Mudar o mundo através do poder. Notas críticas às interpretações de Holloway sobre a transição

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Mudar o mundo através do poder. Notas críticas às interpretações de Holloway sobre a transição"

Transcrição

1 Mudar o mundo através do poder. Notas críticas às interpretações de Holloway sobre a transição Angela Lazagna 1 John Holloway, em seu livro, Mudar o mundo sem tomar o poder, apresenta-nos sua reflexão sobre a possibilidade de transformação da sociedade capitalista atual:... para destruir o capitalismo sem recair na sua lógica 2, seria necessário, segundo o autor, a construção de...uma sociedade de relações de não-poder Nesta lógica, como o Estado representa um tipo de poder-sobre, logo a transformação social baseada no não-poder, no anti-poder não poderia ocorrer através do Estado. Daí o título do livro 4. O objetivo desta apresentação é apresentar uma reflexão, em contraposição às teses de Holloway, sobre o lugar da política na teoria da história 5, compreendida...como a definição do lugar da prática política e da estrutura jurídico-política nos processos de transição de um modo de transição a outro modo de transição 6. A negação do papel do Estado em um processo revolucionário de superação do capitalismo termina por rejeitar a idéia de que a luta revolucionária pelo poder é o pré-requisito para a transição ao socialismo. Esta concepção de transformação social situa-se no terreno de um marxismo economicista predominante no século XX que concebe a mudança história como um mero reflexo de uma mudança econômica prévia, rejeitando assim a revolução política. Mesmo considerando que a totalidade da obre de Marx desautoriza tal visão de transformação social, apontamos que ela tem respaldo no conhecido texto Prefácio de 59, no qual Marx concebe a revolução enquanto resultado da simples contradição entre forças produtivas e relações de produção. A política (o Estado, o direito, a ideologia) é concebida neste texto como um epifenômeno da base econômica. Consequentemente, a luta de classes não tem lugar nesta interpretação. 1 Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas Unicamp e membro do Centro de Estudos Marxistas Cemarx. 2 John Holloway, Mudar o mundo sem tomar o poder. São Paulo, Editora Viramundo, 2002, p Idem, p Porém, mesmo sendo um título assertivo, Holloway se pergunta: Como se pode mudar o mundo sem tomar o poder? A resposta é óbvia: não o sabemos. Por isso é tão importante trabalhar na resposta, tanto de maneira teórica como prática, idem, p. 40. Mas ao longo deste livro, não encontramos indicações concretas de quais seriam as práticas sociais que, hoje, estariam caminhando para esta mudança. 5 Esta reflexão sobre o lugar da política na teoria da história tenta recuperar parte do debate travado em torno deste assunto nas décadas de 1960 e 1970, o qual protagonizaram, dentre outros, Louis Althusser, Etiene Balibar, Charles Betelheim, Nicos Poulantzas, etc. 6 Armando Boito Jr., O lugar da política na teoria marxista da história. In: Crítica Marxista, Rio de Janeiro, Editora Revan, no 19, outubro de 2004, p

2 Exporemos os traços fundamentais da concepção de Estado de Holloway conceito desenvolvido em contraposição explícita às teses desenvolvidas no interior do referido debate para compreendermos o lugar ocupado pelo autor no campo do que pode-se chamar de novo utopismo 7. Em um texto escrito na década de 70 8, Holloway procura desenvolver tal conceito estabelecendo como referência a experiência histórica do eurocomunismo que teria trabalhado... através das formas burguesas [leia-se Estado] para ganhar posições de poder e de influência 9 e do Estado de bem estar social sinônimo de expansão burocrática e conseqüente aumento da sua presença na vida cotidiana das pessoas. Partindo da crítica ao conceito de autonomia relativa do Estado, afirma que...o Estado não é uma simples instituição nem um fenômeno que diz respeito a todas as sociedades, mas uma forma historicamente determinada e transitória de relação social 10, de sorte que a forma Estado seria mais uma das formas de expressão das relações de produção capitalista que não se expressam enquanto forma de dominação classista, mas enquanto formas fragmentadas aparentemente atemporais, a-históricas: forma mercadoria, forma dinheiro, forma capital, forma renda, etc. Se o Estado, enquanto forma estatal, é mais uma das formas fetichizadas constitutivas da sociedade capitalista, seria um equívoco concebê-lo enquanto uma superestrutura, um aparato ideológico que integra as massas, uma aparato repressivo ou analisá-lo nos termos de suas funções, pois o importante... não é unicamente a função que desempenha, mas a forma histórica em que desempenha 11. Ao se referir à forma-estado, Holloway não intenta negar a existência da instituição Estado:...o Estado não pode ser entendido como uma instituição autônoma, mas somente no contexto de suas interconexões históricas com as formas de capital e processo de desenvolvimento (...) a forma [Estado] deve possuir alguma corporificação institucional. É, pois, possível falar de uma dupla dimensão do Estado em quanto relação de dominação capitalista e enquanto aparato (...) [a forma] Se materializa através do desenvolvimento institucional do Estado e da atividade dos agentes dos agentes governamentais. De forma semelhante, o desenvolvimento institucional do aparato somente pode ser a expressão do desenvolvimento histórico das relações sociais 12. Segundo o autor, a fragmentação das relações capitalistas impõem a separação entre o político e o econômico. Em face destas relações, o Estado, que deriva do capital, 7 Sobre a idéia de um novo utopismo, veja-se Sandra Zarpelun, A esquerda militante e o novo socialismo utópico. Campinas, Unicamp, Dissertação de Mestrado em Ciência Política, John Holloway. El Estado y la lucha cotidiana. In: Marxismo, Estado y Capital. Buenos Aires: Editorial Tierra del Fuego, Idem, p Idem, p Idem, p

3 mas isto não significa que o político deriva do econômico manifestar-se-ia de maneira autônoma enquanto centralizador do poder para o estabelecimento e garantia do intercâmbio entre produção e consumo, advindo daí a categoria indivíduo enquanto sujeito econômico legal, portador do direito de propriedade, mas sendo tratado pelo Estado enquanto mero cidadão abstrato que não se reconhece na sua posição de classe 13. Ao rechaçar a concepção de Estado enquanto estrutura jurídico-política, este aparece na concepção de Holloway enquanto uma forma plástica, que a tudo se adapta. Considerando a lógica do autor, poder-se-ia afirmar que a forma estatal correspondente ao período póssegunda guerra (comumente chamado de Estado de bem estar social) seria completamente diferente da forma-estado atual (Holloway se vale das expressões forte presença do Estado no cotidiano das pessoas para caracterizar o Estado de bem estar e retração da forma estatal no momento posterior à crise do Welfare State ). O problema para os socialistas consistiria em... romper, atravessar, ultrapassar a forma estatal como parte integral do ato de esmagar as relações sociais do capitalismo que tudo fragmenta, ou seja, encontrar a unidade fundamental entre estas formas e restabelecê-las 14. Por conseguinte, se a forma Estado está subordinado ao movimento da história (ou seja, ao movimento da luta de classes), as formas de luta contra as relações capitalistas também devem se transformar 15. Como exemplo desta premissa, ao se referir à crise do Walfare State, Holloway adverte que a esquerda deveria tirar partido desta crise não através da defesa unilateral desta forma de Estado, mas explorando o potencial desestabilizador inerente à retração do Estado 16. Ao encampar, além da tese neoliberal do Estado mínimo, afirmando que as formas modificadas da luta de classes e, portanto, das formas modificadas do processo de constituição das relações políticas burguesas estão criando constantemente novas possibilidades de ação e extinguindo outras, ao irem transformando o significado para a luta de classes das instituições particulares 17, Holloway se torna refém do próprio economicismo que condena, mesmo se propondo elaborar uma crítica materialista da forma-estado que combata todo o tipo de economicismo e o marxismo vulgar 18. Isto fica claro quando afirma que a crise do 12 Idem, p Idem, pp Idem, p. 152 (tradução minha). 15 Segundo Holloway, idem, p. 120, O desenvolvimento de novas formas de luta da classe operária é a contrapartida do desenvolvimento do próprio Estado. 16 Idem, p Idem, p A tarefa a ser realizada não é a elaboração de uma teoria do Estado econômica ou reducionista, mas partindo do método de Marx na crítica materialista da economia política, construir uma crítica materialista do político, idem, p. 123, ou, na perspectiva das...teorias que insistem na autonomia relativa do Estado, da ideologia, etc., (...) a noção das relações de produção está limitada à estreita esfera da produção direta de 3

