresentando como 102

103 destinos de partida e chegada, ZhuHai e WanZai. As viagens são realizadas através da operadora TurboJet (através de Tricat, Catamaran, Jet Foil). Apesar da função principal estar orientada para carga e descarga de mercadorias, algumas das pontes permitem o embarque de passageiros: i) a ponte-cais número catorze permite o embarque e o desembarque de passageiros, ii) as pontes-cais números oito e nove apenas se destinam a utilizadores portadores de Bilhete de Identidade de Residente (BIR) ou (BIN) que sejam autorizadas pelas autoridades competentes devendo as mesmas ser apresentadas no posto de controlo do Porto. O canal de acesso ao Porto apresenta uma dimensão de 45 metros de largura, o canal do Porto interior apresenta uma dimensão de 55 metros de largura e encontra-se estabelecido a 3,5 metros abaixo do zero hidrográfico. Porto de Ká-Hó O porto de Ká-Hó encontra-se localizado no nordeste da ilha de Coloane e apresenta uma dimensão de 75 metros. O porto de Ká-Hó é constituído pelo cais de combustíveis, o terminal de contentores Macau Port, o cais da fábrica de cimento Macau Cement e o cais da Central Térmica (CEM). Terminal de contentores e terminal de combustíveis de Ká-Hó O Terminal de contentores do porto de Ká-Hó possui uma área de metros quadrados e abrange terrenos de cais, parqueamento de contentores e armazém. O cais possui dois lugares para embarcações e uma extensão de 135 e 171 metros. Apresenta uma capacidade anual de carga e descarga de 100 mil TEU. O terminal de combustíveis de Ká-Hó foi concebido para armazenar todos os tipos de combustíveis importados e para poder receber na sua ponte-cais dois petroleiros em simultâneo, para operações de carga e de descarga. Apresenta uma capacidade de metros cúbicos, repartida por 14 reservatórios. Taipa As instalações provisórias do novo Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa localizam-se no nordeste da Ilha da Taipa, destinando-se principalmente às embarcações de passageiros de alta velocidade das carreiras regulares entre Macau-Hong Kong e Macau-Delta do Rio das Pérolas. Apresenta uma dimensão de 120 metros (largura) e encontra-se estabelecido a 4,4 metros abaixo do zero hidrográfico. Ferroviário Atualmente não existe em Macau uma rede ferroviária. Apesar deste facto, e em face da necessidade de desenvolvimento de transportes em carris por forma a facilitar a mobilidade da população e a atratividade de visitantes ao nível do setor do turismo e incrementar a competitividade da região, encontra-se em desenvolvimento um projeto denominado Projeto do Metro Ligeiro de Macau. O início do projeto teve lugar em Este projeto prevê a implementação e o desenvolvimento da rede de metro como meio de transporte, permitindo assim a eliminação de entraves à mobilidade que se colocam ao nível do setor dos transportes, mais especificamente no tocante aos transportes ferroviários e ao desenvolvimento da integração regional. Relativamente ao projeto que se encontra em desenvolvimento, encontra-se previsto o desenvolvimento de três segmentos, o Segmento do Centro da Taipa, o Segmento do Cotai e o Segmento do Posto Fronteiriço, tendo sido dado início ao desenvolvimento do traçado de Taipa do Metro Ligeiro de Macau. 103

104 Aéreo Macau tem um aeroporto internacional, o único aeroporto atualmente existente na RAEM que se encontra situado a leste da Ilha da Taipa. O aeroporto internacional de Macau permite efetuar ligação à Península de Macau, ao Porto Exterior e ao município de Zhuhai. O Aeroporto Internacional de Macau permite efetuar viagens que têm partida ou destino na Ásia. As principais companhias aéreas que voam para o aeroporto internacional de Macau são Air China, Air Macau, Air Asia, Air Busan, China Eastern Airlines, Cebu Pacific Air, Eva Airways, Eastar Jet, Juneyao airline, Jin Air, Mandarin Airlines, Philippine Airlines, Spring Airlines, Shanghai Airlines, Shenzhen Airlines, Thai Airways Smile, Tiger Airways, Transasia Airways, Vietnam Airlines. Tecnologias de Informação e de Comunicação 35 A Lei de Bases das Telecomunicações (Lei n.º 14/2001) regula a política de telecomunicações da RAEM, assim como o estabelecimento, gestão e exploração de redes de telecomunicações e a prestação de serviços de telecomunicações. De acordo com a Lei de Bases, o estabelecimento, a gestão e a exploração das redes de telecomunicações só pode ser executada por entidades públicas ou por entidades privadas com base nos termos da regulamentação aplicável. Os serviços de telecomunicações encontram-se atualmente a cargo da Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM), sendo que em 2009 foi celebrado um contrato de concessão para a prestação de serviços públicos de telecomunicações permitindo (de acordo com o documento) a liberalização dos serviços de aluguer de linhas locais e internacionais e serviços de transferência intermediária. Os restantes serviços serão totalmente liberalizados. No ano de 2012 o Governo de Macau elaborou o Regime de instalação e operação de redes públicas de telecomunicações fixas (Regulamento n.º 41/2011). Telecomunicações fixas e serviços de telecomunicações com o exterior Prevê-se que existiam no final do ano de 2011 em Macau cerca de linhas fixas de telefone, e que estavam instalados 774 telefones públicos nas ruas e recintos da Península de Macau e ilhas da Taipa e Coloane, permitindo assim a ligação telefónica de Macau para cerca de 251 países e regiões do mundo. Serviços de Telefones Móveis do Uso Público No que toca aos serviços de telefones móveis de uso público, o mercado foi liberalizado no ano de 2000, tendo a CTM, a Hutchison Telefone (Macau), Limitada e a SmarTone Comunicações Móveis (Macau), S.A. obtido licenças emitidas pelo Governo de Macau por um período de oito anos. A Kong Seng Paging Limitada obteve também autorização para a prestação de serviços de telecomunicações móveis terrestre de uso público sob a condição de não possuir a rede e frequência de telecomunicações de uso público. O governo decidiu licenciar no ano de 2005 a Companhia da China Unicom (Macau), Limitada para operar uma rede pública CDMA2000 1X de telecomunicações móveis terrestres para prestar o serviço itinerante e transfronteiriço de telecomunicações móveis tendo obtido licença por parte do governo. 35 CIA The World Factbook 104

105 Posteriormente, no ano de 2006, foram concedidas diversas licenças por parte do Governo de Macau para operação de redes públicas de telecomunicações móveis terrestes de terceira geração (3G) nomeadamente à Companhia de Telecomunicações de Macau, S.A.R.L (CTM), à Companhia de China Unicom (Macau), Limitada, e à Hutchison Telefone (Macau). Prevê-se que tenha existido uma utilização destes serviços de telecomunicações móveis por parte de utilizadores. Serviços de Internet e Banda Larga No que toca aos serviços de internet e banda larga, o número de utentes da internet tem vindo a aumentar significativamente, sendo que no final do ano de 2011 se registaram utilizadores (cerca de 70% das famílias) A regulação do setor ao nível da concessão de licenças é feita através do Regulamento Administrativo n.º 24/2002, tendo sido concedidas licenças a 22 companhias. A partir do ano de 2000 começaram a ser prestados serviços de banda larga pela Companhia de Telecomunicações de Macau, registando clientes no final do ano de A taxa de cobertura da rede na península de Macau é de 100%, de 99,9% na Ilha da Taipa e de 99% da Ilha de Coloane. Deu-se início, no ano de 2010, ao Plano da rede urbana de acesso da banda larga sem fios, financiado pelo Governo da RAEM. Este serviço tem sido prestado de forma gratuita a residentes e turistas, existindo cerca de 83 pontos de serviço de acesso gratuito à Internet de banda larga sem fios WiFi GO. Tabela 15 Telecomunicações - Telefones Telefones Linhas de telefone de rede fixa Utentes de telemóvel (incluem cartão SIM pré-pago ) Linhas de telefone de rede fixa por 1000 habitantes Telemóvel por 1000 habitantes Utentes de telemóvel registados por 1000 habitantes (excluem cartão SIM pré-pago ) Fonte: Governo da Região Administrativa de Macau Direção de Serviços de Estatística e Censos Tabela 16- Telecomunicações Serviços de Internet Serviços de internet Utentes Horas utilizadas Fonte: Governo da Região Administrativa de Macau Direção de Serviços de Estatística e Censos 105

106 2.5. Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas 36 O aperfeiçoamento de redes integradas de infraestruturas regionais constitui o vetor para o aumento da competitividade da região de Macau. Estes projetos são diretamente acompanhados pelo Gabinete para o Desenvolvimento das Infraestruturas de Macau. O setor privado tem vindo a investir em Macau principalmente em duas áreas, jogo e turismo, que paralelamente tem aumentado a atividade conexa com estes investimentos em termos de infraestruturas e, consequentemente, no setor da construção. Enunciam-se abaixo os principais projetos previstos na área das infraestruturas: Ponte de Hong Kong, Zhuhai e Macau Os Governos de Hong Kong, Zhuhai e Macau acordaram a realização de um investimento no setor das infraestruturas, no montante total de 2.5 mil milhões de US$, para a construção da ponte de Hong Kong, Zhuhai e Macau, que se encontra situada na zona marítima na foz do Rio das Pérolas. O suporte financeiro prestado pelos governos, conjuntamente com o recurso a um crédito para o financiamento de alguns custos da construção, envolverá a construção dos postos fronteiriços e das ligações de acesso aos seus territórios. Para a construção da estrutura principal da ponte, o Governo Central, juntamente com o Governo da província de Gangdong, irão efetuar um investimento na referida construção de US$ 1.2 mil milhões, o investimento por parte de Hong Kong será de cerca de US$ mil milhões e de US$ 320 milhões de Macau. Este projeto reveste uma importância particular para a região na medida em que irá permitir a ligação da Região Administrativa Especial de Hong Kong com a cidade de Zhuhai, situada na Província de Guangdong, e a Região Fonte: Investment Hotspots in Southern China Qianhai, Hengqin Administrava de Macau permitindo assim a and Nansha, 2013, PwC ligação dos três territórios facilitando o transporte entre os mesmos e fazendo a ligação entre as costas oeste e leste do Rio das Pérolas. A ponte constitui um acesso com dois sentidos com três faixas de rodagem com uma dimensão de cerca de 29,6 Km. A construção da ponte permitirá o aumento da competitividade da região e contribuirá para a globalização económica do Delta do Rio das Pérolas. A construção foi iniciada em Dezembro de 2010 na Zona de Hong Kong sendo estimado que a sua construção termina em 2016/17. Metro Ligeiro de Macau Com o objetivo de tornar Macau numa região mais competitiva, encontra-se em desenvolvimento, desde 2012, um projeto que consiste na implementação do Metro Ligeiro de Macau, que levará à melhoria do setor dos transportes, mais especificamente ao desenvolvimento dos transportes ferroviários. O Metro permitirá o desenvolvimento da integração regional do Delta do Rio das Pérolas. Foram já celebradas em fevereiro e junho de 2012 as primeiras fases de construção do Segmento do Centro da Taipa, Segmento do Cotai e do Segmento do Posto Fronteiriço. 36 Governo da Região Administrativa Especial de Macau Gabinete para o desenvolvimento de infraestruturas 106

107 Prevê-se que o projeto esteja concluído em 2016, com 21 estações, o que irá permitir uma melhor mobilidade urbana e uma fácil circulação entre Macau e zona do jogo situada em Cotai. Novo Campus da Universidade de Macau A Assembleia Popular Nacional da República Popular da China aprovou em 2009 a concessão de um projeto relativo à construção de um Campus da Universidade de Macau, que se situará na Ilha de Hengqin (Ilha da Montanha), numa área de Km 2, o que permitirá a diversificação da economia da região. Este investimento resulta de uma estratégia concertada entre o Governo Chinês e o Governo da RAE de Macau no sentido de desenvolver a ilha de Hengqin. O projeto do novo Campus Universitário de Macau ascende a US$ 1.3 mil milhões. Projetos de desenvolvimento da ilha de Hengqin - Ilha da montanha Desde o anúncio da aprovação do projeto para a implementação do novo Campus Universitário, em 2009, e da intenção do Governo Central em desenvolver a Ilha de Hengqin-Ilha da montanha, muitos outros projetos têm vindo a ser desenvolvidos atraindo vários investidores. Entre os projetos de investimento encontra-se a grande marina construída pelo Guangdong Chimelong Group Co, que começou a operar no início de No início de 2014 várias empresas anunciaram a intenção de investirem na construção de hotéis, escritórios e habitação que possam servir de dinamização do setor dos serviços, bem como de apoio e acesso ao casinos e ao turismo de Macau. Entre as empresas que anunciaram a construção de novos hotéis encontram-se a Shun Tak Holdings Ltd e a Galaxy Entertainment Group Ltd. A Galaxy Entertainment Group Ltd anunciou, em 2014, que pretende construir bungalows ao longo da linha costeira da ilha, num lote de 2.7 km quadrados. No total, de acordo com o GRAEM, existem mais de 50 projetos em Hengqin em vários setores, incluindo turismo, serviços financeiros, educação e tecnologia. Ampliação do Terminal Marítimo da Taipa Terminal de Pac On O projeto de ampliação do Terminal Marítimo da Taipa é um projeto que tem sofrido alterações ao longo da sua execução. As obras iniciaram-se em 2005, porém em 2006, foram introduzidas alterações de modo a que o terminal pudesse ser utilizado como posto fronteiriço principal (doravante designado por Terminal de Pac On ). Com as alterações de 2006, o projeto de ampliação inicial passou de 107,2 mil m 2 para 369,2 mil m 2, de 8 para 16 lugares de atracagem para embarcações de 400 passageiros, de 3 novos lugares de atracagem para embarcações de passageiros e de 1 heliporto na cobertura do terminal. As alterações introduzidas em 2006 pelo projeto de ampliação alteraram significativamente a dimensão e a capacidade do Terminal de Pac On e os seus custos. O valor estimado do investimento é de cerca de 435 milhões de US$. Como todos os grandes projetos do Governo de Macau, é um projeto que tem vindo a ser acompanhado pelo Gabinete para o Desenvolvimento de Infraestruturas de Macau que estima a sua conclusão durante o ano de

108 Cotai Zona de casinos e hotéis de A zona de casinos e hotéis de Cotai, muitas vezas incorretamente identificada como Cotai Strip 37, tem sido uma zona de grande investimento externo na construção de hotéis e casinos. Os principais projetos públicos e privados que se encontram a ser realizados em Cotai são a expansão Wynn Resort, Galaxy Resort and Casino, Macau Studio City, Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Centro de Ciência de Macau, Pac On Terminal, Metro ligeiro de Macau e a Ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai. Além destes investimentos, as cinco maiores empresas de casinos da zona de Cotai anunciaram que planeiam abrir novos casinos em Cotai. As empresas são a Galaxy Entertainment Group, Las Vegas Sands, Wynn Resorts Ltd., MGM Resorts International, SJM Holdings Ltd. e Melco Crown Entertainment Ltd. Expansão do aeroporto de Macau O aeroporto de Macau, gerido pela CAM, Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau, tem vindo ao longo dos anos a investir na expansão da capacidade do aeroporto. A nova estratégia de desenvolvimento do aeroporto, apresentada em Janeiro de 2014, apresenta como objetivos para o ano de 2014 um subida do número de passageiros, voos e transporte de cargas. Assim, foi projetado um crescimento para 2014 que permita atingir um número de 5,1 milhões de passageiros, voos e transportar toneladas de carga. No âmbito da nova estratégia de desenvolvimento estão previstas obras de expansão do terminal de passageiros após estudo de avaliação, a compra de equipamentos de segurança, a construção de um novo edifício de escritórios e de um armazém. 37 Cotai Strip É uma marca registada da empresa Las Vegas Sands Corporation, para identificação dos vários hóteis e casinos construídos na zona de Cotai, Macau. 108

109 2.6. Abertura da economia e relações comerciais Macau é considerado pela Organização Mundial do Comércio como uma das economias mais abertas do mundo em termos de comércio e de investimento, com relevantes vantagens na zona geográfica onde se insere, nomeadamente: O estatuto de porto franco e de zona aduaneira independente (adiante desenvolvido, link); Sistema tributário simples com carga fiscal reduzida; Taxa do Imposto Complementar de Rendimentos 38 até 12% (adiante desenvolvido, link); Uma rede de contactos extensiva no mercado internacional; Estreitas ligações com os Países de Língua Portuguesa; e ainda, O Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Continente Chinês e Macau (CEPA) (adiante desenvolvido, link). Paradoxalmente, Macau tem mantido ligações comerciais com mais de 100 países e regiões do mundo, sendo membro de mais de 50 organizações internacionais, com regras locais de operação comercial adaptadas às práticas internacionais, com o objetivo de oferecer um ambiente ideal para a expansão de negócios dos investidores provenientes de todo o mundo. Por outro lado, o papel de Macau como plataforma de serviços para a cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa tem vindo a consolidar-se de forma acentuada, tendo a região desempenhado, nos últimos anos, o papel de "Plataforma de Serviços de Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa". De facto, o desenvolvimento comercial entre a China e os Países Lusófonos aumentou consideravelmente, tendo este crescimento resultado num crescente volume de trocas comerciais que ultrapassou, em 2008, os 77 mil milhões de dólares. Até 2013, o Governo Chinês espera aumentar as respetivas trocas comerciais para 100 mil milhões de dólares 39. Neste contexto, Macau poderá servir como a porta de entrada para o acesso dos produtos e serviços dos Países de Língua Portuguesa (especialmente das pequenas e médias empresas) ao mercado da China Continental. Macau tem mantido, ao longo dos anos, estreitas relações com os Países Lusófonos (cada vez mais importantes para Portugal ver caixa), sendo hoje considerada a única Região Administrativa chinesa que possui relações privilegiadas com estes países. O papel de Macau como plataforma de serviços para a cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa tem vindo a consolidar-se nos anos recentes, sendo hoje um dos fatores importantes na promoção do relacionamento empresarial multilateral Plataforma para a Cooperação Económica e Comercial com os Países de Língua Portuguesa 38 Imposto de taxa progressiva, que incide sobre os rendimentos da atividade comercial ou industrial. Para rendimentos acima de MOP (US$ ) aplica-se uma taxa média de 12%. Para rendimentos abaixo desse valor, as taxas variam entre 3% e 12%. 39 Plano de Ação para a Cooperação Económica e Comercial da 3ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa ( ) 109

