Estudo, Desenvolvimento e Implementação de Estruturas de Suporte a Sistemas de Informação
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- Gabriel Henrique do Amaral Penha
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1 Estudo, Desenvolvimento e Implementação de Estruturas de Suporte a Sistemas de Informação Instituto Politécnico de Viana do Castelo 2006 / Pedro Miguel da Silva Barbosa Departamento de Ciências Básicas e de Computação Licenciatura em Engenharia Electrónica e Redes de Computadores
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3 Estudo, Desenvolvimento e Implementação de Estruturas de Suporte a Sistemas de Informação Instituto Politécnico de Viana do Castelo 2006 / Pedro Miguel da Silva Barbosa Departamento de Ciências Básicas e Computação Julho de 2007 Orientador ESTG: Conceição Tavares Orientador IPVC: Maria Helena Moura
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5 Dedicatória Este trabalho é dedicado a toda a minha família pelo apoio prestado durante o meu percurso académico e a todos os meus amigos pela força dada nos momentos mais difíceis. Pedro Barbosa vii
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7 Agradecimentos Foram muitas as pessoas que, directa ou indirectamente, contribuíram para a realização deste relatório como prova dos trabalhos desenvolvidos no meu estágio curricular. A todas elas expresso o meu profundo muito obrigado. De qualquer forma há sempre um conjunto restrito de pessoas que se destacam de entre todas as outras. Assim, quero agradecer de uma forma especial ao Pedro Sousa, Administrador de Sistemas do IPVC, pelo apoio incansável que demonstrou durante todo o estágio, ao Duarte Silva por uma primeira aproximação à realidade do nosso trabalho no IPVC e pelas diversas elucidações sobre como resolver certos problemas, aos engenheiros José Neto e Pedro Costa pelos constantes esclarecimentos aquando da minha participação no projecto Valimar Digital, à Eng. Conceição Tavares e Eng. Helena Moura, orientadora da ESTG e do IPVC respectivamente, pela disponibilidade demonstrada, ao meu colega de estágio Filipe Miranda pela constante troca de ideias e bom ambiente de trabalho criado, a todos os funcionários do IPVC pelo excelente acolhimento e inserção na Instituição e por fim ao Instituto Politécnico de Viana do Castelo na pessoa do Dr. Carlos Rodrigues, Vice-presidente do IPVC, que me deu a possibilidade de realizar este estágio. ix
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9 Resumo No decorrer deste estágio foram feitos estudos e implementações de algumas ferramentas de suporte a sistemas de informação: XenExpress, monitor de Maquinas Virtuais (VMM) que provê uma camada de abstracção entre o hardware e o sistema operativo virtualizado; Cacti, ferramenta que recolhe e exibe informações sobre o estado de uma rede de modo gráfico. Foi desenvolvido para ser flexível de modo a adaptar-se facilmente a diversas necessidades, bem como ser robusto e fácil de usar; MRTG, ferramenta de monitorização que gera páginas HTML com gráficos de dados recolhidos a partir de SNMP ou scripts externos; OpenLDAP, software livre de código aberto que implementa o protocolo LDAP. É um serviço de directório baseado no padrão X.500 que é independente do sistema operativo; Postfix, agente de transferência de s (MTA), um software livre para envio e entrega de s. Rápido e fácil de administrar; Foram também realizados alguns trabalhos no âmbito do projecto Valimar Digital: elaboração da documentação relativa á construção da rede de fibra óptica a entregar aos municípios e levantamento, no terreno, dos locais de passagem da fibra óptica. Na parte final do estágio foram realizados o levantamento e documentação da rede informática do IPVC. Palavras Chave (Tema): Segurança, Serviços, Monitorização, Virtualização, Redes de computadores. Palavras Chave (Tecnologias): Linux, Open Source, Windows, XenExpress, Cacti, MRTG, OpenLDAP, Postfix. xi