4 capital é também a crise da forma estatal: A crise, enquanto crise na relação de produção, não somente se estende ao processo imediato de produção, como também ao Estado em suas diversas instâncias. A crise da forma Estado é tão inevitável quanto a crise da relação capitalista sendo, de fato, uma instância dessa crise 19. Deste modo, Holloway ressalta que lutar contra o Estado não significa apropriar-se dele, mas trabalhar contra esta forma, desenvolver, através da prática, formas materiais de contra-organização, formas de organização que se oponham às formas fetichizadas e fetichizantes da política e da economia burguesa 20. No limite do que concebe enquanto forma-estado, Holloway parte da constatação de que A aparente impossibilidade da revolução no começo do século XXI reflete, na realidade, o fracasso histórico de um conceito particular de revolução, o conceito que identificava revolução com controle de Estado 21. Com o intuito...de tornar mais aguda a crítica marxista do capitalismo 22, aponta que o grande problema das experiências históricas de superação do capitalismo e dos teóricos que defendem estas experiências seria o de entenderem...o Estado como motor da mudança radical Mas o Estado seria... apenas um nó de uma rede de relações de poder 24 e mudar a sociedade através do Estado pressuporia, segundo Holloway, a soberania estatal, de sorte que: 1. A luta pela transformação social se converteria em luta pela defesa do Estado; 2. A luta contra o capital se converteria em luta antiimperialista contra a dominação dos estrangeiros; 3. O que resultaria na mistura do nacionalismo com o anti-capitalismo 25. Por conseguinte, enfatizarse-ia a construção do Partido (e a do exército) como algo positivo para a...construção das instituições, a construção do poder 26. De fato, o que importa para o autor é defender que a mudança social se relaciona à construção de uma sociedade na qual não existam relações de poder. Não se pode afirma...construir uma sociedade de relações de não-poder por meio da conquista do poder 27. mercadoria (...). Dado este estreito conceito da produção (conceito derivado, de fato, dos materialistas vulgares aos quais [as referidas teorias] criticam), o Estado é visto então como externo às relações sociais de produção permanecendo esta análise sem capacidade para captar o desenvolvimento histórico do modo capitalista de produção, idem, p Idem, p Idem, p Holloway. Mudar o mundo..., op. cit., p Idem, 21 (grifo meu). 23 Idem, Idem, Idem, pp Idem, p Idem, p.32. 4

5 As reflexões de Holloway no diz que respeito ao seu conceito de Estado capitalista e, consequentemente, a sua compreensão da transição do capitalismo ao socialismo dispensa, terminantemente, a revolução política. Mas, segundo Boron, mesmo que o Estado não se constitua no...único lugar a partir do qual se exerce o poder é, sem dúvida alguma, o espaço privilegiado de seu exercício (...) [e] por mais que alguns teóricos falem da desestatização e do descentramento do estado, este seguirá sendo por bastante tempo um componente fundamental de qualquer sociedade de classes 28. Entendemos que em virtude de utilizar um conceito abstrato de poder e por não considerar o caráter estrutural do Estado burguês, Holloway abandona a possibilidade de uma análise concreta dos limites das experiências do socialismo real, reduzindo-as à simples premissa da troca de um poder pelo outro, o que teria condicionado o fracasso destas experiências. Este teria sido o caso da Revolução de Outubro de 1917, da Revolução chinesa de 1949 e tantas outras experiências que ousaram superar o capitalismo 29. Neste sentido, ao considerarmos o Estado enquanto estrutura jurídio-política que pertence à uma totalidade estruturada, neste caso ao modo de produção capitalista, entendemos que O Estado é o principal fator de coesão das formações sociais divididas em classes, graças à sua função repressiva e a outro aspecto, quase sempre ignorado, que é a sua função ideológica 30. A ação da burguesia através do Estado pode ser explicada através do conceito de bloco de poder. Tal conceito leva em consideração os conflitos que se desenvolvem no interior da classe burguesa, explicitando sua heterogeneidade. É através destes conflitos que historicamente o Estado privilegia majoritariamente os interesses de determinadas frações de classes relativizando os interesses de outras, tudo dependendo de como se estabelecem as alianças entre as frações da classe burguesa. Mais do que garantir os interesses de um determinado bloco no poder, o Estado é o responsável pela manutenção das relações de produção através da detenção do monopólio da força organizada, o que lhe possibilita, pois, utilizar esta força em momentos de instabilidade social para evitar a transformação social. Mas o direito burguês e a ação do burocratismo a ele ligado no interior das instituições estatais é o que garante a reprodução mais ou menos pacífica das relações de produção 28 Atilio Boron, Notas sobre un extravío teórico político en el pensamiento crítico contemporáneo. In: Herramienta, 29 Para Holloway, Mudar o mundo..., op. cit., p. 25, Os governos comunistas da União Soviética, da China e de outras partes certamente elevaram os níveis de segurança material e diminuíram as desigualdades sociais nos territórios dos Estados que controlavam (pelo menos de maneira temporária), mas fizeram pouco para criar uma sociedade independente ou para promover o reino da liberdade, questão sempre central na aspiração comunista. 5

6 capitalistas. O direito é a fonte da ideologia contratual da livre compra e venda de força de trabalho, a qual encobre a relação de exploração entre o capitalista e o operário. Formalmente igualitário, concede ao exercício do burocratismo a aparência de universalidade através de um recrutamento meritocrático dos seus funcionário fato que origina uma hierarquia burocrática das competências provenientes de todas as classes e situa o Estado enquanto o grande representante da nação. Portanto, o lugar privilegiado do exercício da repressão e da dominação política não pode ser outro que não o aparelho do Estado. A transição socialista exige, assim, uma mudança prévia do Estado para se desenvolver. O papel da ditadura do proletariado Holloway, ao identificar, de maneira linear e mecânica poder e governo, converte aquele...em um fetiche horrendo que contamina todo aquele que ousa tomá-lo em suas mão 31. Logo, superar o capitalismo, transformar a sociedade implicaria na criação de um espaço de anti-poder 32. Como isto seria possível? O autor elenca, superficialmente, algumas possibilidades:...participação em organizações não-governamentais, de campanhas em torno de temas específicos, por meio das preocupações individuais ou coletivas dos professores, dos médicos ou de outras trabalhadoras e trabalhadores que procuram fazer as coisas de uma maneira que não objetive as pessoas, por meio de projetos comunitários autônomos, inclusive as pessoas, por meio de rebeliões de massa e prolongadas como a que ocorreu em Chiapas 33. Frente às concepções do referido autor, não podemos deixar de ressaltar a importância de uma tese extremamente importante desenvolvida por Marx, Engels, Lenin, 30 Boito, O lugar da política..., op. cit., p Boron, op. cit. 32 Segundo Boron, op. cit.,, o anti-poder seria, no entendimento de Holloway, a manifestação do triunfo da sociedade civil sobre o estado; a liberação do gênero humano de toda a forma de opressão, concentrada e sublimada na visão deste teórico na figura onipresente e terrível... que não é outra coisa senão o estado. 33 Holloway, Mudar o mundo..., op. cit., p. 38. Michael Löwy, ao analisar as concepções de Holloway sobre o poder assim o faz: Uma das minhas principais objeções de Holloway sobre a questão do poder, antipoder e contrapoder é seu caráter extremamente abstrato. Ele menciona a importância da memória da resistência, mas há pouca memória, muito pouca história em sua argumentação, pouca discussão dos méritos ou limites dos movimentos revolucionários reais, marxistas, anarquistas ou zapatistas desde In: Crítica Marxista, Rio de Janeiro, Editora Revan, no 20, abril de 2005, p