110 Macau: um centro privilegiado de contacto entre Portugal e China Macau tem um lugar significativo no relacionamento de cooperação entre Portugal e China e, nesse sentido, é essencial manter fortes relações com a Região. Macau oferece vantagens aos empresários portugueses, nomeadamente (1) legislação (que continua a ter uma matriz portuguesa), (2) apoios governamentais fornecidos pelo Governo de Macau, (3) impostos mais favoráveis, (4) concorrência menos agressiva que em territórios como Xangai e Hong Kong e (5) infraestruturas mais baratas. Por outro lado, os quadros macaenses podem desempenhar um papel determinante como bilingues (que dominam o português e chinês), contribuindo para o sucesso das empresas portuguesas na China. Fonte: Caminho das Exportações, PwC Tabela 17 - Abertura da economia de Macau Macau Abertura da Economia % 144% 156% 165% 158% Taxa de câmbio (LCU / US $) 41 8,02 7,98 8,00 8,02 7,99 Inflação (%) 8,6 1,2 2,8 5,8 6,1 Balança Comercial (M US$) Balança Corrente (em % do PIB) 19,5 31,8 43,0 43,8 19,5 Fonte: World Bank / UNCTAD, UNCTADstat A economia de Macau é tradicionalmente marcada pelas exportações, com especial destaque para a exportação de serviços. O turismo e o jogo são os principais motores económicos, sendo o setor do jogo a maior e mais direta origem das receitas tributárias, seguida pela hotelaria, restauração e venda de produtos como as atividades mais importantes para promover o desenvolvimento. A Balança Comercial manteve-se negativa até Segundo os Serviços de Estatística e Censos de Macau, as exportações da Região Administrativa Especial da China caíram 10,8% entre Janeiro e Março de 2011, contrariamente às importações que aumentaram cerca de 34,2% em 2011, face ao primeiro trimestre de O défice da balança comercial expandiu-se de milhões US$ em 2010, para milhões US$ em 2011, e milhões US$ em Perante este cenário, a taxa de cobertura das exportações sobre as importações diminuiu para 12,3%, menos 6,2 pontos percentuais do que no primeiro trimestre de Quanto às importações, a região aumentou as compras à China em 2012, que ocupa o lugar de principal fornecedor de Macau desde Já no que respeita às exportações, Hong Kong foi o principal destino das 40 [(Importações + Exportações)/PIB)]* (local currency units relative to the U.S. dollar) 110

111 Importações % Importações (Milhões US$) RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP mercadorias de Macau até 2011, perdendo este lugar para o Sudão, que representou 35% das exportações de Macau em Relações comerciais da REA de Macau com a China Continental, com a RAE de Hong Kong e com os principais países parceiros Importações Após uma redução de 19% das importações entre 2008 e 2009, o seu valor global aumentou constantemente nos anos seguintes ( ), respetivamente 18,5% em 2010, 41% em 2011, e 13% em O valor das importações provenientes da China Continental alcançou 2,9 mil milhões de US$ em 2012, ou seja, mais 20% face ao valor registado em 2011 (2,4 mil milhões US$), mantendo-se este país como o maior fornecedor de Macau (33,3% do valor total importado em 2012). A RAE de Hong Kong e França, embora com menor relevância em 2012, foram o segundo e o terceiro maiores fornecedores de Macau, respetivamente. Gráfico 53 - Evolução das Importações da REA de Macau e principais países de origem, % 10,000 70% 60% 50% 7.4% 6.3% 4.3% 7.7% 8.0% 8.5% 2.6% 4.5% 4.6% 4.8% 5, % 9.0% 5,629 8, % 7.9% 6.2% 7, % 7.5% 7.5% 10.4% 8.7% 9,000 8,000 7,000 6,000 Suíça Japão Itália 40% 30% 9.3% 4, % 10.3% 12.0% 11.4% 5,000 4,000 França Hong Kong 20% 10% 35.9% 30.6% 30.5% 30.4% 32.3% 3,000 2,000 1,000 China Importações total 0% Fonte: UNCTAD, UNCTADstat (Nota: China refere-se a China Continental e Hong Kong à RAE de Hong Kong avaliada autonomamente) Macau importa principalmente: Produtos semi-manufaturados, Produtos de consumo e luxo (conservas de alimentos, tabaco, bebidas, álcool), Máquinas e equipamentos de transporte e combustíveis fósseis (muito importantes para o fabrico de energia elétrica). 111

112 Importações (Milhões US$) RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 54 - Importações de Macau - Top Produtos, 2012 Alimentos e animais vivos 38% 3% 8% 6% 11% Bebidas e tabaco Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Químicos e produtos relacionados 6% Bens manufaturados 5% Maquinaria e equipamentos de transporte 24% Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Os principais agrupamentos de produtos importados em 2012 foram os artigos semi-manufaturados, que registaram um crescimento acentuado entre 2009 e 2012, seguido das máquinas e equipamentos de transporte, combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados, que no seu conjunto representaram aproximadamente 73% do total importado em Gráfico 55 - Importações de Macau - Evolução dos produtos, ,000 Commodities e transações n.e. 9, Outros artigos manufaturados 8,000 7, ,614 3,372 Maquinaria e equipamentos de transporte 6,000 5,000 4, , , ,780 1,659 2,165 Bens manufaturados Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras 3,000 2,000 1,000 1,398 1,162 1, Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Bebidas e tabaco Alimentos e animais vivos Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 112

113 O peso dos 4 principais mercados fornecedores de Macau em 2012 (por ordem de importância, China Continental, RAE de Hong Kong, França e Suíça) representou, no seu conjunto, cerca de 60% em 2012 (ver gráfico inicial). De seguida será analisada a relação comercial de Macau com os países acima referidos, assim como os principais produtos transacionados. Importações da REA de Macau à China Continental Figura 21 Importações da RAE de Macau à China Continental (2012) China continental: 32% das importações de Macau em 2012 Maquinaria e equipamentos de transporte 865 M US$ Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados 761 M US$ Outros artigos manufaturados 485 M US$ Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 56 Importações da RAE Macau à China Continental (2012) As máquinas e equipamentos de transporte são a fatia com maior peso nas aquisições de Macau à China (30%), que correspondem essencialmente à importação de máquinas automáticas para processamento de dados, portáteis e equipamentos de comunicação, seguido dos combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados (gasóleos leves e outros gasóleos) (26%) e outros artigos manufaturados (17%). 30% 17% 1% 7% 11% 113 4% 1% 3% 26% Alimentos e animais vivos Bebidas e tabaco Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados Maquinaria e equipamentos de transporte Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat / Governo da Região Administrativa de Macau - Direção dos Serviços de Estatística e Censos

114 Importações da RAE Macau à RAE Hong Kong Figura 22 Importações da RAE Macau à RAE Hong Kong (2012) Hong Kong: 11,4% das aquisições da RAE Macau em 2012 Outros artigos manufaturados 804 M US$ Alimentos e animais vivos 57 M US$ Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 57 Principais importações da RAE Macau à RAE Hong Kong (2012) Macau adquire essencialmente outros artigos manufaturados de Hong Kong (78%), e alimentos (6%). Os principais artigos importados são produtos de luxo (joalharia e ouro), vestuário e, no que respeita a produtos alimentares, bolachas e biscoitos. 78% 2% 6% 3% 1% 3% 3% 5% Alimentos e animais vivos Bebidas e tabaco Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados Maquinaria e equipamentos de transporte Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat / Governo da Região Administrativa de Macau - Direção dos Serviços de Estatística e Censos 114

115 Importações da REA de Macau à França Figura 23 - Principais importações da RAE de Macau à França (2012) França: 8,7% das importações da RAE de Macau em 2012 Outros artigos manufaturados 374 M US$ Bebidas e tabaco 258 M US$ Químicos e produtos relacionados 129 M US$ Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 58 - Importações de Macau a França (2012) 48% 1% 16% 33% Alimentos e animais vivos Bebidas e tabaco Químicos e produtos relacionados Maquinaria e equipamentos de transporte Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat / Governo da Região Administrativa de Macau - Direção dos Serviços de Estatística e Censos As importações da Macau a França estão concentradas em três grandes grupos de produtos outros artigos manufaturados, bebidas e tabaco e químicos e produtos relacionados que representam no seu conjunto 97% do total importado. Dos 97% acima referidos, 33 p.p respeitam à importação de bebidas e tabaco, explicados pela compra de vinhos provenientes de França. Neste setor, também o mercado português tem vindo a ganhar importância. Para além dos vinhos, Macau importa essencialmente malas, calçado, vestuário e artigos de luxo (joalharia, ouro, perfumes e produtos de beleza). 115

116 Importações da RAE de Macau à Suíça Figura 24 - Principais importações da REA de Macau à Suíça (2012) Suíça: 7,9% das importações da REA de Macau em 2012 Outros artigos manufaturados 656 M US$ Químicos e produtos relacionados 23 M US$ Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 59 - Importações da RAE de Macau à Suíça (2012) 2% 1% 3% Alimentos e animais vivos Químicos e produtos relacionados Outros artigos manufaturados As importações da REA de Macau à Suíça são essencialmente artigos manufaturados, nomeadamente bens de luxo (relógios e joalharia) e, a larga distância do primeiro grupo de produtos, químicos e produtos relacionados (93% e 3%, respetivamente). 93% Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat / Governo da Região Administrativa de Macau - Direção dos Serviços de Estatística e Censos 116

117 Importações % Importações (Milhões US$) RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP Exportações As exportações da RAE de Macau não apresentaram uma tendência clara nos últimos cinco anos ( ). Neste período os seus valores registaram uma evolução muito negativa entre 2008 e 2009, verificandose nos anos seguintes uma tendência de estagnação (embora marcada por diminuições ligeiras no valor exportado). Só em 2012 é que Macau regista um aumento de 151 milhões de dólares, ou seja, mais 17% face ao valor registado em Estes valores resultam em larga medida da importância do jogo e do turismo que representam a principal a sua principal fonte de receita e de entrada de divisas. Em 2012 o Sudão foi o principal cliente de Macau, com uma quota de 35% no respetivo valor global. As exportações a este país africano foram constituídas essencialmente por máquinas, instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, odontologia e veterinária. Neste caso, Macau serve como região intermediária entre as trocas comerciais de um dado país para o Sudão. Seguiram-se Hong Kong (34,4%), China (13%), os EUA (com 5%), e com menor relevância Alemanha e Japão. Os produtos exportados para Hong Kong são principalmente jogos para casinos, artigos têxteis (bolsas e calçado) e vinhos. O peso dos 4 principais mercados compradores a Macau representou, no seu conjunto, cerca de 87% do total, em Gráfico 60 - Evolução das exportações de Macau e principais países de destino, % 2,500 90% 4.7% 80% 70% 1, % 2.4% 2.1% 34.9% 2,000 EUA Sudão 60% 1,500 Japão 50% 40% 30% 20% 30.9% 1.2% 3.3% 14.4% 12.1% 1.2% 2.6% 20.9% % 1.2% 1.5% 23.4% % % 1.3% 34.4% 1, , Alemanha Hong Kong China Exportações total 10% 0% 18.9% 9.7% 11.6% 7.8% 12.8% Fonte: UNCTAD, UNCTADstat / Governo da Região Administrativa de Macau - Direção dos Serviços de Estatística e Censos (Nota: China refere-se a China Continental e Hong Kong à RAE de Hong Kong avaliada autonomamente) 117

118 Gráfico 61 - Exportações de Macau - Top Produtos, 2012 Alimentos e animais vivos Bebidas e tabaco 11% 1% 2% 7% Matérias-primas (exceto combustíveis) 15% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados 26% Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras 7% Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados 31% Maquinaria e equipamentos de transporte Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Macau exporta para o exterior principalmente maquinaria e equipamento de transporte, assim como outros artigos manufaturados (vestuário e calçado), ainda que, como adiante se identifica a principal fonte de receitas é o jogo e o turismo 118

119 Exportações da RAE de Macau para o Sudão Figura 25 - Principais exportações da RAE de Macau para o Sudão (2012) Sudão: 35% das exportações de Macau em 2012 Maquinaria e equipamento de transporte 178 M US$ Químicos e produtos relacionados 95 M US$ Gráfico 62 - Exportações da REA de Macau ao Sudão (2012) 9% 8% 27% 5% Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados Maquinaria e equipamentos de transporte As exportações da REA de Macau para o Sudão foram constituídas essencialmente por máquinas, assim como químicos e produtos relacionados (máquinas de processamento automático, instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, odontologia e veterinária). 50% Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat / Governo da Região Administrativa de Macau - Direção dos Serviços de Estatística e Censos 119

120 Exportações da RAE de Macau para a REA de Hong Kong Figura 26 - Principais exportações da REA Macau para a REA de Hong Kong (2012) RAE Hong Kong: 34% das compras de Macau em 2012 Outros artigos manufaturados 158 M US$ Maquinaria e equipamento de transporte 98 M US$ Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 63 - Exportações de Macau a Hong Kong (2012) 12% 3% 4% 0% 4% Alimentos e animais vivos Bebidas e tabaco Matérias-primas (exceto combustíveis) Químicos e produtos relacionados A REA de Macau exporta para REA de Hong Kong, na sua maioria, artigos manufaturados (bolsas e calçado) e maquinaria (por exemplo telefones para rede celulares ou para outras redes sem fio, aparelhos recetores de TV a cores). 28% Bens manufaturados 45% Maquinaria e equipamentos de transporte Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat / Governo da Região Administrativa de Macau - Direção dos Serviços de Estatística e Censos 120

121 Exportações da RAE de Macau para a China Continental Figura 27 Principais exportações da RAE de Macau para a China Continental (2012) China Continental: 12,8% das exportações da RAE de Macau em 2012 Matérias-primas (exceto combustíveis) 59 M US$ Químicos e produtos relacionados 28 M US$ Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 64 - Exportações de Macau à China (2012) 5% 7% Matérias-primas (exceto combustíveis) Químicos e produtos relacionados As exportações de Macau à China são, na sua maioria, matéria-prima (45%) e produtos químicos (21%). 9% Bens manufaturados 45% 12% Maquinaria e equipamentos de transporte 21% 0% Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat / Governo da Região Administrativa de Macau - Direção dos Serviços de Estatística e Censos 121

122 Exportações da RAE de Macau para os EUA Figura 28 - Principais exportações da RAE de Macau aos EUA (2012) EUA: 5% das exportações da REA de Macau em 2012 Outros artigos manufaturados 24 M US$ Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 65 - Exportações da RAE de Macau aos EUA (2012) 14% 15% 3% Alimentos e animais vivos Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados 50% das exportações da REA de Macau aos EUA são outros artigos manufaturados, nomeadamente vestuário, seguidos de maquinaria e equipamento de transporte (18%). 18% Maquinaria e equipamentos de transporte 50% Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat / Governo da Região Administrativa de Macau - Direção dos Serviços de Estatística e Censos 122

123 Importações (Milhões US$) RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP Relações comerciais de Macau com a CPLP A análise da CPLP como um bloco económico demonstra que tem uma baixa representatividade nas importações de Macau. O Brasil é o país do grupo que mais se destaca, representando, em 2012, cerca de 35% das importações de Macau aos países de língua portuguesa. Gráfico 66 - Importações de Macau à CPLP, A CPLP representou, em 2012, 0,7% das importações totais de Macau Brasil Portugal Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Figura 29 - Principais importações de Macau ao Brasil (2012) Brasil Brasil: o país com maior representatividade nas importações de Macau aos países da CPLP Alimentos e animais vivos 33 M US$ 96% das importações de Macau ao Brasil correspondem a alimentos e animais vivos Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 123

124 Importações (Milhões US$) RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 67 - Exportações de Macau à CPLP (2012) 6.00 O Brasil é, entre os países da CPLP, o principal destino de exportações de Macau Angola Brasil Portugal Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Figura 30 - Principais exportações de Macau para o Brasil (2012) Maquinaria e equipamentos de transporte Brasil 3,5 M US$ Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 124

125 Entre as várias oportunidades para exportação para Macau e da análise da capacidade de exportação de cada um dos países da CPLP, identificaram-se alguns produtos com elevado grau de procura. Principais produtos importados Produtos manufaturados Máquinas e equipamento fotográfico, óculos e relógios Bens de viagem, malas, entre outros artigos de vestuário, especialmente de luxo Maquinaria e Aparelhos de telecomunicação e de equipamento de gravação de som transporte Potenciais fornecedores CPLP Portugal Brasil Portugal Combustíveis minerais Petróleo Angola Brasil Produtos com potencial de produção local Produtos manufaturados Máquinas e equipamento fotográfico, óculos e relógios Bens de viagem, malas entre outros Além destes produtos há uma ampla margem de progressão que poderá permitir ganhar quota em alguns produtos em que há capacidade produtiva dos países da CPLP, nomeadamente de Portugal, no que respeita a vinho e calçado, e de outras indústrias que poderão entretanto ser dinamizadas e que têm um valor reduzido na capacidade de exportação, nomeadamente quanto a artigos de luxo. Atente-se ao valor dos produtos de luxo importados da Suíça, nomeadamente relógios e joalharia, e de França, que à joalharia e ao ouro acrescenta perfumes e produtos de beleza. Se conjugarmos esta orientação para o consumo de luxo com o forte desenvolvimento do jogo na região e a procura de materiais de qualidade na construção, perspetiva-se uma expansão das importações deste tipo de produtos, inclusive para as indústrias extrativas. Em termos dos grandes volumes de importações, a análise segregada da RAE de Macau a RAE de Hong Kong e da China Continental permite-nos identificar a compra de computadores e combustível à China, sendo que a primeira poderá representar uma oportunidade para a fileira de IT Portuguesa atendendo à eventual necessidade de utilização de produtos em língua portuguesa, o que poderá dinamizar a venda de hardware e de software adaptado. Dado a necessidade das entidades oficiais terem software informático nas línguas oficiais, incluindo Português, poderá ser uma oportunidade de expansão e de aumento da quota de mercado. Relativamente a combustíveis minerais, são identificados como potenciais fornecedores de petróleo o Brasil e Angola, tendo em atenção que a procura de matéria-prima é, por outro lado, um dos principais desafios que a China enfrenta para manter o seu crescimento económico e, consequentemente, um dos objetivos da sua expansão internacional. Verifica-se igualmente a importação de produtos específicos como bolachas e biscoitos por via de Hong Kong que resultam de exportação internacional para Hong Kong e posterior venda à China Continental e à RAE de Macau, representando também uma clara oportunidade de exportação para as empresas portuguesas do setor. Por último, a prestação de serviços e o apoio a empresas internacionais para investir na RAE de Macau conjugado com a intenção do Governo Chinês de desenvolver a área de serviços na região do Delta do Rio das Pérolas poderá representar uma oportunidade para internacionalização de empresas portuguesas de serviços. 125

126 Fluxos de IDE (milhões US$) RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP 2.7. Investimento direto estrangeiro na RAE de Macau A RAE de Macau tem vindo a receber um fluxo de IDE particularmente relevante para a sua economia, atraídos em grande parte por investimentos no setor do jogo, onde são efetuados mais de metade dos investimentos. O setor financeiro tem-se ainda apresentado relativamente atrativo ao investidor externo, recebendo mais de 15% do investimento total na RAE de Macau. O maior investidor na RAE de Macau é a RAE de Hong Kong, seguido pelas Ilhas Caimão, os EUA e finalmente a China Continental. Gráfico 68 - Fluxos de IDE na RAE Macau, ,000 2,591 2,500 2,831 2,000 1,500 1, , (83) (11) - (500) (441) (1,000) Inward Outward Fonte: UNCTAD, UNCTADstat O fluxo de IDE em Macau sofreu com a volatilidade da economia internacional desde a crise financeira, tendo caído significativamente em 2009 e voltando a aumentar em 2010, com o retorno do crescimento económico mundial. Em 2011 voltou a perder valor e em 2012 iniciou uma nova fase de recuperação que se prevê poder duradoura face aos projetos já anunciados para 2015 e Adicionalmente nota-se que, sendo uma das portas para a China, a RAE Macau recebe algum investimento estrangeiro que visa a China continental. Relativamente ao investimento no exterior com origem na RAE de Macau os valores registados são relativamente baixos. 126

