Cartilha de estudo. 2 a Edição

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1 Hidrelétricas no Rio Madeira: energia para quê e para quem? 1 Cartilha de estudo 2 a Edição PARA AS GRANDES EMPRESAS MULTINACIONAIS: A privatização do Rio Madeira, com mais de 25 bilhões de reais de dinheiro público para construção das obras e garantia de que por 30 anos as empresas vão faturar mais de R$ 115 bilhões com a venda da energia das duas hidrelétricas, mais R$ 22 bilhões com a transmissão e mais de 130 bilhões com a distribuição desta energia elétrica. PARA O POVO: Sobrará a conta para pagar e os problemas causados em consequência da privatização do Rio Madeira e da construção das hidrelétricas. Dezembro 2008 Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 1 16/1/2009, 16:38

2 2 Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB Sumário 1. A crise mundial de energia e o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira Os planos de hidrelétricas no Brasil, na Amazônia e em Rondônia O que significa o projeto chamado de Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira? A construção de, no mínimo, quatro grandes hidrelétricas Construção de duas eclusas As hidrovias Linhas de transmissão Os custos totais do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira O que significa um investimento dessa grandeza? O que poderia ser feito se investíssemos R$ 26 bi em benefícios ao povo? Os interesses por trás dos projetos Quais são os interesses de quem quer construir e ser dono das hidrelétricas (oito objetivos)? Quem são os grandes interessados nas hidrelétricas: as multinacionais? Os Donos da hidrelétrica Santo Antônio Os Donos da hidrelétrica Jirau Quem são as multinacionais que ganham com as hidrelétricas? Os bancos também estão envolvidos Grupos interessados em fornecer máquinas e equipamentos Grupos interessados na construção civil Grupos interessados em exportar soja, álcool e madeira (agronegócio) Grupos interessados na corrupção, em especial eleitoral Como as empresas atuam para obter apoio da população Quem somos: o Movimento dos Atingidos por Barragens a Edição Produção e Elaboração: Movimento dos Atingidos por Barragens Fotos e ilustrações: Arquivo do MAB Projeto Gráfico: MDA Comunicação Integrada Ltda. Secretaria do MAB - Rondônia Rua Florestan Fernandes, Bairro Tancredo Neves Cep: Porto Velho/RO Secretaria Nacional do MAB mab@mabnacional.org.br Site: Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 2 16/1/2009, 16:38

3 Hidrelétricas no Rio Madeira: energia para quê e para quem? 3 A Aconstrução de centenas de barragens no Brasil está relacionada com o interesse de grupos econômicos nacionais e estrangeiros, as chamadas multinacionais. Diante da crise mundial de energia esses grupos buscam dominar, a todo custo, todas as fontes energéticas, além dos rios, água, minérios, terras e biodiversidade. Em síntese, poderíamos dizer que a construção de hidrelétricas no Brasil atende aos interesses e às exigências do imperialismo. O problema principal no campo da energia é que os países centrais, ditos ricos e desenvolvidos, são os maiores consumidores de energia do mundo. Os Estados Unidos, os países da Europa (Alemanha, França, Inglaterra, Espanha, etc) e o Japão são ricos em dinheiro mas pobres em petróleo, poderíamos dizer ainda, pobres em energia, em rios, em água, em minérios e em terras férteis. Nestes países, as indústrias, a maioria das máquinas, o transporte e, inclusive, a geração de energia elétrica, funcionam a base de petróleo, por isso são petrodependentes. Os Estados Unidos possuem 6% da população mundial, consomem 30% do petróleo, 35% da eletricidade mundial e produzem apenas 10% daquilo que consomem. Na energia elétrica, enquanto no Brasil o consumo médio por pessoas é de quilowatts-hora/ano, nos Estados Unidos, este consumo é de kwh/ano. Mundialmente, o petróleo tem sido a principal fonte de energia líquida utilizada pelo conjunto da humanidade. A chamada energia líquida possui como característica, a facilidade no seu transporte, permitindo abastecer regiões Quem são os maiores consumidores de energia no mundo? Se toda a humanidade tivesse o mesmo nível de consumo de países industrializados, como os Estados Unidos, a Europa e o Japão, precisaríamos de 4 planetas como a Terra para atender a demanda mundial. Os países industrializados abrigam 21% da população mundial, porém consomem 70% das fontes convencionais de energia e 75% de toda eletricidade. Os Estados Unidos possuem 6% da população mundial e consomem 30% do petróleo mundial e 35% da eletricidade mundial. E produzem apenas 10% daquilo que consomem. As reservas de petróleo dos Estados Unidos, o maior consumidor, acabam em 5 anos. deficitárias. São diversas formas possíveis de transporte, podendo ser terrestre (em tanques de combustível), marítima (em navios cargueiros), ou até transporte aéreo. No entanto, o petróleo é parte do conjunto das fontes energéticas denominadas de energia fóssil, que levou milhões de anos para se formar e, ao ser consumido, suas reservas não se renovam. Além do petróleo, o gás natural e o carvão mineral são de mesma origem. As reservas mundiais de petróleo estão se esgotando ou se tornando de difícil acesso, passando ser cada vez mais caro, em menor quantidade e de pior qualidade. FONTES Petróleo Gás Natural Carvão Eletricidade Biomassa Consumo em 2005 Outras (solar, vento, etc) 43,4% 15,6% 8,3% 16,3% 12,9% 3,5% Fonte: International Energy Agency, 2007 Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 3 16/1/2009, 16:38

4 4 Mantendo os níveis atuais de consumo, haverá petróleo no mundo para somente 35 anos. Especialistas afirmam que a produção mundial do petróleo alcançará o limite máximo (pico de produção ou Pico de Hubbert ) em poucos anos e a partir dali vai começar a faltar petróleo em quantidades cada vez maiores. Na prática, percebe-se a falta através da crescente elevação dos preços dos produtos derivados do petróleo e dos crescentes conflitos militares em torno do petróleo. Para se ter uma noção melhor do conceito de Pico de Produção ou Pico de Hubbert, vejamos: é o ponto em que a metade do petróleo já foi extraída. Em termos de reservas remanescentes pode parecer que ainda há bastante petróleo. Mas isto não é tão cor-de-rosa como parece. A produção de petróleo pode manter-se no pico de produção por um certo número de anos antes de principiar um lento declínio. Uma vez atingido o pico, entretanto, o declínio pode ser muito rápido. Ultrapassado o pico, ainda há petróleo, mas torna-se difícil extrair, e mais custoso, pois as pressões internas dos furos declinam ou outros problemas tornam mais cara a recuperação de cada barril. O petróleo está lá mas não é fácil, de modo algum, extraí-lo. (F. William Engdahl; O Iraque e o Problema do Pico Petrolífero; citado em ITURRA; 2006; p.22) É isso que chamamos de crise mundial de energia. Num primeiro momento os capitalistas vão obter altas taxas de lucro, mas num segundo momento, há o risco real de faltar energia, ou pela ausência, ou pelos elevados custos. Isso coloca em risco a própria produção e circulação das mercadorias e, conseqüentemente, a acumulação de capital nas taxas de lucro exigidas pelos capitalistas. Há poucos lugares no mundo com petróleo, quase todos estão identificados e não se localizam nos territórios dos países centrais. Aproximadamente 70% de todas as reservas mundiais de petróleo se encontram na Arábia Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB Saudita, Iraque, Kuwait, Emirados Árabes e Irã, no Golfo Pérsico. A situação brasileira, com as descobertas de petróleo na camada de présal, é um caso isolado. E além de colocar nosso país entre os primeiros do mundo, é um motivo a mais para as multinacionais quererem controlar nosso território. Conforme a tabela, podemos ver que as reservas se encontram em outros países que não os desenvolvidos. Com a tendência para diminuição das reservas mundiais de petróleo e as previsões indicando que o consumo de energia no mundo crescerá em 71% até o ano 2030, a disputa pelo controle do conjunto das fontes energéticas mundiais, renováveis e não-renováveis, tornase cada vez maior e mais acirrada. O Brasil, em especial a região Amazônica, passa ser o principal foco de interesse das multinacionais e dos países estrangeiros, porque ali temos muitos rios, muita água, muita terra boa, muita floresta e muitos minérios. Tudo isso, as empresas querem dominar para ganhar bilhões e bilhões de lucro. A crise energética afeta principalmente os países centrais do capitalismo (Estados Unidos, Europa e Japão) pois são eles que consomem 70% de toda energia do mundo. No entanto, as Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 4 16/1/2009, 16:38

