COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA SOB UMA REDE DE CIRCUITOS ELÉTRICOS DA REGIÃO SUL DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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- Antônio Pereira Azenha
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1 COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA SOB UMA REDE DE CIRCUITOS ELÉTRICOS DA REGIÃO SUL DO ESTADO DE MINAS GERAIS Joana Souza Fernandes 1, Gabriel de Assis Pereira 2, Cinara Libéria Pereira Neves 3, Samuel Wanderley Rezende 4, Altamir Fernandes de Oliveira 5, Silvério José Coelho 6 1 Mestranda em Agronomia/Fitotecnia, Universidade Federal de Lavras/Departamento de Agricultura, joanasoufer@gmail.com.br 2 Mestrando em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Lavras/Departamento de Engenharia Florestal, gabriel@posgrad.ufla.br 3 Mestranda em Agronomia/Fitotecnia, Universidade Federal de Lavras/Departamento de Agricultura, cinaraliberia@hotmail.com 4 Mestrando em Agronomia/Fitotecnia, Universidade Federal de Lavras/Departamento de Agricultura, samuelwr88@gmail.com 5 Professor classe A, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, UFVJM - Mucuri - Teófilo Otoni, altamirf83@gmail.com 6 Professor Assistente II, Universidade Federal de Lavras/Departamento de Agricultura, sjcoelho65@gmail.com Resumo: Com o crescimento da arborização urbana é importante conhecer a adaptabilidade de espécies com redes elétricas de energia. Nessa pesquisa avaliou-se a situação quali-quatitativa da arborização urbana sob circuitos elétricos na região sul de Minas Gerais, através de um inventário feito pela Companhia Energética de Minas Gerais sob o projeto P&D-D428 em parceria com a Universidade Federal de Lavras. Percorreu-se 5 cidades com maiores índices de desligamento de energia em 2011/2012. Foram amostrados 221 indivíduos, pertencentes a 58 espécies, sendo 50% nativas. As espécies mais frequentes foram: Jacarandá mimosifolia, Platanus acerifolia, Murraya paniculata, Lagerstroemia indica, Schinus molle, Ficus benjamina, Bauhinia variegata e Poincianella pluviosa, perfazendo 51,99% do total, apenas Schinus molle e Poincianella pluviosa são nativas. Conclui-se que existe a necessidade de se escolher espécies nativas não conflitantes com a rede elétrica para compor a arborização urbana viária da região. Palavras - chave: Arborização viária, espécies nativas e Inventário qualiquantitativo. Abstract: With the growth of urban forestation is important to know the adaptability of species compatible with electrical power grids. In this research was evaluated the qualiquantitative situation of urban forestation under electrical circuits in the southern region of Minas Gerais, through an inventory made by the Minas Gerais Electric Energy Company with the R&D-D428 project in partnership with the Federal University of Lavras. It was covered
2 five cities with the highest rates of power shutdown in 2011/2012. Were sampled 221 individuals belonging to 58 species and 50% were native. The most frequent species were Jacarandá mimosifolia, Platanus acerifolia, Murraya paniculata, Lagerstroemia indica, Schinus molle, Ficus benjamina, Bauhinia variegata e Poincianella pluviosa, amounting to 51.99% of the total, only Schinus molle and Poincianella pluviosa are native. Is concluded, that there is the necessity to choose non-conflicting native species with the power grid to coumpound the urban forestation in the region. Keywords: Street Arborization, native species and quali-quantitative inventory. INTRODUÇÃO O termo arborização urbana é definido como o conjunto de terras públicas e privadas, com vegetação predominantemente arbórea ou em estado natural, que uma cidade apresenta, incluindo as árvores de ruas e avenidas, parques públicos e demais áreas verdes, Milano (1987). Quando aplicada com planejamento a arborização urbana pode gerar inúmeros benefícios a sociedade: manutenção do conforto térmico associado à umidade do ar e à sombra, conservação do equilíbrio microclimático, a redução da poluição sonora e do ar, embelezamento das cidades, abastecimento do lençol freático, conservação da genética da flora nativa além de oferecer condições para o bem-estar psicológico da população (CEMIG, 2011). De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU, 2012), a projeção para 2050 é de que 67, 2% da população mundial viva em grandes centros urbanos. No Brasil, os números são ainda maiores, cerca de 84,35% da população brasileira vive em cidades, sendo que no Estado de Minas Gerais o índice é de 85,29% (IBGE - censo populacional 2010). A divisão do território de Minas Gerais, adotada oficialmente pelo governo estadual, estabelece dez Regiões de Planejamento. A região Sul é composta por 155 municípios sendo a segunda região mais populosa do estado (PORTAL DE MINAS GERAIS, 2013). O crescimento das cidades na maioria das vezes, de forma muito rápida e desordenada, sem um planejamento adequado de ocupação, resulta em vários problemas que interferem na qualidade de vida da sociedade urbana (PIVETTA e SILVA FILHO, 2002). Os estudos de McHale et al. (2007), em arborização urbana comprovam a contribuição das árvores na melhoria da qualidade ambiental, promovendo efeitos psicológicos e físicos de modo positivo.
