ESCOLA SUPERIOR DE TEATRO E CINEMA DEPARTAMENTO DE TEATRO

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1 ESCOLA SUPERIOR DE TEATRO E CINEMA DEPARTAMENTO DE TEATRO LICENCIATURA EM TEATRO Ramo: Dramaturgia Horas por semana: 12 Créditos ECTS: 21 Unidade Curricular: Dramaturgia II Ano: 1.º Semestre: 2.º Ano Lectivo: Professores : David Antunes Módulo 3 e 5 Armando Nascimento Rosa Módulo 4 Rui Pina Coelho Módulo 6 Ana Pais e José Valentim Lemos Integração MÓDULO 3 Epopeias bíblicas Objectivos Este módulo destina-se à leitura minuciosa e ao estudo de uma série de textos bíblicos, pertencentes ao Antigo Testamento, segundo uma perspectiva dialogante entre culturas fundadores da sociedade ocidental. Utilizam-se por isso instrumentos conceptuais, provenientes essencialmente do contexto da chamada cultura clássica, para proceder à leitura de textos fundadores da cultura judaico-cristã. O conceito operativo quer das estratégias de leitura, quer da selecção dos textos é o conceito de Epopeia. Pretende-se estabelecer uma clara relação com os conteúdos do Módulo 1 de Dramaturgia I. Programa 1 Introdução Leitura e comentário de «A cicatriz de Ulisses» de E. Auerbach. O estilo da narrativa bíblica e o estilo da narrativa homérica. O estilo bíblico documentado por uma das histórias bíblicas mais citadas: O sacrifício de Isaac: Gn A epopeia da consciência individual vs. a ordem divina. A questão da separação dos estilos e da mimese. Exemplos: Génesis; Antes do dilúvio. Caim e Abel Excertos: Gn 4-9.

2 Depois do dilúvio; A missão de povoar o mundo: Abraão. José. Excertos: Gn 11-21; Gn 37-45:21 2 Êxodo, Ex 1-14 A epopeia dos judeus: o Povo de Javé A escravatura, a emergência do líder político e espiritual; A aliança com Deus, a viagem; A traição, o castigo divino; A regeneração e a fundação. A epopeia bíblica e a epopeia clássica. Para que servem as epopeias? 3 I Samuel, I Sam David e Golias O herói judaico e o herói grego. A moral judaico-cristã e a ética homérica. 4 Livro de Job, Job 1-13 Significados do Livro de Job. A provação, a heroicidade e a fé. Job, herói ou anti-herói. A estrutura e o estilo do Livro de Job. Os interlocutores de Job e a retórica. Bibliografia AA. VV., Bíblia Sagrada, ed. Dos Missionários Capuchinhos, Lisboa: Difusora Bíblica, AUERBACH, Erich, 1946, «A cicatriz de Ulisses», in Mimésis La Représentation De La Réalité Dans La Littérature Occidentale, trad. Cornélius Heim, Paris: Gallimard, 1968, pp Materiais de apoio Projector, power point, material audiovisual. Actividades extracurriculares Método de Avaliação 1 ficha de Leitura;

3 1 trabalho final (Max. 10) 1 prova escrita. Método de ensino e aprendizagem Aulas expositivas e debate. Professor(es) David Antunes Atendimento dos alunos Segunda-feira,

