ENDOCRINOLOGIA. Paulo J. M. Santos 1. Introdução Mecanismos de acção hormonal Hormonas proteicas Hormonas esteróides Outros mecanismos

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ENDOCRINOLOGIA. Paulo J. M. Santos 1. Introdução Mecanismos de acção hormonal Hormonas proteicas Hormonas esteróides Outros mecanismos"

Transcrição

1 ENDOCRINOLOGIA Paulo J. M. Santos 1 Introdução Mecanismos de acção hormonal Hormonas proteicas Hormonas esteróides Outros mecanismos Hormonas da adeno-hipófise Hormona do crescimento Hormona adrenocorticotrófica Hormona estimulante da tiróide Prolactina Hormona folículo-estimulante e luteínizante Hormona melanócito-estimulante Hormonas da neuro-hipófise Hormona anti-diurética Oxitocina Hormonas da supra-renal Aldosterona Cortisol Hormonas do pâncreas endócrino Insulina Glucagina Hormonas da tiróide Tiroxina e triiodotironina Calcitonina Hormona da glândula paratiróide Paratormona Hormonas sexuais masculinas Testosterona Referências 1 Professor associado da FCDEF-UP e regente da cadeira de Fisiologia Geral. 1

2 Introdução O sistema endócrino, conjuntamente com o sistema nervoso, é o responsável pela maioria das funções de controle do organismo. Geralmente o sistema nervoso controla as actividades rápidas, tais como as contracções musculares, os fenómenos viscerais de breve evolução e até mesmo a intensidade de secreção de algumas glândulas endócrinas (medula supra-renal e hipófise posterior). Já o sistema endócrino regula, principalmente, as diferentes funções metabólicas do organismo, dirigindo as velocidades das reacções químicas intracelulares, o transporte de substâncias através das membranas celulares, ou outros aspectos do metabolismo celular como o crescimento e a secreção. Um exemplo da acção conjugada destes dois sistemas é a coordenação da resposta fisiológica que assegura a homeostasia da glicemia, tanto em repouso como durante o exercício. Este bloco procura, em primeiro lugar, dar ao aluno uma perspectiva global do sistema endócrino, destacando os principais mecanismos de acção e regulação hormonal. Seguidamente, são referidas as várias glândulas endócrinas, bem como as acções mais relevantes das hormonas 2 que libertam, com particular destaque para o papel desempenhado pela hipófise. Habitualmente o controle da secreção hormonal é feito por feedback negativo. Com efeito, cada glândula tende a uma secreção excessiva da sua própria hormona, e quando o efeito fisiológico normal dessa hormona é alcançado, a informação é transferida, directa ou indirectamente, para a glândula produtora, inibindo a secreção posterior. Inversamente, quando a glândula tem um nível de secreção baixo, os efeitos fisiológicos são menores, reduzindo também o feedback e permitindo que a glândula recomece a secretar quantidades hormonais adequadas. Deste modo, o organismo controla a velocidade de secreção de cada hormona consoante as necessidades fisiológicas. Os mecanismos específicos de feedback negativo serão discutidos relativamente às diversas hormonas isoladamente. Quanto à sua forma de actuação, as hormonas podem classificar-se em locais e gerais. As primeiras, promovem efeitos locais específicos e, entre estas, podemos citar a 2 Hormona - composto químico secretado nos líquidos corporais por uma célula, ou grupo de células, e que exerce um controle fisiológico sobre outras células do corpo. 2

3 acetilcolina, a secretina e a colecistoquinina. As segundas representam a grande maioria das hormonas, sendo segregadas por glândulas endócrinas específicas e transportadas no sangue até aos tecidos alvo. Entre este último grupo de hormonas, designadas de gerais, podemos encontrar as hormonas da hipófise, as hormonas adreno-corticais, as hormonas do pâncreas endócrino, as hormonas da tiróide e paratiróide e as hormonas das gónadas. Mecanismos de acção hormonal Em termos do mecanismo de acção hormonal, a função das diferentes hormonas é a de controlar os níveis de actividade dos tecidos alvo, alterando as reacções químicas intracelulares, a permeabilidade da membrana celular a substâncias específicas, ou activando algum outro mecanismo celular específico. As diferentes hormonas atingem estes efeitos de muitas maneiras diferentes, no entanto existem dois importantes mecanismos gerais segundo os quais muitas das hormonas funcionam: (1) activação do sistema AMP cíclico celular que, por sua vez, activa as funções celulares específicas. A maioria das hormonas proteicas actua segundo este mecanismo; (2) activação dos genes das células (DNA), os quais originam a formação de proteínas intracelulares que iniciam funções celulares específicas. As hormonas esteróides (derivadas do colesterol) actuam segundo este mecanismo. Hormonas proteicas (acção rápida) Estas hormonas exercem os seus efeitos sobre as células alvo causando primeiro a formação da substância 3',5'-monofosfato de adenosina cíclico (AMP cíclico )na célula, e este, uma vez formado, causa os efeitos hormonais intracelularmente. O AMP cíclico é assim considerado o mediador hormonal intracelular. Em termos gerais, podem considerar-se as seguintes fases no mecanismo de acção hormonal em que intervém o AMP cíclico : (1) ligação destas hormonas a receptores específicos de membrana (plasmática); (2) formação do complexo hormona-receptor específico na membrana e estimulação da enzima adenil-ciclase; (3) o aumento de actividade da adenil-ciclase provoca um aumento na formação de AMP cíclico intracelular; (4) o AMP cíclico formado actua intracelularmente aumentando a velocidade de um ou mais processos. São exemplos de hormonas que utilizam o AMP cíclico como segundo mensageiro: os factores hipotalâmicos de libertação, a calcitonina, a gonadotrofina coriónica, a ACTH, a 3

4 adrenalina, a FSH, a glucagina, a LH, a lipotrofina, a MSH, a noradrenalina, a paratormona, a TSH, a ADH e a secretina. Hormonas esteróides (acção lenta) Um segundo meio principal de actuação hormonal, é provocando a síntese de proteínas nas células alvo. Referimo-nos concretamente ao mecanismo de acção das hormonas esteróides 3 secretadas pelo córtex da supra-renal (cortisol e aldosterona), pelo ovário e placenta (estrogénio e progesterona) e pelo testículo (testosterona). As proteínas assim formadas são, provavelmente, enzimas que, por sua vez, activam outras funções celulares. Em termos gerais, podem considerar-se várias fases no mecanismo de acção hormonal em que intervêm as hormonas esteróides: (1) a hormona esteróide entra na célula e liga-se a uma proteína receptora específica no citoplasma (receptor intracitoplasmático); (2) o complexo hormona-proteína receptora atravessa o citoplasma e atinge o núcleo; (3) ao longo do trajecto até ao núcleo, a proteína receptora é alterada (menor peso molecular); (4) o complexo hormona-proteína receptora, torna um factor activo que acciona os genes específicos para formar RNA mensag ; (5) o RNA mensag inicia a tradução nos ribossomas, conduzindo à formação de novas proteínas. Outros mecanismos As hormonas podem apresentar outros efeitos directos sobre as células, embora, em alguns casos, os mecanismos exactos de tais efeitos não estejam ainda totalmente esclarecidos. Por exemplo, a insulina aumenta a permeabilidade celular à glucose e a hormona do crescimento aumenta o transporte de aminoácidos para o interior das células. Adicionalmente, a hormona do crescimento (somatotrofina) estimula ainda a síntese de proteínas de várias maneiras, além de aumentar a concentração intracelular de aminoácidos. Várias outras hormonas, como as catecolaminas e a acetilcolina, afectam directamente as membranas celulares provocando uma alteração das suas permeabilidades aos iões, desencadeando a contracção muscular ou causando outros tipo de efeitos. Hormonas da adeno-hipófise (hipófise anterior) 3 As hormonas esteróides são compostos lipossolúveis com uma estrutura química similar à do colesterol, composto do qual derivam na sua grande maioria. 4

5 A hipófise (pituitária) apresenta um diâmetro inferior a 1cm, meio grama de peso e localiza-se na sela turca na base do cérebro. Liga-se ao hipotálamo pelo pedículo hipofisário e encontra-se dividida em 2 porções: a hipófise anterior (ou adeno-hipófise) e a hipófise posterior (ou neuro-hipófise). Embriologicamente, a hipófise anterior origina-se da bolsa de Rathke (invaginação embrionária do epitélio da faringe), o que explica a natureza epitelióide das suas células, enquanto que a hipófise posterior se origina de um brotamento do hipotálamo (tecido neural), apresentando-se rica em células de tipo glial (os pituícitos), fibras nervosas terminais e terminações nervosas de feixes nervosos que se originam nos núcleos supra-óptico e para-ventricular hipotalâmicos. As terminações nervosas localizam-se sobre os capilares onde são secretadas as hormonas da hipófise posterior (ADH e Oxitocina). Certos neurónios no Hipotálamo sintetizam e secretam hormonas chamadas factores hipotalâmicos de libertação e de inibição, que controlam a secreção das hormonas da hipófise anterior. Estes factores hipotalâmicos são imediatamente absorvidos para os capilares porta hipotálamo-hipofisários e levados directamente para os sinusóides (capilares) da adeno-hipófise. Para cada hormona adeno-hipofisária há um factor hipotalâmico de libertação correspondente, no entanto, apenas algumas destas hormonas possuem um factor de inibição correspondente. Embora os factores de libertação exerçam o controle hormonal preponderante, pelo menos no caso da prolactina, é um factor de inibição que assume o principal papel controlador. Hormona do Crescimento (Somatotrofina) Em termos gerais, promove o crescimento animal afectando muitas funções metabólicas em todo o corpo, sobretudo a formação de proteínas. Actua no desenvolvimento de todos os tecidos do corpo capazes de crescer, promovendo tanto a multiplicação como o crescimento celular. Esta hormona aumenta a velocidade da síntese proteica, contribuindo para o aumento das proteínas corporais, da seguinte forma: (1) aumenta o transporte de aas através das membranas celulares; (2) aumenta a síntese proteica nos ribossomas; (3) aumento a formação de RNA mensag ; (4) diminui o catabolismo das proteínas e aas. Promove o catabolismo lipídos: (1) aumentando as concentrações de ácidos gordos (ag) nos líquidos corporais; (2) aumentando a conversão deagem acetil-coa. 5