3 De acordo com Velasco et. al (2006), um dos principais problemas encontrados no contexto da arborização urbana é exatamente a compatibilização entre as árvores e as calçadas e/ou entre as árvores e as redes de distribuição de energia elétrica. Somente avaliações e análises conjuntas, qualitativas e quantitativas, possibilitam considerações confiáveis sobre o aspecto estudado. Desta forma, torna-se importante conhecer tanto a quantidade quanto a distribuição da vegetação no meio urbano, bem como suas características (SILVA et al, 2007). Dentro desse contexto o sucesso da arborização urbana depende da escolha das espécies, pois conflitos entre árvores e rede elétrica, podem causar transtornos tanto a população, quanto às companhias de energia. O objetivo neste trabalho foi avaliar a situação qualiquatitativa da arborização urbana sob dez circuitos elétricos na região do sul do estado de Minas Gerais por meio de um inventário feito com a coleta de dados pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) onde os atributos avaliados foram relacionados às famílias, espécies e origem das árvores. MATERIAL E MÉTODOS Os dados contidos no inventario da arborização urbana foram coletados pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), sob o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento P&D-D428 em parceria com a Universidade Federal de Lavras no mês de fevereiro de Nas cinco cidades estudadas foram selecionados dois circuitos, sendo um circuito de chave repetidora e outro de um transformador. Esses dispositivos elétricos foram selecionados com o apoio da Planilha de Interrupções de Energia. O primeiro passo foi isolar as interrupções de energia de causa árvore. O segundo passo foi ranquear os dispositivos elétricos que atendem o maior número de consumidores. Com o percurso definido iniciou-se o levantamento da arborização. O inventário foi realizado com o auxílio de uma planilha específica para anotação dos dados. Os cinco municípios amostrados na região sul do estado de Minas Gerais foram escolhidos com base nos relatórios tabelados pela Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) das cidades que mais apresentaram desligamentos de energia elétrica, relacionados ao conflito com árvores nos anos de 2011/2012. Também foi feito o estudo da relação entre espécies nativas identificadas e sua ocorrência na região. De acordo com esse levantamento, foram estudados os municípios de: Alfenas, Três Corações, Passa Quatro, Guaxupé e Itajubá. Foram escolhidos dez circuitos elétricos para a composição da rede, dois deles na cidade de Alfenas, nos seguintes endereços: A1 - Av. Teixeira da Silva, 180, e A2 - Rua Lúcio Leite Amaral, 1; um circuito na cidade de Guaxupé: G1 - Praça Antônio Costa Monteiro; dois na cidade de Itajubá: I1 - Rua Antônio Rodrigues de Oliveira, 10, e I2 - Rua Capitão Melvin Jones, s/n ; na cidade de Passa Quatro, dois circuitos: PQ1 - Rua Tenente Vioth, 88, e PQ2 - Rua São
4 Geraldo, 25, e por fim três circuitos na cidade de Três Corações: TC1 - Rua Belchior Dias Moreira, 820, TC2 - Av. de Cícero, 289, e TC3 - Av. de Cícero, 82. A população urbana, segundo IBGE (2010), é maior que 90% em Alfenas, Guaxupé, Itajubá e Três Corações, com densidades demográficas respectivamente de 86,75 hab./km², 172,59 hab./km², 307,42 hab./km² e 87,88 hab./km². A cidade de Passa Quatro possui 76,91% de sua população localizada no meio urbano e tem mil habitantes, com uma densidade demográfica de 56,21 habitantes por Km². As árvores identificadas foram georeferenciadas com o auxílio de um GPS. Realizou-se a identificação da espécie, família, origem e frequência de incidência. Todos os dados coletados foram tabulados em uma planilha eletrônica para análise posterior. Os valores de frequência relativa (%) e os gráficos foram gerados pelo programa Microsoft Excel 2010 e as análises de correspondência canônica pelo programa PAST 2.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO As cidades com maiores demandas por energia elétrica amostradas foram Itajubá e Alfenas, que possuíram a maior população. A pressão urbana sobre as árvores é uma realidade na atualidade e a administração pública deve considerar, além de outros requisitos, para uma boa gestão da arborização urbana, a compatibilização entre as espécies e as redes elétricas e a projeção da demanda de energia elétrica das cidades em pleno desenvolvimento. As extensões das redes de distribuição de energia nessas cidades foram diretamente proporcionais à população total (Figura 1):