5 Hidrelétricas no Rio Madeira: energia para quê e para quem? 5 conseqüências recaem sobre nossos países e principalmente sobre os recursos naturais estratégicos. Este cenário energético trás várias conseqüências sobre a sociedade e a natureza: Transferência da indústria eletrointensiva (mineradoras e celulose) aos países periféricos. Corrida pelo controle das fontes energéticas estratégicas: terras para produção de agrocombustíveis e celulose, controle dos rios para construção de hidrelétricas, etc. Disputas mundiais imperialistas pelo controle das atuais reservas energéticas. Especulação com elevação dos preços internacionais do petróleo. Elevação do custo de produção dos alimentos, por termos um modelo de agricultura petrodependente. Mudança na função social da agricultura: em vez de produzir alimentos passam a produzir energia ao imperialismo. Retomada e aceleração da construção de grandes obras de geração de energia elétrica nos países da América Latina, em especial as hidrelétricas, e o avanço das multinacionais sobre as terras para produção de agroenergia. Cada dia fica mais evidente que controlar a energia é assegurar o poder. Se os mais importantes recursos energéticos são escassos e não renováveis, como o petróleo e o gás, os que controlarem esses bens terão o poder. Também ficam evidentes os motivos que levam os Estados Unidos e demais países centrais a promover guerras de invasão ao Iraque e Kuwait e recentemente as ameaças de guerra contra Irã e Venezuela. É evidente que aqui no Brasil a estratégia de dominação, por enquanto é outra, não vem com balas de chumbo e nem com bombas, mas com balas de mel. Vem com o discurso da privatização, com o discurso de que as hidrelétricas, as usinas de álcool, as indústrias de celulose e as mineradoras, entre outras, são para o desenvolvimento do Brasil, são para gerar empregos, progresso... Que a energia é para evitar apagões e atender as demandas da população brasileira. O discurso vem como propaganda enganosa, que as empresas, os governantes e a mídia reproduzem todo dia para convencer o povo e ao mesmo tempo desviar a atenção da população dos verdadeiros interesses que estão escondidos nestes projetos. No Brasil e na América Latina a estratégia de dominação vem através das grandes empresas multinacionais, dirigidas pelos maiores bancos mundiais e com a promessa de instalar-se na região para investir dólares e euros. Vem através do plano IIRSA, Plan-Puebla Panamá, Plano Colômbia, Parcerias Público-Privada, entre outros. É nesse cenário que a energia se transformou num dos principais problemas do atual modelo de sociedade. A energia é um ponto fraco do capitalismo, principalmente dos países centrais, em especial das grandes empresas multinacionais. Estes países e os grandes grupos econômicos, além de tomar as reservas de petróleo no mundo, querem controlar as demais fontes de energia em regiões e países que ainda não dominam, isso para garantir sua segurança energética e conseqüentemente suas taxas de lucro elevadas. Na prática, estão buscando controlar as reservas de gás e petróleo, a energia produzida através da biomassa (álcool, biodiesel e óleo vegetal), a energia hídrica (construindo barragens), a energia solar, a energia eólica (vento), e demais fontes que possuem viabilidade econômica ou que possam vir a ter essa viabilidade. O Brasil, em especial a região Amazônica, passa a ser o principal foco de interesse das multinacionais e dos países estrangeiros, porque ali temos Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 5 16/1/2009, 16:38

6 6 Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB muitos rios, muita água, muita terra fértil, muita floresta e muitos minérios. As empresas buscam dominar esta base natural vantajosa para ganhar bilhões e bilhões de lucro. Portanto, entregar nossas fontes de energia, nossos rios, nossa água, nossos minérios e florestas ao controle privado e multinacional é, cada vez mais, entregar nosso território e nossa gente à dominação imperialista. É comprometer nosso futuro como povo e como Nação. Nosso dever é romper com tudo isso. Nossa terra, nosso rio, não se vende, Nossa terra, nosso rio, se defendem! N o mundo existem mais de grandes barragens construídas que já expulsaram das terras mais de 80 milhões de pessoas, a maioria sem receber nada. Além disso, no mundo existem hoje cerca de barragens em construção. Essas obras movimentam aproximadamente 50 bilhões de dólares por ano. Na maioria dos países ricos e desenvolvidos, os principais rios já foram utilizados para construção de usinas. Nestes países não é possível a construção de novas barragens, o aproveitamento chegou ao limite máximo. Com isso, a indústria de barragens (Siemens, Alstom, General Elétric, VA Tech, etc) pressiona novas regiões no mundo para manter seus negócios e faturamentos. A China é o país que mais constrói hidrelétricas no momento. São MW em construção e mais MW para serem iniciados. No Brasil, 70% do potencial tecnicamente aproveitável dos rios ainda não são utilizados. Possuímos algo em torno de 10% do potencial mundial, cerca de MW. Deste total, MW já são aproveitados (30,9%); MW estão inventariados (50,2%) e; MW são estimados (18,9%). Em potencial hidrelétrico perdemos apenas pela Rússia (13%) e China (12%). Segundo dados lançados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a região Norte possui 64% do potencial a aproveitar, 21% está na região Sul, 8% no Sudeste, 3 a 4% no Nordeste e 2 a 3% no Centro-Oeste. Do ponto de vista da quantidade de hidrelétricas, estudos do Governo Federal e da Eletrobrás mostram que os rios brasileiros possuem um potencial em torno de novos projetos de barragens, que se encontram inventariadas e/ou com estudos de viabilidade. Hoje são mais de barragens já construídas e destinadas à produção de energia e/ou para abastecimento de água. Deste total, em torno de 650 são hidrelétricas. As barragens já expulsaram, em todo o Brasil, mais de um milhão de pessoas. Em média 70% das famílias atingidas não recebem nenhum tipo de direito, acabam sendo expulsas sem receber nada. A maioria das famílias acaba tendo como destino os lugares mais pobres das cidades, ficando sem emprego, sem terra e sem casa. A energia proveniente de hidrelétricas (da forma como tem sido a construção de represas), Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 6 16/1/2009, 16:38