6 Diminui a utilização dos glúcidos: (1) diminuindo a utilização da glucose como fonte de energia; (2) aumentando a deposição de glicogénio nas células; (3) diminuindo a absorção de glucose pelas células. Em suma, a somatotrofina aumenta as proteínas corporais, conserva os glúcidos e utiliza as reservas de gorduras como principal fonte energética. Esta hormona não tem um efeito directo, mas sim indirecto, sobre o crescimento da cartilagem e do osso, estimulando a formação de uma substância no fígado (e talvez no rim), chamada somatomedina. Esta, por sua vez, age directamente sobre a cartilagem e osso, promovendo o seu crescimento. A somatomedina é necessária para a deposição do sulfacto de condroitina e colagéno, necessários ao crescimento cartilagíneo e ósseo. Para que a somatotrofina promova o crescimento, é necessário que a insulina actue simultaneamente e que existam HC disponíveis. Parte desta necessidade de glúcidos e insulina, destina-se a fornecer a energia necessária ao metabolismo do crescimento. Por outro lado a insulina aumenta especificamente o transporte de aas para o interior das células. Após a adolescência a secreção de somatotrofina continua numa taxa igual (ou quase igual) à da infância. Além disso, esta taxa de secreção aumenta e diminui em questão de minutos, relativamente ao estado de nutrição ou stress do indivíduo (ex: jejum, hipoglicemia, exercício, excitação e trauma). Em condições agudas o estímulo hipoglicémico é mais potente do que o decréscimo na concentração sanguínea de aas. Por outro lado, em condições crónicas, o grau de deplecção proteica celular representa um estímulo superior para a secreção de somatotrofina do que a disponibilidade de glucose. Em suma, parece que o factor mais importante no controle da secreção da hormona do crescimento é o nível de proteínas celulares, embora as alterações na concentração de glucose sanguínea também possam causar alterações muito rápidas e intensas na sua secreção. As concentrações plasmáticas de somatotrofina aumentam durante o esforço, porém existem relatos controversos acerca do efeito do treino nessa resposta. Hormona Adrenocorticotrófica (ACTH) Controla a secreção de algumas hormonas do córtex da supra-renal (adrenocorticais): promove a síntese e a libertação de cortisol, mas tem um papel fraco na libertação de 6

7 aldosterona. A ausência da secreção de ACTH promove a atrofia da camada cortical da glândula supra-renal. Os factores hipotalâmicos de libertação e inibição controlam a sua secreção pela adeno-hipófise. Hormona Estimulante da Tiróide (TSH) Controla a velocidade de secreção da tiroxina (T 4 ) e triiodotironina (T 3 ) pela glândula tiróide. A tiroxina, por sua vez, controla as velocidades da maior parte das reacções químicas em todo o corpo. Prolactina Promove o desenvolvimento da glândula mamária e a produção de leite. Hormonas folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH) Em termos gerais, estas hormonas controlam o crescimento das gónadas e suas actividades reprodutoras. A FSH inicia o crescimento dos folículos ováricos, promove a secreção de estrogénio nos ovários e o desenvolvimento do esperma nos testículos. A LH provoca a secreção de estrogénio e progesterona, causa a rotura do folículo e a libertação do óvulo, promovendo ainda a secreção de testosterona nos testículos. Hormona Melanócito Estimulante (MSH) Estimula os melanócitos (células localizadas entre a derme e a epiderme) a produzirem melanina (pigmento negro que dá coloração à pele). Hormonas da neuro-hipófise (hipófise posterior) Hormona anti-diurética (ADH ou vasopressina) Em termos gerais, podemos dizer que esta hormona tem duas funções principais: (1) promover o controlo da taxa de excreção de água na urina pelos rins, regulando assim a concentração de água nos líquidos corporais; (2) aumentar a pressão arterial, através da constrição dos vasos sanguíneos. 7

8 A ADH é formada principalmente nos corpos celulares dos núcleos supra-ópticos hipotalâmicos, sendo seguidamente transportada ao longo do neurónio por uma proteína transportadora (a neurofisina), até ás terminações nervosas na neuro-hipófise. Em repouso, grandes quantidades de ADH acumulam-se nas terminações nervosas da neuro-hipófise, ocorrendo a sua libertação quandos impulsos nervosos são transmitidos ao longo das suas fibras. Estes neurónios supra-ópticos funcionam como osmorreceptores, parecendo apresentar câmaras líquidas que aumentam ou diminuem de tamanho consoante o grau de concentração dos líquidos extracelulares. A secreção de ADH é regulada por um mecanismo de controle por feedback, relacionado com a concentração dos líquidos corporais. Assim, sempre que a pressão osmótica intracelular é menor que a do espaço extracelular (mais concentrado), os osmorreceptores (neurónios dos núcleos supra-ópticos) são estimulados (por diminuição de tamanho das câmaras líquidas) no sentido de, através da secreção de ADH, diminuirem a eliminação de água pelo rim, procurando compensar o défice de líquido extracelular existente. Se, pelo contrário, a pressão osmótica do espaço intracelular fôr superior à do extracelular (menos concentrado), o efeito será o inverso (aumento de tamanho das câmaras líquidas), aumentando a eliminação de água pelo rim (inibição da libertação de ADH). Na ausência de ADH, os tubos colectores (e em menor grau os túbulos contornados distais e as ansas de henle) são quase totalmente impermeáveis à água, o que impede a sua reabsorção significativa, permitindo a sua perda extrema na urina. Por outro lado, na presença de ADH, a permeabilidade desses túbulos à água aumenta muito, permitindo a reabsorção da sua maior parte e conservando assim a água corporal. Desta forma a ADH é libertada, sendo seguidamente absorvida pelos capilares adjacentes e transportada via sanguínea até ao orgão alvo - o rim. Em suma, os líquidos corporais concentrados estimulam a libertação de ADH, enquanto que diluídos provocam a sua inibição. A ADH é ainda uma controladora muito potente da concentração do ião sódio e, convém ter presente, que 95% da pressão osmótica total dos líquidos extracelulares são determinados pela concentração do ião sódio. Verificou-se que uma hiper-secreção de ADH aumenta muito a concentração de Na +, correspondendo a uma modificação muito menor no volume de água dos líquidos extracelulares. A ADH tem ainda um potente efeito na constrição das arteríolas, aumentando assim a pressão arterial. Este fenómeno é de extrema importância quando se verifica uma perda 8

9 intensa de volume sanguíneo. Com efeito, este é um dos estímulos mais poderosos para o aumento da secreção de ADH. Acredita-se que este aumento de secreção resulte sobretudo da baixa pressão auricular provocada pela baixa de volemia (volume de sangue circulante). Oxitocina A oxitocina é sintetizada nos corpos celulares dos neurónios dos núcleos paraventriculares hipotalâmicos, sendo seguidamente transportada pela neurofisina até ás terminações nervosas na neuro-hipófise, à semelhança do que se verifica com a ADH. As funções principais da oxitocina são: (1) a contracção da musculatura lisa do útero gravídico, especialmente no final da gestação, conduzindo à expulsão do feto do útero; (2) a contracção das células mioepiteliais das glândulas mamárias, provocando a ejecção do leite. De facto, a sucção no mamilo provoca sinais aferentes para os núcleos paraventriculares no hipotálamo anterior, provocando a libertação de oxitocina que é então levada pelo sangue até aos seios, onde finalmente provoca a ejecção do leite através da contracção das referidas células mioepitelias; (3) o aumento das probabilidades de fecundação; (4) a contracção ligeira da restante musculatura lisa. Hormonas da supra-renal (adrenal) As glândulas supra-renais, que se localizam nos pólos superiores dos dois rins, são compostas por duas regiões distintas, a medula e o córtex. A medula está relacionada funcionalmente com o sistema nervoso simpático e secreta adrenalina e noradrenalina em resposta a uma estimulação simpática. Por sua vez, essas hormonas provocam quase os mesmos efeitos da estimulação directa dos nervos simpáticos, em todas as partes do corpo, tais como o aumento da taxa de glicogenólise, do fluxo sanguíneo muscular, da FC, do volume sistólico, do VO 2, da constrição arteriolar e, consequentemente, da pressão arterial. O córtex supra-renal secreta um grupo muito diferente de hormonas chamadas corticosteróides, sintetizadas a partir do esteróide colesterol. A estrutura básica do colesterol é um núcleo esterol, totalmente sintetizado a partir de acetil-coa. Estas hormonas (aldosterona e cortisol), bem como o próprio colesterol, os ácidos biliares, a vitamina D, os esteróis ovarianos (progesterona) e testiculares (testosterona), têm em 9

10 comum o núcleo do ciclopentanoperidrofenantreno, apresentando fórmulas químicas semelhantes. As hormonas adrenocorticais não causam os mesmos efeitos no organismo: (1) os mineralocorticóides afectam especialmente os electrólitos dos líquidos extracelulares (particularmente o Na + e o K + ); (2) os glucocorticóides aumentam a concentração da glucose sanguínea e possuem efeitos adicionais, tanto no metabolismo das proteínas como no dos lípidos; (3) os androgénios exercem no corpo os mesmos efeitos que a testosterona (hormona sexual masculina), mas são secretados em pequenas quantidades. Aldosterona A aldosterona exerce, aproximadamente, 95% da actividade mineralocorticóide. A corticosterona e a desoxicorticosterona são outras hormonas esteróides do córtex supra-renal que apresentam actividade mineralocorticóide. O cortisol também apresenta uma pequena actividade mineralocorticóide, no entanto é considerado, essencialmente, um glucocorticóide. O efeito mais importante da aldosterona e dos outros mineralocorticóides, é o de aumentar a taxa de reabsorção renal do Na +, o que ocorre preferencialmente no ramo ascendente da ansa de Henle, no túbulo contornado distal e no colector. Assim, um aumento na secreção de aldosterona, diminui a excreção de Na + na urina. Ao mesmo tempo que a aldosterona aumenta a reabsorção de Na +, também aumenta a excreção de K + nos túbulos contornados distais e colectores renais. Por outro lado, a reabsorção de Na + e Cl -, provoca igualmente a reabsorção de um equivalente isosmótico de água, o que conduz a um aumento do volume sanguíneo (volemia) e consequente aumento da pressão arterial. Exerce ainda efeitos semelhantes sobre as glândulas salivares e sudoríparas, e aumenta a reabsorção de Na + pelos intestinos. Efeitos do aumento da secreção de aldosterona: (1) aumento da reabsorção renal de Na + - conduzindo a um aumento das concentrações sanguíneas de Na + (hipernatremia); (2) aumento na excreção renal de K + - conduzindo a uma diminuição das concentrações sanguíneas de K + (hipocalemia-paralisia); (3) aumento da excreção renal de H conduzindo a um aumento das concentrações sanguíneas de HCO 3 (alcalose); (4) aumento na reabsorção renal de Cl - - conduzindo a um aumento das concentrações 10

11 sanguíneas de Cl - ligado ao Na + ; aumento na reabsorção renal de H 2 O - conduzindo a um aumento da volemia Efeitos da diminuição da secreção de aldosterona: (1) diminuição da reabsorção renal de Na + - conduzindo a uma diminuição das concentrações sanguíneas de Na + (hiponatremia); (2) diminuição na excreção renal de K + - conduzindo a um aumento das concentrações sanguíneas de K + (hipercalemia - morte cardíaca); (3) diminuição da excreção renal de H + - conduzindo a um aumento das concentrações sanguíneas de H 2 CO 3 (acidose); (4) diminuição na reabsorção renal de Cl - - conduzindo a uma diminuição das concentrações sanguíneas de Cl - ligado ao Na + ; diminuição na reabsorção renal de H 2 O - conduzindo a uma diminuição da volemia A aldosterona também provoca sede porque a concentração do ião Na + eleva-se ligeiramente e estimula o centro da sede. O resultado é uma ingestão excessiva de líquidos - polidipsia - e um aumento na frequência do fluxo urinário (aumento do número de micções) poliúria. Um dos efeitos da secreção de aldosterona é o aumento moderado no volume sanguíneo. Assim, um aumento na secreção de aldosterona, provoca um aumento do volume sanguíneo e do líquido extracelular, elevando o débito cardíaco. Deste modo, ocorre uma elevação da pressão arterial que acompanha o aumento no volume do líquido extracelular (em excesso). No entanto, o aumento da pressão arterial, por aumento da secreção de aldosterona, provoca um débito urinário aumentado (poliúria), ocorrendo uma excreção renal de sais e água na mesma quantidade com que são ingeridos. Este efeito denomina-se "escape" da aldosterona e impede, quer a ocorrência do edema extracelular generalizado, quer a elevação excessiva da pressão arterial. São considerados como principais factores reguladores da secreção de aldosterona, por ordem decrescente de importância: (1) concentração de K + no líquido extracelular; (2) sistema renina angiotensina; (3) concentração de Na + no organismo; (4) ACTH. Cortisol 11