127 2.8. Principais setores de oportunidade Turismo Após a transferência de administração de Portugal para a República Popular da China, o papel de Macau como hub de turismo internacional foi reforçado com a liberalização do setor do jogo, e a respetiva transformação da região em capital mundial deste setor em termos das receitas geradas pelos casinos. A atribuição pela UNESCO do título de Património Mundial da Humanidade ao centro histórico veio assegurar a posição de Macau enquanto centro de turismo mundial. Assim, o conceito da região enquanto destino turístico junta as diversas valências do território, combinando as potencialidades do turismo de entretenimento e lazer, cultural e de negócios. Em resposta ao posicionamento estratégico do desenvolvimento de Macau como centro internacional de turismo e lazer, o Governo deu prioridade à criação de um plano abrangente tendo em vista esse mesmo desenvolvimento. Simultaneamente, o Governo intensificou os trabalhos à cooperação regional e à qualidade do turismo, por forma a estabelecer Macau como destino turístico de qualidade, impulsionando o desenvolvimento sustentável e contínuo do território. Sob o tema Touching Moments Experience Macau, o Governo continuará a promover este setor, criando uma nova imagem para o território, correspondente ao atual estado de desenvolvimento do turismo na região. O Executivo propõe-se ainda analisar o aproveitamento da aplicação das novas tecnologias, incluindo o uso de telemóveis e plataformas virtuais na promoção deste setor, através de, por exemplo, o lançamento de um website interativo específico ao turismo. O Governo irá também, de forma continuada, investir nos potenciais mercados turísticos que estejam ainda por desenvolver, impulsionando assim a diversificação dos visitantes da região. A Direção de Serviços Turísticos acompanhará e aprofundará o Centro de Atividades Turísticas e Culturais, bem como o Plano de Desenvolvimento de Novos Produtos de Macau. Esta Direção continuará, na senda do que vem sendo habitual, a realizar atuações culturais e eventos internacionais, bem como atividades comemorativas das festas tradicionais do território, aumentando assim a visibilidade do turismo cultural de Macau. Cumpre referir ainda que, e tendo em vista a promoção do desenvolvimento do turismo de negócios, a Direção de Serviços Turísticos tem vindo a realizar várias iniciativas com o intuito de estimular o desenvolvimento deste tipo de turismo. Neste sentido, o Plano de Apoio ao Turismo de Incentivos atribui ajuda financeira aos organizadores de eventos de turismo de negócios, sendo que em 2011 apoiou a realização de 148 atividades relacionadas com o setor MICE (indústria de convenções e exposições) Potencialidades no âmbito da cooperação regional Ao longo dos últimos anos Macau tem vindo a cimentar a sua posição de plataforma entre a China e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Desde a criação, em 2003, do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, tiveram lugar vários encontros de cariz empresarial, académico, governamental e cultural que juntaram em Macau, na China e na CPLP milhares de participantes chineses e lusófonos. 42 Plano de Ação para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa; Governo da Região Administrativa Especial de Macau, Gabinete de Comunicação Social; Governo da Região Administrativa Especial de Macau, Direção dos Serviços de Economia; Governo da Região Administrativa Especial de Macau, Direção dos Serviços de Turismo 127

128 Nos Planos de Ação adotados nas conferências ministeriais do Fórum, o turismo tem sido uma das áreas de referência para a cooperação dos países participantes. De facto, no Plano assinado em novembro de 2010, aquando da terceira conferência Ministerial, os governos da China e da CPLP acordaram em promover o intercâmbio de agentes e operadores de turismo e hotelaria, no domínio de projetos de investimento e gestão de empreendimentos turísticos, da formação profissional e da promoção turística. A cooperação será estendida ao intercâmbio de informações sobre o mercado, gestão de infraestruturas e formação profissional. O turismo é, assim, um campo de cooperação natural entre Macau e os Países de Língua Portuguesa, desde logo pela posição de liderança que Macau assume, não apenas como destino de jogo e entretenimento, mas também como local de património histórico e cultural de grande valor - tanto na região, como a nível internacional. Aliás, vários países lusófonos têm, no turismo, uma das suas principais atividades económicas Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa De seguida elencam-se as áreas de colaboração, e medidas relevantes do Plano de Ação do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (para o período ), que mais podem vir a contribuir para o desenvolvimento pleno das potencialidades latentes da região: Cooperação Intergovernamental Reconhecimento da importância das visitas de alto nível no quadro das consultas mútuas e da promoção da cooperação, reforçando os mecanismos bilaterais já existentes de cooperação intergovernamental entre a China e os países de Língua Portuguesa; Sendo que as relações económicas e comerciais constituem o alicerce do atual relacionamento entre os participantes no Fórum de Macau, ficou acordada a promoção do seu desenvolvimento, quer a nível bilateral, quer a nível multilateral, designadamente nos domínios do comércio, do investimento, do turismo e dos transportes; Reconhecimento de que a cooperação intergovernamental não se restringe às áreas económicas e comerciais. Comércio Destacam-se os resultados positivos alcançados no quadro da implementação dos dois anteriores Planos de Ação, incluindo o rápido desenvolvimento comercial entre a China e a CPLP, que se traduziu num volume crescente nas trocas comerciais (que em 2008, ultrapassaram os US$ 77 mil milhões). Neste sentido, é de considerar que as relações comerciais apresentam ainda grandes potencialidades de crescimento; Reforço da cooperação económica e comercial, através da promoção e do estabelecimento de consultas periódicas, no âmbito do Protocolo de Cooperação entre Organismos de Promoção Comercial/Câmaras de Comércio, assinado em outubro de 2003, bem como no domínio dos mecanismos de financiamento ao comércio exterior; Perspetivada a criação de Zonas Económicas Especiais, parques industriais e centros de logística com o objetivo de atrair o investimento, estimulando também as atividades de negócio dos países participantes do Fórum de Macau, e dos outros países e regiões. Investimento e Cooperação Empresarial Adoção de medidas que promovam o investimento mútuo entre a China e a CPLP; 128

129 Reforço da divulgação da legislação e dos regulamentos relacionados com o investimento em cada um dos países participantes do Fórum de Macau, promovendo também a assinatura de acordos bilaterais, nomeadamente Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos, além de Acordos para evitar a Dupla Tributação; Operacionalização do Grupo de Trabalho de Investimento, através da implementação de um programa de atividades, a nível bilateral e multilateral, criando uma plataforma do intercâmbio e cooperação entre empresas dos países participantes; Criação de uma base de dados do Fórum de Macau, referente às oportunidades de investimento e de negócios nos países participantes do Fórum, que inclua informação útil empresarial; Dinamização da cooperação entre os participantes do Fórum, i.e. joint-ventures entre PME s. Cooperação no domínio das Infraestruturas Incentivo do intercâmbio entre empresas da China e da CPLP, com vista a abordarem as melhores formas e modalidades de cooperação. Cooperação no domínio dos Transportes e das Comunicações Considerando que o desenvolvimento dos transportes desempenha um papel vital no fomento do intercâmbio económico, comercial e turístico dos países participantes do Fórum, foi acordada a adoção de medidas com base no benefício mútuo, por forma a fortalecer as relações de cooperação neste setor. Cooperação na Área Financeira Desenvolvimento de medidas que aprofundem a cooperação ao nível do setor financeiro, impulsionado assim as trocas comerciais entre os países participantes do Fórum; Estabelecimento de um mecanismo de investimento e financiamento próprio do Fórum de Macau, tendo neste contexto ficado acordada a criação do Fundo da Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Cooperação para o Desenvolvimento Concessão pela China de empréstimos com condições favoráveis aos países de língua portuguesa de África e da Ásia. Papel de Macau enquanto Plataforma Macau irá continuar a desempenhar ativamente o papel de plataforma no reforço da cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa. Assim, Macau continuará a desenvolver atividades com vista à consolidação e desenvolvimento do conhecimento mútuo, estabelecendo ainda parcerias entre os vários agentes económicos dos países participantes do Fórum; Necessidade de (continuar a) estimular a cooperação entre as empresas de Macau, do Continente Chinês e da CPLP no desenvolvimento conjunto de múltiplas formas de cooperação nas áreas do comércio, da logística, do investimento, da agricultura e das pescas, das infraestruturas, da saúde e das telecomunicações. 129

130 Linhas Gerais do Planeamento para a Reforma e Desenvolvimento da Região do Delta do Rio das Pérolas No âmbito do programa projetado pela China referente às Linhas Gerais do Planeamento para a Reforma e Desenvolvimento da Região do Delta do Rio das Pérolas ( ) (link), o Governo macaense tem em vista o desenvolvimento das potencialidades da cooperação regional que se encontram ainda por explorar. O Programa tem, enquanto objetivo primordial, a transformação do Delta do Rio das Pérolas na região mais dinâmica da Ásia até 2020, sustentada pela cooperação entre Guandong, Hong Kong e Macau. O Programa visa, nomeadamente: Apoiar a cooperação conjunta no desenvolvimento entre Guangdong, Hong Kong e Macau, consolidando o papel de Macau como um centro de turismo e de lazer a nível internacional; Promover a construção de infraestruturas de transportes (i.e. ao formar um sistema de viação e transportes que aperfeiçoem as redes atuais, que visem uma distribuição adequada destas e que tenham um funcionamento eficaz, integrando Hong Kong e Macau e toda a região do Delta do Rio das Pérolas); Proceder à integração da região de Hong Kong e Macau, no âmbito do planeamento urbanístico, da rede de transportes ferroviário, das redes de energia, bem como das instalações de abastecimento de água; Reforçar o cumprimento do Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Continente Chinês e Macau (CEPA); Apoiar a extensão das cadeias produtivas das empresas transformadoras de Hong Kong e Macau, potencializando a indústria transformadora, e incentivando a sua reconversão; A construção conjunta duma zona abrangente com elevada qualidade de vida, ao facilitar, por exemplo, a emigração de cidadãos de Hong Kong e de Macau para a China; Inovar nas formas de cooperação, reforçar a coordenação e comunicação entre a região e Hong Kong e Macau, promovendo colaborações com vista ao desenvolvimento económico e social. Em março de 2011, o 12.º Plano Quinquenal Nacional da China perspetivou o reforço da cooperação e do intercâmbio entre o país e as regiões especiais administrativas de Hong Kong e Macau, implementando, de forma contínua, o CEPA, e apoiando a transformação de Macau num centro internacional de turismo e de lazer. Registou-se um crescimento de 11,2% no valor global do comércio entre Macau e a China em 2011, tendo, nesse mesmo ano, Macau investido em 283 projetos no país, no valor de US$ 680 milhões, tendo, até final de 2011 investido em cerca de 13 mil projetos, com um montante real investido acumulado no valor de US$ 10,38 mil milhões. Este crescimento denota que existem ainda muitas potencialidades por explorar nas relações entre Macau e a China. 130

131 2.9. Financiamento à economia Principais bancos presentes 43 No âmbito do princípio constitucional estabelecido à data da reunificação da China ( um país, dois sistemas ) Macau continuará a preservar o seu sistema económico até, pelo menos, O setor financeiro Macaense tem uma dimensão relativamente grande, em especial quando comparado com o tamanho da sua economia. De notar que lhe foi atribuída uma notação Aa3 pela agência de notação de crédito Moody s. Os ativos do setor bancário representam mais de 90% da totalidade dos ativos do setor financeiro, constatando-se assim a sua importância na economia de Macau. Em 2012, existiam 29 instituições de crédito na região, das quais, mais de 50% eram sucursais de bancos com sede no estrangeiro. A China continental tem vindo a dominar o setor bancário, representando aproximadamente 50% do mercado. Os bancos a operar na região continuam dependentes das atividades bancárias tradicionais angariando depósitos, concedendo empréstimos, e gerindo liquidez excedentária. A maioria garante o seu financiamento através de depósitos domésticos, sendo que as sucursais de bancos sediados no estrangeiro podem ver aumentada a sua liquidez através dos seus bancos-mãe. Nas tabelas abaixo elencam-se os bancos a operar em Macau. Tabela 18 Bancos constituídos em Macau 44 Tai Fung Bank Ltd. Banco Wing Hang Bank Ltd. Delta Asia Bank Ltd. China Construction Bank (Macau) Corporation Ltd. Industrial and Commercial Bank of China (Macau) Ltd. Luso International Banking Ltd. Banco Comercial de Macau, S.A. The Macau Chinese Bank Ltd. Banco Espírito Santo Asia Ltd. Banco Nacional Ultramarino, S.A. Tabela 19 Sucursais de bancos estrangeiros 45 Banco The HongKong & Shanghai Banking Corp. Ltd. DBS Bank (Hong Kong) Ltd. Bank of China Ltd. Citibank 43 FMI, 2011; Autoridade Monetária de Macau (AMCM) 44 Autoridade Monetária de Macau, outubro Autoridade Monetária de Macau, outubro

132 Banco Standard Chartered Bank China Guangfa Bank Co., Ltd., Macau Branch Bank SinoPac Company Ltd. Chong Hing Bank Ltd. The Bank of East Asia Ltd. Hang Seng Bank Ltd. China CITIC Bank International Ltd. Bank of Communications Co., Ltd. Banco Comercial Português, S.A. First Commercial Bank, Ltd. Wing Lung Bank, Ltd. Hua Nan Commercial Bank, Ltd. Os bancos na RAE de Macau são, no geral, lucrativos e bem capitalizados, tendo sentido poucos ou nenhuns efeitos diretos da crise financeira global, uma vez que a maioria se financia através de depósitos domésticos, e não tem exposição significativa às classes de ativos mais afetados pela crise. Em 2011, aliás, os bancos a operar na região obtiveram resultados históricos com lucros de 575 milhões de dólares, um aumento de 31%, face aos resultados de Cumpre referir que o rácio empréstimo/depósito continua baixo, refletindo oportunidades de empréstimo limitadas. No entanto, este rácio denota um forte crescimento dos depósitos devido, em grande medida, ao ambiente económico favorável. Para além do setor bancário, o sistema financeiro Macaense é ainda composto por instituições não-creditícias, principalmente seguradoras, na sua maioria sucursais ou subsidiárias de entidades estrangeiras. Entre as instituições não-creditícias da região contam-se ainda corretoras de valores (sucursais de empresas estabelecidas em Hong Kong), agências de câmbio, balcões de câmbio (a operar nos casinos) e empresas remetentes de dinheiro para o estrangeiro. A Autoridade Monetária de Macau (AMCM), constituída em 1989, tem a seu cargo funções semelhantes às de um banco central, competindo-lhe supervisionar o sistema financeiro de Macau. Das atribuições da AMCM destacam-se: A supervisão dos sistemas financeiro e monetário; O aconselhamento do Governo, em matéria de definição de políticas conducentes à estabilidade e desenvolvimento do setor financeiro a longo prazo; A elaboração de propostas de regulamentação jurídica; A adoção de práticas internacionais adequadas, com vista ao aprofundamento do desenvolvimento de um centro financeiro na região; A gestão das reservas cambiais do território. Uma característica peculiar do sistema financeiro de Macau é a utilização generalizada, em transações e para efeitos de armazenamento de mercadorias, do dólar de Hong Kong (HK$). O HK$, além de representar cerca de 50% da total dos ativos bancários (mais de 60% dos empréstimos bancários) e dos depósitos, dispõe também, a par da Pataca (MOP), a moeda local, de elevada circulação monetária na região. 132

133 O BNU Banco Nacional Ultramarino, um dos maiores bancos do território é um banco detido pelo Grupo Caixa Geral de Depósitos tendo sido o primeiro banco comercial a operar em Macau sendo um dos Bancos emissores de moeda Patacas para o Governo da Região Especial Administrativa de Macau Bancarização da população O crescimento contínuo da economia do país ao longo dos últimos anos tem impulsionado um crescimento correspondente no setor bancário, tendo sido registado um crescimento nas sucursais dos bancos comerciais, e das caixas automáticas. Nos gráficos abaixo apresentados, pode constatar-se esta evolução. Gráfico 69 Sucursais de bancos comerciais por 100,000 adultos e caixas automáticas por 100,000 adultos Sucusais de bancos comerciais : adultos Caixas automáticas (ATM) : adultos Taxas de juro Gráfico 70 Valor das taxas de juro em Macau para o período de Taxa de Juro Real Taxa de Juro Empréstimos Taxa de Juro de Depósitos Financial Access Survey, FMI 47 World Bank 133

134 Relativamente à taxa de juro real negativa refletida no gráfico, cumpre referir que o HK$ tem vindo a assumir um papel proeminente na história monetária de Macau (apesar do uso da MOP ser promovido pela AMCM), dando-se assim um processo de substituição da moeda na região. Bolsa de valores Macau não dispõe, à data, de bolsa de valores. No entanto, as empresas macaenses podem estar cotadas na bolsa de Hong Kong. Cumpre notar que o estabelecimento de uma bolsa de valores na região é uma questão que vem sendo discutida desde 1989, quando Macau estava ainda sob a égide da administração portuguesa, sendo um projeto passível de ser implementado a longo prazo. 134

135 3.RAE de Hong Kong 135

136 3. Região Administrativa Especial de Hong Kong 3.1. Macroeconomia PIB da economia de Hong Kong, Região Administrativa Especial da República Popular da China Hong Kong, Região Administrativa Especial da República Popular da China, é uma das principais plataformas da região Ásia-Pacífico e um importante centro financeiro e comercial a nível mundial. Utilizada pela China como plataforma de acesso aos mercados externos (especialmente nas províncias situadas nas regiões sudeste cidades de Shenzhen, Dongguan e Guangzhou), foi, em 2012, o 9º maior exportador mundial de mercadorias. Paradoxalmente, o porto de Hong Kong (ver caixa) é um dos maiores portos de contentores do mundo (o terceiro porto de contentores do mundo em 2012), impondo-se como uma placa giratória a nível mundial. Este porto representa um importante centro de compras, de distribuição, financeiro e de serviços, e pela importância que tem enquanto porta de acesso das empresas chinesas aos mercados externos, a região tornou-se a principal plataforma logística da China. Hong Kong é dos principais centros financeiros do mundo, é o 3º maior centro financeiro depois de Londres e NY Fonte: Global Financial Centres Index (2013) Em 2013, a economia de Hong Kong foi novamente considerada a mais livre do mundo, pelo Índice de Liberdade Económica da Heritage Foundation, o que evidencia a sua abertura ao investimento externo e à possibilidade de ser utilizada como plataforma logística para a China. Figura 31 - Índice de Liberdade Económica 2013 Região Ásia - Pacífico Comparação dos Scores Ásia e Pacífico Overall Score Liberdade nos negócios Liberdade no comércio Liberdade fiscal Gastos do Governo Liberdade monetária Liberdade de Investimento Liberdade financeira Direitos de Propriedade Liberdade de corrupção Liberdade de trabalho Índice de Liberdade Económica Fonte: The Heritage Foundation 136