7 Hidrelétricas no Rio Madeira: energia para quê e para quem? 7 é considerada uma das fontes de maior lucro aos chamados donos da energia. A hidroeletricidade apresenta uma base natural vantajosa em relação às demais fontes, motivo da brutal corrida das multinacionais para dominar este setor, tanto na geração como na distribuição. Vejamos algumas características da fonte hídrica A energia hídrica apresenta alta produtividade, ou seja, eficiência energética de 94%, enquanto a térmica apresenta, no máximo, 30% de eficiência. Apresenta baixo custo de produção, ou seja, a matéria prima utilizada nas turbinas (água) não apresenta nenhum custo de produção, ao contrário da energia térmica, cuja matéria prima é o petróleo, que custa muito caro. É renovável, alterando apenas sua intensidade conforme as estações do ano, conforme a intensidade das chuvas, e permite o armazenamento da água em grandes lagos para uso posterior. A mesma água de um rio pode ser utilizada diversas vezes, através da construção de diversas hidrelétricas num mesmo rio. O chamado Sistema Interligado Nacional permite levar e ceder energia de uma região para outra, conforme a intensidade das chuvas, fazendo os lagos das hidrelétricas funcionarem como uma grande caixa de água e obter ganhos de até 22% na eficiência. Ou seja, permite o controle sobre todo rio, sobre a Bacia Hidrográfica, inter-bacias, inter-regiões e entre países. Com as privatizações, a energia elétrica passou a ser controlada e colocada a serviço das grandes empresas transnacionais. A geração elétrica tem como destino abastecer os grandes consumidores, a chamada indústria eletrointensiva (celulose, alumínio, ferro, aço, entre outras) e os grandes supermercados (shoppings), oferecendo a estes energia subsidiada. No Brasil, existem 665 grandes consumidores de energia e sozinhos consomem aproximadamente 30% de toda energia elétrica brasileira, além disso, recebem energia ao preço de custo real. Enquanto que ao povo brasileiro os preços da energia elétrica representam um verdadeiro roubo. Para os próximos 25 anos (até 2.030), conforme o Plano Nacional de Energia 2030, há uma previsão de acrescentar mais MW de energia elétrica ao sistema brasileiro. Deste total, MW deverão ser de fonte hídrica ( MW através de hidrelétricas de grande porte e MW através de Pequenas Centrais Hidrelétricas). Em questão de investimentos, prevê-se a necessidade de 286 bilhões de dólares (mais de 500 bilhões de reais). Levando em consideração somente os próximos dez anos, o Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica 2007/2016 apresenta um conjunto de 90 usinas hidrelétricas a serem construídas, que totalizam uma geração prevista de MW. Na região amazônica até agora há potencial para cerca de 304 hidrelétricas (46 já construídas e 258 inventariadas) e recentemente, a Empresas de Pesquisa Energética iniciou estudos de inventário em mais alguns rios. Em Rondônia, 39 hidrelétricas estão planejadas. As prioritárias são as hidrelétricas do Rio Madeira, que são parte do plano de Iniciativa de Integração da Infra-estrutura Regional Sul Americana (IIRSA). Este plano vem sendo pensado desde os anos noventa e que ganhou força logo após a inviabilização do projeto original da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). Além das hidrelétricas no Rio Madeira, na Amazônia está em andamento a construção de várias outras hidrelétricas como o complexo hidrelétrico de Belo Monte, no Rio Xingu; a hidrelétrica de São Luiz, no Rio Tapajós e várias no Rio Tocantins e Araguaia, que já se encontram em construção e ou planejadas. Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 7 16/1/2009, 16:38

8 8 Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB Vejamos, abaixo, o mapa das obras em construção: O O O que significa Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira? Diante da resistência contra a ALCA, foi ganhando força um novo plano que continuaria a beneficiar tanto as multinacionais estadunidenses, como as européias e também as brasileiras, é o plano IIRSA. São dez grandes eixos definidos por interesses estratégicos, que podem ser interoceânicos ou verticais, que ligam a América do Sul de cima a baixo. As hidrelétricas no Rio Madeira são parte destes planos. Desde setembro do ano através de uma iniciativa do então presidente Fernando Henrique Cardoso, o plano das hidrelétricas no Rio Madeira foi ganhando forma e força. Mais tarde, o Governo Lula assumiu o plano como um dos principais projetos de geração de energia de s projetos das hidrelétricas vêm sendo discutidos ha vários anos e fazem parte de um plano maior de saqueio da Amazônia. O Complexo foi pensado e ganhou força, principalmente quando os Estados Unidos elaborou um plano de dominação sobre toda América Latina chamado de Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). Seu principal objetivo era garantir livre acesso para saquear todos os recursos naturais da América Latina, em especial da Amazônia. Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 8 É um plano pensado pelas grandes empresas em conjunto com os governos que prevê a construção de várias obras de interesse das multinacionais e dos grandes bancos financiadores. É um plano pensado especialmente para o Rio Madeira, para garantir grandes lucros para poucas empresas através da construção de quatro hidrelétricas, uma grande hidrovia, várias eclusas e uma linha de transmissão de energia até São Paulo. 16/1/2009, 16:38