5 População (IBGE, 2010) P.Quatro Regional Sul T.Corações Guaxupé Itajubá Alfenas Km de redes elétricas (CEMIG, 2013) Figura 1. Representação gráfica, mostrando a correlação entre a extensão de redes elétricas (Km) (CEMIG, 2013) e população total (IBGE, 2010), para as cinco cidades da regional Sul: Alfenas, Guaxupé, Itajubá, Passa Quatro e Três Corações Nota: Regressão linear, com R²=0,8695, α=185,2±41,42 e valor de p=0,0209, significativo, pelo teste F. Quase metade (47,05%) das árvores estava localizada em ruas que possuíam largura superior a 7 m, sendo classificadas adequadas com relação a estrutura viária. Essa é uma informação de grande relevância para o poder público, pois permite, por meio de ações de Educação Ambiental, conscientizar os cidadãos para a grande necessidade de se adequar as calçadas tanto para a acessibilidade urbana quanto para o bom desenvolvimento das árvores. O sistema radicular de 28,05% das árvores estava exposto ou com levantamento de calçada, o que demonstra que, mesmo tendo uma largura de passeio adequada, o desenvolvimento das raízes pode gerar alguns problemas aos transeuntes, quando não há uma estrutura básica para a manutenção da espécie no passeio. Além disso, percebeu-se que 25,94% das árvores possuíam galhos quebrados, secos ou ocos, o que reflete manutenção incipiente por parte dos órgãos gestores de poda municipais. Os problemas relativos ao tronco das árvores avaliadas foram muito baixos, com apenas quatro indivíduos (1,80%) apresentando estrangulamento e seis indivíduos (2,71%) apresentando rachaduras ou cavidades. Essa informação é considerável, pois uma porção muito pequena apresentou problemas que são considerados graves em se falando dos riscos de queda de árvores, ocorridos com vários espécimes na área urbana. Foram avaliadas 221 árvores nas cinco cidades amostradas (Tabela 1), distribuídas em 29 espécies de origem exótica e 29 espécies de origem nativa, sendo as espécies Jacaranda mimosifolia (10,40%), Platanus acerifolia (8,59%), Murraya paniculata (7,69%), Lagerstroemia
6 indica (5,88%), Schinus molle (4,97%), Ficus benjamina (4,97%), Bauhinia variegata (4,97%) e Poincianella pluviosa (4,52%) as mais frequentes, perfazendo 51,99% da população amostral. Tabela 1. Espécies arbóreas identificadas no diagnóstico parcial da arborização viária, sob rede elétrica, na regional Sul, cidades de Alfenas, Guaxupé, Itajubá, Passa Quatro e Três Corações.
7 Nome científico Nome comum Família Or. N FR Albizia lebbeck (L.) Benth. Albízia Fabaceae E 1 0,45249 Bauhinia variegata L. Pata-de-vaca Fabaceae E 11 4,97738 Beaucarnea recurvata Lem. Pata-de-elefante Asparagaceae E 1 0,45249 Callistemon viminalis (Sol. Ex Gaertn.) G. Don ex Loud. Calistemo Myrtaceae E 3 1,35747 Cedrela fissilis Vell. Cedro Meliaceae N 1 0,45249 Citrus sinensis L. Osbeck Laranjeira Rutaceae E 1 0,45249 Codiaeum variegatum (L.) Rumph. ex A. Juss. Cróton Euphorbiaceae E 1 0,45249 Cordia sellowiana Cham. Córdia Boraginaceae N 1 0,45249 Cupressus sp. Cipreste Cupressaceae E 1 0,45249 Delonix regia (Bojer ex Hook) Raf. Flamboyant Fabaceae E 2 0,90498 Dombeya wallichii (Lindl.) K. Schum. Astrapeia Sterculiaceae E 1 0,45249 Dypsis lutescens (H. Wendl.) Beentje & J. Dransf. Palmeira-dypsis Arecaceae E 1 0,45249 Eriobothrya japonica (Thunb.) Lindl. Ameixa-nêspera Rosaceae E 3 1,35747 Eugenia uniflora L. Pitanga Myrtaceae N 4 1,80995 Euphorbia leucocephala Lotsy Flor-de-neve Euphorbiaceae E 1 0,45249 Ficus benjamina L. Ficus-benjamina Moraceae E 11 4,97738 Ficus microcarpa L. f. Ficus-microcarpa Moraceae E 1 0,45249 Handroanthus albus (Cham.) Mattos Ipê-da-serra Bignoniaceae N 2 0,90498 Handroanthus heptaphyllus(vell.) Toledo Ipê-roxo-de-sete-folhas Bignoniaceae N 8 3,61991 Handroanthus impetiginosus (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz Ipê-roxo-de-bola Bignoniaceae N 1 0,45249