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11 Índice Agradecimentos... ix Resumo... xi Índice... xiii Índice de Figuras... xviii Índice de Tabelas... xxi Notação e Glossário... xxiii 1. Introdução Enquadramento Apresentação do projecto/estágio Apresentação da Organização Contributos deste trabalho Organização do relatório Contexto Descrição Técnica Valimar Digital Enquadramento Tarefas executadas Comentários, dificuldades e soluções XenExpress Enquadramento O que é virtualização Sobre Xen Sistema Operativo nativo versus virtualização com Xen Para-virtualização no Xen Instalação do XenServer Host Numa máquina virtual Consola de Administração Instalação em Windows XP Elementos da Consola de Administração Painel Superior Painel Inferior Separador Overview Separador Graphical Console Separador Text Console Separador Performance Separador History Máquinas virtuais xiii
12 Métodos de Criação de XenVM Criação pela Consola de Administração Criação de um template Comentários, dificuldades e soluções Estudo do Cacti Enquadramento Cacti Características Instalação Configuração Comentários, dificuldades e soluções Instalação e configuração do MRTG Enquadramento MRTG Instalação e configuração Autenticação Gráficos gerados Comentários, dificuldades e soluções Sistema de correio electrónico com LDAP Enquadramento LDAP OpenLDAP NSSWITCH POSTFIX COURIER-POP/IMAP Configuração do OpenLDAP Configurar o serviço SLAPD Configuração do NSSWITCH Configuração do POSTFIX Instalação e Configuração do COURIER IMAP Instalação dos pacotes Configuração do Courier Imap Testes realizados Utilizadores LDAP Testar o SMTP Testar o POP Comentários, dificuldades e soluções Conclusões Objectivos realizados Outros trabalhos realizados Limitações e trabalho futuro Apreciação final Bibliografia Anexo 1 MRTG: Ficheiro core.cfg xiv
13 Anexo 2 MRTG: Ficheiro index.html Anexo 3 Ficheiro slapd.conf Anexo 4 Ficheiro ldap.conf Anexo 5 Ficheiro nsswitch.conf Anexo 6 Postfix: Ficheiro main.cf Anexo 7 Valimar Digital: Documento final de um troço xv
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15 Índice de Figuras Figura 1 - Seleccionar teclado 19 Figura 2 - Seleccão da instalação XenServer Host 19 Figura 3 - Aviso de formatação dos dados do disco 20 Figura 4 - Aceitação da EULA 20 Figura 5 - Aviso sobre hardware 21 Figura 6 - Escolher fonte de instalação 21 Figura 7 - Verificar integridade fonte de instalação 22 Figura 8 - Definição de palavra-passe de root 22 Figura 9 - Selecção da região 23 Figura 10 - Selecção da cidade 23 Figura 11 - Definição do System Time 24 Figura 12 - Configuração NTP 24 Figura 13 - Configuração das interfaces de rede 25 Figura 14 - Configuração do hostname e DNS 25 Figura 15 - Confirmação da instalação 26 Figura 16 - Opções boot XenServer Host 26 Figura 17 - Password para entrar na Consola 27 Figura 18 - IP do XenServer Host e password de root 28 Figura 19 - Painel Superior 28 Figura 20 - Painel Inferior 29 Figura 21 - Separador Overview 29 Figura 22 - Separador Graphical Console 30 Figura 23 - Separador Text Control 30 Figura 24 - Gráficos da máquina virtual Debian 31 Figura 25 - Mensagens de tarefas realizadas 31 Figura 26 - Mensagem de erro 32 Figura 27 - Criação de uma máquina virtual Debian 33 Figura 28 - Iniciação da máquina virtual 33 Figura 29 - Autenticação Cacti 41 Figura 30 - Tela inicial de configuração Cacti 43 Figura 31 - Criação de um novo equipamento a ser monitorizado 44 Figura 32 - Erro 52 Figura 33 - Página principal 53 Figura 34 - Pedido de autenticação 56 Figura 35 - Erro na autenticação 56 Figura 36 - Monitorização dos Serviços Centrais do IPVC 57 Figura 37 - Monitorização do Switch de Core do IPVC 57 Figura 38 - Gráfico detalhados da interface xviii
16 Figura 39 - Exemplo de uma árvore (DIT) de um directório LDAP 70 Figura 40 - Estrutura LDAP utilizada 76 Figura 41 - Centro de Controlo Yast - Cliente LDAP 78 Figura 42 - Configuração do Cliente LDAP 78 Figura 43 - Configuração avançada - Definições do cliente 79 Figura 44 - Configuração avançada - Definições de administração 79 Figura 45 - Centro de Controlo Yast - Servidor LDAP 80 Figura 46 - Configuração do Servidor LDAP 80 Figura 47 - Configuração do Servidor - Definições Globais 81 Figura 48 - Testar utilizadores LDAP alterando o dono da pasta 85 Figura 49 - Diversos passos do teste ao SMTP 86 Figura 50 - Confirmação da recepção do 87 Figura 51 - Diversos passos do teste ao POP3 88 Figura 52 - Arquitectura de rede 92 xix
17 Índice de Tabelas Tabela 1 - Comparação entre MTA's 73 Tabela 2 - Lista global de endereços atribuídos 93 xxi