4 MÓDULO 4 A Imaginação Simbólica no Teatro Objectivos Uma abordagem introdutória à imaginação simbólica no teatro exige a familiarização do aluno com conceitos e teorias da Psicologia do Inconsciente (Freud) e, em especial, a Psicologia Analítica de Jung, que sustenta e amplifica uma leitura mitopoética do texto dramático e do espectáculo teatral, como projecções activas da psique. As noções de símbolo, arquétipo, complexo psicológico e complexo de cultura (Bachelard), persona, animus e anima, puer e senex, ego e sombra, imaginação activa, individuação, inconsciente individual e inconsciente colectivo, serão mobilizados no sentido de potenciar estratégias de hermenêutica do texto dramático e do evento cénico. Avaliação O processo de avaliação da disciplina é contínuo e assenta sobre os seguintes parâmetros: assiduidade, participação, produção de trabalhos pontuais solicitados, realização de leituras extraaula, apresentação pública de trabalhos individuais e/ou de responsabilidade grupal, e, pelo menos, um teste de avaliação escrita individual periódico (com avaliação). Metodologias O método expositivo articula-se com aulas de debate, discussão aberta e solicitação de depoimentos individuais sobre leituras efectuadas, oralmente e na forma escrita. Peças de leitura integral obrigatória: A Gaivota, de Anton Tchekov; e D. João e Julieta, de Natália Correia. Bibliografia Essencial CORREIA, Natália, D. João e Julieta, prefácio de Armando Nascimento Rosa, Lisboa: SPA/D. Quixote, DURAND, Gilbert, A Imaginação Simbólica, trad. de Carlos Aboim de Brito, Lisboa: Edições 70, JABOUILLE, Victor, Iniciação à Ciência dos Mitos, Lisboa, Inquérito, 2ª edição, JUNG, Carl Gustav, O Espírito na Arte e na Ciência, trad. de Maria Moraes Barros, Vozes: Petrópolis, TCHEKOV, Anton, A Gaivota, trad. de Fiama Hasse Pais Brandão, Lisboa: Relógio d'água, ZAMBRANO, María, O Sonho Criador, trad. de Maria João Neves, Lisboa: Assírio & Alvim, 2006.

5 MÓDULO 5 Ler textos sobre o belo, o sublime, o trágico, o comum e o baixo Objectivos Este módulo destina-se à leitura minuciosa e ao estudo de uma série de textos teóricos da autoria de Friedrich Schiller, considerados essenciais no que diz respeito à definição de conceitos fundamentais ao âmbito da estética. Os exemplos pertencerão aos domínios das artes plásticas, da literatura, em especial no contexto do drama romântico, e da música. Programa 1 «Sobre o motivo do prazer com assuntos trágicos». O programa estético de F. Schiller, a relação entre Belo e sublime. Prazer estético vs. Moral. 2 «Sobre a arte trágica». O que é uma tragédia para Friederich Schiller? As emoções e a tragédia: a representação do sofrimento. A tragédia e as personagens más. O drama romântico. Exemplos: W. Shakespeare, Hamlet; F. Schiller, Os Salteadores; A. Garrett, Frei Luís de Sousa. 3 «Kallias, ou sobre a beleza». A questão do belo e do gosto. É possível uma educação estética? O belo, a liberdade e a utilidade. A graciosidade e a dignidade. O belo e a natureza. Referência às Cartas Sobre a Educação Estética do Ser Humano leitura de passagens. 4 «Do sublime»; «Sobre o sublime». Exemplos de sublime. A relação entre sublime e preservação humana. O Sublime e os sentidos, O sublime e os limites da natureza sensível, O sublime e as emoções, O sublime e a razão. O Sublime e o Belo como categorias estéticas e a sua relação com o Romantismo.

6 5 «Sobre o patético». A descoberta do Laoconte. A representação do sofrimento e a dignidade humana. A necessidade do pathos relativamente à razão. Natureza Razão - Decoro. [Referência ao clássico de G. E. Lessing, Laoconte; leitura de passagens] 6 «Ideias sobre o uso do comum e do baixo na arte». O comum, o baixo e o grotesco. A questão da separação dos estilos e os géneros. A diferença entre os interesses da estética e os imperativos da moral. A relação com a arte do século XX. Bibliografia Lessing, G. E., Laoconte, Introd., trad. De Eustaquio Barjau, Madrid: Tecnos, Schiller, Friederich, Textos Sobre o Belo, o Sublime e o Trágico, trad., introd. comentário e glossário de Teresa Rodrigues Cadete, Lisboa: INCM, Materiais de apoio Projector, Power point, material audiovisual Actividades extracurriculares Método de Avaliação Serão escritos 4 ensaios de 3 páginas cada um (máximo). Método de ensino e aprendizagem Aulas expositivas e debate. Professor(es) David Antunes Segunda-feira,