9 Hidrelétricas no Rio Madeira: energia para quê e para quem? 9 seu governo. Não fica difícil perceber porque a grande parte dos partidos políticos anda de braços dados quando o assunto é Rio Madeira. Neste caso, os projetos estão sendo apresentados para sociedade com o nome de Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira. leiras, atingirá também a Bolívia e a hidrelétrica Cachuera Esperanza (4ª) será totalmente em terras bolivianas. A seguir, todas as obras planejadas no RIO MADEIRA 3.1 A construção de, no mínimo, quatro grandes hidrelétricas: Dados gerais das duas hidrelétricas Características gerais UHE Sto Antônio UHE Jirau Altura (metros) m 90m 35,5 m Tipo de turbinas Bulbo Bulbo Número de turbinas Potência 3.168MW 3.326,4MW Energia Firme (MW médios) 4.051MWh 4.051MWh MWh Tempo de construção 07 anos 07 anos Início de funcionamento das primeiras turbinas Previsão do custo de geração energia 44 meses 44 meses R$ 51,00 56,00 por R$ 51,00 56,00 por MWh MW Área inundada 271,36 km² 258 km² Custo total somente da Hidrelétrica UHE Santo Antônio: Custo de R$ 8 bilhões UHE Jirau: Custo de R$ 8,5 bilhões Custo total das duas barragens: R$ 16,5 bilhões R$ 25,76 R$ 25,76 R$ 16,5 bilhões bilhões bilhões Total da capacidade de geração: MWh, com uma energia firme de MWh. Total de área alagada: 529,36 km² (53 mil hectares de lago) Estão previstas para o plano quatro hidrelétricas de grande porte, com potencial total estimado em MW de energia. A hidrelétrica Santo Antônio (1ª) e a hidrelétrica Jirau (2ª) serão totalmente em terras brasileiras; a hidrelétrica Guajará (3ª) além de terras brasi- Fonte: EIA-RIMA A hidrelétrica de Santo Antônio foi leiloada em dezembro de 2007 e a UHE Jirau em maio de Dados divulgados recentemente dizem que o custo total das duas usinas será de R$ 16,5 bilhões. 3.2 Construção de duas eclusas UHE Santo Antônio Custo de R$ 730 milhões UHE Jirau Custo de R$ 650 milhões Custo Total das duas eclusas: R$ 1,38 bilhões Eclusas na verdade é um nome que se utiliza para definir o caráter de um tipo de construção em cachoeiras ou barragens e fazer com que o rio se torne navegável por grandes embarcações em grande parte do rio (ver foto abaixo). Tem como principal objetivo fazer com que os grandes barcos possam passar de um lugar de navegação mais baixo para um lugar de navegação mais alto ou vice-versa. Geralmente é construído em cachoeiras de rios ou em locais onde existe o muro da barragem. Na UHE de Santo Antônio será construído um canal de 1,5 km pela margem esquerda. No centro deste canal será construída uma eclusa, que funcionará semelhante a um elevador. Na UHE de Jirau o canal será pela margem direita e terá 3 km de extensão. Também no centro do canal será construída a eclusa. Porém, é certo que todas estas eclusas serão de propriedade privada, de domínio das Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 9 16/1/2009, 16:38

10 10 grandes empresas e os barcos que quiserem passar terão que pagar pedágio. Será uma forma de controlar quem utilizará o rio e os lagos para navegação e quem não poderá navegar de um lugar para outro. É muito provável que os pequenos barcos nem serão permitidos passar por estas eclusas. Segundo informações do estudo da Eletrobrás, o Rio Madeira possui, acima da cidade de Porto Velho, até a foz do Rio Beni um total de 15 cachoeiras naturais, que para eles são obstáculos à navegação, e por isso deverão ser cobertas pelos lagos das barragens ou deverão ser construídas eclusas para permitir a passagem dos navios cargueiros. 3.3 As hidrovias Se o plano IIRSA for construído em sua totalidade o conjunto dos projetos no Rio Madeira vai viabilizar um acréscimo de km de rios navegáveis a montante de Porto Velho (entre Brasil, Bolívia e Peru). Somente o trecho que vai de Porto Velho até Abunã, região de abrangência das duas hidrelétricas (Santo Antônio e Jirau), serão em torno de 260 km de extensão. Se a totalidade das obras planejadas para o Rio Madeira forem concluídas, se viabilizará uma infra-estrutura de transporte hidroviário ao conjunto dos capitalistas que tem interesse na dominação da Amazônia. Isso diminuirá os custos de produção das mercadorias para serem levadas aos outros países. Conforme estudos da Eletrobrás, a soja terá uma redução nos custos de transporte na ordem de 30 dólares por tonelada (cerca de 60 reais), pois com a hidrovia as barcaças poderão reduzir em mais de quilômetros as distâncias até a Ásia. O verdadeiro interesse nas hidrovias é permitir a navegação de grandes barcaças, principalmente os barcos cargueiros, possibilitando o escoamento para fora do Brasil de diversas mercadorias, como a soja, o álcool, a celulose, o minério e a madeira através de saídas para o Oceano Atlântico ou até mesmo pelo Oceano Pacífico. Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB 3.4 Linhas de transmissão (custo total R$ 7,2 bilhões) O Brasil possui ao todo quilômetros de linhas de transmissão de energia elétrica. Para os próximos 10 anos está prevista a construção de mais quilômetros. No caso da energia gerada nas hidrelétricas do Rio Madeira, será necessária a construção de uma grande linha de transmissão que deverá ir de Porto Velho/RO até Araraquara/SP, com quilômetros de extensão e uma tensão média de 600 kv e mais uma linha de Araraquara/SP até Atibaia/SP e dali até Nova Iguaçu/RJ, com 600 quilômetros de extensão e tensão média de 500 kv. Para construir essa linha de transmissão, será necessário um investimento em torno de 7,2 bilhões de reais. E para as interligações de interesse restrito, os custos ficarão na ordem de R$ 930 milhões. Portanto, o discurso de que a as hidrelétricas são construídas para desenvolver a região é falso e de má fé. Quase toda energia que será produzida pelas hidrelétricas será levada para outras regiões do Brasil, sendo que 70% será destinada para o mercado cativo de energia e 30% destinado para o 665 consumidores do mercado livre (consumidores eletrointensivos). Esta é a lógica de um desenvolvimento desigual, onde Rondônia garantirá energia barata para regiões economicamente mais desenvolvidas, para aqueles estados onde as grandes empresas possuem suas indústrias consumidoras de energia, principalmente São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O leilão ocorrido em novembro de 2008 comprova que a energia não ficará na região, porque será levada para São Paulo através de uma enorme linha de transmissão de corrente contínua. Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 10 16/1/2009, 16:38

11 Hidrelétricas no Rio Madeira: energia para quê e para quem? O que significa um investimento dessa grandeza? Fonte: PAC Governo Federal a) Comparando o investimento com a população do Estado de Rondônia: Rondônia possui habitantes (IBGE 2000). Hoje, provavelmente, este número chega a um milhão e quinhentos mil habitantes. - Comparando com o total de recursos necessários ao investimento (R$ 26 bilhões), significa o equivalente a dezenove mil (R$19.000,00) por habitante de Rondônia. 3.5 Os custos totais do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira R$ 26 bilhões O total do investimento que terá de ser feito para finalizar todas as obras é assustador. São anunciados vários valores, que são alterados constantemente. Além disso, torna-se público apenas uma parte do dinheiro que será investido. É fundamental ver o total dos custos previstos, para podermos fazer uma avaliação do investimento sob outro ponto de vista. Principalmente levar em conta o que poderia ser feito se este dinheiro fosse investido em obras de interesse do povo, como moradia, saneamento, reforma agrária, educação, saúde, geração de emprego, etc. b) Comparações do investimento com a população do município de Porto Velho: Porto Velho possui população de pessoas residentes (estimativa de 2006). - Comparando com os R$ 26 bilhões, equivalente a 68 mil por habitante de Porto Velho O que poderia ser feito se investíssemos 26 bilhões em benefícios do povo? Daria para fazer (um milhão e trezentas mil) casas populares no valor de R$ 20 mil/casa, ou seja, poderia ser construída uma casa para cada habitante de Rondônia. Daria para construir (dois mil e quinhentos) postos de saúde com um médico, dois enfermeiros, um dentista e 10 agentes de saúde, com capacidade para atender pessoas/posto, funcionando durante 30 anos, gerando empregos permanentes ao longo dos 30 anos. Daria para assentar (quinhentas e vinte mil) famílias com terra, moradia, crédito agrícola e acompanhamento técnico. Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 11