7 Mao e tantos outros a partir de experiências históricas que visaram a superação do modo de produção capitalista: a da ditadura do proletariado como condição indispensável para o início da transição socialista. Tal tese é central nas análises de Marx sobre a Comuna de Paris de 1871, encontradas no livro Guerra civil na França no qual pode-se vislumbrar a efetiva importância do poder-sobre no desenrolar do processo revolucionário. O primeiro passo para o estabelecimento da ditadura do proletariado é a constituição de um exército revolucionário. Segundo Lenin, é através desta iniciativa que a ditadura do proletariado garantirá a desapropriação dos apropriadores e a defesa da revolução socialista de uma contra-revolução. No caso da Revolução de Outubro, sem a organização das massas através do Exército Vermelho e do Partido Bolchevique e da iniciativa dos sovietes, esta experiência revolucionária que inaugura o século XX certamente não teria ocorrido. Logo, se as concepções de Holloway fossem, hipoteticamente, encampadas por aqueles sujeitos revolucionários, como teria sido possível resistir à guerra imperialista e a todas as tentativas de destruição desta primeira experiência histórica de ataque frontal da supremacia capitalista? Que problema há na coexistência de um nacionalismo e um anti-capitalismo, se o processo revolucionário traz à tona as aspirações mais variadas das classes e frações de classes que compõem a sociedade em transformação 34? A experiência da Comuna de Paris nos mostra a novidade de que a destruição do aparelho estatal burguês através da ditadura do proletariado se inicia através da supressão do burocratismo, interditando o acesso das classes exploradoras ao aparelho de Estado, eliminando o recrutamento universal e possibilitando que os operários realizassem as funções estatais, condição para a sua dominação política. Também o critério de competência para o recrutamento dos funcionários foi abandonado e substituído pelo critério da representação política de classe, ou seja, pela adesão à Comuna em sua prática política. Os funcionários deste Estado eram eleitos pelo sufrágio universal e estavam sujeitos ao princípio da revogabilidade, ou seja, caso não executassem as decisões tomadas pelos trabalhadores, seriam destituídos do cargo. Tais funcionários passaram a receber um salário operário para que não se sentissem pertencentes a um grupo privilegiado frente ao restante da população. Outra medida da Comuna foi a revogação dos três poderes legislativo, executivo e judiciário que ocultam o domínio de uma burocracia que não foi eleita. Logo, um só poder passa a exercer as funções respectivas a estes três poderes. 34 Segundo del Río, Até 1949, a revolução chinesa foi fundamentalmente agrária, democrática e nacional, idem, p. 17; porém, sem a aliança operário-camponesa, ela de fato não teria ocorrido. 7

8 Em O Estado e a Revolução 35 Lenin ressalta a necessidade da ditadura do proletariado 1. para que a classe dominada possa exercer a repressão sobre a classe dominante para que esta não reconquiste o poder; 2. - para a proteção comum dos meios de produção que foram expropriados dos capitalistas, afirmando ainda que a ditadura do proletariado já se configura como um semi-estado, um Estado em vias de extinção, a partir do momento em que o corpo burocrático é substituído pelos operários. No momento em que o Estado cria as condições para a transição, dialeticamente ele se dissolve. Mao Tsé-tung, por sua vez, defende a supressão do Partido Comunista e da própria ditadura do proletariado: Tarde ou cedo desaparecerá o Partido Comunista e, da mesma maneira, os partidos democráticos. Esta desaparição é algo desagradável? Ao meu ver, será algo muito agradável. Parece-me que será realmente estupendo o dia em que o Partido Comunista e a ditadura do proletariado percam sua razão de ser. Nossa tarefa é justamente a de impulsionar o processo de modo que seu desaparecimento chegue mais rápido 36 Lenin, ao se referir à expropriação dos meios de produção dos capitalistas que passam a pertencer a toda a sociedade Lenin não considera a estatização ou a nacionalização dos meios de produção, ou seja, a expropriação jurídica das fábricas dos capitalistas e das terras dos proprietários fundiários enquanto sinônimo de instauração de novas relações de produção de caráter socialista, uma interpretação reducionista do papel do Estado na transição. Sendo a separação entre trabalho manual e intelectual uma das principais fontes de desigualdades sociais, segundo Lenin, a superação desta separação a qual preferimos denominar enquanto separação entre trabalho de direção e execução, para fugir do sentido antropológico que possui aquela seria a primeira necessidade vital para a transição ao socialismo. O desenvolvimento da concepção que não privilegia a autonomia do desenvolvimento das forças produtivas enquanto agente da transição só será possível a partir da experiência histórica da Revolução cultural chinesa 37. Ao que parece, Holloway encampa o reducionismo apontado por Lenin, ao afirmar que a defesa da mudança da sociedade através do Estado pressupõe, inevitavelmente, a 35 V. I. Lenin. O Estado e a revolução. In: V. I. Lenin. Obras Escolhidas, São Paulo, Editora Alfa-Omega, 1980, vol. II. 36 Mao Tse-tung, apud, Eugenio del Río, op. cit., p

9 soberania estatal, concluindo que mesmo que as mudanças sociais que deveriam ocorrer fossem contempladas, estas perder-se-iam neste horizonte estatista 38. Mais ainda, segundo Holloway, mesmo que Lenin vislumbre, para além da conquista do poder, a destruição do velho Estado e a sua substituição por um Estado dos trabalhadores já vimos que Lenin vai além deste horizonte e mesmo que, como Trotsky, vislumbre a necessidade da internacionalização da revolução,... continua sendo um fato que, em geral, se considerou a tomada do poder do Estado como um elemento particularmente importante, um ponto central no processo de mudança social, um elemento que exige também uma concentração das energias dedicadas à transformação social. Essa concentração privilegia, inevitavelmente, o Estado como lugar de poder 39 Para sistematizarmos uma crítica a concepção de transição socialista de Holloway, recuperamos aqui as teses desenvolvidas por Etiene Balibar, principalmente no texto Conceitos fundamentais do materialismo histórico que compõe um dos capítulos da obra organizada por Louis Althusser, Para ler o Capital 40. Balibar, no intuito de combater o economicismo também presente no Prefácio de 59 de Marx (texto, cuja problemática é próxima à problemática da filosofia da história de Hegel), remete-se a textos 1870 do Marx da maturidade, os quais indicariam o caminho para se romper com este determinismo 41. Propõe-se então iniciar a construção de uma teoria da transição, defendendo a tese da antecipação do político em relação à economia como a primeira etapas necessária para a transição de um modo de produção ao outro, ou seja, o lugar privilegiado que a política ocupa no processo de transição. Balibar abandona a explicação que a transição do modo de produção capitalista ao socialismo dar-se-ia através da simples contradição entre forças produtivas e relações de produção. Se assim o fosse, a contradição seria originária e única, pois o desenvolvimento unilinear das forças produtivas seria a causa destas transformações estruturais. Caso existisse 37 Veja-se Charles Bettelheim, Revolução cultural e organização industrial na China. Rio de Janeiro, Edições Graal, Holloway, op. cit., pp Idem, p Etiene Balibar, Acerca de los conceptos fundamentales del materialismo histórico. In: Louis Althusser, Etiene Balibar, Para Leer El Capital. 4a edição, Buenos Aires, Siglo XXI, Sobre uma análise desses últimos textos de Marx, ver Pedro Leão da Costa Neto, Marx tardio: notas introdutória, in: Crítica Marxista, no 17, Rio de Janeiro, Editora Revan, Sobre a proximidade das problemáticas desenvolvidas por Hegel e Marx, ver Armando Boito Jr., O lugar da política na teoria marxista da história, in: Crítica Marxista, no 19, Rio de Janeiro, Editora Revan, 2004, principalmente p