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19 Notação e Glossário CAD Computer Aided Design CentOS Community ENTerprise Operating System CPU Unidade Central Processamento CVP Caixa de Visita Permanente DHCP Dynamic Host Configuration Protocol DNS Domain Name System FTP File Transfer Protocol GPL General Public License Hypervisor VMM que gere todos os sistemas operativos convidados HTTP HyperText Tranfer Protocol HTTPS HyperText Tranfer Protocol Secure IMAP Internet Message Access Protocol IMAPS Internet Message Access Protocol Secure IP Internet Protocol LDAP Lightweight Directory Access Protocol MIB Management Information Base MTA Mail Transport Agent NTP Network Time Protocol POP3 Post Office Protocol versão 3 POPS Post Office Protocol Secure QoS Quality of Service SMTP Simple Mail Transfer Protocol SNMP Simple Network Management Protocol SQL Structed Query Language TCP Transmission Control Protocol TI Tecnologias de Informação UDP User Datagram Protocol VMM Virtual Machine Monitor Intel VT Intel Virtual Technology xxiii
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21 1. Introdução 1.1 Enquadramento Este relatório surge no seguimento da realização de um estágio curricular no âmbito da Licenciatura em Engenharia Electrónica e Redes de Computadores. O estágio deve ser uma primeira aproximação à realidade do mercado de trabalho. É através dele que se faz a ponte entre o mundo académico e o do trabalho. Deste modo, é interessante observar até que ponto os conhecimentos obtidos durante o nosso percurso académico se adequam ao exigente mercado de trabalho. É perfeitamente compreensível e natural que esses conhecimentos necessitem de ser refinados e complementados com outros. Assim, o estágio deve fazer-nos compreender quais as nossas lacunas não só a nível de conhecimentos mas também a nível da personalidade e mentalidade, no sentido de as corrigir de forma a enfrentar a entrada no mundo de trabalho com confiança. Durante o estágio foram estudadas, desenvolvidas e implementadas novas aplicações no sentido de optimizar o desempenho, reduzir custos e aumentar as capacidades do sistema de informação do IPVC. Foram alvo de estudo, desenvolvimento e implementação plataformas de virtualização, aplicações de monitorização, servidores de , entre outros. Algumas destas aplicações/plataformas foram implementadas no data center do IPVC com sucesso, outras serão brevemente implementadas e outras ainda, serviram para comparar a sua fiabilidade ou desempenho com aplicações semelhantes. Pedro Barbosa 1
22 1.2 Apresentação do projecto/estágio Pretende-se, com este estágio, trabalhar na área das telecomunicações e da administração de sistemas. Nestas duas áreas pretende-se uma integração no desenvolvimento/manutenção da rede interna do IPVC e do projecto Valimar Digital. 1.3 Apresentação da Organização Este estágio foi realizado no Instituto Politécnico de Viana do Castelo 1. Criado em 1980 por Decreto-Lei, o IPVC encontra-se inserido no Alto Minho. O Instituto Politécnico de Viana do Castelo tem como objectivo prosseguir, através das suas Escolas, a formação humana, cultural, científica, técnica e profissional de qualidade, realizar a investigação necessária e adequada à prossecução da sua missão e cooperar com a comunidade regional, particularmente no seu tecido produtivo e empresarial, numa perspectiva de permanente diálogo e valorização recíproca. Na rede do Ensino Superior do Alto Minho, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo é a entidade que dispõe de maior oferta formativa. Ministra 34 cursos superiores, entre os quais Bacharelatos, Licenciaturas e Licenciaturas bietápicas, Mestrados em cooperação com universidades estrangeiras e nacionais, cursos de Complemento de Formação e Profissionalização em Serviço e ainda cursos de Especialização, através das 5 Escolas Superiores que integra: Escola Superior de Educação (Viana do Castelo); Escola Superior Agrária (Ponte de Lima); Escola Superior de Tecnologia e Gestão (Viana do Castelo); Escola Superior de Enfermagem (Viana do Castelo); Escola Superior de Ciências Empresariais (Valença). O IPVC é hoje parceiro privilegiado de todos os projectos estruturantes do desenvolvimento da região. Está envolvido em projectos no valor aproximado de 50 milhões de euros. Recentemente foi vencedor de um dos mais emblemáticos projectos 1 Pedro Barbosa 2