12 O cortisol exerce aproximadamente 95% da actividade glicocorticóide. Também é conhecido como hidrocortisona ou composto F. A corticosterona e a cortisona também exercem uma pequena actividade glucocorticóide. O efeito metabólico mais importante do cortisol e outros glucocorticóides, é a sua capacidade de estimular a gluconeogénese pelo fígado - formação de glucose a partir de compostos não glucídicos (essencialmente aas). Este efeito gluconeogénico é alcançado da seguinte forma: (1) aumento da mobilização de aas dos tecidos extra-hepáticos (catabolismo proteico, essencialmente do tecido muscular), aumentando consequentemente a disponibilidade de aas plasmáticos; (2) aumento do transporte dos aas plasmáticos para o interior das células hepáticas (e diminuição do transporte para todas as células extra-hepáticas), aumentando a disponibilidade de aas para conversão em glucose; (3) aumento na formação de RNA mensag nas células hepáticas, aumentando a síntese de enzimas necessárias à gluconeogénese; (4) aumento na taxa de desaminação hepática dos aas (para que possam ser convertidos em glucose), aumento na formação de proteínas plasmáticas (para o transporte sanguíneo da glucose) e aumento nas reservas de glicogénio hepático. Relativamente aos lípidos, o cortisol promove a mobilização dos ácidos gordos (ag) armazenados no tecido adiposo. O cortisol aumenta o efeito da somatotrofina e da ACTH, activando assim a lipase nos adipócitos e libertando desta forma os ag. Este fenómeno aumenta a concentração plasmática dos ag. Seguidamente o cortisol promove a oxidação dessesag(estimula a ß-oxidação hepática com formação de acetil-coa), utilizando-os como fonte de energia. Um outro efeito extremamente importante do cortisol é o seu efeito anti-inflamatório: (1) estabiliza as membranas dos lisossomas (diminuindo os riscos de uma rotura); (2) diminui a formação de bradicinina (substância vasodilatadora); (3) diminui a permeabilidade da membrana capilar (diminuindo a passagem de proteínas para os tecidos inflamados); (4) diminui os efeitos da histamina (substância vasodilatadora); (5) acentua os efeitos da adrenalina e noradrenalina (substâncias vasoconstritoras) que aumentam a vasoconstrição periférica. Relativamente aos factores reguladores da secreção de cortisol, é importante referir que quase nenhum estímulo exerce efeitos directos sobre as células supra-renais para controlar a secreção de cortisol. De facto, a secreção de glucocorticóides é controlada 12

13 quase que inteiramente pela ACTH. Por sua vez a secreção de ACTH é controlada pela secreção do factor hipotalâmico de libertação da corticotrofina. Deste mod, quase todo o tipo de stress físico ou mental pode provocar uma hipersecreção deste factor hipotalâmico, levando ao aumento de secreção de ACTH, o que, finalmente, aumenta a secreção adrenal de glucocorticóides. O cortisol, por sua vez, possui efeitos directos de feedback negativo sobre o hipotálamo e sobre a adeno-hipófise. Hormonas do pâncreas endócrino O pâncreas apresenta-se constituído, para além da porção exócrina, que está relacionada com funções eminentemente digestivas (ex: secreção de enzimas proteolíticas, lipolíticas, glicolíticas, água e iões bicarbonato), por uma porção endócrina que secreta duas importantes hormonas (insulina e glucagina), que são de importância fulcral para a regulação do metabolismo da glucose, lípidos e proteínas. Estas duas hormonas são produzidas num tecido, denominado de Ilhotas de Langerhans, que se apresenta constituído por dois tipos de células: (1) células alfa - produtoras de glucagina; (2) células beta - produtoras de insulina. Insulina Efeitos sobre o metabolismo dos HC Sempre que aumentam os níveis de glicemia 4 a insulina liberta-se e estabiliza rapidamente esses níveis. Este fenómeno ocorre devido ao efeito básico mais importante da insulina, que é a sua capacidade de aumentar o transporte de glucose através da maioria das membranas celulares. Na ausência desta hormona o transporte de glucose para as células resume-se a 1/4 do normal. Por outro lado, na presença de uma hipersecreção de insulina, o transporte de glucose para as células pode atingir 5 vezes o valor normal. Isto significa que a velocidade do transporte de glucose para as células pode ser alterada até cerca de 20 vezes. A glucose não pode passar para o interior das células através dos poros das membranas celulares. Assim, liga-se a uma proteína transportadora existente na membrana celular, que seguidamente a transporta através da membrana, libertando-a para o interior da célula. O processo de transporte da glucose 4 Glicemia é a concentração sanguínea de glucose. Em repouso corresponde a, aproximadamente, 5mmol/l de sangue. 13

14 através da membrana celular designa-se por difusão facilitada, não ocorrendo contra um gradiente de concentração e terminando quando a concentração de glucose intracelular iguala a concentração extracelular. As diferentes células do organismo apresentam diferentes isoformas desta proteína transportadora de glucose (quadro 1). O músculo esquelético, por exemplo, contém mais de uma isoforma para o transporte da glucose (GLUT-1 e GLUT-4) e estes transportadores variam na sua resposta à insulina e à concentração de glucose. A GLUT-4, no músculo esquelético e no tecido adiposo, é conhecida como o transportador regulado pela insulina, enquanto outros transportadores não são, aparentemente, afectados pela insulina. Isoforma GLUT-1 SGLUT-1 GLUT-2 GLUT-3 GLUT-4 GLUT-5 Tecido Eritrócitos, cérebro, microvasos, rins, placenta e mús. esquelético Transportador de sódio-glucose do intestino delgado Fígado, células beta-pâncreas, rins e intestino delgado Cérebro, placenta e rins Músculo esquelético, tecido adiposo e coração Intestino delgado Quadro 1. Características das diferentes proteínas transportadoras de glucose no ser humano (Brooks et al. 2000). O músculo esquelético e o tecido adiposo constituem quase 65% do peso corporal total. A insulina é extremamante eficaz em aumentar o transporte de glucose através das respectivas membranas plasmáticas. No cérebro o transporte de glucose não depende da insulina, ocorrendo uma difusão simples através da barreira hemato-encefálica. Durante o exercício prolongado, os níveis de insulina tendem a declinar ao longo do tempo, isto apesar das concentrações plasmáticas de glucose se manterem relativamente constantes. No entanto, isto pode ser explicado pelo facto do número e a disponibilidade dos receptores para a insulina aumentar com o exercício, aumentando a sensibilidade do organismo à insulina. Com efeito, isto reduz a necessidade de manter níveis plasmáticos elevados de insulina para transportar glucose para as células musculares durante este tipo de exercício. Sem insulina, a maioria dos tecidos do corpo (com excepção do cérebro) terá de utilizar outros substratos energéticos para produzir energia, uma vez que a glucose não chega a entrar na célula. No entanto, na presença de insulina, a glucose passa a poder assegurar a produção de energia na célula, sendo a glucose absorvida em excesso armazenada sob 14

15 a forma de glicogénio, ou de gordura (após conversão). Relativamente ao armazenamento sob a forma de glicogénio, este ocorre fundamentalmente no tecido muscular esquelético (glicogénio muscular) e no tecido hepático (glicogénio hepático). A concentração de glicogénio é superior no fígado (maior reservatório, em termos relativos) relativamente ao músculo esquelético, no entanto, em termos totais acumulase mais no músculo esquelético devido à sua maior massa (maior reservatório, em termos absolutos). O armazenamento da glucose, sob a forma de glicogénio, só é possível em resultado da combinação de vários factores, nomeadamente, da abundância de glucose que penetra nas células, da inibição de algumas enzimas glicolíticas (que diminuem a velocidade da glicólise), da activação da glicogénio sintetase (enzima que promove a glicogénese) e da inactivação da fosforilase (enzima que promove a glicogenólise). O fígado age como um importante mecanismo tampão da glucose sanguínea, ajudando a manter um nível adequado de glicemia. Quando a quantidade de glicogénio hepático armazenado alcançar 5 a 6% da massa hepática, o glicogénio inibe a glicogénio sintetase de modo a não haver mais deposição de glicogénio. Quando a glicemia diminui, o fígado liberta grande quantidade de glucose para o sangue (fosforilase activa). Convém salientar que o efeito da insulina sobre as células hepáticas é diferente do seu mecanismo de actuação sobre as outras células (difusão facilitada), pelo facto de a insulina não aumentar o transporte de glucose através das membranas celulares dos hepatócitos. Estas membranas celulares são de facto muito permeáveis à difusão de glucose em qualquer direcção. Assim, após a entrada da glucose no hepatócito, dá-se a sua imediata fosforilação por acção de uma enzima específica das células hepáticas - a glucoquinase. A glucose uma vez fosforilada, fica impossibilitada de abandonar a célula por não poder atravessar a sua membrana plasmática. A insulina actua provocando o aumento de concentração da glucoquinase nos hepatócitos. Na ausência de insulina, ou quando a glicemia diminui, o fígado liberta grande quantidade de glucose para o sangue que é originária de duas fontes: (1) da glicogenólise hepática - por activação da fosforilase e inibição da glicogénio sintetase. Ambos os efeitos ocorrem por aumento da concentração do AMP cíclico devido à ausência de insulina. O glicogénio é, assim, rapidamente degradado a glucose-6-15