10 de fato uma contradição entre forças produtivas e relações de produção, a reprodução do modo de produção capitalista não ocorreria. O que condiciona, então, a sua reprodução é uma relação de implicação recíproca entre relações de produção e forças produtivas, pois estas se desenvolvem de acordo com relações de produção específicas deste modo de produção; cada modo de produção engendra suas forças produtivas específicas, expressão de suas relações de produção, existindo, portanto, uma relação de correspondência entre a sua estrutura econômica e a sua estrutura jurídico-política para que o funcionamento, a reprodução deste mesmo modo de produção, ocorra. As relações assim descobertas se implicam reciprocamente, especialmente as relações de propriedade e as relações de apropriação real ( forças produtivas ) em sua unidade complexa. Compreendem os momentos anteriormente separados (produção, distribuição, consumo), em uma unidade necessária e completa. E, igualmente, compreendem tudo o que em curso da análise do processo de produção imediata como os seus pressupostos, as suas condições necessárias para que esse processo possa realizar-se na forma que foi descrito: Por exemplo, na produção capitalista, a autonomia da instância econômica ou as formas jurídicas correspondentes às formas da troca mercantil, isto é, uma certa forma de correspondência entre as diversas instâncias da estrutura social 42. A contradição, para Balibar, é derivada e não originária, ou seja, não está presente na estrutura, mas nos efeitos da estrutura. É a sincronia reprodução simples ou a dinâmica reprodução ampliada de um modo de produção o que possibilita o surgimento dos elementos contraditórios que poderão gerar os elementos do futuro modo de produção. Balibar, pois, aponta a multiplicidade de causas que podem determinar a transição, abandonando o determinismo segundo o qual o desenvolvimento linear das forças produtivas ocasionaria, fatalmente, as transformações sociais. Logo, o socialismo, de fim inevitável, passa a ser uma possibilidade condicionada a determinações histórico-sociais. Privilegia-se, neste contexto, o papel da política da luta de classes, da revolução política determinado, em última instância, pelo econômico, como central na transição. A transição só ocorre quando, em um momento de diacronia, passar a existir uma relação de não-correspondência entre a estrutura econômica e a estrutura jurídico-política. A 42 Balibar, Acerca de los conceptos..., op. cit., p

11 antecipação do político se dá porque o desenvolvimento das forças produtivas abre possibilidades para isso e, assim, a natureza política do Estado pode ser transformada através da ditadura do proletariado. No entanto, a economia permanece vinculada às relações de produção anteriores, ou seja, em defasagem em relação ao político. A transição só se completa se se restabelecer a correspondência entre o político e o econômico, ou seja, se a economia se ajustar às relações políticas do novo Estado 43. Algumas iniciativas colocadas em prática pelos trabalhadores chineses e pelo Partido comunista chinês, no período da Revolução cultural, indicaram este caminho 44. Na tentativa de ressaltarmos o papel do político na transição e trazermos à tona toda uma conceituação do Estado burguês iluminado pela teoria marxista, cabe a pergunta: como defender o rompimento com a ordem vigente sem ressaltar a necessidade da construção de um poder-sobre de um novo tipo que garanta a transição para uma sociedade qualitativamente distinta? Ressaltamos portanto que as propostas de transformação social de Holloway se situam no terreno do economicismo, e que suas considerações acabam por encampam as fileiras do discurso ideológico neoliberal, dominante na sociedade atual. Teses como as que Holloway defende, mesmo que este se declare contrário às misérias e inumanidades promovidas pelo sistema capitalista, ressaltando, portanto, a necessidade de sua superação, comprometem a reflexão sobre possíveis estratégias eficazes de transformação desta conjuntura. Apostar, pois, na espontaneidade de ações contestatórias e de transformação da sociedade atual aponta para a idealização uma realidade social diferente, mas não nos indica qual o caminho para a sua construção. 43 Os conceitos balibarianos de correspondência e não-correspondência foram melhor desenvolvidos por Boito, O lugar da política..., op. cit., p Tanto a política das duas participações participação dos quadros do partido no trabalho produtivo e participação dos operários na gestão industrial quanto a política da Tríplice União, quando os quadros do partido, os técnicos e os operários participam, juntos, da gestão das fábricas e do processo produtivo objetivam o combate à chamada linha revisionista. Veja-se Bettelheim, op. cit. 11

John Holloway e a construção dos espaços de não-poder. É possível mudar o mundo sem tomar o poder?

John Holloway e a construção dos espaços de não-poder. É possível mudar o mundo sem tomar o poder? John Holloway e a construção dos espaços de não-poder. É possível mudar o mundo sem tomar o poder? Ângela Lazagna (Unicamp) angela_lazagna@yahoo.com.br A atual fase do capitalismo, comumente denominada

Leia mais

Katia Luciana Sales Ribeiro Keila de Souza Almeida José Nailton Silveira de Pinho. Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos)

Katia Luciana Sales Ribeiro Keila de Souza Almeida José Nailton Silveira de Pinho. Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos) Katia Luciana Sales Ribeiro José Nailton Silveira de Pinho Resenha: Marx (Um Toque de Clássicos) Universidade Estadual de Montes Claros / UNIMONTES abril / 2003 Katia Luciana Sales Ribeiro José Nailton

Leia mais

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE Universidade Estadual De Maringá gasparin01@brturbo.com.br INTRODUÇÃO Ao pensarmos em nosso trabalho profissional, muitas vezes,

Leia mais

REFLEXÕES SOBRE A QUESTÃO SOCIAL

REFLEXÕES SOBRE A QUESTÃO SOCIAL TEORIA MARXISTA NA COMPREENSÃO DA SOCIEDADE CAPITALISTA Disciplina: QUESTÃO E SERVIÇO Professora: Maria da Graça Maurer Gomes Türck Fonte: AS Maria da Graça Türck 1 Que elementos são constitutivos importantes

Leia mais

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL INTRODUÇÃO O conceito de ação social está presente em diversas fontes, porém, no que se refere aos materiais desta disciplina o mesmo será esclarecido com base nas idéias

Leia mais

A ideologia alemã. Karl Marx e Friedrich Engels

A ideologia alemã. Karl Marx e Friedrich Engels A ideologia alemã Karl Marx e Friedrich Engels Percurso Karl Marx (1817-1883) Filho de advogado iluminista Formou-se em Direito, Filosofia e História pela Universidade de Berlim; não seguiu carreira acadêmica

Leia mais

LISTA DE EXERCÍCIOS RECUPERAÇÃO FINAL 3 ano

LISTA DE EXERCÍCIOS RECUPERAÇÃO FINAL 3 ano LISTA DE EXERCÍCIOS RECUPERAÇÃO FINAL 3 ano 1. Apresente as ideias de Tese, antítese e síntese idealizados por Hegel. 2. Uma das faculdades mais importantes do ser humano é pensar. Nenhum homem conseguiria

Leia mais

CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO ECONÔMICO CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO SUJEITO - OBJETO

CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO ECONÔMICO CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO SUJEITO - OBJETO CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO ECONÔMICO CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO SUJEITO - OBJETO CONCEITO DIREITO ECONÔMICO É O RAMO DO DIREITO QUE TEM POR OBJETO A JURIDICIZAÇÃO, OU SEJA, O TRATAMENTO

Leia mais

1.3. Planejamento: concepções

1.3. Planejamento: concepções 1.3. Planejamento: concepções Marcelo Soares Pereira da Silva - UFU O planejamento não deve ser tomado apenas como mais um procedimento administrativo de natureza burocrática, decorrente de alguma exigência

Leia mais

THOMAS HOBBES LEVIATÃ MATÉRIA, FORMA E PODER DE UM ESTADO ECLESIÁSTICO E CIVIL

THOMAS HOBBES LEVIATÃ MATÉRIA, FORMA E PODER DE UM ESTADO ECLESIÁSTICO E CIVIL THOMAS HOBBES LEVIATÃ ou MATÉRIA, FORMA E PODER DE UM ESTADO ECLESIÁSTICO E CIVIL Thomas Hobbes é um contratualista teoria do contrato social; O homem natural / em estado de natureza para Hobbes não é

Leia mais

Serviço Social e o Trabalho Social em Habitação de Interesse Social. Tânia Maria Ramos de Godoi Diniz Novembro de 2015

Serviço Social e o Trabalho Social em Habitação de Interesse Social. Tânia Maria Ramos de Godoi Diniz Novembro de 2015 Serviço Social e o Trabalho Social em Habitação de Interesse Social Tânia Maria Ramos de Godoi Diniz Novembro de 2015 Sobre o trabalho social O trabalho social nos programas de, exercido pelo (a) assistente

Leia mais

Exercícios Classe Social x Estratificação Social

Exercícios Classe Social x Estratificação Social Exercícios Classe Social x Estratificação Social 1. Para Karl Marx o conceito de Classes Sociais se desenvolve com a formação da sociedade capitalista. Dessa forma, é correto afirmar que : a) As classes

Leia mais

DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO

DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO ROSINALDO PANTOJA DE FREITAS rpfpantoja@hotmail.com DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO RESUMO: Este artigo aborda o Projeto político pedagógico e também

Leia mais

PRAXIS. EscoladeGestoresdaEducaçãoBásica

PRAXIS. EscoladeGestoresdaEducaçãoBásica PRAXIS A palavra práxis é comumente utilizada como sinônimo ou equivalente ao termo prático. Todavia, se recorrermos à acepção marxista de práxis, observaremos que práxis e prática são conceitos diferentes.