137 Embora seja considerado um dos maiores e mais importantes centros financeiros do mundo, Hong Kong é um dos territórios que retém a maior diferença entre a população rica e pobre. Nos últimos anos tem-se registado um envelhecimento acentuado da população e o coeficiente Gini (que mede a desigualdade de rendimento), da região com aproximadamente 7 milhões de habitantes, é um dos mais elevados do mundo desenvolvido. Tabela 20 - Indicadores sociais (2012) Hong Kong IDH 13.º (Muito elevado) Esperança média de vida Número médio de anos de estudo 48 Coeficiente de Gini 83 anos 10 53,7 (2011) Fonte: Human Development Reports 2012 United Nations/CIA De 2007 para 2008 o crescimento económico de Hong Kong registou uma redução significativa (de 6,4% em 2007 para 2,13% em 2008) devido, por um lado, aos efeitos da desaceleração da economia da China, e por outro, à instabilidade a nível global. Consequentemente deu-se uma quebra considerável no consumo privado. Já em 2009 registou-se uma contração mais acentuada do PIB, acompanhada por uma redução do investimento externo (uma variação de aproximadamente -3,9%). Em 2010, Hong Kong voltou a registar um crescimento económico significativo (7%), tendo o consumo privado aumentado 6,7% e o investimento cerca de 7,7%. Em 2011 a taxa de crescimento do PIB foi de 5% (acompanhada por um crescimento do consumo privado de 8,5% nesse ano) e 1,5% em 2012, muito influenciada pela evolução do comércio mundial e pela desaceleração do crescimento económico da China. Gráfico 71 Evolução do PIB em M USD (%) Gráfico 72 Taxa de crescimento anual do PIB (%) 300, , , , , , , , , , , (2) (4) Fonte: World Bank 48 Número médio de anos de escolaridade recebida por pessoas a partir dos 25 anos 137

138 Gráfico 73 - Taxa de inflação (%) A taxa de inflação aumentou para 5,3% em 2011, principalmente devido à subida dos preços dos produtos alimentares importados da China Continental. Em 2012 voltou a registar uma diminuição, consequência da redução das pressões inflacionistas provenientes do exterior e de uma baixa do preço dos produtos alimentares importados pela China. Fonte: World bank Sobre a sua tradicional política económica liberal, Hong Kong tornou-se, ao longo dos anos, uma economia de serviços moderna e cosmopolita, destacando-se o papel da região como plataforma comercial global. Sendo uma das localizações preferidas para empresas com aspirações globais, Hong Kong acomoda as sedes e escritórios regionais de mais de empresas estrangeiras e chinesas. O seu aeroporto é o mais movimentado do mundo (em termos de cargas aéreas), e mantém ligação com cerca de 150 destinos internacionais e mais de 40 cidades chinesas. Enquanto economia mais livre do mundo, Hong Kong oferece um regime liberal de investimentos, livre de barreiras comerciais, não discriminação de investidores estrangeiros, livre fluxo de capitais, regras transparentes e baixos impostos. Hong Kong, com um setor de serviços financeiros de primeira classe e um dinâmico mercado de ações está perfeitamente posicionado para se tornar o Wall Street da China na entrada do século Asiático TIME 138

139 3.2. Estrutura produtiva PIB por setor 49 A Região Administrativa Especial de Hong Kong possui uma localização central no sudeste asiático, com a enorme vantagem de estar ligado à China e, assim, ao seu forte crescimento económico. Considerado como um centro internacional de negócios, possui ainda um dos principais portos da região, fomentando assim o comércio, e, finalmente é um dos maiores centros financeiros da Ásia, detendo a 6ª maior bolsa de valores do mundo em termos de capitalização bolsista. O crescimento de Hong Kong foi baseado na sua economia de mercado bastante aberta, transformando a região numa economia moderna, vibrante e cosmopolita, focada nos serviços. Hong Kong figura em 1º lugar no índice de liberdade económica, detém uma taxa de desemprego baixa (3,4%), uma taxa de inflação relativamente controlada, uma taxa de câmbio pouco volátil dada a indexação ao US$ e é um dos principais destinos mundiais do investimento direto estrangeiro. A região tem uma população estimada em pouco mais de 7 milhões, mas no entanto recebe mais de 22 milhões de turistas por ano. Adicionalmente, o porto de Hong Kong situa-se em 3º lugar no mundo em termos de qualidade, segundo o Fórum Económico Mundial, o que explica também a importância do comércio para a região. Gráfico 74 Contribuição para o PIB por atividade económica em Hong Kong (2012) Agricultura, pecuária e atividade extrativa Indústria 10% 2% 2% 3% Setor energético. fornecimento de água e saneamento básico Construção civil 17% 26% Atividades de importação e exportação Setor hoteleiro e restauração Transportes e correios 11% 16% 3% 6% 4% TIC Setor financeiro e seguros Imobiliário Administração Pública Comércio local Fonte: Governo da Região Administrativa de Hong Kong Por se situar ao lado da China, e também devido ao espaço limitado, Hong Kong viu a maior parte da sua indústria deslocar-se ao longo dos últimos 20 anos para a China, em sintonia com o seu crescimento. A pouca indústria que ainda sobrevive na região está relacionada com os têxteis, brinquedos, relógios, barcos e equipamentos eletrónicos, apresentando alguma diversidade e modernização. 49 Governo da Região Administrativa de Hong Kong e CIA Factbook 139

140 Crescimento previsto para 2013 RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP O setor minerador não tem qualquer importância na região, enquanto o setor agrícola e pecuário não podem expandir-se devido à limitação espacial. Ainda assim, existe algum cultivo de vegetais e carne de porco. A indústria pesqueira ainda tem alguma relevância para a economia local. O setor dos serviços destaca-se assim como principal motor da economia e dentro do setor dos serviços destacam-se as atividades de importação e exportação, tanto pela relevância atual como pelo robusto crescimento que teve no passado e que se prevê para o futuro. Adicionalmente, as TIC apresentam-se como um setor de igual destaque, apesar da relativa pouca relevância para a economia da região (apenas 3,3% do total), é o setor com o maior crescimento estimado para os próximos anos. Finalmente nota-se que o governo local adota uma postura de não intervencionismo, contrariamente ao modelo económico adotado pela China. O consumo público é consideravelmente pequeno e a atividade empresarial é profundamente liberal. Gráfico 75 Evolução recente e previsão das componentes da atividade económica de Hong Kong 8% 6% Atividades de importação e exportação; 26% 4% Agricultura, pecuária e atividade extrativa; 0% 2% 0% (2%) Setor financeiro e seguros; 16% 1% Comércio local; 10% Imobiliário; 11% Construção civil; 3% (4%) (15%) (10%) (5%) 0% 5% 10% 15% Crescimento médio anual entre Fonte: Governo da Região Administrativa de Hong Kong 140

141 3.3. Política Económica Perspetivas futuras A instabilidade da economia externa permanecerá uma preocupação para os próximos anos. Hong Kong, enquanto economia aberta e dependente dos desenvolvimentos globais, será afetado pela evolução dos mercados externos, em especial dos Estados Unidos, dos países europeus, do Japão e da China. Não obstante, a economia asiática deverá continuar forte nos próximos anos, principalmente a economia da parte continental da China que manterá a desaceleração registada em 2012, o que vai manter o nível de crescimento do comércio de Hong Kong até, pelo menos, Paradoxalmente, impulsionado pelo crescimento do mercado de trabalho, o consumo interno deverá ter um crescimento moderado, o que sustentará o crescimento modesto do PIB, até Até 2018, segundo o FMI, o crescimento deverá ser lento, ainda assim superior ao crescimento europeu. Gráfico 76 - Crescimento do PIB (%) 50 10% 8% 6% 4% 2% 3.1% 8.7% 7.4% 7.0% 6.5% 2.1% 6.8% 4.9% 1.5% 3.0% 4.4% 4.4% 4.5% 4.5% 4.5% 0% (2%) -2.5% (4%) Gráfico 77 - Taxa de inflação (%) A inflação de Hong Kong também irá enfrentar a pressão de crescimento, dado o aumento planeado do salário mínimo para meados de A taxa média da inflação de base para 2013 foi de 4.3%, mantendo-se, no entanto, uma previsão inferior até FMI 141

142 Prioridades estratégicas 51 para Entre os objetivos estabelecidos no Orçamento de Estado de Hong-Kong para destacam-se, como principais prioridades estratégicas, o desenvolvimento da economia e a promoção de emprego, o investimento ao nível da educação e a otimização de recursos humanos, o investimento no setor das infraestruturas e o assegurar do bem-estar populacional. Apresenta-se de seguida uma tabela que reúne as principais prioridades estratégicas: 1. Desenvolvimento da economia e promoção do emprego Consolidação do comércio e do setor logístico o o o o Desenvolvimento da indústria do comércio de forma a tornar Hong Kong num centro de distribuição regional de bens de alto valor; Infraestruturas de transporte melhoramento da rede de transportes para facilitar a conexão externa (aéreos, terrestres, marítimos); Apoio às empresas locais para captar novos mercados e facilitar o movimento de bens; Promoção do desenvolvimento económico (por exemplo, pedido de adesão de Hong-Kong para fazer parte da zona de comércio livre da China-ASEAN por forma a ajudar os comerciantes no mercado asiático emergente). Promoção da indústria do turismo o Potenciamento do setor turismo, pilar fundamental para a economia de Hong-Kong (representa 4,5 % do PIB da economia de Hong Kong) através do desenvolvimento do Ocean Park e Hong-Kong Disneyland. Desenvolvimento da indústria dos serviços financeiros o Reforço da posição de Hong Kong (principal centro financeiro internacional), através do desenvolvimento de um quadro regulamentar e legal aplicável e de uma legislação fiscal transparente e competitiva por forma a atrair novos fundos. Desenvolvimento de indústrias emergentes o Desenvolvimento de indústrias emergentes com o principal objetivo de diversificar a economia. Apoio às pequenas e médias empresas o Apoio às pequenas e médias empresas em seis principais áreas: Extensão do período de aplicação de medidas especiais do regime de financiamento de acordo com o regime de sistema de garantia de financiamento das PMEs; Assistir as empresas de Hong Kong de forma a aumentar a sua competitividade através do melhoramento e reestruturação, desenvolvimento de marcas e promoção das vendas no continente; Construção de galerias como plataformas para as empresas poderem expor os seus produtos; 51 Relatório das Linhas de Ação Governativa para o Ano Financeiro de

143 Aumento do montante do fundo de subvenção para as pequenas e médias empresas, permitindo subsidiar atividades de promoção das exportações das PMEs, incluindo feiras, exposições, ações comerciais e publicidade; Desenvolvimento, por parte da Hong Kong Export Credit Insurance Corporation (ECIC) de uma política para as pequenas empresas, possibilitando a estas empresas (com negócio inferior a $50 milhões) facilidades na contratação de seguro; Aumento dos limites de seguro (por parte da ECIC) dos países como Turquia e Filipinas (seguindo a atualização da Rússia, Indonésia e Perú) e fornecer os limites de crédito mais elevados e menores taxas de prémio para os exportadores para esses países. 2. Investimento na educação e otimização dos recursos humanos Desenvolvimento do capital humano o o o o Aumento do investimento feito neste setor por parte do governo (representando 1/5 das despesas); Concessão de bolsas de estudo; Implementação de programas de línguas (fundo de língua) para estudantes que queiram aprender chinês; Desenvolvimento de programas para alunos com necessidades educativas especiais. Promoção da progressão de carreira o o Criação de uma plataforma para facilitação do desenvolvimento e progressão na carreira no âmbito do Quadro Europeu de Qualificações ; Investimento com vista a conceder prémios a profissionais para se envolverem em atividades de aprendizagem em diversos lugares do mundo, elaboração de programas de aprendizagem com base na indústria em questão. Melhoramento da formação profissional o Desenvolvimento de programas específicos dos diversos setores para a aquisição de competências. 3. Investimento em infraestruturas Planeamento de projetos para o desenvolvimento de infraestruturas (investimento previsto para ultrapassa os $70 biliões); Infraestruturas ferroviárias previsão de construção de cinco novas linhas ferroviárias. A rede ferroviária estender-se-á até Sai Ying Pun e Kennedy Town em 2014, e a Wong Chuk Asa e Ap Lei Chau, e a Ho Man Tin e Whampoa em A construção do Shatin a ligação Central, uma ferrovia que atravessa o território, será concluída entre 2018 e 2020; Construção e renovação de diversos hospitais incluindo a remodelação do Caritas Medical Center e dos Queen Mary Hospital, Hospital Kwong Wah e United Christian Hospital e construção de Tin Shui Wai Hospital e do Centro de Excelência em Pediatria, e a renovação de Hong Kong Buddhist Hospital ; 143

144 Investimento ao nível de instalações desportivas (por exemplo, construção do estádio com piscina aquecida em Tsing Yi, construção de um velódromo em Tseung Kwan); Investimento em infraestruturas ambientais para melhoria do meio ambiente (por exemplo, rede de tratamento de resíduos orgânicos em Siu Ho Wan e Lantau); Desenvolvimento de uma política de preservação da água, em face da escassez de recursos, por forma a garantir o desenvolvimento sustentável da RAE de Hong Kong; Aumento do investimento para grandes projetos relacionados com infraestruturas. 4. Assegurar o bem-estar da população Melhoramento do bem-estar social o Investimento no bem-estar da população através da implementação de programas e serviços de assistência prestados a idosos, pessoas com deficiência, famílias, crianças e jovens. Apoiar a redução da pobreza o Implementação de um fundo e donativos e implementação de programas para o combate à pobreza. Melhorar o fundo de previdência o Criação de plataformas eletrónicas por forma a reduzir os encargos da Administração. Reforço dos serviços de saúde o o o o Reforço do investimento nos cuidados de saúde, melhoria e expansão dos serviços públicos de saúde; Aperfeiçoamento dos serviços através do encurtamento das listas de espera; Desenvolvimento de novos programas de promoção da saúde mental e apoio à comunidade de doentes mentais; Investimento na área da saúde, nomeadamente na medicação para as doenças como doença de Parkinson e cancro. Promoção da proteção e conversação ambiental o o Melhoramento da proteção ambiental e conservação do ambiente para o desenvolvimento sustentável de Hong Kong; Investimento para apoio de projetos ecológicos com o objetivo de proteção ambiental, investigação científica, e encorajar as pessoas a participar em atividades de proteção ambiental. Estimular o crescimento económico o Implementação de diversas medidas para promover o crescimento económico. 144

145 3.4. Abertura da economia e relações comerciais A nível mundial, a importância das relações comerciais é reconhecida pelos países emergentes, uma vez que estes procuram intensificar as suas trocas comerciais apesar do abrandamento económico global. Hong Kong e os Emirados Árabes Unidos são as economias com maior abertura ao comércio em Por outro lado, em 2012, os EUA e Brasil registam uma contribuição baixa das exportações para o PIB do país, evidenciando uma economia menos aberta às relações comerciais. Figura 32 - Abertura ao comércio mundial Fonte: Euromonitor International 2013 A economia da RAE Hong Kong, embora pequena, é fortemente aberta ao comércio e fluxos de capital e ainda constitui um centro financeiro internacional, contudo, é uma economia suscetível à envolvente externa. Perante este cenário, a balança comercial do país tem-se mantido positiva, com exceção dos últimos dois anos, 2011 e 2012, com as importações a crescerem em média a um ritmo superior ao das exportações, 10,3% face a 7,4%. A taxa de cobertura das exportações sobre as importações tem vindo a ser superior a 90%, sendo que de 2011 a 2012 esta aumentou aproximadamente 3 pp, para um total de 104,89% (2012). A abertura da economia deve-se, na sua grande maioria, à não introdução de barreiras ao comércio, à não existência de restrições nos fluxos de investimento inward e outward e à não restrição de nacionalidade na apropriação empresarial ou setorial IMF

146 Peso nas importações totais de Hong Kong Importações (milhões US$) RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP Tabela 21 - Abertura da economia de Hong Kong Hong Kong Abertura da economia 311,67% 289,32% 338,26% 354,48% 361,63% Taxa de câmbio ($ /KKD) 7,79 7,75 7,77 7,78 7,76 Inflação 4,26% 0,61% 2,34% 5,26% 4,06% Balança Comercial (em % do PIB) 407,38% 374,31% 432,52% 446,05% 447,24% Balança Corrente (em % do PIB) 14,99% 9,50% 6,56% 4,80% 1,32% Fonte: World Bank Relações comerciais de Hong Kong com os principais parceiros China Continental, Japão, Singapura e EUA são os principais parceiros ao nível das importações de Hong Kong, representando em conjunto 65,5% do total, em O valor das importações provenientes da China têm vindo a aumentar 8,6% em média por ano, alcançando os milhões de US$ em Japão, Singapura e EUA, embora com menor relevância, foram o segundo, terceiro e quarto maiores fornecedores de Hong Kong, respetivamente. Globalmente, Hong Kong tem vindo a observar um crescimento médio anual das suas importações de 10,3% entre 2008 e Os produtos que mais contribuíram para o crescimento das importações de Hong Kong neste período foram maquinaria e equipamentos de transporte, outros artigos manufaturados, bens manufaturados e ouro. Gráfico 78 - Evolução das importações de Hong Kong e principais países de origem, % 70.0% 60.0% 50.0% 4.0% 4.1% 4.1% 6.3% 6.5% 6.6% 5.0% 5.3% 5.3% 6.4% 6.4% 7.0% 10.0% 392, % 9.3% 352, , , % 3.9% 6.1% 510, % 6.2% 6.0% 6.5% 6.3% 8.5% 7.7% 600, , , % 300, % 20.0% 10.0% 46.1% 45.8% 44.7% 43.2% 45.5% 200, , % China Japão Singapura EUA China, Província de Taiwan República da Coreia Importações Fonte: UNCTAD, UNCTADstat (Nota: China refere-se a China Continental e Hong Kong à RAE de Hong Kong avaliada autonomamente). 146

147 Relativamente aos produtos importados, verifica-se que Hong Kong importa maioritariamente partes de tubos e válvulas, equipamento de telecomunicações, partes e acessórios de grupos de máquinas e máquinas automáticas para processamento de dados, representando 53% do total de importações para o mundo. Além disso, importa ainda joalharia e artefactos de materiais preciosos, relógios de pulso e relógios, carrinhos de bebés, jogos, brinquedos e artigos de desporto, registando um peso de 16%. Gráfico 79 - Importações da RAE de Hong Kong do mundo - Top produtos, % 3% 3% 1% 1% Maquinaria e equipamentos de transporte Outros artigos manufaturados 9% Bens manufaturados 10% 53% Commodities e transações n.e. Químicos e produtos relacionados Alimentos e animais vivos 16% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Matérias-primas (exceto combustíveis) Bebidas e tabaco Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Não obstante o peso dos produtos importados, em particular, as importações de combustíveis minerais, lubrificantes e alimentos e animais vivos, importa realçar o crescimento médio anual destes produtos entre , 110% ao nível dos combustíveis minerais e 15% nos alimentos e animais vivos, como se pode verificar no gráfico seguinte. Por outro lado, a maquinaria e equipamento de transporte, a categoria de produtos com maior peso de importações em 2012, evidenciam um decréscimo médio anual de 14%. Gráfico 80 - Importações da RAE de Hong Kong do mundo Evolução dos produtos, Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 147

148 Principais importações da RAE de Hong Kong à China Continental Figura 33 - Principais importações da RAE de Hong Kong à China Continental (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Figura 34 Importações da RAE de Hong Kong à China Continental (2012) 7% 2% 6% 2% 2% Maquinaria e equip. de transporte Outros artigos manufaturados Bens manufaturados Hong Kong importa maioritariamente maquinaria e equipamentos de transporte (60%) e outros artigos manufaturados, como por exemplo vestuário de uso feminino, carrinhos de bebé, brinquedos, jogos, joalharia e artigos de vestuário (2012). 21% 60% Commodities e transações n.e. Químicos e produtos Combustíveis minerais, lubrif. e mat. Alimentos e animais vivos Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 148