16 fosfato, sendo posteriormente desfosforilado pela enzima glucose-6-fosfatase. Finalmente, a glucose, uma vez sobre a forma livre, atravessa rápidamente a membrana da célula hepática (o que não acontece na forma fosforilada) e difunde-se para o sangue circulante; (2) da gluconeogénese hepática - na ausência de insulina, grandes quantidades de glucose são sintetizadas pelo fígado. Esta carência de insulina, estimula a gluconeogénese principalmente pela mobilização de aas, das reservas proteicas corporais, e de glicerol, das reservas lipídicas. Ambas as substâncias são, então, convertidas em glucose pelo fígado. Paralelamente, aumenta a síntese hepática de enzimas necessárias a este processo bioquímico. Até cerca de 100g de glucose podem ser sintetizadas por dia e libertadas para o sangue por este processo. Efeitos sobre o metabolismo lipídico A insulina promove o transporte da glucose em excesso para as células adiposas, estimulando o armazenamento de gordura no tecido adiposo. Por outro lado, no tecido hepático, depois de uma grande parte da glucose em excesso ter sido armazenada como glicogénio e o conteúdo deste ter alcançado o seu limite máximo, o restante excesso de glucose é igualmente convertida em gordura, sendo seguidamente exportada sob a forma de lipoproteínas hepáticas. Com efeito, uma grande parte da glucose que é degradada na glicólise, pode dar origem a grandes quantidades de glicerolfosfato no interior das células. No tecido adiposo, esta substância assim formada combina-se então com os AG, tanto provenientes das lipoproteínas como sintetizadas na própria célula, formando finalmente TG que se armazenam nos adipócitos. Também no tecido hepático, o glicerolfosfato formado por este processo pode combinar-se com AG para formar TG, que são então transportados pelas lipoproteínas aí sintetizadas ( HDL, LDL e VLDL) até ao tecido adiposo, onde são finalmente armazenados. Deste modo, os TG podem ser sintetizados a partir da glucose sempre que esta se encontra em excesso, através de uma série de reacções que envolvem a formação de glicerolfosfato, tanto no fígado como no tecido adiposo. O processo bioquímico envolve a formação de diidroxiacetonafosfato na glicólise, a partir da degradação da molécula de glucose, e a sua posterior conversão em glicerolfosfato por acção 16

17 enzimática. O glicerolfosfato é então esterificado com dois AG activados, formando-se o ácido fosfatídico, que é depois convertido em diglicerídeo, seguindo-se uma nova esterificação para a síntese do TG. No ser humano, o fígado é a fonte da maior parte da gordura que é armazenada no tecido adiposo, embora pequenas quantidades possam ser sintetizadas nos próprios adipócitos. Na ausência de insulina a gordura não só deixa de ser armazenada nas células adiposas, como começa a ser libertada sob a forma de AG livres. A explicação para este fenómeno é a ausência de glicerolfosfato (por falta de insulina a glucose praticamente não entra para as células) que se combine com os AG para formar TG. Consequentemente os AG difundem-se para fora da célula, ligam-se à albumina plasmática, e são transportados para todo o corpo pela corrente sanguínea. No entanto, para além do aumento dos AG no sangue circulante, também os restantes componentes lipídicos do plasma se encontram aumentados na ausência de insulina. Este aumento resulta do transporte dos AG em excesso para o fígado, onde vão formar TG, sendo então libertados para o sangue sob a forma de lipoproteínas hepáticas. Por vezes os lípidos do sangue aumentam até 5 vezes. Adicionalmente, muitos dos AG que penetram no fígado são oxidados, formando acetilcoa, e este, quando em excesso, conduz à formação de corpos cetónicos (cetogénese), que são seguidamente libertados para a corrente sanguínea. Portanto, na falta de insulina, aumenta a concentração plasmática dos corpos cetónicos, como o acetoacetato e o hidroxibutirato (a acetona aparece em concentrações mais baixas), conduzindo a uma situação de acidose metabólica denominada por cetose (ex: portadores de diabetes intensa). Com efeito, na ausência de insulina os AG são usados como fonte energética principal em quase todas as células do corpo (com excepção do cérebro), o que conduz a uma elevação progressiva dos corpos cetónicos no plasma. No entanto, em situações extremas, nas quais se verifique uma forte deplecção do glicogénio muscular e hepático, tanto o músculo esquelético como o tecido nervoso podem utilizar corpos cetónicos como fonte energética. Efeitos sobre o metabolismo proteico A insulina aumenta a quantidade total de proteínas corporais do seguinte modo: (1) aumentando o transporte de aas para dentro das células; (2) aumentando a formação de 17

18 RNA mensag ; (3) aumentando a velocidade de tradução nos ribossomas; (4) aumentando a velocidade da síntese proteica. Factores reguladores da secreção de insulina Este aumento de secreção de insulina perante uma concentração elevada de glucose sanguínea, fornece um mecanismo de feedback extremamente importante para a regulação da concentração da glucose no sangue. Portanto, a elevação da glicemia aumenta a secreção de insulina, e esta, por sua vez, promove o transporte de glucose para as células, reduzindo então a glicemia de volta aos valores normais. Uma das funções mais importantes da insulina é a de controlar qual a fonte de energia a ser utilizada num determinado momento. Assim, a insulina promove o catabolismo dos glúcidos, enquanto que deprime o dos lípidos. Inversamente, a falta de insulina promove o catabolismo dos lípidos, enquanto deprime o dos glúcidos (excepto a nível cerebral). _ glicemia insulina catabolismo glucídico _ glicemia insulina catabolismo lipídico O cortisol e a somatotrofina, são libertadas em resposta a uma hipoglicemia, aumentando o catabolismo lipídico e diminuindo o glucídico. Também a adrenalina aumenta o catabolismo lipídico, elevando a concentração de AG plasmáticos (ex: numa situação de exercício), embora aumente, simultaneamente, a glicemia (glicogenólise hepática). Mas, não é apenas o excesso de glucose que constitui um estímulo para a secreção de insulina, dado que certo tipo de aas produzem o mesmo tipo de efeito. Os mais potentes são a lisina e a arginina. Com efeito, a secreção de insulina induzida pela glucose, pode atingir até o dobro em presença de um excesso de aas. Desta forma, os aas potenciam significativamente o estímulo da glucose sobre a secreção de insulina. Glucagina A glucagina é secretada pelas células alfa das ilhotas de Langerhans no pâncreas endócrino e as suas funções são totalmente opostas às da insulina. A acção mais importante que promove é o aumento da glicemia (efeito oposto ao da insulina), efeito designado de hiperglicémico. Por isso, a glucagina é frequentemente designada por factor hiperglicemiante. 18

19 São os seguintes os principais efeitos da glucagina: (1) aumento da taxa de glicogenólise hepática, o que contribui para aumentar rapidamente a glicemia; (2) aumento da gluconeogénese hepática a partir de aas provenientes da proteólise extrahepática, principalmente do músculo esquelético; (3) aumento do transporte de aas para o fígado; (4) aumento da taxa de lipólise no tecido adiposo (com libertação de glicerol) e do catabolismo lipídico; (5) aumento da conversão hepática do glicerol em glucose (via gluconeogénese). A glucagina parece ser mais específica para promover a glicogenólise hepática relativamente à glicogenólise muscular, sendo a última essencialmente estimulada pela adrenalina. Factores reguladores da secreção de glucagina A regulação da secreção de glucagina está dependente da concentração de glucose no interior das células alfa do pâncreas endócrino, e não da sua concentração no líquido extracelular (como no caso da insulina). Deste modo, o nível de glicemia é o principal factor no controlo da secreção desta hormona. Em repouso, quando a glicemia começa a baixar, a glucagina começa a ser libertada em maiores concentrações, o que faz com que o fígado começe a funcionar como tampão da glicemia, libertando glucose oriunda tanto da glicogenólise hepática, como da gluconeogénese a partir de aas. Também durante o esforço, se verifica um aumento na secreção de glucagina sempre que a glicemia 5 tenda a diminuir. Esta, por sua vez, mobiliza a glucose hepática (glicogenólise) para ser utilizada pelo músculo. Adicionalmente, a actividade muscular também aumenta a taxa de libertação de catecolaminas pela medula adrenal, o que conjuntamente com a glucagina contribui para estimular ainda mais a glicogenólise. O aumento da concentração de aas no plasma (por ex: após uma refeição rica em proteínas), é outro factor que desencadeia o aumento dos níveis de glucagina. Este é o mesmo tipo de efeito regulador que os aas exercem sobre o estímulo da secreção de insulina. Por isso, pelo menos no que se refere a este aspecto, os efeitos da insulina e glucagina não se podem considerar contrários. Este efeito regulador dos aas parece estar 5 A manutenção de uma glicemia constante é fundamental para o ser humano, porque a glucose é o único nutriente capaz de ser utilizado pelo cérebro, retina, e epitélio germinativo. Mais de metade da glucose formada por gluconeogénese durante o período interdigestivo, é usada no metabolismo cerebral. No entanto, também existem perigos provocados por uma alta glicemia tais como a desidratação celular (a glucose determina uma grande pressão osmótica no líquido extracelular), a perda de glucose na urina (o rim não consegue reabsorver toda a glucose) e a diurese osmótica (perda de glucose na urina, diminuindo os líquidos corporais). 19

20 relacionado com a rápida conversão destes em glucose, disponibilizando assim maiores quantidades de glucose para os tecidos. Hormonas da tiróide A glândula tiróide localiza-se abaixo da laringe, nas faces laterais e anterior da traqueia. A primeira fase na formação destas hormonas é a transferência de iodetos do líquido extracelular para as células glandulares da tiróide e daí para o folículo. É a chamada bomba de iodeto e consiste no transporte activo dos iodetos das membranas celulares (das células glandulares) para o interior do folículo. As células da tiróide produzem e segregam para o interior do folículo uma grande molécula de glicoproteína contendo 25 aas de tirosina - a tireoglobulina. Os 25 aas de tirosina da molécula de tireoglobulina, são os principais substratos que se combinam com o iodo para formar as hormonas da tiróide 6. Tiroxina (T 4 ) e Triiodotironina (T 3 ) O principal efeito das hormonas da tiróide é o de aumentar as actividades metabólicas da maioria dos tecidos do corpo (com excepção do cérebro, retina, testículo, baço e pulmões). A ausência completa da secreção da tiróide provoca uma queda na taxa metabólica basal de 30-40%. Por outro lado, a hipersecreção tiroidiana provoca um aumento na taxa metabólica basal de %. A T 3 e a T 4 estimulam o metabolismo, aumentando a taxa de processos vitais tais como o consumo de O 2, a síntese proteica, a glicogenólise e a lipólise. Estas hormonas parecem actuar indirectamente, promovendo incrementos gerais na taxa metabólica através do aumento dos efeitos provocados por outras hormonas. As hormonas da tiróide têm o efeito de aumentar os níveis celulares de AMP cíclico e a sua acção (via T 3 ) parece promover a estimulação da adenilciclase. Deste modo, os efeitos de hormonas que actuem via AMP cíclico podem, eventualmente, ser ampliados. A tiróide produz T 4 em maior quantidade. As funções da T 4 e T 3 são qualitativamente as mesmas, diferindo pela rapidez e intensidade de acção. A T 3 é cerca de quatro vezes mais potente do que a T 4, no entanto é produzida em menor quantidade. Como tal, a sua 20