7 MÓDULO 6 Léxico Teatral What's in a name? That which we call a rose By any other word would smell as sweet. -- Romeo and Juliet (II, ii, 1-2) Objectivos construir um glossário que dê corpo a conceitos e a noções fundamentais para a evolução da escrita e prática teatrais, tendo em consideração os temas desenvolvidos nas outras disciplinas deste ramo do curso de Teatro; discussão e problematização de conceitos e noções chave para o trabalho dramatúrgico à luz das práticas teatrais da contemporaneidade; entender a dramaturgia como matéria teórico-prática transdisciplinar que protagoniza a passagem do texto à cena; entender o trabalho dramatúrgico como de natureza simultaneamente analítica e de síntese, como prática de encontro de sentidos, nomeando o novo e restringindo o campo de possibilidades; observar, analisar e relacionar os movimentos da vida quotidiana e da sociedade contemporânea com a criação teatral dos nossos dias. Programa I Introdução à análise dramatúrgica Evolução do conceito de dramaturgia Dramaturgia: do sentido tradicional à utilização técnica moderna Perfis e Modelos do dramaturgista e da dramaturgia II Construção de Glossário de alguns conceitos básicos para o desenvolvimento do trabalho dramatúrgico: Acção; Adaptação; Belo Animal (a morte do); Catástrofe; Coro; Dêixis; Drama; Encenação; Espaço; Fábula; Género; Herói; Intimo; Jogo; Leitura; Mimésis; Monólogo; Narração; Opsis; Personagem; Quadro; Realismo; Silêncio; Teatralidade; Unidades; Voz. Bibliografia AA.VV., Dictionnaire du théâtre, Encyclopaedia Universalis, Paris, Albin Michel, AA.VV., Questões de Dramaturgia I, 6ª edição, Amadora, ESTC, 2003.

8 ABIRACHED, Robert, La crise du personnage dans le théâtre moderne, Paris, Gallimard, ARISTÓTELES, Poética, tradução de Eudoro de Sousa, Lisboa, Imprensa Nacional Casa da Moeda,1992. BRECHT, Bertolt, Estudos sobre o Teatro, Lisboa, Portugália, s/d. CORVIN, Michel, Dictionnaire encyclopedique du théâtre, Paris, Bordas, LEHMANN, Hans-Thies, Postdramatic Theatre, London & New York, LESSING, Gotthold Ephraim, Dramaturgia de Hamburgo: selecção antológica, trad., intro. e notas Manuela Nunes, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, OLIVEIRA, Fernando Matos, Teatralidades: 12 Percursos pelo território do espectáculo, Angelus Novus, Coimbra, PAIS, Ana, O discurso da cumplicidade, Lisboa, Colibri, PAVIS, Patrice, Dictionnaire du théâtre. Paris: Dunod, (Dicionário de teatro, trad. para língua portuguesa de J. Guinsbourg & Maria Lúcia Pereira. S. Paulo: Editora Perspectiva, 1999) PRUNER, Michel, L Analyse du texte de théâtre. Paris, Nathan, RYNGAERT, Jean-Pierre, Introdução à análise do teatro, tradução de Carlos Porto, Porto, Edições Asa, SARRAZAC, Jean-Pierre, O Futuro do drama, Cadernos Dramat 9, tradução de Alexandra Moreira da Silva, Porto, Campo das Letras, VASQUES, Eugénia, O que é o Teatro?, Lisboa, Quimera, Materiais de apoio A Bibliografia irá sendo completada com outras obras, ensaios, excertos ou artigos de carácter específico ao longo semestre e de acordo com a progressão no programa. Actividades curriculares Leitura, reflexão e debate de textos fundamentais para a área disciplinar e produção escrita de trabalhos individuais. Apresentação e discussão de trabalhos escritos. Actividades extracurriculares Sempre que o interesse e a pertinência o justifiquem, as aulas serão complementadas com a assistência a espectáculos de teatro ou de outras artes performativas, bem como com idas pontuais a outros eventos relacionados com o presente programa (colóquios, palestras, encontros, etc.). Método de Avaliação Avaliação contínua: - Assiduidade, participação activa nas aulas, realização de leituras extra-aula; Um teste de avaliação escrita, presencial e individual. Um trabalho escrito individual.