Leia mais

Marxismo e Ideologia

Marxismo e Ideologia Rita Vaz Afonso 1 FBAUL, 2010 Marxismo e Ideologia 1 rita.v.afonso@gmail.com. O trabalho responde à disciplina semestral de Cultura Visual I do primeiro ano da Faculdade de Belas Artes da Universidade

Leia mais

Núcleo de educação a distância - NEAD/UNIFRAN UNIVERSIDADE DE FRANCA

Núcleo de educação a distância - NEAD/UNIFRAN UNIVERSIDADE DE FRANCA Educação conceito permeado por valores e finalidades Educação e Sociedade:algumas visões no século XX Universidade de Franca Pedagogia EAD Sociologia Geral e da Educação Profa. Lucimary Bernabé Pedrosa

Leia mais

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE Maria Cristina Kogut - PUCPR RESUMO Há uma preocupação por parte da sociedade com a atuação da escola e do professor,

Leia mais

Por uma pedagogia da juventude

Por uma pedagogia da juventude Por uma pedagogia da juventude Juarez Dayrell * Uma reflexão sobre a questão do projeto de vida no âmbito da juventude e o papel da escola nesse processo, exige primeiramente o esclarecimento do que se

Leia mais

Um forte elemento utilizado para evitar as tendências desagregadoras das sociedades modernas é:

Um forte elemento utilizado para evitar as tendências desagregadoras das sociedades modernas é: Atividade extra Fascículo 3 Sociologia Unidade 5 Questão 1 Um forte elemento utilizado para evitar as tendências desagregadoras das sociedades modernas é: a. Isolamento virtual b. Isolamento físico c.

Leia mais

1. INTRODUÇÃO CONCEITUAL SOBRE O DESENVOLVIMENTO E O CRESCIMENTO ECONÔMICO

1. INTRODUÇÃO CONCEITUAL SOBRE O DESENVOLVIMENTO E O CRESCIMENTO ECONÔMICO 1. INTRODUÇÃO CONCEITUAL SOBRE O DESENVOLVIMENTO E O CRESCIMENTO ECONÔMICO A análise da evolução temporal (ou dinâmica) da economia constitui o objeto de atenção fundamental do desenvolvimento econômico,

Leia mais

Movimentos sociais - tentando uma definição

Movimentos sociais - tentando uma definição Movimentos sociais - tentando uma definição Analogicamente podemos dizer que os movimentos sociais são como vulcões em erupção; Movimentos sociais - tentando uma definição Movimentos sociais ocorrem quando

Leia mais

O marxismo heterodoxo de João Bernardo

O marxismo heterodoxo de João Bernardo O marxismo heterodoxo de João Bernardo João Alberto da Costa Pinto 1 Meu propósito neste colóquio é o de fazer uma rápida apresentação de alguns aspectos conceituais que considero fundamentais na proposta

Leia mais

Colégio Ser! Sorocaba Sociologia Ensino Médio Profª. Marilia Coltri

Colégio Ser! Sorocaba Sociologia Ensino Médio Profª. Marilia Coltri Marx, Durkheim e Weber Colégio Ser! Sorocaba Sociologia Ensino Médio Profª. Marilia Coltri Problemas sociais no século XIX Problemas sociais injustiças do capitalismo; O capitalismo nasceu da decadência

Leia mais

A LEITURA NA VOZ DO PROFESSOR: O MOVIMENTO DOS SENTIDOS

A LEITURA NA VOZ DO PROFESSOR: O MOVIMENTO DOS SENTIDOS A LEITURA NA VOZ DO PROFESSOR: O MOVIMENTO DOS SENTIDOS Victória Junqueira Franco do Amaral -FFCLRP-USP Soraya Maria Romano Pacífico - FFCLRP-USP Para nosso trabalho foram coletadas 8 redações produzidas

Leia mais

Karl Marx e a crítica da sociedade capitalista

Karl Marx e a crítica da sociedade capitalista Karl Marx e a crítica da sociedade capitalista As bases do pensamento de Marx Filosofia alemã Socialismo utópico francês Economia política clássica inglesa 1 A interpretação dialética Analisa a história

Leia mais

3.4 DELINEAMENTO ÉTICO JURÍDICO DA NOVA ORGANIZAÇÃO SOCIAL

3.4 DELINEAMENTO ÉTICO JURÍDICO DA NOVA ORGANIZAÇÃO SOCIAL 3.4 DELINEAMENTO ÉTICO JURÍDICO DA NOVA ORGANIZAÇÃO SOCIAL Os fundamentos propostos para a nova organização social, a desconcentração e a cooperação, devem inspirar mecanismos e instrumentos que conduzam

Leia mais

A Sociologia de Weber

A Sociologia de Weber Material de apoio para Monitoria 1. (UFU 2011) A questão do método nas ciências humanas (também denominadas ciências históricas, ciências sociais, ciências do espírito, ciências da cultura) foi objeto

Leia mais

QFD: Quality Function Deployment QFD: CASA DA QUALIDADE - PASSO A PASSO

QFD: Quality Function Deployment QFD: CASA DA QUALIDADE - PASSO A PASSO QFD: CASA DA QUALIDADE - PASSO A PASSO 1 - INTRODUÇÃO Segundo Akao (1990), QFD é a conversão dos requisitos do consumidor em características de qualidade do produto e o desenvolvimento da qualidade de

Leia mais

O que é Administração

O que é Administração O que é Administração Bem vindo ao curso de administração de empresas. Pretendemos mostrar a você no período que passaremos juntos, alguns conceitos aplicados à administração. Nossa matéria será puramente

Leia mais

Unidade II FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL. Prof. José Junior

Unidade II FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL. Prof. José Junior Unidade II FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL Prof. José Junior O surgimento do Serviço Social O serviço social surgiu da divisão social e técnica do trabalho, afirmando-se

Leia mais

A CONSOLIDAÇÃO DA PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NA EDUCAÇÃO: O CASO DO PRONATEC NA CIDADE DO RECIFE /PE

A CONSOLIDAÇÃO DA PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NA EDUCAÇÃO: O CASO DO PRONATEC NA CIDADE DO RECIFE /PE A CONSOLIDAÇÃO DA PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NA EDUCAÇÃO: O CASO DO PRONATEC NA CIDADE DO RECIFE /PE 1. INTRODUÇÃO Thayane Maria Deodato Cavalcante UFPE (thayanedc@hotmail.com) Lígia Batista de Oliveira

Leia mais

Unidade 3: A Teoria da Ação Social de Max Weber. Professor Igor Assaf Mendes Sociologia Geral - Psicologia

Unidade 3: A Teoria da Ação Social de Max Weber. Professor Igor Assaf Mendes Sociologia Geral - Psicologia Unidade 3: A Teoria da Ação Social de Max Weber Professor Igor Assaf Mendes Sociologia Geral - Psicologia A Teoria de Ação Social de Max Weber 1 Ação Social 2 Forma de dominação Legítimas 3 Desencantamento

Leia mais

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock ABCEducatio entrevista Sílvio Bock Escolher uma profissão é fazer um projeto de futuro A entrada do segundo semestre sempre é marcada por uma grande preocupação para todos os alunos que estão terminando

Leia mais

Carreira: definição de papéis e comparação de modelos

Carreira: definição de papéis e comparação de modelos 1 Carreira: definição de papéis e comparação de modelos Renato Beschizza Economista e especialista em estruturas organizacionais e carreiras Consultor da AB Consultores Associados Ltda. renato@abconsultores.com.br

Leia mais

ASPECTOS HISTÓRICOS: QUANTO A FORMAÇÃOO, FUNÇÃO E DIFULCULDADES DO ADMINISTRADOR.