149 Principais importações da RAE de Hong Kong ao Japão Figura 35 - Principais importações da RAE de Hong Kong ao Japão (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 81 - Importações da RAE de Hong Kong ao Japão (2012) 8% 9% 5% 4% 2% 1% Maquinaria e equip. de transporte Outros artigos manufaturados Bens manufaturados Químicos e produtos As máquinas e equipamentos de transporte são a fatia com maior peso nas importações de Hong Kong ao Japão (57%), que correspondem essencialmente à importação de válvulas e tubos, equipamento de telecomunicações e partes e acessórios de máquinas. 13% 57% Commodities e transações n.e. Combustíveis minerais, lubrif. e mat. Alimentos e animais vivos Relativamente às importações de outros artigos manufaturados destacam-se carrinhos de bebé, relógios e relógios de pulso e bens óticos. Matérias-primas (exc. Combust.) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 149

150 Principais importações da RAE de Hong Kong a Singapura Figura 36 - Principais importações da RAE de Hong Kong a Singapura (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 82 - Importações da RAE de Hong Kong a Singapura (2012) 14% 8% 1% 4% 3% 1% 1% Maquinaria e equip. de transporte Combustíveis minerais, lubrif. e mat. Commodities e transações n.e. Químicos e produtos Outros artigos manufaturados Hong Kong importa essencialmente maquinaria (68%) e combustíveis minerais, lubrificantes e outros materiais relacionados (14%). Os principais produtos importados na categoria de maquinaria são: válvulas e tubos catódicos, equipamento de telecomunicações e ainda partes e acessórios de máquinas de grupo. 68% Bens manufaturados Bebidas e tabaco Alimentos e animais vivos Relativamente aos combustíveis, destacam-se maioritariamente os óleos de petróleo ou minerais betuminosos. Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 150

151 Principais importações da RAE de Hong Kong aos EUA Figura 37 - Principais importações da RAE de Hong Kong aos EUA (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 83 - Importações da RAE de Hong Kong aos EUA (2012) 10% 10% 12% 8% 1% Maquinaria e equip. de transporte 39% Commodities e transações n.e. Outros artigos manufaturados Alimentos e animais vivos Bens manufaturados As importações de Hong Kong aos EUA estão concentradas em três grandes categorias de produtos maquinaria e equipamentos de transporte, commodities e transações e outros artigos manufaturados, que representam no seu conjunto 71,1% do total importado. Ao nível da maquinaria destacam-se os equipamentos de telecomunicações, partes e acessórios de máquinas de grupos e ainda válvulas e tubos catódicos. 20% Químicos e produtos Matérias-primas (exc. Combust.) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 151

152 Importações (milhões US$) RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP Relações comerciais da RAE Hong Kong com a CPLP Importações No âmbito da CPLP, Brasil, Angola e Portugal são os países que mais exportam para a RAE de Hong Kong, com especial destaque para o Brasil, o país da CPLP que apresenta maior peso no total de importações de Hong Kong da CPLP, cerca de 90,5% em Apesar de Portugal registar uma contribuição pequena nas exportações da CPLP para Hong Kong, 5,1% em 2012, é o país da CPLP com maior crescimento médio anual das exportações, 13,2% de Por outro lado, as exportações de Angola para Hong Kong registam um decréscimo médio anual de 3,2%. A CPLP representou, em 2012, apenas 0,46% das importações de Hong Kong Gráfico 84 - Importações de Hong Kong da CPLP 3,000 2,500 2, % 0.61% 0.43% 0.44% 0.46% 1,500 2,320 1,000 1,826 1,938 1,775 2, Portugal Angola Brasil Fonte: UNCTAD, UNCTADstat A seguir ao Brasil, Portugal regista o 2º maior valor de importações da RAE de Hong Kong no total dos países da CPLP, destacando-se a importação de maquinaria e equipamentos de transporte e outros artigos manufaturados. Dos 8 países da CPLP, Portugal apresenta a segunda maior quota ao nível de maquinaria e equipamentos (35,0%), e é líder ao nível da importação de outros artigos manufaturados, uma quota de 71,6%, em A nível mundial, Portugal não é considerado um forte parceiro comercial ao nível das importações com Hong Kong, evidenciando uma quota de mercado de apenas 0,02% em

153 Principais importações da RAE de Hong Kong a Portugal Figura 38 - Principais importações da RAE de Hong Kong a Portugal (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat A maquinaria e equipamentos de transporte são a fatia com maior peso nas importações de Hong Kong com origem de Portugal. Analisando com maior granularidade, importa destacar os aparelhos de circuitos elétricos e placas e equipamento de telecomunicações, representado cerca de 45% das importações de Hong Kong. Destacam-se igualmente as importações de relógios de pulso e relógios, com um peso relativo de 34%. Gráfico 85 - Importações da RAE de Hong Kong a Portugal (2012) 9% 5% 34% 3% 2% 2% 45% Maquinaria e equipamentos de transporte Outros artigos manufaturados Bens manufaturados Químicos e produtos relacionados Alimentos e animais vivos Matérias-primas (exceto combustíveis) Bebidas e tabaco Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 153

154 Principais importações da RAE de Hong Kong ao Brasil Figura 39 - Principais importações da RAE de Hong Kong ao Brasil (2012) Brasil 86,5% das importações de Hong Kong da CPLP (2012) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Relativamente aos produtos vindos do Brasil em 2012, o que tem maior peso é a categoria de carne, com uma importância relativa de 66,07%. Em segundo lugar surge a categoria do couro com um peso de 9,23%, e de seguida, ouro com 7,74%. Gráfico 86 Importações da RAE de Hong Kong ao Brasil (2012) 10% 8% 5% 2% 1% 1% 1% 1% Alimentos e animais vivos Bens manufaturados Commodities e transações n.e. Maquinaria e equipamentos de transporte Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras Bebidas e tabaco 71% Químicos e produtos relacionados Matérias-primas (exceto combustíveis) Outros artigos manufaturados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 154

155 Exportações (milhões US$) RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP Exportações Brasil, Portugal e Angola são os países que mais exportam para a RAE de Hong Kong, com especial destaque para o crescimento do Brasil, um crescimento médio anual de 4,7% de A seguir ao Brasil, Portugal é o 2º país da CPLP com maior peso nas exportações de Hong Kong via CPLP, representando 10,1% em Contudo, verifica-se um decréscimo médio anual de 4,0% ao nível das exportações de Hong Kong para Portugal. Angola apresenta um peso decrescente, com um decréscimo médio anual de importações de Hong Kong de 1,2%. Gráfico 87 - Exportações de Hong Kong da CPLP CPLP representou, em 2012, 0,47% das exportações de Hong Kong 2, % 0.47% 2, % 0.48% 1,500 1,000 1, % 1,180 1,663 2,062 1, Angola Portugal Brasil Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 155

156 Principais exportações da RAE de Hong Kong para Portugal Figura 40 - Principais exportações da RAE de Hong Kong para Portugal (2012) Portugal 10,1% das exportações de Hong Kong da CPLP Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Em 2012, a RAE de Hong Kong exportou para Portugal essencialmente dois tipos de produtos: maquinaria e equipamentos de transporte e outros artigos manufaturados. Gráfico 88 - Exportações da RAE de Hong Kong para Portugal (2012) Na categoria de maquinaria, destacam-se os equipamentos de telecomunicações, máquinas movidas a energia elétrica e aparelhos de registo ou de reprodução de som. Nos outros artigos manufaturados surgem as exportações de instrumentos e aparelhos óticos, relógios de pulso e relógios e contadores. 44% 56% Maquinaria e equipamentos de transporte Outros artigos manufaturados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 156

157 Principais importações da RAE de Hong Kong para o Brasil Figura 41 - Principais exportações da RAE de Hong Kong para o Brasil (2012) Brasil 85,9% das exportações de Hong Kong da CPLP Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Do total de exportações de Hong Kong para o Brasil destacam-se duas categorias de produtos: maquinaria e equipamentos de transporte e outros artigos manufaturados, que no seu conjunto representam 97% do total de importações em Na primeira categoria destacam-se equipamentos de telecomunicações, tubos e válvulas catódicas, aparelhos para circuitos elétricos, máquinas de processamento de dados automáticas e acessórios de grupos de máquinas. Gráfico 89 - Exportações da RAE de Hong Kong para Brasil (2012) 25% 2% 1% Os outros artigos manufaturados dizem respeito a exportações de relógios de pulso, relógios, carrinhos de bebés, brinquedos, jogos e bens desportivos, bens óticos e artigos de viagem e bolsas. 72% Maquinaria e equipamentos de transporte Outros artigos manufaturados Bens manufaturados Químicos e produtos relacionados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 157

158 Milhões US$ RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP 3.5. Investimento direto estrangeiro na RAE de Hong Kong Gráfico 90 - Fluxos de IDE em Hong Kong, ,000 98, ,000 95,885 96,125 90,000 83,985 82,708 80,000 De acordo com o United Nations Conference on Trade and Development s (UNCTAD) World Investment Report 2013, Hong Kong ocupa a 3ª posição em termos de fluxo de IDE global em Hong Kong é 3º centro financeiro internacional mais importante, depois de Londres e Nova Iorque, registando um crescimento médio anual de inward e outward IDE de 2,7% e 10,1% respetivamente. 74,584 70,000 67,035 60,000 57,099 57,940 54,274 50,000 40, Inward Outward Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 91 - Top 20 economias anfitriãs, 2012 Se por um lado os valores de IDE diminuíram substancialmente no ano de 2012, o investimento no exterior (outward) com origem na RAE de Hong tem sofrido uma diminuição mais ligeira, registando, ainda assim, valores particularmente elevados que resultam da utilização do território como plataforma de capitais para a região asiática. Em 2012, Hong Kong ocupou a 3ª posição, quer seja de economia recetora de IDE, quer de economia investidora. Suécia Cazaquistão Colômbia Indonésia França Índia Espanha Luxemburgo Irlanda Chile Canadá Federação Russa Singapura Austrália Reino Unido Ilhas Virgens Britânicas Brasil China, Hong Kong China EUA 14,000 14,000 16,000 20,000 25,000 26,000 28,000 28,000 29,000 30,000 45,000 51,000 57,000 57,000 62,000 65,000 65,000 75, , ,000-50, , , ,000 Milhões US$ Gráfico 92 - Top 20 economias investidoras, 2012 Luxemburgo 17,000 Irlanda 19,000 Noruega 21,000 Chile 21,000 Singapura 23,000 México 26,000 Itália 30,000 República da Coreia 33,000 Suécia 33,000 França 37,000 Ilhas Virgens Britânicas 42,000 Suíça 44,000 Federação Russa 51,000 Canadá 54,000 Alemanha 67,000 Reino Unido 71,000 China, Hong Kong 84,000 China 84,000 Japão 123, ,000 EUA - 100, , ,000 Fonte: World Investment Report 2013 Milhões US$ Fonte: World Investment Report

159 Tabela 22 - Top 10 países de destino de IDE na Ásia-Pacífico, 2012 Países Número de projetos China 944 Índia 704 Singapura 348 Austrália 307 Hong Kong 184 Malásia 162 Indonésia 155 Vietname 143 Japão 118 Tailândia 118 Outros 557 Total A atratividade da RAE de Hong Kong aos olhos dos investidores deve-se sobretudo ao posicionamento estratégico alcançado: uma plataforma com duas vias, permitindo que as empresas estrangeiras acedam à China Continental e ao mesmo tempo apoiar as empresas do continente a globalizar as suas operações. Hong Kong Representa 4,9% do total de projetos de IDE na Ásia-Pacífico, em 2012 Fonte: FDI Report 2013 Grandes projetos recentes A Esquel Group, empresa de fabrico de vestuário com base em Hong Kong, irá investir 25 milhões de US$ na criação de uma fábrica de vestuário na Zona Industrial de Luong Son, na região do Vietname hoabinh, criando 3000 empregos na primeira fase do projeto. A Higson Group, empresa especialista em vestuário desportivo com base em Hong Kong, irá investir 4 milhões de US$ na abertura de uma fábrica em Zitoradja na Sérvia, e realocar 10% a 15% da produção da Ásia. A fábrica irá empregar cerca de 500 trabalhadores no primeiro ano e adicionalmente 1000 a 1500 por volta de Fonte: FDI Report

160 4. Fazer negócios na RAE de Macau 160

161 4. Investir na RAE de Macau 4.1. Breve descrição do mercado de trabalho e do regime de Segurança Social População Ativa A RAE de Macau tem uma população de cerca de 582 mil pessoas e estruturalmente jovem, em que cerca de 80% dos cidadãos são adultos com idade compreendida entre os 15 e os 64 anos. Paralelamente, a região tem vindo a registar um nível de crescimento positivo ao longo dos últimos anos. Atualmente, a taxa de atividade na região ronda os 72% e está relacionada, em larga escala, com o setor terciário - nomeadamente os sectores do comércio por grosso e a retalho, do jogo e do turismo - que representa cerca de 93% da atividade económica da região. A população de Macau detém um elevado nível de formação, sendo o nível de escolarização dos cidadãos na ordem dos 99%, no que respeita ao ensino primário, e dos 98% no que respeita ao ensino secundário. Macau é também uma região de forte atração de imigrantes vindos, nomeadamente, do Continente Chinês, para ingressar quer no mercado de trabalho, quer no ensino superior nessa região Desemprego A taxa de desemprego entre a população de Macau tem vindo a sofrer um decréscimo, sendo atualmente cerca de 2%. Da população desempregada, cerca de 21% encontra-se à procura de primeiro emprego e cerca de 32% possui formação de nível superior. Uma parte muito significativa da população desempregada desenvolvia a sua atividade nos sectores culturais, recreativos, do jogo, do comércio por grosso e retalho e da construção Breve descrição do regime de Segurança Social A Lei n.º 4/2010 Regime de Segurança Social entrou em vigor em 1 de janeiro de 2011 e estabelece os termos de funcionamento do regime de segurança social de Macau. O regime de Segurança Social vigente assenta no princípio de seguro social e o seu financiamento tem por base as receitas das contribuições, de montante fixo, realizadas pelos seus beneficiários. Os beneficiários do Regime de Segurança Social de Macau têm acesso a prestações sociais que visam cobrir situações de velhice, invalidez, desemprego, bem como outras situações socialmente relevantes (maternidade, casamento e funeral). Atualmente existem dois regimes de Segurança Social em Macau: 161

162 Aplicável a: Regime obrigatório i. Residentes em Macau que tenham contrato de trabalho, trabalhem sob a autoridade e direção de um empregador e que recebam uma remuneração, incluindo-se, para este efeito, os que prestem trabalho fora de Macau em sucursal ou agência de empresa aí registada; ii. Trabalhadores da Administração Pública, não incluindo os que estejam inscritos no regime de aposentação e sobrevivência da Função Pública. Contribuições a cargo dos trabalhadores e da entidade empregadora 1. Aplicável a: Regime facultativo i. Trabalhadores com relações de trabalho entre cônjuges ou pessoas com relação de união de facto ou com vínculo familiar até ao segundo grau e que vivam em comunhão de mesa e habitação; ii. Trabalhadores com relações com o sistema de formação profissional inserido no mercado de emprego; iii. Trabalhadores da Administração Pública no ativo que estejam inscritos no regime de aposentação e sobrevivência; iv. Demais residentes em Macau, desde que maiores de idade. 1. Contribuições totalmente a cargo do beneficiário. 162

163 4.2. Como investir na RAE de Macau? O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), enquanto entidade responsável pela promoção do comércio externo e atração de investimento estrangeiro para Macau, tem como principal objetivo desenvolver as relações comerciais entre Macau e outros países e territórios, para assim fomentar um ambiente de negócios competitivo na região, criar oportunidades de negócio no mercado macaense e potenciar o desenvolvimento económico local. Macau possui leis de proteção aos investidores e uma filosofia de direito de características ocidentais, mantendo os princípios europeus, em resultado do longo período em que esteve sob administração portuguesa. Não obstante não existir um diploma único que regulamente o regime de investimento em Macau, a legislação comercial da região estabelece o quadro aplicável ao investimento direto estrangeiro: a) A entrada no país pode ocorrer por via da constituição de empresa nacional ou estrangeira ou através de outra figura contratual (joint-venture, consórcios e agrupamentos de interesse económico); b) As empresas de capital externo só podem ser dirigidas por estrangeiros com estatuto de residentes; c) As sociedades que não exerçam atividade permanente na região, não dispondo de sede estatutária nem administração principal, devem designar e registar um representante residente em Macau com poderes bastantes para o efeito. Adicionalmente, ao investidor externo é concedido o mesmo tratamento que o concedido aos nacionais, sendo possível, nomeadamente: a) A abertura e manutenção de contas bancárias em moeda estrangeira livremente convertível, com vista à realização do investimento; b) O repatriamento do capital investido e reinvestido, dos rendimentos auferidos e dos dividendos e lucros após pagamento das imposições fiscais devidas; c) Acesso a apoios de carácter fiscal, financeiro e de diversificação das exportações. Cumpre ainda referir que o acesso a determinadas atividades está sujeito a formalismos específicos e depende de registo e licenciamento prévio, como sejam as atividades bancária e seguradora, a indústria transformadora e a construção civil. 163

164 Estabelecimento de empresas Macau adotou um sistema de formalidades simplificadas para investimento e negócio, com identidade de procedimentos no que se refere à constituição de empresas por investidores locais e externos, A constituição de empresas em Macau é feita junto do IPIM que procede ao registo dos atos notariais e cobra todos os encargos relacionados com os mesmos. Através da plataforma One Stop Service, o IPIM disponibiliza uma série de serviços e procedimentos administrativos necessários à constituição de uma empresa, como sendo: - Pagamento adiantado da taxa de registo da empresa, das taxas de notário e despesas comuns; - Assistência na escolha do nome comercial da empresa; - Agendamento com notário do IPIM para assinatura do documento comprovativo do estabelecimento da empresa; - Assistência no registo da empresa; - Assistência no preenchimento declaração de início de atividade para efeitos de imposto industrial. A incorporação de uma sociedade em Macau implica o pagamento das seguintes taxas: Taxa de notário (entre 0,1% e 0,5% do capital social, variável em função do mesmo); Imposto do Selo (entre 0,1% e 0,4% do capital social, variável em função do mesmo); Taxa de registo (entre 0,2% e 0,4% do capital social, variável em função do mesmo); Taxa de certificado de admissibilidade do nome comercial da empresa (MOP $55, cerca de 5 ou 7 US$); Declaração de início de atividade para efeitos fiscais (entre MOP $300 e MOP $1.500 por ano, cerca de ou 40 US$ US$). Aquando do registo de uma sociedade ou sucursal em Macau é necessária a apresentação dos seguintes documentos: Ata da assembleia geral da sociedade dominante; Certificado emitido por notário do país de origem, declarando que a empresa dominante é constituída e organizada ao abrigo da lei, e que os signatários têm poderes para proceder à constituição, autenticando as assinaturas e respetiva legalidade; Carta de aceitação da nomeação para os corpos gerentes/diretivos, assinada pelo administrador da empresa/representante da sucursal a constituir em Macau; Estatutos da sociedade dominante. 164