8 Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos Ipê-do-Cerrado Bignoniaceae N 2 0,90498 Handroanthus vellosoi (Toledo) Mattos Ipê-amarelo-da-cascalisa Bignoniaceae N 1 0,45249 Hibiscus rosa-sinensis L. Hibisco Malvaceae E 5 2,26244 Jacaranda mimosifolia D.Don. Jacarandá-mimoso Bignoniaceae E 23 10,4072 Lagerstroemia indica (L.) Pers. Resedá Lythraceae E 13 5,88235 Leucaena leucocephala (Lam.) R. de Wit Leucena Fabaceae E 1 0,45249 Libidibia ferrea (Mart.) L.P. Queiroz Pau-ferro Fabaceae N 1 0,45249 Licania tomentosa (Benth.) Fritsch Oiti Chrysobalanaceae N 2 0,90498 Ligustrum lucidum W.T. Aiton Alfeneiro Oleaceae E 2 0,90498 Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld Bico-de-pato Fabaceae N 1 0,45249 Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. Jacarandá-bico-de-pato Fabaceae N 2 0,90498 Malpighia glabra L. Acerola Malpighiaceae E 4 1,80995 Mangifera indica L. Mangueira Anacardiaceae E 2 0,90498 Maytenus sp. Maytenus sp. Fabaceae N 2 0,90498 Melia azedarach L. Santa-bárbara Meliaceae E 1 0,45249 Morus nigra L. Amoreira Moraceae E 4 1,80995 Murraya paniculata (L.) Jacq. Murta Rutaceae E 17 7,69231 Myroxylon peruiferum L.f. Bálsamo Fabaceae N 1 0,45249 Nerium oleander L. Espirradeira Apocynaceae E 1 0,45249 Persea americana Mill. Abacateiro Lauraceae E 3 1,35747 Pinus echinata Mill. Pinus-echinata Pinaceae E 1 0,45249
9 Pinus elliottii Engelm. Pinus-elliotti Pinaceae E 3 1,35747 Platanus acerifolia (Ailton) Willd. Plátano Platanaceae E 19 8,59729 Platypodium elegans Vogel Jacarandá-branco Fabaceae N 1 0,45249 Poincianella pluviosa (DC.) L.P.Queiroz Sibipiruna Fabaceae N 10 4,52489 Psidium guajava L. Goiabeira Myrtaceae N 3 1,35747 Schefflera arboricola Hayata Cheflera Araliaceae E 1 0,45249 Schinus molle L. Chorão Anarcadiaceae N 11 4,97738 Schinus terebinthifolius Raddi Aroeira-vermelha Anarcadiaceae N 1 0,45249 Spathodea campanulata P.Beauv. Espatódea Bignoniaceae E 1 0,45249 Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith Ipê-branco Bignoniaceae N 2 0,90498 Tecoma stans (L.) Juss ex Kunth Ipê-mirim Bignoniaceae E 6 2,71493 Terminalia catappa L. Sete-copas Combretaceae E 4 1,80995 Thevetia thevetioides (Kunth) K. Schum Chapéu-de-napoleão Apocynaceae E 1 0,45249 Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Cogn. Quaresmeira Melastomataceae N 2 0,90498 Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. Quaresmeira Melastomataceae N 9 4,0724 Tibouchina mutabilis (Vell.) Cogn. Manacá-da-serra Melastomataceae N 1 0,45249 Triplaris sp. Triplaris Polygonaceae N 1 0,45249 Total 221
10 Nota: Dados: Or. (Origem: E - espécie exótica / N - espécie nativa), N (quantidade de indivíduos avaliados), FR (Frequência Relativa). As famílias mais representativas foram Bignoniaceae (20,81%), Fabaceae (14,93%), Platanaceae (8,59%) e Rutaceae (8,14%), que juntas perfizeram 52,57% da população amostral. Observou-se que na cidade de Alfenas, cinco espécies contribuíram para que a frequência acumulada atingisse o valor de 58,06% (Handroanthus heptaphyllus, Ficus benjamina, Malpighia glabra, Murraya paniculata e Schinus molle). Dessas, apenas Malpighia glabra era indicada ao plantio sob rede elétrica, sendo de pequeno porte e de origem nativa. Com exceção de Murraya paniculata, que não se utiliza em arborização viária, o restante das espécies era de grande porte e não sendo indicadas para o convívio com a fiação elétrica. Em Guaxupé, quatro espécies corresponderam a 55,26% das árvores avaliadas: Jacaranda mimosifolia, Ficus benjamina, Murraya