21 concentração no sangue é menor do que a da T 4, persistindo por menos tempo. Deste modo a T 4 assegura cerca de 2/3 da acção metabólica, enquanto que o restante 1/3 é exercido pela T 3. A secreção e libertação de T 4 pela tiróide é regulada através da hipófise via TSH. Para se formarem quantidades normais de T 4 é necessário aproximadamente 1mg de iodo por semana 7. Ambas as hormonas necessitam de proteínas transportadoras plasmáticas. Ao penetrar no sangue, uma parte da T 4 e T 3, combina-se imediatamente com várias proteínas plasmáticas da seguinte maneira: (1) 2/3 com a globulina fixadora de tiroxina (uma glicoproteína); (2) 1/4 com a pré-albumina fixadora de tiroxina; (3) 1/10 com a albumina. Há um longo período de latência antes que a actividade da T 4 comece. Uma vez iniciada, esta actividade aumenta progressivamente e alcança o seu efeito máximo entre o 10º e o 12º dias, diminuindo seguidamente de intensidade. Efeitos sobre o metabolismo proteico (1) Provocam o aumento do anabolismo e do catabolismo proteico, devido ao facto destas hormonas aumentarem as actividades enzimáticas nas células. Mobilizam as proteínas libertando aas para os líquidos extracelulares. Deste modo tornam os aas disponíveis, contribuindo para o aumento da taxa de gluconeogénese. (2) Aumento da velocidade do crescimento em jovens - ao favorecer o aumento da síntese proteica, contribuem para o aumento das proteínas estruturais e de outras proteínas das células do corpo. (3) Aumento do crescimento ósseo - da mesma forma que aumentam o crescimento de todos os outros tecidos do corpo por aumento da síntese proteica. (4) Aumento da actividade dos osteoclastos - contribuem para o aumento da eliminação do cálcio e fosfato pela urina e pelo tubo digestivo. Efeitos sobre o metabolismo dos HC (1) aumento da absorção de glucose pelas células; (2) aumento da glicólise; (3) aumento da gluconeogénese; (4) aumento da absorção no tubo digestivo. 6 Este fenómeno ocorre depois dos iodetos serem convertidos por oxidação a iodo elementar, que então se combina com a tirosina para iniciar a formação das hormonas tiroidianas. A iodação da tirosina vai formar monoiodotirosina e, seguidamente, diiodotirosina. Duas moléculas de diiodotirosina são então acopladas, formando uma molécula de tiroxina. 21

22 Efeitos sobre o metabolismo lipídico (1) aumento da mobilização dos lípidos do tecido adiposo; (2) aumento da concentração dos AG plasmáticos; (3) aumento da ß-oxidação dos AG. Efeitos sobre o sistema cardiovascular (1) aumento do fluxo sanguíneo e do débito cardíaco; (2) aumento da frequência cardíaca; (3) aumento da força de contracção cardíaca; (4) aumento do volume sanguíneo; (5) aumento da pressão arterial. Efeitos sobre o aparelho respiratório Aumento do volume-minuto respiratório (por aumento da frequência respiratória e do volume corrente). Efeitos sobre o tubo digestivo Aumento das secreções e da motilidade do tubo digestivo Efeitos sobre o sistema nervoso central Aumento da actividade cerebral Efeitos sobre a função muscular 8 Aumento do vigor muscular Efeitos sobre as glândulas endócrinas Aumento de secreção da maioria das glândulas Aumento das necessidades de hormonas pelos tecidos Efeitos sobre a função sexual Impotência sexual (por excesso hormonal) Perda total da líbido (por deficiência hormonal) Factores reguladores da secreção de T 3 e T 4 O ritmo da secreção tiroidiana é controlada por um mecanismo específico de feedback, que envolve o hipotálamo e a adeno-hipófise. A TSH, ou tireotrofina, é uma hormona 7 Para prevenir uma eventual deficiência de iodo, basta ingerir o vulgar sal de cozinha que é iodado, com uma parte de iodeto de sódio para cada partes de cloreto de sódio. 8 A ausência de secreção provoca um relaxamento muscular lento após a contracção, enquanto a secreção excessiva provoca fraqueza muscular. 22

23 da adeno-hipófise (actua via AMP cíclico ) que aumenta a secreção de T 4 e T 3 pela tiróide. Por sua vez, a libertação de TSH é controlada por uma hormona hipotalâmica, designada por factor de libertação da tireotrofina (um tripéptido). A TSH aumenta todas as actividades conhecidas das células glandulares da tiróide, através do desencadear dos seguintes efeitos: (1) aumento da proteólise da tireoglobulina, que leva ao aumento de libertação das hormonas da tiróide; (2) aumento de actividade da bomba de iodeto; (3) aumento de iodação da tirosina; (4) aumento de tamanho e de actividade secretora das células da tiróide; (5) aumento do número de células tiroidianas. Quando há uma concentração excessiva das hormonas da tiróide nos líquidos corporais, verifica-se uma diminuição na secreção de TSH pela adeno-hipófise (feedback negativo). É provável que o excesso de T 4 iniba a secreção de TSH pela adeno-hipófise, através de maneiras diferentes: (1) por efeito directo sobre a a própria adeno-hipófise (diminuindo a secreção de TSH); (2) por efeito indirecto sobre o hipotálamo (diminuindo a secreção de TRF, o que, por sua vez, diminui a secreção de TSH). Calcitonina É sintetizada nas células parafoliculares da tiróide. Tem efeitos opostos aos da paratormona na regulação da calcemia (niveis plasmáticos de cálcio). A calcitonina diminui a calcemia, ou seja, reduz a concentração do ião cálcio no sangue. Esta diminuição da calcemia, é obtida de 3 modos diferentes: (1) diminuição da actividade dos osteoclastos; (2) aumento da actividade dos osteoblastos, com a conversão dos osteoclastos inactivos em osteoblastos; (3) impedimento da formação de novos osteoclastos. No entanto, a calcitonina exerce um efeito muito fraco sobre a concentração plasmática de cálcio no adulto, enquanto que na criança o seu contributo é muito mais significativo, porque a remodelação óssea ocorre rápidamente. Factores reguladores da secreção de calcitonina Relativamente à regulação desta hormona, ela ocorre em resposta aos altos níveis de cálcio plasmático. Com efeito, o aumento da calcemia provoca o aumento da secreção 23

Hormonas e mensageiros secundários

Hormonas e mensageiros secundários Hormonas e mensageiros secundários Interrelação entre os tecidos Comunicação entre os principais tecidos Fígado tecido adiposo hormonas sistema nervoso substratos em circulação músculo cérebro 1 Um exemplo

Leia mais

Excreção. Manutenção do equilíbrio de sal, água e remoção de excretas nitrogenadas.

Excreção. Manutenção do equilíbrio de sal, água e remoção de excretas nitrogenadas. Fisiologia Animal Excreção Manutenção do equilíbrio de sal, água e remoção de excretas nitrogenadas. Sistema urinario Reabsorção de açucar, Glicose, sais, água. Regula volume sangue ADH: produzido pela

Leia mais

ZOOLOGIA E HISTOLOGIA ANIMAL

ZOOLOGIA E HISTOLOGIA ANIMAL ZOOLOGIA E HISTOLOGIA ANIMAL Sistema Endócrino Prof. Fernando Stuchi Introdução Os mensageiros químicos do corpo (hormônios) são produzidos pelas glândulas endócrinas ou glândulas de secreção interna,

Leia mais

Glândulas endócrinas:

Glândulas endócrinas: SISTEMA ENDOCRINO Glândulas endócrinas: Funções: Secreções de substâncias (hormônios) que atuam sobre célula alvo Regulação do organismo (homeostase) Hormônios: Substâncias químicas que são produzidas

Leia mais

Sistema endócrino + Sistema nervoso. integração e controle das funções do organismo

Sistema endócrino + Sistema nervoso. integração e controle das funções do organismo Sistema endócrino Sistema endócrino + Sistema nervoso integração e controle das funções do organismo Sistema endócrino Conjunto de glândulas endócrinas que secretam hormônio Relembrando Glândulas que liberam

Leia mais

Sistema endócrino. Apostila 3 Página 22

Sistema endócrino. Apostila 3 Página 22 Sistema endócrino Apostila 3 Página 22 Sistema mensageiro Hormônios: informacionais, produzidas pelas glândulas endócrinas e distribuídas pelo sangue. Órgão-alvo: reage ao estímulo do hormônio. Sistema

Leia mais

Sistema Endócrino Sistema Endócrino Sistema Endócrino Sistema Endócrino Sistema Endócrino Sistema Endócrino Mensagem Química: Hormônios Os hormônios são substâncias químicas liberadas na corrente sanguínea

Leia mais

Anatomia e Fisiologia Humana

Anatomia e Fisiologia Humana Introdução Boa parte do funcionamento do corpo humano depende da comunicação entre as células por meio de mensageiros químicos que viajam pelos sangue. Conjunto de células produtoras de hormônios. Hormônios

Leia mais

Fisiologia do Sistema Endócrino-I

Fisiologia do Sistema Endócrino-I Curso Preparatório para Residência em Enfermagem-2012 Fisiologia do Sistema Endócrino-I Prof. Fernando Ramos Gonçalves -Msc Glândulas endócrinas: Funções: Secreções de substâncias (hormônios) que atuam

Leia mais

Existem três tipos de glândulas: endócrinas (tireóide, suprarrenal), exócrinas (lacrimais, mamárias) e anfícrinas ou mistas (pâncreas)

Existem três tipos de glândulas: endócrinas (tireóide, suprarrenal), exócrinas (lacrimais, mamárias) e anfícrinas ou mistas (pâncreas) Existem três tipos de glândulas: endócrinas (tireóide, suprarrenal), exócrinas (lacrimais, mamárias) e anfícrinas ou mistas (pâncreas) É formado pelas glândulas endócrinas Essas tem origem no tecido epitelial

Leia mais

Sistema Endócrino. Introdução. Glândulas e suas secreções. 1. Hipotálamo: 2. Hipófise anterior (adeno-hipófise):

Sistema Endócrino. Introdução. Glândulas e suas secreções. 1. Hipotálamo: 2. Hipófise anterior (adeno-hipófise): Introdução Sistema Endócrino O sistema endócrino é composto por um grupo de tecidos especializados (glândulas) cuja função é produzir e liberar na corrente sanguínea substâncias chamadas Hormônios. Os

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO. Prof. Diego Ceolin

SISTEMA ENDÓCRINO. Prof. Diego Ceolin SISTEMA ENDÓCRINO Prof. Diego Ceolin INTRODUÇÃO Função: Atua juntamente com o sistema nervoso para o equilíbrio corporal ( Homeostase ) HOMEOSTASE Tendência permanente do organismo manter a constância

Leia mais

Sistema Endócrino: controle hormonal

Sistema Endócrino: controle hormonal Sistema Endócrino: controle hormonal Todos os processos fisiológicos estudados até agora, como digestão, respiração, circulação e excreção, estão na dependência do sistema que fabrica os hormônios. O sistema

Leia mais

CONTROLE E INTEGRAÇÂO

CONTROLE E INTEGRAÇÂO CONTROLE E INTEGRAÇÂO A homeostase é atingida através de uma série de mecanismos reguladores que envolve todos os órgãos do corpo. Dois sistemas, entretanto, são destinados exclusivamente para a regulação

Leia mais

LICENCIATURA EM ENGª DA PRODUÇÃO ANIMAL ENDOCRINOLOGIA MECANISMO DE ACÇÃO HORMONAL DOCENTE RESPONSÁVEL PAULA AZEVEDO paula.azevedo@esa.ipsantarem.pt 1 MECANISMO DE ACÇÃO HORMONAL Glândula endócrina glândula

Leia mais

Disciplina de Fisiologia Veterinária. GH e PROLACTINA. Prof. Fabio Otero Ascoli

Disciplina de Fisiologia Veterinária. GH e PROLACTINA. Prof. Fabio Otero Ascoli Disciplina de Fisiologia Veterinária GH e PROLACTINA Prof. Fabio Otero Ascoli GH Sinônimos: Hormônio do crescimento ou somatotrópico ou somatotropina Histologia: Em torno de 30 a 40% das células da hipófise

Leia mais

Anatomia e Fisiologia Animal Sistema Endócrino. Profa. Valdirene Zabot Unochapecó

Anatomia e Fisiologia Animal Sistema Endócrino. Profa. Valdirene Zabot Unochapecó Anatomia e Fisiologia Animal Sistema Endócrino Profa. Valdirene Zabot Unochapecó Sistema de Comunicação Corpórea: Endócrino Nervoso Produtos = Hormônios: ajudam a enviar informações para outras células

Leia mais

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Ciências Aeronáuticas. Sistema Endócrino. Prof. Raimundo Júnior M.Sc.