165 4.3. Incentivos e benefícios ao investimento Aos investidores externos que realizem investimentos em Macau é concedido acesso a apoios de carácter fiscal, financeiro e de diversificação das exportações Incentivos Fiscais Os incentivos fiscais revestem, na sua maioria, a natureza de isenções de imposto ou de dedução à coleta. Estes são concedidos numa base casuística a projetos de investimento que satisfaçam, pelo menos, um dos seguintes requisitos: Promovam a diversificação económica; Contribuam para o crescimento das exportações para novos mercados não contingentados; Proporcionem o aumento do valor acrescentado na cadeia produtiva em que se integram; Contribuam para a modernização tecnológica. Por forma a obter incentivos fiscais os investidores devem apresentar ao Chefe do Executivo, previamente ao início do projeto, requerimento em que fundamentem e justifiquem as razões que conferem direito aos mesmos. Os incentivos fiscais em vigor para o exercício fiscal de 2013 (aprovados pela Lei n.º 17/2012 Lei do Orçamento de 2013) são os seguintes: Imposto Imposto Complementar (sobre lucros) Incentivos atribuídos Possibilidade de redução a 50%. Contribuição Predial Urbana Isenção total pode ser atribuída nos imóveis adquiridos para instalação exclusiva de unidades industriais; Isenção parcial prevista por um período até cinco anos em Macau e 10 anos nas ilhas para imóveis novos arrendados para fins industriais; Dedução à coleta de MOP $3.500 (cerca de 320 ou 440 US$), não aplicável a entidades não residentes na Região Administrativa Especial de Macau. Contribuição Industrial Possibilidade de isenção total, mediante requerimento; Redução de 50% para os estabelecimentos situados nas ilhas. Imposto de Consumo Isenção aplicável a óleos combustíveis destinados a unidades industriais. Imposto do Selo Isenção de pagamento, mediante apresentação de requerimento, de imposto do selo incidente sobre: 165

166 Imposto Incentivos atribuídos o Apólices de seguros; o o o o Operações bancárias; Bilhetes de entrada ou de assistência pessoal a espetáculos, exposições e diversões; Afixações e colocação de material de propaganda e publicidade que esteja isenta da taxa de licenciamento; Aquisições de imóveis habitacionais por residentes permanentes cujo valor tributável não exceda MOP $ 3 milhões (cerca 280 mil ou US$ 375 mil) Imposto de Turismo Estão isentos os serviços prestados em restaurantes de luxo e estabelecimentos similares tal como definidos no Decreto-Lei n.º 16/96/M Incentivos à diversificação de exportações Este tipo de incentivo está disponível para empresas registadas nos Serviços de Economia como operadores de comércio externo, mediante requerimento prévio. O apoio, designadamente no que respeita a ações promocionais organizadas pelo IPIM pode consistir em: a) Custos totalmente subsidiados: Renda de recintos de exibição (stands); Construção, montagem e desmontagem dos stands; Decoração dos stands; Apoio ao funcionamento dos stands durante o período de exibição; Custos de participação das associações empresariais, incluindo o do transporte da delegação (sendo o numero de participantes da delegação a determinar pelo IPIM). b) Custos com apoio de 60%: Custo de impressão de material promocional (folhetos, sumários, panfletos, outros), até US$; Custo de produção de materiais audiovisuais, até US$; Custo de participação individual em exposições organizadas fora de Macau (incluindo viagens, transporte de amostras, renda de stands e sua decoração), até US$. c) Custos com apoio de 50%: Despesas com o transporte dos exemplares apresentados em exposições internacionais ou das missões organizados pelo IPIM, até 20 kg por carga aérea ou 3 metros cúbicos por transporte marítimo; 2 passagens de ida e volta, por via aérea, em classe económica, por cada empresa, caso adquiridas através de agência de viagens local; Renda dos recintos de exibição (stands); Construção, montagem e desmontagem dos stands; Decoração dos stands; Apoio ao funcionamento dos stands durante o período de exibição; Custos de participação das associações empresariais, incluindo o transporte da delegação. 166

167 Regime offshore O IPIM considerou que a economia de Macau, altamente terceirizada e com boas infraestruturas, beneficiaria com a criação de um centro internacional de negócios no território, o que culminou na criação de um regime offshore em Macau. Podem ser desenvolvidas ao abrigo do regime offshore as seguintes atividades económicas, dirigidas aos mercados externos e exercidas exclusivamente com não-residentes, através de operações denominadas noutra moeda que não a pataca: Atividades financeiras; Gestão fiduciária de patrimónios; Atividades comerciais, previstas em tabela aprovada para o efeito, tais como: consultoria em equipamento informático, consultoria e programação informática, processamento de dados, atividades de bancos de dados, atividades de apoio administrativo e arquivístico, atividades de investigação e desenvolvimento, atividades de ensaios e análises técnicas e serviços de gestão e administração de navios e aeronaves. Atividades de prestação de serviços auxiliares, executadas por subsidiária ou sucursal offshore de instituição com sede no exterior, cujo objeto social consiste exclusivamente na prestação, à instituição de que dependem ou em que se integram, de algum dos serviços auxiliares previstos na tabela aprovada para o efeito. Salvo quando indispensável à sua instalação e funcionamento, à sociedade offshore está vedado: Efetuar operações com residentes, nomeadamente adquirir, arrendar ou locar bens imóveis situados em Macau, ou conceder crédito para a respetiva aquisição, arrendamento ou locação financeira; Prestar garantias, avales ou qualquer tipo de serviços a residentes; Efetuar operações tituladas em patacas. Apenas podem beneficiar do regime offshore as sociedades constituídas segundo a lei do território e sucursais de instituições constituídas no exterior, as quais são enquadradas num regime fiscal especial que compreende os seguintes benefícios: Isenção de imposto complementar de rendimentos, relativamente aos rendimentos obtidos no âmbito da atividade offshore; Isenção de contribuição industrial; Isenção de imposto sobre sucessões e doações sobre transmissões, a título gratuito, de bens móveis ou imóveis, afetos, exclusivamente, à atividade offshore; Isenção de imposto da sisa sobre as transmissões onerosas de imóveis destinados, exclusivamente, à atividade offshore; Isenção de imposto de selo sobre: o Apólices de seguros relativas a riscos offshore; o Contratos celebrados com entidades não domiciliadas em Macau que decorram do exercício da atividade offshore; o Doações entre vivos a que seja aplicável a isenção prevista para o imposto sobre sucessões e doações de transmissões a título gratuito; o Operações bancárias realizadas no âmbito da atividade offshore; o Constituição de instituições offshore, e o reforço ou aumento do respetivo capital social. Adicionalmente, os quadros dirigentes e técnicos especializados que sejam autorizados a fixar residência em Macau estão isentos de imposto profissional relativamente aos salários que lhes sejam disponibilizados pelas instituições offshore até 31 de dezembro do terceiro ano, contado após o início da atividade profissional em Macau. As instituições offshore a operar em Macau estão sujeitas ao pagamento de uma taxa de instalação (antes do início de atividade) e uma taxa semestral de funcionamento. 167

168 4.4. Principais mecanismos de financiamento Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau Macau dispõe de um Fundo destinado a mobilizar recursos para apoiar financeiramente a realização de projetos de ações que contribuam para o desenvolvimento económico de Macau o FDIC (Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau). Podem beneficiar dos fundos disponibilizados pelo FDIC os seguintes projetos de investimento: a) Projetos e ações conducentes ao aumento da produtividade das empresas, designadamente, nos sectores industrial, comercial e de pesca; b) Projetos e ações de apoio à melhoria da qualidade dos produtos originários de Macau; c) Projetos e ações de investimento nos sectores que contribuam para a promoção do desenvolvimento económico da região de Macau; d) Projetos e ações de aperfeiçoamento das condições de exploração das empresas exercidas por investidores (pessoas singulares ou coletivas); e) Projetos e ações de investigação e de formação que contribuam para o desenvolvimento económico de Macau Fundo de Cooperação China-Países de Língua Portuguesa Outro instrumento disponível para o financiamento de investimentos de grande dimensão e com reconhecido impacto económico é o Fundo de Cooperação China-Países de Língua Portuguesa. Este fundo, criado em 2010 com intuito de fortalecer a cooperação e as relações de investimento entre a China e os países de língua Portuguesa, disponibiliza um total de mil milhões de US$ para projetos de investimento que promovam a melhoria da qualidade de vida das populações e o desenvolvimento social e económico dos países destinatários do financiamento. Um dos critérios elegíveis para obtenção do financiamento é a aposta na utilização de tecnologia industrial avançada. O acesso a este fundo faz-se através do preenchimento da candidatura por parte da empresa ou investidor interessado, e depende da decisão da comissão de investimento, composta por membros da equipa de gestão do fundo. Os montantes máximos de investimento em cada projeto são determinados pela equipa de gestão do fundo e podem variar entre 5 e 20 milhões de US$. No que se refere aos veículos de investimentos, o fundo admite a utilização de diversos instrumentos, adaptados em função das características das empresas e da natureza dos projetos. O financiamento concedido é realizado com base nas características e circunstâncias individuais das empresas e dos projetos de investimento. O fundo pode ser flexível nos instrumentos financeiros a conceder e nas respetivas abordagens de investimento, designadamente de investimento de capital ou quase-capital (como por exemplo, ações preferenciais, híbridos de capital e obrigações convertíveis). Os critérios para aceder ao fundo são: Desenvolver atividade legal nos países membros; Utilizar tecnologia industrial avançada e experiência relevante no setor; Demonstrar boa capacidade de investimento; 168

169 Apresentar uma equipa de gestão experiente; Apresentar um plano de negócio adequado; Os projetos devem realizar-se nos países-membros, China (incluindo REA Macau), Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste. Apresentar prospeção de mercado positiva com potencial de crescimento; Identificação dos elementos de desenvolvimento económico do país alvo do investimento. O processo de investimento tem um conjunto alargado de fases, nomeadamente: desenvolvimento do projeto, seleção do projeto, definição de intenções, análise e investigação, negociações comerciais, aprovação do investimento e assinatura dos documentos legais. O prazo de investimento regra geral é de 4 a 6 anos e a escala de investimento poderá variar, para um único projeto, entre US$ 5 a 20 milhões Incentivos Financeiros A RAE Macau tem incentivos financeiros sob a forma de bonificação de juros de créditos a empresas privadas que realizem investimentos na mesma. O Governador da RAEM pode também atribuir subsídios, reembolsáveis ou a fundo perdido, a título de comparticipação nos custos decorrentes da implementação de projetos de investimento, que figuram na seguinte tabela. Incentivo Financeiro Incentivos atribuídos Bonificação de juros de créditos para financiamento empresarial Regulamento Administrativo n.º 16/2009 A Bonificação de Juros de Créditos para Financiamento Empresarial tem como objetivo encorajar empresas a aumentar os seus investimentos no âmbito das suas atividades para contribuírem com alguns fatores: Promover a diversificação de atividades económicas em Macau; Proteção ambiental; Competitividade de empresas quanto á sua modernização, inovação e reconversão da tecnologia das empresas; O nível de referência da bonificação de juros, a atribuir numa base anual, é de 4 pontos percentuais. A bonificação é concedida por um período máximo de 4 anos contados a partir do dia do início do reembolso do crédito e incide sobre o capital em dívida em cada momento. Decreto-Lei n.º 49/85/M (Artigo 11.º, Incentivos extraordinários) Poderão ser concedidos, se devidamente fundamentados, subsídios reembolsáveis e a fundo perdido na implementação de projetos de investimento que se proponham a: Fabricar novos produtos, donde derive elevado risco económico e sempre que o mérito da inovação o justifique; Realizar projetos inovadores e com vista ao desenvolvimento, tendo em vista aplicações industriais de interesse para a RAEM; Executar projetos de instalação de equipamentos antipoluição donde resultem benefícios para a RAEM; 169

170 4.5. Competitividade da RAE de Macau De acordo com os dados World Investment Report das Nações Unidas, publicado em 2013, a RAE de Macau registou em 2012 um volume de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) de milhões US$, que, no contexto regional com a China Continental e a RAE de Hong Kong, representa 0,8% do total de IDE desta região (cerca de 197,164 milhões US$). O IDE da RAE de Macau proveio, na sua maioria, de investidores localizados na RAE de Hong Kong, nos Estados Unidos da América e nas Ilhas Caimão, tendo sido canalizado para a indústria do jogo, atividades financeiras e comércio por grosso e a retalho Principais constrangimentos ao IDE e Exportação Exportações/Importações Barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros impedimentos Licenciamento das Importações para Macau Cabe aos Serviços de Alfândega da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) a fiscalização das atividades alfandegárias nessa região. Em regra, a importação de mercadorias não exige nenhuma pré-aprovação, bastando que estejam acompanhadas da documentação exigida, a qua depende da categoria de produtos em causa. Certos grupos de produtos necessitam, no entanto, de autorização prévia de importação de várias entidades competentes, como sendo: Direção dos Serviços de Economia, no caso de cigarros, vinhos, veículos, equipamentos e matériasprimas para a produção de discos compactos; Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, no caso de animais, plantas e comida; Serviços de Saúde, no caso de produtos Farmacêuticos e químicos; Gabinete para o Desenvolvimento das Telecomunicações e Tecnologias da Informação, quanto aos recetores de rádio sem fio, radar e equipamentos de navegação; Corpo de Polícia de Segurança Pública, relativamente a armas, munições e fogo de artifício. Uma vez que Macau é um porto franco, regra geral não são cobrados direitos aduaneiros na importação de mercadorias, sendo apenas devido Imposto de Consumo, que incide sobre determinadas mercadorias importadas, como bebidas espirituosas (mas apenas com elevado teor alcoólico) e tabaco e seus sucedâneos. Desde 2008, e à semelhança do que ocorreu em Hong-Kong, a importação de cervejas, vinhos e outras bebidas de teor alcoólico menos elevado e de combustíveis e lubrificantes passou a estar isenta de Imposto de Consumo. De forma a potenciar a RAEM como centro logístico, a Lei do Comércio Externo procurou simplificar os procedimentos associados a importações e exportações, tendo igualmente estendido para 180 dias o prazo máximo de permanência de mercadorias em regime de trânsito em Macau. Adicionalmente, Macau celebrou ainda um acordo com o Governo Central da China Acordo CEPA ao abrigo do qual alguns produtos produzidos em Macau podem ser introduzidos no mercado continental da China sem sujeição a direitos aduaneiros e vice-versa. 170

171 Assim Macau posiciona-se como uma plataforma privilegiada de promoção do comércio entre a China e a CPLP Entrada e saída de capitais Tal como definido na Lei Básica de Macau (Constituição), que define o quadro geral da regulamentação da RAEM, que foi aprovada para entrar em vigor no momento da transição para a China da região, Macau adotou uma política de comércio livre, garantindo o livre fluxo de produtos, bens incorpóreos e capitais, sem qualquer política de controlo cambial, permitindo assim a livre conversão da Pataca Estabilidade legal e fiscal - Barreiras legais, fiscais e regulamentares Macau manteve total independência relativamente à China na definição do seu sistema tributário, o qual é simples, com uma carga fiscal reduzida e com fortes ligações aos países de língua portuguesa. Tem sido usual a concessão de múltiplas isenções de impostos para certas atividades, mas o quadro seguinte apresenta em resumo os principais impostos previstos na lei fiscal de Macau. Imposto Taxa Sujeito passivo/base tributável Contribuição Predial 10% 6% Valor da renda (quando superior ao valor da matriz) Valor do imóvel (quando este não esteja arrendado) Contribuição Industrial Taxa fixa anual variável em função da atividade: Bancos comerciais: MOP; Empresas de construção: 500 MOP; Hotéis: 500 MOP; Seguradoras: 500 MOP Empresas têxteis: 500 MOP; Incide sobre as pessoas singulares ou coletivas que exerçam atividade de natureza comercial ou industrial. É devida uma taxa fixa por cada atividade exercida pelo sujeito passivo. Imposto Complementar de Rendimentos (sobre lucros) Taxa progressiva (entre 3% e 12%), sendo a taxa de 12% aplicável a rendimentos acima de MOP (US$ ). Incide sobre os rendimentos da atividade comercial ou industrial Imposto Profissional Taxa entre 7% e 12%, sobre o rendimento que exceda MOP Incide sobre o rendimento de trabalho individual anual do sujeito passivo, quer seja assalariado, empregado ou profissional liberal 171

172 Imposto Taxa Sujeito passivo/base tributável taxa variável de 1% a 3%, em função do valor, a que acresce um sobretaxa de 5% Transmissão de bens imóveis a título oneroso até MOP Imposto de Selo Imposto do Selo Especial Imposto do Selo do Comprador Imposto de Consumo Imposto sobre Veículos Motorizados (IMV) Taxa de 5% 20 % (reduzido para 10% caso a revenda ocorra um ou 2 anos após a compra) 10% Imposto do jogo 35% Imposto do turismo Taxas específicas em função do produto Taxa variável entre 30% e 55% Taxa variável entre 10% e 30% 5% 10% Transmissão gratuita de bens imóveis e de outros bens, direitos ou factos de valor superior a MOP e sujeitos a registo Incidente sobre a transferência: Imóveis de habitação; Propriedades comerciais; Escritórios; Estacionamentos; Imóveis em construção sobre o valor do imóvel; pelo menos 80% da ações de empresa macaeense que detenha imóveis. Incidente sobre a compra de propriedades habitacionais em Macau por empresas, empresários ou não residentes em Macau; Incide sobre: Tabaco; Bebidas alcoólicas - Incide sobre o preço de venda dos veículos automóveis novos, - Incide sobre a importação para uso próprio do importador ou de agentes do circuito de comercialização. - Incide sobre o preço de venda motociclos e ciclomotores; - Incide sobre a importação para uso próprio do importador ou de agentes do circuito de comercialização. Incide sobre o lucro derivado do jogo auferido por concessionários autorizados a desenvolver essa atividade. Faturação de serviços, excluindo telecomunicações e serviços lavandaria. Outros serviços de turismo, como sendo, por exemplo, hotelaria, ginásios, centros de massagem, etc Obtenção de vistos, disponibilidade de mão-de-obra A entrada em Macau depende da obtenção de uma autorização prévia, exceto no caso de cidadãos que apresentem algum dos seguintes documentos: Bilhete de Identidade de Residência em Macau; Bilhete de Identidade Português; Bilhete de Identidade de Hong Kong ou visto de entrada de Hong Kong; Visto de países livres; Permissão de residência; Permissão para trabalhador não-residente; 172