23 em parceria com o Minho e com o Lima - as Redes Regionais Digitais, no qual terá funções de parceiro tecnológico, tendo sido do IPVC a concepção, o estudo preliminar e o desenvolvimento integral do projecto. É responsável pela modernização administrativa e digitalização das Câmaras Municipais da região no âmbito dos projectos Valimar e Minho Digital. Lidera, a partir do facto de ocupar a presidência da APNOR (Associação de Politécnicos do Norte), a construção da primeira Rede de Ensino Superior Politécnico do país, o que permitirá dar uma expressão ímpar a este subsistema de ensino e será uma rede facilitadora do desbloqueio face a algumas das suas limitações naturais, como os da sua dimensão face à criação de unidades de investigação e construção de uma diversificada oferta formativa. 1.4 Contributos deste trabalho A realização dos vários trabalhos que efectuamos durante o estágio trouxe algumas vantagens ao IPVC. Assim, desde logo, o facto de termos estudado e implementado a plataforma de virtualização Xen, serviu para compará-la com outra ferramenta semelhante mas que não é Open Source: VMWare. Com base nesta comparação optar-se-á por uma das ferramentas para a sua implementação no data center do IPVC. Também o facto de se ter implementado o MRTG, permitiu ao IPVC dispor de uma excelente ferramenta de monitorização com um custo nulo em termos de software. Por fim, a implementação do OpenLDAP irá simplificar a autenticação nas várias plataformas disponibilizadas pelo IPVC. Será apenas necessário conhecerem uma palavra-chave para aceder a todas elas. Por último, o Instituto Politécnico ganhou um novo software livre para envio e entrega de s, rápido e fácil de administrar. Pedro Barbosa 3
24 1.5 Organização do relatório Este relatório está dividido em quatro capítulos. No primeiro capítulo é feita uma introdução ao âmbito do estágio, apresentação dos objectivos e apresentação da organização acolhedora. No segundo capítulo é feita uma contextualização do estágio. No terceiro capítulo é feita a descrição de todo o trabalho realizado ao longo do estágio. Este capítulo está dividido em cinco sub-capítulos, correspondendo a cada um dos trabalhos desenvolvidos. No quarto e último capítulo são apresentadas as conclusões sobre o estágio. No final é apresentada a bibliografia e são apresentados seis anexos com exemplos de ficheiros de configuração das várias aplicações e um anexo com um documento final de um troço elaborado no âmbito do projecto Valimar Digital. Pedro Barbosa 4
25 2. Contexto De uma forma geral, gerir é conduzir uma organização utilizando técnicas de gestão para que esta alcance os seus objectivos de forma eficiente, eficaz e com responsabilidade social. A essência do trabalho do administrador é obter resultados através das pessoas que ele coordena. As principais funções administrativas são: Fixar objectivos (planear); Analisar: conhecer os problemas; Solucionar problemas; Organizar e alojar recursos (recursos financeiros e tecnológicos e utilizadores); Comunicar, orientar e motivar as pessoas (liderar); Negociar; Tomar decisões; Mensurar e avaliar (controlar). Administração de sistemas e segurança são áreas caracterizadas por constantes mudanças, novas vulnerabilidades são descobertas quase que diariamente e com isso novos patches e procedimentos são frequentemente criados e recomendados. A cada dia, novos produtos que eliminam estas vulnerabilidades são desenvolvidos. Mas, o problema é que o esforço para se manter actualizado demanda uma dedicação constante e é extremamente difícil de acompanhar dado o grande volume de informações disponíveis. O Administrador de Sistemas é responsável pela instalação, manutenção e administração de sistemas, assim como da infra-estrutura informática que os suporta, cabendo-lhe colaborar com os fornecedores durante a fase de instalação e manutenção de todos os produtos e serviços afectos. Cabe a este profissional procurar criar a configuração mais adequada às necessidades de cada empresa, fazendo sempre uma correcta utilização de todos os recursos disponíveis, sem esquecer os diferentes utilizadores. Estas funções são mais vastas do que à primeira vista pode parecer e, nesse sentido, este profissional deverá Pedro Barbosa 5