ASPECTOS HISTÓRICOS: QUANTO A FORMAÇÃOO, FUNÇÃO E DIFULCULDADES DO ADMINISTRADOR. 1 ASPECTOS HISTÓRICOS: QUANTO A FORMAÇÃOO, FUNÇÃO E DIFULCULDADES DO ADMINISTRADOR. Rute Regina Ferreira Machado de Morais Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG Este texto visa refletir sobre o papel

Leia mais

MÓDULO 5 O SENSO COMUM

MÓDULO 5 O SENSO COMUM MÓDULO 5 O SENSO COMUM Uma das principais metas de alguém que quer escrever boas redações é fugir do senso comum. Basicamente, o senso comum é um julgamento feito com base em ideias simples, ingênuas e,

Leia mais

Karl Marx e o materialismo histórico e dialético (1818-1883)

Karl Marx e o materialismo histórico e dialético (1818-1883) Karl Marx e o materialismo histórico e dialético (1818-1883) O pensamento de Marx: Proposta: entender o sistema capitalista e modificá-lo [...] (COSTA, 2008, p.100). Obra sobre o capitalismo: O capital.

Leia mais

Módulo 11 Socialização organizacional

Módulo 11 Socialização organizacional Módulo 11 Socialização organizacional O subsistema de aplicação de recursos humanos está relacionado ao desempenho eficaz das pessoas na execução de suas atividades e, por conseguinte, na contribuição

Leia mais

A PRÁTICA DE FORMAÇÃO DE DOCENTES: DIFERENTE DE ESTÁGIO Maria de Fátima Targino Cruz Pedagoga e professora da Rede Estadual do Paraná.

A PRÁTICA DE FORMAÇÃO DE DOCENTES: DIFERENTE DE ESTÁGIO Maria de Fátima Targino Cruz Pedagoga e professora da Rede Estadual do Paraná. A PRÁTICA DE FORMAÇÃO DE DOCENTES: DIFERENTE DE ESTÁGIO Maria de Fátima Targino Cruz Pedagoga e professora da Rede Estadual do Paraná. O Curso de Formação de Docentes Normal, em nível médio, está amparado

Leia mais

CURSO PREPARATÓRIO PARA PROFESSORES. Profa. M. Ana Paula Melim Profa. Milene Bartolomei Silva

CURSO PREPARATÓRIO PARA PROFESSORES. Profa. M. Ana Paula Melim Profa. Milene Bartolomei Silva CURSO PREPARATÓRIO PARA PROFESSORES Profa. M. Ana Paula Melim Profa. Milene Bartolomei Silva 1 Conteúdo: Concepções Pedagógicas Conceitos de Educação; Pedagogia; Abordagens Pedagógicas: psicomotora, construtivista,

Leia mais

ZENUN, Katsue Hamada e; MARKUNAS, Mônica. Tudo que é sólido se desmancha no ar. In:. Cadernos de Sociologia 1: trabalho. Brasília: Cisbrasil-CIB,

ZENUN, Katsue Hamada e; MARKUNAS, Mônica. Tudo que é sólido se desmancha no ar. In:. Cadernos de Sociologia 1: trabalho. Brasília: Cisbrasil-CIB, ZENUN, Katsue Hamada e; MARKUNAS, Mônica. Tudo que é sólido se desmancha no ar. In:. Cadernos de Sociologia 1: trabalho. Brasília: Cisbrasil-CIB, 2009. p. 24-29. CAPITALISMO Sistema econômico e social

Leia mais

Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique

Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique Carlos Nuno Castel-Branco carlos.castel-branco@iese.ac.mz Associação dos Estudantes da Universidade Pedagógica Maputo, 21 de Outubro

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E S C O L A D E A R T E S, C I Ê N C I A S E H U M A N I D A D E

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E S C O L A D E A R T E S, C I Ê N C I A S E H U M A N I D A D E UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E S C O L A D E A R T E S, C I Ê N C I A S E H U M A N I D A D E Trabalho proposto pela disciplina de Orientado por Professor Dr. Fernando Coelho Mário Januário Filho 5365372

Leia mais

OS PROCESSOS DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL EM UM DESENHO CONTEMPORÂNEO

OS PROCESSOS DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL EM UM DESENHO CONTEMPORÂNEO OS PROCESSOS DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL EM UM DESENHO CONTEMPORÂNEO Karen Ramos Camargo 1 Resumo O presente artigo visa suscitar a discussão acerca dos processos de trabalho do Serviço Social, relacionados

Leia mais

O TIGRE E A DEMOCRACIA: O CONTRATO SOCIAL HISTÓRICO

O TIGRE E A DEMOCRACIA: O CONTRATO SOCIAL HISTÓRICO 5.11.05 O TIGRE E A DEMOCRACIA: O CONTRATO SOCIAL HISTÓRICO Luiz Carlos Bresser-Pereira Primeira versão, 5.11.2005; segunda, 27.2.2008. No século dezessete, Hobbes fundou uma nova teoria do Estado que

Leia mais

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias outubro/2007 página 1 EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO Moysés Kuhlmann :A educação da criança pequena também deve ser pensada na perspectiva de

Leia mais

INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO

INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO O ESTADO VEIO TENDO, NO DECORRER DO SÉCULO XX, ACENTUADO PAPEL NO RELACIONAMENTO ENTRE DOMÍNIO JURÍDICO E O ECONÔMICO. HOJE, TAL RELAÇÃO JÁ SOFRERA PROFUNDAS

Leia mais

Violência contra crianças e adolescentes: uma análise descritiva do fenômeno

Violência contra crianças e adolescentes: uma análise descritiva do fenômeno A crise de representação e o espaço da mídia na política RESENHA Violência contra crianças e adolescentes: uma análise descritiva do fenômeno Rogéria Martins Socióloga e Professora do Departamento de Educação/UESC

Leia mais

Avanços na transparência

Avanços na transparência Avanços na transparência A Capes está avançando não apenas na questão dos indicadores, como vimos nas semanas anteriores, mas também na transparência do sistema. Este assunto será explicado aqui, com ênfase

Leia mais

Projeto Pedagógico: trajetórias coletivas que dão sentido e identidade à escola.

Projeto Pedagógico: trajetórias coletivas que dão sentido e identidade à escola. Prof. Dr. Juares da Silva Thiesen Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC Centro de Educação - CED Projeto Pedagógico: trajetórias coletivas que dão sentido e identidade à escola. Ementa: Legitimidade

Leia mais

KARL MARX (1818-1883)

KARL MARX (1818-1883) KARL MARX (1818-1883) 1861 Biografia Nasceu em Trier, Alemanha. Pais judeus convertidos. Na adolescência militante antireligioso; A crítica da religião é o fundamento de toda crítica. Tese de doutorado

Leia mais

Rompendo os muros escolares: ética, cidadania e comunidade 1

Rompendo os muros escolares: ética, cidadania e comunidade 1 PROGRAMA ÉTICA E CIDADANIA construindo valores na escola e na sociedade Rompendo os muros escolares: ética, cidadania e comunidade 1 Ulisses F. Araújo 2 A construção de um ambiente ético que ultrapasse

Leia mais

Idealismo - corrente sociológica de Max Weber, se distingui do Positivismo em razão de alguns aspectos:

Idealismo - corrente sociológica de Max Weber, se distingui do Positivismo em razão de alguns aspectos: A CONTRIBUIÇÃO DE MAX WEBER (1864 1920) Max Weber foi o grande sistematizador da sociologia na Alemanha por volta do século XIX, um pouco mais tarde do que a França, que foi impulsionada pelo positivismo.

Leia mais

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou nesta terça-feira os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos,

Leia mais

O trabalho voluntário é uma atitude, e esta, numa visão transdisciplinar é:

O trabalho voluntário é uma atitude, e esta, numa visão transdisciplinar é: O trabalho voluntário é uma atitude, e esta, numa visão transdisciplinar é: a capacidade individual ou social para manter uma orientação constante, imutável, qualquer que seja a complexidade de uma situação

Leia mais

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS APRESENTAÇÃO ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS Breve histórico da instituição seguido de diagnóstico e indicadores sobre a temática abrangida pelo projeto, especialmente dados que permitam análise da

Leia mais

Filosofia da natureza, Teoria social e Ambiente Ideia de criação na natureza, Percepção de crise do capitalismo e a Ideologia de sociedade de risco.