paniculata e Poincianella pluviosa. Nenhuma dessas espécies é indicada para arborização sob rede elétrica, sendo Murraya paniculata por não ser mais recomendada para o plantio no meio urbano e as outras três por serem de grande porte e causarem conflitos com a rede elétrica. Na cidade de Itajubá, cinco espécies corresponderam a 50,00% da população amostral: Hibiscus rosa-sinensis, Tibouchina granulosa, Machaerium nyctitans, Murraya paniculata e Callistemon viminalis. Dessas, apenas a primeira era recomendada para o plantio sob fiação. Em Passa Quatro, somente duas espécies perfizeram 57,45% das árvores avaliadas, com Platanus acerifolia (40,43%) e Bauhinia variegata (17,02%), não sendo adequadas ao plantio sob rede elétrica. Por fim, na cidade de Três Corações, as seis espécies mais frequentes corresponderam a 51,16% da população amostral, sendo elas Schinus molle, Lagerstroemia indica, Poincianella pluviosa, Persea americana, Tibouchina granulosa e Callistemon viminalis. Apenas a espécie Lagerstroemia indica era indicada ao convívio com a rede elétrica, por ser de pequeno porte, porém de origem exótica. A amostragem do diagnóstico das cinco cidades da regional Sul não teve o objetivo de extrapolar a composição florística ou a estrutura básica das cidades, pois foi orientada somente quanto aos circuitos elétricos de média e baixa tensão.
11 CONCLUSÕES A estrutura das ruas onde se realizou o diagnóstico parcial da arborização viária, sob rede elétrica no Sul do Estado de Minas Gerais, mostrou-se adequada, quanto à largura das ruas e dos passeios em que se encontravam os indivíduos avaliados. O número de espécies nativas foi igual ao número de espécies exóticas. Dentre os 221 indivíduos amostrados, observamos 27 famílias botânicas diferentes e 58 espécies. As espécies mais frequentes foram: Jacarandá mimosifolia com 10,4% de frequência relativa, seguido de Platanus acerifolia com 8,59%, Murraya paniculata com 7,69% Lagerstroemia indica com 5,88%, Schinus molle com 4,97, Ficus benjamina com 4,97%, Bauhinia variegata com 4,97% e Poincianella pluviosa com 4,52% de frequência, perfazendo 51,99% da população amostral. Das espécies mais frequentes apenas Schinus molle e Poincianella pluviosa são nativas, o que evidencia uma deficiência na escolha de espécies nativas ideais para a arborização urbana. Deve-se inplantar espécies de pequeno porte e nativas para compor a arborização urbana viária da região, o que pode prevenir futuros prejuízos apenas com a escolha adequada da espécie. AGRADECIMENTOS: FAPEMIG, CNPq, CAPES, UFLA e CEMIG. REFERÊNCIAS CEMIG. Manual de Arborização. Belo Horizonte, p. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Dados estatísticos das cidades mineiras. Rio de Janeiro, Disponível em: < Acesso em: 01 de julho de McHALE, M. R.; McPHERSON, E. G.; BURKE, I. C. The potential of urban tree plantings to be cost effective in carbon credit markets. Urban Forestry and Urban Greening, v.6, p.46-60, MILANO, M. S. Planejamento e replanejamento de arborização de ruas. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE ARBORIZAÇÃO URBANA, 2., 1987, Maringá. Anais... Maringá: PMM, p. 1-8.
12 ORGANIZAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS. Disponível em: < Acessado em: 01/07/2014. PIVETTA, K. F. L.; SILVA FILHO, D. F. Arborização urbana. Jaboticabal: UNESP/FCAV/FUNEP, p. (Série Arborização Urbana). PORTAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Disponível em: < Acessado em: 01/07/2014. SILVA, A. G.; CARDOSO, L.; ANDRADE, C.; RAPHAEL, M. Inventário qualiquantitativo da arborização urbana da cidade de Alegre-ES In: XI CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA, 2007, Vitória: SBAU Vitória, V. 1 VELASCO, G. D. N.; LIMA, A. M. L.; COUTO, H. T. Z. Análise comparativa dos custos de diferentes redes de distribuição de energia elétrica no contexto da arborização urbana. Árvore, Viçosa, v. 30, n. 4, p , 2006.
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