26 procurar criar medidas para o funcionamento e manutenção dos sistemas, assim como dos respectivos procedimentos de protecção. Paralelamente, este profissional procurará conceber as medidas adequadas à manutenção de meios e condições para a protecção do sistema e da informação, bem como perspectivar novos recursos necessários para uma utilização plena do sistema. Faz igualmente parte das competências do Administrador de Sistemas propor politicas de segurança para o controlo de acessos, salvaguarda e recuperação de informação e sistemas, a fim de prevenir elevados estragos. A escolha da plataforma que sustenta o sistema é sempre uma escolha difícil. A maior parte dos sistemas não utiliza apenas uma plataforma. Isto deve-se ao facto de existirem aplicações com variações de desempenho conforme a plataforma utilizada. Assim, o Administrador de Sistemas tem que saber quais as plataformas indicadas para cada tipo de aplicação e integrá-las no sistema para que este funcione e respeite os requisitos. No decorrer deste estágio, foram utilizadas três plataformas: OpenSuse , CentOS (baseado na distribuição Red Hat) e Windows XP 4 Professional. As aplicações estudadas, desenvolvidas e implementadas têm um ponto em comum: o facto de serem Open Source Pedro Barbosa 6
27 3. Descrição Técnica 3.1 Valimar Digital Enquadramento A Comunidade Urbana Valimar (Valimar ComUrb 5 ) foi constituída a 11 de Março de 2004 pelos municípios de Arcos de Valdevez, Caminha, Esposende, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo. A paisagem verde dos vales e o azul do mar e do rio são o mote para a edificação de uma região una e coesa, tendo por denominador comum uma estrutura activa e dinâmica capaz de dar resposta a uma cooperação vantajosa entre as seis instituições autárquicas. Por isso, desde a sua constituição, a Valimar ComUrb tem pautado a sua acção pela continuidade do trabalho encetado pela extinta Associação de Municípios do Vale do Lima (Valima), mas tem igualmente apostado na união supra-municipal que está na sua base de acção. A Valimar ComUrb tem como objectivo a prossecução de interesses comuns aos municípios que a integram, nomeadamente na articulação dos investimentos de interesse supra-municipal e na coordenação de actuações entre os municípios e os serviços da Administração Central nas áreas das infra-estruturas de saneamento básico e abastecimento público, saúde, educação, ambiente e preservação da natureza e recursos naturais, segurança e protecção civil, acessibilidades e transportes, equipamentos de utilização colectiva, turismo e cultura, desporto e juventude e planeamento e gestão estratégica, económica e social, assim como a gestão territorial da área dos municípios integrantes. O IPVC, o Conselho Empresarial dos Vales de Lima e Minho (CEVAL) e a VALIMAR, constituíram um consórcio para a elaboração de um projecto e candidatura - o VALIMAR DIGITAL - visando a digitalização da região, com destaque para a componente do e-government Local, além de outros subprojectos 5 Pedro Barbosa 7
28 importantes. O IPVC prestou o principal suporte à elaboração dessa candidatura, de grande complexidade técnica. A candidatura foi aprovada, nascendo agora um novo desafio que é o da sua execução, face à sua magnitude e ao curto espaço de tempo - fim de O IPVC assumirá, agora, as suas responsabilidades como parceiro e agente facilitador do desenvolvimento da região, cabendo-lhe a implementação do projecto no terreno e a central tecnológica de suporte, em fase já avançada de construção. Valimar Digital é um dos mais ambiciosos projectos da Valimar ComUrb e das seis autarquias que a compõe e foi já homologado no âmbito do Programa Operacional Sociedade Conhecimento - Medida Cidades e Regiões Digitais. De entre as acções previstas destacam-se sobretudo o Portal Valimar Digital, as audiovisitas (visitas guiadas por um sistema de locução com sonoridades trabalhadas pelos municípios da Valimar ComUrb), a criação de um Governo Electrónico Local em Banda Larga, a realização de sítios internet autárquicos, a prestação de serviços online ou a criação de uma Intranet Autárquica em Banda Larga. No âmbito do Valimar Digital estão ainda previstos outros sub-projectos como a criação de pontos municipais de Banda Larga, de uma Rede Regional de Fibra Óptica e a implementação da Bibionet- Rede Digital das Bibliotecas e Arquivos da Valimar Comunidade Urbana (será criado um Catálogo Colectivo das Bibliotecas). O