12 12 Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB 4.1 Quais são os interesses de quem quer construir e ser dono das hidrelétricas? Primeiro objetivo 1LUCRO - vender energia ao preço mais alto possível ao povo brasileiro e, desta forma, obter taxas de lucro extraordinárias. O único objetivo das empresas de energia é a obtenção de altas taxas de lucro. Sabe-se que na maioria das barragens no Brasil, o custo real da energia fica em torno de um a cinco centavos/ kwh. Porém esta energia chega às residências e também para as pequenas e médias indústrias e comércios a um preço que significa um verdadeiro roubo. A tarifa média cobrada no Brasil em 2006 foi 33 centavos por kwh. Porém, não é suficiente apenas levar em conta as tarifas médias, pois ali estão contabilizados todos os setores consumidores. Se considerarmos apenas as tarifas pagas pelas residências, veremos que, de maneira geral, são mais altas que a tarifa média, pois a população brasileira paga acima de 50 centavos o kwh. As hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau têm licença de funcionamento das barragens para 30 anos. A seguir veremos os faturamentos totais que os donos da energia terão nos próximos 30 anos com essas usinas nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia. Faturamento na geração de energia elétrica a) UHE SANTO ANTÔNIO Investimento: R$ 8 bilhões Potência: MW Energia firme: MW médios (70% é igual a MW médios) Percentual para mercado cativo: 70% da energia Preço de venda: R$ 78,87/MWh Venda garantida até o ano Total de MW negociados: 24 horas X 365 dias X 30 anos X MW = MW Sub-Total Negociado: R$ ,00 (30 bilhões de reais) Os outros 30% da energia (642 MW médios): R$ 120,00/MWh 24 horas X 365 dias X 30 anos X 642 MW = MW Sub-Total em 30 anos: (X R$ 120,00) = R$ ,00 (20 bilhões de reais) TOTAL (30 anos): R$ ,00 (50 bilhões de reais) Total por hora: R$ 200 mil b) UHE JIRAU Investimento: R$ 8,5 bilhões Potência: MW Energia firme: MW médios (70% é igual a MW médios) Energia negociada: ,578 MWh Preço de venda: R$ 71,40 / MWh Venda garantida até o ano Total de MW negociados: 24 horas X 365 dias X 30 anos X 1327 MW = MW Sub-Total negociado: R$ ,00 Os outros 30% da energia (570 MW médios): R$ 120,00/MWh 24 horas X 365 dias X 30 anos X 570 MW = MW Sub-Total em 30 anos: (X R$ 120,00) = R$ ,00 TOTAL (30 anos): R$ ,00 (43 bilhões de reais) Total por hora: R$ 165 mil Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 12

13 Hidrelétricas no Rio Madeira: energia para quê e para quem? 13 Faturamento com as linhas de transmissão de energia: Investimento: R$ 7,2 bilhões Extensão: quilômetros, Opção Corrente Contínua Prazo das concessões de transmissão: 30 anos Abaixo o valor da Receita Anual Permitida (RAP) para cada trecho a) Vencedor: Consórcio Integração Norte Brasil, composto pelas empresas Eletronorte (24,50%), Eletrosul (24,50%), Abengoa Brasil (25,50%) e Andrade Gutierrez Part. (25,50%): Lote A (17,3 km): R$ ,00; Lote C (estação): R$ ,00; Lote G (2375 km): R$ ,00 Sub-total: R$ ,00/Ano b) Vencedor: Cymi Holding S/A (Abengoa Espanhola): Lote B (602 km): R$ ,00; Lote E (30 km): R$ ,00. Sub-total: R$ ,00/ano c) Vencedor: Consórcio Madeira Transmissão, formado pelas empresas Cteep/Colômbia (51%), Furnas (24,5%) e Chesf (24,5%): Lote D (2375 km): R$ ,00; Lote F (estação): R$ ,00 Sub-total: R$ ,00/ano Receita anual permitida TOTAL: R$ ,00/ano TOTAL (em 30 anos): R$ ,00 (22 bilhões de reais) Total por hora: R$ 85 mil Faturamento na Distribuição de Energia Elétrica Total de MW: ( MW MW) = MW Preço médio de venda sem impostos: R$ 258,00/MW (menos 78,00 do leilão) = 180,00 TOTAL GERAL (30 anos): R$ ,00 (131 bilhões) (Total por hora: R$ 500 mil) TOTAL GERAL Geração, transmissão e distribuição R$ 246 bilhões em 30 anos Total por hora: 950 mil reais Além disso, o discurso por parte das empresas e dos governos tem sido de que as barragens geram desenvolvimento regional, pois os estados e municípios recebem compensações financeiras (Royalties). Isso não passa de uma grande farsa. Cabe ressaltar que, do total a ser faturado, somente retornarão aos cofres públicos uma parte muito pequena: cerca de 11,4 milhões de reais por mês, sendo que R$ 4,5 milhões/mês é a parte que cabe ao estado de Rondônia e mais 4,5 milhões de reais por mês aos municípios atingidos. Então, o total de recursos que retornarão na forma de compensação financeira aos cofres públicos durante os 30 anos é o equivalente a 4 bilhões de reais, enquanto que o total faturado pelas empresas donas da energia durante o mesmo período será de 246 bilhões de reais. É por isso que precisamos fazer a pergunta: Energia para que? E para quem? Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 13

14 14 2Segundo objetivo Gerar energia elétrica a preço de custo para si mesmo, ou seja, para as suas indústrias (de alumínio, siderurgia, celulose, papel, cimento, ferro-ligas, petroquímica) e para os grandes supermercados (shoppings). A distribuição de energia elétrica no Brasil está organizada de uma forma que permite a máxima exploração dos mais pobres e ao mesmo tempo privilegia os mais ricos (os grandes consumidores). Está dividido em dois grupos de consumidores, os cativos e os consumidores livres. Os consumidores cativos são a totalidade das residências e quase a totalidade da pequena e média indústria e comércio. Os consumidores livres são aqueles que conseguem comprovar que consomem, em um determinado momento, mais de quilowatt e, com isso, eles obtém o direito de negociar livremente com as geradoras o preço da energia através de contratos que podem ser de curto, médio e longo prazo (mais de 20 anos). Na prática, é a chamada indústria eletrointensiva e o grande comércio. Existem no Brasil 665 consumidores livres que consomem sozinhos quase 30% da eletricidade. Grande parte destas indústrias está localizada em São Paulo, Minas Gerais e algumas na região de minérios na Amazônia. As principais características dessa indústria são: a) Exige grandes quantidades de energia; b) Precisam de energia subsidiada (baixo custo); c) É uma indústria automatizada, que geram poucos empregos; d) Altamente poluidora do meio ambiente; e) A maior parte é para exportação aos países centrais. Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB Como os países ricos estão em falta de energia e, ao mesmo tempo, a grande parte dos minérios se encontra na Amazônia, estas indústrias estão fechando as portas lá e estão sendo transferidas ao Brasil. Mas para isso, precisam de energia muito barata, em grande quantidade para conseguir tirar os minérios brasileiros e poder levar para fora do país já de forma mais beneficiada e muito lucrativa. Como o Brasil, e principalmente a região amazônica, possui energia de baixo custo e grandes reservas de minério, fica evidente que os 30% da energia das hidrelétricas do Rio Madeira terão como destino as indústrias eletrointensivas. Vejamos no gráfico as diferenças de tarifas pagas na energia elétrica: 3Terceiro objetivo Colocar os principais recursos naturais sob domínio e a serviço das multinacionais ou de grandes empresas nacionais, principalmente a energia, a água, a biodiversidade e os minérios. As grandes empresas internacionais, em sua divisão do planeta, determinaram que o papel principal da América Latina deve ser a exportação de matéria prima, principalmente agrícola, mineral e energética. O capital internacional tem em sua agenda um plano de controle dos recursos naturais estratégicos (água, energia, minerais e biodiversidade/sementes), Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 14