173 Adicionalmente, é necessária a obtenção de um visto, exceto se cidadãos de países de visto livre (inclui países da União Europeia, Estados Unidos, Índia, África do Sul e muitos outros) para durações até 30 ou 90 dias dependendo do país ou detentores de passaportes diplomáticos. O período de entrada permitido a um cidadão português com visto de visitante é até 90 dias. O visto de entrada, quando necessário, pode ser requerido junto dos Serviços de Imigração através das Embaixadas e Consulados da República Popular da China, ou à chegada a Macau junto dos Serviços de Migração da Polícia de Segurança Pública de Macau (CPSP). Existem 3 modalidades de vistos para Macau: Individual custo de 100 patacas (cerca de 9 ou 13 US$); no caso de crianças menores de 12 anos o custo é de 50 patacas (cerca de 5 ou 7 US$); Familiar custo de 200 patacas (cerca de 18 ou 25 US$) Grupo custo de 50 patacas por pessoa (cerca de 5 ou 7 US$) para grupos de 10 ou mais pessoas, que viagem em excursão e apresentem documento de viagem coletivo. Adicionalmente é possível obter títulos de identificação de trabalhador não-residente ou títulos de permanência especial que conferem o direito de permanecer em Macau durante um período de tempo e permitem múltiplas entradas e saídas da região durante a respetiva vigência. Um cidadão português poderá requerer autorização de residência em Macau, por um período anual, desde que apresente um dos seguintes fundamentos: Junção familiar, entre outros: o Junção Conjugal; o Junção por União de Facto; o Junção Familiar dos filhos menores aos Pais Residentes; o Junção Familiar dos Filhos (maiores) aos Pais Residentes; Exercer funções técnicas especializadas de interesse público necessitando de apresentar uma declaração de trabalho na RAEM e Certificado de habilitações ou comprovativos das funções técnicas específicas do interessado. Anterior ligação a Macau terá de apresentar comprovativos anteriores de exercício de atividade laboral, estudo ou vivência em Macau. A informação poderá ser obtida junto do Corpo de Polícia de Segurança Pública de Macau, no seguinte link: Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade Em Portugal a cobertura de risco das exportações é realizada pela empresa privada COSEC, S.A., que comercializa seguros de crédito à exportação com ou sem a garantia do Estado Português. O seguro de crédito à exportação, sem garantia do Estado português, é uma modalidade que tem por objetivo cobrir os riscos de não pagamento nas vendas a crédito de bens ou na prestação de serviços efetuadas no estrangeiro e que consiste na emissão de uma apólice de seguro de créditos, através da qual o exportador português poderá cobrir os riscos associados à empresa importadora ou ao país de importação, quer estes se verifiquem aquando da preparação da encomenda, quer após a sua expedição. 173

174 Poderão ser beneficiários deste produto as empresas que vendem a crédito nos mercados externos, podendo os créditos abrangidos ser de curto, médio ou longo prazos. A COSEC, S.A., disponibiliza ainda seguros de créditos à exportação com a garantia do Estado português, sendo este tipo de produtos destinado a proporcionar soluções para a cobertura de riscos políticos e extraordinários, designadamente: Atos ou decisão do Governo ou entidade pública do país importador; Expropriação, nacionalização, confisco e medidas de efeito equivalente; Dificuldades de transferência ou e conversão e moratória geral; Guerras (ainda que não declaradas), revoluções, motins, anexações ou factos de efeitos análogos; Efeitos catastróficos (terramotos, maremotos, erupções vulcânicas, tufões, ciclones ou inundações). O seguro pode, no entanto, incluir igualmente o risco comercial. Através da subscrição do produto em causa, o Estado Português garante o pagamento de indemnização, no prazo de 60 dias a contar da verificação do incumprimento: Seja por interrupção ou suspensão do fabrico (risco de fabrico); Seja pelo não pagamento do crédito concedido ao importador (risco de crédito). O âmbito dos seguros é determinado casuisticamente, abrangendo capital e juros remuneratórios. Existem diferentes percentagens de cobertura, designadamente: Mercados prioritários (definidos pelo Governo África do Sul, Brasil, China, Marrocos, México, Polónia, Tunísia e Rússia): operações a curto prazo: 98 % e operações a médio e longo prazo: 99% Outros mercados, em operações de curto, médio e longo prazo: 95% Sistema jurídico e judiciário O ordenamento jurídico da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) está construído com base nos princípios do Estado de Direito e da independência do poder judicial, revestindo as características próprias do Direito continental europeu. A Lei Básica da RAEM tem valor constitucional e define o sistema aplicável na região com o objetivo de assegurar a aplicação das políticas fundamentais do Estado relativamente a Macau, tais como os sistemas social e económico, o sistema de garantia dos direitos e liberdades fundamentais e a organização executiva, legislativa e judicial. As leis nacionais da República Popular da China não se aplicam na RAEM, com exceção das indicadas em anexo na Lei Básica. No entanto, estas são aplicadas localmente, mediante publicação ou ato legislativo da RAEM. As leis em causa são limitadas a matérias respeitantes a assuntos de defesa nacional ou de relações externas, assim como a outras matérias não compreendidas no âmbito da autonomia da Região. Os tribunais da RAEM exercem de forma independente a sua função, encontrando-se sujeitos apenas à lei. Quadro de tribunais existentes no sistema judicial de Macau 174

175 Tipos de Tribunais Judiciários Tribunal de Última Instância Tribunal de Segunda Instância Tribunais de Primeira Instância Competência Uniformiza a jurisprudência e julga os recursos dos acórdãos do Tribunal de Segunda Instância, entre outras. Julga os recursos das decisões dos Tribunais de Primeira Instância e das proferidas em processos de arbitragem voluntária suscetíveis de impugnação, entre outras. São tribunais de competência genérica em matéria cível, criminal e administrativa. Organização Constituído por três juízes, sendo um deles nomeado Presidente. Constituído por 9 juízes, sendo um deles nomeado Presidente. O Tribunal integra uma secção para matérias penais e outra secção para as restantes causas. Compreendem o Tribunal Judicial de Base, responsável pelo âmbito cível e criminal, e o Tribunal Administrativo Nos tribunais de primeira instância, podem ser constituídos, em caso de necessidade, tribunais de competência especializada. O regime do Tribunal de Instrução Criminal, anteriormente existente, integra o Tribunal Judicial de Base. Tipologia das Sociedades Comerciais Ao abrigo da lei vigente em Macau, podem ser criados os seguintes tipos de Sociedades Comerciais: Tipo de sociedade N.º de sócios Capital social mínimo Sociedade em Nome Coletivo (S.N.C.) Pelo menos 2 Sem limite Sociedade em Comandita Simples (S.C.) Pelo menos um com responsabilidade limitada e pelo menos um com responsabilidade ilimitada Sem limite Sociedade em Comandita por Ações (S.C.A.) Pelo menos um com responsabilidade ilimitada e pelo menos 3 com responsabilidade limitada Limite mínimo: US$ Sociedade por Quotas Unipessoais (Sociedade Unipessoal Lda.) 1 pessoa Limite mínimo: US$ Sociedade por Quotas (Lda.) 2 a 30 pessoas Limite mínimo: US$ Sociedade Anónima (S.A.) Pelo menos 3 pessoas Limite mínimo: US$

176 Resolução extrajudicial de litígios A Lei de Bases da Organização Judiciária de Macau permite a existência de Tribunais Arbitrais e de instrumentos e formas de resolução não jurisdicional de conflitos. Assim, em 1998, foi criado o Centro de Arbitragem de Macau, que funciona junto do Centro de Comércio Mundial de Macau. O objetivo do Centro de Arbitragem de Macau é promover a resolução de litígios, por via da arbitragem ou conciliação, de forma a proporcionar às partes envolvidas, a possibilidade de recurso a outros meios alternativos não contenciosos. A convenção de arbitragem pode ter a forma de: Compromisso arbitral, quando o acordo tem por objeto um litígio atual, ainda que este se encontre afeto a tribunal judicial; Cláusula compromissória, quando o acordo tem por objeto litígios eventuais emergentes de uma determinada relação jurídica contratual ou extracontratual. Não obstante, não podem ser objeto de arbitragem as seguintes matérias: Os litígios já decididos por decisão de mérito transitada em julgado, exceto quando se trate de decidir questões respeitantes à futura execução do julgado que não constem daquela decisão; Os litígios objeto de processo em que deva intervir o Ministério Público, em representação de pessoas que careçam da necessária capacidade processual para agir em juízo por si mesmos. Em 2013, o vice-ministro do Comércio chinês, Wang Chao afirmou que o investimento de empresas chinesas em Macau, ao abrigo do Acordo CEPA, ultrapassou US$ 3 biliões 4.7. Principais características dos Acordos da RAE de Macau no domínio do comércio e investimento Protocolos existentes na região Macau dispõe de um conjunto de acordos de cooperação e integração económica e comercial, que visam fomentar as relações entre este território e os seus parceiros regionais, destacando-se o Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Continente Chinês e Macau (Acordo CEPA) e o acordo de Cooperação Regional de Pan-Delta do Rio das Pérolas. Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais Acordo CEPA O Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Continente Chinês e Macau (CEPA) é uma parceria de comércio livre entre as duas regiões aduaneiras autónomas, China Continental e a Região Administrativa Especial de Macau, que visa promover a prosperidade e desenvolvimento destas regiões. Em vigor desde 1 de janeiro de 2004, este acordo tem sido alvo de vários aditamentos que têm vindo a alargar o seu âmbito de aplicação, num total de 10 alterações, uma por ano, tendo o mais recente alargamento ocorrido já em

177 O acordo é composto por um texto integral dos princípios gerais e seis anexos. Do conjunto de princípios destacam-se: Desde 1 de Janeiro de 2014 o Acordo CEPA abrange 1312 produtos A isenção de direitos aduaneiros de todas as importações da China Continental para Macau; A inexistência da imposição de quotas tarifárias às importações das mercadorias com origem em Macau; A criação de regras de origem preferenciais para as mercadorias provenientes de Macau; A eliminação progressiva das medidas restritivas existentes relativas aos serviços e aos prestadores de serviços. A autorização, desde 1 de Janeiro de 2004, aos residentes de Pequim, Xangai e das cidades de Guangzhou, Shenzhen, Zhuhai, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen, Foshan e Huizhou, da província de Guangdong, a viajarem individualmente para Macau. Medida que foi determinante no aumento das receitas do setor do jogo e do turismo. O acordo abrange, em geral e principalmente, três âmbitos económicos e comerciais, designadamente: i) o comércio de mercadorias, ii) o comércio de serviços e, iii) a facilitação do comércio e investimento. i) No domínio do comércio de mercadorias, o Continente Chinês compromete-se a conceder isenção de direitos aduaneiros relativamente à importação de mercadorias provenientes de Macau, que cumpram os requisitos estabelecidos no acordo e seus suplementos. Para poderem usufruir desta isenção, os produtores de Macau devem dirigir o pedido de isenção à Direção dos Serviços de Economia. Inicialmente a âmbito da sua aplicação era limitado a 273 itens de mercadorias que representavam 96% das exportações de Macau e 93% da China Continental. Com os sucessivos alargamentos, desde 1 de Janeiro de 2014 é aplicado a 1312 mercadorias (link). Para beneficiar da isenção de direitos aduaneiros para as mercadorias exportadas para a China Continental, os exportadores devem i) respeitar os critérios de origem de Macau estipulados no acordo e, ii) obter o respetivo Certificado de Origem para efeitos comprovativos do seu fabrico em Macau. As regras de aplicação do acordo implicam, entre outros critérios, que são consideradas mercadoria produzidas em Macau quando as mesmas sejam originárias de Macau ou submetidas a transformação substancial em Macau. Os critérios de transformação substancial que permitem beneficiar as mercadorias exportadas de Macau para a China Continental, que constam do anexo 2 do acordo (link), são: Critério do Processo de Fabrico - São os principais processos de fabricação ou transformação realizados no território de uma parte que confiram características fundamentais às mercadorias deles resultantes. Critério da Alteração do Código Tarifário - É a operação de fabricação ou transformação de produtos efetuada no território de uma parte donde as matérias-primas não são provenientes e que resulte num outro produto a que corresponda, na Nomenclatura do Sistema Harmonizado, a um código tarifário de quatro dígitos diferente. Além disso, nenhuma operação de produção, transformação ou fabricação de que também resulte uma alteração do código tarifário de quatro dígitos pode ocorrer num país ou território diferente da referida parte. Critério de Percentagem Ad Valorem - «Percentagem Ad Valorem» significa que o valor total de matérias-primas, componentes, custos de mão-de-obra e custos de desenvolvimento do produto suportados exclusivamente numa das partes é igual ou superior a 30% do valor Free on Board (FOB) das mercadorias a exportar e que as operações finais de fabrico ou tratamento foram realizadas no território dessa parte. Outros critérios - Significa outros métodos de determinação da transformação substancial que venham a ser adotados por acordo das partes, diferentes dos Processos de Fabrico ou Transformação, Mudança do Código Tarifário e Percentagem Ad-Valorem acima referidos. 177

178 Critérios mistos - Refere-se à utilização, em simultâneo, de dois ou mais dos critérios acima indicados para efeitos de determinação da origem. O acordo procura clarificar o âmbito de aplicação deste critério ao indicar que diluir, misturar, empacotar, engarrafar, secar, montar, separar e decorar não é considerada como «transformação substancial». Indica igualmente que na determinação da origem das mercadorias não serão consideradas a origem da energia, as instalações fabris, a maquinaria e equipamento e os instrumentos utilizados para a produção das mercadorias; igualmente não será levada em conta a origem dos materiais usados no processo de produção que não façam parte da composição nem constituam parte componente das mercadorias. O procedimento para a emissão e verificação de certificado de origem de Macau encontra-se estabelecido nos termos do acordo e deve preencher os seguintes requisitos: Cada certificado tem um número próprio; Cada certificado só abrange um lote de mercadorias a exportar simultaneamente para o Continente, no máximo de 5 produtos a que correspondam códigos tarifários de oito dígitos, devendo todas elas estar especificadas na Tabela 1 do Anexo 1 do Acordo; O certificado designa um único local de desalfandegamento; O código do Sistema Harmonizado do Continente para as mercadorias constantes do certificado é preenchido de acordo com os códigos tarifários de oito dígitos previstos no «Regulamento Tarifário de Importação e Exportação dos Serviços de Alfândega da RPC» (Customs Import & Export Tariff of the People's Republic of China); As unidades de medida referidas no certificado são as unidades efetivamente usadas na transação; O certificado não pode ser rasurado ou corrigido; em caso de erro deve ser emitido um novo certificado; O certificado é válido durante 120 dias, contados da data de emissão; O certificado é impresso em papel de formato A4 conforme o modelo de formulário próprio, redigido em língua chinesa; Os produtores de Macau que pretendam beneficiar de isenção de direitos aduaneiros em determinadas exportações para a China Continental, ao abrigo do acordo CEPA, deverão apresentar à Direção dos Serviços de Economia de Macau as informações relativas às mercadorias, tais como: designações e situação da produção, para efeitos de estudo e consulta entre Macau e o Continente. A apresentação de informações deve ser feita mediante requerimento adequado (link). ii) No que diz respeito ao comércio de serviços para a China Continental, acordou-se em facilitar as condições de acesso aos prestadores de serviços de Macau, em vários tipos de serviços. Inicialmente os serviços abrangidos, ainda que com algumas limitações específicas, foram: serviços jurídicos, contabilidade, médicos e dentários, setor imobiliário, publicidade, de consultoria de gestão, de convenções e exposições, de telecomunicações de valor acrescentado, audiovisuais, construção e engenharia relacionada, distribuição, seguros, atividade bancária, compra e venda de títulos financeiros, turísticos e transporte. Este acordo permite aos prestadores de serviços de Macau usufruírem de condições mais favoráveis no acesso ao mercado do Continente Chinês que as condições aplicáveis a outros prestadores que venham a ser abrangidos pelo disposto no compromisso assumido pela China no âmbito da adesão à Organização Mundial do Comércio. No âmbito do acordo foram tomadas medidas de adaptação dos respetivos serviços que têm vindo a ser ajustadas ao longo dos anos, através dos respetivos suplementos. iii) Quanto à facilitação do comércio e investimento, foram estabelecidos sete objetivos para simplificar os procedimentos comerciais entre a China Continental e Macau, incluindo: promoção do comércio e investimento, facilitação do desalfandegamento, simplificação das regras de inspeção de mercadorias, simplificação das regras de inspeção e quarentena de animais e plantas, simplificação das regras de 178

179 segurança alimentar, controlo sanitário e de certificação e acreditação e gestão, alargamento do comércio eletrónico, promoção da transparência da legislação e promoção da cooperação entre pequenas e médias empresas e industrial, proteção da propriedade industrial, cooperação em matérias de marcas, cooperação em matéria da educação. De modo a facilitar a dinamizar a aplicação do acordo CEPA o Governo da RAE de Macau criou um site onde pode ser identificada informação adicional bem como os produtos que estão isentos de taxas aduaneiras Principais serviços prestados entre 2004 e 2013 ao abrigo do acordo CEPA, através da emissão de Certificados de Prestador de Serviços de Macau: Serviços de transporte e logística, convenções e exposições, consultoria de gestão, construção e engenharia, distribuição, telecomunicações, serviços jurídicos, publicidade, venda e comercialização de serviços de transporte aéreo, sector de imobiliário, audiovisual, agências de viagem, médicos e dentários, agenciamento de emprego, serviços de transporte aéreo, agenciamento de marcas e serviços de impressão e publicação Principais produtos exportados entre 2004 e 2013 para a China Continental ao abrigo do acordo CEPA: Cimento, têxteis e vestuário, fios, sacos plásticos, discos óticos, fitas e tintas, alimentos e bebidas (açúcar, bolos, nozes, café em grão, café em pó e águas destiladas), placas revestidas a cobre, barras coletoras, cola, selos, fitas e tintas para impressora, calçado, glicerol em bruto, destinadas ao consumo humano, diluentes, polipropileno, em formas primárias, preparações para cuidados da pele, cosméticos, outros ácidos gordos (graxos) monocarboxílicos industriais e tecidos de fibras de vidro 179

180 Alargamento do Acordo CEPA Desde 1 de Janeiro de 2014, nos termos do Suplemento X (dez) do acordo CEPA, é mais fácil para as entidades prestadoras de serviços em Macau prestarem serviços na China Continental, de caráter temporário, nos 26 setores estabelecidos no acordo original como os setores a dinamizar, a saber: arquitetura, informática e serviços conexos, serviços do sector imobiliário, testes e análises clinicas, limpeza de edifícios, fotográficos, impressão, convenções e exposições, reprodução (impressão), tradução e interpretação, telecomunicações, audiovisuais, serviços de construção e de engenharia, distribuição, gestão do ambiente, serviços hospitalares, serviços sociais, turísticos, recreativos e culturais, desportivos, transportes marítimos, transportes aéreos, transporte rodoviário, agenciamento de transporte de mercadorias, agenciamento de marcas e instalações funerárias. Algumas das principais alterações foram: Serviços jurídicos Possibilidade de destacamento para Macau de advogados da China Continental, a fim de aí exercerem funções de assessoria em direito da China. Serviços de arquitetura, engenharia, engenharia integrada, informática É permitido prestar serviços específicos neste sector ou subsector sob a forma de movimento de pessoas singulares. Serviços de contratação e colocação de trabalhadores - É eliminada a restrição relativa aos anos de experiência mínima exigidos para o estabelecimento na Província de Guangdong, por prestadores de serviços de Macau, de agências de intermediação de quadros especializados. Serviços de telecomunicações de valor acrescentado, incluindo: i) Serviços de acesso à Internet, ii) Centro de Atendimento de Chamadas, iii) Centro de Atendimento de Chamadas Telefónicas off-shore, iv) Processamento de Dados e Processamento de Transações em linha - É permitido aos prestadores de serviços de Macau estabelecer, na Província de Guangdong, empresas de capitais mistos para exercer atividades de processamento de dados e processamento de transações em linha, não podendo a quota detida pelo investidor de Macau exceder 55% do capital. Atividade bancária - As instituições financeiras de natureza comercial estabelecidas na China Continental detidas por bancos de Macau, tendo obtido autorização para a prestação de serviços em RMB às empresas de capitais de Macau, podem prestar esses serviços às empresas localizadas no Continente Chinês que sejam consideradas, nos termos da lei, propriedade de investidores de Macau, ainda que os respetivos investidores se encontrem sediados fora de Macau. Corretagem de títulos financeiros futuros - É permitido às instituições financeiras de capitais de Macau que reúnam as necessárias condições, estabelecer, na China Continental, empresas de capitais mistos para a gestão de fundos e de futuros, de acordo com as normas da China Continental, podendo as instituições de Macau deterem mais de 50% do capital social. Serviços Hospitalares - É permitido aos prestadores de serviços de Macau prestar, na China Continental, serviços específicos neste sector ou subsector, sob a forma de prestação de serviços transfronteiriços. Serviços de Agenciamento de Transporte de Mercadorias É permitido prestar na China Continental, serviços específicos neste sector ou subsector sob a forma de movimento de pessoas singulares. Para poderem beneficiar deste alargamento, os prestadores de serviços devem cumprir com as regras do Anexo 5 do acordo CEPA (link) e deverão ser pessoas singulares, detentoras de documento de identificação da Região Administrativa Especial de Macau que, entram no Continente Chinês para prestar serviços de natureza temporária em cumprimento de contrato de prestação de serviços aí obtido pelo respetivo empregador. O empregador deve ser um prestador de serviços de Macau sem presença comercial na China Continental. Os prestadores de serviços não podem exercer atividades, durante a sua estada no local, que não se relacionem com os serviços contratados. 180