projecto VALIMAR DIGITAL pode ser definido como um conjunto de subprojectos, que se propõem contribuir para a criação de uma Região Digital reforçando o envolvimento do tecido social, institucional e empresarial na Sociedade da Informação. A Valimar ComUrb pretende ligar em banda larga os seis Municípios que compõe o seu espaço territorial. Para tal, vai desenvolver uma Rede Regional de Fibra Óptica com mais de 126 quilómetros de extensão que interligará todos os Municípios e vai criar anéis de fibra óptica nos seis centros urbanos de forma a colocar o território na era ditigal mediante um aumento do tráfego e acesso mais rápido às tecnologias de informação. Este projecto (denominado Valimar Net), orçado em mais de nove milhões de euros, resulta de uma parceria com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) e irá colocar a região da Valimar ComUrb entre as mais desenvolvidas do país no que toca às Tecnologias de Informação, aumentando a atractividade das empresas e dos serviços de base tecnológica, uma vez que a infra-estruturação desta rede (composta Pedro Barbosa 8
29 por 24 pares de fibra óptica) passará pela utilização livre de acesso aos operadores de serviços acreditados pela Anacom. Tal situação permitirá a redução substancial das tarifas/preços praticados pelos operadores e, por consequência, a redução das tarifas do consumidor Tarefas executadas A nossa participação no projecto Valimar Digital consistiu no levantamento, no terreno, das infra-estruturas a serem utilizadas na passagem da fibra óptica e na elaboração dos documentos técnicos a serem entregues a cada município. De forma a facilitar o levantamento e a elaboração dos documentos, o projecto de cada município foi separado por troços. Assim, cada ligação entre edifícios ou entre um edifício e uma caixa de fusão correspondia a um troço. O levantamento no terreno consistiu na observação in loco dos possíveis locais de passagem da fibra: condutas de águas pluviais, condutas existentes e condutas existentes pertencentes á Portugal Telecom. Na ausência destas era necessário definir um trajecto para posteriormente ser construído. Foram observadas minuciosamente todas as condutas pluviais (levantando todas as tampas de águas pluviais e observando o seu interior) de forma a certificarmo-nos que não havia impedimentos para a passagem da fibra óptica. Mesmo que os técnicos municipais afirmassem, com muitas certezas, que alguns pontos estavam em perfeitas condições e seguiam determinada direcção, nenhuma tampa deixou de ser levantada pois não poderíamos correr o risco de não haver continuidade entre esse ponto e a tampa seguinte. Também os edifícios a interligar foram alvo de uma visita com o intuito de saber onde iriam ser instalados os racks de fibra óptica e que obras interiores seriam necessárias realizar. Ao mesmo tempo que averiguávamos as infra-estruturas, era desenhado e anotado, em mapas fornecidos pela autarquia, o percurso, as distâncias entre cada tampa, de que tipo de conduta se tratava (pluvial, existente, da PT ou a construir) e a designação de cada tampa. Foram fotografados todos os edifícios (exterior e interior), tampas e caixas pertencentes ao troço. Pedro Barbosa 9
30 Numa segunda fase, na elaboração dos documentos, foi feita a compilação de toda a informação que obtivemos com o estudo no terreno. Desenhamos, no Visio, todo o percurso por onde passará a fibra óptica, assinalando todas as tampas, a sua designação e o local de início e fim de troço. Tudo isto era desenhado seguindo certas regras de cores e designações que passamos a explicar: O bastidor do edifício de onde sai a fibra (local de inicio de troço) é representado por um rectângulo preenchido a cor azul e com contornos laranja; O bastidor do edifício de chegada da fibra (local de fim do troço) é representado por um rectângulo preenchido a cor amarela e com contornos laranja; Uma splice box (caixa de fusão) é representada por um quadrado com contornos vermelhos e com dois triângulos preenchidos a verde fluorescente voltados um para o outro no seu interior. É designado por SP precedido da designação do município (exemplo: PDL para a câmara de Ponte de Lima ou ESP para Esposende) e o número sequencial correspondente (exemplo: ESP- SP3); O trajecto efectuado pela fibra dentro dos edifícios é representado