15 Hidrelétricas no Rio Madeira: energia para quê e para quem? 15 ou seja, o foco do capital está voltado em grande parte para o domínio do campo. No caso da energia, as multinacionais do papel e celulose e as mineradoras querem dominar os rios para construir usinas e poder utilizar a energia gerada a preço de custo. E querem controlar as melhores terras, para produzir o álcool de cana, para substituir a gasolina e o biodiesel produzido através das plantas oleaginosas (como a soja) para substituir o óleo diesel, e bem provável, que num período próximo a produção de álcool de celulose. Em seguida, carregam em grandes barcaças e levam estes produtos para uso em seus países. Quarto objetivo 4 Fazer com que o povo brasileiro pague todos os investimentos e, no final das contas, as empresas privadas ficam de donas das barragens. As multinacionais não querem correr risco nenhum de colocar seu próprio dinheiro nestes investimentos. Por isso, querem que o povo de cada país arque com os custos dos investimentos. No caso brasileiro, colocam os governos (federal, estaduais e municipais) para convencer a população de que estes projetos serão para desenvolver a região e o país; colocam as empresas estatais (Furnas, Eletronorte, etc) para financiar parte das obras e, principalmente para passar uma visão de que são obras de utilidade pública. A maior parte do financiamento das obras do Complexo será com o dinheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que é um banco público e funciona com o dinheiro arrecadado do povo brasileiro. O BNDES já anunciou que poderá financiar até 75% dos custos das obras, sendo que em alguns itens o financiamento pode chegar até 85% do valor necessário. O restante dos recursos sairão de alguma Estatal (Furnas, por exemplo) e o que faltar, aí sim, poderá ser recursos das empresas privadas. Quer dizer: eles ficam de donos das hidrelétricas sem colocar quase nada de dinheiro! Tudo isso significa que existem bilhões de reais do povo brasileiro a serviço das multinacionais. Ao mesmo tempo não existe dinheiro para investimento em saúde, emprego, escolas, universidades, transporte, reforma agrária, moradias, etc. Significa também que o povo brasileiro, através da sua conta de energia, através do BNDES (dinheiro público) e através das empresas estatais de energia é quem pagará a conta de todo financiamento, enquanto que as empresas privadas ficarão com as hidrelétricas e com os lucros. 5Quinto objetivo Ganhar muito dinheiro com a venda de turbinas, máquinas e equipamentos. As turbinas e grande parte das máquinas e equipamentos utilizados na construção das barragens são fabricadas fora do Brasil e quando são fabricadas aqui, as empresas não brasileiras, são principalmente alemãs, francesas e estadunidenses. As indústrias de turbinas e equipamentos de energia são indústrias que em seus países não tem mais para onde vender. Por isso, aliadas aos demais interessados, pressionam e obrigam os governos de nosso país para incentivar a construção de barragens e assim encontrar uma forma de continuar com seus negócios lucrativos. Além disso, são mercadorias muito caras, até mesmo quando não são superfaturadas, ou seja, grande parte do dinheiro investido numa obra dessa natureza acaba indo para os bolsos das multinacionais, para fora do país. Para se ter uma idéia, estima-se que somente na compra das 88 turbinas serão gastos R$ 5 bilhões, e é bem provável que as multinacionais Siemens, da Alemanha; Alstom, da França; ou General Eletric, dos EUA sejam as principais fornecedoras. 6Sexto objetivo Garantir uma infra-estrutura de transporte que permita o saqueio dos recursos naturais, de forma barata e rápida. Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 15

16 16 Faz parte deste plano a construção de grandes hidrovias, rodovias, ferrovias, alcoodutos, aeroportos e portos, tudo direcionado para exportação. Estas obras são planejadas para diminuir o custo de transporte até os países centrais, necessário às suas indústrias e também para viabilizar acesso até as regiões onde se concentram os bens naturais mais importantes da América Latina. Ajudará a diminuir os custos de produção das mercadorias, principalmente matéria prima, que se saqueiam do nosso país. Permitindo assim, altas taxas de mais-valia (lucro) nas indústrias dos países desenvolvidos. Nesta lógica, querem fazer com que o Rio Madeira e os lagos das hidrelétricas se tornem navegáveis para grandes barcaças de interesse das multinacionais, para que assim possam retirar todas as riquezas naturais da Amazônia e levá-las de forma mais fácil e mais barata possível aos seus países. Além disso, com as hidrovias, o monocultivo da soja, da cana-deaçúcar e do eucalipto tende a avançar de forma mais rápida para dentro da Amazônia, aumentando a destruição da floresta. 7Sétimo objetivo Controle direto sobre os rios e os lagos para ter o controle da água. A crise ambiental cada vez maior e a contaminação das águas nos países ricos e desenvolvidos indicam que, em nível mundial, nos próximos anos a disputa pelo controle das águas potáveis será central, já que nos países industrializados (Estados Unidos, Europa, Japão, etc) suas águas estão praticamente contaminadas. Para estes países, a alternativa passa ser o controle das águas nos países em que ela existe em abundância, pois a água é fundamental à indústria, à agricultura e à vida humana. De toda água do mundo, apenas 3% é água doce, o resto é salgada. A América do Sul passa ser a região mais disputada, porque ali se concentram as maiores reservas de água doce do planeta Terra. As duas maiores bacias hidrográficas do planeta estão em nosso território: a Bacia Amazônica e a Bacia do Prata. São as duas maiores vazões hidrográficas da face da Terra. Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB De toda água doce do mundo, a Amazônia concentra 20%. A vazão média da bacia Amazônica é de m³/segundo. Vale lembrar que o Rio Madeira é um dos principais afluentes da Bacia Amazônica e dali para frente, não fica difícil de imaginar o porquê de tanto interesse das multinacionais em construir as hidrelétricas no Madeira. A resistência e a luta das comunidades ribeirinhas se torna de importância estratégica, quando o tema é a defesa dos rios e das águas. Oitavo objetivo 8 Interesse na construção da barragem e fornecimento de materiais (cimento, ferro, etc). As empresas de cimento e de construção são as principais interessadas nessa área. A grande parte das empresas privadas nacionais do setor de energia se tornaram gigantes a partir dos mega-projetos hidrelétricos feitos durante a ditadura militar, onde estas empresas eram as principais beneficiadas. As multinacionais Votorantim, Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão são empresas que se beneficiaram deste ramo e atualmente muitas se tornaram parte do grupo de empresas hegemônico que controlam o setor elétrico brasileiro. Tanto o fornecimento de cimento e de ferro num único contrato, sem precisar preocupar-se com concorrentes, como a própria engenharia e construção da obra, representa um volume de dinheiro bastante grande, e no caso das hidrelétricas do Rio Madeira, também acabará sendo canalizados para fora da região. Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 16