181 Cooperação Regional de Pan-Delta do Rio das Pérolas Este protocolo de cooperação regional, assinado a 3 de junho de 2004, conta com a participação de 9 províncias chinesas, nomeadamente de Guangdong, Fujian, Jiangxi, Hunan, Guangxi, Hainan, Sichuan, Guizhou (região autónoma), Yunnan e as duas regiões autónomas de Macau e Hong-Kong, que cobrem cerca de 20% do território e albergam um terço da população da China. A região do Pan-Delta do Rio das Pérolas representa mais de 35% do total da economia chinesa e o desenvolvimento da cooperação e comércio entre os seus membros é considerado fundamental para o Governo Central do país. Este facto foi evidenciado nas instruções do Governo Central no âmbito do plano estratégico para o desenvolvimento da região, que determinava as orientações de reforço da cooperação e desenvolvimento na Região do Delta do Rio das Pérolas para o período Este protocolo pretende intensificar o processo de cooperação entre os membros da região e permite a Macau reforçar a sua posição enquanto ponto de entrada e plataforma comercial da China continental. No âmbito deste protocolo de cooperação são realizados, anualmente, o fórum para a cooperação e desenvolvimento e a feira para a cooperação económica Acordos essenciais de Macau na área do comércio (ACI, APPRI, ADT) Há um conjunto de acordos bilaterais que são essenciais para compreender os mecanismos que poderão facilitar o acesso dos investidores portugueses aos mercados: os acordos comerciais de investimento, os acordos de promoção e proteção recíproca de investimentos e os acordos para evitar a dupla tributação. Tabela 23 - Acordos Bilaterais de Macau Tipo de Acordos Acordos assinados, mas não em vigor Acordos em vigor Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos Não Holanda, Portugal Acordos para Evitar a Dupla Tributação Bélgica Cabo Verde, China, Moçambique, Portugal Acordos para troca de informação em matérias fiscais Jamaica, Malta, Suécia Austrália, Dinamarca, Ilhas Faroé, Finlândia, Gronelândia, Islândia, Índia, Noruega Macau faz parte da Organização Mundial do Comércio desde 1 de janeiro de 1995; Macau é membro da Comissão Económica e Social para a Ásia-Pacífico das Nações Unidas; Macau tem participado em reuniões da APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico) enquanto membro convidado; Macau assinou acordos de serviços de transporte aéreo com Holanda e Taiwan; Macau assinou alguns tratados de cooperação e boa vizinhança com os territórios da sua região geográfica. 181

182 5. CPLP Atratividade da RAE de Macau no contexto da CPLP 182

183 País importador RAE de Macau - Integração regional na ASEAN e relacionamento com os países da CPLP 5. Atratividade da RAE de Macau no contexto CPLP O índice de complementaridade das transações comerciais (trade complementaty index) apresenta importantes informações sobre as perspetivas para o comércio intrarregional na medida em que demonstra como as estruturas de importações de um país podem combinar com as estruturas das exportações dos demais países. Como indicador, revela igualmente, o potencial dos acordos de comércios regionais para as trocas comerciais. Nessa medida analisou-se o grau de complementaridade da CPLP e da RAE de Macau como um bloco económico. A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial das economias, implicando níveis de especialização diferenciada entre parceiros. Tabela 24 - TCI (Trade Complementary Index) da CPLP e Macau (%) 54 País exportador Angola Brasil Cabo Verde Guiné-Bissau Moçambique São Tomé e Príncipe Timor Leste Portugal Macau Angola Brasil Cabo Verde Guiné-Bissau Moçambique São Tomé e Príncipe Timor Leste Portugal Macau Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat O nível de complementaridade comercial das economias da CPLP e Macau é muito baixo, excetuando no relacionamento entre Portugal e Angola. O índice de complementaridade entre todos países da CPLP é reduzido. De facto apenas 2,9% das exportações dos países da CPLP destinam-se a outros países da CPLP, peso relativo que tem vindo a reduzirse desde Apesar das exportações intrarregião evidenciarem um decréscimo médio anual 0,4% de 2008 a 2012, verifica-se uma retoma favorável das exportações intrarregião de 20,8% (crescimento médio anual) a partir de Ainda assim, verifica-se um elevado potencial de complementaridade recíproco no relacionamento comercial entre alguns países da CPLP. O índice de complementaridade entre Portugal e Angola (83 pts e 80 pts) revela uma relação potencial biunívoca. A estrutura de importações de Portugal poderá também potenciar as suas relações com o Brasil (48 pts), Guiné-Bissau (38 pts), Moçambique (66 pts), São Tomé e Príncipe (51 pts) e Timor Leste (37 pts). Por seu lado a estrutura de importações do Brasil poderá apresentar algum grau de complementaridade com as 54 O Trade Complementary Index (TCI) é um indicador utilizado para medir a compatibilidade do perfil comercial, através da comparação das estruturas de exportação e de importação entre países. Índices mais elevados revelam potenciais de complementaridade superiores e maior correspondência entra a estrutura de exportações/importações dos 2 países. TCI nulo é sinónimo de não complementaridade. 183

184 estruturas exportadoras de Angola (40 pts) e Portugal (47 pts). Por outro lado, o índice de complementaridade entre Portugal e Cabo Verde evidencia uma relação potencial unívoca, apresentando um grau de complementaridade de 72 pts. De facto, é notório que a alavancagem comercial intra-cplp poderá ser potenciada fundamentalmente por 2 motores, por Angola - país com maior relevância nas exportações intrarregião e por Portugal país CPLP que mais destaca nas importações intrarregião. Nesta medida Portugal poderá potenciar-se como hub comercial da CPLP, assumindo um papel fundamental de porta de entrada para os países da CPLP e destes para a União Europeia. RAE de Macau Valor total das importações US$ 8.9 mil milhões, 2012 Principais produtos importados Produtos manufaturados Combustíveis minerais Maquinaria e equipamento de transporte Combustíveis minerais Petróleo Outros artigos manufaturados Bebidas Produtos químicos Matéria prima (exceto combustíveis) Máquinas e equipamento fotográfico, óculos e relógios Artigos de viagem, malas, entre outros Relógios Papel e cartão Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos > óleo de 70% Aparelhos de telecomunicação e de gravação de som Equipamento de telecomunicação Veículos automóveis para transporte de pessoas Aparelho para circuitos elétricos Joias e artigos de matérias preciosas Relógios Perfumaria Carrinhos de bebé, brinquedos, jogos e artigos de desporto Calçado Roupa para Mulher, de tecido têxtil Roupas de tecidos homem Artigos de vestuário, de tecidos têxteis Mobiliário e peças Bebidas alcoólicas Bebidas não alcoólicas Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários) Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções Potenciais fornecedores CPLP Portugal Angola Brasil Timor-Leste* Portugal Brasil Angola Brasil Portugal Brasil Portugal Brasil Angola Portugal Brasil Portugal Brasil Alimentos Outras carnes e miudezas comestíveis Brasil Fonte: UNCTAD, UNCTADstat *Indiretamente, produz matéria prima 184

185 Alguns dos produtos com potencial de produção local* Produtos manufaturados *Para mais dados ver setores estratégicos. Maquinas e equipamento fotográfico, óculos e relógios Artigos de viagem, malas, entre outros Têxtil e vestuário 185

186 Índice de Tabelas Tabela 1 Terminais de contentores mais movimentados do mundo Tabela 2 Principais portos da China Tabela 3 Acesso a fontes de água melhoradas e saneamento básico Tabela 4 Projetos previstos por região Tabela 5 Projetos Transporte marítimo Tabela 6 - Projetos Transporte ferroviário Tabela 7 - Projetos Setor energético Tabela 8 Projetos Transporte aéreo Tabela 9 Projetos - Água e saneamento Tabela 10 - Abertura da economia da China Tabela 11 Valor dos Ativos e Quotas de Mercado conforme tipo de banco Tabela 12 Contas públicas (últimos 5 anos) Tabela 13 Taxas de câmbio médio da pataca (MOP) face às divisas dos principais parceiros comerciais da região Tabela 14 Transportes Extensão das rodovias Tabela 15 Telecomunicações - Telefones Tabela 16- Telecomunicações Serviços de Internet Tabela 17 - Abertura da economia de Macau Tabela 18 Bancos constituídos em Macau Tabela 19 Sucursais de bancos estrangeiros Tabela 20 - Indicadores sociais (2012) Tabela 21 - Abertura da economia de Hong Kong Tabela 22 - Top 10 países de destino de IDE na Ásia-Pacífico, Tabela 23 - Acordos Bilaterais de Macau Tabela 24 - TCI (Trade Complementary Index) da CPLP e Macau (%)

187 Índice de Gráficos Gráfico 1 - Representação da percentagem do PIB dos países na região da Ásia Oriental Gráfico 2 - Crescimento anual do PIB Chinês (últimos 5 anos) Gráfico 3 Evolução do Consumo, Investimento e Exportações na China Gráfico 4 - Despesas de natureza funcional do OGE 2013 % Gráfico 5 - Dívida Pública em % do PIB Gráfico 6 Reservas de moeda estrangeira na China ( ) Gráfico 7 Contribuição para o PIB dos setores de atividade na China Gráfico 8 Crescimento anual do PIB Gráfico 9 Stock total de infraestruturas 2012 (% do PIB) Gráfico 10 Crescimento da extensão total das estradas na China (em km) Gráfico 11 Tráfego de passageiros dos 10 maiores aeroportos da China ( ) Gráfico 12 - Estrutura de consumo de energia Gráfico 13 - Capacidade total instalada (GW) - Carvão Gráfico 14 - Capacidade total instalada (GW) Petróleo e Gás Natural Gráfico 15 - Capacidade total instalada (GW) Energia Nuclear Gráfico 17 - Capacidade total instalada (GW) Energia Hidroelétrica Gráfico 17 - Capacidade total instalada (GW) Energia Eólica Gráfico 18 - Capacidade total instalada (GW) Energia Solar Gráfico 19 Número de utilizadores de internet na China ( ) Gráfico 20 Extensão dos caminhos-de-ferro (em milhares de km) Gráfico 21 Extensão das vias rápidas (em milhares de km) Gráfico 22 Capacidade dos terminais de contentores (em milhões de TEU) Gráfico 23 Número de aeroportos Gráfico 24 - Evolução das importações da China Continental e principais países de origem, Gráfico 25 - Importações da China Continental Top Produtos, Gráfico 26 Evolução das importações chinesas, Gráfico 27 - Importações da China Continental ao Japão (2012) Gráfico 28 - Importações da China Continental à Coreia (2012) Gráfico 29 - Importações da China aos EUA (2012) Gráfico 30 - Importações da China Continental a Taiwan (2012) Gráfico 31 - Evolução das exportações da China Continental e principais países de destino, Gráfico 32 - Exportações da China Continental Top produtos (2012) Gráfico 33 Evolução das importações chinesas, Gráfico 34 - Exportações da China Continental aos EUA (2012) Gráfico 35 Exportações da China Continental para a REA de Hong Kong (2012) Gráfico 36 - Exportações da China Continental ao Japão (2012) Gráfico 37 - Exportações da China Continental para a Coreia (2012) Gráfico 38 - Importações da China à CPLP, Gráfico 39 - Importações da China Continental ao Brasil (2012) Gráfico 40 - Importações da China a Angola (2012) Gráfico 41 - Importações da China a Portugal (2012) Gráfico 42 - Exportações da China Continental à CPLP (2012) Gráfico 43 Exportações da China ao Brasil (2012) Gráfico 44 - Exportações da China Continental a Angola (2012) Gráfico 45 - Exportações da China Continental a Portugal (2012) Gráfico 46 Fluxos de IDE na China (2012) Gráficos 47 Sucursais de bancos comerciais por 100,000 adultos e caixas automáticas por 100,000 adultos (FMI) Gráfico 48 Evolução das taxas de juro na China ( ) Gráfico 49 Crescimento anual do PIB de Macau (últimos 5 anos) Gráfico 50 - Índice da taxa de câmbio efetiva Gráfico 51 Estrutural setorial de Macau por ramos de atividade (2011) Gráfico 52 Crescimento anual do PIB Gráfico 53 - Evolução das Importações da REA de Macau e principais países de origem,

188 Gráfico 54 - Importações de Macau - Top Produtos, Gráfico 55 - Importações de Macau - Evolução dos produtos, Gráfico 56 Importações da RAE Macau à China Continental (2012) Gráfico 57 Principais importações da RAE Macau à RAE Hong Kong (2012) Gráfico 58 - Importações de Macau a França (2012) Gráfico 59 - Importações da RAE de Macau à Suíça (2012) Gráfico 60 - Evolução das exportações de Macau e principais países de destino, Gráfico 61 - Exportações de Macau - Top Produtos, Gráfico 62 - Exportações da REA de Macau ao Sudão (2012) Gráfico 63 - Exportações de Macau a Hong Kong (2012) Gráfico 64 - Exportações de Macau à China (2012) Gráfico 65 - Exportações da RAE de Macau aos EUA (2012) Gráfico 66 - Importações de Macau à CPLP, Gráfico 67 - Exportações de Macau à CPLP (2012) Gráfico 68 - Fluxos de IDE em Macau, Gráfico 69 Sucursais de bancos comerciais por 100,000 adultos e caixas automáticas por 100,000 adultos Gráfico 70 Valor das taxas de juro em Macau para o período de Gráfico 71 Evolução do PIB em M USD (%) Gráfico 72 Taxa de crescimento anual do PIB (%) Gráfico 73 - Taxa de inflação (%) Gráfico 74 Contribuição para o PIB por atividade económica em Hong Kong (2012) Gráfico 75 Evolução recente e previsão das componentes da atividade económica de Hong Kong Gráfico 76 - Crescimento do PIB (%) Gráfico 77 - Taxa de inflação (%) Gráfico 78 - Evolução das importações de Hong Kong e principais países de origem, Gráfico 79 - Importações da RAE de Hong Kong do mundo - Top produtos, Gráfico 80 - Importações da RAE de Hong Kong do mundo Evolução dos produtos, Gráfico 81 - Importações da RAE de Hong Kong ao Japão (2012) Gráfico 82 - Importações da RAE de Hong Kong a Singapura (2012) Gráfico 83 - Importações da RAE de Hong Kong aos EUA (2012) Gráfico 84 - Importações de Hong Kong da CPLP Gráfico 85 - Importações de Hong Kong de Portugal (2012) Gráfico 86 Importações de Hong Kong do Brasil (2012) Gráfico 87 - Exportações de Hong Kong da CPLP Gráfico 88 - Exportações da RAE de Hong Kong para Portugal (2012) Gráfico 89 - Exportações da RAE de Hong Kong para Brasil (2012) Gráfico 90 - Fluxos de IDE em Hong Kong, Gráfico 91 - Top 20 economias anfitriãs, Gráfico 92 - Top 20 economias investidoras,

189 Índice de Figuras Figura 1 - Mapa da República Popular da China Figura 2 Zonas Económicas Especiais da China Figura 3 Zona de Comércio Livre de Xangai Figura 4 Principais aeroportos da China Figura 5 Centrais Nucleares na China (2012) Figura 6 Principais importações da China Continental ao Japão (2012) Figura 7 Principais importações da China Continental à Coreia (2012) Figura 8 Principais importações da China Continental aos EUA (2012) Figura 9 Principais importações da China Continental a Taiwan (2012) Figura 10 Principais exportações da China aos EUA (2012) Figura 11 Exportações da China Continental para a REA Hong Kong (2012) Figura 12 Principais exportações da China ao Japão (2012) Figura 13 Principais importações da China Continental para a Coreia (2012) Figura 14 - Principais importações da China Continental ao Brasil (2012) Figura 15 - Principais importações da China a Angola (2012) Figura 16 Principais importações da China a Portugal (2012) Figura 17 Principais exportações da China Continental ao Brasil (2012) Figura 18 Principais exportações da China Continental a Angola (2012) Figura 19 Principais exportações da China Continental a Portugal (2012) Figura 20 Localização geográfica de Macau e distância aéreas das principais cidades Figura 21 Importações da RAE de Macau à China Continental (2012) Figura 22 Importações da RAE Macau à RAE Hong Kong (2012) Figura 23 - Principais importações da RAE de Macau à França (2012) Figura 24 - Principais importações da REA de Macau à Suíça (2012) Figura 25 - Principais exportações da RAE de Macau para o Sudão (2012) Figura 26 - Principais exportações da REA Macau para a REA de Hong Kong (2012) Figura 27 Principais exportações da RAE de Macau para a China Continental (2012) Figura 28 - Principais exportações da RAE de Macau aos EUA (2012) Figura 29 - Principais importações de Macau ao Brasil (2012) Figura 30 - Principais exportações de Macau para o Brasil (2012) Figura 31 - Índice de Liberdade Económica 2013 Região Ásia - Pacífico Figura 32 - Abertura ao comércio mundial Figura 33 - Principais importações da RAE de Hong Kong à China Continental (2012) Figura 34 Importações da RAE de Hong Kong à China Continental (2012) Figura 35 - Principais importações da RAE de Hong Kong ao Japão (2012) Figura 36 - Principais importações da RAE de Hong Kong a Singapura (2012) Figura 37 - Principais importações da RAE de Hong Kong aos EUA (2012) Figura 38 - Principais importações de Hong Kong de Portugal (2012) Figura 39 - Principais importações de Hong Kong do Brasil (2012) Figura 40 - Principais exportações da RAE de Hong Kong para Portugal (2012) Figura 41 - Principais exportações da ERA de Hong Kong para o Brasil (2012)

190 Um estudo realizado no âmbito do projeto nº 30030, apoiado pelo QREN, através do SIAC do Programa Operacional Fatores de Competitividade (COMPETE) pela: Apoio: Projeto Co-Financiado: 190

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