por uma linha tracejada de cor violeta; O trajecto no exterior que é feito em condutas de águas pluviais é representado por uma linha verde; O trajecto no exterior que é feito em condutas existentes é representado por uma linha laranja; O trajecto no exterior que é feito em condutas da Portugal Telecom é representado por uma linha azul; O trajecto no exterior que irá ser feito em condutas a construir é representado por uma linha violeta; As tampas das condutas de águas pluviais são representadas por círculos ou elipses com contornos verdes. A sua designação é CVPAP mais a designação do município e mais um número sequencial (exemplo: CVPAP-ESP67); As tampas das condutas existentes são representadas por rectângulos com contornos laranja. A sua designação é CVPFO mais a designação do município e mais um número sequencial (exemplo: CVPFO-PDL65); Pedro Barbosa 10
31 As tampas das condutas da Portugal Telecom são representadas por rectângulos com contornos azuis. A sua designação é CVPPT mais a designação do município e mais um número sequencial (exemplo: CVPPT- PDL13); As tampas das condutas a construir são representadas por rectângulos com contornos violeta. A sua designação é CVPFO mais a designação do município e mais um número sequencial (exemplo: CVPFO-ESP22); Para além do mapa, o documento contém as tabelas de comprimento de cabos, de controlo de Caixas de Visita Permanente (CVP) e de controlo e/ou levantamento de construção de valas. A tabela de comprimento de cabos contém informação, ponto a ponto, do comprimento da folga de cabos, da quantidade de metros de cabo que passarão em condutas pluviais, da PT, existentes ou a construir, assim como o comprimento de cabo dentro dos edifícios. Tudo isto somado dá-nos o comprimento total do cabo. A tabela de controlo de Caixas de Visita dá-nos a indicação do tipo de caixa (Telecom-tipo1 ou 2 ou existente), a identificação do cabo e se é necessário construir ou se é uma caixa existente. Por fim a tabela de controlo e/ou levantamento de construção de valas diz-nos as medidas das valas quer a construir, quer as já existentes. Faz parte do documento um relatório fotográfico onde podemos visualizar todas as caixas, tampas e sua designação, direcção da próxima tampa ou caixa, local de instalação dos racks, etc. Ou seja, com o relatório fotográfico é possível a alguém que desconheça o local, executar o projecto sem dificuldades. Toda a informação importante e necessária para a passagem da fibra está inserida no relatório fotográfico. O documento contempla ainda informações como: instalação dos cabos em conduta, instalação do cabo em condutas de águas ou em esgotos, instalação do cabo de fibra óptica em caixa de visita permanente (CVP), legislação aplicável, preparação do cabo e fusão da fibra óptica, configuração típica de um rack de transmissão óptica, descritivo do mapa de alocação das fibras e mapa de ligação das fibras ópticas. Pedro Barbosa 11
32 3.1.3 Comentários, dificuldades e soluções A participação neste projecto veio ensinar-nos que o trabalho no terreno é de extrema importância. O facto de termos elaborado documentação sobre troços onde não estivemos presentes no levantamento e reconhecimento do terreno e de termos elaborado também documentação de troços onde estivemos presentes nos locais aquando do levantamento, mostrou-nos a enorme diferença no que diz respeito à facilidade de elaboração dos documentos referentes a cada uma das situações. A rapidez e fiabilidade do relatório relativo a troços onde fizemos levantamentos são consideravelmente maiores. O trabalho no terreno alertou-nos para a necessidade de se verificar sempre todos os pontos de um trabalho deste género: verificar cada conduta, cada caixa, pode parecer um exagero mas revelou-se, em alguns casos, a salvação de muitos metros de fibra óptica pois caixas e condutas que pareciam em bom estado apresentavam, afinal, obstruções á passagem da fibra. Para elaborar os documentos foi necessário conhecer e trabalhar com ferramentas como o AutoCad e Visio, conhecer as designações e simbolismos utilizados nos mapas de localização e no relatório fotográfico e conhecer alguns truques no que respeita á passagem de fibra óptica (folgas, formas de passar a fibra nas caixas, etc.). Pedro Barbosa 12
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