17 Hidrelétricas no Rio Madeira: energia para quê e para quem? Quem são os grandes interessados nas hidrelétricas? As multinacionais! O setor elétrico brasileiro, está organizado com mecanismos e lógica de funcionamento do capital financeiro, organizado em um grande monopólio privado do capital internacional, numa fusão de grande bancos e indústrias mas dominado pelo capital financeiro. Podemos dizer que os donos da energia são grandes bancos (Santander, Bradesco, Citigroup, Votorantim, etc), grandes empresas energéticas mundiais (Suez, AES, Duke, Endesa, General Eléctric, Votorantim, etc), grandes empresas mineradoras e metalúrgicas mundiais (Alcoa, BHP Billiton, CVRD, Votorantim, Gerdau, Siemens, General Motors, Alstom, etc), grandes empreiteiras (Camargo Correa, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, etc), e grandes empresas do agronegócio (Aracruz, Klabin, Amaggi, Bunge Fertilizantes, Stora Enso, etc). Este bloco de capitalistas internacionais e alguns brasileiros formam uma forte aliança em torno de três grandes blocos de capital: o capital financeiro, capital minero-metalúrgicoenergético e o capital agro-negócio. Poderíamos dizer que os donos da energia são os grandes bancos internacionais e as multinacionais Os Donos da hidrelétrica Santo Antônio: As empresas que receberam a UHE Santo Antônio é o grupo Madeira Energia S.A. (MESA) formado pelas seguintes empresas: Odebrecht (17,6%), Construtora Norberto Odebrecht (1%), Andrade Gutierrez (12,4%), Cemig (10%), Furnas (39%) e fundo de investimento Santander/ Banif (20%) Os Donos da hidrelétrica Jirau: Enquanto que na hidrelétrica de Jirau, as empresas são a Suez (50,1%), Camargo Corrêa (9,9%), Eletrosul (20%) e Chesf (20%). A questão central é que as obras do Rio Madeira não foram pensadas para beneficiar nem ao povo brasileiro, nem ao povo de Rondônia, nem ao povo dos municípios atingidos e, muito menos para as famílias e comunidades afetadas diretamente pelo lago. Para analisar quem são os verdadeiros interessados, não basta analisar apenas quem são os proprietários de uma usina, é preciso analisar a totalidade do modelo energético. É preciso entender quem são os donos na geração de energia, na transmissão, na distribuição de energia, quem vai consumir esta energia, como é consumida esta energia, quais são as tarifas pagas em cada setor, qual é o destino das mercadorias produzidas com tal energia, entre outras. Veremos então que o capital financeiro, o capital minero-metalúrgico-energético e o capital do agronegócio são os principais beneficiados, enquanto o povo brasileiro é que paga a conta para sustentar tal modelo. Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 17

18 Quem são as multinacionais que ganham com as hidrelétricas? GDF SUEZ-TRACTEBEL da França e Bélgica É uma das dez maiores empresas de energia do mundo e a quarta maior empresa do mundo na exploração de negócios com água. Em setembro de 2007, ocorreu a fusão da Suez-Tractebel com a estatal francesa GDF, criando assim a GDF Suez-Tractebel S.A. Seu negócio concentra-se na exploração de água, gás, energia e saneamento. Seu principal objetivo é criar um grande monopólio mundial da água e da energia elétrica. A fusão deu origem a terceira maior corporação mundial de energia (de gás, água e tratamento de resíduos). Gás de France era uma estatal do Governo Francês. Suez, é uma multinacional da França que atuava com negócios restritos à água e ao tratamento de resíduos. Tractebel é uma empresa de origem belga, criada em 1986 a partir de uma fusão entre as empresas Tractionel e a Electrobel. O novo grupo tem 34% das ações controladas pelo governo da França e o restante é controle privado de empresários franceses e belgas. A empresa possui em todo mundo mais de MW de capacidade instalada. A Suez-Tractebel Energia é uma das maiores empresas privada de geração de energia elétrica no Brasil, possui em torno de MW instalados. Entrou no Brasil em 1998 através das privatizações. Ela praticamente saqueou os brasileiros. Durante os últimos 40 anos, com muito esforço, o povo brasileiro criou a Eletrosul (estatal). A Eletrosul tinha em seu patrimônio as melhores hidrelétricas do Brasil, porque geravam bastante energia e com baixo custo de produção. Foi exatamente a melhor parte da Eletrosul que a Tractebel colocou a mão. Ela adquiriu seis hidrelétricas e cinco termoelétricas por 801 milhões Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB de dólares (algo em torno de 1,4 bilhões de reais), porém se a Eletrosul tivesse que reconstruir novamente aquilo que a Suez- Tractebel recebeu, hoje teríamos que gastar aproximadamente R$ 13 bilhões (algo em torno de 10 vezes mais do que foi pago). Em todo o Brasil a Suez-Tractebel tem 904 funcionários (2007). Deste total, 85 trabalhadores estão no Paraná; apenas 15 em Goiás (na hidrelétrica de Cana Brava) e apenas 149 funcionários no Rio Grande do Sul (em três hidrelétricas: Passo Fundo, Itá e Machadinho e nas termelétricas). Os demais trabalhadores ficam em Santa Catarina, onde possui sua sede. Esta empresa desempregou muitos trabalhadores, de 1998 até 2004 ela demitiu aproximadamente 400 funcionários. Em 2007, a Tractebel Brasil teve receita líquida de 3,04 bilhões de reais, sendo que seu lucro no ano foi de 1,05 bilhões de reais, o maior lucro desde que está no Brasil. ODEBRECHT S.A. do Brasil Empresa com sede em Salvador, Bahia. É considerada a décima maior empresa privada no Brasil. Atua principalmente na área de engenharia e construção civil, indústria química e petroquímica. Atua praticamente em todos os países da América do Sul. Controla praticamente 20 empresas, entre elas a construtora Norberto Odebrecht, a Braskem e a ETH Bioenergia S.A (que possui grupos japoneses como sócios). Seu crescimento sempre esteve associado com obras públicas de governos federais e estaduais, com obras de estatais (praticamente todas) e parcerias com grandes empresas multinacionais como Vale e Suez. Teve enorme crescimento durante os anos 70, período do governo da ditadura militar. Também se beneficiou com as privatizações. Foi responsável, juntamente com a Eletronorte e Furnas, pela construção das hidrelétricas de Samuel/RO e de Manso/MT. Esta última, causando um dos maiores escândalos políticos, sociais e ambientais. Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 18