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Ciências Aeronáuticas. Sistema Endócrino. Prof. Raimundo Júnior M.Sc. Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Ciências Aeronáuticas Sistema Endócrino Prof. Raimundo Júnior M.Sc. Sistema Hormonal atua como um sistema de controle e regulação (assim como o

Leia mais

FISIOLOGIA HUMANA III

FISIOLOGIA HUMANA III FISIOLOGIA HUMANA III UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO Profª Drª Silvia Aparecida Pieta Interação dos sistemas nervoso e endócrino Os sistemas nervoso e

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO SISTEMA HORMONAL

SISTEMA ENDÓCRINO SISTEMA HORMONAL SISTEMA ENDÓCRINO SISTEMA HORMONAL HORMÔNIOS 1. MENSAGEIROS QUÍMICOS PRODUZIDOS PELAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS. 2. REGULADORES: - (ESTIMULANTES OU INIBIDORES) - (CRESCIMENTO, METABOLISMO, REPRODUÇÃO, ETC.)

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO - 1 Figuras desta aula são do livro de Silverthorn

SISTEMA ENDÓCRINO - 1 Figuras desta aula são do livro de Silverthorn SISTEMA ENDÓCRINO - 1 Figuras desta aula são do livro de Silverthorn Bernardo Baldisserotto Departamento de Fisiologia e Farmacologia Universidade Federal de Santa Maria, Brasil Sistema nervoso: usualmente

Leia mais

Fisiologia da glândula Tireóide

Fisiologia da glândula Tireóide Universidade Federal do Espírito Santo PSICOLOGIA Fisiologia da glândula Tireóide Élio Waichert Júnior Localização anatômica Secreta 3 Hormônios: Tiroxina (T4) Triiodotironina (T3) Calcitonina Prof. Élio

Leia mais

10/09/2015. Glândula pineal. Hormônio Melatonina : produzido à noite, na ausência de luz. Crescimento; Regulação do sono; CONTROLE HORMONAL

10/09/2015. Glândula pineal. Hormônio Melatonina : produzido à noite, na ausência de luz. Crescimento; Regulação do sono; CONTROLE HORMONAL Glândulas endócrinas e tecidos que secretam hormônios; Coordena funções do organismo CONTROLE HORMONAL S. Nervoso + S. endócrino = Homeostase Mensageiros químicos; Atuam em um tecido ou órgão alvo específico;

Leia mais

Sistema endócrino I. As células produtoras de hormônios estão geralmente reunidas em órgãos denominados glândulas endócrinas.

Sistema endócrino I. As células produtoras de hormônios estão geralmente reunidas em órgãos denominados glândulas endócrinas. RESUMO DE AULA Sistema endócrino I O funcionamento e equilíbrio fisiológico do corpo humano dependem em parte da comunicação entre as células por meio de mensageiros químicos denominados de hormônios.

Leia mais

Sistema circulatório. Componentes: - Vasos sanguíneos. - Sangue (elementos figurados e plasma) - Coração

Sistema circulatório. Componentes: - Vasos sanguíneos. - Sangue (elementos figurados e plasma) - Coração Fisiologia Humana Sistema circulatório Componentes: - Sangue (elementos figurados e plasma) - Vasos sanguíneos - Coração Vasos sanguíneos Artérias Vasos com paredes espessas e elásticas por onde circula

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO. Prof. TIAGO

SISTEMA ENDÓCRINO. Prof. TIAGO SISTEMA ENDÓCRINO Prof. TIAGO CARACTERÍSTICAS GERAIS INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS. CONTROLEDEATIVIDADES FISIOLOGICAS. SEMELHANTE AO SISTEMA NERVOSO. EFETUADO POR HORMÔNIOS TRANSPORTADO PELA CORRENTE SANGUINEA

Leia mais

Hipófise. 1.1. Relações anatômicas. Hipotálamo interface entre os sistemas nervoso e endócrino. Remoção cirúrgica morte 1 a 2 dias

Hipófise. 1.1. Relações anatômicas. Hipotálamo interface entre os sistemas nervoso e endócrino. Remoção cirúrgica morte 1 a 2 dias 1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SISTEMA HIPOTÂMICO HIPÓFISÁRIO 1.1. Relações anatômicas Hipófise Hipotálamo interface entre os sistemas nervoso e endócrino Infundíbulo Controla a função hipofisária através

Leia mais

Sistema neuro-hormonal

Sistema neuro-hormonal Sistema neuro-hormonal O que é o sistema neuro-hormonal? Qualquer alteração no exterior ou no interior do corpo corresponde a um Estímulo que provoca uma resposta do sistema neurohormonal. Como funciona

Leia mais

FISIOLOGIA RENAL EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM

FISIOLOGIA RENAL EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM FISIOLOGIA RENAL 01. A sudorese (produção de suor) é um processo fisiológico que ajuda a baixar a temperatura do corpo quando está muito calor ou quando realizamos uma atividade

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO. Jatin Das TIREÓIDE

SISTEMA ENDÓCRINO. Jatin Das TIREÓIDE SISTEMA ENDÓCRINO Jatin Das Os hormônios tireoidianos são fundamentais para o desenvolvimento de vários órgãos no período embrionário, rio, mas também m são responsáveis pelo crescimento, a diferenciação

Leia mais

METABOLISMO DE LIPÍDEOS

METABOLISMO DE LIPÍDEOS METABOLISMO DE LIPÍDEOS 1. Β-oxidação de ácidos graxos - Síntese de acetil-coa - ciclo de Krebs - Cadeia transportadora de elétrons e fosforilação oxidativa 2. Síntese de corpos cetônicos 3. Síntese de

Leia mais

29/03/2012. Biologia. Principais glândulas endócrinas humanas

29/03/2012. Biologia. Principais glândulas endócrinas humanas Biologia Tema: Módulo 01: Anatomia e fisiologia Marcos Vinícius Introdução É um sistema que juntamente com o sistema nervoso atua no controle das funções gerais do nosso organismo. É representado pelos

Leia mais

SISTEMA URINÁRIO. Prof. Me. Leandro Parussolo

SISTEMA URINÁRIO. Prof. Me. Leandro Parussolo SISTEMA URINÁRIO Prof. Me. Leandro Parussolo SISTEMA URINÁRIO Conjunto de órgãos e estruturas responsáveis pela filtração do sangue e consequente formação da urina; É o principal responsável pela eliminação

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO. Ornólia Paracampos

SISTEMA ENDÓCRINO. Ornólia Paracampos SISTEMA ENDÓCRINO Ornólia Paracampos CARACTERÍSTICAS Sistema de regulação e integração de funções O mediador químico é um hormônio Alcança o alvo via sangue Aã Ação mais lenta e mais duradoura d São glândulas

Leia mais

Hipófise (ou glândula Pituitária)

Hipófise (ou glândula Pituitária) Sistema Hormonal Sistema Hormonal O sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas endócrinas, as quais são responsáveis pela secreção de substância denominadas hormonas. As glândulas endócrinas

Leia mais

Sistema nervoso Sistema Nervoso Central (SNC) Sistema Nervoso Periférico

Sistema nervoso Sistema Nervoso Central (SNC) Sistema Nervoso Periférico SISTEMA NERVOSO Sistema nervoso Funções: Coordena o funcionamento dos outros sistemas. Controla os movimentos (voluntários e involuntários). É responsável pela recepção de estímulos externos e pela resposta

Leia mais

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. Fisiologia Endócrina. Introdução ao Sistema Endócrino

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. Fisiologia Endócrina. Introdução ao Sistema Endócrino Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM Fisiologia Endócrina Introdução ao Sistema Endócrino Prof. Wagner de Fátima Pereira Departamento de Ciências Básicas Faculdade de Ciências

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO - HORMONAL

SISTEMA ENDÓCRINO - HORMONAL SISTEMA ENDÓCRINO - HORMONAL As funções corporais são reguladas por dois grandes sistemas de controle: 1. Sist. Nervoso 2. Sist. Hormonal ou Endócrino envolvido com: - diferentes funções metabólicas -

Leia mais

Figura 1: peridrociclopentanofenantreno

Figura 1: peridrociclopentanofenantreno COLESTEROL A n a L a u r a B u e n o Esteróides são álcoois de alto peso molecular. São compostos lipossolúveis muito importantes na fisiologia humana. Os esteróis possuem uma estrutura básica chamada

Leia mais

XIV O Sistema Endócrino

XIV O Sistema Endócrino 103 XIV O Sistema Endócrino a. HORMÔNIOS: São substâncias químicas produzidas por um grupo de células, numa parte do corpo e, secretadas na corrente sangüíneas, controlam ou ajudam no controle de outras

Leia mais

Profª Leticia Pedroso

Profª Leticia Pedroso Profª Leticia Pedroso Sistema Endócrino O homem apresenta em seu organismo várias glândulas endócrinas (glândulas que secretam hormônios para dentro do sangue). Hormônios são mensageiros químicos responsáveis

Leia mais

ALTERAÇÕES METABÓLICAS NA GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES METABÓLICAS NA GRAVIDEZ ALTERAÇÕES METABÓLICAS NA GRAVIDEZ CUSTO ENERGÉTICO DA GRAVIDEZ CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL SÍNTESE DE TECIDO MATERNO 80.000 kcal ou 300 Kcal por dia 2/4 médios 390 Kcal depósito de gordura- fase

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - UNISC DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA DISCIPLINA DE FISIOLOGIA GERAL HORMÔNIOS MASCULINOS

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - UNISC DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA DISCIPLINA DE FISIOLOGIA GERAL HORMÔNIOS MASCULINOS UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - UNISC DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA DISCIPLINA DE FISIOLOGIA GERAL HORMÔNIOS MASCULINOS Andiara Onizzolo Marques Isadora Schmachtenberg Manoela Zaccani Maristela Ullrich

Leia mais

Curso: Integração Metabólica

Curso: Integração Metabólica Curso: Integração Metabólica Aula 9: Sistema Nervoso Autônomo Prof. Carlos Castilho de Barros Sistema Nervoso Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico Sensorial Motor Somático Autônomo Glândulas,

Leia mais

Estrutura adrenal. Função da medula adrenal. Função da medula adrenal. Funções do córtex adrenal. Funções do córtex adrenal. Funções do córtex adrenal