9 Método de ensino e aprendizagem O método de ensino aprendizagem nesta disciplina prevê uma articulação entre uma componente teórica leccionada em aulas expositivas e uma componente aplicada, essencialmente constituída por aulas de debate e de discussão aberta, destinados a capacitar o aluno para uma leitura pessoal, estruturada e organizada dos materiais apresentados. Professor Rui Pina Coelho Período de atendimento aos alunos A definir

10 MÓDULO INTEGRAÇÃO Objectivos - desenvolver pesquisas de textos e materiais para o processo criativo - iniciar métodos de observação, notação e participação no processo criativo - adquirir os instrumentos intelectuais e conceptuais necessários para estruturar, fundamentar e argumentar uma opinião - saber trabalhar em equipa de forma eficaz e profissional - interpretar e interrogar textos e espectáculos - adquirir vocabulário de análise dramatúrgica Programa PRÁTICAS DRAMATÚRGICAS Inevitavelmente, no decurso das aulas práticas integradas, surgirão muitas questões relativas ao conceito de dramaturgia e aos diferentes modos como hoje ela pode ser posta em prática. Por isso, este módulo integrado tem por objectivo articular as referidas aulas com uma reflexão contextual sobre os variados modos da intervenção dramatúrgica, designadamente, fornecendo ao aluno instrumentos de observação, pesquisa e análise. Este programa é flexível na medida da participação do prof. de interpretação responsável do ramo de actores. 1. Introdução aos múltiplos conceitos de dramaturgia 1.1. O papel do dramaturgista 2. Técnicas de análise dramatúrgica: comentário de texto e de cenas representadas pelos actores 2.1. Materiais dramatúrgicos: estabelecer o guião cénico, estudo e redação de sinopses, programas e materiais de divulgação 2.2. Exercícios de preparação, concepção e pesquisa de materiais para acompanhamento das aulas práticas. Bibliografia ASTON, Elaine, et. al.,theatre as sign-system : a semiotics of text and performance, Routledge, Londres, BARBA, Eugénio, The Nature of Dramaturgy: Describing Actions at Work in NTQ New Theatre Quarterly, n. 1.1, Fev., Cambridge University Press, Cambridge, 1985, pp Dramaturgy a user s guide, The Central School of Speech and Drama e Total Theatre, Londres, s.d..

11 ESSLIN, Martin, The Role of the Dramaturg in European Theater in What is Dramaturgy?, Bert Cardullo (org.), Peter Lang, Nova Iorque, 1995, pp LESSING, G., Dramaturgia de Hamburgo, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, PAIS, Ana, O Discurso da Cumplicidade Dramaturgias Contemporâneas, Colibri, Lisboa, PAVIS, Patrice, Dicionário do Teatro, Editora Perspectiva, São Paulo, Vasques, Eugénia, O que é Teatro, Quimera, Lisboa, Materiais de apoio Actividades Curriculares Trabalhos individuais e de grupo. Exercícios orais e escritos. Actividades extracurriculares Método de Avaliação - reflexão escrita - portolio: compilação das tarefas solicitadas ao longo do semestre (fichas e materiais de pesquisa) A pertinência das participações em aula, o progresso ao longo do semestre e o profissionalismo votado às tarefas solicitadas (empenhamento) são parâmetros tidos em conta qualitativamente no decurso da avaliação contínua. Todos os trabalhos entregues fora do prazo estipulados terão uma penalização de dois valores. Método de ensino e aprendizagem Professor(es) Período de atendimento aos alunos