19 Hidrelétricas no Rio Madeira: energia para quê e para quem? 19 A Odebrecht faz parte do consórcio que recebeu a UHE Santo Antônio/RO, mas isso não quer dizer que ela deva ser a empresa majoritária no controle das ações. É bem provável que junto a ela estejam as maiores multinacionais do mundo, entre eles o Banco Santander. Recentemente a Odebrecht foi expulsa do Equador por acusação de corrupção e também por ter feito uma hidrelétrica com erros na construção, colocando em risco a usina e a vida de milhares de pessoas. COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD) Atual VALE dos EUA e Brasil Segundo a revista Exame, a Vale é o terceiro maior grupo privado atuando no Brasil, atuando em 13 estados brasileiros e em 32 países nos cinco continentes. Cerca de 65% de sua produção é enviado para fora do país. Nos primeiros 6 meses do ano 2007, seu lucro foi de 10,7 bilhões de reais. A maior parte do lucro é enviada para fora do país na forma de remessa de lucro. Até 1997 era uma empresa pública, do povo brasileiro, mas acabou sendo privatizada de forma fraudulenta. O Bradesco (através do Bradesplan e Bradespar), a CSN, o Opportunity e vários grupos estrangeiros são os principais acionistas da Vale. A Vale foi privatizada em 1997 por 3,3 bilhões de reais, quando na verdade seu patrimônio era avaliado na época em 92 bilhões de reais, ou seja, foi entregue por um valor 28 vezes mais baixo do que ela valia. É a segunda maior empresa de minérios do mundo e a maior produtora de minério de ferro do mundo. Detém cerca de 240 mil quilômetros quadrados de área para exploração de minério e possui as maiores reservas de níquel do planeta. É grande produtora de cobre, carvão, alumínio, potássio, caulim, manganês, e ferroligas. Possui autorização de exploração por tempo indeterminados em 23 milhões de hectares de subsolo (área equivalente aos territórios de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte). É a maior consumidora de energia do Brasil. Em 2005 consumiu, sozinha, 4,4% de toda energia elétrica, cerca de MWh, algo em torno de MWh médios. São estes os motivos que estão levando a empresa a deter sua própria geração de energia. Até o momento, possui participação em oito usinas hidrelétricas, com potência total de MW. A Vale é dona da empresa de alumínio Albrás, no Pará, e semelhante ao caso da Alumar, recebeu energia altamente subsidiada durante 20 anos, ao preço médio de 10,50 a 13,00 dólares o megawatt-hora. Em abril de 2004, durante o então presidente da Eletronorte e posterior ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, o contrato para fornecimento de 800 MWh médios foi renovado ao preço médio de U$ 18,00 por megawatt-hora (algo em torno de R$ 53,00). Nos primeiros seis meses de 2007 a Vale teve lucro de R$ 10,7 bilhões. VOTORANTIM de São Paulo, Brasil O Grupo Votorantin é da família Ermírio de Morais. Atua em vários ramos da indústria na geração e distribuição de energia, em fábricas de Alumínio, Níquel, Cobre, Cimento, Ferro-liga, Papel e Celulose, agroindústria (suco de laranja) e química. Também é dono do Banco Votorantin (9º maior banco). Na área do cimento é uma das 10 maiores empresas do mundo. No caso da Votorantim Celulose e Papel (VCP), terceira maior do Brasil, exporta cerca de 90% e parte da matéria-prima é proveniente de 155 mil hectares de eucalipto. Além disso, detém 28% das ações da Aracruz Celulose e possui sociedade com o grupo Suzano. Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 19

20 20 Na geração de energia, a Votorantim é dona da CPFL Energia S/A, uma holging responsável pela geração, distribuição e comercialização de energia. A CPFL Energia possui como acionista majoritário o grupo VBC Energia S/A (Votorantim com 50%, Camargo Corrêa e Bradespar), além do BNDESPar, Previ, Bonaire e recentemente a IFC-International Finance Corporation, membro do Banco Mundial. Na área geração de energia, a Votorantim possui 31 hidrelétricas com o controle de aproximadamente MW. Na distribuição, é dona de empresas como a CPFL em São Paulo e a RGE no Rio Grande do Sul, as quais atendem a 5,7 milhões de clientes. Suas indústrias da área dos metais (alumínio, zinco, níquel, aço), da área de papel e celulose, da área do cimento e da área da química (nitrocelulose, etc) quase todas estão localizadas nos estados de São Paulo e de Minas Gerais. Suas indústrias consomem cerca de 4% de toda energia elétrica do Brasil. AES CORPORATION dos Estados Unidos Empresa criada por ex-funcionários federais estadunidenses em Apesar de ser relativamente nova, possui enorme histórico de corrupção, inclusive com governos. Em 1995, já havia se tornado uma corporação global, a The Global Power Company. Atualmente gera e distribui energia elétrica Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB em 27 países, com mais de megawatts de capacidade instalada. No Brasil, tornou-se dona de geração (10 hidrelétricas MW) e de distribuição em SP (Eletropaulo), RJ (parte da Ligth), MG (parte da Cemig) e RS (AES Sul), através da privatização. Os recursos para compra destas das estatais na época, foram do BNDES através de filiais da AES via empresas instaladas nas ilhas Caiyman, um paraíso fiscal. Mais tarde, a empresa negou a dívida ao BNDES. A Eltrotropaulo, a Cemig e a Ligth são as três maiores distribuidoras de energia elétrica do Brasil, respectivamente. A primeira, inclusive, é a maior distribuidora da América Latina. 4.3 Os Bancos também estão envolvidos O Brasil é o país que permite que os bancos usufruam das taxas de juro mais altas do mundo, fazendo da área financeira a mais rentável. Os bancos lideram a lista dos mais rentáveis. Em 2007, 21 instituições tiveram um lucro de R$ 28,7 bilhões. É este setor que de fato manda nos governos através da política econômica e ao mesmo tempo com todo este dinheiro os bancos de capital privado geralmente acabam tornando-se proprietários das multinacionais. No caso das barragens, os bancos privados têm interesse de ter parte na propriedade das obras e geralmente são porque a energia elétrica, após os bancos, é o setor de maior rentabilidade para as empresas. Tanto nas obras do Rio Madeira, quanto no conjunto do setor elétrico os principais bancos interessados em financiar ou até mesmo tornar-se proprietários são: SANTANDER da Espanha É o nono maior banco do mundo e o maior na zona do Euro e com grande presença na América Latina. Possui mais de 66 milhões de clientes e atua em mais de 40 países. No Brasil entrou em 1997 e adquiriu Cartilha_Rio_Madeira_2ed.pmd 20

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