Estrutura adrenal. Função da medula adrenal. Função da medula adrenal. Funções do córtex adrenal. Funções do córtex adrenal. Funções do córtex adrenal Estrutura adrenal Função da medula adrenal O córtex compreende a zona glomerulosa, secretora dos minelocorticóides, e a zona reticulada, secretora de glicocorticóides e dos androgênios adrenais. A medula

Leia mais

Classificação: valores

Classificação: valores ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS BARREIRO 1º Teste Sumativo DISCIPLINA DE BIOLOGIA 12ºano Turma A TEMA : Reprodução Humana 20 de Outubro de 2011 90 minutos Nome: Nº Classificação: valores A professora:

Leia mais

Células A (25%) Glucagon Células B (60%) Insulina Células D (10%) Somatostatina Células F ou PP (5%) Polipeptídeo Pancreático 1-2 milhões de ilhotas

Células A (25%) Glucagon Células B (60%) Insulina Células D (10%) Somatostatina Células F ou PP (5%) Polipeptídeo Pancreático 1-2 milhões de ilhotas Instituto Biomédico Departamento de Fisiologia e Farmacologia Disciplina: Fisiologia II Curso: Medicina Veterinária Pâncreas Endócrino Prof. Guilherme Soares Ilhotas Células A (25%) Glucagon Células B

Leia mais

Profº André Montillo www.montillo.com.br

Profº André Montillo www.montillo.com.br Profº André Montillo www.montillo.com.br Introdução: A célula é uma entidade isolada em sua própria membrana, bem como as suas organelas que também se encontram envoltas em sua próprias membranas, separando-as

Leia mais

M E T B O L I S M O CATABOLISMO ANABOLISMO

M E T B O L I S M O CATABOLISMO ANABOLISMO METABOLISMO É o conjunto das reações químicas que ocorrem num organismo vivo com o fim de promover a satisfação de necessidades estruturais e energéticas. ...metabolismo Do ponto de vista físico-químico,

Leia mais

d) uma célula é alvo apenas para um dado hormônio e) uma determinada função pode ser controlada por vários hormônios

d) uma célula é alvo apenas para um dado hormônio e) uma determinada função pode ser controlada por vários hormônios Fisiologia Endócrina - Bloco 1 de exercícios 1. O mecanismo de feedback ou retroação é o principal meio regulador da secreção das glândulas endócrinas. Um exemplo de feedback negativo é: a) aumento da

Leia mais

Tema 07: Glândulas Endócrinas

Tema 07: Glândulas Endócrinas Universidade Federal do Amazonas ICB Dep. Morfologia Disciplina: Tópicos Especiais para Biotecnologia Tema 07: Glândulas Endócrinas Função Produção de hormônios; 1 Constituição Controle da homeostase;

Leia mais

Níveis de organização do corpo humano - TECIDOS. HISTOLOGIA = estudo dos tecidos

Níveis de organização do corpo humano - TECIDOS. HISTOLOGIA = estudo dos tecidos Níveis de organização do corpo humano - TECIDOS HISTOLOGIA = estudo dos tecidos TECIDOS Grupos de células especializadas, semelhantes ou diferentes entre si, e que desempenham funções específicas. Num

Leia mais

Curso: Integração Metabólica

Curso: Integração Metabólica Curso: Integração Metabólica Aula 7: Suprarrenal e tireoide Prof. Carlos Castilho de Barros Algumas pessoas podem apresentar distúrbios que provocam a obesidade. Estórias como Eu como pouco mas continuo

Leia mais

Mensageiros Químicos. Introdução: As Comunicações entre as células: 3 Tipos de Moléculas: Receptores:

Mensageiros Químicos. Introdução: As Comunicações entre as células: 3 Tipos de Moléculas: Receptores: Introdução: A célula é uma entidade isolada em sua própria membrana, bem como as suas organelas que também se encontram envoltas em sua próprias membranas, separando-as do restante da célula. Desta forma

Leia mais

Glândulas endócrinas:

Glândulas endócrinas: SISTEMA ENDÓCRINO Glândulas endócrinas: Funções: Secreções de substâncias (hormônios) que atuam sobre célula alvo Regulação do organismo (homeostase) Hormônios: Substâncias químicas que são produzidas

Leia mais

Fisiologia do Sistema Endócrino e o papel da Melatonina

Fisiologia do Sistema Endócrino e o papel da Melatonina Liga Acadêmica de Farmacologia Fisiologia do Sistema Endócrino e o papel da Melatonina Prof. Dr. Luiz Carlos dos Reis Melatonin, human aging, and age-related diseases M Karaseka Experimental Gerontology

Leia mais

Controle da Osmolaridade dos Líquidos Corporais

Controle da Osmolaridade dos Líquidos Corporais Controle da Osmolaridade dos Líquidos Corporais Qual é a faixa normal de osmolalidade plasmática? 260-290 - 310 mosm/kg H 2 0 Super-hidratação Desidratação NORMAL Osmolalidade é uma função do número total

Leia mais

Aula 23 Sistema endócrino

Aula 23 Sistema endócrino Aula 23 Sistema endócrino O sistema endócrino é formado por órgãos e tecidos que secretam hormônios. Os hormônios são lançados na corrente sangüínea e influenciam a atividade de células, órgãos ou sistemas.

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO. Jatin Das VISÃO GERAL GLÂNDULAS ENDÓCRINAS

SISTEMA ENDÓCRINO. Jatin Das VISÃO GERAL GLÂNDULAS ENDÓCRINAS SISTEMA ENDÓCRINO Jatin Das VISÃO GERAL GLÂNDULAS ENDÓCRINAS As glândulas endócrinas mais importantes são: 1. hipófise; 2. tireóide; 3. paratireóides; 4. supra-renais; 5. ilhotas de Langerhans do pâncreas;

Leia mais

O corpo humano está organizado desde o mais simples até o mais complexo, ou seja, do átomo microscópico ao complexo organismo humano macroscópico.

O corpo humano está organizado desde o mais simples até o mais complexo, ou seja, do átomo microscópico ao complexo organismo humano macroscópico. 1 O corpo humano está organizado desde o mais simples até o mais complexo, ou seja, do átomo microscópico ao complexo organismo humano macroscópico. Note essa organização na figura abaixo. - Átomos formam

Leia mais

INTRODUÇÃO AO ESTUDO FISIOLOGIA DI SISTEMA NERVOSO AUTONOMO. Fundamentos da organização morfo-funcional do SNA.

INTRODUÇÃO AO ESTUDO FISIOLOGIA DI SISTEMA NERVOSO AUTONOMO. Fundamentos da organização morfo-funcional do SNA. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA FISIOLOGIA DI SISTEMA NERVOSO AUTONOMO Fundamentos da organização morfo-funcional do SNA. Obs: O texto abaixo apresenta caráter introdutório, dessa forma, não substitui as aulas

Leia mais

22.05. O tipo básico de tecido epitelial é o de revestimento sendo os demais tecidos epiteliais (glandular e neuroepitélio) derivados desse.

22.05. O tipo básico de tecido epitelial é o de revestimento sendo os demais tecidos epiteliais (glandular e neuroepitélio) derivados desse. BIO 8E aula 22 22.01. O tecido epitelial de revestimento é pobre em substância intercelular e avascular. Existe também o tecido epitelial glandular que é derivado do tecido epitelial de revestimento. O

Leia mais

Brígida Ferrão. 10 de Outubro de 2014

Brígida Ferrão. 10 de Outubro de 2014 Brígida Ferrão 10 de Outubro de 2014 DEFINIÇÃO Sistema Endócrino conjunto de orgãos e tecidos que produzem hormonas, libertadas na corrente sanguínea e que controlam outros orgãos alvo Envelhecimento tecidos

Leia mais

GLICOCORTICÓIDES PRINCIPAIS USOS DOS FÁRMACOS INIBIDORES DOS ESTERÓIDES ADRENOCORTICAIS

GLICOCORTICÓIDES PRINCIPAIS USOS DOS FÁRMACOS INIBIDORES DOS ESTERÓIDES ADRENOCORTICAIS GLICOCORTICÓIDES - Hormônios esteroidais: Hormônios sexuais e Hormônios do Córtex da Adrenal. - Hormônios do Córtex da Adrenal: o Adrenocorticosteróides [glicocorticóides e (cortisol) e Mineralocorticóides

Leia mais

ZOOLOGIA E HISTOLOGIA ANIMAL

ZOOLOGIA E HISTOLOGIA ANIMAL ZOOLOGIA E HISTOLOGIA ANIMAL Sistema Endócrino Prof. Fernando Stuchi Introdução à Endocrinologia As múltiplas atividades das células, tecidos e órgãos do corpo são coordenadas pelo inter-relacionamento

Leia mais

BIOLOGIA IACI BELO. www.iaci.com.br. 01. Identifique, na figura, as partes indicadas pelos números: 10:

BIOLOGIA IACI BELO. www.iaci.com.br. 01. Identifique, na figura, as partes indicadas pelos números: 10: BIOLOGIA IACI BELO www.iaci.com.br ASSUNTO: FISIOLOGIA Série: 2EM 01. Identifique, na figura, as partes indicadas pelos números: 1: 2: 3: 4 5: 6 7: 8 9: 10: 02. Explique por que o ventrículo esquerdo é

Leia mais

REGULAÇÃO HIDROELETROLÍTICA FUNÇÃO RENAL

REGULAÇÃO HIDROELETROLÍTICA FUNÇÃO RENAL REGULAÇÃO HIDROELETROLÍTICA FUNÇÃO RENAL Bioquímica Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes Referências Bioquímica Clínica M A T Garcia e S Kanaan Bioquímica Mèdica J W Baynes e M H Dominiczack Fundamentos

Leia mais

Glândula tireóide: Sistema Endócrino Hormônios da Tireóide. Glândula Tireóide. Glândula tireóide: Msc. Ana Maria da Silva Curado Lins

Glândula tireóide: Sistema Endócrino Hormônios da Tireóide. Glândula Tireóide. Glândula tireóide: Msc. Ana Maria da Silva Curado Lins Sistema Endócrino Hormônios da Tireóide Msc. Ana Maria da Silva Curado Lins Glândula tireóide: localiza-se imediatamente abaixo da laringe e anteriormente à traquéia sendo esta uma das maiores glândulas

Leia mais

II.4 - Histofisiologia dos Epitélios Glandulares:

II.4 - Histofisiologia dos Epitélios Glandulares: Capítulo 1: Parte 3 1 II.4 - Histofisiologia dos Epitélios Glandulares: O epitélio que participa principalmente da secreção está geralmente disposto em estruturas denominadas glândulas. As substâncias

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO hormônios tecidos alvos receptores homeostase feedback "feedback" feedback negativo" "feedback" "feedback positivo" receptores

SISTEMA ENDÓCRINO hormônios tecidos alvos receptores homeostase feedback feedback feedback negativo feedback feedback positivo receptores 1 SISTEMA ENDÓCRINO O Sistema Endócrino é constituído por diversas glândulas e tecidos que secretam substâncias químicas responsáveis pelo controle da maioria das funções biológicas. As substâncias secretadas