Filosofia da natureza, Teoria social e Ambiente Ideia de criação na natureza, Percepção de crise do capitalismo e a Ideologia de sociedade de risco. VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA Brasil Filosofia da natureza, Teoria social e Ambiente Ideia de criação na natureza, Percepção de crise do capitalismo e a Ideologia

Leia mais

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO LINHA DE PESQUISA: POLÍTICAS PÚBLICAS DE CULTURA JUSTIFICATIVA O campo de pesquisa em Políticas Públicas de

Leia mais

CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL. Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A

CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL. Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A O capitalismo teve origem na Europa, nos séculos XV e XVI, e se expandiu para outros lugares do mundo ( Ásia, África,

Leia mais

Democracia Burguesa e Apatia Política. Se, como apontou Marx, existe uma relação entre o nível de participação

Democracia Burguesa e Apatia Política. Se, como apontou Marx, existe uma relação entre o nível de participação Democracia Burguesa e Apatia Política Luciano Cavini Martorano 1 Se, como apontou Marx, existe uma relação entre o nível de participação popular e a plenitude da transformação social, o socialismo deveria

Leia mais

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4 CAMPUS CARAGUATUBA CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4 PROFESSOR: ANDRESSA MATTOS SALGADO-SAMPAIO ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PRÁTICA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CURSO

Leia mais

VOLUNTARIADO E CIDADANIA

VOLUNTARIADO E CIDADANIA VOLUNTARIADO E CIDADANIA Voluntariado e cidadania Por Maria José Ritta Presidente da Comissão Nacional do Ano Internacional do Voluntário (2001) Existe em Portugal um número crescente de mulheres e de

Leia mais

A evolução da espécie humana até aos dias de hoje

A evolução da espécie humana até aos dias de hoje 25-11-2010 A evolução da espécie humana até aos dias de hoje Trabalho elaborado por: Patrícia da Conceição O aparecimento da espécie humana não aconteceu de um momento para o outro. Desde as mais antigas

Leia mais

AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE

AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE 4.1 - Tabela de Temporalidade Como é cediço todos os arquivos possuem um ciclo vital, composto pelas fases corrente, intermediária e permanente. Mas como saber quando

Leia mais

A PRESENÇA DA ARTE NO PROJETO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO

A PRESENÇA DA ARTE NO PROJETO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO A PRESENÇA DA ARTE NO PROJETO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO Sandra Maria Zanello de Aguiar, e-mail:szaguiar@gmail.com. Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências Sociais Aplicadas.

Leia mais

Tabela 1 Total da população 2010 Total de homens Total de mulheres Homens % Mulheres % Distrito Federal 2.562.963 1.225.237 1.337.

Tabela 1 Total da população 2010 Total de homens Total de mulheres Homens % Mulheres % Distrito Federal 2.562.963 1.225.237 1.337. PROGRAMA TÉMATICO: 6229 EMANCIPAÇÃO DAS MULHERES OBJETIVO GERAL: Ampliar o acesso das mulheres aos seus direitos por meio do desenvolvimento de ações multissetoriais que visem contribuir para uma mudança

Leia mais

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas... APRESENTAÇÃO O incremento da competitividade é um fator decisivo para a maior inserção das Micro e Pequenas Empresas (MPE), em mercados externos cada vez mais globalizados. Internamente, as MPE estão inseridas

Leia mais

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRABALHO REALIZADO PELO SERVIÇO SOCIAL NO CENTRO PONTAGROSSENSE DE REABILITAÇÃO AUDITIVA E DA FALA (CEPRAF) TRENTINI, Fabiana Vosgerau 1

Leia mais

ATÉ QUANDO ESPERAR: DESLIZAMENTOS DE SENTIDOS ENTRE O RELIGIOSO E O DISCURSO CAPITALISTA

ATÉ QUANDO ESPERAR: DESLIZAMENTOS DE SENTIDOS ENTRE O RELIGIOSO E O DISCURSO CAPITALISTA ATÉ QUANDO ESPERAR: DESLIZAMENTOS DE SENTIDOS ENTRE O RELIGIOSO E O DISCURSO CAPITALISTA Felipe Souza Ferraz 1 Silvia Regina Nunes 2 INTRODUÇÃO Durante os anos 1960 e 1970, a MPB desempenhou um importante

Leia mais

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS Flávio Pereira DINIZ (FCS UFG / diniz.fp@gmail.com) 1 Dijaci David de OLIVEIRA (FCS UFG / dijaci@gmail.com) 2 Palavras-chave: extensão universitária;

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO GERAL MOTIVAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO GERAL MOTIVAÇÃO ADMINISTRAÇÃO GERAL MOTIVAÇÃO Atualizado em 11/01/2016 MOTIVAÇÃO Estar motivado é visto como uma condição necessária para que um trabalhador entregue um desempenho superior. Naturalmente, como a motivação

Leia mais

Capacidade = 512 x 300 x 20000 x 2 x 5 = 30.720.000.000 30,72 GB

Capacidade = 512 x 300 x 20000 x 2 x 5 = 30.720.000.000 30,72 GB Calculando a capacidade de disco: Capacidade = (# bytes/setor) x (méd. # setores/trilha) x (# trilhas/superfície) x (# superfícies/prato) x (# pratos/disco) Exemplo 01: 512 bytes/setor 300 setores/trilha

Leia mais

A crítica à razão especulativa

A crítica à razão especulativa O PENSAMENTO DE MARX A crítica à razão especulativa Crítica a todas as formas de idealismo Filósofo, economista, homem de ação, foi o criador do socialismo científico e o inspirador da ideologia comunista,

Leia mais

11 de maio de 2011. Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

11 de maio de 2011. Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica 11 de maio de 2011 Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica 1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO SPAECE-ALFA E DAS AVALIAÇÕES DO PRÊMIO ESCOLA NOTA DEZ _ 2ª Etapa 1. INTRODUÇÃO Em 1990, o Sistema de Avaliação

Leia mais

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA IMPACTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO PRODUTO INTERNO BRUTO BRASILEIRO

Leia mais

ATIVIDADES DE LINHA E DE ASSESSORIA

ATIVIDADES DE LINHA E DE ASSESSORIA 1 ATIVIDADES DE LINHA E DE ASSESSORIA SUMÁRIO Introdução... 01 1. Diferenciação das Atividades de Linha e Assessoria... 02 2. Autoridade de Linha... 03 3. Autoridade de Assessoria... 04 4. A Atuação da

Leia mais

FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO É claro que o Brasil não brotou do chão como uma planta. O Solo que o Brasil hoje ocupa já existia, o que não existia era o seu território, a porção do espaço sob domínio,

Leia mais

CONTEÚDOS DE SOCIOLOGIA POR BIMESTRE PARA O ENSINO MÉDIO COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO

CONTEÚDOS DE SOCIOLOGIA POR BIMESTRE PARA O ENSINO MÉDIO COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO CONTEÚDOS DE SOCIOLOGIA POR BIMESTRE PARA O ENSINO MÉDIO COM BASE NOS PARÂMETROS CURRICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO GOVERNADOR DE PERNAMBUCO João Lyra Neto SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO E ESPORTES Ricardo Dantas

Leia mais

PRÓ-MATATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

PRÓ-MATATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PRÓ-MATATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES Regina Luzia Corio de Buriasco * UEL reginaburiasco@sercomtel.com.br Magna Natália Marin Pires* UEL magna@onda.com.br Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino*

Leia mais

Sociologia Organizacional. Aula 1. Contextualização. Organização da Disciplina. Aula 1. Contexto histórico do aparecimento da sociologia

Sociologia Organizacional. Aula 1. Contextualização. Organização da Disciplina. Aula 1. Contexto histórico do aparecimento da sociologia Sociologia Organizacional Aula 1 Organização da Disciplina Aula 1 Contexto histórico do aparecimento da sociologia Aula 2 Profa. Me. Anna Klamas A institucionalização da sociologia: August Comte e Emile

Leia mais

Quando as mudanças realmente acontecem - hora da verdade

Quando as mudanças realmente acontecem - hora da verdade Quando as mudanças realmente acontecem - hora da verdade Pergunte a um gestor de qualquer nível hierárquico qual foi o instante em que efetivamente ele conseguiu obter a adesão de sua equipe aos processos

Leia mais

II TEXTO ORIENTADOR 1. APRESENTAÇÃO

II TEXTO ORIENTADOR 1. APRESENTAÇÃO II TEXTO ORIENTADOR 1. APRESENTAÇÃO A III Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência acontece em um momento histórico dos Movimentos Sociais, uma vez que atingiu o quarto ano de ratificação

Leia mais

Micro e Pequena Empresa: Conceito e Importância para a Economia.

Micro e Pequena Empresa: Conceito e Importância para a Economia. Micro e Pequena Empresa: Conceito e Importância para a Economia. Luiz Felipe de Oliveira Pinheiro * RESUMO O presente mini-ensaio, apresenta os desvios que envolvem o conceito de micro e pequena empresa

Leia mais

Banco de Interpretação ISO 9001:2008. Gestão de recursos seção 6

Banco de Interpretação ISO 9001:2008. Gestão de recursos seção 6 6 RSI 028 Pode ser interpretadado no item 6.0 da norma ABNT NBR ISO 9001 que o conceito de habilidade pode ser definido como Habilidades Técnicas e Comportamentais e que estas podem ser planejadas e registradas

Leia mais

EDUCAÇÃO E DOMINAÇÃO EM KARL MARX

EDUCAÇÃO E DOMINAÇÃO EM KARL MARX EDUCAÇÃO E DOMINAÇÃO EM KARL MARX Maria Catarina Ananias de Araujo Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Email: mariacatarinaan@gmail.com Prof.Dr. Valmir Pereira Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)

Leia mais

Colégio Senhora de Fátima

Colégio Senhora de Fátima Colégio Senhora de Fátima A formação do território brasileiro 7 ano Professora: Jenifer Geografia A formação do território brasileiro As imagens a seguir tem como principal objetivo levar a refletir sobre

Leia mais

HEGEL: A NATUREZA DIALÉTICA DA HISTÓRIA E A CONSCIENTIZAÇÃO DA LIBERDADE

HEGEL: A NATUREZA DIALÉTICA DA HISTÓRIA E A CONSCIENTIZAÇÃO DA LIBERDADE HEGEL: A NATUREZA DIALÉTICA DA HISTÓRIA E A CONSCIENTIZAÇÃO DA LIBERDADE Prof. Pablo Antonio Lago Hegel é um dos filósofos mais difíceis de estudar, sendo conhecido pela complexidade de seu pensamento

Leia mais

CURSO e COLÉGIO ESPECÍFICO Ltda

CURSO e COLÉGIO ESPECÍFICO Ltda CURSO e COLÉGIO ESPECÍFICO Ltda www.especifico.com.br DISCIPLINA : Sociologia PROF: Waldenir do Prado DATA:06/02/2012 O que é Sociologia? Estudo objetivo das relações que surgem e se reproduzem, especificamente,

Leia mais

CÂMARA DOS DEPUTADOS DEPUTADO FEDERAL RAFAEL MOTTA

CÂMARA DOS DEPUTADOS DEPUTADO FEDERAL RAFAEL MOTTA PROJETO DE LEI Nº 2015 _, DE (Do Senhor Rafael Motta) Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB), para dispor sobre educação em tempo integral. O CONGRESSO

Leia mais

SÉCULO XIX NOVOS ARES NOVAS IDEIAS Aula: 43 e 44 Pág. 8 PROFª: CLEIDIVAINE 8º ANO

SÉCULO XIX NOVOS ARES NOVAS IDEIAS Aula: 43 e 44 Pág. 8 PROFª: CLEIDIVAINE 8º ANO SÉCULO XIX NOVOS ARES NOVAS IDEIAS Aula: 43 e 44 Pág. 8 PROFª: CLEIDIVAINE 8º ANO 1 - INTRODUÇÃO Séc. XIX consolidação da burguesia: ascensão do proletariado urbano (classe operária) avanço do liberalismo.

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação Coordenação de Biblioteca 21 Discurso na cerimónia de instalação

Leia mais

O que são Direitos Humanos?

O que são Direitos Humanos? O que são Direitos Humanos? Por Carlos ley Noção e Significados A expressão direitos humanos é uma forma abreviada de mencionar os direitos fundamentais da pessoa humana. Sem esses direitos a pessoa não

Leia mais

CURSO E COLÉGIO ESPECÍFICO DESIGUALDADES SOCIAIS DISCIPLINA:SOCIOLOGIA PROFESSOR: WALDENIR 2012

CURSO E COLÉGIO ESPECÍFICO DESIGUALDADES SOCIAIS DISCIPLINA:SOCIOLOGIA PROFESSOR: WALDENIR 2012 CURSO E COLÉGIO ESPECÍFICO DESIGUALDADES SOCIAIS DISCIPLINA:SOCIOLOGIA PROFESSOR: WALDENIR 2012 ESTAMOS CONDENADOS A SER DESIGUAIS? No mundo em que vivemos, percebemos que os indivíduos são diferentes

Leia mais

Resumo. Leonel Fonseca Ivo. 17 de novembro de 2009

Resumo. Leonel Fonseca Ivo. 17 de novembro de 2009 Resumo Leonel Fonseca Ivo 17 de novembro de 2009 1 Teoria de Sistemas A Teoria de Sistemas (TS) é um ramo específico da Teoria Geral de Sistemas (TGS), cujo objetivo é produzir teorias e formulações conceituais

Leia mais

Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Grupo de Pesquisa em Interação, Tecnologias Digitais e Sociedade - GITS

Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Grupo de Pesquisa em Interação, Tecnologias Digitais e Sociedade - GITS Universidade Federal da Bahia Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas Grupo de Pesquisa em Interação, Tecnologias Digitais e Sociedade - GITS Reunião de 18 de junho de 2010 Resumo

Leia mais

Exercícios de Revisão - 1

Exercícios de Revisão - 1 Exercícios de Revisão - 1 1. Sobre a relação entre a revolução industrial e o surgimento da sociologia como ciência, assinale o que for incorreto. a) A consolidação do modelo econômico baseado na indústria

Leia mais

Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola

Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola Brincar é fonte de lazer, mas é, simultaneamente, fonte de conhecimento; é esta dupla natureza que nos leva a considerar o brincar

Leia mais

IDEOLOGIA, EDUCAÇÃO E EMANCIPAÇÃO HUMANA EM MARX, LUKÁCS E MÉSZÁROS

IDEOLOGIA, EDUCAÇÃO E EMANCIPAÇÃO HUMANA EM MARX, LUKÁCS E MÉSZÁROS IDEOLOGIA, EDUCAÇÃO E EMANCIPAÇÃO HUMANA EM MARX, LUKÁCS E MÉSZÁROS Maria Teresa Buonomo de Pinho * O objetivo deste artigo é examinar o caráter de ideologia da práxis educativa e o papel relativo que

Leia mais

Estratégia de TI. Posicionamento Estratégico da TI: como atingir o alinhamento com o negócio. Conhecimento em Tecnologia da Informação

Estratégia de TI. Posicionamento Estratégico da TI: como atingir o alinhamento com o negócio. Conhecimento em Tecnologia da Informação Conhecimento em Tecnologia da Informação Conhecimento em Tecnologia da Informação Estratégia de TI Posicionamento Estratégico da TI: como atingir o alinhamento com o negócio 2011 Bridge Consulting Apresentação

Leia mais

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS - REDMINE MANUAL DE USO

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS - REDMINE MANUAL DE USO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS - REDMINE MANUAL DE USO AGOSTO DE 2013 SUMÁRIO STI/UFF - Sistema de Gerenciamento de Projetos do PDI SUMÁRIO... 2 1 Introdução... 3 1.1 O que é e qual a finalidade

Leia mais