Leia mais

Sistema Endócrino É UM SISTEMA SOFISTICADO E SENSÍVEL FORMADO POR VÁRIOS ÓRGÃOS OU

Sistema Endócrino É UM SISTEMA SOFISTICADO E SENSÍVEL FORMADO POR VÁRIOS ÓRGÃOS OU SISTEMA ENDRÓCRINO Sistema Endócrino É UM SISTEMA SOFISTICADO E SENSÍVEL FORMADO POR VÁRIOS ÓRGÃOS OU GLÂNDULAS DIFERENTES QUE SECRETAM HORMÔNIOS. OS HORMÔNIOS SÃO MENSAGEIROS QUÍMICOS,GERALMENTE TRANSPORTADOS

Leia mais

ENZIMAS E METABOLISMO

ENZIMAS E METABOLISMO ENZIMAS E METABOLISMO Metabolismo Celular é o conjunto de todas as reacções químicas celulares acompanhadas de transferência de energia. ANABOLISMO conjunto de reacções químicas que conduzem à biossíntese

Leia mais

47 Por que preciso de insulina?

47 Por que preciso de insulina? A U A UL LA Por que preciso de insulina? A Medicina e a Biologia conseguiram decifrar muitos dos processos químicos dos seres vivos. As descobertas que se referem ao corpo humano chamam mais a atenção

Leia mais

VI - Diabetes hiperglicémia

VI - Diabetes hiperglicémia VI - Diabetes A Diabetes mellitus é uma doença caracterizada por deficiência na produção da insulina, aumento da sua destruição ou ineficiência na sua acção. Tem como consequência principal a perda de

Leia mais

EXERCÍCIOS ON LINE DE CIÊNCIAS 8 AN0

EXERCÍCIOS ON LINE DE CIÊNCIAS 8 AN0 EXERCÍCIOS ON LINE DE CIÊNCIAS 8 AN0 1- Que órgão do sistema nervoso central controla nosso ritmo respiratório? Bulbo 2- Os alvéolos são formados por uma única camada de células muito finas. Explique como

Leia mais

FISIOLOGIA ENDÓCRINA

FISIOLOGIA ENDÓCRINA EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM FISIOLOGIA ENDÓCRINA 01. Os chamados hormônios trópicos da hipófise são aqueles que estimulam: a) o desenvolvimento e a função de outras glândulas b) a produção e a eliminação

Leia mais

Fisiologia humana 0 (parte IV) Hormônios e reprodução. Natália A. Paludetto nataliaapaludetto@gmail.com http://proenem.sites.ufms.

Fisiologia humana 0 (parte IV) Hormônios e reprodução. Natália A. Paludetto nataliaapaludetto@gmail.com http://proenem.sites.ufms. Fisiologia humana 0 (parte IV) Hormônios e reprodução Natália A. Paludetto nataliaapaludetto@gmail.com http://proenem.sites.ufms.br/ Sistema Endócrino Composto pelas glândulas endócrinas integra e regula

Leia mais

Sistema Endócrino. Introdução

Sistema Endócrino. Introdução Introdução A coordenação das funções do organismo é feita pelos sistemas nervoso e endócrino. Este é formado pelo conjunto das glândulas, que produzem os hormônios, substâncias lançadas no sangue que influenciam

Leia mais

Exercícios de Coordenação Endócrina

Exercícios de Coordenação Endócrina Exercícios de Coordenação Endócrina 1. (UFABC) Leia a tirinha: Material de apoio do Extensivo Enquanto o futuro não chega, diabéticos controlam a glicemia através de injeções diárias de insulina ou mesmo

Leia mais

Mecanismos renais de absorção e equilíbrio ácido-básico

Mecanismos renais de absorção e equilíbrio ácido-básico Mecanismos renais de absorção e equilíbrio ácido-básico A absorção no túbulo contornado proximal A característica base do túbulo contornado proximal é reabsorção ativa de sódio, com gasto energético, na

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO PROFESSOR CLERSON

SISTEMA ENDÓCRINO PROFESSOR CLERSON SISTEMA ENDÓCRINO PROFESSOR CLERSON CARACTERÍSTICAS FUNCIONAMENTO DO CORPO COMUNICAÇÃO COM CÉLULAS: AÇÃO HORMONAL LIBERAÇÃO POR DETERMINADAS CÉLULAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS: CÉLULAS PRODUTORAS DE HORMÔNIOS

Leia mais

Disciplina: Bioquímica Curso: Análises Clínicas 3º. Módulo Docente: Profa. Dra. Marilanda Ferreira Bellini

Disciplina: Bioquímica Curso: Análises Clínicas 3º. Módulo Docente: Profa. Dra. Marilanda Ferreira Bellini Disciplina: Bioquímica Curso: Análises Clínicas 3º. Módulo Docente: Profa. Dra. Marilanda Ferreira Bellini Do grego: Hormon = estimular Hormônios são substâncias químicas produzidas por um grupo de células

Leia mais

Embriologia e Histologia Animal II

Embriologia e Histologia Animal II Embriologia e Histologia Animal II HISTOFISIOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO Daniela dos Santos Brum Glândulas endócrinas Secretam seus produtos (moléculas biologicamente ativas) HORMÔNIOS Corrente sanguínea

Leia mais

HIPOTÁLAMO E HIPÓFISE. Introdução à Endocrinologia

HIPOTÁLAMO E HIPÓFISE. Introdução à Endocrinologia HIPOTÁLAMO E HIPÓFISE Introdução à Endocrinologia GENERALIDADES SOBRE HORMÔNIOS CONCEITO Hormônios são substâncias que funcionam como mensageiras inter-celulares CLASSIFICAÇÃO DOS HORMÔNIOS PROTÉICOS Formados

Leia mais

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO I BIOENERGÉTICA: CICLO DE KREBS

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO I BIOENERGÉTICA: CICLO DE KREBS FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO I BIOENERGÉTICA: CICLO DE KREBS Ciclo de Krebs Considerações Gerais Esta denominação decorre da homenagem ao bioquímico Hans Krebs, a qual lhe valeu o Prémio Nobel de Fisiologia

Leia mais

Regulação nervosa e hormonal Sistema nervoso Sistema hormonal Natureza das mensagens nervosas e hormonais Desequilíbrios e doenças

Regulação nervosa e hormonal Sistema nervoso Sistema hormonal Natureza das mensagens nervosas e hormonais Desequilíbrios e doenças Funcionamento e coordenação nervosa Regulação nervosa e hormonal Sistema nervoso Sistema hormonal Natureza das mensagens nervosas e hormonais Desequilíbrios e doenças No Sistema Nervoso as mensagens são

Leia mais

Adaptações Cardiovasculares da Gestante ao Exercício

Adaptações Cardiovasculares da Gestante ao Exercício Desde as décadas de 60 e 70 o exercício promove Aumento do volume sanguíneo Aumento do volume cardíaco e suas câmaras Aumento do volume sistólico Aumento do débito cardíaco que pode ser alcançado Aumento

Leia mais

Glândulas exócrinas e endócrinas

Glândulas exócrinas e endócrinas Sistema Endócrino Glândulas exócrinas e endócrinas Tipos de Glândulas Glândulas exócrinas: liberam sua secreção fora do corpo ou dentro de uma cavidade.ex: Glândulas salivares, sudoríparas, sebáceas,...

Leia mais

Vestibular1 A melhor ajuda ao vestibulando na Internet Acesse Agora! www.vestibular1.com.br HORMÔNIOS

Vestibular1 A melhor ajuda ao vestibulando na Internet Acesse Agora! www.vestibular1.com.br HORMÔNIOS HORMÔNIOS Hormônio, substância produzida pelos animais e vegetais para regular processos corporais, tais como o crescimento, o metabolismo, a reprodução e o funcionamento dos diversos órgãos. Nos animais,

Leia mais

EIXO HIPOTÁLAMO- HIPÓFISE

EIXO HIPOTÁLAMO- HIPÓFISE Centro de Ciências da Vida Faculdade de Ciências Biológicas EIXO HIPOTÁLAMO- HIPÓFISE Prof. Dr. Alexandre Rezende O Sistema Hormonal tem uma estreita relação com o sistema nervoso, através do hipotálamo.

Leia mais

CONTROLE FISIOLÓGICO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR E DO FLUXO SANGUÍNEO RENAL

CONTROLE FISIOLÓGICO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR E DO FLUXO SANGUÍNEO RENAL Prof. Hélder Mauad CONTROLE FISIOLÓGICO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR E DO FLUXO SANGUÍNEO RENAL São variáveis e sujeitas a controle fisiológico São variáveis e sujeitas a controle fisiológico 1. Sistema Nervoso

Leia mais

Eliane Petean Arena Nutricionista - CRN 3257. Rua Conselheiro Antônio Prado 9-29 Higienópolis Bauru - SP Telefone : (14) 3243-7840

Eliane Petean Arena Nutricionista - CRN 3257. Rua Conselheiro Antônio Prado 9-29 Higienópolis Bauru - SP Telefone : (14) 3243-7840 Músculos Ok Eliane Petean Arena Nutricionista - CRN 3257 Rua Conselheiro Antônio Prado 9-29 Higienópolis Bauru - SP Telefone : (14) 3243-7840 Conhecendo seu corpo e seus músculos Proteínas e o ganho de

Leia mais

Sistema Muscular. Elementos de Anatomia e Fisiologia Humana

Sistema Muscular. Elementos de Anatomia e Fisiologia Humana Os ossos e as articulações fornecem a estrutura e o suporte do corpo humano mas, por si só, não conseguem mover o corpo. O movimento depende do sistema muscular e, é conseguido pela contracção e relaxamento

Leia mais

METABOLISMO. - ATP é a moeda energética da célula

METABOLISMO. - ATP é a moeda energética da célula INTEGRAÇÃO DO METABOLISMO ESTRATÉGIAS DO METABOLISMO - ATP é a moeda energética da célula - ATP é gerado pela oxidação de moléculas de alimento: * as macromoléculas da dieta são quebradas até suas unidades

Leia mais

Regulação dos níveis iônicos do sangue (Na +, K +, Ca 2+, Cl -, HPO 4. , K +, Mg 2+, etc...)

Regulação dos níveis iônicos do sangue (Na +, K +, Ca 2+, Cl -, HPO 4. , K +, Mg 2+, etc...) Regulação dos níveis iônicos do sangue (Na +, K +, Ca 2+, Cl -, HPO 4 2-, K +, Mg 2+, etc...) Regulação do equilíbrio hidrossalino e da pressão arterial; Regulação do ph sanguíneo (H +, HCO 3- ); Síntese

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO. Informações gerais

SISTEMA ENDÓCRINO. Informações gerais SISTEMA ENDÓCRINO Algumas das mais importantes funções do nosso corpo são reguladas e integradas pelo sistema endócrino, frequentemente interagindo com o sistema nervoso: o sistema nervoso pode fornecer

Leia mais

Histologia animal. Equipe de Biologia

Histologia animal. Equipe de Biologia Histologia animal Equipe de Biologia Tipos de tecidos animais Tecidos epiteliais Tecidos conjuntivos Tecidos musculares http://www.simbiotica.org/tecidosanimal.htm Tecido nervoso Tecidos epiteliais Apresenta

Leia mais